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L407
L407
(Organizadora)
Ponta Grossa
2023
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Prof.° Dr. Adriano Mesquita Soares Ana Lucia Ribeiro Soares
Organizadora Produção Editorial
Prof.ª Ma. Denise Pereira AYA Editora©
Capa Imagens de Capa
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Os Autores Ciências Humanas
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Prof.ª Dr.ª Andreia Antunes da Luz Souza
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Universidade São Judas Tadeu e Lab. Biomecatrônica - Poli - Faculdade Sagrada Família
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Instituto de Tecnologia e Pesquisa, ITP Universidade Federal do Piauí
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Universidade Estadual do Centro-Oeste Rodrigues
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Faculdade Sagrada Família Prof.ª Dr.ª Silvia Gaia
Prof.° Dr. Pedro Fauth Manhães Miranda Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Universidade Estadual de Ponta Grossa Prof.ª Dr.ª Sueli de Fátima de Oliveira
Prof.° Dr. Rafael da Silva Fernandes Miranda Santos
Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Parauapebas Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Prof.ª Dr.ª Regina Negri Pagani Prof.ª Dr.ª Thaisa Rodrigues
Universidade Tecnológica Federal do Paraná Instituto Federal de Santa Catarina
Prof.° Dr. Ricardo dos Santos Pereira
Instituto Federal do Acre
Inclui biografia
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Modo de acesso: World Wide Web
ISBN: 978-65-5379-303-3
DOI: 10.47573/aya.5379.2.216
CDD: 371.2011
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Bruna Cristina Bonini - CRB 9/1347
01
Acessibilidade e inclusão: programa educativo em
atitudes para educação inclusiva na educação
profissional e tecnológica................................................. 10
Raíza Teixeira Griffo Vasconcelos
Larissy Alves Cotonhoto
DOI: 10.47573/aya.5379.2.216.1
02
O papel da gestão pedagógica frente ao processo
educacional inclusivo....................................................... 25
Flávia Lopes Barbosa Siqueira
Maria Eduarda Costa Maciel Nogueira
Luane Gomes de Azevedo
Maria Luiza da Silva Neves Morais
Bianka Pires André
DOI: 10.47573/aya.5379.2.216.2
03
Educação intercultural: um novo paradigma para
o enfrentamento à discriminação étnico-racial na
américa latina.................................................................... 33
Ana Paula Sousa do Prado Anjos
Marilde Queiroz Guedes
DOI: 10.47573/aya.5379.2.216.3
04
Gestão e democracia na escola: limites e desafios..... 48
Maria Vanessa Rodrigues Silva
Maria Vânia de Sousa Rodrigues
Rachel Lima Frota
Eduardo Cipriano Carneiro
Marcos Paulo Vieira Marçal
Ismael Alves da Silva
Francisca Rozilângela Barbosa Ribeiro
Eliene Alves de Aquino
Camila Bezerra Costa da Silva
Elisângela Valente Chagas
DOI: 10.47573/aya.5379.2.216.4
05
O papel da gestão escolar e da coordenação
pedagógica: um estudo de caso da Escola Municipal
Maria Rafols........................................................................ 57
Marcus Venicius Neves da Silva
Aurivani Ferreira de Sousa
DOI: 10.47573/aya.5379.2.216.5
06
A importância do papel do gestor escolar..................... 73
Elizangela Arguelho Ibanez
DOI: 10.47573/aya.5379.2.216.6
07
O que são as assessorias privadas na gestão
educacional? Uma análise do seu papel e influência no
trabalho docente............................................................... 78
Wanderlei Porto do Nascimento Aguiar
DOI: 10.47573/aya.5379.2.216.7
08
Educação para todos, um desafio a ser resolvido........ 88
Rogério Eduardo da Silva
DOI: 10.47573/aya.5379.2.216.8
09
Militarização das escolas no Paraná: um retrocesso na
educação humanística?................................................... 94
Adolfo Kenji Ito
DOI: 10.47573/aya.5379.2.216.9
Organizadora................................................................... 101
Índice Remissivo............................................................... 102
Apresentação
É com grande satisfação que apresento o livro “Gestão escolar: desafios, opor-
tunidades e soluções”. Este livro é uma valiosa contribuição para quem se interessa pela
administração das escolas, abordando de maneira clara e abrangente diversos temas im-
portantes nessa área dinâmica.
Os capítulos deste livro tratam de assuntos como tornar as escolas mais acessíveis
e inclusivas, como os gestores educacionais podem melhorar o processo de ensino para to-
dos os alunos, e como lidar com questões de diversidade cultural e discriminação. Também
exploramos a relação entre gestão e democracia nas escolas, analisamos um estudo de
caso de uma escola específica e discutimos a relevância do papel dos gestores escolares.
Ao longo deste livro, você encontrará insights sobre como os gestores podem in-
fluenciar positivamente a educação, entenderá o impacto das assessorias privadas na ges-
tão escolar e refletirá sobre desafios como garantir uma educação equitativa para todos.
Além disso, questionaremos a abordagem de militarização das escolas e seu impacto na
educação humanística.
Esta obra é valiosa tanto para profissionais da educação quanto para qualquer
pessoa interessada em entender como as escolas podem ser melhor administradas. Os
capítulos oferecem uma visão completa e clara da gestão escolar, proporcionando insights
que podem enriquecer nosso conhecimento e melhorar nossas práticas educacionais.
Boa leitura!
Organizadora
01
atitudes para educação
inclusiva na educação
profissional e tecnológica
Raíza Teixeira Griffo Vasconcelos
Instituto Federal do Espírito Santo
Larissy Alves Cotonhoto
Instituto Federal do Espírito Santo
RESUMO
ABSTRACT
This study is the result of research carried out within the framework of the
Professional Master’s Degree in Professional and Technological Education
Capítulo 01
at the Federal Institute of Espírito Santo. It aimed to propose an educational program on at-
titudes towards inclusive education, based on an investigation into the perception of typical
students in relation to the school inclusion of people with disabilities, aiming to identify attitu-
dinal barriers. This is an applied research, with a qualitative approach, exploratory in terms
of objectives, developed with 27 students in the first year of technical education integrated
into high school at Ifes Campus Ibatiba. Data were collected through a participant survey
and used a questionnaire previously prepared based on the Likert Scale of Social Attitudes
towards Inclusion (OMOTE, 2016) and the Questionnaire of Attitudes towards intellectu-
al disability (MORIN et al., 2013). The information obtained was organized using Content
Analysis (BARDIN, 2010) and discussed in light of the specialized literature. It was possible
to identify attitudinal barriers related to the recognition of rights, recognition of competen-
ces and the perception of acceptance of typical students towards people with disabilities,
confirming the hypothesis of the existence of an empowering culture. As a possibility of
intervention, an educational program was developed that proposes actions with the scho-
ol community – students, employees and families of students with disabilities, in order to
inform about deficiencies, capabilities and encourage an inclusive culture at school. It is
expected that this study provides subsidies for the construction of inclusive schools, aiming
at training students in professional and technological education to exercise their citizenship.
INTRODUÇÃO
A Lei Brasileira de Inclusão (LBI, 2015) define barreira atitudinal como sendo as
atitudes ou comportamentos que impedem ou prejudicam a participação social da PcD em
11
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 01
igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas. Para Sassaki (2014), a
acessibilidade atitudinal é a base para que todas as outras dimensões da acessibilidade
possam existir. Essas barreiras podem se manifestar de várias formas, sendo estereótipos
e preconceitos as mais comuns, muitas vezes oriundos do desconhecimento. Isso pode
levar à exclusão e à negação de oportunidades e direitos das PcDs em todos os âmbitos
da convivência social.
De acordo com Maia (2013), o conceito de “pessoa com deficiência” passou por
significativas transformações a partir da Convenção Sobre os Direitos da Pessoa com
Deficiência (2006). Esse documento trouxe um novo conceito em seu artigo 1°:
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de na-
tureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualda-
de de condições com as demais pessoas (BRASIL, 2009).
12
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 01
Para compreender a influência do meio social no desenvolvimento da PcD,
recorreremos à teoria psicológica sócio histórica de Vygotsky (1997), conhecida como
abordagem sócio interacionista. Vygotsky (1997) definiu a deficiência em duas categorias:
primária e secundária. A primeira refere-se às limitações de origem orgânica, biológica,
que se acentuam conforme as limitações impostas pelo meio. A segunda faz referência às
consequências psicossociais da deficiência, no desenvolvimento de sua personalidade a
partir da interação com o meio, onde é atribuído à sua condição um significado negativo.
ASPECTOS METODOLÓGICOS
Para justificar este estudo, tem-se como ponto de partida o Art. 205 da Constituição
Federal (1998), que define a educação como direito de todos visando o pleno desenvolvimento
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Também se parte do compromisso assumido pelo Ifes com a inclusão escolar da PcD,
previsto no art. 3° de seu Estatuto de Criação (IFES, 2010) e em outros documentos
institucionais.
A pesquisa foi organizada em quatro etapas, conforme definido por Gil (2002) para
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Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 01
pesquisas do tipo participante e a primeira consistiu na determinação das bases teóricas da
pesquisa. Para isso, realizou-se um levantamento bibliográfico e documental relacionados
ao contexto histórico da inclusão da PcD nas instituições de ensino, bem como das políticas
legislativas nacionais e institucionais sobre educação especial na perspectiva da educação
inclusiva.
Foi possível concluir que a inclusão escolar da PcD tem sido um tema debatido em
diferentes campos de conhecimento, como educação, psicologia, sociologia, antropologia
e ainda no âmbito político, fundamentando-se nas concepções de direitos humanos. Seus
principais fundamentos conceituais incluem acessibilidade, desenho universal e educação
inclusiva, e seus fundamentos documentais estão estabelecidos, sobretudo, na Constituição
Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), na Lei Brasileira
de Inclusão (LBI), dentre outros.
1 A expressão “pessoa típica” é usada para se referir a um indivíduo que se enquadra dentro dos padrões considerados
normais ou habituais em uma determinada sociedade ou grupo. Esses padrões podem ser relacionados a características
físicas, habilidades, comportamentos, valores ou outros aspectos sociais (THIOLLENT, 2011).
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Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 01
Quadro 1 – Conjunto categorial.
Categorias Subcategorias Elementos temáticos
Barreiras atitudinais relacionadas ao Onde manifestam as barrei- Características associadas
reconhecimento de: ras
capacitismo, desconhecimento,
Competências capacidades das PcDs discriminação
reconhecimento de direitos, capaci-
Direitos direitos civis, inter-relações tismo, respeito
posicionamento frente à noção de normalidade, preconceito
Aceitação inclusão social, discriminação, empatia
A última etapa obrigatória proposta por Gil (2002) para uma pesquisa do tipo
participante trata da elaboração de um plano de ações que possibilite a análise mais
adequada do problema estudado, bem como ações que possibilitem melhoria imediata,
a médio e/ou longo prazo da situação. Assim, apresentaremos a seguir a discussão dos
resultados encontrados, bem como a proposta para o plano de ações.
A categoria “Competências” pode ser definida, neste estudo, como a forma com que
a pessoa típica2 enxerga a capacidade da PcD de executar ações comuns como trabalhar,
estudar, casar, etc. Nesse mesmo sentido, a categoria “Direitos” trata da forma com que a
pessoa típica enxerga as liberdades individuais das PcDs. Reuniu-se nesta análise essas
duas categorias em virtude da influência de uma sobre a outra, uma vez que capacitismos
são frequentemente utilizados para negar e/ou justificar a ausência de direitos de uma
pessoa em virtude da sua deficiência.
De acordo com Fagundes (2022), capacitismo pode ser definido como as atitudes e
práticas que valorizam a capacidade física e mental considerada “normal” em detrimento das
pessoas que têm alguma deficiência, consistindo numa forma de preconceito perpetuada
pela sociedade. Estudos como o de Schmidt et al. (2021) afirmam que o capacitismo se
aproxima de outros tipos de discriminações sociais, como o racismo e a homofobia.
Uma das principais maneiras pelas quais o capacitismo influencia a vida das PcDs
é através da exclusão social e da marginalização, como resultado da materialização de
julgamentos baseados em um padrão ideal de sujeito que deslegitima a existência de
quem não se encaixa nesses ideais. Os capacitismos direcionados às PcDs podem variar
2 Senso comum é um termo utilizado para descrever o conhecimento ou as crenças compartilhadas pela maioria das
pessoas em uma determinada sociedade ou cultura. É adquirido por meio da experiência cotidiana, transmitido de geração
em geração, muitas vezes baseado em percepções e generalizações simplificadas, que podem influenciar a forma como
as pessoas percebem e interpretam o mundo ao seu redor (FAGUNDES, 2022).
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Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 01
dependendo do tipo de deficiência e das experiências pessoais da pessoa típica, com
influência da cultura, da mídia e da falta de informação adequada (GOFFMAN, 1963).
