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DNA antigo conta nova história sobre o povo (https://pt-

br.facebook.com/usponline)
de Luzia (https://twitter.com/usponline)
(https://www.youtube.com/canal
Análise do genoma de habitantes antigos das Américas contesta hipótese sobre origem usp)
australo-melanésia do povo de Lagoa Santa (https://pt.linkedin.com/school/u
niversidade-de-s-o-paulo/)
 Ciências Biológicas (https://jornal.usp.br/editorias/ciencias/ciencias-biologicas/) / Ciências Humanas (https://www.instagram.com/usp
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 https://jornal.usp.br/?p=208005 (https://jornal.usp.br/?p=208005)
\\ BUSCA
 08/11/2018 - Publicado há 5 anos
Digite uma palavra chave..
Por Silvana Salles (https://jornal.usp.br/author/silvana-sallesusp-br/)
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70%20no%20s%C3%ADtio%20arqueol%C3%B3gico%20da%20Lapa%20do%20Santo%2C%20em%20Lagoa%20Santa%20%28MG%29%2C%20o%20cr%C3%A2nio%20de%20Luzi
o%20na%20d%C3%A9cada%20de%201970%20no%20s%C3%ADtio%20arqueol%C3%B3gico%20da%20Lapa%20do%20Santo%2C%20em%20Lagoa%20Santa%20%28MG%29%
FACEBOOKu=https%3A%2F%2Fjornal.usp.br%2Fciencias%2Fciencias-biologicas%2Fdna-antigo-conta-
calmente%20a%20hip%C3%B3tese%20que%20procura%20explicar%20de%20onde%20veio%20o%20povo%20de%20Luzia%20e%20por%20que%20ele%20desapareceu%20da%2
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Article?mini=true&url=https%3A%2F%2Fjornal.usp.br%2Fciencias%2Fciencias-
nova-historia-sobre-o-povo-de-luzia%2F) Energia Sustentável #6: G
nova%20hist%C3%B3ria%20sobre%20o%20povo%20de%20Luzia%20
-nova-historia-sobre-o-povo-de- empregos no ramo das en
p.br%2Fciencias%2Fciencias-biologicas%2Fdna-antigo-conta-nova- renováveis
o%20que%20ocorreu%20dentro%20do%20continente.%20Al%C3%A9m%20disso%2C%20eles%20sugerem%20que%20aconteceram%20substitui%C3%A7%C3%B5es%20de%20p
volutivo%20que%20ocorreu%20dentro%20do%20continente.%20Al%C3%A9m%20disso%2C%20eles%20sugerem%20que%20aconteceram%20substitui%C3%A7%C3%B5es%20de
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20hist%C3%B3ria%20sobre%20o%20povo%20de%20Luzia&via=usponline)
(https://jornal.usp.br/podc
%20nesta%20quinta-feira%2C%20por%C3%A9m%20na%20revista%20Science%2C%20corrobora%20a%20ancestralidade%20amer%C3%ADndia%20do%20povo%20de%20Luzia.%
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) (https://jorn sustentavel-6-geracao-de
Austr%C3%A1lia%20ou%20da%20Melan%C3%A9sia.%0D%0A%0D%0APara%20al%C3%A9m%20das%20publica%C3%A7%C3%B5es%20cient%C3%ADficas%2C%20os%20novos
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al.usp.br/pod no-ramo-das-energias-ren
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-sustentavel-
6-geracao-
de-
empregos-
no-ramo-
das-
energias-
renovaveis/)

