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Noções de Geologia2
Noções de Geologia2
FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES E GEOTECNIA
ELEMENTOS
DE
GEOLOGIA
Apresentação
* Nota em 10/03/2005
Estas notas de aula estão sendo disponibilizadas, em sua primeira versão em PDF,
para atender o curso de Elementos de Geologia, ministrado pelo Prof. Geraldo
Luciano de O. Marques, em 2005/1. Qualquer erro de formato, originado pala
conversão de arquivo será corrigido oportunamente.
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Elementos de Geologia - 1995 Prof. M. Marangon
Bibliografia
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1.1 - Geologia :
Podemos definir geologia como a ciência que estuda a Terra em todos os seus
aspectos, isto é, a constituição e estrutura do globo terrestre, as diferentes forças que agem
sobre as rochas, modificando assim as formas do relevo e a composição química original dos
diversos elementos, a ocorrência e a evolução da vida através das diferentes etapas da história
física da terra (estudo dos seres antigos). (4)
Ciência da terra que trata de sua origem, composição (estrutura), de seus processos
internos e externos e de sua evolução, através do estudo das rochas.
1.2 - Divisão :
Mineralogia
Petrografia
Geologia Física Sedimentologia
Estrutural
Teórica Geomorfologia
ou
Geral Geologia Histórica Paleontologia
Estratigrafia
Geologia
Economia Mineração
Petróleo
Aplicada
Problemas de Engenharia Civil:
Engenharia FUNDAÇÕES, ESTRADAS,
BARRAGENS, TÚNEIS,
ÁGUA SUBTERRÂNEA,
MATERIAIS, etc...
Geologia Geral
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* Parte Física
* Parte Histórica
Geologia Aplicada
Economia: Estudo dos materiais do reino mineral que o homem extrai da terra
para a sua sobrevivência e evolução.
Sub-orgânicas: carvão e petróleo
Sub-inorgânicas: Fe, Al, Mn, Pb,Cu, Zn, Au etc.
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Em casas ou construções que aplicam baixa tensão sobre o solo, muitas vezes não
são realizadas sondagens. Vale, neste caso, a experiência do Engenheiro
responsável, ou mesmo construtor, para estabelecer até onde deve ir a escavação
para ser colocada a fundação classificada como “superficial”. A experiência é
reforçada pelo conhecimento dos solos da região.
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a) Engenharia de Petróleo
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2.1 - Terra:
As onda transversais são mais lentas e são também denominadas ondas secundárias ou
ondas S. A vibração se faz em direção perpendicular à direção de propagação do modo
análogo às ondas luminosas.
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a) Crosta - que vai desde a superfície até a descontinuidade abaixo dos oceanos e de 30 à 50
km nas regiões continentais.
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Baseado na velocidade de propagação das ondas P, a crosta terrestra pode ser dividida
em duas camadas, SIAL, ou camada “granítica” e SIMA, ou camada “basaltica”.
O SIAL propaga as ondas elásticas com uma velocidade de 6,0 a 6,5 km /seg.
compatível com o valor observado em laboratório para o granito em condições de temperatura
e pressão correspondente a profundidade relativamente pequenas. O SIAL é a camada
superior da crosta e em geral está coberta pelas formações sedimentares. O termo SIAL vem
de Si e Al que são elementos predominantes no granitos. O SIMA (Si e Mg) é a camada
inferior da crosta e propaga as ondas elásticas, com maior velocidade (de 6,5 a 7,0 km/seg.
segundo Gutenberg - 1955), cuja ordem de grandeza é verificada em laboratório para as
rochas basálticas.
Composição:
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5%
75% 25%
95%
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Unidade 3 - MINERALOGIA
3.1 - Conceito:
Hábito: Maneira mais freqüente com que um mineral ou cristal se apresenta. Todos minerais
estão enquadrados em um dos tipos de sistema cristalino.
Ex. Quartzo: Prismático, terminando por faces de romboedro.
