Download as pdf or txt
Download as pdf or txt
You are on page 1of 64

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

BRUNA DE CARVALHO SILVA

Proposta de método para identificação dos fatores que influenciam a segurança do


trabalho em espaços confinados: uma aplicação na indústria química

Lorena - SP

2015
2

BRUNA DE CARVALHO SILVA

Proposta de um método para identificação dos fatores que influenciam a segurança do


trabalho em espaços confinados: uma aplicação na indústria química

Monografia apresentada como requisito


parcial para a conclusão de Graduação do
Curso de Engenharia Industrial Química.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Ferro dos


Santos

Lorena - SP
2015
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO
CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizado


da Escola de Engenharia de Lorena,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Silva, Bruna de Carvalho


Proposta de método para identificação dos fatores
que influenciam a segurança do trabalho em espaços
confinados: uma aplicação na indústria química / Bruna
de Carvalho Silva; orientadora Eduardo Ferro dos
Santos. - Lorena, 2015.
63 p.

Monografia apresentada como requisito parcial


para a conclusão de Graduação do Curso de Engenharia
Industrial Química - Escola de Engenharia de Lorena
da Universidade de São Paulo. 2015
Orientadora: Eduardo Ferro dos Santos

1. Segurança do trabalho. 2. Análise de risco. 3.


Espaços confinado. 4. Ambiente confinado. 5. Riscos.
I. Título. II. dos Santos, Eduardo Ferro, orient.
3

“Até aqui nos ajudou o Senhor”

(1 Samuel 7:12)
4

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus, a Ele toda honra e toda glória.


Agradeço aos meus pais pelo apoio em todos os momentos e por todos os
valores que me ensinaram.
Agradeço a equipe da empresa onde o estudo foi realizado, por todo
ensinamento transmitido durante o ano de estágio, conhecimento esse que possibilitou o
desenvolvimento deste trabalho.
Agradeço aos meus amigos, companheiros universitários, pelas trocas de
conhecimentos, experiências, tristezas, angústias e alegrias durante a vida acadêmica.
Agradeço ao professor Prof. Dr. Eduardo Ferro dos Santos pela dedicação e
contribuição para a realização deste trabalho.
5

RESUMO

SILVA, B. C. Proposta de um método para identificação dos fatores que


influenciam a segurança do trabalho em espaços confinados: uma aplicação na
indústria química. 2015. 63f. Monografia (Trabalho de Graduação em Engenharia
Industrial Química) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo,
Lorena, 2015.

Diariamente trabalhadores são submetidos a riscos inerentes de atividades realizadas


dentro de ambientes considerados como espaço confinado. Neste trabalho, foi realizado
um levantamento das fundamentações teóricas, normas internacionais e nacionais, para
auxiliar na correta identificação destes ambientes. São apresentados os riscos mais
comuns destas atividades, bem como os sistemas de gestão de segurança e saúde nos
trabalhos utilizados para este fim. Através disto, o estudo propõe um método de análise
de risco, aplicando-o em atividades realizadas em espaços confinados em uma indústria
química, onde foi possível analisar, avaliar e propor medidas de controle, afim de que
seja possível eliminar e/ou controlar os riscos existentes, garantindo assim a saúde e
segurança dos trabalhadores.

Palavras-chaves: Espaço confinado, Análise de riscos, Segurança industrial.


6

ABSTRACT

SILVA, B. C. Proposed a method for identifying the factors that influence the work
safety in confined spaces: an application at chemical industry. 2015. 63f.
Monograph (Graduate Work in Industrial Chemical Engineering) – Engineering College
of Lorena, University of São Paulo, Lorena, 2015.

In a daily basis, workers are submitted to risks due to activities carried out inside
environments nominated confined space. This work has gone through a theoretical
basis, national and international standards, in order to aid the correct identification of
these places. In addition, it introduces the most common risk of these activities as well
as a safety management and health system used in similar works. Through this, this
paper proposes a method of risk analysis, applying it in chemical industry activities
where it was possible to analyse, evaluate and propose actions of control in order to
eliminating or controlling inherent risks, therefore, assuring the workers safety

Keywords: Confined Space, Risk Analysis, Industrial Safety.


7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Detecção de gases em espaços confinados ................................................................. 21


Figura 2 - Efeitos Psicofisiológicos para diferentes níveis ......................................................... 22
Figura 3 - Curva de Explosividade Formada por LIE e LSE ...................................................... 24
Figura 4 - Matriz de classificação de risco - Frequência X Severidade ...................................... 32
Figura 5 - Legenda da matriz classificação de risco ................................................................... 33
Figura 6 - Placa de sinalização .................................................................................................... 35
Figura 7 - Primeiro bloco da planilha.......................................................................................... 38
Figura 8 - Segundo bloco da planilha.......................................................................................... 39
Figura 9 - Terceiro bloco da planilha .......................................................................................... 40
Figura 10 - Matriz probabilidade X gravidade ............................................................................ 43
Figura 11 - Tanques de ácido sulfúrico ....................................................................................... 46
Figura 12 - Aplicação do primeiro bloco da planilha para a atividade PPL................................ 47
Figura 13 - Aplicação da matriz probabilidade x gravidade ....................................................... 48
Figura 14 - Aplicação do segundo bloco da planilha para a atividade PPL ................................ 49
Figura 15 - Aplicação da matriz probabilidade x gravidade ....................................................... 50
Figura 16 - Aplicação do terceiro bloco da planilha para a atividade PPL ................................. 50
Figura 17 - Aplicação do primeiro bloco para a atividade PUSCE ............................................. 51
Figura 18 - Aplicação da matriz probabilidade x gravidade ....................................................... 52
Figura 19 - Aplicação do segundo bloco para a atividade PUSCE ............................................. 53
Figura 20 - Aplicação da matriz probabilidade x gravidade ....................................................... 53
Figura 21 - Aplicação do terceiro bloco da planilha para a atividade PUSCE............................ 54
8

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Exemplos de espaços confinados por setor econômico ............................................ 18


Quadro 2 - Principais riscos em espaços confinados .................................................................. 19
Quadro 3 - Temperaturas mínimas de ignição ............................................................................ 23
Quadro 4 - Categorias de Frequência .......................................................................................... 31
Quadro 5 – Categorias de Severidade ......................................................................................... 32
Quadro 6 - Orientação de preenchimento do primeiro bloco da planilha ................................... 38
Quadro 7 - Orientação de preenchimento do segundo bloco da planilha .................................... 40
Quadro 8 - Orientação de preenchimento do terceiro bloco da planilha ..................................... 40
Quadro 9 - Classificações de gravidade ...................................................................................... 41
Quadro 10 - Classificações de probabilidade .............................................................................. 42
Quadro 11 - Classificação das Camadas de defesa ..................................................................... 44
9

LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


APR - Análise Preliminar de Riscos
AS - Norma Australiana
ANSI - American National Standards Institute
EC – Espaço confinado
NBR – Denominação da norma da ABNT
NIOSH - National Institue of Occupational Safety and Health
NRs- Normas Regulamentadoras
OSHA – Ocuppational Safety and Health Administration
PET – Permissão de Entrada e Trabalho
PPL – Processo de Pintura e Limpeza
PUSCE – Processo de União e Separação por Corrente Elétrica
LIE – Limite inferior de explosividade
LSE – Limite superior de explosividade
IPVS – Imediatamente perigosa à vida e à saúde
EPI – Equipamento de Proteção Individual
EPC – Equipamento de Proteção coletivo
10

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12

1.1 Justificativa .................................................................................................................................... 13

1.2 Objetivos Gerais ............................................................................................................................. 13

1.3 Objetivos Específicos ...................................................................................................................... 14

2. ESPAÇO CONFINADO (EC) ..................................................................................... 15

2.1 Normas Regulamentadoras ............................................................................................................ 16

2.2 Tipos de Espaços Confinados (EC)................................................................................................... 17

2.3 Riscos mais Comuns nos Trabalhos de Espaços Confinados ............................................................ 18


2.3.1 Atmosferas Perigosas .................................................................................................................... 20
2.3.2 Atmosfera Deficiente de Oxigênio ................................................................................................ 21
2.3.3 Atmosferas Inflamáveis ................................................................................................................. 23
2.3.4 Atmosferas Tóxicas ....................................................................................................................... 24
2.3.5 Choque Elétrico ............................................................................................................................. 25
2.3.6 Risco de Queda ......................................................................................................................... 25
2.3.7 Iluminação................................................................................................................................. 25

2.4 Gestão de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados ............................................ 26


2.4.1 Permissão de Entrada e Trabalho ................................................................................................. 27
2.4.2 Supervisor de Entrada ................................................................................................................... 28
2.4.3 Vigia ............................................................................................................................................... 28
2.4.4. Emergência e Salvamento ............................................................................................................ 29
2.4.5 Treinamento Pessoal ..................................................................................................................... 29
2.4.6 Análise Preliminar de Risco ........................................................................................................... 30
2.4.7 Ações Seguras ............................................................................................................................... 33

3. ESTUDO DE CASO ...................................................................................................... 36

3.1 Proposta de Método de Análise de Risco ....................................................................................... 37


3.1.1 Fatores de Riscos para Risco Inicial e Atual ................................................................................... 41
3.1.2 Categorias de Controle (Camadas de Defesa) ............................................................................... 43
3.1.3 Verificar Confiabilidade ................................................................................................................. 45

3.2 Aplicação do Método de Análise de Risco Proposto ....................................................................... 46

4. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................... 56

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 57


11

ANEXO A – PERMISSÃO DE ENTRADA E TRABALHO (PET) ............................. 60

ANEXO B – MODELO DE APR ..................................................................................... 62

APÊNDICE A – PLANILHA PROPOSTA PELO MÉTODO DE ANÁLISE DE


RISCO ................................................................................................................................ 63
12

1.INTRODUÇÃO

Os ambientes confinados estão presentes em diversos setores econômicos, entre


eles: agricultura, construção civil, indústria petroquímica, indústria química, metalurgia,
transporte, entre outros. Na indústria química os ambientes confinados são
caracterizados por atividades realizadas internamente em reatores, vasos de pressão ou
processo, colunas de destilação, dutos, entre outros.
Um dos grandes problemas em Espaços Confinados (EC) trata-se da percepção
das pessoas em identificá-los, nem todas as pessoas conseguem distingui-los de outros
locais de trabalho. Assim não conseguem também identificar os riscos em que estão
dispostos ao trabalhar nesse ambiente.
É característica dos acidentes em espaço confinado a gravidade de suas
consequências, caso não sejam observados o uso de práticas seguras, colocando em
risco tanto a pessoa que realiza o trabalho, como quem o auxilia (vigia). São muitos os
riscos em que os trabalhadores de espaços confinados estão dispostos, a falta de
oxigênio, a presença de gases inflamáveis e o desconhecimento técnico, são os
principais fatores que tem colocado em risco a saúde e a segurança dos trabalhadores
(TURRA, 2013).
Diante da dificuldade em reconhecer os EC e da necessidade de promover saúde
e segurança dos trabalhadores desses locais, foi criado em 22 de dezembro de 2006,
pelo Ministério do Trabalho, a norma regulamentadora 33 – Segurança e Saúde nos
Espaços Confinados, que acrescida do ato normativo NBR 14.787 – Espaço Confinado
– Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção, representam as
principais legislações que regem os trabalhos em ambientes confinados realizados em
território brasileiro (SOARES, 2012).
Afim de, minimizar ou extinguir os riscos em que os trabalhadores estão
dispostos em atividades de EC, são utilizados métodos de análise de riscos, que são as
principais ferramentas e técnicas utilizadas no gerenciamento de riscos de uma indústria
química. Para isso, foi feita uma revisão bibliográfica das ferramentas mais difundidas
para este ramo industrial (CASSOL, 2012).
O principal objetivo deste estudo é aplicar um de método de análise de riscos,
com base nos já conhecidos, para avaliar as atividades realizadas em ambientes
confinados, propondo medidas de segurança que eliminem ou controle estes riscos.
13

1.1 Justificativa

Essa monografia se justifica, por se tratar do assunto “Segurança do trabalho em


Espaços Confinados", tendo em vista a dificuldade dos trabalhadores em identificar
estes locais e avaliar corretamente o risco envolvido nos trabalhos efetuados neste
ambiente. Muitas vezes por falta de conhecimento e/ou correta análise de riscos, o
trabalhador pode estar exposto a riscos potencialmente elevados, estando sujeito a
acidentes, muitos deles fatais.
Para auxiliar na identificação dos riscos, o estudo traz exemplos de ambientes
confinados nos mais diversos ramos de atividades, apresentando os riscos mais comuns
e medidas de controles existentes. A legislação brasileira que rege os trabalhos em
espaços confinados é a norma regulamentadora 33, que estabelece responsáveis,
medidas de prevenção, treinamentos, procedimentos de segurança, entre outros, afim de
promover condições seguras de trabalho.
Por meio deste estudo, com destaque para as atividades realizadas dentro de uma
indústria química, intentou-se demostrar que além do conhecimento de normas e
procedimentos de segurança específicos, tornar-se imperativo analisar individualmente
cada atividade realizada.
A motivação do estudo é contribuir com a segurança e saúde dos trabalhadores
que realizam atividades em espaços confinados, com a mitigação ou extinção dos riscos.
Para isso, é proposto um método de análise de risco que entre outros itens, abrange:
classificação do nível de risco antes de depois da aplicação de medidas de controle;
pessoas envolvidas, riscos envolvidos, consequências, medidas de controles,
questionamentos, oportunidades de melhoria, responsáveis por implantação de ações e
prazos para execução destas ações.

