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UNIVERSIDADE DE SAO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SAO CARLOS DEPARTAMENTO DE GEOTECNIA CLASSIFICAQOES GEOMECANICAS DE MACIGOS ROCHOSOS ROMERO CESAR GOMES Prof. Assist. UFOP-MG Doutorando Geotecnia-EESC-USP S80 Carlos 1991 Publicag’o 060/91 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS — Nos termos de Lei que resguerde os Direltos Autorais, ¢ proibide a reproduefo total ou parcial deste trabalho, de qualquer forme ou por quelquer meio — eletrénico ou mectnico, inclusive através de processos xerogréticos, de fotoce- pia e de grevacdo — sam permissso, por escrito, do(s) autores), CLASSIFICACOES GEOMECANICAS DE MACICOS ROCHOSOS 1. Introdugéo A avaliagéo do comportamento de uma escavagéo subterrdnea e a adogio do sistema de contencéo mais conveniente requer, prioritariamente, 0 conhecimento das propriedades do macigo rochoso ¢ suas caracteristicas de autosustentagdo. As magnitudes das tensdes nas vizinhangas da escavacdo e das deformagées correspondentes dependem de um grande nimero de varidveis de dificil quantificagao, relativas as caracteristicas de heterogeneidade, anisotropia e compartimenta¢gao do macigo (natureza, orientagao, ‘frequéncia e persisténcia das descontinuidades) e as caracteristicas da propria escavacdo (natureza, geometria e método construtivo). Esta complexidade de fatores explica a necessidade de agrupar os macigos rochosos de acordo com comportamentos geomecanicos similares, devidamente relacionadas com suas feigées geolégicas mais relevantes, que permitam estabelecer principios gerais e bases comuns de correlagéo em quaisquer etapas do projeto. Este esforco possibilitou a implementacdo de inimeros sistemas de classificacao (Terzaghi, 1946; Rabcewicz, 1957; Lauffer, 1958; Deere, 1964; Ikeda, 1970; Wickham et al., 1972; Bieniawski, 1974; Barton et al., 1974; Rocha, 1976; etc.), envolvendo a quantificagdo dos paradmetros das rochas por métodos puramente empiricos (atribuicdo relativa de pesos a um dado fator de influéncia na estabilidade da escavagao, em fungdo do seu potencial de influéncia, por exemplo). Nesta concepgdo, os métodos empiricos devem ser analisados com espirito critico, mas é inquestiondvel reconhecer que os mesmos fornecem, em maior ou menor escala, subsidios confidveis para estabelecer estimativas preliminares do comportamento de escavagées subterraneas em macigos rochosos. A tabela 1 sumariza os objetivos gerais que norteiam alguns dos principais sistemas de classificagdo geomecénica de macicos rochosos. Tabela 1 - Objetivos gerais de algumas classificagées geomecdnicas de macigos rochosos. Sistema de Objetivos Gerais Classificacao 1. TERZAGHI Caracterizagdo do sistema de suporte utilizando cam (1946) botas metdlicas, através de identificagao das feigoes geoldgicas mais relevantes e das cargas atuantes (estimadas a partir do chamado fator de carga). Critérios qualitativos. 2. RABCEWICZ Caracterizagao do sistema de contengao utilizando cam- (1957) botas metdlicas, concreto moldado e concreto projetado, introduzindo o conceito da capacidade autoportante, de um macico (tempo de autosustentagao). 3. DEERE Caracterizacéo do sistema de contengéo utilizando cam- (1964, 1970) botas metdlicas, ancoragens e concreto projetado; clas- sificacdo dos macicos rochosos a partir do parametro ROD. 4. IKEDA Caracterizagéo do método construtivo, quantidade de ex- (1970) plosives a ser adotada e sistemas de contencao utili- zando cambotas metdlicas, concreto moldado e concreto projetado. Litologias tipicas do Japao. 5. WICKHAM caracterizacéo do sistema de contengdo utilizando cam- ET AL. botas metdlicas, bem como ancoragens e concreto proje- (1974) tado (néo recomend4vel) a partir do pardmetro RSR ("Rock Structure Rating"). 6. BIENIAWSKI Caracterizacéo do tempo de autosustentacéo do _macigo, (1974, 1976) parametros de resisténcia, métodos construtivos e sistemas de contengaéo utilizando cambotas metdlicas, ancoragens e concreto projetado. BARTON Caracterizagéo abrangente de sistemas de contengao uti- ET AL. ligando ancoragens, concreto moldado e concreto’ proje~ (1974) tado. Estabelece relagées empiricas para estimativa das cargas sobre o suporte. 8. ROCHA Caracterizagéo das cargas atuantes e dos sistemas de (1976) contengao (ocasionais ou sisteméticos) para macigos fraturados. Andlise baseada no deslocamento de massas potencialmente instaveis. Algumas classificagées geomecénicas foram estabelecidas con base na experiéncia de utilizagao de um tipo de suporte para um certo tipo de geologia, refletindo ainda a influéncia de métodos construtivos praticados em uma certa época. © sucesso da utilizacdo de classificagées geomecdnicas para obras subterréneas tem incentivado a ampliagaéo de seu uso para outros tipos de obras, como por exemplo, taludes’ e fundagées (Bieniawski, 1984). 2. critérios de Classificagées Geomecdnicas Modo e qualquer sistema de classificagéo geomecdnica incorpora critérios especificos, intimamente relacionados com os objetivos propostos (métodcs de escavagdo, estimativa de sistemas de contengao, cargas atuantes, etc.), sendo tanto menos subjetivo quanto maior a énfase em parametros quantitativos e tanto mais funcional quanto mais simples e diretas forem as caracteristicas selecionadas Para representar os diferentes elementos condicionantes da interagao escavacao-macico rochoso. Numa concepgéo integrada, estas caracteristicas deven abranger necessariamente elementos _inerentes aos processos construtivos e as feicées geoldégico-geotécnicas do meio fisico local (tahela 2), em funcdo da disponibilidade das informagées obtidas (caréter dindmico da andlise de acordo com a evolucéo dos servigos) e porte da obra em implantacdo. A sistematizacdo e hierarquizacdo destes indices caracteristicos através de uma estruturagdo légica identifica uma filosofia de classificagéo geomecénica de macicos rochosos. Tabela 2 ~ indices caracteristicos de algumas classificagées geo- mecénicas de macigos rochosos = minerals expansion 1 nenatinete (copronsio sapien, punttforne) ft. wesconmmrrmaes T = nayegaente = magoutaaes Gus pares = Niner 0 