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INSTITUTO DE GNOSTICO DE ANTROPOLOGIA – IGA

Lisboa - PT
Instrutora: Lorena C.A Berlezi

AS DUAS LINHAS DA VIDA


QUAL O SENTIDO DA EXISTÊNCIA?
Quando nascemos a única certeza que temos é a que vamos morrer. Todos nós nos
colocamos esta questão, nascemos, crescemos, trabalhamos, reproduzimos, fazemos
coisas sem fim e depois inevitavelmente morremos. São poucas as pessoas que
percebem que o ser humano tem outras possibilidades. Diante da realidade da morte, é
quando consideramos a vida. Quando alguém próximo de nós morre, perguntamo-nos
isso. Pensamos toda a nossa vida trabalhando e sofrendo para quê? para desaparecer e é
isso?

Vivemos no mundo, mas com que objetivo? Sofremos o indizível, para quê? Lutamos
algo maravilhoso? Em verdade, faz-se necessário compreender o sentido de nossa
existência, o sentido do viver. por conseguir isso que se chama pão, abrigo e refúgio, e,
depois de tudo, em que ficam todos os nossos esforços? Viver por viver, trabalhar para
viver e depois morrer, é por acaso

Fazemo-nos estas perguntas e depois a vida horizontal com o seu múltiplo "vai e vem"
faz com que nos esqueçamos disso e regressemos à rotina habitual.

DUAS LINHAS. HORIZONTAL E VERTICAL

Há duas linhas na vida: uma, poderíamos chamar de “Horizontal” e a outra de


“Vertical”, e formam uma cruz dentro de nós mesmos, aqui e agora (nem um segundo à
frente, nem um segundo atrás).

Necessitamos objetivar um pouco essas duas linhas.

1- HORIZONTAL É a vida cotidiana, a vida comum onde nascemos, crescemos,


trabalhamos, nos reproduzimos e morremos.
Tem um começo e um fim.
"Quando alguém nasce, já sabemos que há a perspectiva da morte."
2- VERTICAL É o novo, o que não sabemos. Podemos passar por isso, mas não
sabemos o fim. Está relacionado com a parte espiritual do ser humano.
É o que se processa de momento a momento.
Estas duas linhas fazem parte de TODO SER HUMANO.
O QUE É DESENVOLVIDO EM CADA LINHA?
Na linha HORIZONTAL desenvolve-se a personalidade, tudo se adquire.
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Na linha VERTICAL desenvolve-se a CONSCIÊNCIA, tudo o que é próprio e genuíno.


"Temos que fazer tesouros em nossos corações onde nem a mariposa pode entrar."
Devemos dar-nos a oportunidade de, pelo menos, podermos entrar neste caminho para o
conhecermos.
REFLEXÕES SOBRE A VIA HORIZONTAL
Reflexos sobre a vida horizontal.
Na Horizontal está a luta pelo pão de cada dia, a luta por não morrer, por existir sob a
luz do sol. Na Horizontal estão todos esses sofrimentos íntimos da vida prática, do lar,
da rua, do escritório etc., nada maravilhoso pode oferecer-nos a Linha Horizontal.

2 características da vida horizontal.


Sobre a vida e a morte
a) A mecanicidade – lei da recorrência, mais consciente para fazer a linha
horizontal. Se morremos não levamos nada.
b) Todo nos sucede
Não esperar nada da vida. Tempo não é progresso. O que temos que fazer, tem
que ser feito aqui e agora.
Somos felizes? Vivemos em paz?
Podemos trocar nosso destino? Sim se tivermos essência. Só a essência pode se livrar da
recorrência, devemos ser revolucionários.
PODEMOS MUDAR O NOSSO DESTINO?

A LINHA VERTICAL E OS NÍVEIS DE SER


Mas esta Vertical é interessante, nesta Vertical estão os distintos Níveis do Ser, são os
valores íntimos de cada um.

Vou dar um exemplo.


Quando eu morava em Chapecó aconteceu um caso interessante. Algumas pessoas se
apropriam de lotem no lixo. E moravam ali em barracas, Chapecó faz frio em a
prefeitura pegou o nome das famílias que estavam nessa situação, se estavam
construindo minha casa minha vida, um programa de estruturação do Brasil. E eles
soterram apartamentos para essas pessoas. Deram de presente, para essas pessoas casa
boa, com água, luz e dignidade. Não foram 3 meses as pessoas voltaram para rua.
Venderam os apartamentos, deram para outros, e voltaram para rua. O que é isso?. O
nível de ser de cada pessoa.
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As pessoas pensam que se tivessem dinheiro, que se ganha-se na loteria por exemplo a
vida mudaria, nem sempre isso.

O caso do garimpo na Amazônia.

As duas linhas da vida, linha horizontal e vertical.

A vida vertical e as características do Ser.

Como podemos passar para uma escada superior na escada maravilhosa?

Esta linha Vertical é para poucos, porque para se interessar por ela você tem que ter
inquietudes. É para pessoas que estão à procura de algo mais na vida. Quem entra nessa
linha pode mudar de profundidade.
Vertical. Nessa Vertical extraordinária, nessa escada maravilhosa, estão os distintos
Níveis de Ser, estão os poderes transcendentais e transcendentes do Íntimo.

Com as forças da Vertical podemos influir decisivamente sobre os aspectos horizontais


da vida prática, podemos mudar totalmente nosso próprio destino, fazer de nossa vida
uma coisa diferente, distinta, passar a ser algo totalmente diferente do que temos sido,
do que somos, do que temos conhecido nesta amarga existência.

A Vertical é, portanto, maravilhosa, revolucionária por natureza, mas é necessário ter


um pouquinho de inquietudes.

COMO PASSAR PARA UM NÍVEL MAIS ALTO NA PISTA VERTICAL

Características fundamental da vertical, o trabalho sobre si mesmo. É um trabalho interno, em


transformar de momento em momento.

Um homem novo. Sem identificar com os problemas da vida tudo passa.

Confrontação Logica

A verdadeira liberdade.

Precisamos despertar a consciência para se ter liberdade.

Temos de ser inconformados com o destino.

Revolução consciente para mudar nossa revolução interna. Revolução: dentro de nós e
sozinhos.

Choque: algo que possa dirigir nossas inquietudes.


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- CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DA LINHA VERTICAL

NIVEIS DE SER SÃO O QUE VAI CONDICIONAR NOSSA EXISTENCIA.

Sair mudando a existência para passar de escada a outra. Morte psicológica para mudança
total.

O que implica

1ª mudar a forma de pensar, se não mudamos não conseguimos mudar nosso trabalho
interior.

Reconhecemos uma psicologia particular e intima – formas.

Reconhecer que é essa psicologia que está nos causando dor e tristeza.

Para mudar tem que aplicar mais auto-observação psicológica.

- O QUE ESTE TRABALHO IMPLICA SOBRE SI MESMO?

- UM NOVO HOMEM.

Se, por um momento, alguma dessas pessoas houvesse refletido, ainda


que fosse por um instante, se houvesse se proposto a estudar a si
mesmo, se houvesse descoberto seus defeitos psicológicos e ousado
entrar pela Senda Vertical Revolucionária da Psicologia, obviamente teria
podido eliminar alguns defeitos; talvez a ira, possivelmente o ódio, o
egoísmo, a maledicência etc.

Conclusão, mudaria de Nível de Ser, e mudando de Nível de Ser, se


refinaria em seus costumes. Indubitavelmente, então já não poderia se
entender com aquelas pessoas que o rodeavam; essas pessoas
tampouco se entenderiam com ele. Veria a necessidade de fazer novas
amizades e, simplesmente pela Lei de Afinidades Psicológicas, faria
essas novas amizades.

Como resultado, ao mudar de Nível de Ser, mudaria sua vida.


Possivelmente, essas novas amizades lhe trariam novas oportunidades,
e mediante a inter-relação, mudaria o aspecto econômico de sua própria
existência, conseguiria um trabalho diferente, melhoraria notavelmente.
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Assim, o Nível de Ser de cada qual atrai sua própria vida, e um homem
é o que é sua vida…

Na Senda Vertical temos a possibilidade de mudar nosso próprio Nível de


Ser. Se assim fazemos, se eliminamos de nós mesmos os defeitos
psicológicos, o resultado será extraordinário, porque ao mudar nosso
próprio Nível de Ser, mudará também toda a nossa vida, e quando
alguém muda radicalmente, muda também tudo o que o rodeia.

As circunstâncias incômodas da existência, as circunstâncias nada


agradáveis da vida, não são senão meras projeções do que em nosso
interior ocorre. Se em nosso interior nós mudamos, as circunstâncias
externas mudarão também. Mas se não mudamos interiormente, a
circunstâncias exteriores tampouco mudarão.

Já disse Immanuel Kant, o Filósofo de Koenigsberg: “O exterior é o


interior”. Em outras palavras, vamos aclarar, dizendo: “O exterior não é
mais que o reflexo do que interiormente somos”.

Se somos pessoas iracundas, se odiamos, se somos ciumentos,


invejosos, perversos, as circunstâncias que nos rodeiam serão
perversas, fatais, sinistras.

E se somos pessoas decentes, se vivemos em harmonia com o Infinito,


se respiramos paz, se irradiamos amor, felicidade, contentamento, as
circunstâncias que emanarão de nós mesmos serão belas, teremos
relações belíssimas, haverá harmonia com todos que nos rodeiam…

São muitos os que me escrevem contando seus problemas. Diz a


mulher: “Meu marido se foi com outra mulher”; e o marido: “Minha
mulher já não quer viver comigo, se foi com outro homem”; e também:
“Como vou fazer”, e “Como vou resolver o problema?”; que “me devem
e não querem pagar”, que “entraram com uma ação judicial e agora
como vou resolver”, que “me ajude a resolver a questão” etc.

Cada caso em geral é complicado, difícil; todos querem que se resolvam


os seus problemas; todos querem viver em paz, ter uma harmonia
extraordinária, com felicidade e sem problemas.

Mas não querem se dar conta, os que assim me escrevem, de que a raiz
de todos os problemas está em seu interior, de que esses problemas não
são mais que as projeções de seu interior; que de seu interior estão
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saindo os problemas, porque um homem é o que é sua vida e nada mais


que isso, o que é sua vida.

Se não muda seu próprio Nível de Ser, se não muda sua vida interior,
não mudará nada; o exterior não é mais que a projeção do interior…
Chegou a hora de entender isto.

Querem felicidade, mas de onde vão tirá-la? Não querem admitir que os
erros ou as causas, melhor dizendo, de tudo o que lhes está ocorrendo,
estão dentro de vocês mesmos. Sim, cada qual leva as causas de seus
sofrimentos dentro de si mesmo, e enquanto as causas não se
dissolverem, os sofrimentos tampouco se dissolverão. Todo efeito tem
sua causa, toda causa provoca seu efeito.

Auto-Observação e Autorreflexão Evidente do Ser


Assim, quando nos metemos a andar pela Senda Vertical, antes de tudo,
propomo-nos ao autodescobrimento, a conhecer nossos próprios erros
para extirpá-los, para tirá-los de nós mesmos, porque só assim
poderemos mudar fundamentalmente…

Um homem é o que é sua vida, e se um homem não trabalha a própria


vida, sem dúvida estará perdendo o tempo miseravelmente.

A vida é como um filme, que conclui aparentemente com a morte. A


morte é o regresso ao ponto de partida original, com a possibilidade de
voltar a projetar sobre a tela do mundo a mesma vida…

No budismo se fala das “vidas sucessivas”, mas eu digo, em verdade,


que não há vidas sucessivas. O que há, o que realmente existe são
existências sucessivas, porque a vida é a mesma.

Quando chega a hora da morte, termina o filme, o enrolamos e o


levamos para a Eternidade, e ali o revivemos em forma retrospectiva.

Não se esqueçam de que assim como há um espaço tridimensional,


visível e tangível, também existe um espaço psicológico, e isto é
inegável, inquestionável, axiomático.

No espaço psicológico continua nossa própria vida; ali a revivemos de


forma retrospectiva. Mais tarde retornamos, regressamos no Tempo, nos
reincorporamos em um novo organismo (essa é a Lei do Eterno Retorno
de todas as coisas). E regressamos para voltar a projetar nossa
mesmíssima vida, para projetá-la outra vez sobre a tela deste mundo.
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Assim, não são vidas sucessivas o que existe, realmente o que há são as
existências sucessivas. Distinga-se entre vidas sucessivas e existências
sucessivas. Vida, não há mais que uma, a que levamos e que trazemos,
a que tornamos a levar e que voltamos a trazer, sempre a mesma…

Existências sim; a cada Alma se concedem 108 existências…

Estou fazendo essas afirmações porque estou diante de um auditório


muito especial, formado por pessoas do Movimento Gnóstico
Internacional, por pessoas revolucionárias, rebeldes, dispostas, em
verdade, a seguir pela Senda Vertical, pela senda das transformações,
pelo caminho que há de nos conduzir ao Super-Homem.

Chegou o instante de refletirmos sobre nossa própria vida. Se não


mudamos este “filme” da vida (este que levamos e que voltamos a
trazer), se não o modificamos, continuará sempre se repetindo e se
repetirá através de 108 existências. E, se apesar de tudo não mudamos,
teremos de ir, como se diz, “com nossa música a outro lugar,” teremos
de levar nossa vida ao Reino Mineral Submerso…

Que tal reino é uma realidade, ninguém pode negar, pois estamos
vivendo sobre a epiderme desta pobre Terra que viaja conosco através
do espaço infinito.

Que Dante Alighieri, em sua Divina Comédia, tenha situado


seu Infernus dentro do Reino Mineral Submerso, nada tem de estranho,
e isto sabem os divinos e os humanos…

Obviamente, aqueles que fracassam na transformação de sua própria


vida, aqueles que não são capazes de eliminar seus defeitos
psicológicos, terão de involuir no Tempo, dentro dos Nove Círculos
Dantescos, até a Segunda Morte. E não é nada agradável involuir no
Tempo. Eu, pessoalmente, não tenho medo do Inferno…

Nos Mundos Infernos se desintegra o Ego, o Eu, o Mim Mesmo, esse Eu


da Psicologia Experimental, esse Eu que estudam todos os psicólogos
deste planeta. No Reino Mineral Submergido passamos sempre pela
Segunda Morte.

Mas em verdade não é nada agradável desenvolver-se involutivamente


dentro dos Nove Círculos de Dante Alighieri, não recomendaria a vocês
passar pelo Mictlán, com suas provas tão terríveis… Precisamente aqui,
em nosso querido México, nossos antepassados de Anáhuac falavam
sobre o Mictlán.
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Esse Mictlán não é outra coisa senão os Mundos Infernos de Dante, com
seus Nove Círculos Infernais, e ali estão todas as provas tremendas de
que falaram os antigos Iniciados; ali está a Sabedoria que nos mostrara
o florentino Dante; ali está a Sabedoria pintada por Virgílio, o autor
da Eneida…

Passam por inenarráveis amarguras os que entram na involução


submersa dos Mundos Infernos, portanto, não é aconselhável involuir no
Tempo.