1.2 Objetivos Gerais

O presente trabalho tem por finalidade propor uma metodologia de análise de


risco para trabalhos realizados em espaços confinados afim de, minimizar a
possibilidade de acidentes.
14

1.3 Objetivos Específicos

 Propor um método de análise de risco;


 Levantamento de riscos das atividades realizadas em espaços confinados dentro
de uma indústria química;
 Aplicação do método proposto;
 Propor medidas de controle para riscos apontados;
15

2. ESPAÇO CONFINADO (EC)

Revisando a literatura nacional e internacional sobre espaço confinado, podemos


perceber uma grande similaridade sobre o conceito de espaços confinados, sendo alguns
conceitos mais específicos, divididos em classes, e outros muito abrangentes. Alguns
desses conceitos podem ser conferidos a seguir (ARAÚJO, 2006):
ANSI, 1989 (American National Standards Institute) define espaço confinado
como uma área fechada que apresenta características como: ter entrada e saída restrita,
apresentar riscos e/ou perigos conhecidos, e ainda relata que o espaço confiando tem
qualquer função que não seja de ocupação humana (SOARES, 2012).
NIOSH, 1997 (National Institue of Occupational Safety and Health) define
espaço confinado de maneira muito semelhante a ANSI, destacando que em um espaço
confinado pode conter ou produzir perigos atmosféricos que não são favoráveis para a
ocupação humana. NIOSH, ainda apresenta uma classificação de espaços confinados,
divididas em graus de riscos diferentes (SOARES, 2012):

[...] Espaços Classe A – são aqueles que apresentam situações que são
imediatamente perigosos para a vida ou a saúde. Incluem os espaços
que têm deficiência em oxigênio ou contêm explosivos, inflamáveis
ou atmosferas tóxicas; Espaços Classe B – não apresentam
ameaça/perigo para a vida ou a saúde, mas têm o potencial para causar
lesões ou doenças se medidas de proteção não forem usadas; Espaços
Classe C – são aqueles onde qualquer risco apresentado é
insignificante, não requerendo procedimentos ou práticas especiais de
trabalho.

A Norma Australiana AS 2865(AS, 1995), se assemelha a NIOSH


quando classifica os espaços confinados em categorias diferentes de acordo com suas
características e classes de risco, afirmando que o mesmo espaço confinado pode mudar
de categoria durante o decorrer das atividades. Adverte também que os espaços
confinados podem conter contaminantes nocivos no ar, apresentar baixo nível de
oxigênio no ar e causar engolfamento (ARAÚJO, 2006).
A OSHA define espaço confinado como sendo um local não projetado para a
ocupação humana, onde só é permitido entrada de um trabalhador para executar a tarefa,
pois estes locais apresentam entrada e saída restrita (CASSOL, 2012).
No Brasil existem duas principais definições legais para espaço confinado: a da
ABNT e a do Ministério do Trabalho.
A Norma Brasileira NBR – 14. 787:2001 da ABNT define:
16

[...] espaço confinado como qualquer área não projetada para


ocupação contínua, a qual tem meios limitados de entrada e saída e na
qual a ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes
perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio que possam
existir ou se desenvolver.

Segundo NR 33- Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaço Confinados, do


Ministério do Trabalho, publicada pela Secretaria de Inspeção do Trabalho em 22 de
dezembro de 2006 e pelo diário Oficial da União em 27 de dezembro de 2006, espaço
confinado é definido como:

[...] qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana


contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja
ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou
onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

Baseado nos conceitos citados são exemplos de espaço confinado: tanques fixos
ou móveis, vasos, reatores, caixas de inspeção, poços, asilos, veículos tanques
(caminhões, vagões e embarcações), galerias e câmeras subterrâneas, caldeiras, túneis,
reservatório, bueiros, colunas de destilação, caixa d’água, porão de navio, elevatória,
fossa, container, diques e armazéns (PIATELLI, 2013).

2.1 Normas Regulamentadoras

Com a publicação em 27 de dezembro de 2006, no D.O.U. nº 247, A Norma


Regulamentadora 33, Saúde e Segurança em Espaços Confinados, é apresentada como
documento oficial obrigatório para se realizar toda e qualquer atividade em espaços
confinados. Definindo-os como sendo qualquer área ou ambiente que não foi criado
para ocupação humana, apresentando difícil acesso e ventilação insuficiente para retirar
os contaminantes, é destacada ainda pela norma a possibilidade da deficiência ou
enriquecimento de oxigênio nesses ambientes (NORMA REGULAMENTADORA 33,
2012).
Esta norma apresenta os requisitos mínimos para identificar e reconhecer os
espaços confinados. Para que afim de, garantir a saúde e segurança dos trabalhadores
seja feita uma correta avaliação e monitoramento dos riscos apresentados, evitando
assim possíveis acidentes. A NR 33 define também as responsabilidades de
empregadores e empregados, afim de, garantir segurança e saúde aos trabalhadores que
realizam atividades nesses ambientes. Entre as responsabilidades do empregador está a
17

de elaborar procedimento de emergência e resgate, de acordo a realidade de suas


atividades em espaços confinados (BIONE, 2009).
Como responsabilidades dos empregadores estão: a identificação de todo e
qualquer lugar que apresente características de espaços confinados e conhecimento de
seus riscos específicos. O empregador deve garantir que os trabalhados somente tenham
acesso a esses espaços confinados após a Permissão de Entrada e Trabalho e caso
identifique um risco grave ou eminente, o empregador têm a deverá interromper
imediatamente as atividades (SOARES, 2012).
A implementação de gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços
confinados, que tenham apliquem técnicas de prevenção, medidas administrativas e
pessoais, e a elaboração de um procedimento de emergência e resgate, também são
atribuições dos empregadores para que assim possa garantir a seus empregados a
realização dos trabalhos de maneira segura (CASSOL, 2012).
Para os empregados cabe a responsabilidades: colaborar com a empresa para o
cumprimento desta NR, utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos
pela empresa, comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações de riscos,
para sua segurança e saúde ou de terceiros que sejam do seu conhecimento e cumprir os
procedimentos e orientações recebidos nos treinamentos com relação aos Espaços
confinados (NORMA REGULAMENTADORA 33, 2012).
Assim, com as responsabilidades bem definidas pelo legislador, fica nítida a
importância da participação e compromisso de todos os colaboradores com o
pensamento mais básico da segurança do trabalho onde “a segurança é dever de todos”
(SOARES, 2012).

2.2 Tipos de Espaços Confinados (EC)

Pode-se encontrar EC em diferentes atividades, por isso deve-se feito uma


correta identificação dos locais, analisando as dificuldades relativas ao acesso,
geometria e atmosfera e verificando assim se é aplicável a definição de espaço
confinado apresentada pela NR 33. Foram listados no quadro 1, os diferentes setores
econômicos onde encontramos EC (PIATELLI, 2013).
18

Quadro 1 - Exemplos de espaços confinados por setor econômico


SETOR ECONÔMICO ESPAÇOS CONFINADOS TÍPICOS
Biodigestores, silos, moegas, tremonhas, tanques,
transportadores enclausurados, elevadores de caneca, poços,
Agricultura
cisterna, esgotos, vala, trincheiras e dutos.

Poços, valas, trincheiras, esgotos, escavações, caixas, caixões,


Construção Civil shafts (passa dutos), forros, espaços limitados ou reduzidos e
dutos.
Retorta, tubos, bacias, panelões, fornos, depósitos, silos,
Alimentos tanques, misturadores, secadores, levantadores de ar tonéis de
dutos.

Têxtil Caixas, recipientes de tingimento, caldeiras, tanques e prensas.

Depósitos, torres, colunas, digestores, batedores, misturadores,


Papel e Poupa
tanques, fornos e silos.

Editoras e Impressão Gráfica Tanques

Reatores, vasos de reação ou processos, colunas de destilação,


Indústria de Petróleo e
tanques, torres de resfriamento, áreas de diques, filtros
Indústrias Químicas
coletores, precipitadores, lavadores de ar, secadores e dutos.

Borracha Borracha, tanques, fornos e misturadores.


Couro Tonéis, tanques e poços.
Tabacos Secadores e tonéis.
Concreto, Argila, Pedras,
Fornos, depósitos, silos, tremonhas, moinhos e secadores.
Cerâmica e Vidro
Depósitos, dutos, tubulação, silos, poços, tanques,
Metalurgia
desengraxadores, coletores e cabines.
Eletrônica Desengraxadores, cabines e tanques.
Tanques nas asas dos aviões, caminhões-tanque, vagões
Transporte
tanques ferroviários, tanques e navios-tanques.
Poços de válvula, galerias, tanques sépticos, poços, poços
Serviços sanitários, de águas e químicos, reguladores, poços de lama, poços de água, caixas
de esgoto. Serviços de gás, de gordura, estações elevatórias, esgotos e drenos, digestores,
eletricidade e telefonia incineradores, estações de bomba, dutos, caixas, caixões e
enclausuramentos.
Equipamentos e Máquinas Caldeiras, transportadores, coletores e túneis.
Porões, contêiner, caldeias, tanques de combustível e de água,
Operações Marítimas
compartimentos e dutos.
Fonte: PIATTELLI, 2013

Para este trabalho destacam-se os EC encontrados na Indústria Química.

2.3 Riscos mais Comuns nos Trabalhos de Espaços Confinados

Os trabalhos realizados em EC submetem os trabalhadores a diferentes tipos de


riscos ambientais. A NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais descreve os
19

riscos ambientais que em função da sua natureza, concentração, intensidade e tempo de


exposição, podem causar danos aos trabalhadores. (STADIKOWSKI, 2010).
Segundo NR 9 (1978), os riscos ambientais são classificados em:
a) Riscos Físicos: são aqueles que compreendem, dentre outros, o ruído, a
vibração, temperaturas extremas, pressões anormais, radiação ionizante e não
ionizante;
b) Riscos Químicos: são aqueles que compreendem as névoas, neblinas, poeiras,
fumos, gases e vapores;
c) Riscos Biológicos: são aqueles que compreendem, entre outros, as bactérias,
fungos, helmintos, protozoários e vírus.

Segundo PIATTELLI (2013), é necessário a avaliar e reconhecer os riscos nos


locais de EC e também considerar os riscos que são gerados durante o decorrer dos
trabalhos. Para isso, a autora apresenta no quadro 2 os principais riscos em EC:

Quadro 2 - Principais riscos em espaços confinados

RISCO CAUSA
Elevada concentração de gases e vapores
Deficiência de oxigênio

Exposição aos agentes químicos (poeiras,


A realização de atividades de inspeção,
fumaças, gases e vapores) e físicos (ruído,
manutenção ou construção do EC.
vibração, radiação e temperaturas anormais

Explosão, incêndios Presença de gás, vapores e pó inflamável.