fanttiae sm [oo [sm [so [amo [sm [sm | mio a sare eas LDP Entretanto, as limitagées intrinsecas a natureza heterogénea, anisotrépica e descontinua dos macicos rochosos, aos métodos de investigacéo geolégico-geotécnicos e aos mecanismos de interagaéo escavacéo-suporte-macico, inviabilizam o modelo idealizado, conferindo-lhe ‘restricées intransponiveis e, consequentemente, exigindo a adogao de solugées simplificadas em termos prdticos. Estas Solugées simplificadas constituem os principios baésicos que regem os diversos sistemas de classificacéo disponiveis. Torna-se dbvio, portanto, que a generalizacdo é questiondvel em si mesma e a abordagem de obras de escavacéo subterranea essencialmente distintas através da equalizagado dos critérios de anélise pode induzir a graves equivocos. Por outro lado, o pleno conhecimento das restrigées e objetivos de uma dada classificacéo, aliado ao bom senso e experiéncia propria, permite a adequacéo dos principios gerais a condigées especificas (predominancia' acentuada de determinado. fator de influéncia, condicionantes reolégicos, etc.), tornando consistente a sua utilizacéo em larga escala. Por exemplo, embora a classificacdo de Barton tenha sido originalmente estabelecida com base na experiéncia escandinava, uma verificacao mais recente da prética internacional do projeto de suportes (Celestino et al., 1985) demonstra a sua adequagao as atividades de projeto e construcdo em outras regidées do mundo. Verifica-se, portanto, que a selecéo das caracteristicas consideradas mais relevantes, em termos de comportamento dos macicos rochosos, depende dos objetivos propostos e da experiéncia de cada autor. Neste contexto ‘torna-se importante jinvestigar possiveis correlagées entre diferentes sistemas de classificagdéo, permitindo obter, a partir de uma tinica andélise geomecdnica do macigo (limitada ao modelo mais adequado aos elementos disponiveis), diferentes formulagées dos mecanismos de interagaéo suporte-maci¢go rochoso e concepgées distintas dos sistemas de contengéo passiveis de seren aplicados. Tal procedimento foi utilizado por Rutledge et al. (1978) em projetos de ttneis na Nova Zelandia, a partir de macigos rochosos analisados com base em sistemas de classificagao propostos por Wickhan et al., Bieniawski e Barton. As correlagées obtidas mostraram-se bastante razo4veis, particularmente para valores de RMR superiores a 60. Resultados bem semelhantes foram obtidos por Costa Pereira et al. (1987) na andlise de tuneis em Portugal e Macau, mediante correlacées entre os sistemas propostos por Wickham et al. (1974), Rocha (1976) e Bieniawski (1974) (figura 1). cr ar we Figura 1 - Correlagées entre resultados de diferentes sistemas de classificacéo de macigos rochosos (Costa Pereira et al., 1987; Rutledge et al., 1978) 3. Classificag&o de Terzaghi En 1946, K.Terzaghi sintetizou em um sistema de classificagéo de macigos rochosos a larga experiéncia adquirida com a execucgéo de um grande ntimero de tuneis ferrovidrios na regiao dos Alpes, que utilizavam como suporte elementos constituidos por cambotas metdlicas interconectadas e firmemente acunhadas contra o macigo por blocos de madeira que, assim, comportavam-se como auténticas células de carga. A estimativa das cargas atuantes no contorno da escavacéo, fungao do grau de deterioracao das condicées de resisténcia do macigo, foram corroboradas por ensaios em modelos reduzidos em areia, para o caso de macicgos muito fraturados. Com efeito, rochas completamente fraturadas ou trituradas tendem a apresentar tipicamente o chamado fenémeno do arqueamento em areias. Com a escavacio, a relaxacdéo da massa de rocha circundante induz um deslocamento do material em direcdo ao vazio (Figura 2), cuja mobilizagao é resistida pelo confinamento lateral entre blocos e zonas fragmentadas e pelo atrito ao longo das fronteiras de mobilizacdo. A rocha fragmentada, comportando-se como material granular, atua no sentido de transmitir a maior parte das pressées de sobrecarga as massas de solo situadas lateralmente a escavacdo. Figura 2 - Fenémeno do Arqueamento em rochas muito fraturadas (Material Granular, Terzaghi, 1946) A partir dos ensaios em modelos, Terzaghi constatou que a jargura da zona de arqueamento (5 ) 6 maior que a largura da escavagao (B), sendo B = B+ He na hipétese de rochas completamente fraturadas. Ainda nesta hipétese, a espessura da zona de arqueamento é da ordem de 1,5 B, ou seja, 1,5 (B + He). Acima desta regiao, as tensées atuantes no maci¢o permanecen praticamente inalteradas quando se executa a escavacéo. En termos gerais, o sistema de contengao deveré resistir, portanto a uma carga correspondente a uma altura Hp expressa por: Hp = c! BY = cB Q) onde c’ e © séo constantes que dependem da compartimentago do maci¢o e da magnitude das deformagées ocorridas. Apés a execu¢do do suporte, as tensdes continuam a aumentar ao longo do tempo, com velocidade decrescente, atingindo um acréscimo final da ordem de 15%. © intervalo de ‘tempo decorrido até a constancia do valor da carga depende fundamentalmente da qualidade do sistema de acunhamento. Assim, neste caso, torna-se conveniente a gonstrucaéo imediata do revestimento e o acunhamento correto do mesmo, devendo ser previsto o aumento da carga com o tempo na fase de projeto, tal que: (Hp)ult = 1,15 Hp (2) vp__0158 Ee he aoe jisterny 8 Largure do Tune! | Hypattura do Tune! Profundidade ° Figura 3 - Variagéo dos empuxos de rocha com a profundidade da escavagéo (rocha comportando-se como material granular) A Tabela 3 apresenta valores do Hp para condigées limites de deformacéo da abéboda da escavacéo, obtidos em ensaios em modelos utilizando areias secas. A pratica tem confirmado que os valores reais 40, via de regra, bastante aproximados aos valores minimos de Hp da Tabela 3. Isto mostra que as deformagses do contorno durante & escavacéo. séo suficientes para induzir a mobilizacaéo total do arqueamento da massa de rocha. 