Professional Documents
Culture Documents
Climatologia
Climatologia
Climatologia
2ª EDIÇÃO
2014
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
Ministro da Educação Diretora do Centro de Ciências Biológicas da Saúde - CCBS/
Aloizio Mercadante Oliva Unimontes
Maria das Mercês borem Correa Machado
Presidente Geral da CAPES
Jorge Almeida Guimarães Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH/Unimontes
Antônio Wagner Veloso rocha
Diretor de Educação a Distância da CAPES
João Carlos Teatini de Souza Clímaco Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA/Unimontes
Paulo Cesar Mendes barbosa
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia Chefe do Departamento de Comunicação e Letras/Unimontes
Sandra ramos de Oliveira
Vice-Governador do Estado de Minas Gerais
Alberto Pinto Coelho Júnior Chefe do Departamento de Educação/Unimontes
Andréa Lafetá de Melo Franco
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
narcio rodrigues da Silveira Chefe do Departamento de Educação Física/Unimontes
rogério Othon Teixeira Alves
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
João dos reis Canela Chefe do Departamento de Filosofia/Unimontes
Ângela Cristina borges
Vice-Reitora da Universidade Estadual de Montes Claros -
Unimontes Chefe do Departamento de Geociências/Unimontes
Maria ivete Soares de Almeida Antônio Maurílio Alencar Feitosa
Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Conceitos: meteorologia e climatologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.3 Meteorologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.4 Climatologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Meteorologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.5 Radiação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Climatologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.6 Frentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.7 Ventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Classificação climática, clima regional (análise do Brasil), balanço hídrico e as
implicações das variações climáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Atividades de Aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Geografia - Climatologia
Apresentação
Você agora começa o 2° período do Curso de Geografia e esse material didático da disciplina
Climatologia tem a intenção de possibilitar-lhe o acesso a um instrumento por meio do qual você
possa realizar, com eficiência e profícuo resultado, os fins a que essa graduação se destina, isto é, a
sua formação acadêmica com vistas ao aperfeiçoamento e qualificação do futuro docente.
O material Instrumental é o elemento pedagógico mediador entre o que se pretende trans-
mitir, em termos de conhecimento, e o que se quer que seja apreendido. Ele é o principal inter-
locutor entre o aluno e o professor-tutor. O processo pedagógico está assim fundamentado na
comunicação dialógica
Este material de climatologia é dirigido praticamente aos estudantes de geografia e das ci-
ências ambientais. Nele, estão contidos textos básicos sobre os princípios fundamentais da me-
teorologia e climatologia, tendo em vista as necessidades dos alunos de um curso a distância.
É inquestionável a importância da climatologia e meteorologia para o estudo da geografia.
Duas ciências que neste curso se apresentam em uma única disciplina, na perspectiva de melhor
entender a influência dos eventos atmosféricos na Terra.
Destacamos que neste material os processos atmosféricos e os sistemas climáticos são des-
critos e explicados de modo não matemático, uma vez que não é nosso objetivo aprofundar em
cálculos matemáticos, bem como a carga horária (75h/a) desta disciplina não nos permite apro-
fundar nos conteúdos.
Optamos por realizar um material bastante referenciado e ilustrativo, contendo questões de
revisão, unidade por unidade, com a finalidade básica de orientar os estudantes em sua leitura.
Destacamos que, ao contrário do que se poderia pensar, a Climatologia não é uma Ciência
recente. Desde a Antiguidade, povos como os Egípcios, os Gregos, os Árabes, os Chineses, apli-
cavam os conhecimentos meteorológicos e climatológicos disponíveis na organização das suas
vidas e das suas atividades.
Hoje em dia, tornou-se óbvio que as atividades humanas podem, inadvertidamente, modifi-
car o ambiente climático local e global, através da utilização de combustíveis fósseis, da emissão
de gases, da produção de aerossóis e da deflorestação. Daí a importância de conhecer os ele-
mentos, os fatores e os eventos que contribuem para a dinâmica da atmosfera.
Além do mais, este material engloba ainda os conceitos básicos de meteorologia e climato-
logia, enfatizando os domínios climáticos do Brasil (análise regional) e do Mundo.
E, para descontrair e apreender o conteúdo aqui descrito, sugerimos vídeos e sites, acredi-
tando que, mesmo a distância, você, caro(a) acadêmico(a), irá se esforçar para acessá-los, obser-
vando os conhecimentos adquiridos no decorrer da disciplina.
Assim, nos despedimos, sugerindo que aproveitem o máximo a companhia do seu tutor
para discutir acerca dos assuntos aqui explanados.
Desejamos a todos um bom estudo!
As autoras
9
Geografia - Climatologia
Unidade 1
Conceitos: meteorologia e
climatologia
Graziella Fernandes de Castro
1.1 Introdução
Meteorologia e Climatologia são duas ciências que se completam. A primeira apresenta as
características do tempo, suas alterações em pequeno intervalo de tempo. Enquanto a segunda,
utiliza estas características, num maior intervalo de tempo, para determinar o clima local, regio-
nal e/ou global.
O surgimento da Climatologia, como um campo do conhecimento científico com identida-
de própria, deu-se algum tempo depois da sistematização da Meteorologia.
Voltada ao estudo da especialização dos elementos e fenômenos atmosféricos e de sua evo-
lução, a Climatologia integra-se como subdivisão da Meteorologia e da Geografia.
Nesta Unidade, focalizamos os conceitos e as diferenças entre “tempo e clima” e “meteoro-
logia e climatologia” para que, a partir deste conhecimento, possamos melhor compreender os
fatores que as diferenciam e as interrelacionam.
Esta Unidade está estruturada da seguinte maneira:
1.2 Tempo e Clima
1.3 Meteorologia
1.3.1 Estações Climatológicas/Meteorológicas
1.3.2 Localização Ideal de Estações Meteorológicas e Principais Equipamentos Utilizados
1.4 Climatologia
1.4.1 Análise Rítmica
1.4.2 Escalas de Estudo Climatológico
DICA
Iniciemos então esta jornada. A Organização Me-
teorológica Mun-
dial - OMM (órgão
das Nações Unidas)
11
UAB/Unimontes - 2º Período
12
Geografia - Climatologia
A Meteorologia pode ser dividida em diversas modalidades, de acordo com a sua aplicação,
como por exemplo:
• Meteorologia Marítima: concentra os princípios meteorológicos da navegação.
• Meteorologia Física: analisa os processos físicos que ocorrem na atmosfera.
• Meteorologia Sinótica: estuda fenômenos e processos da atmosfera segundo observações
simultâneas em determinada região e tem como finalidade realizar a previsão do tempo.
• Meteorologia Dinâmica: estuda as forças que dão origem e que mantêm os movimentos
atmosféricos, bem como estuda as modificações causadas por esses movimentos.
Há também a meteorologia agrícola, aeronáutica, biometeorologia, aerologia, entre
outras.
A área a ser definida para instalação da estação (convencional ou automática) precisa ser
representativa para onde as observações serão destinadas, atentando sempre para algumas pre-
cauções:
• a área deve ser bem exposta, apresentando longos horizontes, principalmente nos sentido
leste-oeste;
• não proximidade com áreas florestais, árvores isoladas e construções de alvenaria, pois po-
dem projetar sombra na estação e interferir na coleta de dados;
• a área deve ser plana, de fácil acesso e com a grama sempre aparada;
• evitar proximidade com relevos.
Os equipamentos utilizados variam com as características das estações meteorológicas, que
vão desde um simples catavento a radares de efeito doppler e satélites de última geração. Al-
guns dos equipamentos são:
a. Psicrômetro: determina a temperatura e a umidade relativa do ar, encontra-se instalado
dentro do abrigo termométrico.
b. Higrotermógrafo: localiza-se no abrigo meteorológico e registra sucessivamente a tempe-
ratura e a umidade relativa do ar.
c. Termômetro de Máxima: mede a temperatura máxima do ar; é um dos equipamentos que
se encontram dentro do abrigo termométrico.
d. Termômetro de Mínima: afere a temperatura mínima do ar; é instalado dentro do abrigo
termométrico.
e. Geotermômetro: afere a temperatura do solo, mantido em área de solo nu ou solo vegeta-
do, conforme a necessidade.
13
UAB/Unimontes - 2º Período
1.4 Climatologia
Meteorológica da
Universidade Estadual
de Montes Claros.
Fonte: Graziella Fernandes
de Castro, 2011.
Diversos são os conceitos relacionados à Climatologia que se referem aos padrões de com-
portamento da atmosfera, examinados durante um longo período de tempo. Preocupa-se mais
com os resultados dos processos influentes na atmosfera do que com suas operações imediatas.
A Figura 3 apresenta exemplos de mapas climatológicos de precipitação, temperaturas má-
xima e mínima do Brasil, no período de 1961 a 1990.
14
Geografia - Climatologia
◄ Figura 4: Gráfico de
Análise Rítmica dos
Tipos de Tempos da
cidade de Fortaleza/CE
(período de 08 a 12 de
janeiro de 1998)
Fonte: Mendonça e Olivei-
ra, 2007.
As escalas de estudos climáticos estão relacionadas aos estudos do clima e referem-se à or-
dem de grandeza ou dimensão espacial (extensão) e temporal (duração).
Estas escalas espaciais se destacam na geografia do clima, como: microclima, mesoclima
e macroclima (Tabela 01), seguindo-se nesta ordem de grandeza, que é tanto climática quanto
temporal. As grandezas superiores precisam das inferiores para existir, ou seja, o mesoclima só
existe se houver o microclima e o macroclima posteriormente ao mesoclima.
TABELA 01
Organização das Escalas Espacial e Temporal do Clima
Temporalidade
Ordem de Escala Escala das variações Exemplificação
Subdivisões
Grandeza Horizontal Vertical mais Espacial
representativas
Macroclima Clima Zonal > 2.000 3 a 12 Algumas O globo, um
Clima km semanas e vários hemisfério, oce-
Regional decênios ano, continente,
mares, etc.
Mesoclima Clima 2.000 km 12 Km a Várias horas a Região natural,
Regional a 10 km 100 m alguns dias montanha,
Clima Local região metropo-
Topoclima litana, cidade,
etc.
Microclima 10 km a Abaixo De minutos ao Bosque, uma
alguns m de dia rua, uma edifica-
100 m ção/casa, etc.
Fonte: Mendonça e Oliveira, 2007.
15
UAB/Unimontes - 2º Período
16
Geografia - Climatologia
Unidade 2
Meteorologia
Graziella Fernandes de Castro
2.1 Introdução
Para melhor compreensão acerca dos processos meteorológicos e climatológicos deve-se
entender a atmosfera terrestre, sua composição e sua estrutura vertical, bem como diferenciar os
diversos tipos de radiação (solar, terrestre e atmosférica).
Discutiremos o objeto de estudo da meteorologia, a atmosfera. Para tanto, devemos situá-la
na estrutura vertical do Planeta Terra.
Esta Unidade está estruturada da seguinte maneira:
2.2 O Planeta Terra
2.3 A Atmosfera Terrestre
2.3.1 Composição
2.3.2 Estrutura Vertical da Atmosfera
2.3.2.1 Exosfera
2.3.2.2 Termosfera
2.3.2.3 Mesopausa
2.3.2.4 Mesosfera
2.3.2.5 Estratosfera
2.3.2.6 Tropopausa
2.3.2.7 Troposfera
2.3.2.8 Alguns Conceitos Importantes
2.4 Relações Astronômicas Entre e Sol e a Terra
2.4.1 Os Sistemas de Coordenadas
2.4.2 Estações do Ano
2.4.3 Movimento aparente do sol
Para Saber mais
2.4.3.1 Noite e dia
2.5 Radiação Para maiores informa-
ções sobre Sismologia
2.5.1 Espectro Eletromagnético acesse o site: http://
2.5.2 Campo de Radiação www.moho.iag.usp.br/
sismologia/index.php
17
UAB/Unimontes - 2º Período
tro vezes a densidade da água e temperaturas diferenciadas. Esses dois fatores justificam a
permanente movimentação das lavas, o que dá origem aos diversos fenômenos geológicos,
como vulcanismo e a deriva dos continentes.
