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96 Hernandez Sampieri, Fernandez Collado & Baptista Lucio 3. Escolha duas ou mais teorias que facam referéncia ‘a0 mesmo fendmeno e compare-as. 4. Construa um marco tedrico apropriado para 0 pro- blema de pesquisa que escolheu no inicio da leiture do Evra. 5. Revise no CD anexo a informaco adicional sobre este capitulo (Capitulo 3, “Perspectiva teérica: comentarios adicionales’ Exemplos desenvolvidos A televisio e a crianca = Oindviduo = O casal Indice do marco teérico a penn 1. O enfoque de usos e gratificagdes da comunicarto < ivensbed pers proir ex reeiion da cond 11 Pins biscos Scare 1.2Necessidades satiseites pelos meios de comu- ae pence nicacéo de massa nas eriancas 4-2°Teods avelucioniste tpyeceee, © Dimensbes do casal ideal : = Relagies préximas ou intimas 1.2.3 Identidade pessoal om 1.2.4 Sobrevivéncia Cae e 1.2.8 Outras necessidades: 2. Resultados de pesquisas sobre o uso que a crianca: 8 oe nines faz da televisio (0 relatério em formato de artigo ests incluido no CD}: 3. FungBes que @ televisio desempenha na crianca (ratificacses que ela recebe por ver televisio Contedédos televisivas preferides pela crianca Condi¢des de exposico da crianca 8 televiso Controle que os pais exercem sobre seus filhos na atividade de ver televisio 7. Conclusdes referentes a0 marco teérico one O par e a relagso ideais Indice do marco teérico 1. Contexto dos jovens universtérios de Celaya 2. Estrutura efuneSo dos ideais nas relapses de namoro, 3. Causas das relacdes bem-sucedidas e o conceito de par ideal . Teorias sobre as relagbes de namoro 4.1 Teoria sociocognitiva © Constructos para 0 conhecimento das rela Bes relevantes de casal Os pesquisadores opinam Material complementario/investigacién cuantitativa! Fjemplo 7/Comparative de istrumentos de evaluscion pata programas de prevencon del abuto sexual infant en presscores, {indice do marco te6rico 1.0 problema do abuso sexual infantil 1.1 Estatisticas interacionais 1.2 Dimensdes do problema 2. Programas de preveneo a0 abuso sexual infantil (Pash 2.1 Tipos 2.2feitos 3. Avallagéo dos PPAS! 3.1 CKAQ-R (EUA @ versio em espanhol) 3.2 What is situation test (WIST) 3.3 Role play protocol (RPP) (EUA © México} 3.4 Taking about touching evaluation program 3.5 Evaluacion de ta prevencién del abuso (EPA) Ctiar © habito de pesquisar é uma abrigardo que os pro- fessores devem ter em relacko aos seus alunos.Tam- bbém devem incentivar © desenvolvimento de projtos ue tenham apicecdes préticas, pois um dos parkme: ‘wos que caracterizam uma boa pesquisa ¢ 0 fato de ter aiguma utiidade, que resoiva problemas na sociedade ‘ou nas empresas, e no fique somente no papel, embora, ‘seja publicado. José Yee de Los Santos Docente Facultad de Ciencias de la Administracién Universidad Autonome de Chiapas Chiapas, México Metodologia de pesquisa 97 ‘A importincia de contextualizar as pesquisas produ- das na América Latina esté no fato de que possibilta ‘a criaco de conhecimentos validos e aplicavels a nos- ‘sas realidodes. Na Venezuela, as disciplinas como Psicologia Social ‘8 da Educagdo se mostram mais receptivas 80 uso de ‘estratégias qualitativas, que se tomaram uma forma cientifica « rigorosa de realizar pesquisa, apesar de 0s ‘stigmas que ainda dominam certes circulos acedémi- ‘cos. Na Srea tecnolégica os avancos so impressionan- ‘es, gragas 30 computador que permite 3 andlise de ‘dados quantitativos. ‘A tendéncia é mais estatistica; por isso, as técnicas de andlise que servem para explcar fendmencs a partic de vérias dimensbes foram aperfeicoadas, ao mesmo ‘empo em que oferecem a maior quantidade de vary ‘tos ostatisticos para a anélise quantitativa agora so ‘mais completos e eficazes. Em uma pesquisa ¢ possivel combinar técnicas ‘quantitatives © qualitativas para coletar informacéo, ‘com questionérios, observagies e entrevistas. Mas no plano ontologico e epistemoldgico no ¢ possivel mes- lar 08 enfoques porque as formulacées, no que se tefere & visio de ciéncia e & relacio com 0 objeto de ‘estudo, sto