De acordo com Goffman (1963), o senso comum3 tende a focar nas limitações das
PcDs, negligenciando suas habilidades, talentos e potenciais. Para o autor, existe uma
tendência a percebê-las como dependentes de cuidados constantes, desconsiderando sua
autonomia e independência. Suas habilidades profissionais, intelectuais e criativas também
são frequentemente subestimadas, sendo, muitas vezes, alvo de compaixão excessiva.
Além disso, o senso comum nem sempre reconhece plenamente os direitos das PcDs,
como o de estudar, trabalhar, direito à acessibilidade, à participação política e social, entre
outros.
3 O Napne é um órgão consultivo e deliberativo que atua no apoio ao desenvolvimento de estratégias pedagógicas para
garantir o atendimento aos alunos com deficiências matriculados nos campi do Ifes. É composto por equipe multidisciplinar
e atualmente conta com 12 membros, conforme Portaria DG n° 350 de 03/10/22, sendo: um representante do núcleo
pedagógico; três representantes da assistência estudantil; sete representantes docentes e dois representantes dos
técnicos administrativos que atuam no ensino. Admite ainda representantes discentes, seus familiares e sociedade civil
(IFES, 2020).
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Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 01
das pessoas típicas de se comunicarem de forma alternativa, onde de forma consciente ou
não, atribui ao grupo estigmatizado a responsabilidade por aquilo que lhe falta.
A categoria “aceitação” pode ser definida, neste estudo, como o potencial inclusivo
da pessoa típica para com a PcD no contexto escolar. Conforme exposto no quadro 2, a
seguir, esse potencial pode se manifestar de forma favorável, relativamente favorável ou
desfavorável nas relações de convivência entre pessoas com e sem deficiências na escola.
Para que fosse possível chegar nessa conclusão, analisou-se as respostas obtidas
na seguinte questão do formulário de coleta de dados: “Você acha que uma pessoa com
deficiência pode estudar na mesma turma que você? Ou ela deve estudar em turmas/
escolas separadas? Por quê?”. As respostas foram organizadas em subcategorias de
análise definidas para a categoria aceitação: “sim, pode estudar na mesma turma”; “pode
estudar na mesma turma se” e “turma separada”.
Quadro 3 - Conjunto subcategorial de Aceitação.
Subcategoria Elementos temáticos N° de respostas
“sim, pode estudar na igualdade de direitos 14
mesma turma”
“pode estudar na mesma necessidade/ dependência de serem garantidas as condi- 8
turma se” ções de acessibilidade
inabilidade da escola regular em atender as necessidades
“turma separada” 5
da PcD
Capítulo 01
Esses dados reforçam os modelos escolares de segregação e de integração nos
quais as PcDs foram historicamente submetidas. Pode-se supor que a ideia de “educação
centralizada” da fala de C1 remonte às escolas ou salas especiais, onde os estudantes
eram privados do convívio social da escola comum.
Para Sassaki (2014), essas barreiras podem ser superadas por meio da
conscientização, educação e promoção de uma cultura inclusiva. A escola desempenha um
papel fundamental para modificação dessa cultura, seja ao incluir a temática da diversidade
e inclusão nos currículos; ao promover a convivência entre estudantes com e sem deficiência
ou ainda por meio de ações educativas intervencionistas, com vistas a formar cidadãos
respeitosos para conviver em sociedade. Apresentaremos a seguir a proposta educativa
produzida como fruto deste estudo, para fins de enfrentamento dessa realidade.
O programa propõe ações educativas para serem desenvolvidas junto aos alunos
e servidores do Ifes Campus Ibatiba, bem como às famílias dos estudantes com deficiência
matriculados na instituição, a fim de informar sobre os diferentes tipos de deficiência, refletir
sobre os capacitismos, reconhecer direitos e deveres e estimular uma cultura inclusiva na
escola.
Organização do programa
Kaplún (2002) classificou em três (3) os eixos necessários para análise e construção
de mensagens educativas: eixo conceitual, eixo comunicacional e eixo pedagógico. O eixo
4 Link para acessar a Escala Likert de Atitudes Sociais em relação à Inclusão - ELASI : https://apps.univesp.br/questionario-
elasi/. Acesso em 15 jun. 2023.
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Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 01
conceitual está relacionado ao objeto de conhecimento, foco central do material. Neste caso,
serviram como base para construção do PE os estudos de Sassaki (2014), que tratam das
dimensões da acessibilidade; Pôncio e Sonza (2019), e-book que trata da conscientização
pela derrubada de barreiras atitudinais contra pessoas com deficiência nas instituições
de ensino; o portal Proincluir5, objeto de aprendizagem que traz um conjunto de recursos
disponíveis na web para ensinar sobre inclusão, dentre outras referências.
Os conteúdos foram organizados para serem trabalhados dentro das três categorias
de análise apresentadas e discutidas no capítulo anterior, que tratam do reconhecimento
de competências, reconhecimento de direitos e percepção de aceitação do estudante típico
para com a PcD, caracterizando as barreiras atitudinais que evidenciaram a existência de
uma cultura capacitista na escola.
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Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 01
Específicas (Napne)6 e da gestão do ensino do campus na articulação dessas ações, desde
a inclusão no calendário escolar, alocação de recursos materiais e humanos, divulgação
e convite aos participantes, preparação, execução e avaliação das ações. Sugere-se a
inserção dessa proposta no plano anual de ações do Napne/Direção de Ensino, visando a
continuidade e o acompanhamento de suas atividades a cada ano letivo, necessárias para
que se efetive a modificação da cultura pretendida.
Avaliação do programa
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Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 01
que considere diferentes aspectos, como: observações sistemáticas das interações nas
atividades escolares (grau de envolvimento, participação nas discussões, interação com
colegas e iniciativa na realização das tarefas); avaliação do desempenho em trabalhos
individuais e em grupo; feedback dos professores; opiniões dos colegas; registro de
frequência; autoavaliação (MACIVER et al., 2019; CARTER et al., 2014).
Essas informações podem ser obtidas pelo Napne junto aos docentes, turmas,
profissionais de atendimento especializado e estudantes com deficiência, ao longo do ano
letivo, por meio das reuniões pedagógicas, reuniões de coordenadorias de curso, reuniões
com o núcleo e/ou outras estratégias que sejam adequadas para levantamento e registro
dessas informações de forma sistemática.
Ao utilizar essas estratégias e indicadores, será possível obter uma visão mais
completa e abrangente da participação e qualidade da participação dos estudantes com
deficiências nas atividades escolares, permitindo identificar áreas de sucesso e áreas que
requerem apoio adicional, constituindo atitudes promotoras de inclusão e engajamento do
estudante com deficiência nas atividades escolares.
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Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 01
de suporte, visando o compartilhamento de recursos, conhecimentos e boas práticas,
bem como a ampliação das oportunidades de aprendizado e crescimento não só para os
estudantes com deficiência, mas para toda a comunidade escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 01
REFERÊNCIAS
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Aprendizagem Incluir – UCS/FAPERGS, 2011. Disponível em: <https://shre.ink/lqPQ>. Acesso em
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CARTER, Erik. W. et al. Peer social competence for students with autism spectrum disorders in
inclusive educational settings. Research and Practice for Persons with Severe Disabilities, v. 39, n.
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FAGUNDES, Flávia Maiara Lima. Deficiência e capacitismo: reflexões sobre a inclusão na aula de
música. DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Música, v. 26, n. 1, p. 121-
132, 2022. Disponível em: <https://shre.ink/lrdl>. Acesso em 13 abr. 2023.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. Disponível
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23
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 01
MACIVER, Donald et al. Participation of children with disabilities in school: A realist systematic
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MAIA, Maurício. Novo conceito de pessoa com deficiência e proibição do retrocesso. Revista da
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NETO, Antenor de Oliveira Silva et al. Educação inclusiva: uma escola para todos. Revista
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OMOTE, Sadao. Escala de Atitudes Sociais em relação à inclusão. Journal of Research in Special
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PÔNCIO, Elis Regina. Acessibilidade atitudinal nas instituições de ensino: o caso do IFRS. 2019.
Disponível em: <https://shre.ink/lrZj>. Acesso em 14 jun. 2023.
PÔNCIO, Elis Regina; SONZA, Andrea Poletto. Acessibilidade atitudinal; Barreiras atitudinais;
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PROINCLUIR. Projeto Incluir: um portal de aprendizagens, 2023. Página Inicial. Disponível em:
<https://proincluir.org/>. Acesso em 15 jun. 2023.
RIBEIRO JÚNIOR, Giorgione Mendes; ALVES FILHO, Antônio. A percepção de alunos com
deficiência sobre a gestão para a inclusão: o caso do IFPB. Revista Interface -UFRN/CCSA.
ISSN Eletrônico 2237-7506, v. 17, n. 2, p. 238-258, 2020. Disponível em: <https://shre.ink/lrZD>.
Acesso em 14 jun. 2023.
24
Capítulo O papel da gestão pedagógica
frente ao processo educacional
02
inclusivo
Flávia Lopes Barbosa Siqueira
Maria Eduarda Costa Maciel Nogueira
Luane Gomes de Azevedo
Maria Luiza da Silva Neves Morais
Bianka Pires André
RESUMO
INTRODUÇÃO
Capítulo 02
modalidade, a prioridade da escola é a efetivação do processo de ensino-aprendizagem
fundamentado na heterogeneidade presente neste ambiente (VIOTO, 2019).
Assim, temos como objetivo geral pensar de que forma o trabalho da gestão
pedagógica pode contribuir para organização da escola inclusiva. Ainda, como objetivos
específicos, discutir de que maneira a ressignificação do trabalho pedagógico pode colaborar
para educação inclusiva e, por último, analisar como a gestão pode influenciar nas práticas
pedagógicas dos docentes que atuam nesse contexto.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
26
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 02
ções públicas e privadas de ensino;
No caminho dessa discussão, cabe destacar outro documento que traz marcos
significativos quanto a gestão democrática do ensino, que é a Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, na qual
expõe em um dos seus artigos:
Diante disso, nota-se que a gestão democrática do ensino é traçada por algumas
legislações, sendo perceptível que sua organização contribui para uma educação
emancipatória do sujeito, e conta com o envolvimento de toda a comunidade escolar nesse
processo democrático.
No que tange à política educacional inclusiva, cabe destacar que o propósito maior
não é apenas a inclusão de todos, mas também a descentralização da responsabilidade de
uma parte do sistema educacional e a repartição com toda a comunidade escolar, visto que
todos os participantes do processo educativo são fundamentais, como destaca Libâneo;
Oliveira; Tochi (2006 p. 328), “a participação é o principal meio de assegurar a gestão
democrática, possibilitando o envolvimento de todos os integrantes da escola no processo
de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar”.
Além disso, cabe destacar que a gestão democrática é formalizada por Lei e, por
isso, deve ser assegurada no processo educacional, porém é fundamental se pensar que
“[...] a garantia de um artigo constitucional que estabelece a gestão democrática não é
27
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 02
suficiente para sua efetivação” (OLIVEIRA, 2007, p.95).
Dessa forma, para que haja um ensino inclusivo é necessário que a gestão
democrática organize seu trabalho de modo que não seja apenas para cumprimento de
normas, mas que vá além, garantindo diversas estratégias de trabalho, valorizando e
inserindo todos os atores da educação no processo de inclusão escolar.
Nesse sentido, Vioto (2019) relata que o gestor pedagógico deve reorganizar
seu trabalho com propostas inclusivas, primeiramente com a superação das barreiras
atitudinais, conduzindo ações e posicionamentos livres de preconceitos. Ainda, a elaboração
de um Projeto Político Pedagógico democrático, com a participação dos diversos atores
que compõem a comunidade escolar, garantindo que este documento compreenda a
heterogeneidade presente nas instituições (VIOTO, 2019).
28
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 02
As mudanças requeridas em cada unidade escolar para a implementação de uma
educação para a diversidade envolvem estrutura arquitetônica e de recursos, Pro-
jeto Político Pedagógico, organização curricular, metodologias de ensino, práticas
pedagógicas, sistema de avaliação, programação de atividades, etc... (GLAT, 2018,
p.11).
O gestor escolar que se propõe a atuar numa prática inclusiva envolve-se na orga-
nização das reuniões pedagógicas, desenvolve ações relacionadas à acessibi-
lidade universal, identifica e realiza as adaptações curriculares de grande porte e
fomentar as de pequeno porte, possibilita o intercâmbio e o suporte entre os profis-
sionais externos e a comunidade escolar (TEZANI, 2009, p. 4)
À vista disso, percebe-se que as práticas pedagógicas são dinâmicas, uma vez
que precisam atender as demandas presentes da sociedade. Além disso, a prática que
o professor utiliza em determinado contexto educacional poderá não se adaptar a outros
contextos, mesmo que análogos. Franco (2016) destaca que quando falamos em práticas
pedagógicas, estão envolvidas também as circunstâncias da formação, as opções da
organização do trabalho docente, as parcerias e expectativas do docente.