Obviamente, os que passam por essas tremendas provas, depois da


Segunda Morte ingressam nos Paraísos Elementais da Natureza.
Posteriormente, evoluem nos quatro Reinos para voltar a alcançar o
estado humano que outrora perderam.

Dissolver o Eu é fundamental, e é melhor fazer isso aqui e agora…


Nestes momentos, vem-me à memória uma passagem de Maomé. Já
estando muito velho e a ponto de morrer, junto à fonte cristalina de um
oásis, dirigiu-se às multidões e disse: “Se a alguém devo algo, que me
cuspa no rosto…” Certamente, um homem avançou até ele e lhe cuspiu
no rosto. Aquele homem sábio (Maomé) lavou o rosto na fonte cristalina
daquele oásis e exclamou: “Mais vale pagar tudo de uma vez, em vida, e
não depois da morte”.

É que os sofrimentos pelos quais se tem de passar no Mictlán dos


astecas são certamente dolorosos… Por todos esses motivos, temos de
refletir…

Há Almas que preferem liberar-se de uma vez para sempre, e que


ingressam, como diz a Sabedoria de nossos antepassados de Anáhuac,
no Tlalocán. São regiões inefáveis, vivamente representadas por Tláloc,
o Deus da Chuva.

Existem regiões inefáveis no Mundo Molecular, governadas por


Huehueteotl, o Deus do Fogo, ou pelo Deus Morcego etc., vivas
representações do esoterismo antigo, vivas representações de mística
cristã e asteca, transcendente e transcendental.

Em todo caso, enquanto alguém não dissolver o Ego, tampouco tem o


direito de entrar nessas regiões inefáveis de que nos falaram as religiões
antigas. Enquanto alguém não dissolver o Eu mesmo, enquanto não
tenha se elevado pela linha Vertical, onde estão os distintos Níveis de
Ser, tampouco terá direito a que sua Consciência superlativa e
transcendental ingresse nos paraísos moleculares.
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Aqueles que de verdade quiserem alcançar a autêntica felicidade


deverão começar por entrar pelo Caminho Vertical.

Na Vertical nos é ensinado claramente que não somos ainda Indivíduos


Sagrados, que cada um de nós é uma pessoa-máquina e que dentro de
nossa pessoa há muitas pessoas…

Dentro de nós há muitas pessoas psicológicas. Temos o Eu da Ira, temos


o Eu do Ódio, também temos o Eu da Inveja, temos o Eu dos Ciúmes,
temos o Eu da Maledicência, temos o Eu da Ambição, temos o Eu da
Astúcia etc.

Todos esses Eus que temos não são mera ficção, são uma tremenda
realidade para quem tenha desenvolvido o sentido da auto-observação
psicológica.

Todos estes Eus-Pessoas entram e saem de nosso corpo físico à


vontade. Todos esses eus-Ppssoas têm também três cérebros. Cada Eu-
Pessoa tem um Cérebro Intelectual, um Cérebro Emocional e um
Cérebro Motor-Instintivo-Sexual. Cada Eu-Pessoa é, por si mesmo, uma
entidade completa.

Assim, dentro de nossa pessoa vivem muitas pessoas que entram e


saem livremente de nosso organismo. Agora vocês entenderão por que
em verdade nós não temos um critério completo, por que estamos
cheios de terríveis contradições: em um momento dizemos uma coisa,
em outro momento afirmamos o contrário.

O Espelho Psicológico
Se pudéssemos nos ver em um espelho tal como somos, se pudéssemos
nos ver de corpo inteiro (psicologicamente falando), posso dizer-lhes,
em nome da Verdade, que ficaríamos loucos, que fugiríamos
apavorados, que trataríamos de escapar de nós mesmos.

Se fôssemos uma pessoa responsável, se cada um de nós fosse um


Indivíduo Sagrado, se fosse íntegro, tudo seria diferente. Mas nós não
somos íntegros, pois não possuímos isso que se chama “unicidade”.
Somos uma multiplicidade, desordenada e caótica; acreditamos que
estamos vivos, mas estamos mortos. Dentro de nós vivem muitos
espectros da morte, o “Eu odeio”, o “Eu tenho ciúmes”, o “Eu tenho
inveja”, o “Eu sou luxurioso”, o “Eu sou iracundo” etc.
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Todos estes Eus-Pessoas, repito, entram e saem de nosso corpo; dentro


de cada Eu-Pessoa está, em verdade, engarrafada um fração de nossa
própria Consciência. Assim, nossa Consciência está engarrafada em toda
essa multiplicidade de Eus que constituem o mim mesmo; nossa
Consciência engarrafada funciona em virtude de seu próprio
condicionamento, isto é, temos a Consciência adormecida…

De todos os fenômenos físicos que acontecem ao nosso redor (e


enfatizo, físicos), só podemos perceber uma milionésima parte. Isto é,
existe uma multiplicidade extraordinária de fenômenos físicos que
acontecem ao nosso redor e que não somos capazes de perceber.

Estamos adormecidos, mas acreditamos estar despertos, não admitimos


estar adormecidos, e até nos ofendemos quando alguém nos diz isso,
mas, em verdade, necessitamos despertar.

Os quatro Evangelhos insistem na necessidade de despertar. Se


estivéssemos despertos, poderíamos ver, ouvir, tocar e palpar as
grandes realidades dos Mundos Superiores, e se estivéssemos
despertos, a vida para nós seria totalmente diferente. Não seríamos
vítimas das circunstâncias, poderíamos dirigi-las à vontade. Mas nós, em
verdade, não estamos despertos, estamos profundamente adormecidos,
dormimos profundamente, ignoramos que ignoramos…

Chegou a hora de nos preocuparmos pelo despertar. Quando


despertarmos, poderemos perceber perfeitamente isso que é a Verdade,
isso que não é do Tempo, isso que está além do corpo, das emoções e
da mente…

Quando alguém experimenta o Real também experimenta um elemento


que transforma radicalmente. Nós necessitamos experimentar esse
“elemento”, com o propósito de trabalhar intensamente sobre nós
mesmos.
Temos de arrancar nossas máscaras para nos vermos como somos
realmente.
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É necessário, antes de tudo, dissolver


essas personalidades vãs que carregamos em nosso interior, com o
objetivo precisamente de despertar Consciência.

Quando um Eu psicológico, seja de ira, ou de ódio etc., é desintegrado,


a Consciência ali engarrafada também fica emancipada, liberada; então
vem o despertar…

Normalmente, as pessoas têm 3% de Consciência desperta, mas, se


trabalhamos sobre nós mesmos, se eliminamos todos esses Eus-Pessoas
que moram em nosso interior, elevaremos nossa porcentagem de
Consciência pouco a pouco.

Se as pessoas tivessem sequer 10% de Consciência desperta,


poderíamos dizer, em verdade, que as guerras sobre a face da Terra
desapareceriam para sempre; se as pessoas chegassem a ter 50% de
Consciência desperta, a Terra seria um Paraíso.

Agora, chegar a ter 100% de Consciência desperta é só questão de


Iniciados, de Super-Homens, como um Moisés, um Buda Gautama, o
Cristo etc. Necessitamos trabalhar muito, dissolver esses Eus que
carregamos em nosso interior, para poder mudar nossa própria vida,
para poder despertar Consciência, para chegar à Iluminação, para
experimentar, em verdade, isso que não é do Tempo, isso que é a
Verdade…

Antes de tudo, como já disse, quando alguém entra pela Senda Vertical,
quando admite que tem uma Psicologia, começa a se auto-observar.
Quando alguém descobre que tem o Eu da Ira, deve trabalhá-lo. Em
princípio, só deve limitar-se a observá-lo. E depois compreendê-lo
através da análise, através da meditação profunda, através dos estudos
diretos. Uma vez compreendido que temos tal ou qual eu-defeito, então
passamos à terceira fase: desintegração, eliminação…
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A mente, por si só, não poderia eliminar nenhum defeito psicológico; a


mente só pode rotulá-lo com distintos nomes, passá-lo de um nível ao
outro, escondê-lo de si mesma e dos demais etc., condená-lo ou
justificá-lo, mas jamais alterá-lo radicalmente. Necessitamos de um
Poder que seja superior à mente, de um Poder que possa realmente
desintegrar qualquer eu-defeito.

Felizmente, todos possuímos esse Poder dentro de nós mesmos, aqui e


agora. Quero me referir, de forma enfática, ao Poder Serpentino anular
que se desenvolve no corpo do asceta gnóstico; esse poder
extraordinário que os orientais denominam Kundalini e que os
Alquimistas medievais denominavam Stella Maris.

Stella Maris, em verdade, é uma variante de nosso próprio Ser, mas


derivado. Stella Maris, a Cobra Sagrada, o “Poder Serpentino da
Kundalini”, como é chamada na Índia e no Tibete, pode desintegrar
instantaneamente qualquer defeito de tipo psicológico.

É óbvio que todos temos pleno direito de invocar o poder de Devi


Kundalini-Shakti. Este poder se multiplica, se desenvolve, quando
trabalhamos extraordinariamente na Forja Acesa de Vulcano, na Nona
Esfera…

Os solteiros também podem invocar Devi Kundalini quando queiram


eliminar tal ou qual erro psicológico. Mas em verdade temos de afirmar,
enfaticamente, que o poder maravilhoso de Devi Kundalini-Shakti se
multiplica extraordinariamente na Nona Esfera. Com esse poder
milagroso podemos desintegrar qualquer defeito.

Devi-Kundalini, Ísis, Adônia, essa variante de nosso próprio Ser, esse


aspecto de Deus-Mãe em nós, pode eliminar de nós mesmos o defeito
que tenhamos compreendido integralmente, em todos os níveis da
mente…

Chegou a hora de entender a fundo essa questão, de ir morrendo de


instante em instante: “Só com a morte advém o novo”; “se o grão não
morre, a planta não nasce”… É necessário que nos resolvamos todos a
morrer, se é que queremos de verdade nascer espiritualmente.

Recordemos aquele parágrafo de Jesus e de Nicodemo. Jesus exclamou,


dizendo: “É necessário que morras para poder entrar no Reino dos
Céus!”
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Nós necessitamos morrer, aqui mesmo e agora, se é que queremos


entrar nos Mundos Superiores de Consciência Cósmica, completamente
despertos, totalmente iluminados, transformados radicalmente.

Assim como estamos não servimos para nada, somos um fracasso total;
assim como estamos não somos senão Egos. O Eu psicológico não pode
criar uma Nova Idade, o Eu psicológico não pode iniciar a Era de Aquário
no augusto troar do pensamento, o Eu Psicológico não pode fazer a
Idade de Ouro.

Aqueles profetas falsos que dizem que no ano 2001 ou 2007 começará a
era da fraternidade e do amor, a Idade de Ouro cantada por Virgílio, o
poeta de Mântua, em sua colossal Eneida, se equivocam, mentem,
porque de que maneira poderia o Ego inventar uma Idade de Ouro?
Vocês acreditam que o Eu da Psicologia Experimental, esse Eu
tenebroso, esse Eu do ódio, esse Eu da guerra, das invejas etc., poderia
criar de verdade a Idade de Ouro?

Obviamente, necessitamos morrer em nós mesmos, aqui e agora, se é


que queremos em verdade criar a futura Idade, criar uma nova
civilização, criar uma nova cultura!

Chegou o momento de entender que não somos felizes; chegou a hora


de compreender que somos uns desventurados e não devemos nos
enganar, achando-nos muito autoimportantes, perfeitos, “Soberanos”,
“Deuses”, “Homens” e não sei o que mais…

Coloquemo-nos no plano das cruas realidades. Cada um de nós tem de


lutar para existir, tem de lutar para viver, e não é feliz… mudar é o
fundamental.

Em meus livros, falei muito sobre o sexo, disse bastante sobre a Forja
Acesa de Vulcano, sobre a Alquimia Sexual. Obviamente, mediante a
transmutação da libido genética (citada tantas vezes por Santo
Agostinho) é possível criar os Corpos Existenciais Superiores do Ser para
converter-nos em Homens.

Mas, de que serviria converter-nos em Homens autênticos, no


sentido mais completo da palavra, no sentido mais extraordinário, se
não eliminamos o Ego? Quem possui os Corpos Existenciais Superiores
do Ser e não elimina o Ego se converte, de fato e por direito próprio, em
um Hanasmussen com duplo centro de gravidade, em um fracasso, em
um aborto da Mãe Cósmica.
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Assim, trabalhar na Forja dos Ciclopes é necessário, mas se não


eliminamos o Ego fracassamos rotundamente…

Que nenhum de nós se julgue perfeito, porque perfeito só o Pai que está
nos Céus. Todos nós, começando por mim, que sou o que está dando
esta aula, aqui diante de vocês, me considero (e nos devemos
considerar) imperfeitos…

Todos nós temos facetas negativas, chamadas gnosticamente de Eus


Psicológicos.

É lamentável que no Movimento Gnóstico haja ainda personalidades,


diríamos, que se julguem perfeitas, é lamentável que no Movimento
Gnóstico ainda haja mitômanos, pessoas que se sentem “sublimes” e
“hierárquicas”.

Eu, como presidente-fundador deste Grande Movimento, jamais me


sentiria perfeito, porque estou perfeitamente convencido de que só Ele,
o Senhor, o Pai, é perfeito.

Mas no Movimento Gnóstico se veem às vezes incongruências que


assombram. Pessoas cheias de erros que se julgam “sapientes”, pessoas
que se sentem muito “santas”, quando suas mãos estão cheias de
carvão; pessoas que se sentem muito “elevadas hierarquicamente”,
transformadas em Hierofantes, quando em realidade de verdade nem
sequer começaram a percorrer a Senda Vertical Revolucionária…

Temos de situar-nos no plano das mais cruas realidades. De modo


algum vim aqui com o propósito de ser pessimista, tampouco me
proponho a encher o coração de vocês de pessimismo: só quis pôr sobre
o tapete das realidades o estado psicológico em que todos e cada um de
nós se encontra.

Enquanto não tivermos eliminado de nosso interior todos esses eus-


defeitos que carregamos, nossa Consciência estará profundamente
adormecida; morreremos sem saber a que hora; nasceremos sem saber
como nem por quê; continuaremos no Além como sonâmbulos, como
fantasmas. Assim foi nossa vida. Assim foi e assim será, enquanto não
eliminarmos de nosso interior os eus-defeitos.

Contudo, tenho de dizer-lhes que nem tudo, como se crê, é mera


intelectualização. Não quero dizer que a intelecção iluminada não sirva;
o que quero é aclarar que “se a água não ferve a cem graus, não se
dissolve o que se deve dissolver e não se cozinha o que há que se
cozinhar…”
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Assim também afirmo, em forma enfática, que “se nós não passamos
por fortes crises emocionais, intencionais, conscientes, não eliminamos o
que necessitamos eliminar, e não cristalizamos em nós mesmos, o que
necessitamos cristalizar…”

Portanto, nem tudo é mero intelecto; neste trabalho só é possível


avançar à base de trabalhos conscientes e padecimentos voluntários…

Nem tudo é intelecto. Necessitamos passar por grandes crises


emocionais…

Nem tudo é intelecto, o Cérebro Emocional deve valorizar o Trabalho


Psicológico que nos conduz à transformação de fundo. A emoção deve
trabalhar mais que o intelecto, a emoção deve fazer-se ativa em nós, e
assim, pelo caminho das Emoções Autênticas, chegaremos ao Despertar
da Consciência.