muito divergentes. [Notalia Heméndez Bonnett Escuele de Psicologia Facultad de Humanidsdes y Educacién Universided Catdlica Andrés Bello ‘Caracas, Venezuela 10. vveis para sua compreenso. Do mesmo modo, os paco- NOTAS [As releréncias ou fontes primarias proporcionam dados de primeira mio, pois sio documentos que incluem os resultados dos estudos correspondentes. Exemplos destas so: livros, antologias, artigos de publicagbes periddicas, monografias, tesese dissertagies, documentos oficiais,relatdrios de associagbes, trabalhos apresentados em conferéncias ou seminsrios, artigos ornalisticos, testemunho de especialistas, documentirios, videos em diferentes formatos, foruns ou paginas na internet, ete. Essas bases de referencias tém paginas em inglés, € nossa consulta seri basicamente de termos nesse idioma No CD anexo > (Material complementario > Apéndices > Apéndice 2:“Principales bancos/servicios de obtencidn de fuentes/bases de datos/piginas web para consulta de referencias bibliogrificas’ oleitor ‘encontrar uma lista variada de bases para suas buscas. De acordo com Cornell University Library (2005), 0 thesaurus € uma lista de todos os titulos ou marca- ddores utlizados em uma determinada hase de dados, catdlogo ou indice. Se vocé eitor, nie est familiarizado com exses operadores ou preposicéex ou nunca realizou uma"busca avancada’, sugerimos recorrer 20 Capitulo 3 do CD: “Perspectiva tebrica: comentarios adicionales”, no ‘qual seus usos ¢ fungoes sio explicados. No CD anexo (Documentos > Documento 3) 0 letor encontrara um pequeno manual baseado nas normas da APA (American Psychological Association) que € utilizado na maioria das disciplinas. Nele ‘mostramos quais elementos das principais referéncias devern ser anotados ¢ como citi-las na lista final de referéncias ou bibliografia.O programa Sistema de Informacion para el Soporte ala Investigacién (SIS) «€ seu respectivo manual contidos no CD servem para gerat ineluire organizar referéncias bibliogrificas, tanto no texto — citagBes ~ como no final na lista ou bibliografia ~ referéncias~, bascados no estilo de ppublicagao da APA. A evidéncia empirica, segundo o enfoque quantitative, refere-se aos dados da “realidade” que apoiam, ‘ou dio testemunho de uma ou varias afirmagdes. Dizemos que uma teoria recebeu apoio ou evidéncia, ‘empirica quando hé pesquisascientificas que mostraram que seus postulados sio corretos na realidade observivel ou mensurdvel. As proposiges ou afirmagdes de uma teoria conseguem ter diversos graus de cevidéncia empirica:) se mao evidéncia empirica2 favor nem contra uma airmacio ela édenominads de “hipstese”; b) se hd apoio empirico, mas este € moderado, a afirmacio ou proposicio costuma ser ‘denominada “generalizacio empirica’ ¢c) sea evidencia empirica € indiscutivel,falamos de “lei” (Rey- nolds, 1980), Em um contexto determinado, como em empresas do Parque Industrial de Villa El Salvador, em Lima, Peru. Esse modelo continua sendo utilizado. Consult, por exemple: Hernéndes Sampieri (2005), Fornaciari « Dean (2005), Zsthus (2007), Hornung ¢ Rousseau (2007), Prowse ¢ Prowse (2008) e Russell (2008), Para ver como um marco tesrico se integra em uma teoria, sugerimos ao leitor que revise no CD que acompanha esta edic3o em “Material complementario’ “Investigacién cuantitativa’,“Ejemplo 6: Valida- ‘ion de un instrumento para medit la cultura empresarial en funcidn del elima organizacional y vincular ‘empiricamente ambos construtos’, e DB __Hernancez Sampieri, Fernandez Collado & Baptista Lucio a 2. 1B 1. 6. 16. . Asveresso realizadas pesquisas para avaiar a falta de cocréncia entre estudos prévios. encontrar “buracos” deconhecimento nestes ou explorar por que certasaplicagbes nao puderam ser realizadas adequadamente Retirada de Rogers Shoemaker (1971). Exemplos de inovagoes 0 a moda, a tecnologia, os sistemas de trabalho, etc, ‘Simplificamos as dimensdes do clima organizacional para tornar 0 exemplo mais dgil Medo de ter éxito em um trabalho ou outra taefa. 