0 fenémeno do arqueamento nao é afetado pela percolagdéo da 4gua que, por outro lado, provoca um acréscimo da ordem de 100% nas cargas atuantes. Tabela 3 - Valores de Hp (rocha completamente fraturada) ‘Rocha completa- HP Deformagao da abobada mente fraturada da escavagao compacta 0, 27(BtHt) 0,01 (B+ Ht) 0,60 (BtHt) > 0,15 (B + Ht) Fofa 0,47 (B+Ht) 0,02 (B + Ht) 0 ,60(B+Ht) > 0,15 (B + Ht) A abordagem de Terzaghi englobou a avaliacéo do comportamento de escavagSes executadas em macigos de rocha sé e intacta até a macicos de rochas muito alteradas. A seguir, sao expostos resumidamente os principios basicos de sua classificacdo, identificando-se os tipos geomecénicos dos macigos, os mecanismos de instabilizagdo e as naturezas dos sistemas de contengéo. Na prética, néo existem limites nitidos entre as diferentes categorias de rochas abaixo sistematizadas que, a rigor, abrangem uma gama bastante ampla de comportamentos geomecénicos similares. Tabela 4 - Caracteristicas gerais da classificacao geomecanica de Terzaghi Classe I Rocha sa e intacta Descrigéo Inexisténcia de juntas ou fissuramentos; a ruptura ndo ocorre por planos preferenciais. Mecanismo de ins- Lasqueamento ou projecéo de lascas por alivio de tabilizagao tensées ("rock burst") em macigos sujeitos a estados de intensa deformagéo elastica (elevadas tensées horizontais nao dissipadas de origem tecténica, por exemplo); estado de tensées "in situ" inalterado pela escavagdo (do ponto de vista prdético). Natureza do re- Revestimento de protecdo (caracteristicas de resis~ vestimento téncia ou de amortecimento) para controle do fené- meno; qualquer suporte capaz de resistir a pressées da ordem de 2 t/m* é suficiente para cumprir estes objetivos; Hp = 0. Classe II Descricao Mecanismos de instabilizagao Natureza do revestimento Classe III Descricao Mecanismo de instabilizacao Tabela 4 (cont.) Rocha Estratificada (ou xistosa) Caracteristicas de baixa resisténcia ao longo das placas de estratificagéo, com maior ou menor incidéncia de juntas transversais. Estratificacéo horizontal: os planos de estrati- ficagdo e as juntas transversais definem blocos de rocha que se comportam como vigas (Fig.4.a)i a superescavagao depende dos espacamentos das juntas, da acdo dos explosivos e da distancia entre a frente de trabalho e a zona ja revestida. Em termos praéticos, raramente a superescavacéo deve atingir uma altura igual a 0,5B (Fig.4.b); a natureza do Yevestimento vai depender fundamentalmente da magnitude da superescavacao. Estratificacéo vertical: a sobre-escavagéo depende essencialmente da distancia entre a frente de trabalho e a zona j4 revestida. A massa de rocha potencialmente instdével é resistida pelos esforcos de atrito ao longo dos planos de estratificagao (figura 4.c); o revestimento deve ser dimensionado para a resultante destes esforgos (admitida como equivalente a uma carga de rocha de espessura igual a 0,25 B). Estratificagéo inclinada: os empuxos desenvolvidos sobre a abébada e a parede da escavagao interceptada pela estratificacéo podem ser obtidos por meio do Procedimento proposto por Terzaghi (Fig. 4.4). 0 Angulo 8 define a orientacéo dos planos de estratificagao e @ é o Angulo de atrito da rocha ao longo destes planos. 0 triangulo de forcas permite a obtengéo do empuxo (P) para dimensionamento do revestimento lateral e a carga de rocha pode variar de 0,25B a 0,50B (estratificagaéo muito ou pouco inclinada, respectivamente) . Revestimento com funcdéo resistente, de acordo com a orientagéo dos planos de estratificacao; Hp=0 a 0,5B Rocha Macica Fissurada Ocorréncia de juntas e fissuras, mas sem o comprometimento da unidade estrutural do maci¢go (formagao de blocos independentes entre si) Condi¢ées de superescavacdo e revestimento similares as da classe II. 0 cardter aleatério e irregular das fissuras pode conduzir a amplas variacées das cargas atuantes;possibilidade de ocorréncia de"rock burst". 8 Natureza do revestimento Mecanismo de instabilizagado Natureza do revestimento Revestimento com fungéo resistente, de acordo com Rocha Fraturada Ocorréncia de juntas e _ fissuras, preenchidas ou nado, formando blocos e fragmentos de tamanhos variados, com alguma ligagaéo ou independentes entre si (figura 4.e). Mecanismo similar ao do fenémeno do arqueamento em areias grossas e compactas. Ruptura progressiva de domos (blocos de rocha potencialmente instavel) na zona compreendida entre a frente de trabalho e o revestimento executado, de acordo com o mecanismo de adaptacdo do macigo a variagéo do estado de tensées induzida pela escavagdo. O tempo de autosustentacao dos domos depende da geometria e dimensées dos blocos, natureza e espagamento das juntas, natureza e resisténcia do material de preenchimento das juntas e da distancia da frente de trabalho 4 zona ja revestida. Revestimento com fungéo resistente, para impedir o processo de ruptura progressiva dos domos de rocha instabilizada. Pressées laterais pequenas ou inexistentes. Desconsiderar contribuigées devido a eventuais caracteristicas de cimentagao do material de preenchimento das juntas e dimensionar o sistema de contengéo admitindo a presenga de agua (condicdo critica). Giasse _ Rochas Hp Hp fraturadas (inicial) (final) TV Moderadamente 0 0,25 a 0,35(BtHt) v Muito 0 a 0,6(BHHt) 0,35 a 1,10(B+He) Classe VI Descricao Mecanismo de instabilizagao Natureza do revestimento Figura 4 - Modelos geomecdnicos de Terzaghi: (a e b) Estratificacéo Horizontal, (c) Estratificagao Verti- cal, (d) Estratificagao Inclinada e (e) Rochas fra- turadas. Rocha completamente fragmentada (Rocha triturada) caracteristicas de material granular, fragmen- tos generalizados isentos de processos de decomposigao quimica. Relaxacéo da massa de rocha no entorno da escavacao, desenvolvendo-se o fenémeno do arqueamento tipico de materiais granulares. Pressées laterais conside- raveis, estimadas por Pp = 0,3¥ (0,5Ht + Hp), sendo Yo peso especifico da rocha triturada. Revestimento com fungéo resistente de caréter ime- diato a escavagdo e contando com acunhamento adequa- do. Considerar acréscimos de carga com o tempo (da ordem de 15%) e em caso de percolagéo de 4gua (da ordem de 100%). Hp = 1,10 (B+ He). 