Em verdade, eu só uso o intelecto quando estou falando com vocês,


quando tenho de dirigir-me à Humanidade, ao mundo; em minha vida
privada não o uso, em minha vida privada só existe o Sentimento, o
Amor, a Consciência, a Música, a Beleza, e isso é tudo. Mas devo usar o
intelecto nestes instantes para poder me entender com vocês, porque,
como disse ao princípio: “Vocês vieram aqui para escutar-me e eu vim
aqui para falar-lhes, e entre vocês e eu deve haver mútua
compreensão”; por isso me vi obrigado a usar o intelecto esta noite…

Em nome da Verdade tenho de lhe dizer, antes de tudo, que é urgente,


que se faz inadiável a desintegração do mim mesmo. Quando o eu
psicológico é desintegrado em sua totalidade, quando se reduz a cinzas,
quando o ego animal deixa de existir, a Consciência fica totalmente
iluminada; pode ver os Elohim, pode conversar com eles cara a cara,
pode ver, tocar e palpar as grandes realidades dos Mundos Superiores,
pode visitar o Nirvana, o Paranirvana e o Mahaparanirvana etc.

Mas enquanto a Consciência estiver adormecida, nós não passaremos de


meros animais intelectuais condenados à pena de viver, e isso é tudo.

Chegou a hora das grandes revoluções, a hora em que temos de nos


decidir pelo Ser ou o Não Ser da Filosofa, a hora em que temos de nos
levantar em armas contra nós mesmos, contra o mundo, contra a
Natureza, contra o Cosmo, contra tudo e contra todos.

Chegou a hora em que devemos romper grilhões e abandonar esta


prisão de miséria onde vivemos (tal “prisão” se chama “Ego”). E
enquanto não destruirmos esta prisão miserável, esta masmorra
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imunda, nossa Consciência continuará ali enfrascada, funcionando em


virtude de seu próprio condicionamento, adormecida, inerte…

Agora vocês compreenderão por que me interesso tanto, por que disse
esta noite que o principal é morrer. Assim é, assim será e assim deve
ser!

Infelizmente, o ego exerce uma fascinação extraordinária sobre nossa


própria Consciência. Ao escutar-me, muitos de vocês dirão que sou
demasiado pessimista, porão a mão no coração para dizer: “Bom, eu
consegui algum avanço…” Cada qual buscará alguma justificativa para
seu comportamento, para seu modo de ser etc., porque ninguém quer
reconhecer a verdade, reconhecer que é um infeliz.

Fizeram-nos muitas promessas, cada qual promete maravilhas, os


políticos prometem dar felicidade ao mundo etc. E aí? O mundo continua
andando com suas amarguras e continuará andando, e a dor continuará
dia após dia, até que eliminemos as causas da dor. Essas causas não
estão fora de nós mesmos, essas causas estão dentro de nós mesmos,
aqui e agora.

Necessitamos rebelar-nos, já disse, contra nós mesmos, contra a


Natureza e contra o Cosmo; necessitamos levantar-nos em armas contra
tudo o que existe, se é que queremos a Emancipação, a Liberação Final.

Sinceridade é o que necessitamos, não nos enganar mais


miseravelmente uns aos outros. Infelizmente, falta muita sinceridade no
mundo. Todos se julgam “perfeitos”, todos se creem “justos”, todos se
creem “santos”, todos se julgam “sábios”…

Nas distintas escolas de tipo pseudoesotérico e pseudo-ocultista, não há


ninguém que se julgue ignorante, todos creem que já “agarraram Deus
pelas barbas”. Ignoram, e o pior de tudo é que não apenas ignoram,
mas também ignoram que ignoram… Isso é o mais grave!

Chegou a hora das grandes decisões, chegou a hora em que nós


devemos nos meter pela Senda da Revolução em Marcha, pelo caminho
estreito e difícil que conduz à Luz, pelo caminho Vertical Revolucionário,
pelo caminho da Revolução da Consciência, pelo caminho que conduz ao
Super-Homem.

Infelizmente, agora não somos mais que animais intelectuais


condenados à pena de viver, e para ser Homens é necessário haver
dissolvido o ego e haver criado os Corpos Existenciais Superiores do Ser.
E mais ainda, haver se sacrificado intensamente pela Humanidade.
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É duro o que estou dizendo aqui esta noite. Estou afirmando de forma
enfática que nós ainda não chegamos ao estado humano, que somos tão
só meros animais intelectuais. Faz-se necessário primeiramente alcançar
o estado humano e, mais tarde, posteriormente, chegaremos ao Super-
Homem.

Estudando um de nossos manuscritos de Anáhuac, li algo extraordinário.


Afirmam nossos antepassados astecas o seguinte: “Os Deuses criaram
os homens da madeira, os fabricaram da madeira, e depois de havê-los
fabricado da madeira os fundiram com a Divindade”. Mas, em seguida,
conclui, dizendo: “Nem todos os Homens conseguem fundir-se com a
Divindade”.

É claro que se nos convertemos em Homens, pelo fato de haver criado


os Corpos Existenciais Superiores do Ser, mediante o cumprimento do
Dever Parlock, nem por isso podemos dizer que tenhamos triunfado;
para o triunfo total, é necessário conseguir a integração com a
Divindade.

Quem alcança o Estado Humano autêntico e verdadeiro, deve, antes de


tudo, submeter-se à Dissolução do Ego, porque se um Homem
verdadeiro não dissolve o ego, converte-se em Hanasmussen com duplo
centro de gravidade, em um aborto da Mãe Cósmica, em um fracasso…

Assim, só eliminando a totalidade de nossos defeitos psicológicos, só


morrendo em nós mesmos, conseguiremos em verdade a integração
com o Logos, com a Divindade; então nos converteremos em
Kummaras, no sentido mais completo da palavra.

Um Kummara é um Super-Homem; um Kummara é um Logoi


encarnado; um Kummara tem poder sobre o Fogo, sobre o Ar, sobre as
Águas e sobre a Terra; nós devemos converter-nos em Kummaras, em
Homens autênticos, em Seres Divinos, Inefáveis, em Indivíduos
Sagrados. Mas assim como estamos, em verdade, não somos mais que
meros “animais intelectuais” condenados à pena de viver…

Convido todos os aqui presentes a conhecerem a si mesmos, a estudar-


se, a indagar, inquirir, buscar, a mergulhar nas profundidades para
poder chegar a saber o que lhes sobra e o que lhes falta. Quando
alguém compreende tudo isso, entra pelo Caminho que conduz ao
Super-Homem.

A hora chegou, a hora terrível em que grandes cataclismos se


aproximam. Treme a terra na Guatemala, treme na Nicarágua,
continuarão tremores em todas as partes, aqui mesmo, em nossa cidade
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capital haverá um tremor muito grande; se multiplicarão os terremotos


em toda a redondeza da Terra; grandes eventos cósmicos se
avizinham…

Necessitamos com urgência dissolver o Ego. Seria lamentável que


desencarnássemos sem haver dissolvido o mim mesmo…

(Conferência proferida a um grupo de estudantes gnósticos da


América Central, por Samael Aun Weor, e que serve, também, de
introdução aos estudos gnósticos.)

Disfunções no trabalho do centro sexual

2 COMENTÁRIOS

Vida e morte.

Neste cominho da vida tudo morre,as flores nasce e morrem,as


estrelas brilham e no fim se apagam, tudo morre,a terra um dia
morra,o sol um dia chegara seu fim, a via lácteas e o universos
moraram um dia , e o que somos perto de tudo isto?

Comparando a grandeza de tudo,a vida do honrem e apenas um


instante,ou um momento insignificante,como um breve piscar de
olhos,e neste pequeno espaço de tempo, e que se define a fina do
homem.

O homem nasce, se diverte-se,chora,sofre,festejam,lamenta-se ,


odeia uns, e ama outros,e no fim todos morrem e todos vão para
o mesmo lugar,tudo não passa de ilusão,.que nos apegamos como
única verdade.

Só tem um única coisa na vida que não e transitório, a razão da


vida. Mesmo que um dia deixarmos de existir seremos eternos
porque encontramos em um milésimo de segundo, algo que e
verdadeiro. se tivermos que morrer que morremos por algo que
não seja ilusório.
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1. Tayon. 23 de julho de 2012 At 20:58

No livro de Eclesiaste no canon bíblico cap 1 ves 1-3


cabalisticamente já cita está sua palestra, porém, o homem passa
a natureza não, assim como não passará o sol e a lua. O homem
vive o ledo engano da autoridade psiquicá, a fasr do Mestre
Yeohúshua: É preciso morrer, para entrar no reino dos céus.
Significa, martar os vicíos e a manisfestação do ego carnal; para
isso o homem precisa nascer de novo, ou seja morrer o velho
homem de todas suas mazelas e vicíos de seu ego emocionais e
psiquíco, para ser torna um novo homem.
Uma outra analogia: O que amarrares na terra, será amarrado no
céu, no ponto de maior intercessão, estava o coração de
Yeohúshua e acima de sua cabeça o Cristo Celestial. Por isso é
preciso subir em direção ao estado Cristico.
At: Tayon

Há escolas que enfatizam a ideia de que existem 12 caminhos,


relacionados com as 12 constelações zodiacais. Existem instituições que
supõem que os caminhos são 7.

Jesus, o Cristo, que foi o maior instrutor dos últimos tempos, não disse
que existiam vários caminhos. Nós, que estudamos a fundo tanto os
Quatro Evangelhos quanto os chamados Apócrifos (que realmente de
apócrifos não têm nada), pudemos evidenciar, verificar, que em nenhum
de seus ensinamentos figuram vários caminhos.

Quando investigamos Gurdjieff e seu discípulo Ouspensky, ou o senhor


Collins, ou o doutor Nicoll, verdadeiros exegetas do Quarto Caminho,
podemos evidenciar que realmente aceitam um só caminho.”
(Samael Aun Weor, em Os Quatro Caminhos)

Um Caminho Hermético e Secreto


Jesus, o Grande Cabir, disse: “Conhecei a verdade e ela vos libertará”.
Mais além de nossas hipóteses, crenças, suposições ou teorias, está isto
que se conhece como a VERDADE, a GRANDE REALIDADE: o manancial
puro de vida, capaz de liberar-nos deste mundo de aparências, deste
mundo relativo, deste mundo de ilusões.
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Essa Verdade não é nem será, jamais, patente exclusiva de qualquer


escola, credo, filosofia ou grupo social. Está mais além do tempo, e
somente pode ser experimentada com plena manifestação da divina
Consciência.

Adquirir essa preciosa joia (a Consciência) e mergulhar no oceano da


GRANDE REALIDADE somente é possível vivendo, de instante em
instante, os postulados, chaves e práticas que são e sempre foram
ensinados pelo Gnosticismo Universal.

Essa atitude ante a vida, essa doutrina atemporal, leva o neófito pela
mão por uma senda muito particular, uma senda misteriosa: o Caminho
que leva ao Real.

Entretanto, sem querer de modo algum ferir delicadas susceptibilidades,


devemos enfatizar a ideia básica de que no ambiente cultural-espiritual
da humanidade contemporânea coexistem variadas instituições
veneráveis, que acreditam muito sinceramente conhecer esse caminho
secreto e que, entretanto, não o conhecem.

A Gnose é o Farol que ilumina nosso Caminho rumo ao SER DIVINO, nossa
Realidade Última
Permita-nos, leitor, a liberdade de dizer, com grande solenidade, que
não queremos fazer crítica destrutiva: Enfatizamos, e é evidente que
isso não é delito.

Obviamente, e por simples e profundo respeito para com nossos


semelhantes, jamais nos pronunciaríamos contra nenhuma instituição.

Nenhum elemento humano poderia ser criticado pelo fato de


desconhecer algo que nunca lhe foi ensinado. O Caminho Secreto jamais
foi desvelado publicamente.

Em termos rigorosamente socráticos, diríamos que muitos eruditos que


pretendem conhecer a fundo a Senda do Fio da Navalha “não só
ignoram, como também ignoram que ignoram”. Não querendo indicar ou
assinalar organizações espirituais de nenhum tipo e sem ânimo de ferir
ninguém, diremos simplesmente que o ignorante ilustrado não apenas
não sabe, como, além disso, não sabe que não sabe.

Em todos os livros sagrados da Antiguidade se faz alusão ao Caminho


Secreto, ele é citado, nomeado em muitos versículos, mas as pessoas
não o conhecem.
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O propósito destes estudos é certamente desvelar, mostrar, indicar a


senda esotérica que conduz à liberação final. Antes de mais nada, temos
de querer uma mudança verdadeira, sair desta rotina aborrecida, desta
vida meramente mecânica, cansativa…

O Caminho, Antigamente e Agora


É evidente que, devido à sua universalidade, os Sagrados Mistérios que
hão de conduzir o homem à liberação final floresceram em todas as
épocas pelas quais passou este planeta. Nos tempos já passados, não se
entregava esse Conhecimento a ninguém que não tivesse previamente
demonstrado um grande anseio por liberar-se, um extremo valor para
enfrentar as adversidades e um profundo respeito por esses
ensinamentos e tesouros, ainda secretos para ele.

A fim de orientar nossos queridos leitores, quero verter, nestas páginas,


algumas lembranças de épocas ancestrais…

Se eu dissesse publicamente que recordo perfeitamente todas as minhas


existências anteriores, talvez fosse motivo de zombaria entre os
doutores da razão. Mas, para honrar a verdade, devo dizer a vocês que
esse riso irônico não importa, nem a nós nem à ciência. Com justa razão
dizia Victor Hugo: “Quem ri do que desconhece está a caminho de ser
idiota”. Dar fé de tudo aquilo que realmente experimentamos
diretamente é um dever para com nossos semelhantes, e esse é nosso
único propósito.

Francamente, meu caso não é o único. Outras pessoas também


recordam suas existências anteriores com clareza. Para nós, a
reencarnação é um fato e não meras conjecturas da mente…

Pois bem, vocês devem saber que estive reencarnado na terra sagrada
dos Faraós, durante a dinastia do faraó Quéfren. Conheci a fundo os
antigos Mistérios do Egito secreto, e em verdade digo que jamais pude
esquecê-los. Uma tarde qualquer, não importa qual, caminhando
lentamente pelas areias do deserto, sob os ardentes raios do sol tropical,
atravessei silenciosamente, como um sonâmbulo, uma rua misteriosa de
esfinges milenares, diante do olhar exótico de uma tribo nômade, que de
suas tendas me observavam…

À sombra de uma antiquíssima pirâmide, detive-me por um momento


para descansar um pouco e arrumar com paciência as correias de uma
de minhas sandálias. Depois, diligente, procurei ansiosamente a augusta
entrada, eu queria retornar ao caminho reto. O guardião, como sempre,
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estava no umbral do Mistério. Impossível esquecer aquela figura


hierática de rosto bronzeado e pomos salientes.