Feldspatos: Prismas monoclínicos ou triclínicos.
Micas: Placas tabulares.
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Proeminente Mica/calcita
Perfeita (aspereza) Feldspatos
Distinta (escalonamento) Fluorita
Indistinta Apatita
Direções de Clivagem: (A) segundo uma única direção, (B) se faz em dois planos, (C)
segundo três direções, (D) três direções em ângulos não reto e (E) em octaedro.(9)
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De acordo com a sua composição química, os minerais podem ser classificados em:
ÓXIDOS, SILICATOS, SULFATOS, CARBONATOS, SULFETOS
Óxidos:
Carbonatos:
Sulfetos:
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Sulfatos:
- Quartzo
- Feldspato e
- Mica
- Anfibólio
- Piroxênio
- Zircão
- Apatita
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KAlSi3O8 - Ortoclásio
Feldspatos alcalinos ou ortoclásios
NaAlSi3O8 - Albita
Feldspatos alcali-cálcicos ou plagioclásios
CaAl2Si2O8 - Anortita
Clivagem: 2 direções
Grupo do Quartzo:
Clivagem: Ausente
Brilho: Vítreo
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São minerais de aparência muito similar. São prismáticos, de cor escura (quantidade
de Fe e Mg), com clivagem em 2 planos.
PIROXÊNIOS ANFIBÓLIOS
Brilho: Acetinado
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4.1 - Magma:
Lava:
Magma que atinge a superfície da terra, através dos vulcões, vindo de certas
profundidades (regiões superaquecidas). É expulsa de maneira calma ou acompanhada
de explosões (quando a emissão de gases aquecidos ocupam considerável volume das
lavas - formação de partículas finísssimas denominadas “Cinzas vulcânicas”).
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Formações:
Derrames → Magmas básicos (pobre em sílica e rico em Fe e Mg - de coloração mais
escura). São mais móveis e menos viscosos. Alcançam grandes
distâncias do ponto de estravasamento.
Estruturas Vulcânicas → Magmas ácidos. Há um acúmulo de material próximo do
orifício de estravasamento não se derramando.
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Ö Percentagem de sílica:
Ácidas - sílica > 65%
Intermediárias - " 65 - 52%
Neutras ou básicas - " < 52%
Ö Granulação:
Granulação grossa ∅ médio > 5 mm
(rochas de grande profundidades)
Granulação média ∅ 1 a 5 mm
Granulação fina ∅ médio < 1 mm
(rochas formadas na superfície)
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5.1 - Definição:
Rocha Preexistente
(Magmática, Sedimentar ou Metamórfica)
Intemperismo
Detritos Soluções
Transporte e Distribuição
(Por gravidade, galerias, vento, água, organismos, rios etc ...)
Rocha Sedimentares
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Folhetos - formado a partir de sedimentos muito finos (argilas, ∅ < 0.002 min),
densamente compactados e/ou cimentados. É finamente estratificado (apresenta planos de
deposição de material), fragmentando-se de modo lamelar, em plaquetas.
Indica sempre a decomposição de sedimentos em ambiente calmo, em lagos ou regiões de
água estagnada.
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Foto de um Peixe fóssio em uma rocha sedimentar de origem mecânica do Cretácio (9)
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6.1 - Conceitos
Rocha Metamórfica:
Rocha proveniente de transformações sofridas por qualquer tipo de
rochas preexistentes que foram submetidas a processos termodinâmicos,
(efeitos de variação de temperatura e pressão) os quais produziram
novas texturas e novos minerais que geralmente se expressam
orientados segundo diferentes traçados (fenômeno de metamorfismo).
Metamorfismo:
Mudanças Mineralógicas e Estruturais que sofrem as rochas (sem que
sofram fusão) quando submetidas a condições físicas e químicas diferentes
daquelas que originalmente as formaram.