29
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 02
Dessa forma, a gestão pedagógica da escola possui enorme relevância nesse
processo, dado que são responsáveis, junto ao corpo docente, pela construção de
estratégias para inclusão e aprendizagem de todos os alunos. Desse modo, Vioto (2019)
reforça que o desafio do gestor pedagógico vai além de diagnosticar as necessidades dos
professores relacionado ao processo educacional inclusivo, necessita-se, também, discutir
e encontrar alternativas para aprendizagem dos alunos em sala de aula, seja qual for sua
necessidade.
Tezani (2009) também destaca que o trabalho dos professores poderá ser mais
eficaz se houver a participação e colaboração dos gestores pedagógicos. Esta autora ainda
apresenta algumas contribuições pertencentes ao gestor pedagógico, como o auxílio aos
professores na identificação das necessidades apresentadas pelos discentes, elaboração
de currículos flexíveis, estabelecimento de redes de apoio que permitam trocas entre os
profissionais do ensino regular, da educação especial e da comunidade e ainda o apoio no
desenvolvimento de metodologias de ensino diferenciadas (TEZANI, 2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar das legislações vigentes que amparam pessoas com deficiência, entende-
se que as demandas desses sujeitos não está condicionada apenas às leis e na obtenção
dos direitos básicos, mas também à reconstrução social em torno das deficiências, sejam
elas quais forem, e à ressignificação da imagem da pessoa com deficiência; reconhecendo
o sujeito com suas limitações e potencialidades.
30
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 02
Nesse sentido, para que ocorra essa ressignificação, é necessário que os
profissionais da educação sejam preparados para lidar com a diversidade propícia do
ambiente escolar. Além disso, recomenda-se que os professores tenham a formação inicial
que os prepare para a diversidade e para o desenvolver da capacidade de reconhecer
o potencial do educando. A escola contemporânea demanda novas atitudes e valores
profissionais e humanos, dado que a sociedade está em constante mudança. Por isso,
o trabalho do gestor pedagógico exige atitudes profissionais que vá ao encontro da
diversidade, sem preconceitos ou discriminação. Além do mais, o gestor deve transmitir
esses valores para sua equipe, transformando a instituição em um espaço democrático
para todas as pessoas.
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Salete Fábio. Inclusão Social e Municipalização. In: Eduardo José Manzini (Org.).
Educação Especial: temas atuais. 1ª Edição. Marília: Unesp Marília Publicações, p. 1- 10, 2000.
FRANCO, Maria Amélia do Rosário Santoro. Prática pedagógica e docência: um olhar a partir
da epistemologia do conceito. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 97, n.247, p. 534-
551, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbeped/a/m6qBLvmHnCdR7RQjJVsPzTq/
abstract/?lang=pt. Acesso em: 03. Abril. 2023.
31
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 02
GLAT, Rosana. Desconstruindo representações sociais: por uma cultura de colaboração para
inclusão escolar. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 24, p. 9-20, 2018. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbee/a/46TchJ98ZcyvZ3Xb5X7ZkFy/?format=html&lang=pt. Acesso em: 04.
Abril. 2023
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus Professor, Adeus Professora? Novas exigências educacionais e
profissão docente. 13 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação escolar:
políticas, estrutura e organização. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
LUCK, Heloísa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 5ed. Rio de Janeiro: DP&A,
2001.
MANTOAN. Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo:
Moderna, 2003. (Coleção cotidiano escolar).
TEZANI, Thaís Cristina Rodrigues. A relação entre gestão escolar e educação inclusiva: o que
dizem os documentos oficiais? Revista on line de Política e Gestão Educacional, n. 6, p. 41-61,
2009. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/9249. Acesso em: 04. Abril.
2023.
VIOTO, Josiane Rodrigues Barbosa; VITALIANO, Célia Regina. O papel da gestão pedagógica
frente ao processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais. Dialogia,
n. 33, p. 47-59, 2019. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/dialogia/article/view/13671.
Acesso em: 04. Abril. 2023
32
Capítulo Educação intercultural: um
novo paradigma para o
03
enfrentamento à discriminação
étnico-racial na américa latina
Ana Paula Sousa do Prado Anjos
Marilde Queiroz Guedes
RESUMO
ABSTRACT
Capítulo 03
the following categories: interculturality within education and teacher training, in addition
to data from documentary analysis. The findings show that critical intercultural educational
proposals have significant capacity to educate conscious teachers, who are critically aware
of the motifs and interests that maintain and feed the inequalities towards subordinates;
Brazil’s experiences with intercultural education are almost always a tertiary education privi-
lege, with the education of indigenous teachers; the creation of laws and affirmative actions
policies for African descendants. The study shows that educational proposals related to
critical interculturality, seeking teacher training in the current Brazilian context, tend to suffer
greater resistance from the State.
INTRODUÇÃO
34
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
a viabilidade de implementação do interculturalismo crítico no Brasil.
35
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
social, epistemológico e ético” (ARAÚJO et al., 2018, p. 30. Nessa perspectiva, Walsh
afirma que a interculturalidade crítica pode ser compreendida como:
(iv) Uma tarefa social e política que interpela ao conjunto da sociedade, que parte
de práticas e ações sociais concretas e conscientes e tenta criar modos de respon-
sabilidade e solidariedade.
(v) Uma meta a alcançar. (WALSH, 2001 apud OLIVEIRA e CANDAU, 2010, p. 26)
36
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
os valores da cultura nacional” (VASCONCELOS, 2016, p. 135). Na década de 1970, a
educação escolar indígena passa a ser caracterizada por “experiências alternativas e
protagonizadas por lideranças comunitárias, em parceria com universidades e setores
progressistas da Igreja Católica” (CANDAU; RUSSO, 2010, p. 156). Nesse período, houve
a intensificação de produção de materiais didáticos e programas de educação bilíngue,
com conteúdo que buscavam integrar os grupos a uma identidade cultural nacional, mas
que fortalecessem e conservassem a cultura local. Na década de 1980, o modelo de
educação bilíngue desenvolveu uma perspectiva mais crítica, haja vista que os indígenas
se tornaram protagonistas no direcionamento dos processos educativos. Nesta etapa,
“a perspectiva intercultural questiona e pressiona o modelo escolar clássico para incluir
em seus processos educativos não apenas diferentes línguas, mais também diferentes
culturas” (VASCONCELOS, 2016, p. 135).
Além dos povos indígenas, outros grupos também contribuíram nas discussões
para o desenvolvimento de um projeto de educação para a América Latina, com base
nas concepções da interculturalidade, entre eles, os movimentos negros e o de educação
popular, esse último, fundamentava-se nos princípios educacionais de Freire.
37
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
reconhecer a existência dos grupos subalternizados, reflete criticamente as causas, ações
e consequências das desigualdades a que os povos latino-americanos são sujeitados na
escola e na sociedade.
(...) uma construção de e a partir das pessoas que sofreram uma experiência histó-
rica de submissão e subalternização. Uma proposta e um projeto político que tam-
bém poderia expandir-se e abarcar uma aliança com pessoas que também buscam
construir alternativas à globalização neoliberal e à racionalidade ocidental, e que
lutam tanto pela transformação social como pela criação de condições de poder,
saber e ser muito diferentes. Pensada desta maneira, a interculturalidade crítica não
é um processo ou projeto étnico, nem um projeto da diferença em si. (WALSH, 2007
apud OLIVEIRA e CANDAU, 2020, p. 28)
Assim como, não há educação para a diversidade apartada das lutas e das conquistas
dos movimentos sociais, também não há educação étnico-racial sem produção acadêmica
que sustente os projetos desenvolvidos nos sistemas de ensino (GONÇALVES E SILVA,
1998). Com a intensão de contribuir com a produção de conhecimento científico, trazemos à
reflexão duas premissas que consideramos essenciais à discussão em pauta: a importância
das políticas públicas de ações afirmativas étnico-raciais; a necessidade das instituições de
educação superior repensar os currículos e o processo de ensino aprendizagem nos cursos
de formação docente, para atuação no enfrentamento das discriminações étnico-raciais
no âmbito escolar, visto que, é um dos problemas que muito preocupa a sociedade como
um todo e aos profissionais da educação, porque atinge muitas pessoas segregadas no
modo de viver, pensar, vivenciar a própria cultura e/ou religião e, principalmente, por ter um
tom de pele diferente do branco. Essas pessoas, na maioria, são pobres e têm os direitos
38
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
negados, entre eles a educação, a cultura e a própria vida.
Assim como Freire (1997), acreditamos que a educação, numa perspectiva crítica,
é capaz de libertar as pessoas do individualismo, dos preconceitos e da ignorância.
Sentimentos que estão entrelaçados nas relações de poder daqueles que querem sobrepor
sua cultura sobre a do outro. Para desenvolver uma educação crítica e libertadora julgamos
necessário se repensar os modelos de escola e de currículo vigentes, os quais estão
fundamentados nos valores e concepções eurocêntricas, e propor um outro paradigma
para a educação, que prime pelo reconhecimento das diferenças, da natureza social dos
indivíduos, do outro como sujeito de direito e respeito. Com efeito, repensar um modelo de
ensino aprendizagem descolonizado, subentendem-se mudanças no processo de formação
docente, para qualificá-los pedagogicamente, porque não adianta mudar a estrutura da
instituição, o conteúdo a ser ensinado, conservar as mesmas metodologias e um corpo
docente sem a formação necessária ao novo paradigma.
Conforme Fleuri (2003), na Europa, a educação intercultural tem como foco promover
a integração entre as culturas, a superação de velhos e novos racismos, o acolhimento
dos imigrantes e a formação de identidades. Na América Latina, o propósito é reavaliar o
papel das diferenças culturais no processo de ensino aprendizagem, que surge a partir da
emergência das identidades indígenas, em defesa de seus direitos. No Brasil, esta proposta
educativa visa a afirmação da identidade afro-brasileira, o direito dos indígenas a uma
educação integrada a sua cultura e o combate às discriminações étnico-raciais e sociais.
39
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
Como as discriminações dessa natureza são de ordem estrutural e inter-relacional, o
enfrentamento perpassa por mudanças estruturais (política, econômica, social, educacional,
cultural, dentre outras). Por isso, destacamos a necessidade de desaculturar o currículo
dos cursos de formação docente, criar condições para implementação de propostas
pedagógicas interculturais na perspectiva da libertação, criticidade e humanização do
processo educativo, visto que não dá mais para invisibilizar os corpos que desejam ser
vistos e reconhecidos como sujeitos de direitos na escola.
Entretanto, salientamos que a temática relação étnico-racial não pode ficar reduzida
à inserção de diversos componentes curriculares, no currículo dos cursos de formação
docente, com foco no enfrentamento às discriminações étnico-raciais. Vários autores
(ANDRADE, 2009; RODRIGUES JÚNIOR, 2016) defendem que esse é um tema a ser
trabalhado de forma transversal e interdisciplinar. Ou seja, deve perpassar por todos os
componentes curriculares e pela prática pedagógica de todos os docentes.
Além de estudo dos conteúdos específicos sobre etnias, Macedo (2004), acena
que a formação docente sob a ótica intercultural/multicultural deve superar o mero
reconhecimento da existência de diferentes culturas, instrumentalizando os docentes com
análises que lhes permitam perceber criticamente como a linguagem, os símbolos, os
posicionamentos dos sujeitos são utilizados para construir realidades ideológicas explicitas
ou implícitas, que encobrem o brutal preconceito que desvaloriza, desqualifica ou ignora
40
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
outras identidades culturais.
RESULTADOS DA PESQUISA
41
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
eurocêntrica, numa realidade em que enfoques teóricos e epistemológicos eurocêntricos
vêm, tradicionalmente, fundamentando a prática de ensino da maioria dos docentes.
42
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Universidade do Estado da Bahia (Campus de Paulo
Indígena Afonso)
Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Universidade Federal de Santa Catarina
Atlântica
Licenciatura Intercultural Indígena Kuaba Universidade Federal do Ceará
Licenciatura Intercultural Indígena”Teko Arandu” Universidade Federal da Grande Dourados
Diversidade Cultural Latino-Americana Universidade Federal da Integração Latino-America-
na
Licenciatura Intercultural para a Educação Básica Universidade Estadual do Maranhão
Indígena
Pedagogia Intercultural Universidade Estadual Vale do Acaraú
43
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
da Bahia – UNEB. A instituição foi pioneira na criação da política de ações afirmativas
étnico-raciais no Brasil. A partir do ano 2002, passou a destinar 40% das vagas de todos os
cursos de graduação e pós-graduação, para ingresso de afrodescendentes, e em 2007, 5%
para os indígenas. Com a aprovação da Resolução 1.339/2018, do seu Conselho Superior
(CONSU-UNEB), passou a garantir aos quilombolas e a outras minorias sociais 5% de
sobre vagas em cada curso ofertado.
44
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
caminhos para uma formação docente diferenciada, nos cursos de licenciaturas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
45
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
maior população negra do continente. Isso demonstra a necessidade de mais pesquisas que
analisem as motivações porque os cursos de formação, ações e programas direcionados
aos afrodescendentes não têm sido implementados na mesma proporção.