Mecânicos Mal estado de conservação local

O acesso é dificultado, pois os EC não são


Ergonômicos
projetados para ocupação humana.

Eletricidade estática Caso o EC não possua aterramento


Fonte: PIATTELLI, 2013

O quadro 2 apresenta riscos de fácil identificação, já outros somente são


possíveis identificar com a utilização de equipamentos especiais, capazes de medir a
presença de gases, vapores ou pó inflamável (PIATTELLI, 2013).
A seguir, detalharemos melhor os riscos aos quais os trabalhadores de ECs estão
expostos em suas atividades:
20

2.3.1 Atmosferas Perigosas

A atmosfera de um espaço confinado é considerada perigosa se apresentar


deficiência de oxigênio, inflamabilidade e/ou toxidade, com isso perdendo a
movimentação natural do ambiente. Portanto devem ser consideradas perigosas todas as
substâncias utilizadas dentro de um ambiente, além de atenção especial para as
atividades como solda, pintura, raspagem, esmerilhamento, cortes à quente. Atividades
estas que liberam contaminantes como fumos metálicos, poeiras ou gases
(SOARES,2012).
A atmosfera perigosa pode apresentar ao trabalhador risco de morte, lesão ou
doença aguda, incapacidade de sair do espaço confinado, entre outras. Segundo NBR
14.787, cria-se uma atmosfera perigosa pela ação de um ou mais dos seguintes fatores
combinados:
a) Gases, vapores, névoa inflamável e poeira combustível que apresente
concentrações de explosividade superiores ao LIE
b) Concentração de oxigênio na atmosfera inferior a 19,5% ou superiores a 23%
em volume;
c) Concentrações de qualquer substância acima do limite de tolerância estipulado
pela NR 15;
d) E toda e qualquer condição que torne a atmosfera IPVS.

A verificação das condições atmosféricas antes da entrada em espaços


confinados deve levar em consideração toda a área onde será realizada a atividade, área
superior, mediana e inferior. Pois, existem gases como o metano que é mais leve que o
ar e se concentra na área superior do ambiente. Já o gás sulfídrico apresenta densidade
maior que a do ar, portanto se localiza na parte inferior dos ambientes. Esta é a
justificava principal para que a análise do ambiente seja feita nos locais em que pode
ocorrer a maior concentração do gás, como ilustrado na figura 1 (CASSOL,2012).
21

Figura 1 - Detecção de gases em espaços confinados

Fonte: ARAÚJO, 2006

Portanto, faz-se necessário a utilização de equipamentos para monitor a


concentração de oxigênio no ambiente. Dependendo dos índices de contaminantes
encontrados no ambiente, deve-se optar por trocas de ar, pela utilização de ventiladores,
onde o insuflamento do ar gera uma pressão positiva no interior e empurrando para fora
do ambiente os contaminantes. Utiliza-se ainda exautores para renovação do ar do
ambiente (SOARES, 2012).

2.3.2 Atmosfera Deficiente de Oxigênio

A NR 15 do Ministério do trabalho determina que a concentração de oxigênio


em ambientes de trabalho deve ser de no mínimo 18% em volume, para que o mesmo
seja liberado para trabalho humano, sem a necessidade de equipamento autônomo ou ar
induzido para respiração. As situações com concentrações abaixo desse valor
representam perigo imediato para os trabalhadores. (NORMA
REGULAMENTADORA 15, 2014)
A concentração normal de oxigênio no ar é de aproximadamente 20,9%,
portanto uma atmosfera que apresente concentração menor que 19,5% pode ser
considerada uma atmosfera deficiente de oxigênio (CASSOL,2012).
É considerado atmosferas deficientes de oxigênio, aquela que apresentar
concentração menor que 19,5% de oxigênio em volume a pressão atmosférica normal. A
22

deficiência de oxigênio em um ambiente de espaço confinado por ser dada por


(TURRA, 2013).
a) Presença de micro-organismos que fazem digestão da matéria orgânica,
consumindo oxigênio e liberando gás tóxico;
b) O consumo do oxigênio do ar pelos próprios trabalhadores;
c) Gases e vapores que deslocam o oxigênio do ar, exemplo: nitrogênio, argônio e
dióxido de carbono;
d) Atividades de aquecimento e combustão, exemplo: solda;
e) Presença de vapores ou gases de líquidos presentes no ambiente, exemplo:
solventes;
f) Oxidação do ferro, exemplo: ferrugem;

Independente da causa, as consequências da deficiência de oxigênio em um


ambiente de trabalho são as mesmas, ou seja, uma atmosfera incapaz de sustentar a
vida. Seguem na Figura 2, os efeitos psicofisiológicos associados à concentração do
oxigênio no ambiente (TURRA, 2013).

Figura 2 - Efeitos Psicofisiológicos para diferentes níveis

Fonte: ARAÚJO, 2006


23

O ambiente que apresentar altas concentrações de asfixiante simples e pouca


ventilação torna-se cenário favorável para que a concentração de oxigênio seja reduzida.
Portanto é importante monitorar continuamente, por aparelho denominado “oxímetros”,
a concentração do oxigênio no ar. E no caso de oxigenação menor que o determinado
por norma deve-se utilizar equipamentos de respiração autônomo ou ar mandado
(ZAGO, 2013).

2.3.3 Atmosferas Inflamáveis

Uma atmosfera pode ser considerada inflamável dependendo do nível de


oxigênio no ar e da presença de gás, vapores e pós, em concentrações que formem
misturas inflamáveis. A ignição se dá pela combinação de oxigênio com combustível
(PIATTELLI, 2013).

As altas concentrações de oxigênio no ambiente, chamada atmosfera


enriquecida, também favorecem a ignição, pois alteram as características de
inflamabilidade dos materiais, ou seja, queimam mais rápido. Segue comparativo,
quadro 3, os pontos de ignição de materiais no ar e na presença de oxigênio (ARAÚJO,
2006).

Quadro 3 - Temperaturas mínimas de ignição


Materiais Temperatura Mínima de Ignição
Ar (°C) Oxigênio (°C)
Acetileno 305 296
Butano 288 278
Hidrogênio 520 400
Gasolina 440 316
Querosene 227 216
Álcool Propil 440 328
Fonte: ARAÚJO, 2006

Para o caso de misturas inflamáveis, pode-se estimar a faixa em que o ambiente


apresenta condições propícias de combustão. Para isso, utiliza-se as informações do
Limite inferior de explosividade (LIE) e Limite superior de explosividade (LSE), que
trata-se da mínima concentração em que uma mistura se torna inflamável e o limite em
que uma mistura possui alta porcentagem de gases e vapores, respectivamente. A curva
formada pelo LIE e LSE é ilustrada no gráfico da Figura 3 (BIONE, 2009):
24

Figura 3 - Curva de Explosividade Formada por LIE e LSE

Fonte: ARAÚJO, 2006

2.3.4 Atmosferas Tóxicas

O que determina uma substância ser perigosa ou não perigosa é a sua


concentração. Uma substância perigosa a baixas concentrações pode não oferecer risco
e uma substância não perigosa a altas concentrações poderá contribuir para um cenário
de alto risco. Portanto, toda e qualquer substância utilizada nos trabalhos devem ser
analisadas quanto a sua concentração no ambiente (BIONE, 2009).
Gases e Vapores são os principais riscos químicos encontrados em espaços
confinados. As definições trazidas por Araújo (2006, p.32) para gases e vapores são:

[...] a) Gases: são substâncias que, em condições normais de


temperatura e pressão estão no estado gasoso. Ex: Oxigênio,
hidrogênio e nitrogênio;
b) Vapores: é a fase gasosa de uma substância que, em condições
normais de temperatura e pressão, é líquida ou sólida. Ex: vapores
d’água, vapores de gasolina.

Os gases e vapores podem ser classificados em três grupos, de acordo com sua
ação no organismo humano. Estes são divididos em: asfixiantes, irritantes e anestésicos.
Em ambientes de espaços confinados encontram-se agentes químicos como: gás
sulfídrico, gás carbônico e metano. (CASSOL,2012)

Pode-se citar como exemplo o gás sulfídrico classificado como irritante e


asfixiante, trata-se de um gás incolor e com odor próximo ao de “ovo pobre” é um dos
principais responsáveis por fatalidades em ambientes confinados. A NR 15 relata em
seu anexo XI os limites de tolerância à exposição de agentes químicos e para o gás
25

sulfídrico determina exposição máxima de 8ppm em tempo de exposição máximo de


48horas/semana (NORMA REGULAMENTADORA 15, 2014).

2.3.5 Choque Elétrico

Araújo (2006, p.40) define choque elétrico como:

[...] uma perturbação de natureza de natureza e efeitos diversos que se


manifesta no organismo humano quando esse é percorrido por uma
corrente elétrica. Os seguintes fatores determinam a gravidade do
choque elétrico:
a) percurso da correte elétrica;
b) características da correte elétrica;
c) Resistência elétrica do corpo;

As atividades envolvendo eletricidade usualmente realizada dentro de espaços


confinados são: solda elétrica, esmerilhamento, corte com abrasivo. É importante
mencionar também, os riscos oferecidos pela eletricidade estática, que se trata de um
fenômeno de acumulação de cargas elétricas no corpo, seja ele condutor, semicondutor
ou isolante, e caso não sejam controladas podem causar explosão. Utilizam-se como
medida de proteção mais importante o aterramento ou ignição elétrica das partes
condutoras as partes elétricas (SOARES, 2012).

2.3.6 Risco de Queda

Os trabalhos realizam no interior de tanques, reatores, e outros que apresentam


desnível, oferecem riscos de queda aos trabalhadores (BIONE, 2009).
Os riscos de queda, batida contra, fraturas e até morte também pode estão
combinados com os riscos de queda de equipamentos, objetos, ferramentas da superfície
no espaço confiando para dentro do mesmo, podendo atingir os trabalhadores que
realizam o trabalho no interior (SOARES, 2012).

2.3.7 Iluminação

A iluminação adequada dentro de um espaço confinado trata-se de um fator de


grande importância, pois esta é responsável por garantir o conforto visual do
trabalhador. Falta ou iluminação excessiva do ambiente de trabalho faz com que o
26

trabalhador force sua visão para se adequar, além de comprometer a atividade em si,
favorecendo a ocorrência de acidentes. Podemos citar como exemplo a atividade de
corte, que além dos riscos da utilização do equipamento de corte, em caso de baixa
iluminação do local, aumentaria os riscos de acidente ao trabalhador (STADIKOWSKI,
2010).

2.4 Gestão de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

A NR 33 atribui a responsabilidade da implementação da gestão de segurança e


saúde nos trabalhos em espaços confinados aos empregadores, que devem planejar,
programar, implementar e avaliar, incluindo medidas técnicas de prevenção,
administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de forma a garantir condições
adequadas de trabalho. Assim, a norma estabelece condutas obrigatórias à entrada de
ECs, entre essas medidas estão a utilização da permissão de entrada e trabalho, a
realização de medidas de resgate e outros procedimentos. (PIATTELLI, 2013)
Faz parte da gestão de segurança e saúde a elaboração de um programa de
entrada em espaço confinado, que dentre outras coisas, deverá auxiliar os trabalhadores
no reconhecimento de ambientes confinados, para que não sejam surpreendidos pelos
seus riscos. Segundo a NBR 14.787, o programa deve contemplar os seguintes itens:

[...] 1. Manter permanentemente um procedimento de permissão de


entrada, que contenha a permissão de entrada, arquivando-a.
2. Implantar as medidas necessárias para prevenir as entradas não
autorizadas.
3. Identificar e avaliar os riscos dos espaços confinados antes da
entrada dos trabalhadores.
4. Providenciar treinamento periódico para os trabalhadores
envolvidos com espaços confinados sobre os riscos a que estão
expostos, medidas de controle e procedimentos seguros de trabalho.
5. Manter por escrito os deveres dos supervisores de entrada, dos
vigias e dos trabalhadores autorizados com os respectivos nomes e
assinaturas.
6. Implantar o serviço de emergências e resgate mantendo os mesmos
sempre à disposição, treinados e com equipamentos em perfeitas
condições de uso.
7. Providenciar exames médicos admissionais, periódicos e
demissionais – ASO – Atestado de saúde ocupacional, conforme NR 7
do Ministério do Trabalho.
8. Desenvolver e implementar meios, procedimentos e práticas
necessárias para operações de entradas seguras em espaços
confinados, incluindo, mas não limitado, aos seguintes:
- Manter o espaço confinado devidamente sinalizado e isolado,
providenciando barreiras para proteger os trabalhadores que nele
entrarão;
27

- Proceder a manobra de travas e bloqueios, quando houver


necessidade;
- Proceder a avaliação da atmosfera quanto à presença de gases ou
vapores inflamáveis, gases ou vapores tóxicos e concentração de
oxigênio; antes de efetuar a avaliação da atmosfera, efetuar o teste de
resposta do equipamento de detecção de gases;
- Proceder à avaliação da atmosfera quanto à presença de poeiras,
quando reconhecido o risco;
- Purgar, inertizar, lavar ou verificar o espaço confinado, para eliminar
ou controlar os riscos atmosféricos;
- Proceder a avaliação de riscos, físicos, químicos, biológicos e/ou
mecânicos.