Alterações Básicas:
Deformação dos Minerais Mudança de estrutura e textura (leva ao
(ação da pressão) alinhamento e orientação dos grãos)
Observa-se na
fotografia, tomada em
close, o alinhamento dos
minerais - xistosidade
(presença de pressão no
processo de sua
formação) que se
contrasta com um veio
de quartzo intrusivo.
Metamorfismo Normal
- Minerais de mesma natureza química dos minerais da rocha que sofrem os efeitos
metamórficos.
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Calcário Mármore
Metamorfismo Metassomático
Agentes do Metamorfismo:
- Aumento de temperatura Met. Termal Áreas restritas e
- Aumento de pressão Met. Cataclástico (dinâmico) localizadas
- Aumento de pressão Met. Dinamotermal (Regional) Áreas extensas
e temperatura
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Exemplos:
Cataclasitos - Rochas formadas por esmigalhamento sem
reconstituição química.
Milomitos - Formada por moagem e cisalhamento dos grãos
Regiões de elevada permeabilidade.
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- Metamorfismo plutônico:
Influência de temperatura elevada em grande pressão uniforme (não existindo pressão
dirigida), ocorridas em grande profundidade.
Metamórficas
a) Presença de xistosidade
Estrutura orientada em paralelismo dos minerais
b) Dureza média elevada
(Exceção das micáceas e carbonatadas)
c) Cor variável
d) Presença comum de fraturas
Magmáticas
a) Estrutura maciça, compacta
b) Dureza média a elevada
c) Cor homogênea
Sedimentares
a) Estrutura em camadas
b) Dureza baixa
c) Cor variável no sentido horizontal e vertical
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Como ocupa grandes volumes, a pedra deve ser buscada próximo ao local da obra,
com o objetivo de não encarecer demasiadamente o transporte. Com isso, o Engenheiro terá a
sua disposição não exatamente o material de que gostaria, e sim aquele disponível.
São as seguintes as
propriedades que serão
estudadas e que visam
sua caracterização e
classificação:
• Físicas (7.1)
• Químicas (7.2)
• Mecânicas (7.3)
• Geotécnicas (7.4)
Vista de um laboratório de Mecânica das Rochas. Vê-se sobre a bancada, a direita, vários
corpos de prova a serem ensaiados no equipamento sendo operado pelo laboratorista, e a
esquerda, reagentes para determinação de propriedades químicas das amostras.
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- Cor
• Tendo em vista a sua grande variabilidade, a cor é um fator bastante fraco para sua
classificação, uma vez que pode apresentar cores diversas em uma mesma jazida.
• Classificação das Rochas em geral tendo por base a cor :
Monócromas - Única coloração, uniformemente distribuída.
Polícromas - Formada de mais cores.
- Peso Específico
• Função do peso específico dos elementos constituintes e de sua porosidade.
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- Porosidade
• Propriedade das Rochas em conter espaços vazios.
a) Tipo de Rocha
Sedimentares - maior porosidade
Magmáticas Intrusivas baixa porosidade
Extrusivas > que intrusivas
Metamórficas - baixa porosidade (de acordo com o grau de metamorfismo)
b) Grau de Alteração
Alteração da Rocha = f (dissolução e remoção de materiais das rochas)
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- Permeabilidade
• É a propriedade da Rocha que está relacionada com a maior ou menor resistência que
ela oferece à percolação da água.
- Absorção
Pa - Ps
Ca = . 100
Ps
Peso Seco
Vista interna de
uma estufa de
laboratório com
temperatura controlada
em torno de 105º.
São mostrados
08 (oito) corpos de
prova de rocha sendo
secos - retirada do teor
de umidade natural da
amostra de rocha.
- Dureza
• De difícil determinação, uma vez que as rochas são formadas por vários minerais que
apresentam diferentes durezas.