• Crosta Terrestre: é a camada sólida da Terra, é cons-
tituída quimicamente por elementos como oxigênio e
Figura 5: Estrutura da ► silício e fisicamente por rochas e minerais. Destacam-
Terra -se as planícies, planaltos, as depressões, os vales, en-
Fonte: Elaboração própria. fim, as formações orográficas do planeta. De acordo
CASTRO, G. F, 2013. com Vianello e Alves (2000), sua espessura, apesar de
variável, não excede 40 km.
• Atmosfera: caracteriza-se por ser a camada mais ex-
terna da Terra; pode-se dizer que é uma camada de
gases que envolve a Terra, atraída pela força da gravi-
dade.
2.3.1 Composição
18
Geografia - Climatologia
TABELA 02
Constituintes “Não Variáveis” do Ar Atmosférico ()
TABELA 03
Constituintes “Variáveis” do Ar Atmosférico
A composição da atmosfera não é estável nem no tempo e nem no espaço. Barry e Chorley
(1976), citados por Ayoade (1986, p.16), desenvolveram o modelo de composição da atmosfera
“estável” (Tabela 04), o que seria possível se levássemos em consideração que o ar se encontraria
com poucas ou quase nenhuma partícula de vapor d’água e alguns gases variáveis.
TABELA 04
Composição Média da Atmosfera seca abaixo de 25 Km, segundo Barry e Chorley, (1976)
19
UAB/Unimontes - 2º Período
Figura 6: Estrutura ►
Vertical da Atmosfera
Terrestre até 80 km de
altitude.
Fonte: Disponível em
<http://www.google.
com.br/> Acesso em 18
de novembro de 2013.
20
Geografia - Climatologia
2.3.2.1 Exosfera
2.3.2.2 Termosfera
Estende-se da altitude de 90 km até a exosfera; com o limite superior máximo de 1.000 km,
diz-se que é o “topo da atmosfera”. As moléculas de gás nela existentes (sobretudo oxigênio e
azoto) são degradadas pela intensa radiação solar, dando origem às partículas carregadas de ele-
tricidade chamadas íons.
É caracterizada por sucessivo aumento da temperatura média do ar em relação à altitude.
Embora a noção de temperatura se torne imprecisa por causa da rarefação de moléculas, pode-
-se dizer que varia de 500 km a 2.000 km, contudo, dependerá da atividade solar e do horário.
A claridade fulgurante visível nas grandes latitudes da Terra – as chamadas auroras e austrais
– resulta destas perturbações elétricas, devido ao impacto dos elétrons sobre as moléculas de
oxigênio e azoto. As camadas de íons a 100-300 km refletem as ondas das emissões de rádio, pois
é constituído por considerável quantidade de moléculas ionizadas, de átomos e elétrons livres.
2.3.2.3 Mesopausa
Refere-se a uma região de transição entre a termosfera e a mesosfera. Assim como as re-
giões de transição, apresenta isotermia. Tem espessura média de 10 km, com limites entre 80 e
90 km.
2.3.2.4 Mesosfera
2.3.2.5 Estratosfera
Contém uma faixa de ozônio – oxigênio com três átomos, em vez de dois – que é essen-
cial para a vida na terra. Absorve e filtra a maior parte da radiação solar ultravioleta, que é letal
para organismos vivos. Esta camada está chegando a 50 km de altitude. Acima da tropopausa, a
temperatura sobe de 55ºC acerca de15 km para 10ºC a 50 km de altitude. Pode chegar a valores
máximos próximos de 0º C. Este desempenho está relacionado à absorção da radiação ultravio-
leta pelo ozônio. A liberação de energia no processo de formação de ozônio (O3) colabora para o
progressivo aumento do aquecimento do ar com a altitude nesta camada.
Os movimentos verticais atmosféricos são praticamente nulos, isto porque há estabilidade
na temperatura: frio por baixo e quente por cima.
21
UAB/Unimontes - 2º Período
É nesta camada que os meteoros ardem no calor de fricção gerado pela sua passagem, atra-
vés de uma atmosfera mais densa. As poeiras meteóricas formam nuvens noctilúcias. Também
aqui os raios cósmicos são absorvidos e dispersos.
2.3.2.6 Tropopausa
2.3.2.7 Troposfera
Esta camada se encontra em contato com a superfície da Terra. É a mais importante das ca-
madas da atmosfera, sob o ponto de vista da Meteorologia. A espessura varia com a latitude e
com a época do ano (estações do ano). Nos Polos, oscila entre um mínimo de 6 km no inverno e
um máximo de 10 km no verão, em média, enquanto nas zonas tropicais atinge entre 15 a 18 Km.
(FERREIRA, 2008).
É a camada do fundo da atmosfera e também a mais densa, pois apresenta cerca de 75% da
massa gasosa composta em toda atmosfera. É nessa camada que ocorre o efeito estufa.
A troposfera eleva-se até uma altitude média de 15 km acima do nível do mar, formando to-
das as nuvens normais e os padrões climáticos no seu interior. A temperatura desce cerca de 2ºC
a cada 300m, estabiliza-se em 55ºC no cimo, ou tropopausa, onde ventos fortes sopram horizon-
talmente – os chamados Jet streams.
De acordo com Ayoade (2007, p.21), a tropopausa é a parte superior da troposfera, porém
sua altura não é constante, variando de “lugar para lugar e de época para época sobre uma de-
terminada área”.
A troposfera é dividida em três camadas: a camada laminar, a camada friccional e a camada
atmosfera livre. A primeira camada ‘conecta’ o solo à atmosfera; a segunda apresenta cerca de
1.000m de espessura; e a terceira camada está isenta do efeito do atrito oriundo da irregulari-
dade da superfície terrestre. É nesta camada que se tem a formação de nuvens como forma de
transferência vertical de energia (a condensação do vapor d’água na atmosfera resulta em libera-
ção de calor latente).
Esfera Celeste: refere-se a uma esfera tão grande quanto se queira imaginar, na superfície da
qual todos os astros estariam localizados e cujo centro coincide com o centro da Terra (Figura 7).
Esfera Celeste Local: representa o hemisfério visível, o plano meridiano, horizontal do
equador, representa ainda, o zênite, o eixo celeste e
os pontos cardeais.
Figura 7: Esfera Celeste. ► Movimento Diurno dos Astros: refere-se ao
Fonte: Disponível em movimento de rotação da Terra em relação ao movi-
<http://www.astro.iag.
usp.br/~ronaldo/intrcosm/ mento aparente dos astros no céu, de leste (nascen-
Glossario/EsferaCel.html> te) para o oeste (poente);
Acesso em julho de 2013. Horizonte: plano tangente a Terra, do lugar em
que se encontra o observador. Como o raio da Terra é
desprezável frente ao raio da esfera celeste, conside-
ra-se que o horizonte é um círculo máximo da esfera
celeste, ou seja, passa pelo seu centro.
Zênite: é o ponto em que a vertical do lugar in-
tercepta a esfera celeste, acima da cabeça do obser-
vador.
Nadir: é o ponto diametralmente oposto ao zê-
nite.
22
Geografia - Climatologia
◄ Figura 8: Plano do
Equador, Meridiano
Local, e Plano
Horizontal (a), Círculos
Verticais e de Altura
(b), Paralelos e os
Meridianos (c).
Fonte: Ferreira, 2008.
23
UAB/Unimontes - 2º Período
A distância média da Terra-Sol varia em relação ao período do ano. Apresenta uma distância
mínima de 147,1 x 106 Km e máxima de 152,1 x 106 Km. A distância média fica em torno de 149,6
milhões de quilômetros. Este valor é denominado de unidade astronômica.
A Terra realiza o movimento de translação em torno do Sol, e o movimento de rotação em
torno de seu próprio eixo (Figura 9). Estes não são os únicos movimentos realizados pela Terra,
entretanto, são os únicos relevantes para a meteorologia.
Figura 9: Movimento ►
da Terra no Espaço,
em Relação a um
Referencial Centrado
num Ponto da Via-
Láctea (A), e em Relação
ao Sol (B).
Fonte: VAREJÃO-SILVA e
CEBALLOS, 1982..
24
Geografia - Climatologia
◄ Figura 12: As
Estações do Ano. As
áreas sombreadas
representam porções
da superfície terrestre
não atingidas pela luz
solar.
Fonte: Disponível em
<http://meteoropole.
com.br/tag/estacoes-do-
-ano-2/> Acesso em 01 de
setembro de 2013.
QUADRO 01
Estações do Ano
25
UAB/Unimontes - 2º Período
a. SOLSTÍCiOS (do latim: solstitiu = Sol Parado): refere-se às posições do Sol nas quais a sua
declinação é igual aos valores extremos sendo denominados de solstícios. É representado
pelos instantes em que o Sol se encontra mais afastado do plano equatorial celeste (terres-
tre). O sol então incide perpendicularmente sobre um ponto localizado no trópico, e tan-
gencia nos círculos polares Antártico e Ártico. Veja a figura 13.
b. eQUinÓCiOS (do latim: aequinoctiu = noite igual; aequale = igual + nocte = noite): trata
das posições de declinação nula, caracterizada pelos instantes em que o Sol passa pelo pla-
no equatorial. Corresponde ao ponto médio do intervalo de deslocamento. Diz-se que as
noites apresentam o mesmo “tamanho” que os dias, ou seja, noites e dias iguais. O Sol nos
períodos de outono e inverno irá incidir perpendicularmente sobre o equador. Conforme é
possível perceber na Figura 13.
26
Geografia - Climatologia
A região tropical está compreendida entre as latitudes de -23,5° e +23,5°, nesta área o Sol
passa pelo zênite pelo menos uma vez por ano, porém a área que estiver fora da região tropical
não terá o Sol passando pelo zênite. Nas regiões polares, as quais apresentam latitudes acima
de + 66,5° ao Norte e – 66,5º ao Sul, mais conhecidas como Círculos Polares, o Sol sempre estará
acima do horizonte no solstício de verão e sempre abaixo do horizonte no equinócio de inverno.
Por causa da enorme distância compreendida entre o Sol e a Terra e considerando-se que
os raios solares são paralelos entre si e que a Terra é um círculo, pode-se dizer que esta é dividida
em duas partes ou dois hemisférios: um iluminado e outro não iluminado, isto é, o dia e a noite.
Conforme ilustra a Figura 17.
27
UAB/Unimontes - 2º Período
Como o movimento aparente do Sol é de leste para oeste, tem-se que os pontos situados
a leste, de um lugar qualquer, terão o nascer, o culminar e o pôr do sol primeiro. Como pode ser
observado na Figura 18, o sol nascerá em Recife (PE) duas horas e trinta minutos mais cedo do
que em Cruzeiro do Sul (AC), por exemplo.
2.5 Radiação
É o processo pelo qual a energia é propagada através de um meio qualquer, sob a forma de
ondas.
• Radiação Solar: de acordo com o INEP, radiação solar é caracterizada por “ondas eletromag-
néticas curtas emitidas pelo Sol, responsáveis pelo aquecimento terrestre. [...] é parcialmen-
te refletida pelo Planeta Terra.”
Este tipo de radiação determina todo o sistema, podendo ser analisado pelos seus elemen-
tos: temperatura, pressão e umidade, tendo grande influência sobre as características bioge-
ográficas, fenômenos geomorfológicos, hidrológicos, etc.
O padrão relacionado à variação da temperatura diária pode ser alterado, como, por exem-
plo, em caso de presença de nuvens e vento. O primeiro, por um lado, contribui para a di-
minuição da incidência da radiação solar e, por outro lado, retém parte da radiação (onda
longa) que a Terra emite durante o período da noite. O segundo fator, o vento, provoca a
redistribuição do calor presente no ar.
Em relação aos continentes, os mares e oceanos, Mendonça e Oliveira (2007, p.54) afirmam
que “durante o dia, a radiação solar que não foi refletida penetra no oceano e é absorvida,
ao longo de sua trajetória, pela água. [...] as trocas de calor entre o ar e a água são mais len-
tas que as que se estabelecem com o solo, opaco à luz e de albedo relativamente elevado”.