0 dlima organizacional é um conjunto de pereepgées dos individuos sobre seu meio interno de trabalho (Hiernindez Sampieri, 2005), ‘Omitimos alguns dos nomes para tornar o exemplo mais curto. Também nao s3o incluldas as ctagoes de referéncias na bibliografia do livro, pois © exemplo, embora seja real ¢ simplesmente utilizado para fins ilustrativos. Mas mencionamos as principais fontes em que foram localiradas. Para ver quais elementos de uma referéncia so incluklos, lembramos que o leitor pode recorter ao CD, documento 3:"Manual basado en las normas dela APA (American Psychological Association)" ¢ utilizar ‘© programa SISI (Sistema de Informacién para el Suporte y la Lnvestigacién ). 5 wv Definigdo do alcance da pesquisa a ser realizada: exploratéria, descritiva, correlacional ou explicativa Passo 4 Definir o alcance da pesquisa + Definir se a pesquisa comeca como exploratéria, deseritiva, correlacional ou explicativa. + Tentar estimar qual serd 0 alcance final da pesquisa. Processo de pesquisa quantitativa ° ‘Ao conciuir este capitulo, 0 aluno serd capaz de: Objetivo da aprendizagem 1. conhecer os alcances dos processos da pesquisa quantitativa Sintese Neste capitulo apresentamos um continuo do alcance das pesquisas quantitativas: exploratérias, des correlacionais e explicativas. Também mostramos a natureza e o propdsito desses alcances em um est Exploratérios ‘* Pesquisam problemas pouco estudados ‘* Indagam a partir de uma perspectiva inovadora '* Ajudam a identificar conceitos promissores ‘© Preparam o terreno para novos estudos Descrtivos ‘© Consideram o fendmeno estudado e seus ‘componentes ‘* Medem conceitos © Definem varidveis Pesquisa Af el ~s [ Conelaconaia © Oferecem prognésticos * Expicam a vlagSo one vrivois ‘* Quantificam relacdes entre varigveis Explicativos” ‘© Determinam as causas dos fendmenos '* Geram um sentido de entendimento ‘= So extremamente estruturados de R.T:: Os estudos explicativos também so chamados de causais. 100 Heméndaz Sampieri, Feminder Collado & Baptista Lucio [VJ QUE ALCANCES PODE TER O PROCESSO DE PESQUISA QUANTITATIVA? O01 Se apésa revisio da literatura decidimos que nossa pesquisa vale a pena e que deve ser realizada, 0 réximo passo ¢ ver o alcance que ela tera. ‘Conforme comentamos em edigdes anteriores deste livro, os alcances nao devem ser conside- rados como “tipos” de pesquisa, porque, mais do que ser uma classificagio, eles sio um continuo de “causalidade” que um estudo pode ter, conforme mostramos na Figura 5.1 =) a =) = FIGURA 5.1 Aicances que pode ter um estudo quantitative. Essa reflexao é importante, pois estratégia de pesquisa depende do alcance do estudo. Assim, © desenho, os procedimentos e outros componentes do processo sero diferentes em estudos com alcance exploratério, descritivo, correlacional ou explicativo. Mas, na pratica, qualquer pesquisa pode incluir elementos de mais de um desses quatro alcances. Os estudos exploratorios server para preparar o terreno normalmente antecedem as pesqui- sas com alcances descritivos, correlacionais ou explicativos. Os estudos descritivos — geralmente ~ io a base das pesquisas correlacionais que, por sua vez, proporcionam informagio para realizar es tudos explicativos que geram um sentido de entendimento ¢ s3o extremamente estruturados. As Pesquisas realizadas em um campo de conhecimento especifico podem incluir diferentes alcances nas distintas etapas de seu desenvolvimento. Uma pesquisa pode comesar sendo exploratéria, de pois pode ser descritiva ¢ correlacional ¢ terminar como explicativa (Figura 5.2).. Entio, surge necessariamente a seguinte pergunta: Do que depende para que nosso estudo co- ‘mece como exploratorio, descritivo, correlacional ou explicativo? A resposta nao é simples, mas di- remos que depende fundamentalmente de dois fatores: “o estado da arte” do conhecimento sobre problema de pesquisa, mostrado pela revisio da literatura, e também da perspectiva que pretende- ‘mos dar ao estudo. Mas, antes de analisarmos detalhadamente essa resposta, precisamos falar de cada um dos aleances da pesquisa. Pesquisa