• Na prática são considerados três estágios de dureza:
- Deformabilidade
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• Parâmetros
E = ∆ Tensão
∆ Deformação Longitudinal
Módulo de Elasticidade
∆ Deformação Transversal
ν=
∆ Deformação Longitudinal
Coeficiente de Poisson
• Determinação em Laboratório
Corpo de prova deitado sobre uma mesa, sendo verificado a sua altura
média com um paquímetro
- Rochas Xistosas ou Estratificadas
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F F
>E <E
< Deformação > Deformação
• Conclusões:
- As propriedades elásticas de um maciço rochoso são afetadas pela anisotropia (direção a qual
se considera para a medição de uma determinada propriedade).
- São também fatores de influência:
• A condição de saturação (umidade)
• A presença de fraturas
- Composição Química
- Reatividade
Uma determinada rocha contém elementos reativos ou não inerte, quando esses
elementos químicos são capazes de reagir ao entrar em contato com outros compostos.
Ex.:
Sílica Mineral reage com álcalis do cimento Portland.
Água fluindo para dentro de um túnel e contendo sulfato de cálcio pode atacar o
concreto de revestimento.
- Durabilidade
- Resistência à Compressão
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• Os corpos de prova a serem ensaiados deverão conter as várias situações que a rocha
pode apresentar para que os resultados exprimam uma média da propriedade da rocha.
Ex.: argilito (rocha acamada)
3 CP Compressão paralela a estratificação, seco
3 CP Compressão paralela a estratificação, saturado
3 CP Compressão perpendicular a estratificação, seco
3 CP Compressão perpendicular a estratificação, saturado
São apresentados os resultados isolados e médios para cada uma das condições.
Verifica-se:
- Em uma mesma espécie de rocha, amostra de grãos finos possui maior resistência que
amostra de grãos grossos.
- Quanto mais forte for o ligamento entre os cristais, maior a resitência à compressão.
- Os corpos de prova com compressão perpendicular aos planos de estratificação
apresentam maior resistência à compressão.
Exercício numérico de aplicação:
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- Resistência ao Choque
É a resistência que uma rocha oferece ao impacto de um peso que cai de uma certa
altura.
A resitência ao choque tem importância quando a rocha for usada para pavimentação de
estradas e aeroportos.
- Resistência ao desgaste
É a resistência que a rocha apresenta, sob a forma de agregado (Pedra Britada), quando
submetida a atrito mútuo de seus fragmentos.
Conforme o tipo de máquina empregada para sua determinação, a resistência ao
desgaste recebe o nome de: resistência ao desgaste Los Angeles, Deval, etc.
Tem importância especial quando a rocha for empregada sob forma de pavimento
(paralelepípedos).
Se a resistência à abrasão for baixa, em pouco tempo terá suas superficies lisas, o que a
torna inconveniente (escorregadia, perigosa ao tráfego).
→ Resistência à abrasão Los Angeles
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Este equipamento é
encontrado no Laboratório de
Pavimentação da Faculdade
de Engenharia da UFJF.
- Resistência ao Corte
É a resistência apresentada por uma rocha para se deixar cortar em superfícies lisas.
Dependendo da disposição dos minerais em uma determinada rocha, ela pode apresentar
menor ou maior dificuldade ao corte.
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1 - grau de alteração
2 - grau de resistência à compressão simples
3 - grau de consistência
4 - grau de fraturamento
- Grau de alteração
- Grau de Consistência
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- Grau de Fraturamento
Grau de fraturamento
Rocha Número de fraturas por metro
ocasionalmente fraturada <1
pouco fraturada 1-5
medianamente fraturada 6 - 10
muito fraturada 11 - 20
extremamente fraturada > 20
em fragmentos torrões ou pedaços de diversos tamanhos,
caoticamente dispostos
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Unidade 8 - INTEMPERISMO
8.1 - Definição:
“Não existe rocha alguma que possa escapar à sua ação. Até mesmo uma rocha tão
resistente como o granito, quando sujeita por muito tempo à ação intensa do
intemperismo, chega a desfazer-se entre os dedos”. (3)
* Sedimentos
(arenoso, argiloso... - Granulometria e composição uniforme)
* Solos (mistura ou não de sedimentos)
* Rochas sedimentares (sedimentos cimentados)
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Ö 2 fases
* Física ( desintegração das rochas)
Entende-se por integração como a ruptura das rochas inicialmente em fendas
(fraturas), progredindo para partículas de tamanhos menores sem, no entanto, haver
mudança na composição, constituindo apenas em fraturamento da rocha.