• Radiação Terrestre ou Radiação Noturna: ocorre no período da noite, pois é quando a ra-
diação solar é interrompida. Aqueles que envolvem as radiações de ondas longas, na faixa
do infravermelho, estão relacionados a este tipo de radiação.
28
Geografia - Climatologia
• Radiação Atmosférica: a atmosfera absorve 24% da radiação solar (ondas curtas) que atin-
ge a Terra. 91% da radiação terrestre infravermelha são absorvidas pela atmosfera, os outros
9% são liberados no espaço. De acordo com Ayoade (2007), isso que dizer que a atmosfera
“age como o vidro numa estufa, admitindo a radiação solar, mas não permitindo que a ra-
diação terrestre saia para o espaço”, daí o conhecido ‘efeito estufa’.
QUADRO 02
Representação das Faixas do Espectro
◄ Figura 20:
Representação Visível
do Espectro
Fonte: VIANELLO E ALVES,
2000.
Em relação à distribuição espectral da radiação, temos:
• Grande parte da radiação emitida pelo Sol encontra-se na faixa espectral de 0,2 e 3 μm, com
um pico de 0,5 μm.
• Devido a esses pequenos comprimentos de ondas, a Radiação solar é denominada de Ra-
diação de Onda Curta.
• Faixas definidas no espectro. Basicamente três faixas são definidas no espectro: a) radiação
ultravioleta, para comprimentos de onda menor que 0,39 μm, corresponde a 9%; b) radia-
ção visível, para comprimentos de onda entre 0,39 a 0,77 μm, trata-se de 41% das ondas e
c) radiação infravermelha, para comprimento de onda acima 0,77 μm, 50%.
29
UAB/Unimontes - 2º Período
Referências
AYOADE, J. O. Introdução à Climatologia para os Trópicos. Tradução de Maria Juraci Zani dos
Santos. Revisão: Sueli Bastos. São Paulo: DIFEL, 1986.
________Trópicos. Climatologia Tropical. 12. ed. Tradução de Maria Juraci Zani dos Santos.
Revisão: Sueli Bastos. São Paulo: DIFEL, 2007.
30
Geografia - Climatologia
MENDONÇA, F.; OLIVEIRA, I.M.D. Climatologia: Noções Básicas e Climas do Brasil. São Paulo:
Oficina de Textos, 2007.
31
Geografia - Climatologia
Unidade 3
Climatologia
Graziella Fernandes de Castro
Dulce Pereira dos Santos
3.1 Introdução
Para a climatologia e a meteorologia, os elementos e os fatores climáticos são essenciais,
pois estes permitem compreender os diversos tempos e climas nos mais variados pontos da Ter-
ra, bem como entender a dinâmica da circulação da atmosfera.
Esta Unidade é importante, pois contribuirá para facilitar o entendimento em relação as
suas influências no tempo e no clima local, regional e global.
Para isto, destacamos os elementos temperatura, pressão e umidade, e dos fatores climáti-
cos destacamos a altitude, a latitude, a maritimidade, a continentalidade, o relevo e a vegetação,
bem como apresentaremos e analisaremos os eventos que contribuem para a circulação geral da
atmosfera: precipitações, massas de ar, frentes e ventos.
A Unidade III está estruturada aqui da seguinte maneira:
3.2 Elementos e Fatores do Clima
3.2.1 Elementos do Clima
3.2.1.1 Temperatura
3.2.1.2 Pressão
3.2.1.3 Umidade
3.2.2 Fatores do clima
3.2.2.1 Altitude
3.2.2.2 Latitude
3.2.2.3 Maritimidade e Continentalidade
3.2.2.4 Relevo
3.2.2.5 Vegetação
3.3 Circulação Geral da Atmosfera
3.3.1 Precipitação
3.3.1.1 Tipos de Chuvas
3.3.1.1.1 Chuvas Orográficas
3.3.1.1.2 Chuvas Frontais
3.3.1.1.3 Chuvas Conectivas ou de Verão
3.3.2 As Variações na Precipitação
3.3.2.1 Orvalho, Geada, Nevoeiro e Nuvens
3.3.2.1.1 Orvalho
3.3.2.1.2 Geada
3.3.2.1.3 Nevoeiro, Neblina ou Cerração
3.3.2.1.4 Nuvens
3.4 Zonas de Convergência (ZC)
3.5 Massas de Ar
3.6 Frentes
3.6.1 Frente Fria
3.6.2 Frente Quente
3.7 Ventos
33
UAB/Unimontes - 2º Período
QUADRO 03
Elementos e Fatores Climáticos
Segundo Mendonça e Oliveira (2007, p.41), “a grande variação espacial e temporal da mani-
festação dos elementos climáticos deve-se à ação de controles climáticos (ou fatores climáticos)”.
Os fatores climáticos, juntamente com as correntes oceânicas, as massas de ar e as frentes
(quente ou fria) irão qualificar os diversos climas terrestres.
Vianello e Alves apresentam uma diferenciação entre FATORES e ELEMENTOS CLIMÁTICOS.
B) Fatores internos:
• A quase periodicidade e as anomalias na configuração das temperaturas da superfície oceâ-
nica.
• O decréscimo na salinidade do Atlântico Norte ou do Oceano Ártico, conduzindo a um au-
mento na formação de gelo sobre o mar.
• A quase interatividade do sistema climático (autoflutuação de longo prazo, mesmo na au-
sência de causas externas, em virtude da alta complexidade dos sistemas interativo Terra-
oceano- atmosfera).
3.2.1.1 Temperatura
Ayoade (2007, p.50) corrobora que Temperatura “é a condição que determina o fluxo de
calor que passa de uma substância para outra”, ou seja, o calor se desloca de um corpo, com tem-
peratura maior, para outro, com temperatura menor.
34
Geografia - Climatologia
O autor destaca ainda que a temperatura de um corpo é determinada pelo balanço entre a
radiação que chega, a que sai e pela sua transformação em calor latente e sensível.
Mendonça e Oliveira (2007) informam que a variação da temperatura do ar, de um lugar
qualquer, está relacionada a dois fatores: decorre da trajetória diária e anual aparente do sol e
resulta das variações interanuais de temperatura, especificadas e propagadas pelas oscilações
térmicas e pelos parâmetros de tendência.
A Figura 21 apresenta a variação diuturna da temperatura do ar, percebe-se que, durante o
período em que há incidência dos raios solares, principalmente, no período da tarde, a tempera-
tura é mais alta, e vice-versa. No período que não faz parte da aparente trajetória diária do sol, a
temperatura do ar é menor, sendo mais baixa durante a madrugada e o início da manhã.
Assim, no período diurno, o ar que se encontra sobre o continente será mais aquecido que
aquele que está situado sobre o oceano. No período noturno, a situação se inverte, isso porque
durante todo o dia o oceano armazena mais energia que o continente, ocasionando o aqueci-
mento mais intenso do ar que se encontra próximo do oceano.
São esses eventos que proporcionam os mecanismos de brisa que ocorrem nos continentes,
oceanos, rios, lagoas, etc.
Segundo Ayoade (2007, p.62), como o ciclo diário é mais curto que o anual, a penetração da
energia solar na superfície também é mais curta, “por isso, a amplitude diurna da temperatura
é relativamente grande”. Esta amplitude é influenciada pela latitude, pela velocidade do vento,
pela capacidade condutiva da superfície e pela localização relativa dos oceanos.
As variações na temperatura são resultado das variações sazonais no volume da insolação
em qualquer lugar do planeta Terra e aumentam de acordo com a latitude e o grau de conti-
nentalidade. Desta maneira, pode-se perceber que, no verão, as temperaturas são mais elevadas,
pois há maior volume de insolação. E, no inverno, tem-se o contrário, temperaturas mais baixas,
porque o volume de insolação é menor.
3.2.1.2 Pressão
Mendonça e Oliveira (2007, p.83) corroboram que “os campos de pressão na superfície da
Terra formam os controles climáticos responsáveis pela movimentação do ar em extensas áreas
do planeta”.
Pressão corresponde, então, à força provocada pelo peso do ar, ou seja, quanto maior a al-
titude, menor a pressão e maior a rarefação do ar. Sabe-se, ainda, que o ar quente é leve e que
esse fenômeno é explicado pela expansão dos gases; em contrapartida, quando o ar está frio a
pressão aumenta.
Leia abaixo, trecho do texto do Professor Doutor em Engenharia Agrícola, Expedito José
Ferreira:
Pressão é força por unidade de área e, como peso é uma força, a pressão at-
mosférica é o peso de uma coluna de ar, desde o ponto considerado até uma
altura onde praticamente não existem mais gases (cerca de 200 km), por unida-
de de área. Em Meteorologia, a pressão resulta da ação do ar atmosférico (pres-
são atmosférica) sobre os corpos nele mergulhados. A força F, portanto, corres-
ponde ao peso da coluna de ar que existe sobre o corpo considerado, sendo A,
a área da seção transversal de tal coluna. Denomina-se Pressão Atmosférica (P)
35
UAB/Unimontes - 2º Período
ao peso exercido por uma coluna de ar, com secção reta de área unitária, que
se encontra acima do observador, em um dado instante e local. A importân-
cia do estudo da Pressão Atmosférica centra-se no fato de que, sendo o ar um
fluido, sua tendência é movimentar-se em direção às áreas de menor pressão.
Depreende-se, assim, que o movimento da atmosfera está intimamente rela-
cionado com a distribuição da pressão atmosférica, embora existam, também,
outras forças intervenientes que afetam bastante a tendência inicial do ar de
mover-se diretamente para as regiões onde a pressão estiver mais baixa (FER-
REIRA 2008, s/p).
A Pressão Atmosférica depende, assim, das condições locais e instantâneas, tais como altu-
ra, temperatura, umidade, etc. Ela desempenha importantíssimo papel no comportamento e no
deslocamento das massas de ar.
A Figura 22 representa as diversas zonas (equatorial, subtropical, subpolar e polar)e as áreas
de baixa pressão e anticiclonais situadas no hemisfério norte.
Figura 22: ►
Representação das
Zonas de Alta e Baixa
Pressão
Fonte: Adaptado SIMIELE,
Maria Elena. Geoatlas. São
Paulo, Ática, 1998. p. 25.
3.2.1.3 Umidade
A Umidade corresponde à
quantidade de vapor de águas
encontrada na atmosfera em
determinado instante, podendo
ser expressa em números abso-
lutos (g/m³) e relativos (%).
• Umidade Absoluta (UA):
Figura 23: ► é a quantidade de vapor d’água,
Representação real, existente no ar, isto é, é
Esquemática da
Saturação do Vapor o volume máximo de vapor
Fonte: MENDONÇA E OLI-
d’água que a atmosfera compor-
VEIRA, 2007. ta. A representação é dada em
gramas por metro cúbico (g/m3).
• Umidade Relativa (UR):
representa a presença do vapor
no ar, expressando uma relação
de proporção relativa entre a
quantidade de vapor existente no ar e o ponto de saturação do mesmo. Ao saturar-se de
vapor, a atmosfera promoverá a precipitação ou chuva.
36
Geografia - Climatologia
No segundo processo, ocorre o contrário, isto é, “quando o ar descende, sua densidade au-
menta e há possibilidade de contato entre suas moléculas. Aumentando-se o número de cho-
ques entre elas, eleva-se a temperatura” (MENDONÇA E OLIVEIRA, 2007, p.64). DICA
A inclinação do eixo
de rotação da Terra
3.2.2 Fatores do clima apresenta um ângulo
de 23º27’ em relação a
eclíptica.
Os fatores mais importantes que atuam diretamente sobre o clima, são: altitude, latitude,
maritimidade, continentalidade, relevo e vegetação. Estes são definidos como:
3.2.2.1 Altitude
Relacionada à altitude tem-se uma maior ou menor temperatura, ou seja, quanto maior for
a altitude, menor a temperatura e quanto menor a altitude, maior a temperatura. Daí as menores
temperaturas atmosféricas estarem relacionadas às camadas mais altas, como a termosfera e a
exosfera.
3.2.2.2 Latitude
b. a inclinação do eixo da Terra sobre o plano dela mesma, realizando o seu movimento ao
redor do Sol (eclíptica);
37
UAB/Unimontes - 2º Período
c. o movimento de translação; e
d. a distância e a diferença de tamanho entre a Terra e o Sol e a aparente forma esférica da
Terra.