descritiva Pesquisa correlacional FIGURA 5.2 Alcances da pesquisa. Metodologia de pesquisa 101 [M1 EM QUE CONSISTEM OS ESTUDOS DE ALCANCE EXPLORATORIO? Propésito Os estudos exploratérias sio realizados quando o objetivo é examinar um nee tema ou um problema de pesquisa pouco estudado, sobre o qual temos muitas ] "emeudos cuando 0 objeiva diividas ou que nao foi abordado antes. Ou seja, quando a revisao da literatura revelou que existem apenas orientacdes ndo pesquisadas e ideias vagamente re- lacionadas com o problema de estudo ou, ainda, se queremos pesquisar sobre temas e éreas a par- tir de novas perspectiva Esse seria 0 caso de pesquisas que pretendessem analisar fend menos desconhecidos ou novos: uma doenca surgida recentemente, uma catistrofe que ocorreu em um lugar onde nunca havia acontecido algum desastre, preocupacdes suscitadas a partir da decifracio do eédigo genético hu- ‘mano ea clonagem de seres vivos, uma nova propriedade observada nos buracos negros do Univer- 0, 0 surgimento de um meio de comunicacdo totalmente inovador ow a visto de um fate historico modificada pela descoberta de evidencia que antes nao era evidente. (© aumento da expectativa de vida além dos 100 anos, a furura populacto que ira habitar a Lua, o aquecimento global da Terra a niveis imprevistos, mudangas profundas na concepsio do ca- samento ou na ideologia de uma religito, seriam fatos que poderiam gerar uma grande quantidade de pesquisas exploratorias. (Os estudos exploratérios s30 como realizar uma viagem a um lugar desconhecido, do qual no vimos nenhum documentirio nem lemos algum livro, mas que tivemos conhecimento porque alguém simplesmente fez um rpido comentitio sobre o lugar. Ao chegar, n4o sabemos quais atra- «es visitar, a quais museus ir, em quais lugares se come bem, como sio as pessoas; em outras pala- ‘ras, ndo sabemos nada sobre o lugar. A primeira coisa que fazemos ¢ explorar: perguntar sobre 0 que fazer e aonde ir para o taxista ou o motorista do dnibus que iré nos levar a0 hotel em que fica- remos hospedados, além disso, devemos pedir informacao 20 recepcionista, 20 camareiro, a0 aten- dente do bar do hotel, enfim, a todas as pessoas que considerarmos simpiticas. Claro que, se n30 buscarmos informacao e ela existir, perderemos a oportunidade de economizar dinheiro e muito tempo. Assim, talvez vejamos algum espeticulo nao tio agradavel e que exige muita "grana” € a0 mesmo tempo deixamos de assistir a um espeticulo fascinante e mais econdmico; sem divida, no caso da pesquisa cientifica a revisio inadequada da literatura traz consequéncias mais negativas do que a simples frustracdo de gastar em algo que, pensando bem, nao nos deu prazer. Importancia Osestudos exploratérios servem para nos tornar familiarizados com fendmenos relativamente des- conhecidos, obter informagao sobre a possibilidade de realizar uma pesquisa mais completa rela- cionada com um contexto particular, pesquisar novos problemas, identificar conceitos ou varidveis promissoras,estabelecer prioridades para pesquisas futuras ou sugerir afirmagdes postulados. Esse tipo de estudos ¢ comum na pesquisa, principalmente nas situagbes em que hi pouca in- formagao. Esse foi o caso das primeiras pesquisas de Sigmund Freud, surgidas da ideia de que os problemas de histeria estavam relacionados com as dificuldades sexuais; do mesmo modo, os estu- dos pioneiros da AIDS, os experiments iniciais de Ivin Pavlov sobre 0s reflexos condicionados e as inibigdes, a anilise de contetido dos primeiros videoclipes, as pesquisas de Elton Mayo na fibrica Hawthorne da companhia Western Eletric, os estudos sobre terrorismo apés 0s atentados contra as ‘Torres Gémeas de Nova York em 2001, entre outros acontecimentos. Todos foram realizados em di- ferentes épocas ¢ lugares, mas com um denominador comum: explorar algo pouco pesquisado ou desconhecido. (Os estudos exploratorias poucas vezes sio um fim em si mesmo, eles geralmente determinam tendéncias, identificam dreas, ambientes, contextos e situagies de estudo, relacdes potenciais entre variaveis; ou estabelecem o “tom” de pesquisas anteriores mais claboradas c rigorosas, Essas indaga- «es se caracterizam por serem mais flexiveis em seu método se comparadas com as descritivas, cor- relacionais ou explicativas, e sAo mais amplas ¢ dispersas. Flas também envolvem um “risco” maior exigem muita paciéncia, serenidade e receptividade do pesquisador. 