Esse homem era um colosso. Na mão direita empunhava com heroísmo


a terrível espada, seu porte era todo formidável, e não há dúvida de que
usava com pleno direito o mandil maçônico.

O interrogatório foi muito severo:

“Quem és?”
“Sou um suplicante que venho, cego, em busca da Luz.”
“O que desejas?”
“Luz.”

Seria muito longo transcrever aqui, dentro dos limites deste capítulo,
todo o já conhecido exame verbal. Depois, de uma forma que qualifico
de violenta, despojou-me de todo objeto metálico e até da sandália e da
túnica. O mais interessante foi o instante em que aquele homem
hercúleo me tomou pela mão para introduzir-me no Santuário. Foram
inesquecíveis aqueles instantes em que a pesada porta girou sobre seus
gonzos de aço, produzindo esse Dó misterioso do velho Egito.

O que ocorreu, depois, o encontro macabro com o “Irmão Terrível” (as


provas do Fogo, Ar, Água e Terra) pode ser encontrado por qualquer
iluminado nas memórias da Natureza.

Na Prova de Fogo tive de controlar a mim mesmo o melhor possível,


quando atravessei um salão em chamas, cujo piso estava cheio de vigas
de aço acesas em vermelho vivo. Era muito estreita a passagem entre
aqueles tirantes de ferro ardente, mal havia espaço para colocar os pés.
Por aqueles tempos, muitos aspirantes pereceram neste esforço…

Ainda recordo com horror aquela argola de aço encravada na rocha, ao


fundo só se via o horrível precipício tenebroso. Contudo, saí vitorioso na
Prova do Ar. Ali, onde outros pereceram, eu triunfei…

Passaram-se muitos séculos e ainda não pude esquecer, apesar do pó de


tantos anos, aqueles crocodilos sagrados do lago. Se não fosse pelas
conjurações mágicas, eu teria sido devorado por esses répteis, como
sucedeu a muitos aspirantes…

Inumeráveis infelizes foram triturados e quebrantados pelas rochas na


Prova da Terra, mas eu triunfei e vi com indiferença duas massas que
ameaçavam minha vida, fechando-se sobre mim, como que para
reduzir-me a poeira cósmica…
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Certamente, eu não sou mais que um mísero verme do lodo da terra,


mas saí vitorioso.

Assim foi, em verdade, como retornei à Senda da Revolução da


Consciência, depois de haver sofrido muito.

Fui recebido no Colégio Iniciático, vestiram-me solenemente com a


túnica de linho branco dos Sacerdotes de Ísis, e em meu peito foi
colocada a Cruz Tao egípcia.

Todas essas provas iniciáticas eram realmente um filtro, para trás


ficavam sempre os medrosos e curiosos. Os ensinamentos que o
aspirante ia receber eram muito valiosos para que alguém os
profanasse. Os sábios daqueles templos não podiam permitir que o
Sagrado Mistério do Ser fosse vulgarizado ou tergiversado. Só o valor e
o coração sincero triunfavam nessas provas.

Hoje em dia as provas mudaram. Já não se passam no mundo físico. A


forma, e não o fundo, foi modificada. Os tempos em que vivemos assim
o requerem.

Sendo o mesmo Ensinamento, a eterna Gnose, que se entregou em


todos os Templos e Escolas Iniciáticas, atualmente o filtro para conhecê-
la já não são as 4 Provas da Natureza do Antigo Egito ou outras provas
que beneméritas instituições tiveram; o filtro é a própria barafunda de
filosofias e credos das pseudoescolas, que confunde extremamente o
sincero buscador do caminho que leva à Luz. Para o navegante
inexperiente, na obscuridade da noite, não é nada fácil encontrar entre
as estrelas aquela que lhe assinala o norte…

Amigo leitor, chegando a este ponto só podemos dizer-lhe uma coisa:


investigue, comprove e verifique os postulados gnósticos. Não se
conforme com crer ou não crer. Este ensinamento lhe proporcionará
todas as chaves e práticas para que o corrobore por você mesmo. Só
assim poderá saber com certeza se a Gnose é uma teoria mais ou
realmente é esse “mapa do Caminho” que há de conduzir-nos à Grande
Realidade que a tudo sustenta…

A Vida Rotineira
“É indispensável saber de onde viemos, para onde vamos, por que
estamos aqui e para quê. Viver por viver, comer para existir, trabalhar
para comer, não pode ser na verdade o único objetivo da vida…
Indubitavelmente, temos de resolver o enigma de nossa existência,
temos de entender o sentido da vida…
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Assim, chegou a hora de saber quem somos. O corpo físico não é tudo,
ver o organismo humano de qualquer pessoa não é haver conhecido em
verdade o Ser…” (Samael Aun Weor, na conferência O Que Somos e o
Que Devemos Ser)

Ainda que pareça incrível, é muito certo e totalmente verdadeiro que


esta tão cacarejada civilização moderna é espantosamente feia, não
reúne as características transcendentais do sentido estético, está
desprovida de beleza interior. É exagerada a nossa presunção com estes
horripilantes edifícios de sempre, que parecem verdadeiras ratoeiras.

O mundo tornou-se tremendamente tedioso, as mesmas ruas de sempre


e prédios horripilantes por onde quer que se vá. Tudo isto virou rotina,
no Norte e no Sul, no Leste e no Oeste do mundo. É o mesmo uniforme
de sempre, horripilante, nauseante, estéril. Modernismo, exclamam as
multidões.

Parecemos verdadeiros pavões vaidosos com o terno que vestimos e


com os sapatos muito brilhantes, ainda que por toda parte circulem
milhões de infelizes famintos, desnutridos, miseráveis.

A simplicidade e a beleza natural, espontânea, ingênua, desprovida de


artifícios e pinturas vaidosas, desapareceu no sexo feminino. Agora
somos modernos… Assim é a vida.

As pessoas tornaram-se espantosamente cruéis, a caridade esfriou e


ninguém se apieda mais de ninguém.

As vitrines das luxuosas lojas resplandecem com luxuosas mercadorias,


que, definitivamente, estão fora do alcance dos infelizes.
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E a única coisa que os párias da vida podem fazer é contemplar sedas e


joias, perfumes em luxuosos frascos e guarda-chuvas para tempestades.
Ver sem poder tocar, suplício semelhante ao de Tântalo.

As pessoas destes “tempos modernos” tornaram-se demasiadamente


grosseiras. 0 perfume da amizade e a fragrância da sinceridade
desapareceram radicalmente.

As multidões gemem sobrecarregadas de impostos. Todo mundo está


com problemas, nos devem e devemos, nos processam e não temos com
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que pagar, as preocupações despedaçam cérebros e ninguém vive


tranquilo.

Os burocratas, com a “curva da felicidade” na barriga e um bom charuto


na boca, no qual psicologicamente se apoiam, fazem malabarismos
políticos com a mente, sem dar a mínima importância para a dor dos
povos.

Ninguém é feliz hoje em dia, menos ainda a classe média, que se


encontra entre a espada e a parede. Ricos e pobres, crentes e
descrentes, comerciantes e mendigos, sapateiros e funileiros vivem
porque têm de viver, afogam na bebida suas torturas e até se
convertem em drogados para escapar de si mesmos.

As pessoas tornaram-se maliciosas, receosas, desconfiadas, astutas,


perversas, já ninguém confia em ninguém. Diariamente inventam-se
novas condições, certificados, papelada de todo tipo, documentos,
credenciais etc., mas nada disso adianta. Os espertalhões zombam de
todas essas tolices, não pagam, esquivam-se da lei, ainda que tenham
de ir parar na cadeia.

Nenhum emprego dá felicidade. O sentido do verdadeiro amor se perdeu


e as pessoas casam-se hoje e divorciam-se amanhã. A unidade dos lares
se perdeu lamentavelmente. A “vergonha orgânica” já não existe. O
lesbianismo e o homossexualismo tornaram-se mais comuns que lavar
as mãos.

Saber algo sobre tudo isso, tratar de conhecer a causa de tanta


podridão, inquirir, buscar, é certamente o que nos propomos na Gnose.

Inquietudes
É evidente que a toda essa vida rotineira e cruel, cheia de sofrimentos e
dissabores, temos de acrescentar a grande frieza que existe nas
pessoas, é o frio do que não tem importância, do superficial. As
multidões creem que importante é o que não é importante, supõem que
sério é a última moda, o automóvel último tipo ou a questão do salário
mínimo. Chamam de sérios a crônica do dia, a aventura amorosa, a vida
sedentária, o copo de bebida, a corrida de cavalos, a corrida de
automóveis, o futebol, a fofoca, a calúnia etc.

Obviamente, quando o homem do dia ou a mulher do salão de beleza


escutam algo sobre esoterismo, e como isso não está em seus planos
nem em suas discussões ou em seus prazeres sexuais, respondem com
um não-sei-que de frieza espantosa ou simplesmente retorcem a boca,
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levantam os ombros e se retiram com indiferença. Essa apatia


psicológica, essa frieza que espanta, tem dois fundamentos: primeiro, a
ignorância mais tremenda, e, segundo, a ausência mais absoluta de
inquietudes espirituais.

Falta um contato, um choque elétrico, que ninguém lhe deu na loja,


tampouco naquilo que se acreditava sério e muito menos nos prazeres
da cama. Se alguém fosse capaz de dar ao frio imbecil ou à mulherzinha
superficial o choque elétrico do momento, a faísca do coração, alguma
reminiscência estranha, um não-sei-que demasiado íntimo, talvez então
tudo fosse diferente…

Mas algo abafa a vozinha secreta, o chamado do coração, o anseio


íntimo. Possivelmente qualquer bobagem, o bonito chapéu da vitrine, o
doce delicioso de um restaurante, o encontro com algum amigo que
mais tarde não tem para nós nenhuma importância etc.

Tolices que, não sendo transcendentais, têm, num dado instante, força
suficiente para apagar a primeira inquietude espiritual, o anseio íntimo,
a insignificante chispa de luz, a voz do coração que, sem saber por que,
nos inquietou por um momento.

Se esses que hoje são mortos-vivos, frios notívagos do clube ou


simplesmente vendedores de guarda-chuvas nas lojas da rua principal
não tivessem sufocado a primeira inquietude íntima, seriam neste
momento luminares do espírito, Adeptos da luz, homens autênticos no
sentido mais completo da palavra.

A faísca, o toque no coração, um suspiro misterioso, um não-sei-quê…,


foi sentido alguma vez pelo açougueiro da esquina, pelo engraxate ou
pelo doutor de primeira categoria, mas tudo foi em vão, as tolices da
personalidade sempre apagam a primeira faísca da luz; depois
prossegue o frio da mais espantosa indiferença… Inquestionavelmente,
cedo ou tarde as pessoas são engolidas pela Lua, esta é uma verdade
incontrovertível.

Não há ninguém que não haja sentido alguma vez na vida um toque no
coração, uma estranha inquietude. Infelizmente, qualquer coisa da
personalidade, por tola que esta seja, é suficiente para reduzir a poeira
cósmica isso que no silêncio da noite nos comoveu por um momento.

A Lua ganha sempre essas batalhas, ela se alimenta, nutre-se


precisamente com nossas próprias debilidades. A Lua é terrivelmente
mecanicista, o humanoide lunar, desprovido por completo de toda
inquietude solar, é incoerente e se move no mundo de seus sonhos.
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Se alguém fizesse o que ninguém faz, isto é, avivar a inquietude íntima,


surgida talvez no mistério de alguma noite, não há dúvida de que com o
tempo assimilaria a inteligência solar e se converteria, por tal motivo,
em Homem Solar.

Isso é precisamente o que o Sol quer, mas essas sombras lunares, tão
frias, apáticas e indiferentes, sempre são tragadas pela Lua, e depois
vem a igualação da morte… A morte iguala tudo. Qualquer morto-vivo,
desprovido de inquietudes solares, degenera terrivelmente de forma
progressiva até que a Lua o devore.

O Sol quer criar homens, está fazendo esta experiência no laboratório da


natureza. Infelizmente, tal experiência não lhe tem dado muito bons
resultados, a Lua devora as pessoas.

Contudo, isto que estamos dizendo não interessa a ninguém, muito


menos aos ignorantes ilustrados, eles se sentem “a mamãe dos
pintinhos” ou “o papai do Tarzan”…

O Sol depositou dentro das glândulas sexuais do animal intelectual,


equivocadamente chamado homem, certos germes solares que,
convenientemente desenvolvidos, poderiam nos transformar em Homens
autênticos.

Porém, por causa precisamente do FRIO LUNAR, o experimento solar


torna-se espantosamente difícil. As pessoas não querem cooperar com o
Sol e, por tal motivo, com o tempo, os germes solares involuem,
degeneram e se perdem lamentavelmente. A chave-mestra da Obra do
Sol está na dissolução dos elementos indesejáveis que levamos dentro.

Quando uma raça humana perde todo o interesse pelas ideias solares, o
Sol a destrói porque já não lhe serve para seu experimento. Como esta
Raça atual tornou-se insuportavelmente lunar, terrivelmente superficial
e mecanicista, já não serve para o experimento solar, motivo mais que
suficiente para que seja destruída…

Para que haja inquietude espiritual contínua, é necessário passar o


Centro Magnético de Gravidade para a Essência, para a Consciência…
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Infelizmente, as pessoas têm o Centro Magnético de Gravidade na


personalidade, no café, no bar, nos negócios de banco, na casa de
encontros ou na praça do mercado etc.

Obviamente, todas essas coisas são da personalidade, cujo centro


magnético atrai todas essas coisas. Isso é incontrovertível e qualquer
pessoa que tenha bom senso pode verificá-lo por si mesma e de forma
direta.

Desgraçadamente, ao ler tudo isso, os velhacos do intelecto,


acostumados a discutir demasiado ou a calar com um orgulho
insuportável, preferem deixar de lado o livro com desdém e ler o jornal.
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Uns quantos goles de bom café e a crônica do dia constituem um


magnífico alimento para os mamíferos racionais. No entanto, eles se
sentem muito sérios. Indubitavelmente, estão alucinados por suas
próprias sabichonices, e essas coisas de tipo solar escritas neste livro
insolente os incomodam muito. Não há dúvida de que os olhos boêmios
dos homúnculos da razão não se atreveriam a continuar com estes
estudos.

Conclusão: As Duas Linhas da Vida


“Encontramo-nos, de instante em instante, diante de dois Caminhos: o
Horizontal e o Vertical…

É evidente que o Horizontal é muito concorrido, por ele andam “Vicente


e toda a gente”, “o Sr. Raimundo e todo mundo”.

É evidente que o Vertical é diferente, é o caminho dos rebeldes


inteligentes, dos Revolucionários…

Quando alguém se lembra de si mesmo, quando trabalha sobre si


mesmo, quando não se identifica com todos os problemas e sofrimentos
da vida, de fato vai pela Senda Vertical…”
(Samael Aun Weor, no livro Psicologia Revolucionária)

Qual é o objetivo real de nossa existência? Para que estamos aqui? Por
quê? Isso é algo que devemos elucidar com claridade meridiana, algo
que devemos pesar, analisar, examinar serenamente.