De acordo com Mendonça e Oliveira (2007), dois fatores definem o ângulo com que os raios
solares incidirão sobre a superfície de um determinado lugar: a latitude do lugar e a época do ano.
Relacionadas à latitude destacam-se ainda as zonas climáticas, definidas pelos paralelos
latitudinais, conforme se pode observar na Figura 25.
Os continentes se esfriam mais rápido em relação aos mares e oceanos, isso porque o calor
específico da água é maior que o da Terra, assim, da mesma maneira que a água demora mais ao
se aquecer, também demora mais em dispersar o calor absorvido.
Correntes Marítimas: são grandes bolsões de água que se deslocam pelo oceano com con-
dições próprias de pressão, temperatura e salinidade. Influenciam no clima e contribuem para
atividades pesqueiras nas áreas onde se encontram as correntes de ar quentes e frias. A Figura 26
apresenta as diversas correntes marítimas do mundo, como, por exemplo, a Corrente da Califór-
nia, a Corrente Equatorial e a Corrente de Benguela.
38
Geografia - Climatologia
3.2.2.4 Relevo
Diversos são os fluxos de energia que influenciam nas alterações do clima, sendo estes: ho-
rizontal e vertical. O fluxo de energia vertical reflete diretamente os resultados da radiação solar,
causando uma influência direta sobre os fluxos de energia horizontal: massas de ar, frentes quen-
tes e frias, centros de ação, ventos (Figura 27).
39
UAB/Unimontes - 2º Período
Figura 27: ►
Representação
Esquemática
Simplificada da
Circulação Geral da
Atmosfera.
Fonte: VIANELLO E ALVES,
2000.
DICA
A palavra chuva é usa-
da, de maneira geral,
para incluir todas as
formas de precipitação,
porém, a rigor, chuva
significa especifica- Apresentamos, a seguir, os fluxos de energia horizontal que de alguma maneira afetam
mente umidade que cai toda a vida existente na Terra, bem como as nuvens, os ventos e as precipitações, eventos que,
na direção da Terra, em certamente, influenciam na circulação geral da atmosfera.
estado líquido.
Disponível em <http://
pt.wikipedia.org/wiki/
Chuva> Acesso em 3.3.1 Precipitação
janeiro de 2009.
À medida que as gotas de chuva ou cristais de gelo, que compõem as nuvens, vão
aumentando de tamanho, as forças de sustentação são vencidas e elas começam a cair
rapidamente, eventualmente atingindo o solo em forma de precipitação, salvo quando retidos
por correntes ascendentes ou evaporados durante a queda. A precipitação adquire diferentes
formas, dependendo da temperatura na qual ocorre a condensação e das condições encontradas
durante a queda das partículas na direção do solo.
Precipitação, na perspectiva de Ayoade (2007, p.159), está relacionada a “qualquer deposi-
ção em forma líquida ou sólida e derivada da atmosfera”.
Desse modo, pode-se identificar, entre outras, as formas de precipitação a seguir:
40
Geografia - Climatologia
41
UAB/Unimontes - 2º Período
Nesse caso, o que ocorre é um choque de um ar de origem polar com a massa de ar quente
que, na ocasião, cobre o território em que você se encontra.
Quando se dá o avanço do ar frio, o ar quente, por ser mais leve, é empurrado para cima,
o que também ocasiona um movimento de convecção. O ar quente sobe, perde temperatura,
condensa-se e precipita-se. A esse processo dá-se o nome de chuvas frontais.
42
Geografia - Climatologia
Segundo os referidos autores, para que ocorra orvalho, nevoeiro e nuvens, dependerá de
como o ar úmido se resfriará e do modo como ocorre a condensação.
3.3.2.1.1 Orvalho
São nuvens muito baixas, formadas por gotículas de água, que podem ou não entrar em
contato com o solo. Entre os diversos processos que podem gerar um nevoeiro, podem-se desta-
car, de acordo com Mendonça e Oliveira:
3.3.2.1.4 Nuvens
As nuvens são formadas por gotículas de água suspensas no ar, apresentam diâmetros entre
10 a 100 micrômetros. É composta por 100 milhões de gotículas por cada m3 e por cristais de
gelo. Mendonça e Oliveira (2007) destacam que a proporção de água e gelo com que são consti-
tuídas depende do tipo de nuvem.
Os tipos de nuvens são relacionados com a forma que apresentam, conforme se pode ob-
servar na Figura 33. Os referidos autores frisam que os diferentes tipos de nuvens resultam da
forma como o conteúdo de umidade do ar é levado a ascender na Troposfera, isto é, quando a
nuvem está concentrada, formam-se as nuvens do tipo cumuliformes; quando está mais lenta e
gradual, formam-se as nuvens estratiformes; e quando se encontra mais extensiva e prolongada,
formam-se os cirrus.
43
UAB/Unimontes - 2º Período
Conforme mostra o Quadro 04, as nuvens são classificadas por famílias: nuvens altas (com-
postas por cristais de gelo e água super-resfriada), nuvens médias (compostas de água e associa-
das ao mau tempo) e nuvens baixas (geradas a partir dos Stratus).
QUADRO 04
Famílias de Nuvens
44
Geografia - Climatologia
3.5 Massas de ar
São imensos bolsões de ar, ventos de escala planetária que se deslocam, por diferença de
pressão, pela superfície terrestre, carregando consigo as características de temperatura e umida-
de da região de que se originaram. Uma massa de ar é determinada pela região de sua origem.
Dependendo da origem, marítima ou terrestre, é que se conhece o seu teor de umidade. Esta
pode então ser classificada como seca, de origem continental, ou úmida, de origem marítima,
que, normalmente, contém muitas nuvens, dando origem à precipitação.
A sua temperatura, portanto, é determinada pela sua latitude de origem. A massa de ar Po-
lar (P) origina-se em altas latitudes, é geralmente muito fria; a massa de ar tropical (T) se forma
nas baixas latitudes próximas da linha do Equador, sendo, porém, mais quente.
As massas de ar podem ser de quatro tipos:
1. Continentais: quando originadas acima do continente e, neste caso, normalmente são se-
cas. Essa situação pode ser alterada pela vegetação (extensas florestas equatoriais).
2. Oceânicas: quando originadas acima do oceano, neste caso são úmidas.
3. Quentes: formadas nas imediações do equador e/ou trópicos.
4. Frias: formadas nas regiões polares.
Segundo Ferreira (2008), os deslocamentos das massas de ar são provocados pelas diferen-
ças de temperatura e pressão entre as diversas áreas da superfície terrestre.
Uma massa de ar fria polar, ao deslocar-se para a região equatorial, encontra áreas cada vez
mais quentes. Assim, aumenta sua temperatura e diminui sua densidade, até que a massa polar
perca suas características e desapareça.
As massas de ar originam-se em áreas, geralmente extensas e homogêneas, onde existem
condições que favoreçam o desenvolvimento de vastos corpos de ar horizontais e uniformes.
Ocorre, em tais áreas, suficiente estagnação da circulação atmosférica para permitir que a massa
de ar adquira a umidade e propriedades térmicas da superfície subjacente.
O Quadro 05 apresenta os tipos e características das massas de ar que se formam nas regi-
ões equatoriais, tropicais e polares do globo, bem como as características destas em relação a
sua formação no mar (marítima) ou no continente (continentais).
45
UAB/Unimontes - 2º Período
QUADRO 05
Tipos e características de massas de ar
46
Geografia - Climatologia
QUADRO 06
Representação de alguns Tipos de Massas de Ar
Centro de Características
Denominação Área de atuação
Origem ou qualidades
mEc Equatorial Noroeste da Quente e úmida Amazônia ocidental e, no verão,
Continental Amazônia as demais regiões do Brasil:
provoca chuvas.
3.6 Frentes
OLIVEIRA, 2007.
▼
47
UAB/Unimontes - 2º Período
Para saber mais Essa frente se divide em frente fria e frente quente. Ayoade (2007) destaca que a frente
Para entender melhor quente é mais lenta que a frente fria, porém as frentes se movem na velocidade de aproximada-
visite o site: http://to- mente 50 a 80 km/h.
-campos.planetaclix.pt/
nuvens1/frentes/fren-
tes.htm e veja o vídeo 3.6.1 Frente fria
de como se forma uma
frente fria e uma frente
quente. A frente fria se caracteriza quando uma massa de
ar fria avança em direção a uma massa de ar quente. É
bem definida e, em geral, de profundidade rasa mais ou
menos de 1 a 3 Km (figura 36). Apresenta uma largura
Figura 36: Encontro de ► entre 200 a 300 Km. Enquanto uma frente fria ainda está
massas de ar
distante, as temperaturas e céu limpo persistem. Porém,
Fonte: SILVA-VAREJÃO
(2000) quando a frente se aproxima, o ar denso e frio força o ar
quente a subir rapidamente, causando o aparecimento
de nuvens cumuliformes (linha pré-frontal), que se de-
senvolvem na linha frontal.
Mesmo que a frente fria se encontre a uma distân-
cia de 10 a 50 Km de um determinado local, é comum o
aparecimento de trovoadas, que podem ser acompanha-
das por granizo, ventos de rajada e intensa precipitação.
A Figura 37 demonstra a formação de uma frente fria, que ocorre quando o ar frio (denso e
pesado) empurra o ar quente para cima e para frente. Este tipo de frente, quando ocorre, se des-
loca dos polos em direção ao Equador.
As frentes frias se deslocam de duas maneiras: a) rápida e instável ou b) lenta e estável.
Mendonça e Oliveira (2007, p. 104)) relatam que o primeiro tipo de deslocamento anuncia
Figura 37: ► sua chegada através das nuvens altocúmulos, stratocúmulos, cumulus e cumulonimbus, pois, nes-
Representação de te tipo de deslocamento, ocorrem “diferenças de temperaturas e pressão das massas de ar e de
Frente Fria seus centros de ação são muito acentuadas” . Este deslocamento ocorre entre as regiões polares
Fonte: Disponível em e subtropicais.
<http://to-campos.plane-
taclix.pt/nuvens1/frentes/
O segundo tipo de deslocamen-
frentes.htm acesso em to, lento e estável, está relacionado
janeiro de 2009.http:// às nuvens cirrus, associadas às nu-
to-campos.planetaclix.pt/
nuvens1/frentes/frentes.
vens stratocúmulos e stratus, situadas
htmhttp://to-campos.pla- próximas à superfície. Os referidos
netaclix.pt/nuvens1/fren- autores destacam que “as nuvens acu-
tes/frentes.htm>. Acesso
em janeiro de 2009
mulam-se ao longo da linha de des-
continuidade, e o céu pode apresen-
tar-se coberto por uma extensão de
cerca de 500 km”. Este deslocamento
predomina na região intertropical.
3.7 Ventos
O vento é o movimento do ar em relação à superfície terrestre. É gerado pela ação de gra-
dientes de pressão atmosférica, mas sofre influências modificadoras do movimento de rotação
da terra, da força centrífuga ao seu movimento e do atrito com a superfície (FERREIRA, 2008).
De acordo com o INEP, vento é parte horizontal do movimento das parcelas do ar. Para que
os ventos ocorram, o ar sofre a determinação de diversos eventos naturais, como se observa na
Figura 40:
A velocidade dos ventos é avaliada e classificada segundo seus efeitos. Assim, foi estabeleci-
da a escala de Beaufort, variando de 0 (vento calmo, como a fumaça elevando-se verticalmente)
até 12 (velocidade entre 91 a 140 km/h).
Em um mapa que representa a circulação do ar e precipitação, Isóbaras são as linhas que
unem os pontos de mesma pressão atmosférica e Isoietas são as linhas que unem os pontos
com mesmo índice de chuvas.
49
UAB/Unimontes - 2º Período
De acordo com suas características e áreas de atuação, os ventos são classificados em Ven-
DICA tos Planetários ou Constantes. São aqueles que sopram durante o ano todo, afetando extensas
VÍDEOS SUGERIDOS áreas de escala planetária. É o caso dos ventos alísios e os polares:
FILME: MAR EM FÚRIA • Alísios: são ventos constantes que sopram durante o ano todo dos trópicos para o Equador.