10 Classes VII, VIII e IX Descri¢ao Mecanismo de instabilizagao Natureza do revestimento Tabela 4 (cont.) Rocha Alterada com Argila. Rochas submetidas a processos totais ou parciais de decomposi¢éo quimica, até alteracéo em materiais argilosos com ou sem caracteristicas de expansibilidade. Fenémeno do arqueamento associado a outros fenémenos tipicos de materiais argilosos como desagregacao Progressiva, acréscimos significativos do carregamento com o tempo, aumento de umidade e expansibilidade do material e perda progressiva da resisténcia, intimamente associadas A natureza dos argilo-minerais presentes, efeito de profundidade da escavacaéo e permeabilidade das argilas. Revestimento com fungéo _—resistente; pressées elevadas ao longo de ‘todo o contorno da escava- gao. A utilizagéo de cambotas circulares é recomendével no caso de rochas nado expansivas e imperiosa em caso contrério. No caso de rochas expansivas, ao contrério de todos os outros casos analisados, € imprescindivel garantir uma folga conveniente entre o revestimento e o macigo, ou seja, o acunhamento deve ser executado no sentido de permitir o alivio de tensdes devido a expansdo da rocha alterada. Na concepgéo de Terzaghi, rochas expansivas sao aquelas que apresentam | acréscimos de volumes superiores a 2% pela imersdo em Agua de amostras da rocha sa. Classe Rochas alteradas Hp ViI Rochas nao expansivas 1,10 a a moderadas 2,10(B+He) profundidades VIII Rochas néo expansivas 2,10 a a profundidades 4,50(BtHt) elevadas Ix Rochas expansivas até 75m (independe de B+ He) 4. Parametros Quantitativos das Classificagées Geomec4nicas A classificagéo de Terzaghi incorpora critérios muito Genéricos e qualitativos, sem escalas de valores para os parametros a relativos @ qualidade do maci¢o rochoso. Bm termos gerais, entretanto, a aplicagéo dos seus principios tornou~se prética generalizada, embora confrontando-se sistematicamente com as limitagoes intrinsecas de uma abordagem algo subjetiva. Esta preocupagdo de quantificas comportamentos geomecdnicos conduziu a abordagens diferenciadas do problema das escavacées subterraneas em macicos rochosos, embors correntemente apoiadas nos trabalhos pioneiros de Terzaghi. Lauffer (1958) buscou correlacionar o periodo de estabilidade ou tempo de autosustentagéo ("stand-up time", periodo de tempo decorrido entre a abertura da escavacdo e os primeiros sinais de instabilidade perceptiveis da abdbada) e o comprimento do vao nao revestido (dimensio caracteristica da escavagéo ou a distancia do xevestimento executado a frente de trabalho; condig&o mais critica das duas), com a qualidade do macigo, subdividido em classes de A (classe I de Terzaghi) a G (classes VII, VIII e IX de Terzaghi). A correlagao proposta estd indicada na Figura 5. ‘min. 10min. t hora ‘dio (sem times 1Ano 10Anos 100 Anos Tempo de Auto Sustentagdo Figura 5 ~ Correlagaéo entre tempo de autosustentacao e vao nao revestido (Lauffer, 1958) Uma contribuigaéo de grande impacto no desenvolvimento das classificacées geomecénicas foi dada por DEERE (1964), através da Proposigéo de um indice capaz de quantificar o padréo geomecanico do macico, obtido diretamente a partir da andlise de testemunhos de sondagens convencionais. Este indice - denominado ROD, "Rock Quality Designation" - corresponde a uma variante do conceito classico de recuperacéo, especifico a porgées de testemunho de dimensées iguais ou superiores a 10cm, obtidos em um dado trecho da sondagem (diametros NX). As diferentes classes de macigos incorporam faixas especificas de valores de RQD, permitindo correlagées com a proposta inicial de Terzaghi (Figura 6) e proposigées relativas a sistemas de contengao (Tabela 5), de acordo com DEERE et al. (1970). 12 Expocomente dot Fratures (em) a ee Closter de Rocno (Tersogh 1946 Fe Te 7 TET ete] ae TTT Figura 6 - Correlagées entre valores de RQD e a classificagaéo geomecanica de Terzaghi (DEERE et al., 1970) Tabela 5 - Recomendagées de sistemas de suporte para ttneis em rocha (DEERE et al, 1970) ‘rem 9F oomTENGIO| isnlo ceoactetce wero cousmrivo MC TH eScAVAGS Somer eS oy ‘ois setae artsaze o ations! veintzario ocettone!dpltcaric tocteata Sa cinccncoe av auseniee Siiesttseenee o gin octsona)_UtLlisecio gcastona!Aphico local ‘eoniloscacoe os muaehtee are 15 < ng € 90 ae Sotenie Bee o woe (2) rage tevet_ cot pticario genstgnat venice o puters 50< ng < 75 23€ ae 50 i (2) Riennton ations hae 13 x30 moe (1) Amines careuareg Htmantog eregeoe mp <5 a a (excer nares © Rerten gtcoares Henn cabs) ExrARST¥OS Rte ehh ve ‘magho be wooN GG) Else = ciealage Beto epepoos PBN (unmuats Eoweatos rete Cording, Hendron e Deere (1972) estabeleceram correlacées de valores do RQD com o parametro Hp modificado de Terzaghi (Figura 5), constatando boas concordancias no caso de revestimento utilizando cambotas met4licas (consoante os estudos de Terzaghi). No caso de utilizagéo de tirantes, tais correlagées sao muito afetadas pela mobilizacao da resisténcia do macico e pela maior eficiéncia do método construtivo. Papnio eEowsciveco 09 Macigo 3 WETS | mom [dove BEA ER mone | SUI | MEO EEE caMBoras ueTALIeas eincucanes: 3 3 ol oe Figura 7 - Correlagées entre RQD e Hp modificado (Cording, Hendron e Deere, 1972) Esta néo dependéncia do carregamento com as dimensées da @scavacao, no caso de contengio do macigo por ancoragens, é enfatizada a partir de dados coligidos pelos autores e sistematizados na figura 8. Estes resultados reafirmam as limitagdes da aplicabilidade do Mecanismo de carregamento rochoso proposto por Terzaghi as condicées @specificas de sua abordagem. a4 Je Tirante | Chumbodoy 20 to Presedes no Suporte da Abobada (kgt/em®) Dimenséo do Escavagéo (m) Figura 8 - Néo dependéncia do carregamento com dimensées de escavacées ancoradas (Cording, Hendron e Deere, 1972) Merritt (1972) salientou as dificuldades de adogdo do RQD como elemento de avaliagéo do comportamento geomecdnico de um macigo rochoso, em funcéo de influéncia do material de preenchimento de suas descontinuidades, embora tenha proposto correlacées deste parametro com a escolha do sistema de contencao (Figura 9). ° 5 10 5 (mi Escavagdes sem Reves. timento ou com Ancora gem Locat 100 78 ROD (%) Sistemas de Contencdo or Ancoragem (i2a1.8m de Espagamento, ‘Sistemas de Contengo Com Combotas Metdlicas 