2.4.1 Permissão de Entrada e Trabalho

A permissão de entrada e trabalho (PET) é um documento e um importante


instrumento de controle, no qual consta uma lista de todas as providências necessárias
para um adentramento seguro em ambientes de ECs. Assim, a PET é criada com
embasamento em padrões estabelecidos pela NR 33 e NBR 14.787 e deve ser
preenchida por uma pessoa que tenha experiência operacional para reconhecer os riscos,
avaliando-os e propondo barreiras necessárias para neutralizá-los ou controlá-los. Todo
o trabalhador envolvido em atividade de ECs deve ser instruído a não iniciar qualquer
atividade sem a PET. (STADIKOWSKI, 2010)
A NR 33 estabelece que a PET deve ser válida para cada entrada. Segundo
Piattelli (2013, p.22) os aspectos que devem ser apresentados pela PET são:

[..] a) seguir o procedimento de emissão, uso e cancelamento de


permissões de entrada;
b) deve ser expedida para uma determinada atividade, para um local
de trabalho específico e por um período de tempo indeterminado, não
podendo exceder o tempo exigido para completar a tarefa;
c) deve ser mantida na entrada do espaço ou, então, colocada à
disposição de quem entrar nele;
d) ser assinada, e/ou cancelada pelo supervisor. A permissão deve ser
renovada no surgimento de novas condições;
e) manter arquivadas as permissões canceladas durante um
determinado período, não menor que um ano;
f) garantir que todos os procedimentos de limpeza, ventilação e
isolamento foram realizados;
g) assegurar a existência de um documento assinado por pessoas
responsáveis pela realização do monitoramento ambiental;
h) assegurar que todo equipamento de emergência e de proteção
individual esteja disponível e funcionando corretamente;
i) planejar previamente todos os procedimentos de resgate.
28

Para assegurar condições de trabalho adequadas as empresas devem seguir as


exigências estabelecidas através de normas e regulamentos. Para auxiliar a empresa na
criação da PET a norma regulamentadora 33 propõe um modelo, como podemos ver no
ANEXO A – MODELO DE PERMISSÃO DE ENTRADA E TRABALHO (PET). A
NR veda que qualquer trabalho realizado em espaço confinado de maneira isolada ou
individual, para isso a norma prevê que além do trabalhador autorizado para realizar o
adentramento é necessário a presença de no mínimo um supervisor de entrada e um
vigia (PIATTELLI, 2013).

2.4.2 Supervisor de Entrada

A NR 33, estabelece que o supervisor de entrada deve verificar as condições dos


ECs identificando os riscos do local, tendo o mesmo a capacidade de aprovar ou
reprovar a realização das atividades em ECs. O supervisor tem também a autonomia
para realizar as adaptações necessárias afim de, criar um ambiente mais seguro
(PIATTELLI, 2013)
A NR 33 (2006, p.3) atribui aos supervisores as seguintes responsabilidades:

[...] a) emitir a Permissão de Entrada e Trabalho antes do início das


atividades;
b) executar os testes, conferir os equipamentos e os procedimentos
contidos na Permissão de Entrada e Trabalho;
c) assegurar que os serviços de emergência e salvamento estejam
disponíveis e que os meios para acioná-los estejam operantes;
d) cancelar os procedimentos de entrada e trabalho quando necessário;
e
e) encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho após o término dos
serviços.

É importante ressaltar que a NR 33 também estabelece que o supervisor também


poderá assumir a função do vigia.

2.4.3 Vigia

O vigia tem a função de observador externo do ECs, tendo o mesmo que


estabelecer um controle de entrada no EC, para que ao fim da atividade tenha como se
certificar da saída de todas as pessoas que adentraram. Além do controle de pessoas, o
vigia deve também permanecer do lado externo do EC durante toda a realização dos
trabalhos, sempre mantendo contanto com os trabalhadores autorizados a realizar tarefas
29

no interior dos ECs. Com isso, a NR 33 (2006, p.3) atribui aos vigias as seguintes
responsabilidades:
[...] a) manter continuamente a contagem precisa do número de
trabalhadores autorizados no espaço confinado e assegurar que todos
saiam ao término da atividade;
b) permanecer fora do espaço confinado, junto à entrada, em contato
permanente com os trabalhadores autorizados;
c) adotar os procedimentos de emergência, acionando a equipe de
salvamento, pública ou privada, quando necessário;
d) operar os movimentadores de pessoas; e
e) ordenar o abandono do espaço confinado sempre que reconhecer
algum sinal de alarme, perigo, sintoma, queixa, condição proibida,
acidente, situação não prevista ou quando não puder desempenhar
efetivamente suas tarefas, nem ser substituído por outro Vigia.

2.4.4. Emergência e Salvamento

A NR 33 estabelece uma série de medidas de controle para trabalhos realizados


em ECs, mas não podemos descartar a possibilidade de ocorrência de acidentes. Para
isso, a norma apresenta a necessidade da empresa em ter um plano de emergência e
salvamento com porte de equipamentos, com equipe de salvamento apta física e
mentalmente para situações de emergência e com a capacitação da equipe de
salvamento de todos os cenários possíveis de acidentes, estes identificados na análise de
risco. Assim, de acordo com a NR 33(2006, p. 3), o empregador deve se responsabilizar
por (PIATTELLI, 2013):

[...] a) descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir


da Análise de Riscos;
b) descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros a serem
executadas em caso de emergência;
c) seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de comunicação,
iluminação de emergência, busca, resgate, primeiros socorros e
transporte de vítimas;
d) acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela
execução das medidas de resgate e primeiros socorros para cada
serviço a ser realizado; e
e) exercício simulado anual de salvamento nos possíveis cenários de
acidentes em espaços confinados.

2.4.5 Treinamento Pessoal

Todos os trabalhadores envolvidos em atividades de ECs devem seguir um


programa de treinamento de forma a capacita-los a fazer o trabalho de forma segura. O
programa deverá ter como conteúdo programático os seguintes itens (BIONE, 2009):
30

a) definição de um EC;
b) identificação de perigos e riscos dos ECs;
c) avaliação e controle de riscos;
d) calibração e/ou teste de equipamentos utilizados;
e) certificados de uso correto de equipamentos utilizados;
f) simulação, resgate e primeiros socorros;
h) instrução de como preencher uma PET

A NR 33 prevê carga horária mínima para todos os trabalhadores envolvidos em


atividades de EC, para supervisores determinou-se que a capacitação inicial deverá ter
carga horária mínima de 40 horas, para vigias e trabalhadores autorizados ao
adentratamento dos ECs, a determinação é de carga horária de no mínimo 16 horas. A
reciclagem para todos os envolvidos nos trabalhos de ECs deverá ser de no mínimo 8
horas, em um período de 12 meses. A Norma prevê ainda que todos os
treinados/capacitados deverão receber certificado que contenha seu nome, carga horária,
especificação do trabalho a ser realizado no EC, horas de treinamento, assinatura dos
responsáveis técnicos e instrutores (NORMA REGULAMENTADORA 33, 2012).

2.4.6 Análise Preliminar de Risco

Análise Preliminar de Riscos (APR) - A APR é um método que analisa riscos


globais de uma planta, permitindo identificar causa e consequências, afim de propor
medidas de controle. É utilizada com primeira ferramenta de abordagem das situações
de riscos, por isso é chamada análise preliminar. (BATISTA, 2014).
A APR é aplicada como análise inicial (qualitativa) de uma área, sistema,
procedimento, projeto ou atividade. Na indústria química, geralmente é uma ferramenta
aplicada na fase inicial de um projeto e principalmente nas análises de risco de um
processo, para identificação dos perigos, avaliando os riscos e propondo medidas
preventivas e/ou mitigadoras dos riscos, afim de, garantir condições de saúde e
segurança durante a realização dos trabalhos. Apesar de ser uma ferramenta considerada
muito eficaz, pode ser complementada com outras ferramentas, que permitam uma
análise mais detalhada (CESARO, 2013).
A APR é um formulário que contém campos com os perigos, causas,
consequências, medidas de controle, nome dos trabalhadores envolvidos, EPIs e EPCs
31

que deverão ser utilizados nos trabalhos, conforme ANEXO B – MODELO DE


ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR). A metodologia da APR estabelece uma
correlação entre variáveis de probabilidade e severidade das consequências dos
acidentes, promovendo assim uma matriz, onde os riscos são classificados em:
desprezível, tolerável e crítico. Assim para as atividades que forem analisadas como
críticas indicam que são necessárias medidas mais rígidas de segurança (CESARO,
2013).
O formulário da APR deve ser preenchido por engenheiros de segurança, técnico
de segurança, além de todos os trabalhadores envolvidos na atividade de EC (vigia,
supervisor e trabalhador), além dos profissionais com experiência da empresa, que
poderão contribuir com alternativas e soluções para os problemas. Como boas práticas
de segurança, o formulário deve ser revisado anualmente por pessoas do setor de
segurança da empresa. Recomenda-se que para toda e qualquer atividade realizada em
uma indústria química, seja ela rotineira ou não, deve ser avaliada pela APR
(BATISTA, 2014).
O Quadro 4, mostra as categorias de frequência:

Quadro 4 - Categorias de Frequência


Categoria Denominação Descrição
A EXTREMAMENTE Conceitualmente possível,
REMOTA mas extremamente
improvável de ocorrer durante
a vida útil do processo de
instalação.
B REMOTA Não esperado ocorrer durante
a vida útil do
processo/instalação
C IMPROVÁVEL Pouco provável de ocorrer
durante a vida útil do
processo/instalação.
D PROVÁVEL Esperado ocorrer até uma vez
durante a vida útil do
processo/instalação
E FREQUENTE Esperado de ocorrer várias
vezes durante a vida útil do
processo/instalação.
Fonte: CESARO, 2013

Para classificação de severidade das atividades as categorias apresentadas são


desprezíveis, marginal, crítica e catastrófica e estão descritas no quadro 5.
32

Quadro 5 – Categorias de Severidade


Categoria Denominação Descrição/Características
*Sem danos ou danos insignificantes aos equipamentos,
à propriedade e/ou ao meio ambiente;
I *Não ocorrem lesões/mortes de funcionários, de
DESPREZÍVEL terceiros (não funcionários) e/ou pessoas (indústrias e
comunidade); o máximo que pode ocorrer são casos de
primeiros socorros ou tratamento médico menor;
II *Danos leves aos equipamentos, à propriedade e/ou ao
meio ambiente (os danos materiais são controláveis e/ou
MARGINAL de baixo custo de reparo);
*Lesões leves em empregados, prestadores de serviço
ou em membros da comunidade;
III *Danos severos aos equipamentos, à propriedade e/ou
ao meio ambiente;
*Lesões de gravidade moderada em empregados,
CRÍTICA prestadores de serviço ou em membros da comunidade
(probabilidade remota de morte);
*Exige ações corretivas imediatas para evitar seu
desdobramento em catástrofre;
IV *Danos irreparáveis aos equipamentos, à propriedade
CATASTRÓFICA e/ou ao meio ambiente (reparação lenta ou impossível);
*Provoca mortes ou lesões graves em várias pessoas
(empregados, prestadores de serviços ou membros da
comunidade);
Fonte: CESARO, 2013

A matriz de classificação de risco da APR, apresentada nas Figuras 4 e 5, que


utilizam critério de numeração crescente e coloração para indicar desde riscos
desprezíveis até os considerados críticos (CESARO, 2013).

