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M 10 - A Cultura Do Espaço Virtual
M 10 - A Cultura Do Espaço Virtual
Daniel Flavin foi um dos representantes da chamada arte minimalista das décadas de
1960 e 1970 nos Estados Unidos. A classificação foi usada pela primeira vez pelo filósofo
Richard Wollheim no ensaio “Minimal Art” em 1965 para agrupar obras que, como os
ready-mades de Duchamp, não pretendiam representar uma realidade externa: o objeto
exposto deveria ser entendido como obra por si e a experiência do espectador não deveria
depender de associações a outros fatores. (https://www.archdaily.com.br/br/924214/como-a-luz-
pode-transformar-o-espaco-conheca-a-obra-do-artista-dan-flavin)
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eternidade. Não só, as intervenções artísticas começaram a aparecer muito
frequentemente indexadas ao espaço e ao momento da apresentação, como são
exemplo as instalações, as performances, os happenings, também intituladas de artes e
acontecimento devido à sua natureza transitória, como também, prescindiram de uma
reação erudita e especializada do público deixando de prestar a função de
contemplação e a satisfação dos sentidos.
produzida a uma escala global em função do consumidor no geral e não apenas para
uma elite de pessoas.
Este percurso iniciou-se, sem dúvida, com a Pop Art e as suas contundentes
transformações de produtos vulgares em objetos artísticos, celebrando a era da
banalidade ou a crise da arte face à concorrência feroz de uma sociedade voltada para
o espetáculo do seu próprio sucesso.
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A década de 80 (1980) constitui uma época de confronto ideológico na qual
críticos, artistas e teóricos questionam a noção de obra de arte e a sua relação com a
História e com o Mundo. Formam-se, assim, as bases do sistema artístico que ainda
hoje está em voga. Um sistema, entretanto, suportado por um agressivo mercado de
arte que transforma as obras em «objetos de culto» e, portanto, de especulação.
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Porventura, a obra precursora destas correntes vanguardistas foi Fountain (de
1917), em que, para lá de toda a irreverência nela contida, Marcel Duchamp introduziu
uma «técnica» – o ready-made – cujo maior atributo era o despojamento de qualquer
qualidade estética, simbólica ou comunicativa, provocando no espetador a indiferença
absoluta relativamente a qualquer ordem de valores ou juízos. Sem intervenção nem
modificação de qualquer tipo, Duchamp não podia ter recolhido um objeto mais
anacrónico do que um vulgar urinol para aceder ao espaço de um museu.