102 ‘Heméndez Sampieri, Fernandez Collado & Baptista Lucio [VJ EM QUE CONSISTEM OS ESTUDOS DE ALCANCE DESCRITIVO? Propésito Geralmente, a meta do pesquisador é descrever fendmenos, situagdes, contextos ¢ eventos; ou seja, detalhar como sio e se manifestam. Os estudos descritivos buscam especificar as propriedades, as caracteristicas e os perfis de pessoas, grupos, comunidades, processos, objetos ou ESTUDOS DESCRITIVOS Buscam qualquer outro fendmeno que se submeta a uma anilise. Ou seja, pretendem uni- cespecificar propriedades, caracte- | camente medir ou coletar informagio de maneira independente ou conjunta so- ristieas © tracos importantes de bre as conceitos ou as varidveis a que se referem, isto é, seu objetivo nao ¢ indicar ‘qualquer fendmeno que analisar- como estas se relacionam. Por exemplo, um pesquisador organizacional que te- mos. Descreve tendéncias de um nha como objetivo descrever varias empresas industriais de Lima quanto a sua ‘grupo ou populacso. complexidade, tecnologia, tamanho, centralizagio e capacidade de inovacio mede essas varidveis ¢ com seus resultados descreverd: 1. quanto é diferenciagio horizontal (subdivisio das tarefas), a vertical (niimero de niveis hie- ‘rarquicos) ea espacial (ntimero de reas de trabalho), assim como o ntimero de metas definidas pelas empresas (complexidade); 2. quio automatizadas estdo (tecnologia); 3. quantas pessoas trabalham nelas (tamanho); 4. quanta liberdade para tomar decisoes tém os diferentes niveis e quantos deles podem tomar decisées (centralizacio das decisSes) e 5. em que medida os métodos de trabalho e 0 maquindrio conseguem ser modernizados ou passam por mudangas (capacidade de inovagio).. Mas o pesquisador nio pretende analisar com seu estudo se as empresas com tecnologia mais automatizada sdo aquelas que tendem a ser as mais complexas (relacionar tecnologia com comple- xidade) nem nos dizer se a capacidade de inovacio é maior nas empresas menos centralizadas (cor- relacionar capacidade de inavagao com centralizagao). ‘O mesmo ocorre com o psicélogo clinico que tem como objetivo descrever a personalidade de um individuo. Ele se limitaré a medi-la em suas diferentes dimensoes (hipocondria, histeria, masculinidade-feminilidade, introversdo social, etc.), para depois conseguir descrevé-la. Seu interesse nao ¢ analisar se maior depressio est relacionada com maior introversio social; mas, se pretendesse estabelecer relagbes entre dimensoes ou associar a personalidade com a agressividade do individuo, seu estudo seria basicamente correlacional e nao descritivo. Importancia Assim como os estudos explorat6rios servem fundamentalmente para descobrir e pressupor, 0s tudos descritivos sio titeis para mostrar com precisio os ingulos ou dimensées de um fenémeno, acontecimento, comunidade, contexto ou situagao. [esse tipo de estudos,o pesquisador deve ser capaz de definir, ou pelo menos visualizar,o que seri medido (quais conceitos, variiveis, components, etc.) ¢ sobre o que ou quem os dados sera0 coletados (pessoas, grupos, comunidades, objetos, animais, fatos, etc). Por exemplo, se vamos me- dir varidveis em escolas, precisamos indicar quais tipos teremos de incluir (publicas, particulares, administradas por religiosos, laicas, com determinada orientagao pedagégica, de um género ou ou- 10, mistas, etc). Se vamos coletar dados sobre materiais pétreos, devemos indicar quais. A descri- ‘io pode ser mais profunda ou menos profuunda, mas em qualquer caso ela se baseia na medigio de ‘um ou mais atributos do fenomeno de interesse. Exemplo ‘Um censo demogréfico nacional é um estudo descitivo, cujo propésito ¢ medir uma série de conceitos em tum pais e momento