Figura 4 - Matriz de classificação de risco - Frequência X Severidade

Fonte: CESARO, 2013


33

Figura 5 - Legenda da matriz classificação de risco

Fonte: CESARO, 2013

Finalmente, após análise e classificação do risco na matriz, a equipe envolvida


na análise deve trabalhar em cima de medidas preventivas e/ou mitigadoras, para que os
riscos sigam sempre na direção de menor frequência e severidade (BATISTA, 2014).

2.4.7 Ações Seguras

a) Limpeza do Ambiente

Para limpeza de ambientes recomenda-se o uso de aspiradores industriais em


detrimento da limpeza manual, pois estes se mostram mais eficazes. Deve-se tomar o
cuidado para que durante a atividade de limpeza os contaminantes atmosféricos não
sofram dispersão no ar ao invés de serem removidos, pois apesar de um procedimento
simples, a limpeza do ambiente de trabalho é uma medida de extrema eficiência, tratada
como primeira medida para a remoção dos contaminantes atmosféricos (SILVA, 2006).

b) Sistema de Alarme

Sistemas de alarme visual e/ou sonoro são um importante instrumento de


controle concentração de gases e vapores no ambiente de espaços confinados. Portanto
os alarmes devem ser instalados no interior dos locais de trabalho, devidamente
calibrados e monitorados continuamente para auxiliar de maneira correta na segurança
dos trabalhadores (PIATTELLI, 2013).

c) Ventilação

Geralmente ambientes confinados não possuem ventilação adequada, o que


impede a circulação do ar somente pela circulação do ar. Para garantir remoção dos
34

contaminantes e alívio térmicos aos trabalhadores, são utilizados como método de


controle os sistemas de insuflamento e exaustão. O primeiro gera uma pressão positiva
no interior do ambiente e empurra para fora os contaminantes e o segundo permite a
renovação do ar do ambiente. (SOARES, 2012).

d) Controle Médico

Além dos exames admissionais, a realização de exames médicos no dia da


atividade de espaço confinado é de extrema importância. Medir pressão arterial de todos
os envolvidos e o peso dos trabalhadores que adentraram o espaço é determinante na
escolha do trabalhador mais apto para realizar atividade no dia (ZAGO, 2013).

e) Oxímetros e Explosímetros

Oxímetros são aparelhos desenvolvidos para monitor continuamente a


concentração de oxigênio no ar. Para caso de concentração menor do que determinado
por norma deve-se utilizar equipamentos de respiração autônomos ou ar mandado. Já os
explosímetros são capazes medir as concentrações de gases e vapores em geral,
percentuais de aproximação do limite inferior de explosividade (LIE). Este aparelho é
utilizado para analisar a atmosfera do EC antes do adentramento. O explosímetro é uma
importante ferramenta para evitar incêndios, visto que auxilia na inspeção prévia ao
trabalho e no monitoramento durante a realização da atividade (ARAÚJO, 2006).

f) Limites de Tolerância à exposição

A NR 15 – Atividades e Operações Insalubres, define como limite de tolerância


as concentrações máximas e mínimas em função do tempo exposição, em que um
trabalhador pode ficar exposto a um agente sem sofrer danos à saúde. Portanto para toda
atividade que envolva riscos físicos (exemplo: ruído e calor), riscos químicos e
biológicos deve-se seguir rigorosamente os limites de tolerância estipulados nesta
norma (NORMA REGULAMENTADORA 15, 2014).

g) Cinto de Segurança
35

Para controle de riscos envolvendo queda do trabalhador, a NR 18 determina o


uso do equipamento de proteção individual, cinto de segurança tipo paraquedista para
atividades desempenhadas a mais de 2 metros de altura do piso. A norma relata ainda
que o cinto deverá conter um dispositivo trava-quedas e estar fixado em cabo de
segurança (NORMA REGULAMENTADORA 18, 2015).

h) Iluminação

A NR 17 determina que a iluminação no local de trabalho deva ser adequada,


natural ou artificial, de modo a não comprometer a atividade de trabalho. Deve-se
atentar para ambientes que apresentem atmosferas explosivas, onde a utilização de
luminárias à prova de explosão se faz necessária (NORMA REGULAMENTADORA
17, 2007).

i) Sinalização

É de extrema importância que durante a realização do trabalho em espaço


confinado existam placas junto a entrada deste, com advertências de segurança,
evitando a assim a entrada de pessoas não autorizadas. Recomenda-se ainda que o local
seja sinalizado com fita zebrada, para evitar que “curiosos” que possam atrapalhar e/ou
distrair os envolvidos na atividade. A Figura 6 trata-se da placa de sinalização sugerida
pela NR 33. (NORMA REGULAMENTADORA 33, 2012).

Figura 6 - Placa de sinalização

Fonte: NR 33, ANEXO I


36

3. ESTUDO DE CASO

O estudo de caso pode ser definido como a investigação de um fenômeno


contemporâneo dentro de seu contexto na vida real, principalmente quando não são
claramente definidos os limites entre o fenômeno e o contexto. O estudo utiliza dos
embasamentos teóricos para conduzir as coletas de dados e avaliá-los. Existem três tipos
de estudo de caso, são eles (TURRIONI; MELLO, 2012):

 Descritivo: tem por objetivo descrever uma realidade, através da coleta de


dados, sem pretensão de estabelecer relações de causa e efeito;
 Exploratório: chamado também de estudo piloto, objetiva testar perguntas e
conceitos já estabelecidos para uma determinada realidade, afim de, verificar a
necessidade de reformulação destes.
 Explanatório: este estudo não somente descreve uma realidade, mas apresenta,
pesquisas pessoais e exemplos, tendo por objetivo não somente descrever uma
determinada realidade, mas também contribuir explicando as relações de causa e
efeito.

O estudo de caso apresentado é do tipo explanatório, pois traz à discussão a


segurança e saúde dos trabalhadores em atividades realizadas dentro de ambientes
confinados, não somente descrevendo os riscos e medidas de controle, mas também
propondo um método de análise de risco que contribui de maneira a mitigar ou eliminar
os riscos inerentes destas atividades. Para a aplicação do método proposto foram
escolhidas atividades realizadas dentro de um reservatório de ácido sulfúrico, são elas:
processos de pintura e limpeza (PPL); processos de união e/ou separação de metais a
quente pelo uso de corrente elétrica (PUSCE).
Quanto à forma de abordar o estudo, classifica-se como quantitativa, aquela que
utiliza técnicas estatísticas, considerando conceitos que podem ser medidos e
replicados; qualitativa, aquela que não utiliza métodos estatísticos, sendo considerado
apenas as observações e interpretações dos fatos analisados; e combinada onde o
pesquisador opta pela utilização de ambas em seu estudo (TURRIONI; MELLO, 2012).
No caso apresentado, o estudo utiliza a forma qualitativa, pois para a identificação dos
riscos e proposição de métodos de controle são consideradas as observações,
experiências e interpretações do time responsável pela análise (engenheiros de
37

segurança, técnicos, supervisor de entrada, vigia, trabalhadores que adentrarão o EC e


outros envolvidos indiretamente).
A empresa onde o estudo de caso foi realizado é uma multinacional do ramo
farmacêutico, cujo nome será preservado por questões de ética, composta por cerca de
100 mil pessoas em 360 filiais espalhadas em 140 países ao redor do mundo, possuindo
um portfólio de mais de 50 produtos-chave no mercado, muitos deles líderes em suas
respectivas áreas terapêuticas para melhor atender as necessidades dos pacientes. No
Brasil, conta com mais de 3100 colaboradores trabalhando em quatro fábricas, neste
trabalho considerou-se apenas a empresa localizada em uma região estratégica entre as
principais cidades brasileiras no eixo Rio de Janeiro – São Paulo, que ocupa uma área
de 25.000m2, com mais de 200 colaboradores trabalhando na unidade. O estudo de caso
foi realizado durante o estágio no setor de Segurança e Meio ambiente da empresa, onde
foi possível participar de reuniões, realizar entrevistas, acompanhar atividades de espaço
confinado, além de realizar consultas diárias na intranet da empresa.

O estudo de caso apresentado foi estruturado em quatro etapas de execução:

 Etapa I – Fundamentação teórica: De acordo com as legilações vigentes foi


realizado a fundamentação teórica inicial para auxiliar na identificação de
espaços confinados. Pesquisou-se ainda sobre os riscos inerentes das atividades
realizadas em ambientes confinados, bem como as normas estabelecidas que
visam garatir a saúde e segurança dos trabalhaodores.
 Etapa II – Elaboração do método de análise de riscos: Nesta etapa foi
apresentado um método de análise de riscos, com base na análise preliminar de
risco APR já conhecida e relatada na fundamentação teórica.
 Etapa III – Aplicação do novo método proposto: Aplicação do método
proposto na Etapa II em atividades realizadas dentro da indústria química,
analisando os riscos para verificação da eficácia da aplicação do mesmo.
 Etapa IV – Conclusão: A partir da análise realizada pelo método proposto foi
feito a conclusão do trabalho teórico de acordo com o objetivos iniciais e
específicos relatados no ínico do estudo de caso.

3.1 Proposta de Método de Análise de Risco

O método de avaliação proposto foi desenvolvido a partir de métodos de riscos


já conhecidos, como a APR (Análise Preliminar de Risco) e tem por objetivo
38

identificar, avaliar e propor medidas de controle de risco das atividades. Para a análise,
o presente método conta com uma planilha, subdivida nos blocos: identificação de
riscos, controle de riscos existes e métodos adicionais de controle de riscos.
A análise e preenchimento da planilha devem ser realizados por um time de
técnicos de segurança experientes, engenheiros de segurança, trabalhadores que
executarão a atividade e todos os profissionais que puderem acrescentar durante a
análise de risco. É de responsabilidade do time de prevenção completar a análise de
risco e assegurar que as medidas de controle previstas sejam implementadas, afim de
reduzir o risco para um nível aceitável.
Segue abaixo a descrição de cada bloco, a qual a planilha foi dividida:

a) Identificação de Riscos

O primeiro bloco “Identificação de Risco”, da Figura 7, propõe em colunas um


levantamento das atividades, suas consequências, uma análise de risco inicial, entre
outros. O modo de preenchimento destas colunas está descrito no
Quadro 6.

Figura 7 - Primeiro bloco da planilha


IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS
Risco Inicial
Sumário da
Exposição SIF
atividade Perigos Consequências Pessoas em Risco Nível de
(Atividade de Risco) Gravidade Probabilidade
Risco

Fonte: Arquivo Pessoal

Quadro 6 - Orientação de preenchimento do primeiro bloco da planilha


COLUNA DESCRIÇÃO/DETALHAMENTO EXEMPLOS

Exposição Atividade com potencial de risco Atividade realizada em espaço


confinado; atividade em altura

Sumário da Descrever sucintamente a atividade a Onde será realizada?; Em qual


Atividade ser realizada período vai ser realizado? De que
maneira será realizada?

Continua
39

Continuação

Perigos Listar os riscos prováveis que podem Atmosfera inflamável ou


ser comumente provocados por esta explosiva
atividade.

Consequências Quais são as consequências Incêndio, explosão, morte,


associadas aos perigos listados ferimento grave, asfixia,
queimaduras, etc

Pessoas em Risco Quem são as pessoas em risco de Empregados,contratados/terceiros,


atividade? visitantes, etc.

O risco inicial é o risco sem Severidade – crítica


Risco Inicial quaisquer medidas de controle Probabilidade – altamente
aplicadas. Os fatores de risco iniciais provável
são gravidade, probabilidade e nível Nível de risco – alto risco
de risco

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

b) Controle de Riscos Existentes

Para listar e avaliar a eficiência dos métodos de controle de riscos existentes, a


planilha conta com o bloco “Controle de Riscos Existentes”, conforme Figura 8. Para
preenchimento deste bloco, segue instruções no Quadro 7.