10 20 30-40 50 60 (ft) Largura do Escavagéo Figura 9 - Correlagées entre valores de ROD e sistemas de conten¢éo em escavagées subterraéneas (Merritt, 1972) 15 Brekke e Howard (1972) investigaram detalhadamente esta questo, abordando diferentes tipos de preenchimento das juntas © a influéncia direta dos mesmos sobre o comportamento de escavacées subterraéneas (Tabela 6), enfatizando a ocorréncia de tais efeitos mesmo a grandes profundidades e correlacionando ainda uma série de outros fatores relevantes na anélise do problema. Tabela 6 - Influéncia do material de preenchimento de juntas (Brekke e Howard, 1972) WATERIAL PREDOMINANTE TECANTSHOSPOTENCIATS DE CORPORTARERTOS-NIFRERTE TH AAS JUNTAS ESCAVAGKO (I) & COM 0 DBCORRER DO TEMPO (11) 1 tu Argilas expansivs Expgnsibilidgde © desagre-Pressins por _wecanismos Je _eapolamento 19680. Preasdes de expan- ("swelling") ¢ prensagen ("squeeze robe Sa0e prensagen sobre @ 0 Suporte; esnaganenta © arraste do mater couraca ('shield") Fial' de preenchinento, Argllas nfo ativas Afrouxamento ¢ desagrega Presses de prensagem ov esmaganento sobre . gio causadas por meea ovrevestinents: sFrouxamento © dessarega” Ge preneagen. sao devidoavariacdes amblentais. Clorita, talea . gratite, serpentina Desagregacéo em pequenas Poss b{idade de cargas elevadas, particu- fregmentos (esfibranento) Tarnente en presenga de aia Fragnentes ue rocha, Cargeanento de material, — Cargas pequenas sobre o revestinento, pas material geanolar perfodos de “escabilidade sibiiidade de carreanento de material quan Podendo ser muitocurto 0 no eonfinado. caleita porosa ou Condigio favoravel Possibitidade de dissolusie com compronet lane lar, gipsita mento da estabilidade do macico, Wickham, Tiedemann e Wicker (1972) consideraram alguns desses fatores para avaliar os macicos rochosos através de um parametro denominado RSR ("Rock Structure Rating"), por meio do qual estabeleceram correlagées para escolha do suporte utilizando cambotas metdlicas. Nao é recomenddvel a extrapolagéo dessas correlagées para sistemas de contengéo com ancoragens e concreto projetado, embora prevista para classificacdo. Procedimento andlogo foi adotado por Rocha (1976) para a avaliagaéo da qualidade dos macigos rochosos por meio de um parametro caracteristico (designado por MR). Estes estudos evidenciaram a necessidade de uma metodologia de classificagdo geomecanica para projetos de engenharia envolver uma etapa preliminar de caracterizagao gyeolégico-geotécnica do macico, capaz de identificar suas condigées de heterogeneidade, anisotropia e descontinuidade, mediante a © quantificagaéo de — parametros representativos de suas feigées mais relevantes. Estas caracteristicas potencialmente influenciantes sobre o comportamento do macigo, em face das solicitacées oriundas da execugdo de escavagées, estéo sumarizadas na Tabela 7. 16 Tabela 7 - Parémetros de caracterizagéo geolégico-geotécnica de macicos rochosos Paraémetro Niveis de Caracterizacéo Tipo litolégico/ Caracterizagéo de feigédes geolégicas tipicas Padréo Estrutural e/ou comportamentos geotécnicos especificos. Grau de Alteragéo Caracterizagaéo do — processo _—de alterabi- lidade do macigo pela agaéo de mecanismos fisico- quimicos, com base ‘na variacdo de suas caracteristicas de permeabilidade, resisténcia e compressibilidade. Padrao das Caracterizagaéo da compartimentagao do macico, descontinuidades mediante o levantamento da natureza, orienta~ edo, frequéncia, persisténcia, espacamento e abertura de suas descontinuidades, condigées de rugosidade e alteracdo das paredes; natureza e caracteristicas do material de preenchimento, particularmente suas caracteristicas de expansibilidade. Estado inicial de Caracterizagéo da influéncia das _pressées tensées confinantes' e litostaticas sobre as caracte- risticas de resisténcia e compressibilidade do macigo; anisotropia. Acg&o da Agua Caracterizagdo da agdo da 4gua na matriz rochosa e no material de preenchimento das descontinuidades, incluindo posigao do lengol fredtico, estimativas de permeabilidades, zonas preferenciais de percolagéo e magnitude das pressées neutras desenvolvidas. A andlise paramétrica do comportamento do macigo rochoso envolve a abordagem de intimeros outros fatores, tais como natureza, geometria e dimensées da escavagaéo, natureza do método construtivo, natureza e metodologia de execugéo do revestimento, orientacao relativa da escavacdo face ao sistema de descontinuidades do macico, tempo decorrido apés escavacao, etc. As tentativas de racionalizacéo dos intmeros parametros condicionantes do comportamento do macigo em face da natureza da obra em implantagéo (ttneis, barragens, mineragdes, etc.) conduziram a sistemas de classificacgédes geomecanicas bastante mais elaborados, mediante a setorizacéo dos macigos em classes, através do ordenamento e hierarquizagéo ‘de suas caracteristicas mais significativas, incorporando uma metodologia de cunho geral e capaz de inferir determinados desenpenhos de interacéo suporte/macico a partir da tipificagaéo da classe do meio rochoso analisado. Neste contexto, a7 distinguem-se as propostas de Bieniawski (1974) e Barton et al. (1974), apresentadas a seguir, de ampla aplicabilidade em estudos preliminares em projetos de escavagées subterraneas. 5. Classificacdo de Bieniawski © sistema de classificagéo proposto por Bieniawski, (1974, 1976, 1979, 1984) incorpora os principios acima abordados, considerando os seguintes parametros de caracterizagao: 1. Resisténcia & compresséo simples (indice de compressao punti- forme). 2. ROD 3. Espagamento das descontinuidades 4. Padraéo das descontinuidades 5. Agao da 4gua subterranea 6. Orientacdéo relativa das descontinuidades/escavagao © pardmetro n® 4 engloba caracteristicas de abertura, persisténcia, rugosidade e alteragéo das paredes e condicées do material de preenchimento das descontinuidades, individualizando-se o espagamento como um parémetro adicional. A orientagaéo das descontinuidades em relagdéo A escavagéo é considerada como parametro de ajuste e analisado em separado em fungado da natureza da obra (a rigor, é indiferente nao considerar todos os fatores numa tnica itemizagéo). 