(EUA, 2000, Warner). • Polares: são ventos frios que sopram de ambos os polos.
SINOPSE: Outono de • Contra-Alísios: são ventos que sopram do equador para os polos.
1991. Três furiosas
frentes de mau tempo
– uma delas o furacão Os Ventos Continentais ou Periódicos são ventos que sopram periodicamente do conti-
Grace – convergem nente para o mar e vice-versa. Compreendem as Monções e as Brisas:
na forma da maior das • Monções: são ventos periódicos que sopram durante o inverno asiático, da Ásia para o Ín-
tempestades regis- dico (monções de inverno) e, durante o verão asiático, sopram do Índico para Ásia (monção
tradas na história dos
Estados Unidos. Ondas de verão). As monções de verão propiciam abundantes chuvas em vasta porção do sul e su-
gigantescas com mais deste asiáticos.
de 30 metros de altura • Brisas: são ventos periódicos que sopram durante o dia, do mar para o continente (brisas
e ventos com veloci- marítimas) e, durante a noite, do continente para o mar (brisas terrestres).
dade incrível colocam • Os Ventos Ciclônicos são ventos que sopram circularmente em torno de área de baixas por-
à prova a coragem e
a determinação dos ções. É o caso dos furacões, dos tornados e outros:
tripulantes do Andrea • Ciclones tropicais: também chamados de furacões, são ventos que sopram com gran-
Gail. Com um elenco de violência e costumam ser acompanhados de chuvas, trovões e relâmpagos. Ocasionam
de estrelas como: grandes estragos por onde passam. Formam-se geralmente no final do verão e começo do
George Clooney (Três outono, sendo suas principais áreas de atuação a América Central, os Estados Unidos (fura-
Reis), Mark Wahlberg
(O Corruptor), Diane cões) e a Ásia (tufões).
Lane (Crime na Casa • Tornados: são também ventos ciclônicos que, apesar de suas pequenas dimensões, são
Branca), Mary Elizabeth muito perigosos e destrutivos.
Mastrantonio (Robin Os Ventos Locais são ventos que sopram em determinadas regiões e são resultantes de
Hood – O Príncipe dos condições locais, o que os torna bem individualizados. Destacam-se o Minuano (sul do Brasil),
Ladrões) e impressio-
nantes efeitos espe-o Mistral (Vale do Ródano) e o Bora (na Iuguslávia); como exemplos de ventos locais e frios. O
ciais. Eles irão descobrir Simun (no Saara) e o Siroco
que o inferno pode (na Itália) são exemplos de
estar entre eles e o ventos locais e quentes.
caminho de casa. Observando a Figura
41, podem-se perceber os
quatro tipos de ventos locais:
brisa marítima e oceânica (A),
Figura 41: Mecanismo ►
de Formação de Ventos brisa terrestre e continental
Locais (B), brisas de vale (C) e brisa
Fonte: MENDONÇA E OLI- de montanha (D).
VEIRA, 2007. Mendonça e Oliveira ca-
racterizam esses quatro tipos
de ventos locais citados aci-
ma da seguinte forma:
50
Geografia - Climatologia
Mendonça e Oliveira (2007) chamam a atenção para a classificação da velocidade dos ven-
tos desenvolvida por Beaufort (Tabela 05). ATIVIDADE
1) Pesquise acerca dos
TABELA 05 últimos problemas
Classificação da Velocidade dos ventos, de acordo com Beaufort. sociais causados por
influência do tempo e
Velocidade Classificação do clima, no Brasil e no
Grau Características da Paisagem
m/s do Vento Mundo. Selecione um
fato ocorrido no Brasil
A fumaça sobe verticalmente. e outro no Mundo. Em
0 0 – 0,2 Calmo
As bandeiras pendem tranquilas seguida, registre:
a. Lugar (cidade,
A fumaça desvia-se um pouco e indica a direção do estado, região, país,
1 0,3 – 1,5 Leve
vento. continente).
b. Fato (o que aconte-
Sente-se o vento nas faces. ceu?).
2 1,6 – 3,3 Brisa leve
As folhas das árvores alvoroçam-se. c. Período (quando?).
d. Motivo (Por quê?).
As folhas das árvores movem-se constantemente. e. Por que estes fatos
As bandeiras desfraldam-se. lhe chamaram a
3 3,4 – 5,4 Brisa Suave
Formam-se pequenas ondas de aspecto cristalino atenção?
sobre os lagos. f. Registre (mapas,
fotos, gravuras, re-
Vento Galhos finos de árvores curvam-se. portagens, textos).
4 5,5 – 7,9
Moderado Começa a levantar poeira e papel do solo. g. Fontes utilizadas.
51
UAB/Unimontes - 2º Período
MENDONÇA, F.; OLIVEIRA, I.M.D. Climatologia: Noções Básicas e Climas do Brasil. São Paulo:
Oficina de Textos, 2007.
52
Geografia - Climatologia
Unidade 4
Classificação climática, clima
regional (análise do Brasil), balanço
hídrico e as implicações das
variações climáticas
Dulce Pereira dos Santos
Magda Fonseca Queiroz Mota
4.1 Introdução
Nesta unidade 4, denominada “Classificação climática, clima regional (análise do Brasil), ba-
lanço hídrico e as implicações das variações climáticas”, conheceremos as classificações climáti-
cas mais relevantes sobre o clima, além de fazer uma relação com a classificação climática do
Brasil, ou seja, os diversos tipos de climas aqui existentes.
O principal objetivo desta unidade é analisar e entender a classificação climática, de acordo
com os estudiosos do assunto.
Dentro desta unidade, também destacaremos tópicos importantes da climatologia como: os
grandes sistemas climáticos do globo, análises regionais dos climas brasileiros e as variações cli-
máticas e suas implicações.
Abordaremos os temas partindo do todo para as partes, isso implica que: primeiro, estuda-
remos os tipos climáticos do mundo, para, depois, estudarmos o Brasil.
Com o objetivo de contextualizar o conhecimento apreendido, mostraremos um breve estu-
do sobre dois municípios mineiros, Montes Claros e Itamarandiba.
Diante do exposto acima, estruturamos esta unidade da seguinte forma:
4.2 Classificação Climática
4.2.1 Classificação Climática Segundo Köppen
4.2.2 Classificação Climática Segundo Thornthwait
4.2.3 Classificação Climática Segundo STRAHLER
4.3 Os Grandes Sistemas Climáticos do Globo
4.3.1 Domínio Climático Equatorial Úmido
4.3.2 Domínio Climático Litorâneo Determinado pelos Ventos Alísios
4.3.3 Domínio Climático de Estepe e Desertos Tropicais
4.3.4 Domínio Climático de Deserto da Costa Ocidental
4.3.5 Domínio Climático Tropical Úmido-Seco
4.3.6 Domínio Climático Subtropical Úmido
4.3.7 Domínio Climático Marítimo da Costa Ocidental
4.3.8 Domínio Climático Mediterrâneo (clima subtropical com verão seco)
4.3.9 Domínio Climático de Deserto e Estepe das Latitudes Médias
4.3.10 Domínio Climático Continental Úmido
4.3.11 Domínio Climático Subártico Continental
4.3.12 Domínio Climático Marítimo Subártico
4.3.13 Domínio Climático de Tundra
4.3.14 Domínio Climático das Calotas Glaciais (Banquizas de Gelo)
4.3.15 Climas de Terras Altas
4.4 Os Principais Tipos de Clima do Mundo Segundo Köpen
4.4.1 Polares ou Glaciais
4.4.2 Temperados
53
UAB/Unimontes - 2º Período
4.4.3 Mediterrâneos
4.4.4 Tropicais
4.4.5 Equatoriais
4.4.6 Subtropicais
4.4.7 Áridos ou desérticos
4.4.8 Semiáridos
4.5 Balanço Hídrico
4.5.1 Balanço Hídrico Sazonal de Montes Claros
4.5.2 Balanço Hídrico Sazonal de Itamarandiba
4.6 Classificação Climática no Brasil
4.6.1 Classificação Climática Segundo Arthur STRAHLER
4.6.2 Classificação Climática de Köppen Adaptada ao Brasil
4.6.3 Análises Regionais dos Climas Brasileiros
4.6.4 Características Climáticas da Região Norte
4.6.5 Características Climáticas da Região Nordeste
4.6.6 Características Climáticas da Região Sudeste
4.6.7 Características Climáticas da Região Sul
4.6.8 Características Climáticas da Região Centro-Oeste
4.7 Variações Climáticas e suas Implicações
4.7.1Furacões (Tempestades Tropicais)
4.7.2 Tornados
4.7.3 O que é El Niño?
4.7.4 La Niña
4.7.5 Inversão Térmica
4.7.6 Efeito Estufa
54
Geografia - Climatologia
Numerosas correlações entre a vegetação e calor ou índices de umidade têm sido desco-
bertas, permitindo o uso de tais elementos como critérios para tipos climáticos. Comumente, a
classificação deste tipo emprega termos associados a vegetais: floresta úmida, deserto, estepe,
tundra, etc. Como as paisagens vegetais não apresentam transições bruscas, os limites geográfi-
cos de tais classificações climáticas são imprecisos.
Existem alguns estudos também relacionando saúde, conforto humano e tipos climáticos
com tipos de vestuário, habitação, fisiologia, medicina.
Existem vários modelos de classificação climática que foram desenvolvidos pelos estudiosos
do assunto. Neste caderno didático, destacaremos três classificações, a saber:
Segundo Vianello (2000), Wladimir Peter Köppen foi um biólogo que dedicou parte de sua
vida aos estudos climáticos. A classificação climática proposta por ele possui um aspecto didá-
tico muito interessante, o que permite a sua adaptação em vários níveis. Utilizou-se do mapa de
vegetação mundial de um fisiologista francês (Alphonse de Candolle), aceitando a vegetação
natural como a melhor expressão do clima. Atualmente, além da vegetação, incorpora também
temperatura, chuva e características sazonais.
O modelo desenvolvido por Köppen, em 1901, e posteriormente aperfeiçoado, em 1919, é
simples e muito popular. Atualmente a grande maioria dos livros-textos de geografia regional e
climatologia têm adotado a classificação de Köppen.
É reconhecido como o primeiro estudioso a classificar os climas. São características da clas-
sificação de Köppen:
• É considerada a primeira classificação climática planetária com base científica.
• É a mais utilizada no Brasil e no mundo.
• Compreende um conjunto de letras maiúsculas e minúsculas que designam os grandes gru-
pos climáticos, os subgrupos ou ainda as subdivisões que indicam características especiais
sazonais.
55
UAB/Unimontes - 2º Período
QUADRO 07
Classificação Climática de Köppen
56
Geografia - Climatologia
Essa classificação climática de Thornthwait foi proposta em 1948 e é muito utilizada em di-
versas regiões do mundo. No Brasil, ela tem sido muito divulgada, principalmente nos estudos
agrícolas.
Essa classificação baseia-se no conceito de evapotranspiração potencial, no balanço hídrico
e em um índice de umidade derivado de dados puramente climáticos.
A evapotranspiração potencial está diretamente relacionada à razão máxima possível de
evaporação e evapotranspiração para aquele ambiente, se houver sempre umidade disponível
na superfície onde ocorrem esses dois fenômenos.
O índice de umidade para Thornthwait é calculada com a utilização de uma fórmula empíri-
ca baseada na temperatura, sendo que o índice de umidade é obtido pela seguinte fórmula:
IM = 100S - 60D
EP
Onde:
S= excedente de água anual;
D= deficiência de água anual;
EP= evapotranspiração potencial anual.
Através da utilização desses índices, Thornthwaite idealizou 120 tipos climáticos, mas so-
mente 32 foram efetivamente representados no mapa-múndi.
Esses tipos climáticos classificam-se quanto ao grau de umidade e quanto à eficiência tér-
mica, a partir das categorias estabelecidas pelos valores do índice de umidade e da evapotrans-
piração potencial.
Algumas críticas são dirigidas a esse modelo de classificação climática, como, por exemplo:
apresenta deficiência quanto ao refinamento matemático e a dificuldade de manejo.