Com que objetivo vivemos no mundo? Sofremos o indizível, para quê?


Lutamos para conseguir isso que se chama “pão, roupa e refúgio” e,
depois de tudo, como ficamos? Em que resultam todos os nossos
esforços? Viver por viver, trabalhar para viver e depois morrer, é por
acaso uma coisa maravilhosa? Em verdade, amigos, faz-se necessário
compreender o sentido de nossa existência, o sentido do viver.

Existem duas linhas na vida, uma que poderíamos chamar de Horizontal


e a outra de Vertical, e formam cruz dentro de nós mesmos, aqui e
agora, nem um segundo antes, nem um segundo depois. Necessitamos
objetivar um pouco essas duas linhas.

A Horizontal começa com o nascimento e termina com a morte, diante


de cada berço existe a perspectiva de um sepulcro, tudo que nasce deve
morrer. Na Horizontal estão todos os processos do nascer, crescer,
reproduzir-se, envelhecer e depois morrer. Na horizontal estão todos os
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vãos prazeres da vida, bebidas, fornicações, adultérios etc. Na horizontal


estão a luta pelo pão de cada dia, a luta para não morrer, para existir
sob a luz do Sol. Na horizontal estão todos esses sofrimentos íntimos da
vida prática, no lar, na rua, no trabalho etc.. A linha horizontal não pode
nos oferecer nada de maravilhoso…

Mas existe outra linha diferente, referimo-nos à Vertical. Nessa Vertical


extraordinária, nessa escada maravilhosa, estão os distintos Níveis de
Ser, estão os poderes transcendentais e transcendentes do Íntimo. Na
Vertical estão os poderes esotéricos, os poderes que divinizam, a
Revolução da Consciência etc.

Com as forças da Vertical podemos influir decisivamente sobre os


aspectos horizontais da vida prática, podemos mudar totalmente nosso
próprio destino, fazer de nossa vida uma coisa diferente, distinta, passar
a ser algo totalmente diferente do que temos sido, do que somos, do
que temos conhecido nesta amarga existência.

A Vertical é, portanto, maravilhosa, revolucionária por natureza, mas é


necessário ter um pouquinho de inquietudes.

Antes de mais nada perguntamos a nós mesmos, e com isso


perguntamos ao nosso caro leitor: estamos, por acaso, contentes com o
que somos? Quem se sente feliz, no sentido mais completo da palavra?
Quem se sente, realmente, plenamente feliz?

Devemos ser sinceros, nenhum de nós pode dizer que se sente em um


oásis de bem-aventurança, temos inquietudes terríveis, dissabores,
ansiedades, amarguras, sofremos muito e nosso coração palpita com
uma intensidade tremenda…

No interior do ser humano existem inúmeras contradições, bloqueios, traumas,


fobias, maus hábitos e defeitos psicológicos que precisam ser eliminados, para que
triunfe o Ser Divino. Esse Trabalho está simbolizado nos mercadores do templo
que são expulsos por Jesus
Necessitamos sair desta lama em que nos encontramos. Necessitamos,
de verdade, mudar radicalmente; e isto só será possível se apelarmos
aos poderes transcendentais da Vertical.

Quando alguém, que anda pela Horizontal, se lembra de si mesmo, de


seu próprio Ser (sua realidade íntima); quando alguém se pergunta:
“Quem sou? De onde venho? Para onde vou? Qual é o objetivo da
existência?” Indubitavelmente, esse alguém entra pela senda Vertical, a
senda da Revolução da Consciência, a senda que conduz ao Super-
Homem.
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Chegou a hora do Super-Homem, o animal intelectual realmente não é


mais que uma ponte estendida entre o animal inferior e o Super-
Homem. Necessitamos converter-nos em verdadeiros reis da criação, em
amos de nós mesmos, em senhores de tudo o que é, de tudo o que foi e
de tudo o que será…

É urgente uma mudança, uma transformação total. Urge sair o quanto


antes deste cipoal, deste caos em que nos encontramos e no qual nos
debatemos miseravelmente.

As leis da Terra jamais poderiam nos dar a paz, as leis da Terra nunca
poderiam nos dar a autêntica felicidade que transforma radicalmente, as
leis da Terra nunca poderiam nos dar a liberdade.

Assim, é urgente meter-nos pelo Caminho Vertical, que está dentro de


nós mesmos, aqui e agora. Chegou a hora da Grande Revolução, da
Revolução Psicológica, da Revolução em marcha, da Revolução que há
de nos conduzir ao Super-Homem…

Amigos, reflitamos sobre o Super-Homem… É extraordinário entrar pela


Senda Vertical revolucionária, que há de nos conduzir inevitavelmente à
liberação final.

Quem é feliz hoje em dia? Não o somos, e não o seremos nunca se não
nos dedicarmos a percorrer com firmeza a Senda Vertical. Não seremos
felizes enquanto não cheguemos à altura do Super-Homem. Não
seremos felizes enquanto não liberemos a Consciência do lodo doloroso
deste mundo. Não seremos felizes enquanto não experimentemos Isso
que é o Real, Isso que não é do tempo, Isso que é a Verdade…

O Início da Revolução Interior


Na Senda Vertical está a Revolução da Consciência. Quando alguém
admite que tem uma psicologia própria, indubitavelmente começa a
trabalhar sobre si mesmo, então, é óbvio que entra pela Senda Vertical…

Somos um verdadeiro enigma para nós mesmos, um enigma a decifrar,


um enigma que temos de resolver, um enigma que temos de
quebrantar. Lamentavelmente, não nos conhecemos, ainda que
creiamos que sim.

Necessitamos ser sinceros com nós mesmos, necessitamos fazer a


dissecação do “Mim mesmo”, do “Si mesmo”, do “Eu mesmo”, isto é, de
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todo este conjunto de elementos indesejáveis que levamos em nosso


interior: Ira, Cobiça, Luxúria, Inveja, Orgulho, Preguiça, Gula etc.

Facilmente admitimos que temos um corpo físico, provido de órgãos,


mas poucos compreendem de verdade que temos uma psicologia
particular. Quando alguém entende que tem uma psicologia, começa a
trabalhar sobre si mesmo, aqui e agora; quando alguém compreende
que tem uma psicologia, inicia o processo de auto-observação
psicológica.

Quem começa a observar a si mesmo converte-se de fato em indivíduo


diferente, distinto de todos, completamente distinto. Mas as pessoas
têm a tendência a admitir somente a questão física, o tridimensional, o
corpo denso, porque o podem ver, ouvir, tocar e apalpar. Poucos em
verdade são aqueles que sinceramente aceitam ter uma psicologia de
tipo bem particular. Quando alguém aceita isso, de fato começa a se
auto-observar, e isso o torna bem diferente diante do próximo.
Observar-se para conhecer-se é transcendental e definitivo…

Quando alguém vem a conhecer a si mesmo profundamente, conhece os


segredos do Universo inteiro. Na Senda Vertical nos propomos, antes de
mais nada, a conhecer a nós mesmos, porque só conhecendo a nós
mesmos conheceremos os mistérios do Universo que nos rodeia.

Na Senda Vertical, querido leitor, temos de fazer um inventário


psicológico de nós mesmos para sabermos o que temos e o que nos
falta. Há muita coisa em nós que devemos eliminar, muitos erros,
muitos vícios e muitos defeitos… e também há muita coisa que devemos
conquistar, muitas faculdades, muitas virtudes…

É evidente e qualquer um pode compreender que as duas linhas –


Horizontal e Vertical – se encontram de momento em momento em
nosso interior psicológico e formam cruz. Dentro de nós mesmos existe
um ponto matemático. Não se encontra no passado, tampouco no
futuro… Quem quiser descobrir esse ponto misterioso deve buscá-lo aqui
e agora, dentro de si mesmo, exatamente nesse instante, nem um
segundo à frente, nem um segundo atrás…

Os dois paus, o Vertical e o Horizontal, da Santa Cruz se encontram


neste ponto…

A cada instante o ser humano se debate entre dois Caminhos: o


Horizontal e o Vertical. É evidente que o horizontal não é difícil de viver.
Igual a um tronco que sem esforço é arrastado pelas águas de um rio,
assim o homem da Horizontal é arrastado pela vida. O Vertical, contudo,
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implica grandes esforços, há que se nadar contra a corrente. No Vertical


encontramos o homem que pensa, sente e atua corretamente, e
ninguém poderia negar que isso não é nada fácil.

Encontramo-nos, neste mesmo momento, entre duas opções. Se


observarmos corretamente qualquer instante de nossa vida, captaremos
sempre algo que deseja viver por viver, sem nenhum sentido
transcendente, e, de forma oposta, é seguro que também encontramos
alguma inquietação, um belo anseio, uma chispa de esperança por levar
uma vida mais profunda, mais séria, definitiva, para despertar-nos para
a Grande Realidade que a tudo sustenta.

Amável leitor, encontramo-nos então em uma grande encruzilhada…


Filosoficamente, diríamos assim: SER OU NÃO SER, eis o dilema…

Os Diferentes Níveis de Ser


“Vocês, por acaso, já se deram conta de seu próprio Nível de Ser, do
Nível de Ser no qual se encontram? Estão conscientes de que estão
hipnotizados, de que estão adormecidos? Vocês já se deram conta de
que se identificam, não apenas com as coisas externas, com o mundo
exterior, mas que também andam identificados com vocês mesmos, com
seus pensamentos luxuriosos, com suas bebedeiras, com suas iras, suas
cobiças, com a vaidade, com a soberba , com o orgulho místico, com o
automérito etc.?

Uma Reflexão
Vocês já se deram conta de que se identificaram não só com o exterior,
mas também com isso que é a vaidade, com isso que é o orgulho? Por
exemplo, vocês hoje triunfaram sobre o dia ou o dia triunfou sobre
vocês? O que fizeram no dia de hoje, meus queridos irmãos? Que defeito
psicológico eliminaram? Vocês estão certos de não terem se identificado
hoje com algum pensamento mórbido ou algum pensamento cobiçoso,
com o orgulho, com o insultador, com alguma preocupação, alguma
dívida etc. etc. etc.?

Que fizeram no dia de hoje? Já se deram conta do Nível de Ser em que


se encontram? Passaram a um Nível de Ser superior ou ficaram onde
estavam? Que fizeram? A que se dedicaram no dia de hoje, meus caros
irmãos? Vocês creem, por acaso, que é possível passar a um Nível do
Ser superior se não eliminarmos defeitos psicológicos? Ou será que
vocês estão contentes com o Nível do Ser em que atualmente se
encontram?” (Samael Aun Weor, conferência O Segredo da Lua)
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Na Senda Vertical estão os distintos Níveis de Ser. Quando alguém


começa a trabalhar sobre si mesmo para eliminar tal ou qual defeito
psicológico, indubitavelmente entra de fato e por direito próprio em um
Nível Superior do Ser…

Ninguém pode negar que existem distintos níveis sociais: gente de igreja
e de prostíbulo, do comércio e do campo etc.

Assim também existem distintos Níveis de Ser. O que somos


internamente, esplêndidos ou mesquinhos, generosos ou tacanhos,
violentos ou pacíficos, castos ou luxuriosos, atrai as diversas
circunstâncias da vida…

Um luxurioso atrairá sempre cenas, dramas e até tragédias de lascívia


nas quais se verá envolvido… Um bêbado atrairá outros bêbados e se
verá sempre metido em bares e cantinas, e isso é óbvio… Que atrairá o
usurário, o egoísta? Quantos problemas, prisões, desgraças?

Imaginemos por um momento uma vaca ao pé do estábulo: seu próprio


Nível de Ser atrai sua própria vida. Se tirarmos a vaca do estábulo e a
levarmos para nossa casa, se a colocarmos ali com uma camareira, a
escovarmos muito bem e a enchermos de talco, a perfumarmos, nem
por isso deixará de ser vaca.  Ela continuará com seus costumes de vaca
e fará então de nossa bela casa um estábulo. O Nível de Ser de cada
qual atrai sua própria vida.

Se tirarmos do meio da multidão um mendigo esfarrapado e o levarmos


ao Palácio de Buckingham, para que viva ali ao lado da Rainha Elizabeth,
ao princípio será atendido por muitos criados, será considerado um
grande senhor, mas seu Nível de Ser atrairá sua própria vida. Logo, os
criados daquele Palácio verão que o mendigo tem costumes bem
diferentes dos do Palácio, verão que é avarento, que guarda o dinheiro
de forma terrível, que não gasta jamais um centavo, nem para ajudar
um amigo.

Perceberão sua irritabilidade, perceberão sua falta de escrúpulos, sua


murmuração, como fala mal dos outros, que se vingará de seus inimigos
etc. E, afinal, chegará o momento em que ele se verá só, em pleno
Palácio de Buckingham, e, ainda que se vista da melhor maneira
possível, continuará sendo o que é, um mendigo…

O Nível de Ser de cada qual atrai sua própria vida… um homem é o que
é sua vida…
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Muitos se preocupam em ter enorme quantidade de dinheiro e dizem:


“Se eu ganhasse na loteria, minha vida seria bem diferente, com a
Loteria Especial de Natal, tudo mudaria radicalmente…”

Mas isso é falso, completamente falso, porque o Nível de Ser atrai sua
própria vida… Convém refletirmos sobre todas essas questões. Não é
conseguindo enorme quantidade de dinheiro que vamos mudar nossa
própria existência, não. O que necessitamos é passar a um Nível
Superior de Ser.

Coloquemo-nos por um momento em um desses lugares estranhos da


cidade, em uma dessas cidades perdidas, em um desses lugares onde
vivem essas pessoas que invadem um terreno e da noite para o dia
formam ali uma coletividade que chamaríamos de infra-humana.

Próximo a um bairro campestre da Cidade do México chegou um grupo


dessas pessoas. Viviam em um terreno alheio que haviam ocupado,
lutavam entre si diariamente, se embebedavam, se feriam mutuamente,
se matavam, e aquele bairro, que antes vivia tranquilo, teve de passar
por surpresas inauditas.

Diariamente, as patrulhas da polícia faziam soar ali suas sirenes,


ouviam-se gritos de dor, de ódio, de ira etc., e aquelas pessoas infelizes
continuavam, como sempre, sofrendo terrivelmente. Obviamente, seu
Nível de Ser atraía sua própria vida.

Se um desses homens pudesse refletir, por um momento, ainda que


fosse só por um instante, se tivesse se proposto a estudar a si mesmo,
se tivesse descoberto seus defeitos psicológicos e ousado meter-se pela
Senda Vertical revolucionária da Psicologia, obviamente haveria podido
eliminar alguns defeitos, talvez a ira, possivelmente o ódio, o egoísmo, a
murmuração etc.

Conclusão: mudaria seu Nível de Ser e, mudando seu Nível de Ser, seus
costumes se refinariam. Indubitavelmente, então já não poderia
entender-se com aquelas pessoas que o rodeavam, e essas pessoas
tampouco se entenderiam com ele, precisaria fazer novas amizades e,
simplesmente pela Lei de Afinidades Psicológicas, faria novas amizades.