0 grau de alteracéo, parametro introduzido nas primeiras proposigées, fol suprimido como indice basico de caracterizagéo do macigo, uma vez que seus efeitos estariam embutidos nos valores obtidos de resisténcia 4 compresséo simples (ou indice de compressaéo puntiforme) da rocha intacta. A partir da atribuigdéo relativa de pesos em fungao dos niveis de variacéo dos parémetros analisados (Tabelas 8.A e 8.B), procede-se A classificagéo do macico rochoso pelo somatério dos pontos obtidos (Tabela 8.C), 0 denominado "Rock Mass Rating" (RMR), o qual permite inferir valores de referéncia para os pardmetros de resisténcia e para o tempo de autosustentacaéo do macigo (Tabela 8.D e Figura 10), bem como estabelecer correlagées com outras grandezas como médulos de deformabilidade e vaos livres (distancia méxima a frente da escavagéo que pode permanecer sem suporte). Nas sucessivas classificagées, Bieniawski tem ajustado os parémetros para cdélculo do RMR em funcao da experiéncia acumulada ao longo de novas observagées. Os valores apresentados a seguir correspondem a proposta mais recente de 1984. Adicionalmente, Bieniawski recomenda possiveis alternativas para adogéo do sistema de contencaéo de acordo com a classificagao do macigo rochoso, considerando uma secdo-tipo com formato em ferradura e largura de 10m, escavada com utilizagaéo de explosivos e sob um estado de tensées verticais inferior a 25 MPa. (Tabela 9). 18 Tabela 8 - Sistema de classificagéo geomecdmica ponderada Bieniawski (1984). ‘ Pander { Pans 8 VALS , Pesce | pie caes| > ao ve vac: | oui. | twee fMonecomat | SRPSaS 7 we) a oct. | RISMAST] 7 asows | ro-tsonm | so-ioowa | assome fot ]we] at > Me sae | a same ase ess [eae > |esricwmon ms esonertnnanss| > 2» ere | wwe lowe | com reso » | os w |e A Trararis we | arzates ew | amare me] xaos, | stent onto ous | Bol, resags | vert aux | aro “atta: | Resa 0' | Oe ak “| Ee hime LI esos » eee |] sam | Biaearories | ue | smmr-|9" Sooo avoir | mus w/o] a ni lou apoigoas | Sao carats no mcico y ‘DInEGKO Ok DESCINTIMITDADE Bx RELAGHO AD ELIO BA ESCAVAGAO| a ARB I _ Eee | ate wean20 pial | sexo titi rencu exon sen oe | tora] aire vor] ee se] oes wor [aoe | oe toe L el ee ee ee Fora [A = = T a = osm: [Frama = 5 BO ay | ea --- L (teto) > B/2 (B< 6m) 5 3 a 5m (6 < B< 18m) L/2 B/4 (18 < B < 30m) 0,om10 F. Afluéncia excepcionalmente elevada de 4gua (ou jatos de presséo), sem decaimento com o tempo 0,05 - 0,2 >10 * Valores aproximados das pressées da Agua intersticial; reduzir valores de Jy no caso de instalagéo de dispositivos de drenagem (C a FP). 24 Tabela 11 (cont.) F Condigées das Tensées valores de no macigo SRF F.1 - Zonas de baixa resisténcia interceptan- do a escavagao A. Ocorréncias miltiplas contendo material ar- giloso ou rocha quimicamente decomposta(qual- quer profundidade). 10,0 B. Ocorréncia especifica contendo material argi- loso ou rocha quimicamente decomposta (pro- fundidade da escavagaéo < 50m) 5,0 c. Ocorréncia especifica contendo material argi- loso ou rocha quimicamente decomposta (pro- fundidade da escavagao > 50m) 2,5 D. Ocorréncias miltiplas de zonas de — material cisalhado em rochas competentes, isentas de argila e com blocos desagregados de rocha (qualquer profundidade) 7,5 E. Ocorréncias especificas de zonas de material cisalhado em rochas competentes, isentas de material argiloso (profundidade de escava¢aéo < 50m) 5,0 F. Ocorréncias especificas de zonas de material cisalhado em rochas competentes, isentas de material argiloso (profundidade da escavacaéo > 50m) 2,5 G. Ocorréncia de juntas abertas e intenso fratu~ ramento do maci¢go (qualquer profundidade) 5,0 Obs.: No caso da ocorréncia de zonas de baixa resisténcia relevantes, mas nao interceptando a escavacdo, recomenda-se a reducdo dos valores de SRF de 25% a 50% F.2 - Rochas Competentes (comportamento rigido as deformagées ) 1, 93 = tensées principais 0 ~- resisténcia a compressaéo simples of - resisténcia a tracdo (carga puntiforme) H. Tensées baixas, subsu- perficiais > 2,5 J. Tensées moderadas 1,0 K, Tensées elevadas (eventuais problemas de estabilidade das paredes) 5-10 0,33-0,66 0,5-2,0 25 Tabela 11 (cont.) L. Condigées moderadas de rocha explosiva ("rock burst" M. Condigées intensas de rocha explosiva ("rock burst") < 2,5 < 0,16 — 10,0-20,0 2,5-5,0 0,16-0,33 5,0-10,0 Obs. (1) No caso de tensées subsuperficiais (ver H), adotar SRF = 5,0 quando a profundidade da abdébada da escavagéo abaixo da superficie do terreno for menor que a sua dimensdo caracteristica (largura do vao). (2) Para macigos muito anisotrépicos, introduzir corregées de Og e0% de acordo com os seguintes critérios: a) S <04/03 < 10: reduzir 0, para 0,8 Sg e Of para 0,8 Of b) 04/ 03 > 10: reduzir O¢ para 0,6 [¢ ¢ Ff para 0,6 % F.3 - Rochas incompetentes (comportamento plastico 4s deformagées) N. Tensd6es moderadas 5,0 - 10,0 0. Tensées elevadas F.4 ~ Rochas expansivas (expansibilidade dependendo da presenga de 4gua) P. Tensdées moderadas R. Tensdes elevadas 10, o oO a ye so oo G Observagées Adicionais 1. © indice RQD pode ser estimado indiretamente a partir do ntimero total de fraturas por unidade de volume (Jy), através da seguinte relacéo (ndéo ocorréncia de preenchimentos com material argiloso): RQD = 115 - 3,3 Jy (RQD = 100 para Jy < 4,5) 2. Na aferigéo dos valores de Jn, feigées geolégicas relevantes como acamamento, xistosidade, foliagao, etc. devem ser interpretadas como uma familia de fraturas adicional, desde que apresentem uma contribuicéo sistematica. Em caso contrdério, recomenda-se considera- las sob a designacdo genérica “fraturas esparsas". 