Diversidade em Ciência #1
Educomunicação como ins
combate à fome e pela se
alimentar
Pesquisa analisou o DNA fóssil extraído dos ossos humanos encontrados no sítio (https://jorn (https://jornal.usp.br/podc
arqueológico da Lapa do Santo, na região de Lagoa Santa (MG) – Arte sobre fotos
al.usp.br/pod em-ciencia-114-educomun
cast/diversid instrumento-no-combate-
ade-em- seguranca-alimentar/)
... ciencia-114-
educomunic
.. A análise do genoma de 49 indivíduos que viveram em acao-como-
instrumento-
diferentes pontos da América Central e do Sul entre 11
no-combate-
mil e 3 mil anos atrás sugere que grupos precursores a-fome-e-
dos indígenas atuais migraram da América do Norte em pela-
seguranca-
direção ao sul e deixaram descendentes em lugares tão
alimentar/)
diversos quanto Belize, Peru, Brasil, Argentina e Chile. A
pesquisa, publicada nesta quinta-feira (8) na revista Sociedade em Foco #165:
científica Cell (https://www.cell.com/cell/fulltext/S0092-8674(18)31380-1),
políticas públicas para a t
energética e a inteligência
traz implicações importantes para a teoria sobre as (https://jornal.usp.br/podc
(https://jorn em-foco-165-importancia-
origens do povo de Luzia – o crânio humano mais antigo al.usp.br/pod publicas-para-a-transicao
das Américas. Descoberto na década de 1970 no sítio cast/socieda a-inteligencia-artificial/)
de-em-foco-
arqueológico da Lapa do Santo, em Lagoa Santa (MG),
165-
o crânio de Luzia foi encontrado recentemente nos importancia-
escombros deixados pelo incêndio do Museu Nacional, de-politicas-
publicas-
no Rio de Janeiro.
para-a-
transicao-
Segundo Cosimo Posth, do Instituto energetica-
+ Mais
Max Planck, na Alemanha, os dados e-a-
inteligencia-
genéticos indicaram duas afinidades
artificial/)
genéticas importantes entre nativos
do norte e do sul das Américas. Todos os podcasts
(https://jornal.usp (https://jornal.usp.br/podcasts/)
Posth, que é um dos autores do
artigo publicado na Cell, conta que .br/atualidades/cr \\ ARTIGOS
uma dessas afinidades é entre anio-de-luzia-
Por que precisamos de ma
grupos da Califórnia e dos Andes guiou-linha-de- mulheres no Supremo Tribu
pesquisa-de- Federal?
Centrais que viveram há cerca de 4 (https://jornal.usp.br/artigo
laboratorio-da- (https://jorn
mil anos. A outra conecta indivíduos que-precisamos-de-mais-
al.usp.br/arti mulheres-no-supremo-tribu
que viveram entre 11 mil e 9 mil usp/) gos/por- federal/)
Crânio de Luzia
anos atrás, cujos ossos foram que- 15/09/2023
guiou linha de
pesquisa de precisamos- Por Ana Elisa Liberatore S. Be
escavados no Chile, no Brasil e em laboratório da USP de-mais- professora de Direito Penal e
Belize, com o chamado “garoto de (https://jornal.usp diretora da Faculdade de Dire
mulheres-
.br/atualidades/cr USP
Anzick”. Trata-se de um esqueleto anio-de-luzia- no-supremo-
guiou-linha-de- tribunal-
de cerca de 12.600 anos associado pesquisa-de-
laboratorio-da- federal/)
à chamada cultura Clóvis, usp/)
conhecida pela produção de pontas Reflexões sobre a pesquisa
V Ciclo Avaliativo
de lanças e flechas muito (https://jornal.usp.br/artigo
características, encontradas no sobre-a-pesquisa-da-usp-no
(https://jorn
avaliativo/)
Novo México, Estados Unidos. “Isso (https://jornal.usp al.usp.br/arti 15/09/2023
sugere uma expansão do povo que gos/reflexoe Por Bruno Gualano, professo
.br/ciencias/cienc s-sobre-a- Faculdade de Medicina da US
espalhou a cultura Clóvis na ias- pesquisa-da- Geraldo Schön, professor da
América do Norte mais ao sul”, usp-no-v- Politécnica da USP
humanas/escavac
explica Posth. ciclo-
oes-revelam-os- avaliativo/)
costumes-dos-
“Eles deixaram as pontas de lanças Os cursos de licenciatura d
habitantes-mais-
para trás, mas seguiram USP
antigos-do- (https://jornal.usp.br/artigo
massivamente para o sul do cursos-de-licenciatura-da-u
brasil/) (https://jorn
continente, passando pela Escavações 13/09/2023
al.usp.br/arti
Mesoamérica, chegando até Lagoa revelam os Por Rogério de Almeida, prof
costumes dos gos/os- da Faculdade de Educação d
Santa e alcançando a costa andina habitantes mais cursos-de- e membro da CAI
antigos do Brasil licenciatura-
no sul do Chile. Sem dúvida é uma (https://jornal.usp da-usp/)
das conclusões mais importantes .br/ciencias/cienci
as-
desse artigo”, completa André humanas/escavac Todos os Artigos
oes-revelam-os- (https://jornal.usp.br/editorias/artigos/)
Strauss, professor do Museu de costumes-dos-
Arqueologia e Etnologia (MAE) da habitantes-mais- \\ MAIS LIDAS
antigos-do-
USP e coordenador da pesquisa no brasil/) (https://jornal.usp.br/atualidades/
alimentos-ultraprocessados-nao-
Brasil.
devem-ser-confundidos-com-os-
. processados/) Alimentos
ultraprocessados não devem ser confundidos com os
[embedyt] https://www.youtube.com/watch? processados
v=gBI96LSsrgk[/embedyt] (https://jornal.usp.br/atualidades/alimentos-
ultraprocessados-nao-devem-ser-confundidos-com-
. os-processados/)
Dos 49 indivíduos cujo genoma foi analisado e
(https://jornal.usp.br/campus-
comparado, dez vieram de sítios arqueológicos ribeirao-preto/serie-energia-sem-
brasileiros: sete tiveram os ossos encontrados na Lapa gas-da-bolivia-alternativas-
do Santo e três em sambaquis da faixa costeira do energeticas-ganham-importancia-
no-brasil/) “Série Energia”: Sem gás da Bolívia,
Brasil. A afinidade genética deles com o indivíduo da alternativas energéticas ganham importância no
cultura Clóvis altera radicalmente a hipótese que Brasil (https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-
procura explicar de onde veio o povo de Luzia e por que preto/serie-energia-sem-gas-da-bolivia-
alternativas-energeticas-ganham-importancia-no-
ele desapareceu da região há aproximadamente 8 mil
brasil/)
anos.
(https://jornal.usp.br/institucional/
usp-lanca-edital-inedito-para-
Ao estudar o crânio intercambio-de-alunos-de-
de Luzia no final da graduacao-que-vieram-de-
década de 1980, o escolas-publicas/) USP lança edital inédito para
intercâmbio de alunos de graduação que vieram de
bioantropólogo escolas públicas
Walter Neves, (https://jornal.usp.br/institucional/usp-lanca-edital-
professor inedito-para-intercambio-de-alunos-de-graduacao-
que-vieram-de-escolas-publicas/)
aposentado do
Instituto de (https://jornal.usp.br/campus-
ribeirao-preto/nova-variante-da-
Biociências da USP, covid-19-e-mais-contagiosa-mas-
propôs a hipótese nao-apresenta-sinais-de-maior-
dos dois O bioarqueólogo André Strauss perigo/) Mais contagiosa, nova variante da covid-19
coordenou o projeto de pesquisa no apresenta riscos para os mais vulneráveis
componentes
Brasil – Foto: Reprodução / Canal USP (https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/nova-
biológicos. variante-da-covid-19-e-mais-contagiosa-mas-nao-
Entendendo as apresenta-sinais-de-maior-perigo/)