Apresentamos, a seguir, o Quadro 07 com os tipos de umidade climática proposta por
Thornthwaite e o Quadro 08, apresentando a eficiência térmica que corresponde à eficiência da
precipitação:
57
UAB/Unimontes - 2º Período
QUADRO 08
Tipos de Umidade Climática Proposta por Thornthwaite
QUADRO 09
Eficiência Térmica e sua Concentração no Verão
58
Geografia - Climatologia
2. Climas das latitudes médias (controlados pelas massas de ar tropicais e massas de ar polares)
a. Subtropical úmido
b. Marítimo da costa ocidental
c. Mediterrâneo
d. Desértico e de estepe de latitude média
e. Continental úmido
59
UAB/Unimontes - 2º Período
Ocorrência: aparece entre as faixas de 15° e 35° de latitude N e S, entre os trópicos, onde
se localiza a região de origem das massas de ar tropicais continentais (MTC). Ocorre na Arábia,
no Irã, no Paquistão, norte da África e do México, no sudoeste dos Estados Unidos, no Chaco sul-
-americano, na África do Sul e na Austrália.
Características: clima árido e se-
miárido, deficiência de chuvas e máxi-
Figura 45: Clima de ► mas térmicas elevadas, mas com mode-
Estepes e Desertos radas variações anuais.
Tropicais – Yuma, Precipitação: a pluviosidade apre-
Arizona, EUA. senta-se muito variada, a amplitude
Fonte: MENDONÇA E
OLIVEIRA, 2007.
térmica diária é maior que a amplitude
térmica anual. Nas zonas semiáridas a
precipitação anual é cerca de 200 mm;
já nas zonas áridas ou desérticas a pre-
cipitação anual é extremamente reduzi-
da. Observe o climograma a seguir.
60
Geografia - Climatologia
Ocorrência: ocorre nas costas ocidentais, nas latitudes entre 15° e 30°, sendo extrema-
mente seco, por exemplo, na península da Califórnia, na margem Atlântica do Saara, no litoral
do Equador e do Peru, no Chile setentrional, no sudoeste africano e na porção extrema ociden-
tal da Austrália.
Características: climas secos e relativamente frescos, devido à presença de correntes frias,
com frequentes nevoeiros e pequena variação anual de temperatura.
Precipitação: precipitações reduzidas em torno de 250 mm anuais.
Ocorrência: aparece nas costas ocidentais das latitudes médias (entre 40° e 60° de latitude
N e S). As principais regiões de ocorrência desse tipo de clima são o litoral pacífico da América do
Norte, Norte da Europa, Chile Meridional, Sul da Austrália e Nova Zelândia.
61
UAB/Unimontes - 2º Período
Ocorrência: abrange as latitudes médias (40° N e 55° N), aparecendo no norte e nordeste
dos Estados Unidos, sudeste do Canadá, norte da Europa e China, sul da Mandchúria, centro e
leste da Rússia.
62
Geografia - Climatologia
Características: no inverno, o
ar é predominante frio, enquanto
no verão, as temperaturas são ele-
vadas. A continentalidade provo-
ca uma grande amplitude térmica ◄ Figura 51: Clima
anual. Continental Úmido,
Precipitação: chuvas abun- Moscou, Rússia (56ºN)
dantes o ano todo e forte contraste Fonte: MENDONÇA E
térmico sazonal. OLIVEIRA, 2007.
Ocorrência: aparece nas latitudes subárticas entre 45° e 65°, nas regiões do Mar de Behring,
no Atlântico Norte, sul da Groenlândia, norte da Islândia e extremo norte da Noruega. No he-
misfério sul, aparece na parte meridional da América do Sul: ilhas Malvinas, ilha Geórgia do Sul e
outras pequenas ilhas.
Características: a presença de massas de ar polar marítima (MPM) durante todo o ano
com fortes ventos e elevada nebu-
losidade.
Precipitação: pluviosidade
elevada e pequena amplitude tér-
mica anual. ◄ Figura 53: Clima de
Tundra – Upervinik,
Groenlândia.
4.3.13 Domínio climático Fonte: MENDONÇA E
OLIVEIRA, 2007.
de Tundra
Ocorrência: aparece nas áreas
setentrionais da América do Norte
e da Eurásia que se estendem do
Círculo Polar Ártico até o paralelo
75° N.
63
UAB/Unimontes - 2º Período
Características: é uma faixa controlada por massas de ar árticas, aparecendo mais precisa-
mente na área frontal chamada de frente ártica, onde o mau tempo é frequente, a amplitude tér-
mica anual é grande, a temperatura do mês mais quente é de 4°C e a do mês mais frio é inferior a
–18°C.
Precipitação: a precipitação anual é baixa e mais concentrada nos meses de verão, confor-
me podemos visualizar no climograma abaixo:
Ocorrência: acontecem nas zonas de elevadas altitudes das cadeias montanhosas do mun-
do e também nas terras altas das latitudes baixa e média. Como exemplo, tem-se: os Andes
(América do Sul), as Montanhas Rochosas e a Sierra Nevada (América do Norte), os Alpes (Euro-
pa), e o Himalaia (Ásia).
Características: apresentam temperaturas baixas. Até uma altitude aproximada de 3.000 a
5.000 metros, a precipitação é elevada, para, então, diminuir acima dessa cota.
Ocorrem em latitudes extremamente elevadas, próximas aos círculos polares Ártico e Antár-
tico, onde há grande variação na duração do dia e da noite e, consequentemente, na quantidade
de radiação absorvida ao longo do ano.
São climas que se caracterizam por baixas temperaturas o ano inteiro, atingindo no máximo
10°C nos meses de verão, em regiões onde a massa de neve e gelo, que recobre o solo, derrete e
o dia é muito mais longo que a noite.
4.4.2 Temperados
Ocorre nítida distinção entre as localidades que sofrem influência marítima, de amplitude
térmica menor, e no interior dos continentes, onde as variações de temperatura diária e anual
são bastante acentuadas. Somente nas zonas climáticas temperadas, encontramos uma defini-
ção clara das quatro estações do ano: primavera, verão, outono e inverno.
64
Geografia - Climatologia
4.4.3 Mediterrâneos
4.4.4 Tropicais
São climas quentes o ano inteiro, apresentando apenas duas estações bem definidas: inver-
no ameno e seco, verão quente e chuvoso. Nas localidades de clima tropical, sob influência da
maritmidade, a amplitude térmica diária e anual é menor e o inverno não é tão seco, em compa-
ração com as regiões que sofrem influência da continentabilidade.
4.4.5 Equatoriais
Ocorrem na zona climática mais quente do planeta. Caracterizam-se por temperaturas ele-
vadas e chuvas abundantes o ano inteiro, com pequena amplitude térmica anual, já que as varia-
ções de duração entre o dia e a noite e de inclinação de incidência dos raios solares são mínimas.
4.4.6 Subtropicais
Característicos das médias latitudes, nas quais já começam a se delinear as quatro estações
do ano. Caracterizam-se por chuvas abundantes e bem distribuídas, verões quentes e invernos
frios, com significativa amplitude térmica anual.
65
UAB/Unimontes - 2º Período
De acordo com Nimer e Brandão (1989), Montes Claros situa-se acerca de 600 metros de al-
titude, entre dois ramos da serra do Espinhaço e apresenta uma estação chuvosa a partir do mês
de novembro, enquanto em outubro tem precipitação média de 61 mm, novembro tem 205
mm, mas insuficiente para formar excedente hídrico.
Pode-se dizer que as estações das chuvas iniciam-se em novembro, mas o excedente hídrico
termina em março. Somente em dezembro, apresenta-se uma estação úmida curta, porém mui-
to chuvosa.
Classifica-se, de acordo com Thornthwait, como um clima Úmido subúmido úmido bem pró-
ximo à fronteira do subúmido seco.
66
Geografia - Climatologia
A classificação mais utilizada para os tipos de clima do Brasil é baseada no geógrafo Arthur
STRAHLER, que considera a circulação e a atuação das massas de ar que atuam no Brasil.
A classificação de Arthur STRAHLER, adaptada ao Brasil, reconhece cinco regiões climáticas,
definidas pela atuação de massas de
ar equatorial, tropical e polar.
Basicamente, pode-se dizer que
o Brasil tem seis domínios climáticos:
clima equatorial, tropical, tropical se- ◄ Figura 55: Climas do
miárido, litorâneo, subtropical e tro- Brasil, segundo Arthur
pical de altitude. STRAHLER
1-Equatorial Fonte: Disponível em
<http://educacao.uol.
2-Tropical com.br/geografia/ul-
3-Tropical Semiárido t1701u40.jhtm>. Acesso
4-Litorâneo em janeiro/2009.
5-Subtropical
6-Tropical de altitude
Equatorial
◄ Figura 56:
Climograma – Clima
Equatorial (Amazonas)
Fonte: Disponível em
<http://2.bp.blogspot.
com/-r2jpDNyrAMs/
UEfr8-WYUEI/AAAAAA-
AAAFs/kby_YTucW5o/
s1600/image008.gif>
Acesso em 12 de outu-
bro de 2013.
67
UAB/Unimontes - 2º Período
Tropical
Abrange todo o Brasil central, a porção oriental do Maranhão, grande parte do Piauí e a
porção ocidental da Bahia e de Minas Gerais. Também é encontrado no extremo norte do país,
em Roraima.
Caracteriza-se por temperatura elevada (de 18ºC a 28ºC), com amplitude térmica de 5ºC a
7º, e estações bem definidas – uma chuvosa e outra seca. A estação de chuva é o verão, quando
a massa equatorial continental está sobre a região. No inverno, com o deslocamento dessa mas-
sa e a ação da massa tropical continental, diminui a umidade e, então, ocorre a estação seca.
Apresenta alto índice pluviométrico, em torno de 1.500 mm anuais.
Tropical semiárido
Típico do interior do Nordeste, na região conhecida como Polígono da Seca, que correspon-
de a quase todo sertão nordestino e aos vales médio e inferior do rio São Francisco. Sofre influên-
cia da massa tropical atlântica, que, ao chegar à região, apresenta-se com pouca umidade.
Caracteriza-se por temperaturas elevadas (média de 27ºC) e chuvas escassas - e em torno de
750 mm/ano, irregulares e mal distribuídas, durante o ano. Há períodos em que a massa equato-
rial atlântica (superúmida) chega ao litoral norte da região nordeste e atinge o sertão, causando
chuva intensa nos meses de fevereiro, março e abril.
Subtropical
Acontece nas latitudes abaixo do trópico de Capricórnio: abrange o sul do estado de São
Paulo e a maior parte do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. É influenciado pela
massa polar atlântica, que determina uma temperatura média de 18ºC e amplitude térmica ele-
vada (10ºC).
As chuvas são pouco intensas, 1000 mm anuais, mas bem distribuídas durante o ano.
68
Geografia - Climatologia
◄ Figura 58:
Climograma – Clima
Subtropical (Rio
Grande do Sul)
Fonte: Disponível em
<http://3.bp.blogspot.
com/-Ev_PcC_Mef4/
UEfsjBbAauI/AAAAAA-
AAAF8/Ko4BSXthOvY/
s1600/image016.gif>
Acesso em 12 de outu-
bro de 2013.
◄ Figura 59:
Climograma – Clima
Tropical Úmido
(Alagoas)
Fonte: Disponível em
<http://1.bp.blogspot.
com/-oh23jtaZGRw/
UEfs430LxgI/
AAAAAAAAAGE/
p81cKGs01Ic/s1600/
image013.jpg> Acesso
em 12 de outubro de
2013.
69
UAB/Unimontes - 2º Período
Tropical de altitude
É encontrado nas partes mais elevadas, acima de 800 metros, do planalto Atlântico do Su-
deste. Abrange trechos dos estados de São Paulo, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, do Espírito
Santo e do norte do Paraná. Recebe a influência da massa de ar Tropical Atlântica, que provoca
chuvas no período do verão. Apresenta temperatura amena, entre 18°C e 22°C, e amplitude tér-
mica anual, entre 7°C e 9°C. No inverno, as geadas acontecem com certa frequência, em virtude
da ação das frentes frias, originadas do choque entre as massas tropical e polar.