Resultado: ao mudar de Nível de Ser mudaria sua vida, essas novas


amizades possivelmente lhe trariam novas oportunidades. Mediante a
inter-relação mudaria o aspecto econômico de sua própria existência,
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conseguiria um trabalho diferente, melhoraria notavelmente. Assim, o


Nível de Ser de cada qual atrai sua própria vida…

Na Senda Vertical temos a oportunidade de mudar o nosso próprio Nível


de Ser. Se eliminamos de nós mesmos os defeitos psicológicos, o
resultado será extraordinário, porque, ao mudar nosso próprio Nível de
Ser toda a nossa vida mudará também. Quando alguém muda
radicalmente, muda também tudo o que o rodeia.

Essas circunstâncias incômodas da existência, as circunstâncias nada


agradáveis da vida, não são mais que meras projeções do que acontece
em nosso interior. Se mudamos em nosso interior, as circunstâncias
externas mudarão também, mas, se não mudamos interiormente, as
circunstâncias externas tampouco mudarão.

Já disse Immanuel Kant, o filósofo de Koenigsberg: “O exterior é o


interior”. Em outras palavras, podemos esclarecer dizendo: “O exterior
não é mais do que o reflexo do que somos interiormente”.

Se somos pessoas iracundas, se odiamos, se somos ciumentos,


invejosos, perversos, as circunstâncias à nossa volta serão perversas,
fatais, sinistras, podendo até figurar nos jornais de baixo nível. E, se
somos pessoas decentes, se vivemos em harmonia com o Infinito, se
respiramos paz, se irradiamos amor, felicidade, contentamento, as
circunstâncias que emanaremos serão belas, teremos relações
belíssimas, haverá harmonia com todos os que nos cercam…

Muitos se queixam dos problemas da vida: “Meu marido fugiu com


outra”, diz a mulher; “minha esposa já não me ama”, diz o marido;
“meu dinheiro não chega até o fim do mês”, diz alguém; “meu pai fica
bêbado e bate na minha mãe”, diz o filho; “vão me mandar embora de
casa e não tenho para onde ir”, diz outro; “meus filhos são
delinquentes”, afirma com aflição uma mãe…

Todos querem resolver seus problemas, todos anseiam viver em paz, ter
uma harmonia extraordinária, ter felicidade. Mas os que assim pensam
não se dão conta de que a raiz de todos os problemas está em seu
interior, de que esses problemas não são mais do que projeções de seu
interior, de que de dentro deles estão saindo os problemas, porque um
homem é o que é sua vida. Se não muda seu próprio Nível de Ser, se
não muda sua vida interior, não mudará nada; o exterior não é mais que
a projeção do interior…

Chegou a hora de entender isso. Querem a felicidade, mas, de onde vão


tirá-la? Não querem admitir que a causa de tudo o que lhes acontece
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está dentro deles mesmos. Sim, cada qual leva as causas de seus
sofrimentos dentro de si mesmo, e, enquanto as causas não se
dissolvam, os sofrimentos tampouco se dissolverão. Todo efeito tem sua
causa, toda causa provoca seu efeito.

Assim, se realmente queremos uma mudança radical, o que primeiro


devemos compreender é que cada um de nós (seja branco, seja negro,
amarelo ou vermelho, ignorante ou culto etc.) está em tal ou qual Nível
de Ser.

É muito certo e totalmente verdadeiro que o Caminho Vertical é também


o Caminho da Autorrealização, o Caminho que nos conduz à Verdade
que a tudo sustenta, é o Caminho do Super-Homem, o Caminho onde se
conquistam extraordinários poderes, atributos e dons.

Contudo, paciente leitor, esse Caminho longo, estreito e difícil começa


aqui e agora, não fugindo das adversidades da vida, mas sim
enfrentando-as com o propósito de melhorar nosso Nível de Ser.

Nunca conhecemos um verdadeiro asceta deste Caminho, um Mestre no


Sendeiro do Conhecimento Secreto que fosse adúltero, fofoqueiro,
iracundo ou invejoso.

Esse Caminho Iniciático requer que previamente mudemos nosso Nível


de Ser. Aí então começa o Caminho.

De que nos serviriam os Poderes que Divinizam se dentro de nós ainda


levamos o rancor, o ódio, o amor-próprio, a cobiça, o medo ou a ira?

Assim, nós que nos colocamos a caminhar pela Senda Vertical, antes de
tudo nos propomos ao autodescobrimento, a conhecer nossos próprios
erros para extirpá-los, para tirá-los de nós mesmos, porque só assim
poderemos mudar fundamentalmente…

Há escolas que enfatizam a ideia de que existem 12 caminhos,


relacionados com as 12 constelações zodiacais. Existem instituições que
supõem que os caminhos são 7.

Jesus, o Cristo, que foi o maior instrutor dos últimos tempos, não disse
que existiam vários caminhos. Nós, que estudamos a fundo tanto os
Quatro Evangelhos quanto os chamados Apócrifos (que realmente de
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apócrifos não têm nada), pudemos evidenciar, verificar, que em nenhum


de seus ensinamentos figuram vários caminhos.

Quando investigamos Gurdjieff e seu discípulo Ouspensky, ou o senhor


Collins, ou o doutor Nicoll, verdadeiros exegetas do Quarto Caminho,
podemos evidenciar que realmente aceitam um só caminho.”
(Samael Aun Weor, em Os Quatro Caminhos)

Um Caminho Hermético e Secreto


Jesus, o Grande Cabir, disse: “Conhecei a verdade e ela vos libertará”.
Mais além de nossas hipóteses, crenças, suposições ou teorias, está isto
que se conhece como a VERDADE, a GRANDE REALIDADE: o manancial
puro de vida, capaz de liberar-nos deste mundo de aparências, deste
mundo relativo, deste mundo de ilusões.

Essa Verdade não é nem será, jamais, patente exclusiva de qualquer


escola, credo, filosofia ou grupo social. Está mais além do tempo, e
somente pode ser experimentada com plena manifestação da divina
Consciência.

Adquirir essa preciosa joia (a Consciência) e mergulhar no oceano da


GRANDE REALIDADE somente é possível vivendo, de instante em
instante, os postulados, chaves e práticas que são e sempre foram
ensinados pelo Gnosticismo Universal.

Essa atitude ante a vida, essa doutrina atemporal, leva o neófito pela
mão por uma senda muito particular, uma senda misteriosa: o Caminho
que leva ao Real.

Entretanto, sem querer de modo algum ferir delicadas susceptibilidades,


devemos enfatizar a ideia básica de que no ambiente cultural-espiritual
da humanidade contemporânea coexistem variadas instituições
veneráveis, que acreditam muito sinceramente conhecer esse caminho
secreto e que, entretanto, não o conhecem.
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A Gnose é o Farol que ilumina nosso Caminho rumo ao SER DIVINO, nossa
Realidade Última
Permita-nos, leitor, a liberdade de dizer, com grande solenidade, que
não queremos fazer crítica destrutiva: Enfatizamos, e é evidente que
isso não é delito.

Obviamente, e por simples e profundo respeito para com nossos


semelhantes, jamais nos pronunciaríamos contra nenhuma instituição.

Nenhum elemento humano poderia ser criticado pelo fato de


desconhecer algo que nunca lhe foi ensinado. O Caminho Secreto jamais
foi desvelado publicamente.

Em termos rigorosamente socráticos, diríamos que muitos eruditos que


pretendem conhecer a fundo a Senda do Fio da Navalha “não só
ignoram, como também ignoram que ignoram”. Não querendo indicar ou
assinalar organizações espirituais de nenhum tipo e sem ânimo de ferir
ninguém, diremos simplesmente que o ignorante ilustrado não apenas
não sabe, como, além disso, não sabe que não sabe.

Em todos os livros sagrados da Antiguidade se faz alusão ao Caminho


Secreto, ele é citado, nomeado em muitos versículos, mas as pessoas
não o conhecem.
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O propósito destes estudos é certamente desvelar, mostrar, indicar a


senda esotérica que conduz à liberação final. Antes de mais nada, temos
de querer uma mudança verdadeira, sair desta rotina aborrecida, desta
vida meramente mecânica, cansativa…

O Caminho, Antigamente e Agora


É evidente que, devido à sua universalidade, os Sagrados Mistérios que
hão de conduzir o homem à liberação final floresceram em todas as
épocas pelas quais passou este planeta. Nos tempos já passados, não se
entregava esse Conhecimento a ninguém que não tivesse previamente
demonstrado um grande anseio por liberar-se, um extremo valor para
enfrentar as adversidades e um profundo respeito por esses
ensinamentos e tesouros, ainda secretos para ele.

A fim de orientar nossos queridos leitores, quero verter, nestas páginas,


algumas lembranças de épocas ancestrais…

Se eu dissesse publicamente que recordo perfeitamente todas as minhas


existências anteriores, talvez fosse motivo de zombaria entre os
doutores da razão. Mas, para honrar a verdade, devo dizer a vocês que
esse riso irônico não importa, nem a nós nem à ciência. Com justa razão
dizia Victor Hugo: “Quem ri do que desconhece está a caminho de ser
idiota”. Dar fé de tudo aquilo que realmente experimentamos
diretamente é um dever para com nossos semelhantes, e esse é nosso
único propósito.

Francamente, meu caso não é o único. Outras pessoas também


recordam suas existências anteriores com clareza. Para nós, a
reencarnação é um fato e não meras conjecturas da mente…

Pois bem, vocês devem saber que estive reencarnado na terra sagrada
dos Faraós, durante a dinastia do faraó Quéfren. Conheci a fundo os
antigos Mistérios do Egito secreto, e em verdade digo que jamais pude
esquecê-los. Uma tarde qualquer, não importa qual, caminhando
lentamente pelas areias do deserto, sob os ardentes raios do sol tropical,
atravessei silenciosamente, como um sonâmbulo, uma rua misteriosa de
esfinges milenares, diante do olhar exótico de uma tribo nômade, que de
suas tendas me observavam…

À sombra de uma antiquíssima pirâmide, detive-me por um momento


para descansar um pouco e arrumar com paciência as correias de uma
de minhas sandálias. Depois, diligente, procurei ansiosamente a augusta
entrada, eu queria retornar ao caminho reto. O guardião, como sempre,
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Instrutora: Lorena C.A Berlezi

estava no umbral do Mistério. Impossível esquecer aquela figura


hierática de rosto bronzeado e pomos salientes.

Esse homem era um colosso. Na mão direita empunhava com heroísmo


a terrível espada, seu porte era todo formidável, e não há dúvida de que
usava com pleno direito o mandil maçônico.

O interrogatório foi muito severo:

“Quem és?”
“Sou um suplicante que venho, cego, em busca da Luz.”
“O que desejas?”
“Luz.”

Seria muito longo transcrever aqui, dentro dos limites deste capítulo,
todo o já conhecido exame verbal. Depois, de uma forma que qualifico
de violenta, despojou-me de todo objeto metálico e até da sandália e da
túnica. O mais interessante foi o instante em que aquele homem
hercúleo me tomou pela mão para introduzir-me no Santuário. Foram
inesquecíveis aqueles instantes em que a pesada porta girou sobre seus
gonzos de aço, produzindo esse Dó misterioso do velho Egito.

O que ocorreu, depois, o encontro macabro com o “Irmão Terrível” (as


provas do Fogo, Ar, Água e Terra) pode ser encontrado por qualquer
iluminado nas memórias da Natureza.

Na Prova de Fogo tive de controlar a mim mesmo o melhor possível,


quando atravessei um salão em chamas, cujo piso estava cheio de vigas
de aço acesas em vermelho vivo. Era muito estreita a passagem entre
aqueles tirantes de ferro ardente, mal havia espaço para colocar os pés.
Por aqueles tempos, muitos aspirantes pereceram neste esforço…

Ainda recordo com horror aquela argola de aço encravada na rocha, ao


fundo só se via o horrível precipício tenebroso. Contudo, saí vitorioso na
Prova do Ar. Ali, onde outros pereceram, eu triunfei…

Passaram-se muitos séculos e ainda não pude esquecer, apesar do pó de


tantos anos, aqueles crocodilos sagrados do lago. Se não fosse pelas
conjurações mágicas, eu teria sido devorado por esses répteis, como
sucedeu a muitos aspirantes…

Inumeráveis infelizes foram triturados e quebrantados pelas rochas na


Prova da Terra, mas eu triunfei e vi com indiferença duas massas que
ameaçavam minha vida, fechando-se sobre mim, como que para
reduzir-me a poeira cósmica…
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Certamente, eu não sou mais que um mísero verme do lodo da terra,


mas saí vitorioso.

Assim foi, em verdade, como retornei à Senda da Revolução da


Consciência, depois de haver sofrido muito.

Fui recebido no Colégio Iniciático, vestiram-me solenemente com a


túnica de linho branco dos Sacerdotes de Ísis, e em meu peito foi
colocada a Cruz Tao egípcia.

Todas essas provas iniciáticas eram realmente um filtro, para trás


ficavam sempre os medrosos e curiosos. Os ensinamentos que o
aspirante ia receber eram muito valiosos para que alguém os
profanasse. Os sábios daqueles templos não podiam permitir que o
Sagrado Mistério do Ser fosse vulgarizado ou tergiversado. Só o valor e
o coração sincero triunfavam nessas provas.

Hoje em dia as provas mudaram. Já não se passam no mundo físico. A


forma, e não o fundo, foi modificada. Os tempos em que vivemos assim
o requerem.

Sendo o mesmo Ensinamento, a eterna Gnose, que se entregou em


todos os Templos e Escolas Iniciáticas, atualmente o filtro para conhecê-
la já não são as 4 Provas da Natureza do Antigo Egito ou outras provas
que beneméritas instituições tiveram; o filtro é a própria barafunda de
filosofias e credos das pseudoescolas, que confunde extremamente o
sincero buscador do caminho que leva à Luz. Para o navegante
inexperiente, na obscuridade da noite, não é nada fácil encontrar entre
as estrelas aquela que lhe assinala o norte…

Amigo leitor, chegando a este ponto só podemos dizer-lhe uma coisa:


investigue, comprove e verifique os postulados gnósticos. Não se
conforme com crer ou não crer. Este ensinamento lhe proporcionará
todas as chaves e práticas para que o corrobore por você mesmo. Só
assim poderá saber com certeza se a Gnose é uma teoria mais ou
realmente é esse “mapa do Caminho” que há de conduzir-nos à Grande
Realidade que a tudo sustenta…

A Vida Rotineira
“É indispensável saber de onde viemos, para onde vamos, por que
estamos aqui e para quê. Viver por viver, comer para existir, trabalhar
para comer, não pode ser na verdade o único objetivo da vida…
Indubitavelmente, temos de resolver o enigma de nossa existência,
temos de entender o sentido da vida…
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Assim, chegou a hora de saber quem somos. O corpo físico não é tudo,
ver o organismo humano de qualquer pessoa não é haver conhecido em
verdade o Ser…” (Samael Aun Weor, na conferência O Que Somos e o
Que Devemos Ser)

Ainda que pareça incrível, é muito certo e totalmente verdadeiro que


esta tão cacarejada civilização moderna é espantosamente feia, não
reúne as características transcendentais do sentido estético, está
desprovida de beleza interior. É exagerada a nossa presunção com estes
horripilantes edifícios de sempre, que parecem verdadeiras ratoeiras.