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
46
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 03
GONÇALVES, L. A. O.; SILVA, P. B. G. O jogo das diferenças: o multiculturalismo e seus
contextos. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
MACHADO, A. Odus: filosofia africana para uma nova metodologia afrorreferenciada. Voluntas:
Revista Internacional de Filosofia, v.10, p. 03-25, set. 2019.
MACEDO, M. O multiculturalismo para além do jugo do positivismo. Currículo sem Fronteiras, v.4,
n.1, p. 101-114, jan./jun, 2004.
47
Capítulo Gestão e democracia na
escola: limites e desafios
04
Maria Vanessa Rodrigues Silva
Mestranda em Ciências da Educação (EDUCALER UNIVERSITY), especialista em Gestão
e Coordenação Escolar (FACULDADE PLUS) e em Psicopedagogia (FACULDADE DARCY
RIBEIRO), graduada em Pedagogia (UVA)
Maria Vânia de Sousa Rodrigues
Mestranda em Ciências da Educação (WORDECUMENICALUNIVERSITY), pós-graduada
em Psicopedagogia (FACULDADE PLUS) e Docência para Educação Profissional e
Tecnológica (IFCE), graduada em Pedagogia (UVA)
Rachel Lima Frota
Mestranda em Ciências da Educação (EDUCALER UNIVERSITY), pós-graduada em
Psicopedagogia (UVA), graduada em Pedagogia (UVA)
Eduardo Cipriano Carneiro
Mestre em Ensino da Saúde (UECE), especialista em Gestão Escolar e Coordenação
Pedagógica (FUNIP), graduado em Pedagogia (UBC), Letras (UFC) e Educação Física
(UNIGRANDE)
Marcos Paulo Vieira Marçal
Graduado em Matemática (UECE) e em Educação Física (UNIFATECIE)
Ismael Alves da Silva
Especialista em Psicopedagogia em Língua Portuguesa (FUNIP), graduado em
Pedagogia (UNIATENEU) E Letras (UFC)
Francisca Rozilângela Barbosa Ribeiro
Mestranda em Ciências da Educação (EDUCALER UNIVERSITY), especialista em Gestão
e Supervisão Escolar (FACULDADE PLUS), Pedagoga (UVA)
Eliene Alves de Aquino
Mestranda em Ciências Morfofuncionais (UFC), especialista em Docência com
Ênfase na Educação Básica (IFMG), em matemática (UECE) e Gestão Escolar (UECE),
graduada em Pedagogia (UVA)
Camila Bezerra Costa da Silva
Doutoranda em Ciências da Educação (CECAP), mestre em Educação (UNIVERSIDADE
CATÓLICA DOM BOSCO), especialista em Gestão Escolar (UECE), Metodologia da
Educação Básica (UVA), Gestão Pública (UECE), Educação à Distância (UECE) e
graduada em Pedagogia (UVA), Letras (UFCG) e Serviço Social (FVS).
Elisângela Valente Chagas
Mestranda em Ciências da Educação (WORD INIVERSITY), especialista em Gestão
Escolar (FUI), Psicopedagogia Clínica e Institucional (UECE), Educação Especial (UVA),
Pedagoga (UECE).
RESUMO
O estudo trata da gestão democrática na educação, tendo como objetivo
dar evidência a esse processo nas escolas públicas e com isso a melhoria
no ensino, na qualidade da educação. Para fundamentar esse estudo bus-
cou-se pautar em vários teóricos como; Martins (1999), Luck (1996), Vieira
(2007) e outros. A escolha do referido tema correu devido à necessidade
de se entender o motivo que leva tantos gestores educacionais a terem
uma postura inadequada, centralizando o poder e fazendo uma gestão
autoritária. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica. Diante das
leituras, conclui-se que os teóricos têm um olhar mais igualitário, eviden-
ciam a participação de todo os seguimentos, professor, funcionários, con-
selho e comunidade, dentro desse processo, em busca de uma educação
de qualidade.
Palavras-chave: democrática. gestão. educação.
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
48
AYA Editora© DOI: 10.47573/aya.5379.2.216.4
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 04
ABSTRACT
The study deals with democratic management in education, aiming to give evidence to
this process in public schools and with this the improvement in education, in the quality of
education. In order to base this study, it was tried to guide in several theorists as; Martins
(1999), Luck (1996), Vieira (2007) and others. The choice of this theme was due to the need
to understand the reason why so many educational managers have an inadequate posture,
centralizing power and making an authoritarian management. The methodology used was
the bibliographic research. In the face of the readings, it is concluded that the theorists have
a more egalitarian look, evidence the participation of all the followings, teacher, employees,
council and community, within this process, in search of a quality education.
Keywords: democratic. management. education.
INTRODUÇÃO
O assunto em foco permite entender que essa forma de gerir possibilita a participação,
transparência e democracia, o que se pode chamar de “Escola Democrática”. Esse modelo
de gestão representa um grande desafio na educação e no cotidiano da escola. Tendo
como resultado uma autonomia nas escolas, considerando as inovações que envolvem a
gestão participativa. Mostra então a participação de todos os seguimentos da escola, desde
os professores até a comunidade escolar, nas tomadas de decisões.
Diante do exposto, este artigo analisa por meio de pesquisa os princípios de uma
gestão democrática a partir da visão de alguns autores, tais como Martins (1999), Luck
(1996), Vieira (2007), Antunes e Padilha (2010), Libânio (2004) e Antônio (2010) alguns
dos teóricos tidos como referência para desenvolver o assunto em foco e atingir o objetivo
proposto. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica.
49
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 04
dos professores” e “Gestão Escolar Democrática: o que é e como aplicar? ”, que nos levará
a entender melhor como se dá essa gestão democrática nas escolas públicas.
GESTÃO OU ADMINISTRAÇÃO?
Administração está voltada para a figura do diretor, responsável por coordenar a parte
administrativa, pedagógica e de serviços. Está sob o enfoque mais técnico, de manutenção
de controle sobre um grupo de pessoas e de suas tarefas. Assim, a administração é vista “(...)
como processo de planejar para organizar, dirigir e controlar recursos humanos, materiais,
financeiros e informacionais visando a realização de objetivos” (MARTINS, 1999, p.24).
Gerir é algo mais amplo do que administrar, que requer a descentralização do poder
nas ações, sendo um processo coletivo, onde pais, alunos, professores e funcionários
discutem sobre as necessidades da escola.
(...) gestão se faz em interação com o outro. Por isso mesmo, o trabalho de qualquer
gestor ou gestora implica sempre em conversar e dialogar muito. Do contrário, as
melhores ideias também se inviabilizam. Embora o diálogo seja um instrumento
fundamental na obtenção dos consensos necessários à construção das condições
políticas, há outros ingredientes que alimentam esse processo. A negociação é ou-
tro componente importante desse processo, porque gestão que é arena de interes-
ses contraditórios e conflituosos. Nesse sentido, o gestor que não é um líder na sua
área de atuação poderá se deparar com dificuldades adicionais.
50
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 04
características predominantes na moderna administração pública, administrando com
liberdade, responsabilidade e democratização. É a possibilidade de as instituições
implantarem seus projetos, nascidos de seus anseios.
E tudo isso é uma conquista coletiva, tendo a participação dos atores da educação,
ou seja, uma gestão democrática.
A educação dos alunos por parte dos pais é um outro problema a ser mencionado.
Devido sua ausência pela necessidade de se trabalhar fora educar ficou cada vez mais
difícil, se atribuindo a tarefa ás escolas. Há muito a escola deixou de cuidar somente da
questão pedagógica.
E isso sem dúvida é obrigação da família, a escola daria um auxílio, e não ser a
única responsável. A família educa e a escola repassa os conteúdos.
A falta de estrutura nas escolas, é um outro problema a ser enfrentado pelo gestor
escolar e pelos demais profissionais da educação. O espaço físico adequado em muito
contribui para um bom desempenho escolar, e as condições nas escolas brasileiras são
precárias. Falta de material, equipamentos, espaços adequados, são as condições que se
encontram as escolas.
51
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 04
O processo educacional depende de ambiente propício à experimentação, ao es-
pírito da descoberta, a participação, assim como um ambiente onde tudo funcione
bem e com segurança para garantir aquelas práticas. Portanto, as escolas onde os
alunos mais aprendem e se desenvolvem cuidam continuamente de sua limpeza
e organização, da manutenção da qualidade de seu espaço e de seus materiais e
equipamentos. De fato, o espaço físico da escola contribui para um melhor cresci-
mento integral do aluno, pois o mesmo é indispensável para a sobrevivência do ser
humano.
Uma questão importante que não poderia deixar de ser citada é a avaliação
da escola, desafio a ser superado pela gestão. A avaliação institucional busca colher
informações sobre o processo de ensino e aprendizagem e avaliar se o caminho seguido
está tendo o resultado desejado.
Muitos desses desafios acontecem por conta de uma visão tradicionalista, que
somente o gestor deve realizar as ações decisivas. São muitos os paradigmas a serem
rompidos dentro da perspectiva da gestão escolar.
Uma gestão escolar democrática, a própria palavra nos diz, promove a redistribui-
ção de responsabilidades, ideia de participação, trabalho em equipe, decidir sobre
as ações que serão desenvolvidas, analisa situações e promove confronto de ideias,
procura-se, assim, o êxito de sua organização, através de uma atuação consciente
(SCHNECKENBERG, 2008 apud SANTOS, 2011, p.11).
Nesse sentido, sob essa perspectiva, o papel do gestor nas relações coletivas torna-
se ainda mais importante, pois é a partir dessa postura democrática que os membros das
instituições terão um espaço participativo nas questões da escola. Sendo ele, responsável
de estabelecer condições para que a participação de todos se efetive.
52
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 04
Participar da gestão de forma democrática é participar da decisão sobre a organiza-
ção pedagógica, financeira e administrativa da escola. ” Apesar da escola ter evolu-
ído bastante nesse sentido, faz-se necessário continuar investindo nesse propósito.
No entanto, acredita-se que deve haver uma integração entre a equipe (gestão,
professores e Conselho Escolar). Construindo uma proposta de democracia na escola.
É relente acontecer reuniões com toda a equipe escolar, para discutir assuntos
relacionados a escola, e isso nada mais é que a construção da gestão democrática.
Logo, gestão escolar sob a óptica de professores, de modo geral, têm-se a clareza do
que é e como deve ser executada uma gestão democrática, mas sabem que a participação
nas decisões às atividades desenvolvidas na escola poderia ser maior e mais abrangente.
53
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 04
A gestão democrática na educação inclui, necessariamente, a participação da co-
munidade no processo educacional, sem o que seria muito mais um arranjo interno
dos componentes da escola que atenderiam a interesses que certamente não esta-
riam consentâneos com as expectativas comunitárias. (HORA, 2007, p. 120)
Esse tipo de gestão, têm um espaço mais aberto ao diálogo, o que podemos chamar
de relação horizontal, que busca a descentralização do poder. Esse tipo de gestão está
amparado pela Constituição Federal de 1988 e reforçada pela Lei das Diretrizes e Bases
da Educação Nacional e pelo Plano Nacional de Educação.
A gestão democrática precisa ser um dos princípios para uma educação de qualidade.
É através dela que se cria uma aproximação com a comunidade escolar, resultando no
aprendizado e desenvolvimento do aluno. Assim a escola se torna um espaço participativo
e mais atraente, principalmente apara os estudantes.
Uma outra característica de uma gestão democrática é planejar, essencial para haver
uma gestão afetiva. É preciso reunir os principais agentes e garantir que o planejamento
não fique no papel.
54
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 04
Na democracia as decisões passam a ser descentralizadas. As ações são realizadas
levando em consideração as necessidades do coletivo. Então nenhuma decisão é tomada
sem que todos saibam das consequências. Por isso, a escola democrática divide tarefas
entre os participantes do processo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse sentido, o papel do gestor deverá ser de líder comprometido com os objetivos
da educação, e com o bem-estar geral da escola. Estimulando ações democráticas e
propondo melhorias na educação, permitindo a comunicação com integrantes, tendo
uma liderança compartilhada e promovendo um ambiente capaz de impulsionar a força
democrática.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, A, PADILHA. Educação cidadã, educação integral, Instituto Paulo Freire, 2012.
GIL, Antônio C. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo, 2011.
55
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 04
LUCK, Heloísa. A gestão participativa na escola. Vozes, 2012.