3. © termo (Jr/Ja), representativo das caracteristicas de resisténcia ao cisalhamento do macigo analisado, deve incorporar um valor que represente efetiva e potencialmente a condicdéo mais critica de instabilizacdo. Esta relagéo néo deve ter necessariamente o valor minimo possivel (valor extremado do comportamento das zonas de menores resisténcias), uma vez que a orientagdo relativa da mesma a escavacao pode ser mais favordvel que outras néo tao criticas em termos de resisténcia.Assim, o critério a ser adotado é tomar (Jr/Ja)crit e@ nao (3z/Ja)min- 26 Tabela 11 (cont.) 4. As caracteristicas de resisténcia da rocha intacta assumen significado extremamente relevante no caso de macigos pouco fraturados,isentos de material argiloso de preenchimento. Nesta hipétese, as condigées de estabilidade vao depender fundamentalmente do comportamento tensao-deformagaéo da rocha e efeitos de anisotropia séo francamente desfavordveis (ver obs. 2 da tabela F.2) 5. As estimativas dos valores de resisténcias a compressao (Jc) e a tragéo (Ot) da rocha intacta devem ser obtidas para condigées de saturacéo (desde que assegurada esta possibilidade para o meio analisado). Por outro lado, estas estimativas devem ser bastante conservativas para rochas que experimentam deterioragéo acentuada em presenga de agua. Tabela 12 - Classes de macicos rochosos em fungaéo do parametro Q (Barton et al., 1974). Padrao Geomecénico Valores de 9 do Macico Péssimo (Excepcionalmente ruim) Extremamente ruim Muito ruim Ruim Regular Bom Muito bom Otimo (Extremamente bom) 1 Excelente (Excepcionalmente bom) SS5ar00 cooooreS Say Com o objetivo de relacionar o paraémetro Q com o sistema de contengio a ser adotado, Barton et al. definiram um parametro adicional, denominado dimensdo equivalente, expresso por: Dimensdo caracteristica da escavagéo L <= (4) indice de Suporte da Escavagéo ESR sendo a dimensdo caracteristica o véo, didmetro ou altura da escavacaéo eo indice de suporte da escavagao (designado por ESR - "Excavation Support Ratio") correspondendo a uma medida dos riscos de uma eventual ruptura do macigo rochoso em fungéo da natureza da obra em implantacdo (Tabela 13). a7 Tabela 13 - Valores do indice de Suporte da Escavagéo (Barton, 1976) Natureza da escavacdo A, Galerias provisérias de minas B. Galerias permanentes de minas, tuneis e galerias de adugao (exceto condutos for- gados sob elevadas pressées), tuneis-pi- loto, cémaras e galerias para escavagoes de grande porte 1,6 C. Escavagées para estocagem, estagées de tratamento de agua, tuneis rodoviarios e ferrovidrios (obras correntes), tiuneis de acesso 1,3 D. Escavag¢ées para casas de forca, tuneis rodovidrios e ferrovidrios (obras espe- ciais), obras de defesa, emboques e intersegées de tuneis 1,0 E. Escavagoes para centrais nucleares, tw: neis metrovidrios, instalagées para de- senvolvimento de atividade humana 0,8 Obs.: 0 valor de ESR é aproximadamente igual ao inverso do coeficiente de seguranga adotado em projetos de estabilidade de taludes em macicos rochosos. Conhecidos os valores de Q e ESR, pode-se estimar o comprimento maximo do vao sem necessidade de’ suporte, através da seguinte relagdo empirica: (L)max = 2+ (ESR) . Q°4 (4) No caso de suportes provisérios, recomenda-se tomar Q/= 59 ou reduzir o valor da dimensaéo equivalente de um fator igual a 2/3, adotando-se procedimentos andlogos ao caso de revestimentos permanentes. A metodologia proposta por Barton permite ainda a determinagéo das cargas atuantes através de relacgées empiricas indicadas na Tabela 14. Para Q > 100, a escavagao é considerada autoportante, exigindo apenas ancoragens localizadas para estabilizagéo de eventuais blocos soltos. 28 Tabela 14 ~ Relagées empiricas para cargas atuantes e comprimentos de ancoragem em suportes permanentes (Barton, 1976) (4) Cargas Atuantes (kgf/cm?) teto Peeto ~ < 3,0) p ae 2 2 Hds3 : "parede “ 3iy+Jq 8 (paredes altas) Q > lr aresg Valores de Q’ 0,1 oj0 mye a3 cure ane p22 Bos ene ie mat 30 fel | 3 moonces SISTRNTIEAS Gm mn n>» [= |» CAGES stages (=) |Ea ast] usr | ona | a7 C- MCORGES SISTEMTICAS Om a a 5 3 oT | = sencusos (9) ose [a | mus | oe | use 2 3 > CORSE OM TELAS HELIS rsressms (mm) [vow [a0 as | | Gems secs o_| | | ssessmas wa [Tae | awe | ef seus | asm | moan | t | tsa | aoene | soon | \ L cease III - Observagées Adicionais (i) Barton, Lien e Lunde 1. A natureza do suporte a ser executado em macicos classificados geomecanicamente de otima ou excelente qualidade dependera em larga escala da técnica do desmonte a fogo. No caso de desmonte de contorno uniforme ("smooth blasting"), o suporte poderé tornar-se desnecessdrio. Para superficies muito irregulares ("rough blasting"), recomenda-se a aplicacdéo de uma camada de concreto projetado, especialmente para alturas de escavagdo superiores a 25m. 2. Em condigées de intensa atividade de "rock burst", a utilizagao de tirantes protendidos com placas de apoio de grandes dimensées é frequente, espagados de cerca de 1m (0,8m ocasionalmente). Cessado © fenémeno, procede~se a instalagao do revestimento final. 3. Variagéo frequente dos comprimentos de ancoragem em uma mesma ‘ escavagaéo (3,5 e 7m). 4. Variagdo frequente dos comprimentos de ancoragem em uma mesma escavacaéo (2,3 e 4m). 31 5. Utilizagéo frequente de tirantes protendidos adicionais, espagados de 2a 4m. 6. Variagéo frequente dos comprimentos de ancoragem em uma mesma escavacdo (6,8 e 10m). 7. Utilizagdo frequente de tirantes protendidos adicionais, espacados de 4 a 6m. 8. Diversas escavagées para casas de forga, incluidas nesta categoria, fazem uso sistematico ou ocasional de ancoragens conjugadas 4 instalagdéo de telas metdlicas e concreto moldado na abobada (250 a 400mm da espessura) como suporte permanente. 9. Hipétese de ocorréncia de materiais expansivos (p.ex., argilas com montmorilonita em presenga de agua). Garantir folga conveniente para permitir o alivio das tensées de expansibilidade. 10. Hipétese de nao ocorréncia de argilas expansivas ou rochas esmagadas ("squeezing rock"). 11. Hipétese de ocorréncia de rochas esmagadas. Adotar sistemas bastante rigidos como suportes permanentes. 12, Na hipétese de materiais expansivos ou esmagados, o suporte prim4rio compreenderdé ancoragens em condicdes de ROD/Jn > 1,5, provavelmente em combinagéo com concreto projetado. Para macigos muito fraturados (RQD/Jn < 1,5),recomenda~se a aplicagao de concreto projetado em varias camadas. A instalagaéo sistematica de tirantes protendidos apés a execucdo do suporte definitivo (anéis de concreto moldado ou concreto projetado), para redugdo das cargas atuantes, é recomendével desde que RQD/Jn < 1,5 ou em presenga de argila, a nao ser que sejam utilizados tirantes protendidos de resina, solugéo a ser adotada também em macigos de qualidade geomecénica extremamente ruim. Condicées extremas de expansibilidade ou esmagamento podem exigir a extensdo do revestimento até a frente de escavagao, possivelmente utilizando o proprio "shield" no processo de concretagem e, inclusive, com eventual colocagéo de suporte preliminar na prépria frente de escavagao. 