características morfológicas do crânio como diferentes (https://jornal.usp.br/radio-


das encontradas nos povos indígenas do nosso tempo, usp/cientistas-alteram-genoma-
das-moscas-da-fruta-para-que-
Neves supôs que o povo de Luzia seria descendente de sejam-capazes-de-se-
uma leva migratória vinda da Austrália e da Melanésia reproduzirem-sem-machos/) Cientistas alteram
há cerca de 14 mil anos. Seria, portanto, uma leva genoma das moscas-da-fruta para que sejam
capazes de se reproduzirem sem machos
distinta daquela que veio da Ásia 12 mil anos atrás pela
(https://jornal.usp.br/radio-usp/cientistas-alteram-
rota da Beríngia. A chegada dos beringianos teria genoma-das-moscas-da-fruta-para-que-sejam-
causado uma substituição da população com capazes-de-se-reproduzirem-sem-machos/)

características australo-melanésias, deixando apenas


vestígios dos habitantes originais.
“Havia uma expectativa de que no DNA dos indivíduos
de Lagoa Santa tivesse algum sinal de ancestralidade
não ameríndia, mas isso não foi encontrado”, afirma
Strauss. Outra pesquisadora que participou do projeto, a
geneticista Tábita Hünemeier, docente do Instituto de
Biociências (IB) da USP, é ainda mais contundente. “(O
artigo) acaba com a ideia dos dois componentes
biológicos. Essa ideia de que havia um componente
australo-melanésio principal que tinha chegado antes e
povoado essa região e depois teriam chegado os
beringianos e dado origem aos amazônicos e andinos,
ela não existe. O que a gente vê é uma relação direta
entre o povo de Luzia e a cultura Clóvis”, afirma a
geneticista.
.

A população relacionada à cultura Clóvis desceu rumo ao Sul, mas


deixou os projéteis característicos para trás. Os arqueólogos
encontraram essas flechas no Novo México, nos EUA

..
DNA antigo e trocas genéticas

Os cientistas utilizam as análises de DNA para investigar


como se deu o povoamento humano nas Américas.
“Existe um debate ainda muito grande sobre quem
foram os primeiros americanos e como eles chegaram
aqui, e este estudo sugere que o processo de
colonização da América do Sul foi complexo e repleto de
eventos migratórios da América do Norte para a América
do Sul”, diz Mark Hubbe, do Departamento de
Antropologia da Ohio State University, nos Estados
Unidos. Ele colaborou com a interpretação dos dados
genéticos e também assina o artigo da Cell.

Para Tábita
Hünemeier, os
novos resultados
suportam a ideia de
que houve um
processo
microevolutivo que
ocorreu dentro do
continente. Além
disso, eles sugerem
A geneticista Tábita Hünemeier trabalha que aconteceram
comparando DNA antigo com o genoma
substituições de
de povos indígenas atuais – Foto: populações. Esta
Reprodução/Canal USP
interpretação é
possível porque,
além das análises das amostras de DNA antigo, os
cientistas também fizeram comparações com amostras
do genoma de indígenas atuais. Lagoa Santa pode ter
sido um desses casos de substituição. “A população
atual que está aqui não é tão relacionada (com a
população antiga) quanto esperado”, afirma a
geneticista, apontando para a lacuna que persiste no
conhecimento científico sobre os milênios posteriores ao
tempo em que viveu o povo de Luzia.