56
Capítulo O papel da gestão escolar e
da coordenação pedagógica:
05
um estudo de caso da Escola
Municipal Maria Rafols
The role of school management
and pedagogical coordination:
a case study of Municipal
School Maria Rafols
Marcus Venicius Neves da Silva
Graduando em licenciatura plena em Pedagogia na UFPA - Campus Breves, bolsista
no PIBIC: “Cultura material e cotidiano escolar: Os objetos/artefatos de ensino na/da
escola básica em Breves, Marajó, PA
Aurivani Ferreira de Sousa
Graduanda em licenciatura plena em Pedagogia na UFPA - Campus Breves
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo relatar e refletir sobre as experi-
ências vivenciada no Estágio Curricular em Gestão Escola e Coordena-
ção Pedagógica, realizado no 7° período, do curso de Pedagogia 2019 da
Universidade federal do Pará – Campus Breves, através de entrevista se-
miestruturada com gestão e coordenação. A abordagem da pesquisa é de
cunho qualitativa realizada na Escola Municipal Maria Rafols no municipal
de Breves-PA. Nos resultados, percebeu-se dedicação e considerável
conhecimento sobre as atribuições das funções de coordenador peda-
gógico e direção escolar, principalmente na promoção de acesso e per-
manência dos alunos na escola; Conclui-se que o estágio foi fundamental
para a relação teoria e prática na formação inicial e desenvolvimento do
trabalho administrativo e pedagógico da instituição, em suma, o estágio
curricular em gestão na escola e coordenação pedagógica demonstrou-se
uma etapa essencial na formação dos profissionais da área educacional,
a metodologia adotada consistiu em realizar visitas a escola, entrevistar
gestores e coordenadores pedagógicos, aplicar questionários e realizar
observações diretas das práticas de gestão e coordenação pedagógica,
através da pesquisa de campo, do questionário e da observação, foi pos-
sível identificar suas finalidades, investigar sua metodologia e obter con-
clusões relevantes sobre sua contribuição para a formação de gestores e
coordenadores comprometidos com a melhoria da qualidade da educa-
ção, essa abordagem permitiu uma análise aprofundada das experiências
vivenciadas pelos estagiários e das estratégias utilizadas pelos gestores
e coordenadores no contexto escolar. Os resultados obtidos permitiram
identificar as finalidades dessas funções, analisar a metodologia adotada
e obter conclusões relevantes para a formação de profissionais compro-
Capítulo 05
metidos com a qualidade da educação.
Palavras-chave: gestão escolar. coordenação pedagógica. educação básica.
ABSTRACT
This study examines the role of school management and pedagogical coordination through
a case study of the Municipal School Maria Rafols. The study aims to report and reflect on
the experiences encountered during the Curricular Internship in School Management and
Pedagogical Coordination in the 7th semester of the 2019 Pedagogy program at the Federal
University of Pará - Campus Breves. Employing a qualitative approach, the research invol-
ves semi-structured interviews with management and coordination staff at the aforementio-
ned school in Breves-PA. The findings indicate a strong dedication and substantial know-
ledge regarding the responsibilities of pedagogical coordinators and school administrators,
particularly in facilitating student access and retention. The internship proves to be pivotal
in bridging theory and practice, effectively contributing to the professional development of
educational administrators and pedagogues within the institution. The adopted methodo-
logy encompasses school visits, interviews with managers and pedagogical coordinators,
questionnaires, and direct observations of management and coordination practices. The
comprehensive approach allows for an in-depth analysis of the interns’ experiences and the
strategies implemented by school administrators and coordinators. The study’s outcomes
shed light on the purposes of these positions, evaluate the employed methodology, and
draw relevant conclusions regarding the formation of professionals committed to enhancing
educational quality.
Keywords: school management. pedagogical coordination. basic education.
INTRODUÇÃO
Diante desse panorama, o presente artigo tem como objetivo apreender o campo
de atuação da gestão escolar e da coordenação pedagógica, investigando sua importância
no contexto da escola municipal de ensino fundamental Maria Rafols no município de
Breves-PA. Buscamos analisar a relação entre a teoria e a prática na formação inicial dos
profissionais da área educacional, destacando o papel do estágio curricular como etapa
essencial nesse processo. “O estágio curricular contribui para a formação dos profissionais
da educação, promovendo a integração entre a teoria e a prática, e possibilitando a
reflexão sobre as experiências vivenciadas no contexto escolar” (ZABALZA, 2004, p. 63).
Além disso, procuramos identificar as finalidades dessas funções, investigar a metodologia
adotada e obter conclusões relevantes sobre sua contribuição para a formação de gestores
e coordenadores comprometidos com a melhoria da qualidade da educação.
58
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, baseada em um estudo de caso
realizado na escola municipal de ensino fundamental Maria Rafols de Breves-PA. “A
pesquisa qualitativa é um enfoque metodológico adequado para investigar as práticas
e vivências dos profissionais da educação, possibilitando uma compreensão mais
aprofundada dos fenômenos estudados” (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p. 27). A escolha desse
enfoque metodológico permitiu uma análise aprofundada das experiências vivenciadas
pelos estagiários e das estratégias utilizadas pelos gestores e coordenadores no contexto
escolar. Para coletar os dados, foram realizadas visitas à escola, entrevistas com gestores e
coordenadores pedagógicos, aplicação de questionários e observações diretas das práticas
de gestão e coordenação pedagógica. O público-alvo dessa pesquisa compreendeu os
profissionais envolvidos na gestão e coordenação da escola em estudo.
59
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
periféricos da cidade de Breves, as Irmãs perceberam a necessidade de construir uma
escola que pudesse atender as crianças e adolescentes (muitos ainda analfabetos),
residentes no bairro do Aeroporto – Conjunto Bandeirantes. No ano de 2001, as Irmãs da
Caridade de Sant’ana, tendo como superiora local a Irmã Rosa Soler, disponibilizaram 03
(três) salas para acolher as crianças de 4, 5 e 6 anos, ou seja, (Jardim I, II e III) do Ensino
Infantil, assim, iniciavam-se as atividades da Escola Maria Rafols, ficando a princípio como
anexo da Escola Pingo de Gente. Esta instituição de ensino funcionou durante 07 (sete)
anos, como anexo da Escola Pingo de Gente.
No ano de 2013 assume a direção da escola Maira Rafols a Irmã Mildred Escorche
Colina. Tendo como vice-diretores (as) os professores (as) Antônio Carlos da Silva Lima e
Socorro de Maria Rocha Jardim.
60
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
Escolar, 02 Coordenadores (as) Pedagógicos, 04 Assistentes Administrativos Educacional,
32 professores (as), 09 Agentes de limpeza, 02 Agentes de Portaria educacional, 02
Zeladores educacional, 04 Agentes de vigilantes educacional, 09 Agentes de alimentação
educacional. O número total de alunos matriculados é de 611 alunos, abarcando alunos do
ensino fundamental menor, que compõem 22 turmas formadas sendo: 04 turmas de 1º ano,
04 turmas de 2º ano, 05 turmas de 3º ano, 06 turmas do 4º ano e 03 turmas de 5º ano. A
escola funciona em dois turnos (manhã e tarde).
Por fim, a escola Maria Rafols por ser uma instituição de cunho religioso, busca
sempre trabalhar uma educação de qualidade, a qual atende alunos que na sua maioria
provém de classes sociais menos favorecidas, atendendo preferencialmente as crianças
residentes nas proximidades da referida escola, bem como as demais de outros bairros
periféricos da cidade, conforme a necessidade.
O ambiente escolar vai além das salas de aula e do prédio físico. Ele engloba também
o clima social e emocional da escola, a cultura escolar, a interação entre os membros da
comunidade escolar e os recursos disponíveis. Um ambiente escolar acolhedor, inclusivo e
bem-organizado cria condições propícias para o desenvolvimento dos alunos. Quando os
estudantes se sentem seguros, respeitados e valorizados, eles estão mais motivados para
aprender e se envolvem de maneira mais ativa nas atividades escolares.
61
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
práticas que promovam a segurança, a igualdade, o respeito mútuo e a participação ativa
de todos os membros da comunidade escolar. A gestão também desempenha um papel
importante na manutenção da infraestrutura física da escola, garantindo que ela esteja em
boas condições e atenda às necessidades dos alunos e professores.
62
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
Uma gestão eficaz do ambiente escolar também envolve o envolvimento ativo da
comunidade escolar. Isso inclui os pais, responsáveis, alunos, professores, funcionários
e membros da comunidade local. A participação dos pais e responsáveis na vida escolar
de seus filhos é fundamental para o sucesso acadêmico e pessoal dos estudantes. A
gestão escolar deve promover canais de comunicação abertos e transparentes, realizando
reuniões, encontros e atividades que incentivem o diálogo e a parceria entre a escola e a
comunidade.
63
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
atores da comunidade escolar, incentivando a troca de experiências, a reflexão conjunta e a
construção coletiva de conhecimento. Através de um trabalho colaborativo, o coordenador
pedagógico contribui para o fortalecimento das relações interpessoais e a melhoria do clima
escolar, fatores que impactam diretamente o desempenho dos alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
64
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
A atuação do coordenador pedagógico é essencial para garantir um ambiente escolar
favorável à aprendizagem e ao desenvolvimento integral dos estudantes. Ao desempenhar
um papel de articulação e integração, o coordenador pedagógico contribui para a construção
de um ambiente seguro, acolhedor e estimulante. Por meio do planejamento e organização
de atividades, da orientação pedagógica e da mediação de conflitos, o coordenador
pedagógico promove a participação ativa dos alunos, fortalece as relações entre estudantes
e professores e estimula o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.
65
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
Portanto, investir na formação e valorização dos coordenadores pedagógicos é
essencial para promover a qualidade da educação. Esses profissionais desempenham um
papel fundamental como agentes de transformação nas escolas, promovendo um ambiente
de aprendizagem estimulante, inclusivo e acolhedor. Ao reconhecer a importância da
coordenação pedagógica como intelectual orgânica, podemos avançar na busca por uma
educação de qualidade que atenda às necessidades e potenciais de todos os estudantes
REFERÊNCIAS
FREITAS, Helena Costa Lopes. Gestão democrática da educação: desafios contemporâneos. São
Paulo: Editora Cortez, 2014.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível.
Campinas: Papirus Editora, 2005.
PIMENTA, Selma Garrido. Estágio e docência. São Paulo: Cortez Editora, 2012.
BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari Knopp. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à
teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994.
ZABALZA, Miguel A. O ensino universitário: seu cenário e seus protagonistas. Porto Alegre:
Artmed, 2004.
FULLAN, M. (2001). The New Meaning of Educational Change (4th ed.). Teachers College Press.
WEISSBERG, R. P. (2013). Building Academic Success on Social and Emotional Learning: What
Does the Research Say? Teachers College Press.
SENGE, P. (1990). The Fifth Discipline: The Art and Practice of the Learning Organization.
Doubleday.
66
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
ANEXOS
ROTEIRO PARA COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES
I – DIMENSÃO ADMINISTRATIVA E FÍSICA
• Como a escola organiza seu Planejamento Administrativo? Tem articulação com
o PPP?
A escola tem uma boa relação com seus envolvidos (internos e externos) onde
sempre estamos em parceria para desenvolver as atividades, e temos espaço aberto para
a comunidade, como a brinquedoteca etc...
São realizadas limpezas sempre, iluminação é boa, a ventilação poderia ser melhor,
porém ainda segue o padrão das escolas locais.
O espaço físico está em boas condições, da pra realizar um bom trabalho, claro que
há locais que necessitam de uma reforma. Na escola há partes de madeira e alvenaria, as
partes de madeira já estão bastante precárias
Poderiam ser maiores, tendo em vista que lidamos com crianças e as mesmas
67
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
necessitam de um espaço a mais para realizar atividades lúdicas.
• Tem área livre? Possui jardim, horta e ou área de lazer / parquinho infantil?
Possui uma quadra, um salão onde pode se realizar varias atividades e um parquinho
infantil. A escola possui uma área livre grande.
• Foi feita alguma reforma, adaptação, ampliação nos últimos anos? Quanto
tempo? Se não foi, tem “promessa” de ser feito?
A maioria estão em bom estado, porém necessitasse de novos com o padrão atual.
Estão em bom estado, porém as vezes faltam utensílios para algumas crianças
Ainda estão em bom estado, porem não são suficientes para toda a demanda da
escola
Essas questões ficam por conta de outro setor, porém sempre há vistoria dos
bombeiros e até então parece estar tudo bem.
A escola não possui biblioteca, tem um espaço (sala de video) onde há livros
didaticos, porém biblioteca com livros literários infelizmente não tem.
Atualmente a escola não tem problema com abastecimento de água, tendo em vista
que há um grande reservatório e poço artesiano para suprir essa demanda, o reservatório é
limpo periodicamente para manter a água mais limpa possível.
68
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
• Qual a média de alunos(as) por série (frequentando)
• Houve dias letivos sem merenda escolar? Quantos dias? Qual o motivo?
Sim, de maneira participativa com toda a comunidade escolar, sua ultima atualização
ocorreu em janeiro e fevereiro de 2023.
Sim.
69
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
• A direção escolar participa das reuniões pedagógicas?
Sim.
Os recursos são via PDDE, e o conselho escolar é que administra/gere tais recursos
conforme as demandas da escola.
Sim. A cada dois anos. Os alunos do 5 ano dos anos iniciais. Normalmente os
resultados são socializados com discentes, para analise refletir os dados obtidos pela
escola.
Não.
Sim.
Sim.
70
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
fazem bagunças na sala e/ou pela área da escola?
Não.
Varia muito de cada um e sua especificidade, cada família tem uma realidade
diferente, o que muda sua insatisfação com algo. Porém a maioria não gosta que seja
realizados eventos aos sábados.