13, Escavagdo em segées mUltiplas por razées de seguranga em condigées de relagao: comprimento do vdo > 15 ESR. 14, Escavagéo em segées miltiplas com concomitante instalagéo do sistema de suporte em condigées extremas de compressibilidade (macigos de péssimo padréo geomecanico com comprimento do vao > 10 ESR). 32 Tabela 15 (cont.) (ii) Hoek e Brown a. Nos paises escandinavos, é comum a utilizagaéo de "perfobolts' constituidos por tubos vazados inseridos em furos no macigo e posteriormente injetados, ocorrendo a extruséo da argamassa plastica pela insergdo de uma barra através do tubo. Nao sendo possivel a protensdo destes dispositivos, é comum a instalagao de placa de apoio ou aparafusamento simples da extremidade da barra (08 autores recomendam a seguir o emprego de variantes deste processo de acordo com a experiéncia de cada pais).; A utilizagdéo de telas metdlicas é frequente para controle de estabilizagaéo de zonas do macigo potencialmente instabilizantes com o decorrer do tempo, mediante fixacéo através de chumbadores espagados de 1,0 a 1,5m e pinos intermedidrios de ancoragem. A utilizagdo de telas metdlicas conjuntamente com aplicagées de concreto projetado deve atender especificagdes de abertura e controle de oxidagaéo, de modo a permitir a livre penetragdo do concreto entre os seus vazios e o contato pleno com a rocha. As telas nao devem ter peso consideravel, permitindo o seu livre manuseio (tela tipica com fios de 4,2mm de didmetro e espagados de 100 mm). Em macigos de qualidade geomecénica muito ruim, o emprego de chumbadores nos moldes propostos por Barton et al. implica numa instalagéo imediata desta ancoragem com a escavagéo, o que nem sempre 6 possivel face natureza diferenciada dos servicos necessdrios no interior da escavacéo. Nesta hipétese, recomenda- se o uso de tirantes protendidos, com os trabalhos de injecao sendo executados em etapa posterior. Espessuras da ordem de 200mm para o revestimento em concreto moldado sao praticamente invidveis, sendo mais recomendaveis espessuras da ordem de 10" (254mm) ou 300mm. Espessuras da ordem de 2m para suportes em concreto projetado exige diversas camadas de aplicagaéo, tornando este procedimento bastante invidvel pratica e economicamente. 0 emprego de concreto moldado seria uma alternativa mais indicada. Em casos de necessidade de o suporte estender~se até préximo a frente de escavagao, o concreto projetado com espessuras entre 50 e 100mm seria geralmente satisfatério, particularmente com o uso conjugado de tirantes protendidos, adotando-se anéis de concreto moldado como sistema definitivo de revestimento. Uma variante possivel consistiria no uso combinado do concreto com cambotas metdlicas pesadas. 33 7. Consideragées finais Andlises racionais do comportamento de um macigo rochoso, inseridas no ambito de aplicacao ou finalidade proposta para o mesmo, pressupéem uma selecdo criteriosa dos pardmetros que terao influgnela significativa na caracterizagao do modelo geomecénico em questso. Neste contexto, os sistemas de classificagéo geomecanica anterformente abordados constituem poderosos instrumentos para a consolidagdo destes objetivos. © sistema RMR representa um avango sobre as metodologias anteriores, pela incorporagao de um razodvel numero de parametroe de caracterizagao. A restrigao basica da metodologia RMR esta associada utilizagdo simulténea do RQD com outras varidveis condicionadas pelas mesmas caracteristicas geomecanicas (espagamento de fraturas,” por exemplo). A rigor, o RQD seria um parametro dispensdvel no sistema RMR Especificamente en relacéo aos tempos de autosustentagéo do macigo, as andlises pela classificagao de Bieniawski tendem a ser muito conservativas (Barton, 1976), particularmente em mineragao subterranea (Albuquerque et al., 1990). © sistema Q incorpora o parametro RQD como uma medida do espagamento das juntas, sendo o seu valor nao influenciado pela presenga de rochas fracas. Em termos praticos, porém, isto results en uma Tedugéo significativa da fragéo inicial (termo ROD/Jn) da expressdo de Q, quando da ocorréncia de rochas fracas no macico analisado. Cuidados especificos devem ser considerados em tais casos, uma vez que tal concepgao reflete uma experiéncia regional do autor. Restrig6es anélogas ao sistema RMR devem ser extrapoladas 4 avaliacdo dos tempos de autosustentacdo do macigo, ainda que, neste caso, pela metodologia de Barton et al., sejam realgadas as influéncias da forna da escavagao e dos procedimentos de detonagao. Em ambos os sistemas, obtém-se razodvel precisao em termos das estimativas de véos maximos e sistemas de suporte requeridos. F importante ressaltar, uma vez mais, a incompatibilidade conceitual dos pardmetros Q e RMR. Assim, correlagées diretas entre valores destes indices sao desprovidas de sentido, ja que um e outro quantificam Padrées geomecénicos distintos. © sucesso da utilizacéo de classificagées geomecanicas para obras subterraneas tem incentivado a ampliagaéo do seu uso para outros ftipos de obras como, por exemplo, taludes e fundagées (Bieniawski, 1984). Diferentes _pesquisadores tém desenvolvido estudos complementares, visando adaptar as metodologias convencionais a obras especificas, tais como aplicagées em mineragdo subterranea (Kendorski et al., 1983; Laubscher, 1984). 8. Agradecimentos © autor agradece ao Prof. Tarcisio Barreto Celestino pelo incentivo, andlise critica e sugest6es apresentadas durante a elaboragao desse trabalho. 34 Referéncias Bibliograficas ALBUQUERQUE, R.; BRITO, S.; RODRIGUES, R.L.; NIEBLE, C.M. (1990) Modelo geomecaénico da mina de ouro de Fazenda Brasileiro - CVRD.; 6° CBGE/IX COBRAMSEF, Vol 1, p. 1 - 10. BARTON, N. 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