Figura 8 - Segundo bloco da planilha


CONTROLE DE RISCOS EXISTENTES
Categorias de Controle Risco Atual
Controles Existentes (Camadas de defesas aplicadas) (com controle no local)
(As medidas de controle que estão em
vigor, para gerenciar risco) Nível de
A B C D E Gravidade Probabilidade
Risco

Fonte: ARQUIVO PESSOAL


40

Quadro 7 - Orientação de preenchimento do segundo bloco da planilha


COLUNA DESCRIÇÃO/DETALHAMENTO Exemplos

Controles As medidas de controle que estão em PET – Permissão de Entrada e


Existentes vigor para gerenciar riscos Trabalho, ventilação forçada,
EPIs, etc.

Aplicações de Camadas de defesas Projetar alterações ou


Categoria de
para reduzir o risco em geral, com substituições, reduzir frequência
Controle
ênfase em soluções de engenharia. da atividade, instalar sistemas de
segurança.

Os fatores de risco atuais são Gravidade - Crítica


Risco Atual
reavaliados levando em conta as Probabilidade - Possível
medidas de controle existentes. Nível de Risco - Risco Médio

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

c) Métodos Adicionais de Controle de Riscos

O bloco “Métodos Adicionais de Controle de Riscos”, auxilia na avaliação da


confiabilidade dos controles existes, dando abertura para proposição de ações de
controle adicionais, atribuindo a responsáveis com data para execução, conforme Figura
9. Para preenchimento deste bloco, segue instruções no Quadro 8.

Figura 9 - Terceiro bloco da planilha


MÉTODOS ADICIONAIS DE CONTROLE DE RISCOS

Data
Verificar Confiabilidade Responsabilidade
(Data para
(Eficácia das camadas de defesa por Controles Adicionais (Pessoas responsáveis
conclusão
uma série de perguntas) por implentar as ações)
das ações)

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

Quadro 8 - Orientação de preenchimento do terceiro bloco da planilha


COLUNA DESCRIÇÃO/DETALHAMENTO EXEMPLOS
A entrada em espaços confinados
Confiabilidade das medidas de
Verificar tornou-se rotineira? Alguns
controle existentes. É considerada
Confiabilidade empregados e contratados não
uma série de perguntas para avaliar a
tinham recebido treinamento?
eficácia de cada camada de
controle/defesa.

Continua
41

Continuação

Se os controles existentes não Todos os trabalhadores que


Controles
reduzem o risco para um nível realizam atividade em EC devem
Adicionais
aceitável, ou não está funcionando ser treinados novamente
como previsto, controles adicionais
devem ser necessários.
João (Engenheiro de Segurança) –
A pessoa (s) responsável pelas ações Julho 2016
Responsável e Data
necessárias com data de conclusão
prevista.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

3.1.1 Fatores de Riscos para Risco Inicial e Atual

Como explicado no item anterior, trata-se de risco inicial, os riscos que toda e
qualquer atividade oferece sem qualquer medida de controle. E para risco atual,
consideram-se nesse método, os riscos que permanecem mesmo após aplicação de
medidas de controle no local da atividade. Para estimar o nível de risco, inicial e atual,
utilizam-se os fatores: gravidade, probabilidade e do nível de risco.

a) Gravidade

Pode ser classificada como crítica ou catastrófica, significativa, marginal ou


desprezível, conforme explicação do Quadro 9 abaixo.

Quadro 9 - Classificações de gravidade


Gravidade DESCRIÇÃO/DETALHAMENTO Exemplos
Trauma que afeta órgãos vitais,
Risco de acidente crítico, que pode
Crítico ou ferimentos na cabeça
levar a morte; altos índices de quase
Catastrófico significativos, múltiplas fraturas,
acidente; doença ocupacional com
queimaduras graves, a exposição
consequências irreversíveis.
à radiação, enfisema, morte etc.

Um acidente com lesões Fraturas simples; 2º grau


significativas, mas reversíveis; doença queimaduras, lesão nas costas etc.
Significativa
ocupacional significativa, mas
reversível.

Um acidente com lesões reversíveis Laceração, tornozelo torcido,


Marginal menores; doença profissional desconforto respiratório etc.
reversível

Continua
42

Continuação

Um acidente que exige apenas Menor laceração, dermatite, etc.


primeiros socorros; doença
Desprezível
ocupacional leve temporária ou
desconforto

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

b) Probabilidade

A probabilidade está diretamente relacionada com o histórico de acidentes e


“quase acidentes” da atividade dentro da indústria ou por estatísticas apresentadas. No
entanto, não se devem descartar atividades que não apresentem ocorrências, pois apesar
de uma análise de risco ser naturalmente subjetiva, esta deve ser o mais próximo
possível do nível correto de risco. Para análise, a probabilidade pode ser classificada em
quatro categorias, conforme Quadro 10 abaixo.

Quadro 10 - Classificações de probabilidade


Probabilidade DESCRIÇÃO/DETALHAMENTO

Altamente provável Acidentes muito prováveis de ocorrer e são de esperar; já foram relatados
acidentes semelhantes dentro da indústria, ou em indústrias semelhantes nos
últimos 2 anos; estatísticas de "quase-acidentes" são maiores nos últimos dois
anos.

Acidentes são susceptíveis de ocorrer e são bastante prováveis; acidentes


Provável semelhantes foram relatados dentro da indústria ou em indústrias similares
nos últimos 10 anos, estatística de “quase acidentes” são maiores nos últimos
10 anos.

Apesar de ser incomum, é possível estes acidentes ocorrerem; acidentes


Possível semelhantes podem ter sido relatados na indústria ou em indústrias similares
nos últimos 25 anos; estatística de “quase acidentes” maiores nos últimos 25
anos.

Apesar de imaginável, chance improvável do acidente ocorrer; acidentes


Improvável
nunca antes ocorridos dentro da indústria; último relato do acidente foi em
uma indústria com baixo investimento em segurança e controle de riscos.

Fonte: ARQUIVO PESSOAL


43

c) Nível de Risco

O nível de risco trata-se da combinação da gravidade e probabilidade, que de


acordo com a matriz representada na Figura 10, abaixo, pode-se indicar a atividade que
apresenta potencial de morte ou lesão grave (risco alto ou médio) sendo necessárias
assim, que sejam aplicadas outras medidas de controle para que o risco pode ser
classificado com um nível aceitável (baixo ou muito baixo). A matriz gerada por novo
método proposto se assemelha com a matriz gerada por uma APR.

Figura 10 - Matriz probabilidade X gravidade

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

3.1.2 Categorias de Controle (Camadas de Defesa)

Esta secção da tabela nos fornece orientações sobre a aplicação de controles


(camadas de defesa) para reduzir o risco global. Tarefas identificadas como de "alto
risco" exigirá a aplicação de múltiplas camadas de defesa independentes, com
prioridade e ênfase dada a alterações de layout ou soluções de engenharia, a fim de
eliminar o risco ou reduzi-la a um nível aceitável.
Da mesma forma uma atividade identificada como um "médio risco"
provavelmente só irá exigir a aplicação de uma solução adicional de camada única ou de
engenharia defesa.
Na determinação das categorias de controle é importante seguir sempre a
hierarquia dos controles de risco, para atingir o nível máximo de controle e assim
garantir que o risco seja reduzido a nível aceitável. A hierarquia de controle de risco
está detalhada no Quadro 11 e esta pode ser dividida em:
44

A. Eliminação do perigo por alteração de Layout ou substituição de


produto/equipamento;
B. Soluções de Engenharia;
C. Dispositivos ativos de segurança;
D. Redução significativa da frequência
E. Controles Administrativos

Quadro 11 - Classificação das Camadas de defesa


Categoria de Controle DETALHAMENTO/Exemplos Exemplos

A eliminação do perigo por alteração O perigo é eliminado, o risco é


no layout ou substituição; zero.
A – Alteração no
Ex: instalação de plataforma para
layout ou substituição
evitar risco de queda; substituição de
produto químico para um menos
perigoso

Sistema de engenharia que não Pode reduzir a gravidade ou a


B-Soluções de exigem a intervenção humana probabilidade de um ou dois
Engenharia Ex: sistema automatizado de níveis na matriz em função da
desligamento das pás de um reator sua eficácia para controlar
químico toda vez que aberta sua tampa riscos e confiabilidade

Pode reduzir a gravidade ou a


Controle ativo para inibir, mas não probabilidade de um acidente
C – Dispositivos
impedir o acesso ao perigo. em um nível na matriz em
Ativos de Segurança
Ex: Placa de Segurança com o aviso função da sua eficácia para
de trabalho em espaço confinado controlar riscos e
confiabilidade.

Redução significativa da exposição Pode reduzir a gravidade ou a


D – Redução tarefa. probabilidade de um acidente
Significativa da Ex: frequência Mudança exposição de por um período máximo de um
Frequência diária a mensal; a frequência da nível, desde que a integridade
exposição é monitorada dos controles adicionais
continuamente. implementados pode ser
confirmada.

Introdução de controles Pode reduzir a probabilidade


administrativos que reforcem a de um acidente
segurança;
E-Controles Ex: utilização de EPIs, Treinamentos
Administrativos periódico dos colaborares, elaboração
de procedimentos de segurança,
auditorias internas, introdução de
políticas de segurança baseadas no
comportamento
Fonte: ARQUIVO PESSOAL
45

Uma vez que as camadas de defesa sejam aplicadas é possível reduzir o fator de
risco, que é, diminuir a probabilidade e/ou gravidade no interior da matriz diminuindo a
nível de risco da atividade.Vale ressaltar que, no caso de redução de frequência, esta
medida sozinha nunca é o suficiente para gerir o risco da atividade.

3.1.3 Verificar Confiabilidade

Nesta secção é analisada confiabilidade das medidas de controle existentes. O


método propõe questionamentos que ao serem respondidos dão abertura para que outras
questões possam surgir. É neste momento que o time responsável pelo preenchimento
da planilha repensa, discutindo as questões relacionadas abaixo, verificando assim a
eficácia dos controles e métodos de segurança aplicados nas atividades. As questões
sugeridas são:

 Existe uma abordagem clara e global para a gestão deste risco? (Política,
procedimento, programa etc.?)
 Foram consideras todas as camadas de defesa propostos? (Eliminação,
substituição, Engenharia, Administração, Equipamentos de Proteção Individual)
 Os métodos de controle de riscos são claramente definidos?
 As medidas de controle foram projetadas, sugeridas, analisadas por pessoas que
se familiarizam com o risco da atividade envolvida?
 Os trabalhadores que executaram a atividade participaram da elaboração e
implementação dos métodos de controle de riscos?
 As responsabilidades dos sistemas de controle estão claramente definidas e
comunicadas (Ex: para atividades e espaço confinado, os vigias e supervisores
estão cientes das suas responsabilidades?)
 Os controles propostos irão operar da forma pretendida?
 Os controles de segurança propostos podem ser substituídos, ignorados ou
desconsiderados?
 Todos envolvidos na atividade conhecem das medidas de controle existentes e o
porquê elas são necessárias?
 As medidas de controle foram aderidas por todos envolvidos? Isso se aplica a
todas as situações, atividades, equipamentos, onde possa existir risco.
46

 As medidas de controle propostas abrangerão todas as pessoas que possam ser


prejudicas por esse risco? (Empreiteiros, funcionários e outros)
 Todos os envolvidos na atividade foram treinados?
 As medidas de controles propostos já falharam no passado e/ou em outra
indústria semelhante?
 Os métodos de controle propostos serão monitorados, testados, inspecionados ou
auditados regularmente para garantir que estes estão operando como previsto?
 Existe programação para revisar e atualizar os métodos de controle propostos
quando ocorrem mudanças que podem alterar o risco?

3.2 Aplicação do Método de Análise de Risco Proposto

Para aplicação de análise de risco do método proposto, foram escolhidos


os trabalhos realizados no interior de um reservatório de ácido sulfúrico, H2SO4. Sendo
o reservatório não projetado para permanência humana contínua, com meios limitados
de entrada e saída e não oferecendo ventilação adequada, este está caracterizado como
espaço confinado. O tanque apresenta formato de tanque cilíndrico vertical,
confeccionado em aço carbono com capacidade de 130m3, altura de 9,4m e 4,2 de
diâmetro, conforme Figura 11.
Figura 11 - Tanques de ácido sulfúrico

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

Para iniciar uma análise de risco pelo método proposto, informações sobre o
produto armazenado foram necessárias. O ácido sulfúrico, também conhecido como
47

sulfato de hidrogênio, é uma substância fortemente corrosiva, podendo causar


queimaduras severas a pele e danos aos olhos. O ácido não é combustível, mas ataca
metais produzindo gás hidrogênio que é extremamente inflamável. Em caso de
incêndio, resfriar o reservatório com neblina de água, utilizar pó químico ou gás
carbônico, não é recomendado utilização direta do jato de água.