A escola sempre está de portas abertas para receber todas as pessoas que vem
para contribuir para com a escola em geral.
Os que fazem parte do conselho escolar acompanham com frequência, porém são
poucos que participam.
71
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 05
Alguns não conhecem, muitas vezes até mesmo não sabem a série dos filhos.
Na medida do possível sim, onde há uma linha horizontal de dialogo para melhorar
cada vez mais
72
Capítulo A importância do papel do
gestor escolar
06
Elizangela Arguelho Ibanez
RESUMO
INTRODUÇÃO
Capítulo 06
DESENVOLVIMENTO
Confrontado com esta circunstância indiscutível, o diretor lidera toda uma equipe
para começar o desenvolvimento de capacidades, que vão muito além do desenvolvimento
intelectual dos alunos. Esses profissionais atuam como facilitadores dessas mudanças que,
muitas vezes levam a grandes divergências.
74
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 06
[...] liderança corresponde a um conjunto de ações, atitudes e comportamentos as-
sumidos por uma pessoa para influenciar o comportamento de alguém, visando a
realização de objetivos organizacionais. Corresponde à capacidade de influenciar
pessoas individualmente ou em grupo, de modo que ajam voltadas para a realiza-
ção de uma tarefa, a efetivação de um resultado, ou o cumprimento de objetivos
determinados, de modo voluntário e motivado, a partir do reconhecimento de que
fazem parte de uma equipe e que compartilham em comum responsabilidades so-
ciais a que devem atender [...]. (LÜCK, 2008, p. 95)
Há um provérbio popular que contém muita sabedoria. “As palavras são persuasivas,
mas os exemplos se arrastam.” E é desse modo que se deve atuar dentro do âmbito escolar.
Sendo influencia e modelo para os alunos, de forma a fazê-los com que, realmente siga os
exemplos comportamentais positivos (LUCK, 2008).
Lück (2008) mostra-se bastante confiante em sua fala, quando assevera que não
há como liderar sem exercer a liderança. Ela observa que as conceituações de gestão e
liderança se completam e até se confundem. Como pode ser visto claramente a seguir:
Assim, fica evidente na fala do autor que a formação de valor ocorre por meio de
exemplos de qualidade experienciados pelos indivíduos. Araújo (2007) considera que os
esforços de educação de valores voltados para a formação da cidadania, devem incluir
quatro pilares temáticas principais, que são uma preocupação primordial na ética e na
democracia, englobando ética, convívio democrático, direitos humanos e inclusão social.
Ética e moral são princípios semelhantes que regem a vida social. Tanto a relação
interpessoal quanto a relação humana com o mundo. Conforme Araújo (2007), o ensino
ético e moral ajuda a desenvolver uma avaliação crítica do que é real das regras aplicáveis,
tornando-as cada vez mais adequadas e harmônicas com a realidade.
Capítulo 06
Ao mesmo tempo, professores, alunos e todos da comunidade tornam-se sujeitos
ativos, pois deve haver espaço para o diálogo, realização de projetos conjuntos, participação
em atividades curriculares e extracurriculares.
No que concerne aos direitos humanos, é reconhecer que todos os indivíduos têm
direitos, simplesmente por serem pessoas, independentemente de suas dissemelhanças,
características ou papéis próprios na sociedade (ARAÚJO, 2007).
Conforme Araújo (2007), diversos níveis de ação são viáveis e algumas preferências
podem ser elaboradas, entre elas: a mudança da escola diante do mundo moderno; políticas
públicas que possibilitem uma educação efetiva de qualidade; formação indispensável em
76
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 06
serviço para os docentes, etc. Só assim, é possível dizer que há um ambiente escolar e
uma sociedade inclusivas efetivamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CARVALHO, José Sérgio F. de. Direitos Humanos e educação Educação e Direitos Humanos:
formação de professores e práticas escolares. In.: Ética e Cidadania: Construindo valores na
escola e na sociedade. Ministério da Educação. Brasília: 2007.
MAXWELL, John C. As 21 irrefutáveis leis da liderança: uma receita comprovada para desenvolver
o líder que existe em você. Tradução: Alexandre Martins. Rio de Janeiro: Vida Melhor, 2015.
SANTOS, Maria Terezinha C. Teixeira dos. Inclusão Social e Educação Inclusão escolar: desafios
e possibilidades. In.: Ética e Cidadania: Construindo valores na escola e na sociedade. Ministério
da Educação. Brasília: 2007.
77
Capítulo O que são as assessorias
privadas na gestão
07
educacional? Uma análise
do seu papel e influência no
trabalho docente
What are private advisory in
educational management?
An analysis of their role and
influence on teaching work
Wanderlei Porto do Nascimento Aguiar
Licenciado em Pedagogia (Pitágoras, 2004), Licenciado em Filosofia (2017, UFES),
estudante de Licenciatura em História EAD (UFES, ingresso em 2021), Pós-graduando
em Metodologias e Práticas de Ensino para o Ensino Fundamental (IFES) Professor
Autista do Ensino Fundamental da Rede de Ensino Fundamental de Cariacica-ES
RESUMO
Capítulo 07
dades com as ditas tendências de flexibilização do trabalho. Os governantes/gestores têm
defendido os ideais da reestruturação do serviço público ofertado, sob a ótica da eficiência,
em contrapartida esbarram em opiniões que contrariam seus próprios trabalhos desenvol-
vidos, enfraquecendo a estrutura do estado enquanto um órgão regulador desses serviços
ofertados à população. Ademais tais soluções imediatistas têm sido entendidas como uma
procrastinação do labor pedagógico, indo mais na direção de interesses corporativos do
lucro, do que propriamente contribuindo na melhoria do ensino das instituições públicas,
quando gerenciados na forma como se apresentam, seu viés excludente não deixa dúvidas
de que a sua atuação é marcadamente corporativista.
ABSTRACT
The present exploratory work of bibliographic review tries to raise data from the literature
that point out the influences, characteristics, impacts, idealizations, the marketing aspect
(commodification of education) of the so-called public education management companies,
foundations, education partners, the names are diverse, yet their intentions are clear. Thus,
verifying this topic, the work has as a problem: which educational processes and teaching
practices can originate from the participation of foundations and private organizations in the
achievement of education in a public network, although they can contribute in some way to a
“said” teaching quality? The general objective is to understand the pedagogical and didactic
practices, arising from public education projects, despite this established and parameteri-
zed without due consultation with actual education workers, but based on the participation
of foundations and private organizations, which have as consultation agents, managers,
administrators, accountants, with entrepreneurial visions of business, of a marketing nature,
above all. The specific objectives are: to understand the insertion, from the 1988 constitu-
tion, of private organizations and foundations in the attainment of the objectives of Brazilian
public education; observe the forms assumed by the introduction of organizations in educa-
tional policies in the Brazilian scenario, having as a primordial point some municipalities that
served as a base for exploring these educational advisory works; to elaborate a reference
of didactic and pedagogical practices influenced by the insertion of foundations and orga-
nizations that embodied the municipalities with the said tendencies of work flexibility. The
rulers/managers have defended the ideals of restructuring the public service offered, from
the perspective of efficiency, on the other hand, they run into opinions that contradict their
own developed works, weakening the structure of the state as a regulatory body of these
services offered to the population. In addition, such immediate solutions have been unders-
tood as a procrastination of the pedagogical work, going more in the direction of corporate
interests of profit, than actually contributing to the improvement of teaching in public institu-
tions, when managed in the way they are presented, their exclusionary bias leaves no doubt
that its performance is markedly corporatist.
INTRODUÇÃO
79
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 07
intenções são claras. Tem como objeto de análise a história do processo, o que é, o que
faz, os principais documentos públicos, a forma de interação gerencial com os Sistemas de
Ensino nos vários níveis da educação básica.
Desse modo, verificando esse tópico, o trabalho tem como problema: que processos
educacionais e práticas de ensino podem se originar da participação de fundações e
organizações privadas na consecução da educação em uma rede pública, embora possam
contribuir de algum modo para uma “dita” qualidade de ensino? Tem-se como objetivo geral
entender as práticas pedagógicas e didáticas, oriundas de projetos de educação pública,
apesar disso estabelecidos e parametrizados sem a devida consulta aos trabalhadores da
educação de fato, mas sim a partir da participação de fundações e organizações privadas,
que têm como agentes de consulta os gestores, administradores, contadores, com visões
empreendedoras de negócio, de cunho mercadológico, sobretudo.
80
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 07
pública. Esses elementos informativos serão obtidos pelos portais eletrônicos. Deste
modo espera-se compreender o processo e a trajetória histórica do empreendimento da
terceirização que culmina com métodos e modelos de avaliação, práticas didáticas, mais
empenhadas na manutenção do regime do que propriamente com o seu questionamento
de eficiência; se é que funciona, funciona para quem?
Ainda que seja reconhecido, o trabalho de suporte educacional, tal qual se apresenta,
é patente o fato de que essas contratações tem um caráter de reestruturação do serviço
público, com forte viés de controle e extinção de certos cargos e/ou funções, excelência
da oferta do serviço prestado, por meio do aperfeiçoamento de pessoal, treinamentos,
interferências de cunho organizativo, resultando na inserção de novas competências
técnicas, modelos operacionais advindos da ideologia organizacional capitalista, que na
maioria dos casos esbarram em aparatos normativos, jurídicos, atentando contra os direitos
democráticos de ensinar e aprender em ambiente público construídos ao longo de décadas.
Nesse aspecto, a função de tais empresas contratadas, tendo como regra as leis
que regem os sistemas mercadológicos, impõem uma doutrina, concepção, ideologia,
punindo professores, gestores, oferecendo em muitos casos amplamente divulgados,
recompensas financeiras, para determinadas escolas que atingem escores diferenciados;
em contrapartida àquelas que não sobressaem neste rígido sistema de imposição, são
punidas com uma propaganda negativa, e com o não pagamento de prêmios; sobre esse
tema Oliveira e Menegão pontua (2012, p. 649) “(...) passam a ser soluções por si mesmas,
negligenciando as dimensões pedagógica e política da educação”.
Ademais tais soluções imediatistas têm sido entendidas como uma procrastinação
do labor pedagógico, indo mais na direção de interesses corporativos do lucro, do que
propriamente contribuindo na melhoria do ensino das instituições públicas, quando
gerenciados na forma como se apresentam, seu viés excludente não deixa dúvidas de que
a sua atuação é marcadamente corporativista.
Assim sendo, sabe-se que há uma farta literatura a ser investigada, fazendo-se
necessário um recorte, uma delimitação nivelar para a viabilização da pesquisa bibliográfica,
priorizando-se desse modo a educação mantida pelas municipalidades; diante exposto uma
atenção especial se deu à parte dos Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental, também
denominados de Ensino Fundamental I e II. Isso se faz necessário devido à formatação do
trabalho e em virtude do assunto que não deixa de ser polêmico, e como já mencionado,
objetiva-se a finalização dessa pesquisa bibliográfica adentrando no território ensino da
municipalidade.
81
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 07
tempo, e um levantamento mais depurado de trabalhos desenvolvidos com análises
mais pormenorizadas, no entanto é possível averiguar autores que fizeram esse recorte
de trazendo à tona elementos e aspectos importantes que vão enriquecer esse artigo, e
de modo algum pretende-se aqui esgotar o assunto, mas torná-lo uma possibilidade para
outras discussões futuras, tendo esse tema como continuação da escrita, possibilitando
ainda mais discussões enriquecedoras.
O próprio senador, com recursos monetários seus, trouxe para o Brasil mais de 300
famílias de colonos suíços e alemães a fim de executarem trabalhos nas lavouras.
Destaca-se com isso que o modelo de trabalho terceirizado já encontrou uma espécie
de terreno fértil e exaurido de discussões na ocasião citada, pois o objetivo primordial era
82
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 07
somente a exploração, o enriquecimento dos já abastados de recursos, a mão de obra
barata, a condição servil imposta aos colonos, o tratamento desumano... Esse modelo de
trabalho, de acordo com (Kowarick, 1994; Viotti da Costa, 1977), citado por Druck (2018, p.
2) ficou conhecido como “escravidão branca ou parceria por endividamento”.
83
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 07
As concepções de mercado possuem uma lógica controversa quando aplicadas na
educação, sobretudo quando se trata de educação pública.
A exemplo disso, fala-se aqui de Oliveira e Menegão, citando Diane Ravitch – ex-
secretária- assistente de educação – local em que foi criada uma legislação federal, que
sob o governo Bush atingiu as instituições de ensino norte-americanas, elas surgiram em
forma de maior controle sobre estas unidades de ensino. O NCLB, “no childre left behind”
- nenhuma criança para trás - passou a considerar decisivamente os escores das escolas,
obtidos por meio de aplicação de testes em massa nos seus alunados.