No entanto, a própria docente do IB alerta que a


amostragem atual usada neste estudo foi muito
pequena. Para a população indígena brasileira mais
representativa, foram comparadas apenas amostras de
DNA de pessoas dos povos Suruí e Karitiana, que vivem
na região do Rio Madeira, em Rondônia. Ela diz que o
próximo passo em suas pesquisas será investigar a
dinâmica interna de formação da população nativa-
americana. “Parece que de 9 mil anos para cá veio uma
outra leva migratória e formou a população atual. Mas
talvez não seja assim. Talvez, preenchendo as lacunas,
seja um gradiente muito mais sutil”, comenta a
geneticista.

Dentre o pouco que sabemos sobre a história indígena


“profunda” das Américas – quem utiliza o termo é André
Strauss – agora é possível afirmar que todos os grupos
nativos-americanos estudados pelos geneticistas têm
ancestralidade beringiana. A microevolução se
encarregou de fazer com que os povos do sul dos
Estados Unidos, da América Central, dos Andes ou da
Amazônia transportassem genes diferentes para seus
descendentes. “Do meu ponto de vista, a contribuição
mais importante deste estudo é que ele mostra uma
grande diversidade biológica entre as populações sul-
americanas no passado”, afirma Hubbe, da Ohio State
University.
.
.. Debate científico

Outro artigo publicado nesta quinta-feira, porém na revista


Science
(http://science.sciencemag.org/content/early/2018/11/07/science.aav2621
/tab-pdf), corrobora a ancestralidade ameríndia do povo
de Luzia. André Strauss também assina o artigo e
explica que, no caso dessa segunda pesquisa, a análise
do genoma foi feita a partir dos ossos descobertos pelo
arqueólogo Peter Lund na caverna do Sumidouro,
também localizada em Lagoa Santa, no século 19. Este
material está no Museu de Copenhague, na Dinamarca.

Os principais achados da pesquisa da Science, que


sequenciou 15 genomas antigos extraídos de ossos
encontrados desde o Alasca até a Patagônia, são
evidências genéticas de que os primeiros ocupantes
humanos da América se dispersaram rapidamente pelo
continente e se diversificaram cedo, conforme migravam
para o sul. O resultado desta expansão teria sido uma
multiplicidade de migrações independentes e
geograficamente desiguais.

No entanto, esse trabalho não permite descartar


automaticamente a hipótese dos dois componentes
biológicos, já que os cientistas envolvidos no trabalho
encontraram um sinal da População Y – de origem
australasiana – em um dos indivíduos de Lagoa Santa
que teve o genoma sequenciado. Apesar de terem
identificado o sinal, os pesquisadores não trazem
elementos para explicar de onde – e de quem – ele vem.
“A gente simplesmente não sabe explicar a origem
desse sinal. Pode representar a existência de população
muito mais antiga no continente, tipo Serra da Capivara,
mas de todas as formas Lagoa Santa não seria essa
população”, diz Strauss.

Novos dados genéticos mudam a forma como imaginamos o povo


de Lagoa Santa. À esq., a nova reconstrução facial do povo de
Luzia, feita a partir do crânio de um homem sepultado na Lapa do
Santo. À dir., a reconstrução de Luzia, famosa por sua marcante
feição africana
.

Por outro lado, a comparação do genoma da caverna do


Sumidouro com outros indivíduos antigos mostrou que a
presença do sinal da População Y nada tem a ver com a
morfologia craniofacial de Luzia. A imagem popular que
se tem de Luzia é a da reconstrução facial produzida
pelo britânico Richard Neave nos anos 1990, com
marcada fisionomia africana, mas o que o artigo da
Science aponta é que as feições do povo de Lagoa
Santa eram uma expressão da diversidade ameríndia à
qual Mark Hubbe se referia, e não uma herança vinda
da Austrália ou da Melanésia.

Para além das publicações científicas, os novos dados


genéticos também permitiram criar um novo rosto para a
população antiga de Lagoa Santa. A proposta da
especialista em reconstrução forense Caroline
Wilkinson, da Liverpool John Moores University, na
Inglaterra, se baseia nas informações do artigo
publicado nesta quinta na Cell. A nova imagem foi criada
a partir do modelo digital retroformado de um crânio do
sítio arqueológico da Lapa do Santo e traz uma
fisionomia, espera-se, mais precisa dos primeiros
habitantes do Brasil.

Silvana Salles, com colaboração de Tabita Said.

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