A partir do diamante de risco do Ácido Sulfúrico, pode se constatar que o


mesmo não possui risco de inflamabilidade (0), o grau de risco de saúde é muito alto
(3), podendo levar até a morte, e seu grau de reatividade tem perigo de reação química
violenta (2).
Foram escolhidas as atividades abaixo, realizadas dentro de uma indústria
química, para análise de acordo com o novo método de avaliação proposto, segue:
 Processos de pintura e limpeza (PPL);
 Processo de união e/ou separação de metais a quente pelo processo de uso de
corrente elétrica (PUSCE);

a) Processo de pintura e limpeza (PPL)

Mediante reunião com o time responsável pela análise (supervisor de entrada,


vigia, trabalhadores que adentrarão o EC e outros envolvidos indiretamente), iniciou-se
o preenchimento do primeiro bloco da planilha proposta pelo método, conforme Figura
12:

Figura 12 - Aplicação do primeiro bloco da planilha para a atividade PPL


IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS
Risco Inicial
Exposição Sumário da
Perigos Consequências Pessoas em Risco Nível de
(Atividade de risco) atividade Gravidade Probabilidade
Risco

* Falta de
ventilação; *Intoxicação;
* Manuseio de
tintas e solventes; *Risco de queda; *Asfixia;
*Operadores;
*Utilização de *Atmosfera *Tontura;
*Terceiros e/ou
ferramentas de perigosa;
*Desmaios; contratados; Crítica ou
Espaço Confinado limpeza e pintura; Provável
Catastrófica
*Gases tóxicos;
*Morte; *Equipe de
*Atividade realizada
Manutenção;
por 2 trabalhadores *Deficiência de
no interior, no oxigênio; *Fraturas;
período da manhã
*Contaminação *Lesões;
ambiental;
Fonte: ARQUIVO PESSOAL

Conforme visto na figura acima, a planilha iniciou-se caracterizando a atividade


em espaço confinado, descrevendo brevemente que esta terá manuseio de tintas e
48

solventes, utilização de ferramentas de limpeza e pintura, sendo executados por 2


funcionários no período da manhã do expediente. Os perigos da atividade são riscos
como: falta de ventilação, queda, deficiência de oxigênio, atmosfera perigosa,
contaminação ambiental, gases tóxicos. As consequências inerentes destes riscos podem
ser: intoxicação, asfixia, tontura, desmaios, morte, incêndio e/ou explosão causada por
contato de vapores com a fonte de ignição, danos materiais e/ou ao meio ambiente. Se a
atividade for realizada em altura, fraturas e lesões podem ser incluídas nestes riscos. A
atividade poderá ser realizada por operadores, terceiros e pela equipe de manutenção.
Estimando o risco inicial, sem aplicação de quaisquer medidas de controle, visto
que as consequências podem levar a morte ou a doenças ocupacionais irreversíveis,
classificou-se gravidade como: crítica e/ou catastrófica. Já na classificação da
probabilidade levou em consideração, o conhecimento do time responsável pela análise,
que relatou ter conhecimento de acidentes em empresas semelhantes nos últimos 10
anos. Assim, a probabilidade foi classificada como “provável”. Por fim, a combinação
de gravidade X probabilidade resultou em risco inicial crítico, conforme Figura 13.

Figura 13 - Aplicação da matriz probabilidade x gravidade

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

Para darmos continuidade na análise, o segundo bloco da planilha foi


preenchido, listamos as medidas de controle existes para realização da atividade. Se faz
necessário o cinto de segurança, não somente para evitar queda do trabalho, mas
também para facilitar em caso de resgate do mesmo. Para conforme térmico e captura
dos contaminantes atmosféricos foi proposto utilização de sistema de exaustão e
insuflamento. O técnico de segurança ainda relatou a importância de utilizar somente a
quantidade necessária de solvente e tinta, para caso de vazamento do reservatório, o
químico não extrapolar para o meio ambiente. Além dessas medidas, treinamento e
49

procedimentos de segurança também foram listados, conforme podemos ver na Figura


14:
Figura 14 - Aplicação do segundo bloco da planilha para a atividade PPL

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

Ainda no segundo bloco, para a aplicação a secção “Camada de defesa” da


planilha, observou-se a possibilidade de melhoria, nas seguintes camadas:

 A, com a substituição de solventes e tintas por outros produtos menos


agressivos;
 C, com a colocação da placa de aviso na parte externa de onde o trabalho
está sendo realizado, evitando assim a aproximação de curiosos;
 D, com a redução significativa da frequência, de mensal para trimestral, visto que
isso não atrapalha a qualidade de processo;
 E, com a aplicação de auditorias internas;

A partir da aplicação das medidas de controle existentes na indústria, e as


oportunidades de melhoria oferecidas pelas camadas de defesa, o time da análise,
classificou o risco atual com gravidade marginal e probabilidade improvável. Assim,
chega-se ao nível de risco aceitável, conforme podemos verificar na Figura 15.
50

Figura 15 - Aplicação da matriz probabilidade x gravidade

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

O terceiro bloco, conforme Figura 16, iniciou-se com a secção “verificar


confiabilidade”, onde foram analisados e discutidos todos os questionamentos sugeridos
pelo método e chegou-se à conclusão de que passou despercebido o período de revisão
dos procedimentos e a elaboração de calendário anual de treinamentos de todos os que
podem estar envolvidos nesta atividade. Assim estas sugestões foram adicionadas na
secção “controles adicionais” e atribuídas como responsabilidade para os técnicos de
segurança e equipe de recursos humanos, com prazo de 2 meses para conclusão a partir
da data de preenchimento da planilha.

Figura 16 - Aplicação do terceiro bloco da planilha para a atividade PPL


MÉTODOS ADICIONAIS DE CONTROLE DE RISCOS

Data
Verificar Confiabilidade Responsabilidade
(Data para
(Eficácia das camadas de defesa por Controles Adicionais (Pessoas responsáveis
conclusão
uma série de perguntas) por implentar as ações)
das ações)

*Qual a periodicidade de revisão dos *Incluir no procedimento data de


*André, Técnico de
procedimentos? revisão do mesmo;
segurança;
* 2 meses;
*Existe Calendário Anual de *Criação de calendário anual de
*Ana, Analista de RH;
treinamenos? treinamentos;

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

b) Processo de união e separação de metais a quente pelo


processo de uso de corrente elétrica (PUSCE)
51

O primeiro bloco da planilha, conforme Figura 17, foi preenchido caracterizando


a exposição como em espaço confinado e descrevendo a atividade por uma atividade
esporádica, realizada sempre no período diurno, com a utilização de solda elétrica e são
realizadas pela equipe de manutenção da indústria. Os trabalhadores estarão expostos a
perigos como exposição a poeiras e fumos metálicos, risco de explosão e incêndio,
queimaduras por contato, exposições a radiações não ionizantes, risco de choque
elétrico, falta de ventilação, deficiência de oxigênio. Estes riscos poderão acarretar
consequências como: morte, queimadura, desmaio, lesão, doenças respiratórias,
dermatite de contato alérgica, ulcerações na pele, entre outras.

Figura 17 - Aplicação do primeiro bloco para a atividade PUSCE


IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS
Risco Inicial
Sumário da (sem controle no local)
Exposição Perigos Consequências Pessoas em Risco
Atividade Nível de
Gravidade Probabilidade
Risco

*Morte;
*Poeiras; *Equipe de
*Queimadura; Manutenção;
*Fumos metálicos;
*Soldagem, com
*Desmaio;
utilização de solda
*Risco de explosão
elétrica;
e incêndio; *Doenças
respiratórias;
*Atividade
*queimaduras por
esporádica;
contato; *Doenças de pele;
*Realizada no
*Exposição a Crítica ou Altamente
Espaço Confinado período diurno;
radiações não Catastrófica Provável
ionizantes;
*Realizada pela
equipe de
*Risco de choque
manutenção;
elétrico;

*Falta de
ventilação;

*Deficiência de
oxigênio

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

Com as informações acima, estima-se o risco inicial com gravidade crítica e com
a probabilidade de “altamente provável”, principalmente por se tratar de atividade com
uso de corrente elétrica. Assim, o nível de risco é definido como crítico, conforme
Figura 18.
52

Figura 18 - Aplicação da matriz probabilidade x gravidade

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

O segundo bloco, conforme figura 19, iniciou-se pela listagem das medidas de
controle existentes na indústria, equipamentos de proteção individual, são
imprescindíveis para qualquer trabalho, com destaque para a vestimenta que deve ser
contra arco elétrico, com tecido retardante de chama, outras medidas de controle são:

 Definição de procedimentos de segurança;


 Adotados mudanças no processo;
 Treinamentos;
 Utilização de EPI’s
 Utilização de explosímetros;
 Sistemas de exaustão;
 Identificar cabos energizados com detector de tensão
Como aplicação das “camadas de defesa”, observou a oportunidade de aplicar os
seguintes itens:

 B, instalação de alarme sonoro e visual


 C, placa de segurança no exterior do trabalho, evitando a entrada de curiosos e
adoção do EPI ar mandado;
 E, adoção de auditorias internas periódicas.
53

Figura 19 - Aplicação do segundo bloco para a atividade PUSCE

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

A partir da aplicação das medidas de controle, o time reunido para análise e


preenchimento da planilha do novo método, conclui que agora a gravidade pode ser
considerada “marginal”. Já a probabilidade foi classificada como “possível” pois, apesar
de possível de ocorrer, não se têm relatado de acidentes nesta atividade. Com isso,
conforme Figura 20, o risco atual é considerado a nível aceitável (baixo).

Figura 20 - Aplicação da matriz probabilidade x gravidade

Fonte: ARQUIVO PESSOAL

Durante o preenchimento do terceiro bloco, conforme Figura 21, observou-se


que no passado, operadores e terceiros já realizaram solda em espaços confinados, com
isso foi determinado treinamentos para todos que já realizaram ou poderão realizar esta
atividade no futuro, além de acrescentar em procedimento a necessidade da presença
54

destes em reuniões de onde será preenchido método de avaliação, quando estes


porventura forem realizar a atividade. Outra observação foi de que nem todos os
envolvidos (vigia, supervisor e manutenção) não conheciam o equipamento de ar
mandado, para isso foi determinado treinamento para todos de apresentação e
funcionamento deste equipamento. Foi relatado também que no procedimento não
menciona a respeito de calibração do equipamento de detecção de gases (explosímetro)
e definido como ação incluir periodicidade do mesmo.

As ações propostas acima foram incluídas na secção “controles adicionais”,


juntamente como a sugestão do engenheiro de segurança de realizar estudo para
robotizar o processo de soldagem. Os responsáveis e prazos para execução foram:

 RH e Técnicos de segurança, devem treinar os operadores e incluir no


procedimento a calibração do explosímetro, em no máximo 2 meses;

 RH e técnicos de segurança devem treinar todos os envolvidos de como utilizar


o ar mandado, a ação deve ser realizada antes da execução da atividade;

 Deve-se envolver engenheiros mecânicos, de segurança, mecânicos e outros que


puderem acrescentem, em busca de tecnologia eficiência para robotizar o
processo de soldagem, o prazo para o estudo deve ser de um ano podendo ser
prorrogado.