As escolas com baixos índices são punidas nesse contexto, as sanções variam e
podem significar a demissão do gestor; de forma mais exacerbada inclui a exclusão dos
docentes do sistema de ensino, reestruturação da escola, resultando numa espécie de rito
sumário que é a privatização dela. Neste caso uma empresa é contratada, e a sua missão é
aplicar o máximo possível da visão de negócios na educação, corroborando eficientemente
com o espectro capitalista de ensino, na denominada “escola por concessão”.
84
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 07
Embora nesta proposta de pesquisa a análise do IBEB não seja o foco principal,
ela serve como ponto de partida, para justificar as presenças de parcerias de empresas
privadas com a área pública - nas esferas Federal, Estadual e Municipal de ensino,
entretanto há ausência de criação de estudos que apontem um processo outro, uma espécie
de “contraprova” que questione alguns resultados, que considere fatores tais como sociais,
econômicos, urbanos, inclusão/exclusão, dentre outros.
Nesta competição, acreditam ser a bola da vez, para o incremento de soluções tão
voláteis quanto o enrijecimento da manutenção do sistema e do limite da possibilidade de
trabalhos, como os de criação de projetos alternativos com valores mais democráticos por
parcelas consideráveis das escolas públicas.
Para esses à iniciativa privada cria o ambiente competitivo perfeito, soluções mais
óbvias, todavia não consideram os fatores sociais - regulação política, relações comunitárias
da construção do saber, desemprego, visão da educação formal em espaços de educação
informal em escala geral, influência familiar sobre o alunado de constituição de educação e
pensamento prospectivo, dentre outros fatores que não podemos ignorar pois eles são tão
evidentes, que a sua invisibilidade considerada por muitos, não é outra coisa senão ironia.
Capítulo 07
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2001.
CAMPOS, André Gambier (org). Terceirização do trabalho no Brasil: novas e distintas perspectivas
para o debate. Brasília: Ipea, 2018.
CHICONE, Sílvia Helena. A participação das instituições não governamentais na gestão da escola
pública: uma análise do Programa “Nave-Mãe” no município de Campinas-SP. 2016. Dissertação
(Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: http://www.teses.usp.
br/teses/disponiveis/48/48134/tde-17082016-161044/. Acesso em: 14 mar.2023.
86
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 07
DRUCK, Graça et al. A terceirização no serviço público: particularidades e implicações: in
CAMPOS, André Gambier (org). Terceirização do trabalho no Brasil: novas e distintas perspectivas
para o debate. Brasília: Ipea, 2018.
OLIVEIRA, Sara Brada de; MENEGÃO, Rita de C. S. Godoi. Vida e morte do grande sistema
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Educ. Soc., Campinas, v.33, n.119, p.647-660, abr.- jun. 2012. Disponível em: <hhtp://www.cedes.
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Pesquisa, v. 34, n. 123, p. 539-555, set. /dez. 2004. Disponívelem:<https://ava.cefor.ifes.edu.br/
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SAVIANI, Dermeval. História das Ideias Pedagógicas no Brasil. 3ª ed. Campinas: Autores
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RODRIGUES, Priscilla de Paula. Instituto Unibanco e o projeto jovem do futuro: uma forma
de inserção dos empresários nas políticas públicas educacionais para o Ensino Médio. 2016.
Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2016. Disponível em: http://
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SILVEIRA, Rafael José da. “Sistema privado de ensino” na educação pública municipal: trabalho
docente e organização do ensino nos anos finais do Ensino Fundamental. 2015. Dissertação
(Mestrado) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015. Acesso em: 14 mar. 2023.
87
Capítulo Educação para todos, um
desafio a ser resolvido
08
Rogério Eduardo da Silva
RESUMO
INTRODUÇÃO
Capítulo 08
barreiras para entrar na escola. Além disso, existem disparidades de gênero,
étnicas e socioeconômicas que afetam o acesso equitativo à educação.
Esses desafios representam apenas uma visão geral das questões que afetam a
educação para todos. Cada contexto e país podem enfrentar desafios específicos, mas é
fundamental abordar essas questões de forma abrangente e colaborativa para garantir que
todos tenham acesso a uma educação de qualidade.
Fumegalli (2012) diz que a Educação Inclusiva é, sem dúvida, um dos maiores
desafios da sociedade. Desenvolvida na década de 70, ela envolve muito mais que a pessoa
com deficiência, envolve também a família, a escola e a sociedade A escola no transcorrer
da sua história, se caracterizou pela visão elitista da educação onde a escolarização é
privilégio de um grupo – uma exclusão que foi legitimada nas políticas e práticas educacionais
reprodutoras da ordem social.
89
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 08
É interessante resolver os desafios da educação para todos por diversos motivos,
apoiados por referências e estudos que evidenciam seus impactos positivos. Aqui estão
algumas referências que sustentam esses argumentos:
DESENVOLVIMENTO
Esta revisão bibliográfica visa mostra o significado de Educação inclusiva assim como
caminhos para garanti-la a todos os alunos, independentemente de suas características
pessoais, origem étnica, socioeconômica, gênero, deficiência ou outras condições, tenham
igualdade de oportunidades de acesso, participação e sucesso na educação.
90
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 08
em 2009 (Camargo & Anjos, 2011). Portanto, é evidente que a inserção de alunos com
deficiência vem avançando nas escolas da Educação Básica brasileira.
Para a Garcia (2006), esse termo refere-se a alunos que não acompanham o trabalho
pedagógico da escola regular, enfatizando as diferenças individuais, como proposto pela
Declaração de Salamanca.
Viveiro e Bego (2015, p. 10) afirmam que "[...] os desafios postos pelo processo
educacional inclusivo são multifacetados, abarcando diferentes aspectos da educação
escolar e dinâmicas sociais". Para os autores, dentre as diversas faces da problemática
a serem enfrentadas, um dos aspectos prementes é justamente a "[...] necessidade de
investimentos em pesquisas que permitam abarcar as especificidades de cada necessidade
educacional especial e conduzam ao avanço e consolidação da inclusão de forma a garantir
o sucesso acadêmico dos estudantes" (Viveiro & Bego, 2015, p. 6).
Capítulo 08
A educação inclusiva reconhece que cada aluno é único e tem direito a uma
educação que atenda às suas necessidades individuais. Ela busca promover a igualdade
de oportunidades, a diversidade, o respeito mútuo e a valorização das diferenças como
parte fundamental do processo educacional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No entanto, alcançar a educação inclusiva para todos não é uma tarefa fácil.
Requer um compromisso contínuo de governos, instituições educacionais, comunidades
e sociedade em geral. É necessário investir em recursos, formação de professores,
infraestrutura adequada e políticas inclusivas para superar as barreiras existentes e garantir
que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade.
REFERÊNCIAS
Almeida, A. A. G., & Escobar, L. R. (Orgs.). (2016). A educação para todos: Desafios e
perspectivas. EDUFBA.
92
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 08
Banco Mundial. World Development Report 2018: Learning to Realize Education's
Promise. Disponível em: https://openknowledge.worldbank.org/bitstream/
handle/10986/28340/9781464810961.pdf
Batista, C. A., & Duarte, A. F. (2017). O direito à educação e os desafios para a efetivação da
educação para todos. Revista Direito GV, 13(2), 399-420.
Camargo, E. P., & Anjos, P. T. A. (2011). Análise do processo de implantação de linha de pesquisa
relacionada ao ensino de ciências para alunos com necessidades educacionais especiais. Anais
do Congresso Nacional de Formação de Professores, Águas de Lindóia, SP, Brasil, 2.
Declaração de Salamanca (1994). Sobre princípios, políticas e práticas na área das Necessidades
Educativas Especiais. Brasília, DF: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência. Recuperado em 30 de Novembro de 2017 de portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/
salamanca.pdf
» portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
Inclusão Escolar: O Desafio De Uma Educação Para Todos? Disponível em: https://
bibliodigital.unijui.edu.br:8443/xmlui/bitstream/handle/123456789/716/ritamonografia.
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UNESCO. Education Transforms Lives: UNESCO Strategy for Education 2014-2021. Disponível
em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000233701
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e Dakar. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000124312.locale=pt
UNICEF. Educação para Todos: Uma agenda global para a qualidade e a equidade na educação.
Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/pt/educacao-para-todos
Viveiro, A. A., & Bego, A. M. (Orgs.) (2015). O ensino de Ciências no contexto da Educação
Inclusiva: Diferentes matizes de um mesmo desafio. Jundiaí: Paco Editorial
World Bank. Education for All: Global Monitoring Report. Disponível em: https://openknowledge.
worldbank.org/handle/10986/18960
93
Capítulo Militarização das escolas no
Paraná: um retrocesso na
09
educação humanística?
Adolfo Kenji Ito
Mestrando, Programa de pós-graduaçãoo em Educação - UTP, linha de pesquisa em
Práticas Pedagógicas Elementos Articuladores, orientadora Profa. Dra. Sueli Pereira
Donato.
RESUMO
Este texto tem como objetivo trazer uma reflexão crítica acerca do tema
militarização das escolas no contexto do Estado do Paraná um conluio
com o governo federal. No século passado assistimos à duas guerras
mundiais (primeira 1914 a 1918 e segunda 1939 a 1945) e as desumanas
atrocidades que elas acarretam. Desde então, apesar de conflitos milita-
res localizados, o desejo da humanidade é por uma convivência pacífica,
e mediada através da ONU (Organização das Nações Unidas), isto vem
sendo possível, e a construção de uma era de humanismo vem trazendo
esperança a civilização mundial. Seguindo esse pensamento, a militariza-
ção e os armamentos bélicos não deveriam estar sendo gradativamente
minimizados? As práticas educativas e o legado para as gerações futuras
não deveria ser o da construção e da manutenção da paz? Infelizmente
não acontece dessa forma, e é preocupante e até alarmante, que um go-
verno, seja na esfera federal ou estadual, demonstre um retrocesso desse
pensamento. Essa afirmação parte do pressuposto de que utilizar do apa-
relho público do estado na educação para militarizar os jovens estudantes,
é uma nítida demonstração da intencionalidade voltada ao poder centra-
lizador ao invés do humanismo emancipador, da força do opressor contra
o oprimido. Como diz o educador Paulo Freire (FREIRE, 2021, p.88-89),
uma minoria dominadora poderá impor sua vontade de tal modo que ca-
reçam a maioria dominada o direito de ter finalidade própria, e utilizam-se
da prática da educação para esse fim. Destarte, preocupa o programa do
governo federal de militarizar 216 escolas do ensino básico em todo terri-
tório nacional1, que reverberou aqui em nosso Estado do Paraná incluindo
escolas públicas estaduais. Essa interferência do Estado não se faz so-
mente de forma burocrática, mas com a presença de militares da reserva
na gestão dessas escolas, impondo sua hierarquia e suas normas discipli-
nares como, hasteamento diário da bandeira, execução de ordem unida,
canto de hinos, participação em desfiles cívicos, punição e recompensa
etc., ou seja, reproduzindo aparentemente o ambiente de um quartel. Des-
sa forma, o aluno tem reprimidas sua liberdade, autonomia, criatividade e
a exploração de suas potencialidades, que são aspectos importantes de
uma educação humanística, dando lugar a uma educação de concepção
bancária, onde transforma os educandos em recipientes, conforme afirma
Freire (FREIRE, 2021, p.91).
Capítulo 09
O ESTADO DO PARANÁ E A MILITARIZAÇÃO DAS ESCOLAS
ESTADUAIS
Ao que tudo indica, o real motivo da implantação do modelo militar nas escolas
do Estado do Paraná, é a busca por uma melhor posição no ranking do IDEB (Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica) que é calculado com base na frequência e
porcentagem de aprovação dos estudantes de escolas públicas em processos de avaliação,
conforme reportagem veiculada no The Intercept Brasil3.
Essa mesma reportagem continua destacando que se o real motivo for mesmo a
melhora do índice do IDEB, haverá exclusão de alunos com deficiência que serão alocados
em salas especiais separadas, não haverá ensino noturno, pois, esses alunos que não
possuem dedicação exclusiva ao estudo podem baixar o desempenho, além do que já vem
ocorrendo com alterações na matriz curricular retirando disciplinas como Artes, Sociologia
e Filosofia, em detrimento de outras como Matemática Financeira que tem maior peso no
sistema de avaliação do IDEB.
Outro fato interessante é que a gestão das escolas cívico-militares deve ser exercida
por militares da reserva. Isso acabou se tornando um entrave para o próprio governo do
estado, que apesar de conseguir implantar essa mudança nas escolas publicas estaduais,
não está conseguindo implementá-la por falta de militares interessados nesse tipo de
atuação. Conforme reportagem veiculada no jornal Gazeta do Povo em 19/04/20214 , a
Secretaria de Estado da Segurança Pública concluiu em março 2021 a seleção dos militares
da reserva (policiais e bombeiros que não estão mais na ativa) interessados em atuar nas
escolas. Das 794 vagas abertas (197 para diretor e 597 para monitor), apenas 542 vagas
foram preenchidas. A adesão ao processo seletivo já foi baixa, 979 militares se inscreveram
para as vagas (isso depois de o governo alterar a legislação para permitir a candidatura
de “recém-aposentados”, uma vez que não houve adesão suficiente ao primeiro edital).