espectfices, aspectos da moradia (tamanho em metros quadrados, nbmero de andares Metodologia de pesquisa 103 cOmodos, se conta ou nio com energia eltrica e 4gua encanada, combustivel utilzado, s# a propriedade 6 sus ou alugads, localizacdo da moradia,informacdo sobre 0s moradores (ndmero, meins de comunicaco de que dispBem ¢ idade, género, bens, rendimentos, almentacZo, local de nascimento, idioma ou lingui religido, nivel de escolardade, ocupacto de cada pessoa} e outras dimensbes consideradas televantes para (© censo. Nesse caso, 0 pesquisador escolhe uma série de conceitos a serem considerados que também sero dencminados de vardveis, depois os mede e os resultados servem para que ele descreva o fentmeno de interesse (populacSo). Outros exempios de estudos descritives sho: 1. Uma pesquisa que determina qual dos partidos politicos tem mais sequidores em uma naréo, quantos vvotos conseguiu cada um desses partidos nas dltimas eleicBes nacionais e locais, assim como quo ‘avordvel ou postiva & sua imagem perante os cidadios.' Observe que ea no nos diz os porqués artes! 2. Uma pesquisa que ind nos indicar quantas pessoas frequentam a psicoterapia em uma comunidade espe cifiea © a que tipo de psicoterepia elas recorrem. E também a informagdo sobre 0 nimero de fumantes em uma determinada cidade, as caracteristices de lum condutor elétrico, 0 nimero de divércios anuais em uma narSo, 0 nimero de pacientes atendidos em um hospital, © indice de produtividade de uma fabrica e a atitude em relacSo a0 aborto de um grupo espe citica de javens, todas so exemplos de infoemacko descrtiva cuio propdsito ¢ dat um panorama (obter uma “fotografia” do fendmeno ao qual se far velertncia. [WJ EM QUE CONSISTEM OS ESTUDOS DE ALCANCE CORRELACIONAL? Os estudos correlacionais pretendem responder perguntas de pesquisa como as seguintes: Ser que a autoestima do paciente aumenta no decorter de uma psico- terapia direcionada a ele? Sera que mais variedade e autonomia no trabalho sig] AS3c2" evsvel tore ams rune, nifica mais motivacio intrinseca em relacdo is tarefas aboras? Seri quena Bolsa) be popuarte. de Valores de Buenos Aires ha diferenga entre o rendimento das aces de empre- sas com muita tecnologia no setor de computadores eo rendimento das agbes de ‘empresas que pertencem a outro setor com um nivel tecnolégico menor? Os trabalhadores rurais que adotam mais rapidamente uma inovacao tém atitudes mais cosmopolitas do que aqueles que 2 adotam depois? A distancia fsica entre o casal de namorados estérelacionada de maneira negativa coma satisfagao na relagio? ESTUDOS CORRELACIONAIS Propésito Esse tipo de estudos tem como finalidade conhecer a relagao ou o grau de associacdo existente en- tre dois ou mais conceitos, categorias ou varidveis em um contexto especifico. ‘As vezes analisamos somente a relacao entre duas varidveis, mas geralmente colocamos no ¢s- tudo relacoes entre trés, quatro ou mais varidveis. (Os estudos correlacionais, ao avaliar o grau de associagao entre duas ou mais variaveis, me- dem cada uma delas (supostamente relacionadas) e depois quantificam e analisam o vinculo. Essas ccorrelagdes se apoiam em hipsteses submetidas a teste. Por exemplo, um pesquisador que queira analisar a associagio entre a motivagio para o trabalho e a produtividade, digamos, em varias in- diistrias com mais de mil trabalhadores da cidade de Santa Fé de Bogota, Colombia, iria mensurar a motivacio e a produtividade de cada individuo para depois analisar se os trabalhadores com ‘maior motivacio sio ou nao os mais produtivos. E importante insistir que, na maioria dos casos, as ‘mensuragOes das varidveis a serem correlacionadas s40 provenientes dos mesmos participantes, pois nao € comum que se correlacionem mensuracées de uma varidvel realizadas em certas pessoas com mensuragoes de outra variavel realizadas em pessoas diferentes. Assim, para estabelecer a rela- ‘io entre a motivacao e a produtividade, nao seria vilido correlacionar medigoes da motivacao em trabalhadores colombianos com medicdes sobre a produtividade em trabalhadores peruanos. 