70
Geografia - Climatologia
QUADRO 10
Aplicação da Classificação de Köppen ao Brasil
Climas Símbolos Ocorrência
Af Amazônia Oriental
Equatoriais
Am Amazônia Ocidental
Aw Brasil Central
Tropicais Aw’ Litoral Norte
As Litoral Oriental do Nordeste
Semiárido BSh Sertão do Nordeste
Cwa Chapada Borborema no Nordeste
Tropical de altitude Cwb Áreas Baixas da Região Sul
Csa Áreas Altas da Região sul
Cfa Áreas Baixas da região Sul
Subtropical
Cfb Áreas Altas da Região Sul
Fonte: MENDONÇA e OLIVEIRA, 2007.
A dinâmica das massas de ar é um fator importante nas análises regionais dos climas brasi-
leiros. Ela atua diretamente nos índices pluviométricos e nas temperaturas, interferindo direta-
mente na distribuição do clima no país. As características climáticas das 05 (cinco) regiões brasi-
leiras descritas a seguir foram baseadas em estudo de Vianello e Alves (2000).
71
UAB/Unimontes - 2º Período
Cortado no extremo norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio, o
Brasil situa-se em sua quase totalidade, nas zonas de baixas latitudes (zona intertropical), nas
DICA quais predominam os climas quentes e úmidos, com média de temperaturas na faixa de 20ºC.
A predominância de
climas quentes no Bra-
sil contribuiu para que 4.6.4 Características climáticas da região norte
Portugal decidisse cul-
tivar produtos tropicais,
A Região Norte localiza-se na faixa equatorial, apresenta clima quente, altas temperaturas,
que não existiam na
Europa (as terras desse variando entre 25° e 28° C, associadas à intensa radiação solar na região. De acordo com Vianello
continente localizam-se e Alves (2000), o regime pluvial na região é o resultado da junção ou da atuação da Zona de Con-
nas zonas temperadas vergência Intertropical, das brisas marítimas, da fonte de vapor representado pela floresta ama-
norte e polar ártica) zônica e pela atuação da Cordilheira dos Andes.
Apresenta também elevada taxa de umidade, chuvas constantes e abundantes, o total plu-
viométrico anual chega a ultrapassar 2.500 mm. Vale ressaltar que apresenta a menor amplitude
térmica anual do país, inferior a 4°C
72
Geografia - Climatologia
◄ Figura 63:
Representação de
alguns climogramas do
Brasil
Fonte: Disponível em
<http://orbita.starmedia.
com/geoplanetbr/climabr.
html> Acesso em janeiro
de 2009.
73
UAB/Unimontes - 2º Período
Nos trópicos, as depressões, anticiclones e frentes, como as que ocorrem nas latitudes tem-
peradas e elevadas, são características mal definidas, com uma notável exceção: a tempestade
tropical. Elas ocorrem em várias partes dos oceanos tropicais, sob diferentes nomes: assim, fura-
cões no caribe, ciclones no Oceano Índico e Baía de Bengala, tufões nos Mares da China e ciclone
tropical, ao largo da Austrália. Essas perturbações são todas basicamente do mesmo tipo e, para
maior conveniência, serão mencionadas sob o nome genérico de furacão.
Os furacões são sistemas violentos de tempestade com uma pressão muito baixa concentra-
da numa pequena área em seu centro; as curvas isobáricas são quase circulares e os ventos são
extremamente violentos.
Os ventos circulam para a esquerda no hemisfério norte e para a direita no hemisfério sul.
O furacão tem cerca de 450 a 650 km de diâmetro e é simétrico, com a distribuição de vento, das
nuvens e do tempo, em geral, em volta de toda a sua área circular. No seu centro, o furacão tem
uma área circular de ventos leves, nenhuma chuva, céu limpo ou apenas nuvens muito finas: essa
região chama-se “olho da tempestade”.
TABELA 06
Locais de ocorrência de furacões no planeta
Número Número Em %
Pacífico Oriental 36 49 36
Pacífico Ocidental 85 116 36
Atlântico Norte 16 25 56
Sudoeste do Pacífico 10 22 120
Norte do Índico 1 7 600
Sul do Índico 23 50 117
Total 171 269 57
Fonte: Disponível em http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=infograficos. Acesso em janeiro/2009
74
Geografia - Climatologia
dica
VIDEO SUGERIDO
FILME: Twister (EUA,
1996, Universal e Co-
lumbia Tristar).
◄ Figura 65: Como se SINOPSE: No Estado
forma um furacão de Oklahoma, uma
Fonte: Disponível em
tempestade que não
<http://www.star- acontece há décadas
news2001.com.br/ima- está se prenunciando
gens/stormgraphic.jpg>. e dois grupos de cien-
Acesso em dezembro de tistas rivais planejam
2008. entrar para a história
colocando sensores no
tornado, para que estas
informações possam
ir até um computador
e, assim, seja possível
prever sua chegada
com maior antecedên-
cia. Mas, para colocar
os sensores, é necessá-
rio ficar o mais próximo
4.7.2 Tornados possível do tornado
e torcer para que os
sensores sejam suga-
De todas as perturbações da atmosfera, os tornados são as mais violentas e destrutivas; fe- dos pela tempestade.
lizmente, são bastante pequenos em relação aos padrões atmosféricos e as áreas afetadas por Em uma das equipes
está uma jovem (Helen
eles são muito delimitadas. Hunt) obcecada por tal
Um tornado é visto como uma coluna ondulante de nuvens, aparentemente suspensa por ideia, pois em 1969 ela
uma espessa nuvem escura, tocando a terra. Dentro e perto da coluna, o ar gira em grande velo- viu o pai ser sugado
cidade. No seu centro, o ar torna-se rarefeito sob a influência da força centrífuga e sua pressão cai por uma tempestade, e
para quase metade do seu valor normal. atualmente ela planeja
conseguir seu intento
As velocidades do vento, perto do centro da coluna, só podem ser calculadas a uma distân- ou morrer tentando.
cia segura do tornado, pois quaisquer instrumentos são destruídos na sua proximidade, sendo
provável que essas velocidades alcancem 480 km/h. A área central, que produz danos sérios, tem
apenas uns 100 metros de largura, mas à medida que o tornado avança, a coluna deixa atrás de
si um longo rastro de destruição completa numa faixa com, aproximadamente, essa largura.
Os tornados ocorrem em frentes frias, quando o ar quente está muito úmido e instável. Os
piores tornados ocorrem nos Estados do centro-oeste dos Estados Unidos, no verão, e, embora
menos, também na Austrália. Tornados menos destrutivos ocorrem ocasionalmente, na Europa,
América do Sul e África do Sul.
As trombas d’água são semelhantes aos tornados, mas menos violentas e ocorrem, princi-
palmente, sobre o mar. Colunas giratórias de ar, que ocorrem em áreas de desertos e chupam
grandes quantidades de areia, são chamados “diabos da poeira”. São, em certo sentido, tornados
75
UAB/Unimontes - 2º Período
76
Geografia - Climatologia
4.7.4 La Niña
Este fenômeno acontece geralmente no período da noite, em noites de céu limpo, mas
ocorre também, mesmo que raramente, durante o dia. Dessa maneira, ao invés de ocorrer a di-
minuição da temperatura do ar em relação à altitude, tem-se o aumento. A espessura da cama-
da de inversão é variável, entretanto raramente ultrapassa 200 m.
Durante o fenômeno, a superfície do solo atua como sumidouro de calor, isto é, a direção do
fluxo de calor é da atmosfera para solo e deve-se à menor temperatura da superfície em relação
à camada de ar com a qual está em contato.
A inversão térmica é resultado, normalmente, do resfriamento irradiativo do solo, ou seja,
a superfície do solo perde energia radiante para o espaço a uma taxa maior do que recebe, ca-
racterizando, assim, um saldo negativo de radiação à superfície. Tal fenômeno é observado de
forma mais intensa durante as noites de céu limpo, e raramente durante o dia (FERREIRA, 2008).
77
UAB/Unimontes - 2º Período
Mendonça e Oliveira (2007) destacam que, durante 150 mil anos, a Terra apresentou níveis
Atividade de dióxido carbônico (CO2) de 275 partes por milhão por volume (ppmv); no ano de 1990, atingiu
Orientação: Esta 354 ppmv. Isso porque são lançados na atmosfera cerca de sete bilhões de toneladas de dióxido
atividade deverá ser de carbono, através das queimas de combustíveis fósseis, das atividades industriais, etc.
enviada para o tutor Os gases que influenciam no efeito estufa são: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4),óxi-
no prazo e ferramenta
virtual determinada do de nitroso (N2O), clorofluorcarbono (CFC) e ozônio (O3).
por ele. Este fenômeno ocorre da seguinte maneira (Figura 70): toda a radiação solar (ondas longas)
que chega ao Planeta Terra é absorvida pela troposfera, o que acarreta o aquecimento natural da
1) De acordo com os Terra. Esta, por sua fez, reflete parte dessa radiação novamente para o espaço (ondas curtas).
autores, o estudo sobre
a classificação climáti-
ca permite encontrar
respostas para várias
questões. Sobre o as-
sunto abordado nesta Figura 70: Esquema – ►
unidade, responda: Efeito Estufa
Fonte: Disponível em
a) Quais são os fatores <http://tempoagora.
que contribuem para uol.com.br/mclimaticas/
diferenciar os climas da internas/images/efei-
Terra? to_estufa.gif > Acesso
em janeiro de 2009.
b) Por que existem
tipos climáticos dife-
rentes dentro de uma
mesma zona climática
(por exemplo, climas
frios dentro da zona
tropical-equatorial)?
Glossário
Aerosol: é um conjunto de partículas suspensas num gás, com alta mobilidade intercontinental.
Aerosol Atmosférico: ocorre de forma natural (vegetação, vulcões, etc) ou através de atividades
humanas (uso de combustíveis fósseis). Podem ser removidos da atmosfera através dos
processos hidrológicos. Contribuem para o aquecimento ou para o resfriamento da atmosfera.
Afélio: ponto da trajetória da Terra mais distante do Sol (04 de julho).
Albedo: é a razão entre a quantidade de radiação refletida pela superfície da Terra e a radiação
proveniente do Sol. Ex: solo negro e seco – albedo de 14%, ou seja, refletem 14% da luz recebida;
areia (15-25%); gelo (50-70%).
Amplitude Térmica: diferença entre as médias anuais de temperaturas máximas e mínimas – é
baixa nas proximidades do Equador, aumentando à medida que a latitude aumenta.
Anemômetro: instrumento meteorológico usado para medir a velocidade do vento.
Barômetro: instrumento usado para medir a pressão atmosférica.
Ciclone: é uma área com pressão inferior àquela apresentada ao redor do centro, considerando-
se um mesmo nível. Resulta em convergência de ventos, os que se movem no sentido horário no
hemisfério Sul. Podem receber nomes específicos, de acordo com suas características e origem,
como no caso dos Ciclones Extratropicais que estão normalmente associados às frentes frias.
78
Geografia - Climatologia
Referências
ASSIS, F. N.; ARRUDA, H. V.; PEREIRA, A. R. Aplicação de estatística à Climatologia: teoria e prá-
tica. Pelotas: UFPel, 1996. 161p.
MENDONÇA, F.; OLIVEIRA, I.M.D. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Ofi-
cina de Textos, 2007.
NIMER, Edmom; BRANDÃO, Ana Maria P. M. Balanço Hídrico e Clima da Região dos Cerrados.
Rio de Janeiro: IBGE, 1989.
79
UAB/Unimontes - 2º Período
Sites sugeridos
http://wwwdeolhonotempo.blogspot.com/2007_10_01_archive.html
http://enos.cptec.inpe.br/
http://felix.ib.usp.br/pessoal/marcos/minhaweb5/schedule.htm
CONTI, José Bueno. Clima e meio ambiente. São Paulo: Atual, 1998.