Figura 21 - Aplicação do terceiro bloco da planilha para a atividade PUSCE


MÉTODOS ADICIONAIS DE CONTROLE DE RISCOS

Verificar Confiabilidade Controles Adicionais Responsabilidade


Data
(Eficácia das Camadas de defesa por uma (Pessoas responsáveis por
(Data para conclusão das ações)
série de perguntas) implementar as ações)

*Treinar todos os
*Somente a manutenção realiza trabalhadores que * Ana, analista de RH
esse trabalho?; realizam ou já realizam e Rogério, Técnico de * 2 meses;
algum vez atividade de Segurança;
*Operadores e terceiros já espaço confinado;
realizaram esse trabalho no
passado? *Treinamento de *Mariana, analista de *Antes da realização da
apresentação e RH e Julio, técnico de atividade;
*Pode ser utilizado ar mandado?; funcionamento do EPI ar Segurança;
mandado;
*Todos conhecem a forma de * 1 ano;
utilização do ar mandado?; *Incluir no procedimento *Engenheiros
periodicidade de Mecânicos;
*Existe periodicidade de calibração do detector de
calibração do detector de gases? gases;
Fonte: ARQUIVO PESSOAL
55

As análises realizadas nas atividades PPL e PUSCE foram preenchidas em uma


planilha como a apresentada na APÊNDICE A – PLANILHA PROPOSTA PELO
MÉTODO DE ANÁLISE DE RISCO.
56

4. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo proposto neste trabalho foi alcançado, uma vez que o mesmo
consistia em propor um método de análise de risco que contribuísse para a segurança e
saúde dos trabalhos em espaço confinado. O método proposto se mostrou completo,
pois possibilitou o levantamento de riscos, consequências, pessoas envolvidas,
estimando o risco inicial antes da aplicação de qualquer medida de controle. No
segundo bloco da planilha proposta pelo método puderam ser listados todos os métodos
de controle existentes na indústria, com a oportunidade de melhoria destes pela
aplicação das “camadas de defesa”, assim, novamente se estimou o nível de risco da
atividade. No terceiro bloco da planilha, a coluna de verificação de confiabilidade traz
uma lista de questionamentos que permite ao time responsável pela análise discutir e
analisar novamente se todos os riscos foram cobertos por medidas de controle. Por fim,
tendo identificado qualquer falha no sistema de controle ou oportunidade de melhoria, a
coluna “controles adicionais” pode ser preenchida com novas ações. Todas as ações de
controles adicionais devem ter um ou mais responsáveis, com tempo determinado para a
execução. Concluímos assim que o método proposto permitiu cobrir todas os riscos
oferecidos pelas atividades em ambientes confinados, diminuindo significativamente os
riscos inerentes das atividades aplicadas no estudo de caso.
Diante da abrangência do método proposto em analisar, propor medidas de
controle, estimar nível de risco, verificar a confiabilidade das medidas de controle e
ainda propor ações de controle adicionais, identificamos assim, a oportunidade de se
aplicar esse método de análise de risco de outras atividades.
57

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR - 14.787 Espaço confinado -


prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção, 2001. 10f.

ARAÚJO, Adriana Nunes. Análise dos trabalhos em espaços confinados: caso da


manutenção de redes subterrâneas. 2006. 140 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
2006.

BARATA, Eduardo dos Santos. Ganhos na redução de impactos ambientais como


resultado da aplicação da técnica de confiabilidade HAZOP. 2007. 90 f. Mestrado
(Especialização em Tecnologias Limpas) – Universidade Federal da Bahia, Escola
Politécnica, Salvador, 2007.

BATISTA, Marta Scardini Alves. Análise das Ferramentas de Gerenciamento de


Riscos em uma indústria Química Multinacional. 2014. 78 f. Monografia
(Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Universidade de São
Paulo, Escola Politécnica, São Paulo, 2014.

BIONE, Lenon de Amorim. Avaliação de trabalho em espaço confinado na


realização de assepsia em tinta de clarificação de mosto cervejeiro: um estudo de
caso. 2009. 59 f. Monografia (Especialista em Segurança do Trabalho) – Universidade
de Pernambuco, Escola Politécnica, Pernambuco, 2009.

BRASIL. Norma Regulamentadora 10 – Ministério do Trabalho. Portaria MTE nº3.214,


08 de junho de 1978. Segurança em instalações e serviços em eletricidade; última
atualização em Portaria GM nº 598, 07 de dezembro de 2014. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D308E216601310641F67629F4/nr_10.pdf
>Acesso em: 07 Out. 2014.

BRASIL. Norma Regulamentadora 15 – Ministério do Trabalho. Portaria MTE nº3.214,


08 de junho de 1978. Atividades e operações insalubres; última atualização em
Portaria SIT nº 203, 28 de janeiro de 2011. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812DF396CA012E0017BB3208E8/NR15%2
0(atualizada_2011).pdf>Acesso em: 01 Set. 2015.
58

BRASIL. Norma Regulamentadora 18 – Ministério do Trabalho. Portaria MTE nº3.214,


08 de junho de 1978. Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da
construção; última atualização em Portaria SIT nº 254, 04 de agosto de 2011.
Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D3226A41101323B2D85655895/nr_18.pd
f> Acesso em: 25 Out. 2014.

BRASIL. Norma Regulamentadora 32 – Ministério do Trabalho. Portaria GM nº485, 11


de novembro de 2005. Segurança e saúde no trabalho em serviço de saúde;
atualizada em Portaria GM nº1.748, 30 de agosto de 2011. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A350AC8820135161931EE29A3/NR32%
20(atualizada%202011).pdf>Acesso em: 20 Out. 2014.

BRASIL. Norma Regulamentadora 33 – Ministério do Trabalho. Portaria MTE nº202,


22 de dezembro de 2006. Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados;
atualizada em Portaria MTE nº1.409, 29 de agosto de 2012. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A39E4F614013A0CC54B5B4E31/NR-
33%20(Atualizada%202012).pdf>Acesso em: 5 Nov. 2014.

CASSOL, Rafael. Análise e Identificação de Espaços Confinados na Unidade


Armazenadora de Grãos da Cooperativa Agroindustrial LAR – Missão – PR.
2012.70f. Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) -
Universidade Tecnológica do Paraná, Medianeira, 2012.

CESARO, Lenice Raquel de. Adaptação das Técnicas APR e HAZOP ao sistema de
gestão de segurança do trabalho e meio ambiente. 2013. 85 f. Monografia
(Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Universidade Tecnológica
do Paraná, Curitiba, 2013.

PIATTELLI, Bianca Barreto. Segurança e saúde em espaços confinados à luz da NR


33. 2013. 47 f. Trabalho de conclusão de curso de graduação (Bacharel em
Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.

SILVA, Michell Pontes de Queiroz. Avaliação de trabalho em espaço confinado na


realização da limpeza em silo de grão. 2006. 46 f. Monografia (Especialização em
Engenharia de Segurança do Trabalho) – Universidade de Pernambuco, Escola
Politécnica, Recife – Pernambuco, 2006.
59

SOARES, João Cesar. Método de identificação dos fatores que influenciam na


segurança do trabalho em espaços confinados: uma aplicação na construção de
embarcações. 2012. 176 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica e Escola Química, Rio de
Janeiro, 2012.

STADIKOWSKI, Elio. Trabalhos em Espaços confinados na construção de


fundação profunda (tubulações) - um estudo de caso.2010. 90 f. Trabalho de
conclusão de curso (Graduação em Engenharia Ambiental) – Faculdade Dinâmica das
Cataratas, Foz do Iguaçu, 2010.

TURRA, Alexandre Renato. A implantação da NR 33 – Espaços confinados no setor


produtivo de uma indústria de laticínios. 2013. 53 f. Monografia (Engenheiro de
Segurança do Trabalho) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul, Santa Rosa, 2013.

TURRIONI, Prof. Dr. J. B.; MELLO, Prof. Dr. C. H. P. Metodologia de pesquisa em


engenharia de produção. 2012. 199 f. Metodologia (Pós-graduação em Engenharia de
Produção) – Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, 2012.

VILLAIN, F.S.; CAETANO, L. C. C. Segurança em eletricidade: proposta da


implantação da nova NR-10 “Segurança em instalações e serviços em eletricidade”
no campus da UNESC. 2007. 87 f. Criciúma: Universidade do Extremo Sul
Catarinense,2007.

ZAGO, Marcelo. Análise da aplicação da NR-33 – Segurança e saúde nos trabalhos


em espaços confinados em silos de grãos. 2013. 66 f. Monografia (Especialização em
Engenharia de Segurança) – Universidade Tecnológica do Paraná, Curitiba, 2013.
ANEXO A – Permissão de Entrada e Trabalho (PET)
61
62

ANEXO B – MODELO DE APR


Da t a d a rev isã o:
Da t a d e emissã o:
Aplic a do à : ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR)

1 - EMPRESA CONTRATADA:

2 - NOME: 3 - DATA DO PREENCHIMENTO:

4 - FUNÇÃO: 5 - RESPONSÁVEL PELA CONTRATADA:

6 - TELEFONE: 7 - ATIVIDADE DESENVOLVIDA:

RAM AL DE EM ERGÊNCIA 1/AM BULATÓRIO M ÉDICO: SEGURANÇA DO TRABALHO E PORTARIA:


AGENTES DE RISCO QUE PODEM ESTAR PRESENTE NO AMBIENTE/ATIVIDADE
RISCO DE ACIDENTES RISCO ERGONÔMICO RISCO FÍSICO RISCO QUÍMICO RISCO BIOLÓGICO
Arranjo físico inadequado Esforço físico intenso Ruído Poeira Vírus
Máquinas ou equipamentos sem
Levantamento e transporte manual de Vibração Fumos metálicos Bactéria
proteção
carga
Ferramentas inadequadas ou Radiação não ionizante Névoa Protozoário
defeituosas Exigência de postura inadequada Radiação ionizante Neblina Fungos
Iluminação inadequada Controle rígido de produtividade Frio Gases Parasitas
Eletricidade Imposição de ritmo excessivo Calor Vapores Bacilos
Probabilidade de incêndio ou explosão Trabalho em turnos e noturno Pressões anormais Manuseio de produtos
Armazenamento inadequado Jornada de trabalho prolongada Umidade químicos em geral
Animais peçonhentos Monotonia e repetitividade
Movimentação de carga Outras situações geradoras de stress
Trabalhos em altura físico e/ou psíquico
Trabalhos em espaço confinado
Trabalhos a quente
Piso defeituoso
Outros (especificar)

OPER. DE
VALIDADE VALIDADE VALIDADE VALIDADE OPER. DE
NOME FUNÇÃO MUNCK / ASSINATURA
DO ASO NR-10 NR-33 NR-35 PTA
GUINDASTE

8 - SEQUÊNCIA DE 9 - LOCAL DAS 10 - RISCO DA TAREFA 12 - POSSÍVEIS DANOS À 13 - MEDIDAS DE


11 - FONTE GERADORA
ATIVIDADES ATIVIDADES E/OU LOCAL SAÚDE / INTEGRIDADE FÍSICA CONTROLE

_________________________________ ____________________________ ___________________________


ELABORADOR DA APR (COLABORADOR) RESPONSÁVEL PELO SERVIÇO / ATIVIDADE SESMT

NOME: NOME: NOME:


RG: RG: RG:

FUNÇÃO: FUNÇÃO: FUNÇÃO:


LEGENDA: NR 35 - Curso de segurança nas atividades em altura. (Validade 02 anos)
NR 10 - Curso de segurança nas instalações e serviços em eletricidade. (Validade de 02 anos) PTA - Curso de operador de Plataforma para Trabalhos em Altura.
NR 33 - Curso de segurança nas atividades em espaço confinado. (Validade de 01 ano) N/A - Não aplicável.
APÊNDICE A – PLANILHA PROPOSTA PELO MÉTODO DE ANÁLISE DE RISCO

IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS CONTROLE DE RISCOS EXISTENTES MÉTODOS ADICIONAIS DE CONTROLE DE RISCOS

Risco Inicial Categorias de Controle Risco Atual


Verificar Responsabilidade
Exposição (sem controle no local) Controles Existentes (Camadas de defesas aplicadas) (com controle no local) Data
Confiabilidade (Pessoas
(Atividade de Pessoas em (As medidas de controle Controles Adicionais (Data para
Sumário da Perigos Consequências (Eficácia das Camadas responsáveis por
risco) Risco que estão em vigor, conclusão das
atividade de defesa por uma implementar as
para gerenciar risco) ações)
Nível Nível série de perguntas) ações)
Gravidad
Gravidade Probabilidade de A B C D E Probabilidade de
e
Risco Risco

You might also like