O mundo tornou-se tremendamente tedioso, as mesmas ruas de sempre


e prédios horripilantes por onde quer que se vá. Tudo isto virou rotina,
no Norte e no Sul, no Leste e no Oeste do mundo. É o mesmo uniforme
de sempre, horripilante, nauseante, estéril. Modernismo, exclamam as
multidões.

Parecemos verdadeiros pavões vaidosos com o terno que vestimos e


com os sapatos muito brilhantes, ainda que por toda parte circulem
milhões de infelizes famintos, desnutridos, miseráveis.

A simplicidade e a beleza natural, espontânea, ingênua, desprovida de


artifícios e pinturas vaidosas, desapareceu no sexo feminino. Agora
somos modernos… Assim é a vida.

As pessoas tornaram-se espantosamente cruéis, a caridade esfriou e


ninguém se apieda mais de ninguém.

As vitrines das luxuosas lojas resplandecem com luxuosas mercadorias,


que, definitivamente, estão fora do alcance dos infelizes.
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Instrutora: Lorena C.A Berlezi

E a única coisa que os párias da vida podem fazer é contemplar sedas e


joias, perfumes em luxuosos frascos e guarda-chuvas para tempestades.
Ver sem poder tocar, suplício semelhante ao de Tântalo.

As pessoas destes “tempos modernos” tornaram-se demasiadamente


grosseiras. 0 perfume da amizade e a fragrância da sinceridade
desapareceram radicalmente.

As multidões gemem sobrecarregadas de impostos. Todo mundo está


com problemas, nos devem e devemos, nos processam e não temos com
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que pagar, as preocupações despedaçam cérebros e ninguém vive


tranquilo.

Os burocratas, com a “curva da felicidade” na barriga e um bom charuto


na boca, no qual psicologicamente se apoiam, fazem malabarismos
políticos com a mente, sem dar a mínima importância para a dor dos
povos.

Ninguém é feliz hoje em dia, menos ainda a classe média, que se


encontra entre a espada e a parede. Ricos e pobres, crentes e
descrentes, comerciantes e mendigos, sapateiros e funileiros vivem
porque têm de viver, afogam na bebida suas torturas e até se
convertem em drogados para escapar de si mesmos.

As pessoas tornaram-se maliciosas, receosas, desconfiadas, astutas,


perversas, já ninguém confia em ninguém. Diariamente inventam-se
novas condições, certificados, papelada de todo tipo, documentos,
credenciais etc., mas nada disso adianta. Os espertalhões zombam de
todas essas tolices, não pagam, esquivam-se da lei, ainda que tenham
de ir parar na cadeia.

Nenhum emprego dá felicidade. O sentido do verdadeiro amor se perdeu


e as pessoas casam-se hoje e divorciam-se amanhã. A unidade dos lares
se perdeu lamentavelmente. A “vergonha orgânica” já não existe. O
lesbianismo e o homossexualismo tornaram-se mais comuns que lavar
as mãos.

Saber algo sobre tudo isso, tratar de conhecer a causa de tanta


podridão, inquirir, buscar, é certamente o que nos propomos na Gnose.

Inquietudes
É evidente que a toda essa vida rotineira e cruel, cheia de sofrimentos e
dissabores, temos de acrescentar a grande frieza que existe nas
pessoas, é o frio do que não tem importância, do superficial. As
multidões creem que importante é o que não é importante, supõem que
sério é a última moda, o automóvel último tipo ou a questão do salário
mínimo. Chamam de sérios a crônica do dia, a aventura amorosa, a vida
sedentária, o copo de bebida, a corrida de cavalos, a corrida de
automóveis, o futebol, a fofoca, a calúnia etc.

Obviamente, quando o homem do dia ou a mulher do salão de beleza


escutam algo sobre esoterismo, e como isso não está em seus planos
nem em suas discussões ou em seus prazeres sexuais, respondem com
um não-sei-que de frieza espantosa ou simplesmente retorcem a boca,
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levantam os ombros e se retiram com indiferença. Essa apatia


psicológica, essa frieza que espanta, tem dois fundamentos: primeiro, a
ignorância mais tremenda, e, segundo, a ausência mais absoluta de
inquietudes espirituais.

Falta um contato, um choque elétrico, que ninguém lhe deu na loja,


tampouco naquilo que se acreditava sério e muito menos nos prazeres
da cama. Se alguém fosse capaz de dar ao frio imbecil ou à mulherzinha
superficial o choque elétrico do momento, a faísca do coração, alguma
reminiscência estranha, um não-sei-que demasiado íntimo, talvez então
tudo fosse diferente…

Mas algo abafa a vozinha secreta, o chamado do coração, o anseio


íntimo. Possivelmente qualquer bobagem, o bonito chapéu da vitrine, o
doce delicioso de um restaurante, o encontro com algum amigo que
mais tarde não tem para nós nenhuma importância etc.

Tolices que, não sendo transcendentais, têm, num dado instante, força
suficiente para apagar a primeira inquietude espiritual, o anseio íntimo,
a insignificante chispa de luz, a voz do coração que, sem saber por que,
nos inquietou por um momento.

Se esses que hoje são mortos-vivos, frios notívagos do clube ou


simplesmente vendedores de guarda-chuvas nas lojas da rua principal
não tivessem sufocado a primeira inquietude íntima, seriam neste
momento luminares do espírito, Adeptos da luz, homens autênticos no
sentido mais completo da palavra.

A faísca, o toque no coração, um suspiro misterioso, um não-sei-quê…,


foi sentido alguma vez pelo açougueiro da esquina, pelo engraxate ou
pelo doutor de primeira categoria, mas tudo foi em vão, as tolices da
personalidade sempre apagam a primeira faísca da luz; depois
prossegue o frio da mais espantosa indiferença… Inquestionavelmente,
cedo ou tarde as pessoas são engolidas pela Lua, esta é uma verdade
incontrovertível.

Não há ninguém que não haja sentido alguma vez na vida um toque no
coração, uma estranha inquietude. Infelizmente, qualquer coisa da
personalidade, por tola que esta seja, é suficiente para reduzir a poeira
cósmica isso que no silêncio da noite nos comoveu por um momento.

A Lua ganha sempre essas batalhas, ela se alimenta, nutre-se


precisamente com nossas próprias debilidades. A Lua é terrivelmente
mecanicista, o humanoide lunar, desprovido por completo de toda
inquietude solar, é incoerente e se move no mundo de seus sonhos.
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Se alguém fizesse o que ninguém faz, isto é, avivar a inquietude íntima,


surgida talvez no mistério de alguma noite, não há dúvida de que com o
tempo assimilaria a inteligência solar e se converteria, por tal motivo,
em Homem Solar.

Isso é precisamente o que o Sol quer, mas essas sombras lunares, tão
frias, apáticas e indiferentes, sempre são tragadas pela Lua, e depois
vem a igualação da morte… A morte iguala tudo. Qualquer morto-vivo,
desprovido de inquietudes solares, degenera terrivelmente de forma
progressiva até que a Lua o devore.

O Sol quer criar homens, está fazendo esta experiência no laboratório da


natureza. Infelizmente, tal experiência não lhe tem dado muito bons
resultados, a Lua devora as pessoas.

Contudo, isto que estamos dizendo não interessa a ninguém, muito


menos aos ignorantes ilustrados, eles se sentem “a mamãe dos
pintinhos” ou “o papai do Tarzan”…

O Sol depositou dentro das glândulas sexuais do animal intelectual,


equivocadamente chamado homem, certos germes solares que,
convenientemente desenvolvidos, poderiam nos transformar em Homens
autênticos.

Porém, por causa precisamente do FRIO LUNAR, o experimento solar


torna-se espantosamente difícil. As pessoas não querem cooperar com o
Sol e, por tal motivo, com o tempo, os germes solares involuem,
degeneram e se perdem lamentavelmente. A chave-mestra da Obra do
Sol está na dissolução dos elementos indesejáveis que levamos dentro.

Quando uma raça humana perde todo o interesse pelas ideias solares, o
Sol a destrói porque já não lhe serve para seu experimento. Como esta
Raça atual tornou-se insuportavelmente lunar, terrivelmente superficial
e mecanicista, já não serve para o experimento solar, motivo mais que
suficiente para que seja destruída…

Para que haja inquietude espiritual contínua, é necessário passar o


Centro Magnético de Gravidade para a Essência, para a Consciência…
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Infelizmente, as pessoas têm o Centro Magnético de Gravidade na


personalidade, no café, no bar, nos negócios de banco, na casa de
encontros ou na praça do mercado etc.

Obviamente, todas essas coisas são da personalidade, cujo centro


magnético atrai todas essas coisas. Isso é incontrovertível e qualquer
pessoa que tenha bom senso pode verificá-lo por si mesma e de forma
direta.

Desgraçadamente, ao ler tudo isso, os velhacos do intelecto,


acostumados a discutir demasiado ou a calar com um orgulho
insuportável, preferem deixar de lado o livro com desdém e ler o jornal.
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Uns quantos goles de bom café e a crônica do dia constituem um


magnífico alimento para os mamíferos racionais. No entanto, eles se
sentem muito sérios. Indubitavelmente, estão alucinados por suas
próprias sabichonices, e essas coisas de tipo solar escritas neste livro
insolente os incomodam muito. Não há dúvida de que os olhos boêmios
dos homúnculos da razão não se atreveriam a continuar com estes
estudos.

Conclusão: As Duas Linhas da Vida


“Encontramo-nos, de instante em instante, diante de dois Caminhos: o
Horizontal e o Vertical…

É evidente que o Horizontal é muito concorrido, por ele andam “Vicente


e toda a gente”, “o Sr. Raimundo e todo mundo”.

É evidente que o Vertical é diferente, é o caminho dos rebeldes


inteligentes, dos Revolucionários…

Quando alguém se lembra de si mesmo, quando trabalha sobre si


mesmo, quando não se identifica com todos os problemas e sofrimentos
da vida, de fato vai pela Senda Vertical…”
(Samael Aun Weor, no livro Psicologia Revolucionária)

Qual é o objetivo real de nossa existência? Para que estamos aqui? Por
quê? Isso é algo que devemos elucidar com claridade meridiana, algo
que devemos pesar, analisar, examinar serenamente.

Com que objetivo vivemos no mundo? Sofremos o indizível, para quê?


Lutamos para conseguir isso que se chama “pão, roupa e refúgio” e,
depois de tudo, como ficamos? Em que resultam todos os nossos
esforços? Viver por viver, trabalhar para viver e depois morrer, é por
acaso uma coisa maravilhosa? Em verdade, amigos, faz-se necessário
compreender o sentido de nossa existência, o sentido do viver.

Existem duas linhas na vida, uma que poderíamos chamar de Horizontal


e a outra de Vertical, e formam cruz dentro de nós mesmos, aqui e
agora, nem um segundo antes, nem um segundo depois. Necessitamos
objetivar um pouco essas duas linhas.

A Horizontal começa com o nascimento e termina com a morte, diante


de cada berço existe a perspectiva de um sepulcro, tudo que nasce deve
morrer. Na Horizontal estão todos os processos do nascer, crescer,
reproduzir-se, envelhecer e depois morrer. Na horizontal estão todos os
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vãos prazeres da vida, bebidas, fornicações, adultérios etc. Na horizontal


estão a luta pelo pão de cada dia, a luta para não morrer, para existir
sob a luz do Sol. Na horizontal estão todos esses sofrimentos íntimos da
vida prática, no lar, na rua, no trabalho etc.. A linha horizontal não pode
nos oferecer nada de maravilhoso…

Mas existe outra linha diferente, referimo-nos à Vertical. Nessa Vertical


extraordinária, nessa escada maravilhosa, estão os distintos Níveis de
Ser, estão os poderes transcendentais e transcendentes do Íntimo. Na
Vertical estão os poderes esotéricos, os poderes que divinizam, a
Revolução da Consciência etc.

Com as forças da Vertical podemos influir decisivamente sobre os


aspectos horizontais da vida prática, podemos mudar totalmente nosso
próprio destino, fazer de nossa vida uma coisa diferente, distinta, passar
a ser algo totalmente diferente do que temos sido, do que somos, do
que temos conhecido nesta amarga existência.

A Vertical é, portanto, maravilhosa, revolucionária por natureza, mas é


necessário ter um pouquinho de inquietudes.

Antes de mais nada perguntamos a nós mesmos, e com isso


perguntamos ao nosso caro leitor: estamos, por acaso, contentes com o
que somos? Quem se sente feliz, no sentido mais completo da palavra?
Quem se sente, realmente, plenamente feliz?

Devemos ser sinceros, nenhum de nós pode dizer que se sente em um


oásis de bem-aventurança, temos inquietudes terríveis, dissabores,
ansiedades, amarguras, sofremos muito e nosso coração palpita com
uma intensidade tremenda…
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No interior do ser humano existem inúmeras contradições, bloqueios, traumas,


fobias, maus hábitos e defeitos psicológicos que precisam ser eliminados, para que
triunfe o Ser Divino. Esse Trabalho está simbolizado nos mercadores do templo
que são expulsos por Jesus
Necessitamos sair desta lama em que nos encontramos. Necessitamos,
de verdade, mudar radicalmente; e isto só será possível se apelarmos
aos poderes transcendentais da Vertical.

Quando alguém, que anda pela Horizontal, se lembra de si mesmo, de


seu próprio Ser (sua realidade íntima); quando alguém se pergunta:
“Quem sou? De onde venho? Para onde vou? Qual é o objetivo da
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existência?” Indubitavelmente, esse alguém entra pela senda Vertical, a


senda da Revolução da Consciência, a senda que conduz ao Super-
Homem.

Chegou a hora do Super-Homem, o animal intelectual realmente não é


mais que uma ponte estendida entre o animal inferior e o Super-
Homem. Necessitamos converter-nos em verdadeiros reis da criação, em
amos de nós mesmos, em senhores de tudo o que é, de tudo o que foi e
de tudo o que será…

É urgente uma mudança, uma transformação total. Urge sair o quanto


antes deste cipoal, deste caos em que nos encontramos e no qual nos
debatemos miseravelmente.

As leis da Terra jamais poderiam nos dar a paz, as leis da Terra nunca
poderiam nos dar a autêntica felicidade que transforma radicalmente, as
leis da Terra nunca poderiam nos dar a liberdade.

Assim, é urgente meter-nos pelo Caminho Vertical, que está dentro de


nós mesmos, aqui e agora. Chegou a hora da Grande Revolução, da
Revolução Psicológica, da Revolução em marcha, da Revolução que há
de nos conduzir ao Super-Homem…

Amigos, reflitamos sobre o Super-Homem… É extraordinário entrar pela


Senda Vertical revolucionária, que há de nos conduzir inevitavelmente à
liberação final.