E, ao longo do processo, vários candidatos foram ficando pelo caminho. Após a fase de
apresentação da documentação e de entrevista inicial, 792 (já menos que o total de vagas
2 < https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/escolas-civico-militares-como-esta-o-programa-pelo-brasil/>acesso em
24.10.22
3 < https://theintercept.com/2021/09/22/ratinho-jr-escolas-parana-quarteis-laboratorio-bolsonarista/ > acesso em 24.10.22
4 https://www.gazetadopovo.com.br/pino/faltaram-militares-para-as-esolas-civicos-militares/ acesso em 09.11.2022
95
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 09
abertas) foram convocados para a fase de “exame de aptidão em saúde”. Nesta etapa, 165
candidatos foram declarados inaptos. Os 627 restantes foram para o teste de aptidão física.
Com testes físicos semelhantes aos da seleção para a própria Polícia Militar, apesar de
valores de corte mais baixos, considerando a idade dos reservistas, 542 candidatos foram
declarados aptos e iniciaram o treinamento. Assim, 252 vagas não estariam preenchidas. E
as baixas ainda podem ser maiores. Como as vagas abertas são em escolas específicas,
em mais de 100 diferentes municípios, há cidades em que nenhum militar residente foi
selecionado. Como a remuneração (R$ 3,5 mil para diretores e R$ 3 mil para monitores –
acrescida aos vencimentos atuais dos militares da reserva e com desconto de até 27,5% no
imposto de renda) não é considerada tão atrativa, o governo terá dificuldade em convencer
militares “aposentados” a mudarem de cidade para assumir algumas destas vagas.
Diante de tanto esforço nessa busca por militarizar as escolas, cabe perguntar, se
rigor da disciplina militar deve ter espaço no ambiente livre e democrático das escolas?
As opiniões e sugestões dos(as) professores(as), coordenadores(as) pedagógicos(as) e
diretores(as), tiveram espaço para serem manifestados? Realizaram um plebiscito com
alguns pais durante o período de pandemia e isolamento social somente para cumprir
protocolo.
96
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 09
O tripé de gestão de excelência das escolas cívico-militares vai abranger as se-
guintes áreas:
• Didático-pedagógica: com atividades de supervisão escolar e psicopedagogia para
melhorar o processo de ensino e de aprendizagem, preservando as atribuições
exclusivas dos docentes;
• Educacional: pretende fortalecer os valores humanos, éticos e morais, bem como
incentivar a formação integral como cidadão e promover a sensação de pertenci-
mento no ambiente escolar;
• Administrativa: para aprimorar a infraestrutura e a organização da escola, e conse-
quentemente, a utilização de recursos disponíveis na unidade escolar.
Os militares atuarão prioritariamente na área educacional e prestarão assessoramento
nas áreas administrativa e didático-pedagógica. O governo preservará a exclusividade
das atribuições dos profissionais da educação previstas na Lei de Diretrizes e Bases
(LDB).
Fonte: https://escolacivicomilitar.mec.gov.br acesso em 24.10.2022
O artista trabalha a tela ou o mármore e cria uma beleza nova; o fabricante transfor-
ma matérias-primas em produtos úteis; da mesma forma, o educador deve fazer um
levantamento das falhas da sociedade contemporânea e organizar programas com
o objetivo de possibilitar um mundo melhor para as gerações futuras (MAKIGUTI,
1995, p. 111)
Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades ne-
cessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros,
por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida susten-
táveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e
não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural, e da contribui-
ção da cultura para o desenvolvimento sustentável.
5 ODS 4 – Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da agenda 2030 lançado no Fórum Mundial da Educação em
Incheon Coreia do Sul em 2015. ODS 4 diz respeito a Educação de Qualidade. https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/
expertise/education-2030-brazil acesso em 09.11.2022
97
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 09
Em sintonia com esse pensamento, o filosofo Daisaku Ikeda discursou em junho
de 1996 na Faculdade de Pedagogia da Universidade de Columbia, propondo as seguintes
metas visando uma educação para cidadania global:
- A coragem para não temer nem negar diferenças, mas para respeitar e se esforçar
em compreender pessoas de diferentes culturas e crescer por meio do contato com
elas.
- A compaixão para cultivar uma empatia imaginativa que alcance além do ambiente
ao nosso redor e se estenda a outras pessoas que sofrem em lugares distantes.
Ao entrarmos no século XXI, estou convicto de que o desafio mais urgente da hu-
manidade será estabelecer uma educação que cultive essas qualidades. (IKEDA,
2017, p.50)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Capítulo 09
Mas a construção desse sistema de educação não è tarefa isolada do educador,
que na maioria das vezes fica impossibilitado de atuar engessado nas normas e regras que
o regem. A sociedade civil precisa participar, ser ouvida, não com referendos realizados
as pressas em período de pandemia e isolamento social, mas de forma transparente e
interessada.
Buscar bons indicadores com fins políticos, para estar alinhado ao Governo Federal,
vai apenas mascarar a real situação, precária mas promissora do sistema de educação
do Paraná. Precária pelas fragilidades de infra-estrutura mas promissora pelo potencial
inato dos alunos que com uma educação humanística com olhar em seu desenvolvimento
ao invés de métodos que melhorem os indicadores, poderão de fato transformar nossa
sociedade no futuro.
REFERÊNCIAS
FRANCO, Maria Amélia Santoro. Práticas pedagógicas de ensinar e aprender: por entre
resistências e resignações. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 41, n. 3, p. 601-614, jul./set. 2015.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 79. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021.
IKEDA, Daisaku. Educação Soka. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2017.
MAKIGUTI, Tsunessaburo. Educação para uma vida criativa: ideias e propostas de Tsunessaburo
Makiguti. Rio de Janeiro: Record, 1995, 3ª edição.
PARANA. Governo do Estado. Agencias de notícias do Paraná. Escolas do Paraná são espaço de
aprendizagem. Publicado 14/03/2020. Disponível em: http://aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.
php?stoyid=109515&tit=Modelo-civico-militar-e-aprovado-em-186-colegios-da-rede-estadual
SOUZA, Carla Giselle Duenha de. AGUIRRE, Lissandra Espinosa de Mello. Direito Fundamental
a Educação e a Militarização da Escolas Publicas do Paraná. Teoria e Prática da Educação, v. 24,
n.3, p.82 a 99, Setembro/Dezembro 2021.
SOUZA, Maria Antônia de. Práticas Pedagógicas e Elementos Articuladores. Curitiba: Editora da
Universidade Tuiuti do Paraná, 2016. p.38.
YOUNG, Michael. Para que servem as escolas? Educação e Sociedade. Campinas, v. 28, n. 101,
p. 1287-1302, set./dez. 2007.
WESTBROOK, Robert B. John Dewey. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana,
2010
99
Gestão escolar: desafios, oportunidades e soluções
Capítulo 09
Escolas cívico-militares: como está o programa pelo Brasil? <https://www.gazetadopovo.com.br/
educacao/escolas-civico-militares-como-esta-o-programa-pelo-brasil/?> acesso em 24.10.2022
100
Organizadora Denise Pereira
Mestre em Ciências Sociais Aplicadas (UEPG), Especialista
em História, Arte e Cultura, (UEPG), Especialista em
Tecnologias Educacionais, Gestão da Comunicação e do
Conhecimento (CENSUPEG); Especialista em Docência
do Ensino Superior, Gestão e Tutoria EAD (FABRAS);
Especialista em Gestão Educacional (IBRA), Graduada
em História (UEPG) e Graduada em Pedagogia (IBRA).
Atualmente Professora/Tutora Ensino a Distância da UEPG,
Professora Orientadora de TCC da UFRN, Coordenadora
Geral Acadêmica da FASU.
Índice A
Remissivo abordagem 10, 13, 20, 21, 26, 33, 41, 44, 57, 59, 64, 65,
98
acessibilidade 10, 11, 12, 14, 16, 17, 18, 19, 24
ambiente 11, 13, 19, 21, 22, 25, 26, 27, 28, 31, 38, 50,
51, 52, 55, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 73, 74, 77
análise 12, 15, 17, 18, 19
aprendizagem 19, 22, 26, 27, 28, 29, 30, 34, 36, 38, 39,
41, 44, 45, 52, 63, 64, 65, 66, 70
B
bilíngue 36, 37
bullying 21, 62
C
cidadania 10, 11, 13, 21
competências 10, 12, 15, 16, 18, 19, 22
conceitos 25
contemporâneas 25
coordenação 57, 58, 59, 60, 63, 64, 65, 66, 67, 70
D
decoloniais 35, 45, 47
decolonial 34, 36, 45, 47
deficiência 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21,
22, 24
democracia 35, 38
democrática 26, 27, 28, 32, 42, 48, 49, 50, 51, 52, 53,
54, 55, 56
desenvolvimento 11, 12, 13, 16, 19, 21, 26, 29, 30, 34,
35, 36, 37, 42, 43, 45, 54, 57, 58, 61, 62, 63, 64, 65,
70, 73, 74, 76, 77, 84, 89, 90, 92
direitos humanos 11, 14, 22, 40, 73, 74, 75, 76, 77
discriminação 15, 21, 31, 33
diversidade 12, 13, 18, 21, 22, 26, 28, 29, 30, 31, 38, 39,
41, 42, 43, 47, 62, 76, 77, 91, 92
E
educação 10, 11, 12, 13, 14, 17, 18, 22, 25, 26, 27, 28,
29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42,
43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56,
57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 73, 75, 76, 77,
78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, , 88, 89, 90, 91,
92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99
educação humanística 94, 97, 99
educação inclusiva 10, 11, 13, 14, 22, 25, 26, 27, 28,
29, 30, 32, 88, 89, 90, 91, 92
ensino 10, 11, 13, 14, 16, 19, 20, 22, 24, 26, 27, 28, 29,
30, 34, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48,
50, 51, 52, 55, 58, 59, 60, 61, 66, 70, 75, 76, 78, 79,
80, 81, 82, 83, 84, 85, 87,
escola militar 94
ética 73, 75, 77
F
formação docente 33, 34, 37, 38, 39, 40, 41, 43, 44, 45
G
gestão 20, 22, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 48, 49,
50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 64,
65, 67, 72, 73, 74, 75, 78, 79, 86, 87
gestor 25, 26, 28, 29, 30, 31, 32, 49, 50, 51, 52, 54, 55
H
habilidades 11, 14, 16, 54, 64, 65, 74, 89, 90, 92
I
inclusão 10, 12, 13, 14, 15, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24,
25, 26, 27, 28, 30, 31, 32
inclusiva 10, 11, 12, 13, 14, 18, 22, 24, 25, 26, 27, 28, 29,
30, 32, 65, 74, 76, 77, 88, 89, 90, 91, 92
inclusivo 17, 21, 25, 26, 28, 30, 61, 62, 66, 74, 90, 91
infraestrutura 62, 89, 92
instrumento 11, 19
intercultural 33, 34, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 44, 45,
46, 47
interculturalidade 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 41, 42, 43,
44, 45, 47
J
jurídicas 80
jurídicos 81
L
liderança 55, 64, 73, 74, 75, 77
lideranças 37, 50
M
mercantilização 78, 79
metodologia 14, 19, 20, 26, 45, 47, 48, 49, 57, 58, 59,
80
metodológicas 25
militarização 94, 95, 98, 100
P
pedagógica 25, 26, 28, 29, 30, 31, 32, 34, 40, 41, 45,
46, 50, 51, 52, 53, 57, 58, 59, 60, 63, 64, 65, 66, 67,
70, 79, 81
pedagógicas 16, 21, 25, 26, 27, 29, 30, 31, 38, 40, 45,
58, 63, 69, 70, 71, 78, 80, 81
pedagógico 16, 18, 19, 26, 27, 28, 29, 30, 31
políticas 11, 14, 17, 22, 24, 25, 26, 28, 29, 30, 31, 32,
33, 34, 36, 37, 38, 39, 41, 45, 47, 50, 61, 64, 65
prática 29, 40, 42, 45, 46, 49, 52, 55, 57, 58, 59, 62, 77,
79, 85
práticas 11, 15, 21, 22, 24, 25, 26, 29, 30, 31, 36, 37,
38, 39, 40, 41, 44, 45, 46, 50, 51, 52, 53, 55, 57, 58,
59, 62, 77, 78, 80, 81, 83, 89, 92, 93, 94, 97, 98
privatização 80, 84, 85
processo 23, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 36,
37, 38, 39, 40, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 58, 60,
64, 65, 75, 80, 81, 83, 84, 85
processos 36, 37, 41, 43, 45, 54
R
responsabilidade 5
S
sabedoria 75
sistema 5
sistema educacional 26, 27
sociedade 11, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 20, 22, 26, 27, 28,
29, 31
socioeconômicos 88, 89
sucesso 21, 29, 30, 49, 56, 59, 63, 64, 65, 74
sustentável 90, 92
T
tecnológicos 12, 62
terceirização 79, 81, 82, 83, 84, 87