Agentes: variação de temperatura, congelamento de água etc...
O perfil acima (9) mostra em uma profundidade maior a ação de agentes físicos que
resultou no fraturamento da rocha e em profundidades menores a ação dos agentes químicos
que resultou na transformação de fragmentos em solo. Ressalta-se que quanto mais profundo
menor a ação do intemperismo.
8.3 - Fatores que influem no Intemperismo:
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Clima: Regiões áridas e ou geladas - ação mais intensa dos agentes físicos
(NE do Brasil).
Regiões úmidas e quentes - ação mais intensa dos agentes químicos
(Centro Sul Brasil).
Topografia: Regiões de aclive (elevada) - A ação da gravidade favorece a
remoção da camada de solo que protege a rocha da ação das intempéries
Regiões com cadeias montanhosas - barragem de correntes de ar,
influenciando na ação de precipitações (chuvas). O que interfirá
no clima.
Tipo de Rocha: Diferentes são as resistências oferecidas ao ataque físico e químico.
Um tipo ou outro de rocha apresentará maior ou menor facilidade
de sofrer a ação do intemperismo.
Vegetação: A fixação do solo, com suas raízes, contribui para que esta
camada superficial não seja removida protegendo a rocha da ação
de intempéries.
As variações de temperatura
repentinas (durante o dia a temperatura nas
rochas chegando a 60 a 70oC e a noite
podendo cair próximo a 0oC) fazem com
que os minerais das rochas estejam ora em
estado de expansão, ora em contração.
Como os coeficientes de dilatação técnica
são diferentes causam nas rochas pequenas
trincas que vão se alongando com o
tempo, fraturando todo o maciço o que
contribui para a sua desintegração em
blocos.
b) Congelamento da água
c) Cristalização de Sais
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a) Hidrólise
b) Hidratação
Os minerais tem seus volumes aumentados, o que contribuiu para uma aumentados
o que contribui para um aumento de pressão interna e consequente desintegração
(tensão maior nos vértices arredondamento dos blocos).
c) Oxidação
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e) Decomposição químico-biológica.
Arenito 15 m
Basalto 25 m
Granito 40 m
Gnaisse 60 m
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Unidade 9 - SOLOS
9.1 - Conceitos:
O solo deve ser considerado sob o aspecto de ente natural e, como tal é tratado
pelas ciências que estudam a natureza, como a geologia, a pedologia e a
geomorfologia.
Uma boa introdução sobre o assunto voltada para a área de Engenharia Civil, é
apresentada pelo Prof. Milton Vargas (12), sendo utilizada como referência
bibliográfica na redação desta e da seguinte unidade.
Vista aérea (1994) de uma “obra de terra” - Construção de um grande aterro nas
proximidades de uma cabeçeira do Aeroporto (J. Fora), que utilizou apenas solo como
material de construção. Observe a coloração diferenciada do solo cortado, mostrando o
contorno da antiga rocha ali existente, que se intemperizou, transformando-se.
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No caso da rocha madre ser por exemplo, um basalto em clima tropical (Brasil),
de invernos secos e verões úmidos, a decomposição se faz, principalmente, pelo
ataque químico das águas aciduladas aos plagioclásios e outros elementos
melanocráticos, dando como resultado predominantemente argilas. Não apareceria
neste solo a fração areia, pois o basalto não contém quartzo, mas aparecem, em
pequenas porcentagens, grãos de óxidos de ferro, muitas vezes sob a forma de
magnetita. É o caso da terra roxa, do interior Centro-Sul do Brasil, que é
predominantemente uma argila vermelha.