Quem é feliz hoje em dia? Não o somos, e não o seremos nunca se não
nos dedicarmos a percorrer com firmeza a Senda Vertical. Não seremos
felizes enquanto não cheguemos à altura do Super-Homem. Não
seremos felizes enquanto não liberemos a Consciência do lodo doloroso
deste mundo. Não seremos felizes enquanto não experimentemos Isso
que é o Real, Isso que não é do tempo, Isso que é a Verdade…

O Início da Revolução Interior


Na Senda Vertical está a Revolução da Consciência. Quando alguém
admite que tem uma psicologia própria, indubitavelmente começa a
trabalhar sobre si mesmo, então, é óbvio que entra pela Senda Vertical…

Somos um verdadeiro enigma para nós mesmos, um enigma a decifrar,


um enigma que temos de resolver, um enigma que temos de
quebrantar. Lamentavelmente, não nos conhecemos, ainda que
creiamos que sim.
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Necessitamos ser sinceros com nós mesmos, necessitamos fazer a


dissecação do “Mim mesmo”, do “Si mesmo”, do “Eu mesmo”, isto é, de
todo este conjunto de elementos indesejáveis que levamos em nosso
interior: Ira, Cobiça, Luxúria, Inveja, Orgulho, Preguiça, Gula etc.

Facilmente admitimos que temos um corpo físico, provido de órgãos,


mas poucos compreendem de verdade que temos uma psicologia
particular. Quando alguém entende que tem uma psicologia, começa a
trabalhar sobre si mesmo, aqui e agora; quando alguém compreende
que tem uma psicologia, inicia o processo de auto-observação
psicológica.

Quem começa a observar a si mesmo converte-se de fato em indivíduo


diferente, distinto de todos, completamente distinto. Mas as pessoas
têm a tendência a admitir somente a questão física, o tridimensional, o
corpo denso, porque o podem ver, ouvir, tocar e apalpar. Poucos em
verdade são aqueles que sinceramente aceitam ter uma psicologia de
tipo bem particular. Quando alguém aceita isso, de fato começa a se
auto-observar, e isso o torna bem diferente diante do próximo.
Observar-se para conhecer-se é transcendental e definitivo…

Quando alguém vem a conhecer a si mesmo profundamente, conhece os


segredos do Universo inteiro. Na Senda Vertical nos propomos, antes de
mais nada, a conhecer a nós mesmos, porque só conhecendo a nós
mesmos conheceremos os mistérios do Universo que nos rodeia.

Na Senda Vertical, querido leitor, temos de fazer um inventário


psicológico de nós mesmos para sabermos o que temos e o que nos
falta. Há muita coisa em nós que devemos eliminar, muitos erros,
muitos vícios e muitos defeitos… e também há muita coisa que devemos
conquistar, muitas faculdades, muitas virtudes…

É evidente e qualquer um pode compreender que as duas linhas –


Horizontal e Vertical – se encontram de momento em momento em
nosso interior psicológico e formam cruz. Dentro de nós mesmos existe
um ponto matemático. Não se encontra no passado, tampouco no
futuro… Quem quiser descobrir esse ponto misterioso deve buscá-lo aqui
e agora, dentro de si mesmo, exatamente nesse instante, nem um
segundo à frente, nem um segundo atrás…

Os dois paus, o Vertical e o Horizontal, da Santa Cruz se encontram


neste ponto…

A cada instante o ser humano se debate entre dois Caminhos: o


Horizontal e o Vertical. É evidente que o horizontal não é difícil de viver.
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Igual a um tronco que sem esforço é arrastado pelas águas de um rio,


assim o homem da Horizontal é arrastado pela vida. O Vertical, contudo,
implica grandes esforços, há que se nadar contra a corrente. No Vertical
encontramos o homem que pensa, sente e atua corretamente, e
ninguém poderia negar que isso não é nada fácil.

Encontramo-nos, neste mesmo momento, entre duas opções. Se


observarmos corretamente qualquer instante de nossa vida, captaremos
sempre algo que deseja viver por viver, sem nenhum sentido
transcendente, e, de forma oposta, é seguro que também encontramos
alguma inquietação, um belo anseio, uma chispa de esperança por levar
uma vida mais profunda, mais séria, definitiva, para despertar-nos para
a Grande Realidade que a tudo sustenta.

Amável leitor, encontramo-nos então em uma grande encruzilhada…


Filosoficamente, diríamos assim: SER OU NÃO SER, eis o dilema…

Os Diferentes Níveis de Ser


“Vocês, por acaso, já se deram conta de seu próprio Nível de Ser, do
Nível de Ser no qual se encontram? Estão conscientes de que estão
hipnotizados, de que estão adormecidos? Vocês já se deram conta de
que se identificam, não apenas com as coisas externas, com o mundo
exterior, mas que também andam identificados com vocês mesmos, com
seus pensamentos luxuriosos, com suas bebedeiras, com suas iras, suas
cobiças, com a vaidade, com a soberba , com o orgulho místico, com o
automérito etc.?

Uma Reflexão
Vocês já se deram conta de que se identificaram não só com o exterior,
mas também com isso que é a vaidade, com isso que é o orgulho? Por
exemplo, vocês hoje triunfaram sobre o dia ou o dia triunfou sobre
vocês? O que fizeram no dia de hoje, meus queridos irmãos? Que defeito
psicológico eliminaram? Vocês estão certos de não terem se identificado
hoje com algum pensamento mórbido ou algum pensamento cobiçoso,
com o orgulho, com o insultador, com alguma preocupação, alguma
dívida etc. etc. etc.?

Que fizeram no dia de hoje? Já se deram conta do Nível de Ser em que


se encontram? Passaram a um Nível de Ser superior ou ficaram onde
estavam? Que fizeram? A que se dedicaram no dia de hoje, meus caros
irmãos? Vocês creem, por acaso, que é possível passar a um Nível do
Ser superior se não eliminarmos defeitos psicológicos? Ou será que
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vocês estão contentes com o Nível do Ser em que atualmente se


encontram?” (Samael Aun Weor, conferência O Segredo da Lua)

Na Senda Vertical estão os distintos Níveis de Ser. Quando alguém


começa a trabalhar sobre si mesmo para eliminar tal ou qual defeito
psicológico, indubitavelmente entra de fato e por direito próprio em um
Nível Superior do Ser…

Ninguém pode negar que existem distintos níveis sociais: gente de igreja
e de prostíbulo, do comércio e do campo etc.

Assim também existem distintos Níveis de Ser. O que somos


internamente, esplêndidos ou mesquinhos, generosos ou tacanhos,
violentos ou pacíficos, castos ou luxuriosos, atrai as diversas
circunstâncias da vida…

Um luxurioso atrairá sempre cenas, dramas e até tragédias de lascívia


nas quais se verá envolvido… Um bêbado atrairá outros bêbados e se
verá sempre metido em bares e cantinas, e isso é óbvio… Que atrairá o
usurário, o egoísta? Quantos problemas, prisões, desgraças?

Imaginemos por um momento uma vaca ao pé do estábulo: seu próprio


Nível de Ser atrai sua própria vida. Se tirarmos a vaca do estábulo e a
levarmos para nossa casa, se a colocarmos ali com uma camareira, a
escovarmos muito bem e a enchermos de talco, a perfumarmos, nem
por isso deixará de ser vaca.  Ela continuará com seus costumes de vaca
e fará então de nossa bela casa um estábulo. O Nível de Ser de cada
qual atrai sua própria vida.

Se tirarmos do meio da multidão um mendigo esfarrapado e o levarmos


ao Palácio de Buckingham, para que viva ali ao lado da Rainha Elizabeth,
ao princípio será atendido por muitos criados, será considerado um
grande senhor, mas seu Nível de Ser atrairá sua própria vida. Logo, os
criados daquele Palácio verão que o mendigo tem costumes bem
diferentes dos do Palácio, verão que é avarento, que guarda o dinheiro
de forma terrível, que não gasta jamais um centavo, nem para ajudar
um amigo.

Perceberão sua irritabilidade, perceberão sua falta de escrúpulos, sua


murmuração, como fala mal dos outros, que se vingará de seus inimigos
etc. E, afinal, chegará o momento em que ele se verá só, em pleno
Palácio de Buckingham, e, ainda que se vista da melhor maneira
possível, continuará sendo o que é, um mendigo…
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O Nível de Ser de cada qual atrai sua própria vida… um homem é o que
é sua vida…

Muitos se preocupam em ter enorme quantidade de dinheiro e dizem:


“Se eu ganhasse na loteria, minha vida seria bem diferente, com a
Loteria Especial de Natal, tudo mudaria radicalmente…”

Mas isso é falso, completamente falso, porque o Nível de Ser atrai sua
própria vida… Convém refletirmos sobre todas essas questões. Não é
conseguindo enorme quantidade de dinheiro que vamos mudar nossa
própria existência, não. O que necessitamos é passar a um Nível
Superior de Ser.

Coloquemo-nos por um momento em um desses lugares estranhos da


cidade, em uma dessas cidades perdidas, em um desses lugares onde
vivem essas pessoas que invadem um terreno e da noite para o dia
formam ali uma coletividade que chamaríamos de infra-humana.

Próximo a um bairro campestre da Cidade do México chegou um grupo


dessas pessoas. Viviam em um terreno alheio que haviam ocupado,
lutavam entre si diariamente, se embebedavam, se feriam mutuamente,
se matavam, e aquele bairro, que antes vivia tranquilo, teve de passar
por surpresas inauditas.

Diariamente, as patrulhas da polícia faziam soar ali suas sirenes,


ouviam-se gritos de dor, de ódio, de ira etc., e aquelas pessoas infelizes
continuavam, como sempre, sofrendo terrivelmente. Obviamente, seu
Nível de Ser atraía sua própria vida.

Se um desses homens pudesse refletir, por um momento, ainda que


fosse só por um instante, se tivesse se proposto a estudar a si mesmo,
se tivesse descoberto seus defeitos psicológicos e ousado meter-se pela
Senda Vertical revolucionária da Psicologia, obviamente haveria podido
eliminar alguns defeitos, talvez a ira, possivelmente o ódio, o egoísmo, a
murmuração etc.

Conclusão: mudaria seu Nível de Ser e, mudando seu Nível de Ser, seus
costumes se refinariam. Indubitavelmente, então já não poderia
entender-se com aquelas pessoas que o rodeavam, e essas pessoas
tampouco se entenderiam com ele, precisaria fazer novas amizades e,
simplesmente pela Lei de Afinidades Psicológicas, faria novas amizades.
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Resultado: ao mudar de Nível de Ser mudaria sua vida, essas novas


amizades possivelmente lhe trariam novas oportunidades. Mediante a
inter-relação mudaria o aspecto econômico de sua própria existência,
conseguiria um trabalho diferente, melhoraria notavelmente. Assim, o
Nível de Ser de cada qual atrai sua própria vida…

Na Senda Vertical temos a oportunidade de mudar o nosso próprio Nível


de Ser. Se eliminamos de nós mesmos os defeitos psicológicos, o
resultado será extraordinário, porque, ao mudar nosso próprio Nível de
Ser toda a nossa vida mudará também. Quando alguém muda
radicalmente, muda também tudo o que o rodeia.

Essas circunstâncias incômodas da existência, as circunstâncias nada


agradáveis da vida, não são mais que meras projeções do que acontece
em nosso interior. Se mudamos em nosso interior, as circunstâncias
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externas mudarão também, mas, se não mudamos interiormente, as


circunstâncias externas tampouco mudarão.

Já disse Immanuel Kant, o filósofo de Koenigsberg: “O exterior é o


interior”. Em outras palavras, podemos esclarecer dizendo: “O exterior
não é mais do que o reflexo do que somos interiormente”.

Se somos pessoas iracundas, se odiamos, se somos ciumentos,


invejosos, perversos, as circunstâncias à nossa volta serão perversas,
fatais, sinistras, podendo até figurar nos jornais de baixo nível. E, se
somos pessoas decentes, se vivemos em harmonia com o Infinito, se
respiramos paz, se irradiamos amor, felicidade, contentamento, as
circunstâncias que emanaremos serão belas, teremos relações
belíssimas, haverá harmonia com todos os que nos cercam…

Muitos se queixam dos problemas da vida: “Meu marido fugiu com


outra”, diz a mulher; “minha esposa já não me ama”, diz o marido;
“meu dinheiro não chega até o fim do mês”, diz alguém; “meu pai fica
bêbado e bate na minha mãe”, diz o filho; “vão me mandar embora de
casa e não tenho para onde ir”, diz outro; “meus filhos são
delinquentes”, afirma com aflição uma mãe…

Todos querem resolver seus problemas, todos anseiam viver em paz, ter
uma harmonia extraordinária, ter felicidade. Mas os que assim pensam
não se dão conta de que a raiz de todos os problemas está em seu
interior, de que esses problemas não são mais do que projeções de seu
interior, de que de dentro deles estão saindo os problemas, porque um
homem é o que é sua vida. Se não muda seu próprio Nível de Ser, se
não muda sua vida interior, não mudará nada; o exterior não é mais que
a projeção do interior…

Chegou a hora de entender isso. Querem a felicidade, mas, de onde vão


tirá-la? Não querem admitir que a causa de tudo o que lhes acontece
está dentro deles mesmos. Sim, cada qual leva as causas de seus
sofrimentos dentro de si mesmo, e, enquanto as causas não se
dissolvam, os sofrimentos tampouco se dissolverão. Todo efeito tem sua
causa, toda causa provoca seu efeito.

Assim, se realmente queremos uma mudança radical, o que primeiro


devemos compreender é que cada um de nós (seja branco, seja negro,
amarelo ou vermelho, ignorante ou culto etc.) está em tal ou qual Nível
de Ser.

É muito certo e totalmente verdadeiro que o Caminho Vertical é também


o Caminho da Autorrealização, o Caminho que nos conduz à Verdade
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que a tudo sustenta, é o Caminho do Super-Homem, o Caminho onde se


conquistam extraordinários poderes, atributos e dons.

Contudo, paciente leitor, esse Caminho longo, estreito e difícil começa


aqui e agora, não fugindo das adversidades da vida, mas sim
enfrentando-as com o propósito de melhorar nosso Nível de Ser.

Nunca conhecemos um verdadeiro asceta deste Caminho, um Mestre no


Sendeiro do Conhecimento Secreto que fosse adúltero, fofoqueiro,
iracundo ou invejoso.

Esse Caminho Iniciático requer que previamente mudemos nosso Nível


de Ser. Aí então começa o Caminho.

De que nos serviriam os Poderes que Divinizam se dentro de nós ainda


levamos o rancor, o ódio, o amor-próprio, a cobiça, o medo ou a ira?

Assim, nós que nos colocamos a caminhar pela Senda Vertical, antes de
tudo nos propomos ao autodescobrimento, a conhecer nossos próprios
erros para extirpá-los, para tirá-los de nós mesmos, porque só assim
poderemos mudar fundamentalmente…

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