104 Hernéndez Sampiar, Feméndex Colado & Baptista Lucio Utilidade A principal utilidade dos estudos correlacionais é saber como pode se comportar um conceito ou ‘uma variavel ao se conhecer o comportamento de outras varidveis vinculadas. Ou seja, tentar pre- ver o valor aproximado que tera um grupo de individuos ou casos em uma variivel a partir do va- Jor que tém na ou nas variiveis relacionadas. ‘Um exemplo que talvez seja simples, mas que ajuda a compreender o propésito da previsio nos estudos correlacionais, seria associar o tempo dedicado a estudar para uma prova com a nota obtida nela. Assim, em um grupo de estudantes medimos quanto cada um se dedica a estudar para a prova ¢ também obtemos suas notas (medigdes da outra variével); posteriormente determinamos se as duas variiveis estdo relacionadas, isso significa que uma varia quando a outra também o faz. ‘A correlagio pode ser positiva ou negativa. Se for positiva, significa que alunos com valores celevados em uma varidvel também tenderdo a mostrar valores elevados na outra varidvel. Por exem- plo, aqueles que estudaram mais tempo para a prova tenderiam a obter uma nota mais alta. Se for negativa, significa que os sujeitos com valores elevados em uma varidvel tenderdo a mostrar valores baixos na outra. Por exemplo, aqueles que estudaram mais tempo para a prova de estatistica tende- riam a obter uma nota mais baixa. ‘Se nao houver correlacao entre as variaveis, isso pode indicar que estas oscilam sem seguir um padrio sistematico entre si. Desse modo, haverd estudantes que tem valores elevados em uma das duas variaveise baixo na outra, sujeitos que tém valores elevados em uma varidvel eelevados na ou- tra, alunos com valores baixos em uma e baixos na outra e estudantes com valores médios nas duas varidveis. No exemplo mencionada, haveré aqueles que dedicam muito tempo estudando para a prova e obtém notas elevadas, mas também aqueles que dedicam muito tempo e obtém notas bai- xxas, outros que dedicam pouco tempo e tiram boas notas, mas também aqueles que dedicam pou- «60 tempo ¢ vio mal na prova. ‘Se duas variveis estdo correlacionadas e conhecemos a dimensio da associagio, temos base para prever, com maior ou menor exatidao, o valor aproximado que ter um grupo de pessoas em ‘uma varidvel a0 sabermos que valor tem na outra. Os estudos correlacionais se distinguem dos descritivos principalmente no fato de que, en- quanto estes tltimos se centram em medir com precisao as varidveis individuais (algumas das quais podem ser medidas de maneira independente em uma s6 pesquisa), 0s primeiros avaliam, com a ‘maior exatidio possivel,o grau do vinculo entre duas ou mais variéveis, sendo possivel incluir vi- ros pares de avaliagdes desse tipo em uma s6 pesquisa (normalmente se inclui mais de uma corre- lacio). Para compreender essa diferenca, vamos apresentar um exemplo simples. Exemplo Vamos supor que um psicanaliste tem como pacientes um casal, Ana e Luis. Pode falar sobre eles de ‘maneiza individual e independente; ou seja, comentar como ¢ Ana (fisicamente, quanto & sua personalidade, Dredilecbes, motivacbes, ete.) € como ¢ Luis; ou, ainda, falar sobte seu relacionamento: como eles se tra- tam e porcebem seu casamenta, quanto tempo eles passam juntos diariamente, ques atividades compart- ham @ outros aspectos similares. No primeito caso, a descricSo ¢ individual (se Ana e Luis fossem as variiveis, 0¢ comentirios do analista sertam 0 produto de um estudo descritvo de ambos os cénjuges), tenquante no segundo 0 enfoque ¢ relacional(ointeresse primordial ¢ a relac3o matrimonial de Ana e Luis). Entdo, em um mesmo estudo podemos ter interesse tanto em dascrever os conceitos @ as vardveis ‘maneica individual como a relagdo que tém. Importancia A pesquisa correlacional, de alguma forma, tem um valor explicativo, embora parcial, pois o fato de saber que dois conceitos ou variiveis se relacionam contribui para que se tenha alguma informagio cexplicativa. Por exemplo, se a aquisicao de vocabulério por um grupo de criangas de certa idade (va- Metodologia de pesouisa mos dizer entre 3. 