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a) Coleta em uma jazida a ser ensaiada para ser utilizada como material de construção.
b) Coleta em um leito de futura Avenida em São Pedro, próximo a UFJF.
c) Coleta de amostra em uma das camadas de um pavimento em construção.
Sabe-se que o comportamento dos solos está de certo modo ligado ao tamanho
das partículas que os compõem. De acordo com a granulometria, os solos são
classificados nos seguintes tipos, de acordo com o tamanho decrescente dos grãos:
a) Pedregulhos ou cascalho b) Areias - Grossas, Médias e Finas c) Siltes d) Argilas
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Ex.: Formação
GRANITO → Rocha
M.E. (Feldspatos, Muscovita, Biotita e Quartzo)
Silicato de Silicato Hidratado de Silica
Al e K Al e K Al,K,Fe e Mg
Intemperismo ↓ ↓ ↓ ↓
Minerais Grãos Minerais Material
Argílicos (Palhetas) Argílicos Granular (areia)
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Residual
Transportado aluvial - água
ou coluvial - gravidade
Sedimentar eólico - vento
Orgânicos
Pedogênicos (lateríticos)
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Fenômeno de erosão
contribuindo para o
desmoronamento de
grandes volumes de
solo permitindo-nos
visualizar um horizonte
(mais superficial) de
solo residual maduro -
mais escuro e abaixo
de saprolito. Observe
as “manchas” claras
evidenciando a
decomposição das
concetra-ções de
determinados minerais
contidos na rocha de
origem.
carreados pelas ribeiras que descem a serra. Tais “talus” são sujeitos a movimento de
rastejo (expansões e contrações periódicas, pelo efeito de temperatura, que resultam
num lento movimento talude abaixo). Esse é o transporte por gravidade ou coluvial.
Mas, nem todo transporte coluvial é tão violento, muitas vezes uma topografia
suavemente ondulada é o resultado de erosão no topo dos morros de solo residual
profundamente alterado e deposição coluvial nos vales. Esse é o caso do planalto
brasileiro, onde ocorrem camadas recentes de solo coluvial fino sobre solo residual de
material semelhante.
OBS: a gravidade não forma o solo, ela já estava formado, sendo apenas transportado.
Ocorrência de
aluvião no traçado do
“Acesso Norte” em
Juiz de Fora, próximo
ao Cimento Tupi,
próximo à Benfica.
Observa-se o
fato de estar próximo
do rio paraibuna.
São os solos de cor escura encontrados nas baixadas litorâneas ou nas várzeas
dos rios interioranos.
Decomposição da matéria orgância:
- Produto escuro: húmus
- Facilmente carregado pela água
O húmus impregna permanentemente as argilas e siltes, que são solos finos, e
em menor extensão as areias e os pedregulhos (solos permeáveis).
a impregnação com húmus do horizonte superficial. A camada de solo que sofre esse
processo, recebe na Engenharia o nome de “solo superficial”, o qual tem escasso
interesse técnico nos casos em que é de pequena espessura.
Entretanto, de grande valor técnico, para nós, são as camadas de “solos
porosos”, cuja formação se deve a uma evolução pedogênica em clima tropical de
alternâncias secas, no inverno, e extremamente úmidas, no verão, resultando dessa
evolução, na maioria dos casos, os solos lateríticos. Tais solos têm espessuras que
podem atingir mais de 10 m e recobrem extensas zonas do Brasil Centro-Sul. São
solos de granulometria arenosa, porém, não raro, são argilosos - como é o caso das
argilas vermelhas porosas dos espigões da Cidade de São Paulo.
Um tipo de solo de natureza pedogênica são os pedregulhos latéricos - ou,
simplesmente, as lateritas - cuja importância técnica é cada vez maior, em enormes
zonas do país, para a construção de bases rodoviárias. São concreções formadas em
clima de profunda alternância de estações secas e úmidas.
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