_____.Clima e Meio Ambiente. São Paulo: Ed. Atual, 1998 (série meio ambiente)
MOLION, Luiz Carlos Baldicero. Aquecimento Global, El Niños, Manchas Solares, Vulcões e
Oscilação Decadal do Pacífico. Disponível em <http://www6.cptec.inpe.br/revclima/revista/
pdf/Artigo_Aquecimento_0805.pdf > Acesso em janeiro de 2009.
MONTEIRO, C. A. F. Clima: grande região Sul. Rio de janeiro: IBGE, vol.4,tomo I, 1968. p.114 – 166.
80
Geografia - Climatologia
Resumo
Entre os diversos temas apresentados neste trabalho, distribuídos em 04 (quatro) Unidades,
destacamos os seguintes pontos:
Unidade I
• Meteorologia e Climatologia são duas ciências que se inter-relacionam, a primeira está liga-
da diretamente ao tempo e a segunda ao clima;
• O tempo está relacionado a um pequeno intervalo cronológico;
• O clima de um determinado lugar é analisado num período de 30 a 35 anos.
• A Estação Meteorológica serve para mensurar dados que possibilitam interpretar os diver-
sos fenômenos atmosféricos, como, por exemplo: a quantidade de precipitação, horas de
incidência de raios solares, velocidade do vento, quantidade de evaporação e temperatura
máxima e mínima.
Unidade II
• O Planeta Terra apresenta a seguinte estrutura: núcleo, manto, crosta e atmosfera;
• A Atmosfera terrestre (camada de gases em volta da Terra) também é subdividida vertical-
mente, apresentando as seguintes camadas: Troposfera, Estratosfera, Mesosfera, Termosfera,
Exosfera.
• O sistema de coordenadas geográficas, as especificidades relacionadas aos movimentos de
rotação e translação.
• O processo de radiação solar e espectro eletromagnético.
Unidade III
• O Tempo e o clima são influenciados pelos elementos: temperatura, pressão e umidade; e
pelos fatores: altitude, latitude, maritimidade, continentalidade, relevo e vegetação;
• Todos os elementos e os fatores climáticos influenciam na circulação geral da atmosfe-
ra, pois possibilitam aos estudiosos (meteorológicos e climatológicos), a interpretação dos
eventos: precipitações, massas de ar, frentes e ventos.
Unidade IV
• Diversas são as classificações climáticas desenvolvidas a partir das análises e interpretações
dos mais variados tempos e climas, relacionados às quatro estações do ano (primavera, ve-
rão, outono e inverno);
• A classificação mais utilizada no Brasil é a de Wilhelm Köppen, que considera a precipitação
e a temperatura;
• A classificação de Thornthwaite (1948) é bastante utilizada em várias regiões do mundo e,
no Brasil, é empregada principalmente na Agricultura. Baseia-se em evapotranspiração, ba-
lanço hídrico e índice de umidade;
• A classificação de Arthur Strahler está relacionada com massas de ar, frentes e precipitações;
• Ao realizarmos o balanço hídrico de determinada localidade, estamos realizando a medição
da quantidade de água que entra e sai do solo;
• As alterações climáticas decorrentes de diversos fatores, entre eles, a grande quantidade de
emissão de gás carbônico para atmosfera, a queima de combustíveis fósseis, a produção de
aerossóis e o desmatamento de florestas, vêm ocasionando, cada vez mais e em maior fre-
quência, eventos como furacões, tornados, e influenciando no efeito estufa.
81
Geografia - Climatologia
Referências
Básicas
MENDONÇA, F.; OLIVEIRA, I.M.D. Climatologia: Noções Básicas e Climas do Brasil. São Paulo: Ofi-
cina de Textos, 2007.
Complementares
ASSIS, F. N.; ARRUDA, H. V.; PEREIRA, A. R. Aplicação de estatística á Climatologia: teoria e prá-
tica. Pelotas: UFPel, 1996. 161p.
AYOADE, J. O. Introdução à Climatologia para os trópicos. Tradução de Maria Juraci Zani dos
Santos. Revisão: Sueli Bastos. São Paulo: DIFEL, 1986.
CONTI, José Bueno. Clima e meio ambiente. São Paulo: Atual, 1998.
CONTI, J. B.; FURLAN, S. Geoecologia: o clima, os solos e o biota. In.: Jurandir L. Ross, (org). Geo-
grafia do Brasil. São Paulo, Edusp, 1996.
MENDONÇA, F.; OLIVEIRA, I.M.D. Climatologia: Noções Básicas e Climas do Brasil. São Paulo: Ofi-
cina de Textos, 2007.
MONTEIRO, C. A. F. CLIMA. Grande região Sul. Rio de janeiro: IBGE, vol.4,tomo I, 1968. p.114 –
166.
NIMER, Edmom; BRANDÃO, Ana Maria P. M. Balanço Hídrico e Clima da Região dos Cerrados.
Rio de Janeiro: IBGE, 1989.
83
UAB/Unimontes - 2º Período
Sites
<http://cecemca.rc.unesp.br/ojs/index.php/climatologiahttp://orion.cpa.unicamp.br/outras-in-
formacoes/paginas-recomendadas/meteorologia-e-climatologia.html> Acesso em dezembro de
2008.
84
Geografia - Climatologia
Atividades de
Aprendizagem - AA
1) Associe os fenômenos climáticos citados na coluna 1 às suas respectivas características descri-
tas na coluna 2.
(1) El Niño ( ) Ventos que se deslocam das áreas de alta pressão localizadas nos
trópicos para as zonas de baixa pressão do Equador. Tais ventos são de
nordeste no hemisfério norte e de sudeste no hemisfério sul; na sua
zona de convergência são responsáveis pelos maiores índices pluvio-
métricos do planeta.
(2) Circulação geral da ( ) Mecanismo global proveniente do aquecimento desigual da
atmosfera superfície terrestre através do qual o calor é distribuído pelo planeta e
possibilita a formação das grandes zonas climática.
(3) Monções ( ) Ventos secos que perderam umidade e se aqueceram na zona equa-
torial, de onde retornam aos trópicos, latitude na qual contribuem para
a formação da maioria dos grandes desertos do planeta.
(4) Alísios ( ) Aquecimento das águas do Pacífico Sul, de causas ainda não conhe-
cidas, com consequências globais ao provocar seca em algumas regiões
do planeta e precipitações excessivas em outras.
(5) Contra-alísios ( ) Ventos sazonais que mudam de direção em função da alternância
entre as áreas de alta e de baixa pressão atmosférica (continental e oce-
ânica) e definem uma estação seca e outra chuvosa em grandes regiões
tropicais e subtropicais do planeta.
Texto I
Ban Ki-moon considera tufão nas Filipinas um alerta ao planeta
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, deixou hoje um aviso sobre o impacto das
alterações climáticas, dizendo que o tufão que atingiu recentemente as Filipinas é um alerta para
esta questão.
Vivemos um momento histórico crucial. O nosso futuro vai depender do que decidirmos fazer,
mas ainda há pessoas na Terra que parecem acreditar que temos dois planetas, afirmou Ban Ki-
-moon, na Estónia.
É preciso agir antes que seja demasiado tarde. A ameaça de um aumento de apenas 2ºC da tem-
peratura do globo afetará todos. A ameaça é muito real e todos temos a responsabilidade de
evitá-la.
85
UAB/Unimontes - 2º Período
Texto II
Figura 71: ►
Aquecimento global.
Fonte: Disponível
em <http://contra-
posicao.wordpress.
com/2011/05/17/atos-
-de-falauma-analise-
-sobre-os-efeitos-de-
-sentido/> Acesso em
janeiro de2009.
A Terra, de tempos em tempos, passa por períodos de aquecimento e resfriamento global. Redija
um parágrafo (de 5 a 7 linhas) apresentando os argumentos a favor daqueles que afirmam que a
Terra está passando por um processo de Aquecimento Global cada vez mais aguçado por inter-
venção humana.
3) A atmosfera terrestre é uma mistura de gases dispostos em camadas que aderem ao planeta
por ação da força da gravidade. Oferece proteção contras os raios solares nocivos às partículas
no espaço exterior e torna possível a vida na Terra. Dentre os diversos gases que constituem a at-
mosfera, destacam-se vapor d’água (H²0), o dióxido de carbono (CO²), oxigênio (O³). Ozônio (O²)
e o Nitrogênio (N). Sobre esses elementos é incorreto afirmar que:
4) “Fatores Climáticos atuam sobre elementos climáticos que formam o tempo que definem o cli-
ma”. Escolha três dos fatores abaixo e explique como cada um deles contribui para a caracteri-
zação do tempo e do clima. Lembre-se de apresentar a relação desses fatores com os elementos
climáticos.
Elementos climatológicos Fatores climatológicos
• Temperatura • Altitude
• Pressão • Latitude
• Umidade • Maritimidade
• Continentalidade
• Relevo
• Vegetação
1º)
2º)
3º)
86
Geografia - Climatologia
a) Caso não houvesse a denominação das localidades em cada climograma, era possível afirmar
que elas se situam no hemisfério norte? Justifique.
87
UAB/Unimontes - 2º Período
Com base na análise da ilustração e nos conhecimentos sobre aspectos ambientais do Brasil, po-
de-se afirmar:
• (01) O cartograma, à primeira vista, realça o país em posição oeste-leste, o que permite
constatar que os estados costeiros possuem menores longitudes, comparadas com aqueles
localizados mais distantes do Atlântico.
• (02) I assinala o domínio dos climas quentes e úmidos durante o ano todo, apresenta rios
caudalosos e perenes e cobertura natural formada por floresta densa do tipo latifoliada.
• (04) II indica o domínio de clima tropical, com chuvas concentradas durante o inverno, solos
espessos, em função do intenso intemperismo químico, e relevo caracterizado pela existên-
cia de feições pontiagudas, representado pelas chapadas.
• (08) III identifica uma das faixas costeiras, na qual o clima é do tipo tropical úmido, controla-
do por massa de ar oceânica, relevo caracterizado pela presença dos “mares de morro” e rios
de regime pluvial.
• (16) IV representa o domínio do clima tropical típico, com as quatro estações bem marcadas,
chuvas concentradas no inverno e cobertura natural densa, formada por caatingas extrema-
mente degradadas.
• (32) V assinala o domínio do clima subtropical, com duas estações do ano bem marcadas
e solos rasos, recobertos por florestas do tipo latifoliada, adaptadas a ambientes com rios
temporários de regime pluvial.
8) Observe a figura.
88
Geografia - Climatologia
10) El Niño é um fenômeno oceânico caracterizado pelo aquecimento incomum das águas su-
perficiais nas porções central e leste do oceano pacífico, nas proximidades da América do Sul,
mais particularmente na costa do Peru. A corrente de águas quentes que ali circula, em geral,
na direção sul no início do verão, somente recebe o nome de El Niño quando a anomalia térmi-
ca atinge proporções elevadas (1ºC) ou muito elevadas (de 4 a 6ºC) acima da média térmica,
que é de 23ºC. Este fenômeno se faz notar com maior evidência nas costas peruanas, pois as
águas provenientes do fundo oceânico (fenômeno conhecido como ressurgência) e da corren-
te marinha de Humboldt são interceptadas por águas quentes oriundas do norte e oeste. Essa
alteração regional assume dimensões continentais e planetárias à medida que provoca desar-
ranjos de toda a ordem em vários climas da Terra. (MENDONÇA e OLIVEIRA, 2007)
89
UAB/Unimontes - 2º Período
Ainda sobre a influência do fenômeno El Niño na dinâmica climática mundial pode-se afirmar
que:
I. Afetando a dinâmica climática em escala global, a ocorrência do fenômeno gera bruscas altera-
ções climáticas no mundo.
II. Influenciando a dinâmica climática em escala global, o fenômeno gera impactos generalizados
sobre as atividades humanas causados por inúmeras catástrofes ligadas a severas secas, inunda-
ções e ciclones.
III. Mesmo com maior influência nas costas peruanas, o fenômeno não interfere na dinâmica cli-
mática local e regional.
IV. Além de atuar na costa pacífica da América do Sul, o El Niño provoca graves perturbações cli-
máticas (secas anormais ou, ao contrário, ciclones e chuvas com totais pluviométricos extrema-
mente elevados em relação às normais locais e regionais) em regiões isentas de tais eventos.
90