5 anos) esti relacionada com a exposicao a um programa educativo de televisio, «esse fato consegue proporcionar algum grau de explicagao sobre como as criangas adquirem alguns Apéndice 3 > Respuestas a los ejer- citos). 8) Qual é 0 greude inseguranca a que se expdem os habitantes da cidade de Madri? Em média, quan- Exemplos desenvolvidos ‘os assaltos ocoreram diariamente durante os fitimos 12 meses? Quantas roubos = moradias? ‘Quantos homicidos? Quantos asssltos a comér- ios? Quantos roubos a cars? Quantos feridos? b) Qual ¢ 2 opinido dos empresérios panamenhos sobre 2 carga tbutéria? ©) 0 akcoolismo ds esposas provoce mais separe- bes « divércios do que 0 alcootsmo dos mari dos? (Nos casamentos da classe alte de onigem latino-americana que viver em Nova York.) 4) Quais s8o as razbes peles quais um determinado programa teve a msiot plateia na histéria da televisbo de determinado pals? 4, Em relac0 ao problema de pesquisa formulado no Capitulo 2, 2 qual tio de estudo ele corresponde? A televisso e a crianga ‘A pesquisa comeca como descritiva ¢ termina como deseritivaicorrelacional, pois pretende analisar os usos e 1 gratificagdes da televisio em criancas de diferentes niveis socioecondmicos, idades, géneros e outras varié- veis (iremos relacionar nivel sacioeconémico e uso da televisio, entre outras). O par e a relago ideais [A pesquisa comea como descrtva, pois o que se pretende 6 que os universtérios partcipantes carecterizem com qua- Ificatives 0 pare a relagdo ideas (protétipos), mas no final s2ré correlacional, pois iré vinculer os adjetivos utiizados ara descrever 0 par deal com os atibuldos & relarSo ideal. Também id tentarhierarquizar esses adjetvos. 110 Hernéndez Sampion, Fernéndez Colado & Baptiste Lucio abuso sexual infantil Essa pesquisa tem um alcance correlacionel/expiicativo, Correlacional porque iré daterminar a relacdo entre duss ‘medidas, uma cognitiva © a outra comportamental, para Os pesquisadores opinam avaliar 0s programas de prevencio 20 abuso em meni- ros e meninas entre 4 e 6 anos. Explicativo porque pre- tende analisar qual tem maior vaidace e confibildade, ‘assim como suas razdes. Uma boa pesquise ¢ aquela que dissipa divides com o ‘uso do método cientifico, ou sea, explice cleremente es telagbes entre varidvels que afetam o fenémeno em estudo; de mesma forma, planeja com cuidedo os ‘aspectos metodoldgioos com & finaidade de garentir 8 validade e confiabilidade de seus resultados. Em releeo & forma de abordar um fendmeno, seja qualitative ou quantitativamente, existe um debate muito antigo que, no entanto, no chega @ uma solu¢5o satisfatiria. Alguns pesquisadores consideram tals enfoques como modelos separados, pois ee baseiam em suposigdes bem diferentes sobre como o mundo fun- ciona, como @ conhecimento é criado e qual é 0 pape! dos valores. ‘Apesar de os processos e objetivos diferiem em ambos os enfoques, © de empregarem os resultados de maneire divergente, alguns pesquisedores consideram que existe 2 possibildede de que os dois oferecam ‘™meios complementares para se conhecer um fenémeno, Existem estudos que combinam métodos qualtati- vos © quantitativos de pesquisa, embora sem um s6lido ‘referencia tebrico. Essa superficaldade no se mani festa somente no &mbito conceitual, mas também no téonico, ois quase no hé exemplos de combinacio de ‘téonicas estatisticas complexas com técnicss quaitst- vas sofistcadas. ‘A escolna de um ou outro método depende dos bjetivos ~ taivee gerar teoria ou transformar a real: dade ~ do contexto do pesquitador, que teré de definir © anfoque a ser empregada, pois ¢ importante que soja rigoroso, tanto no tebrico como no metadoligico, além de congruente com seu propésito. Cecilia Belbés Diez Barroso Goordenadore de Area do Psicologia Educative Escuela de Psicologia Universided Anshuac Estado do México, México Antes de inicar um projeto de pesquisa & necessério que o estudante avale suas preferéncias e conhecimen- tos, assim como a possibldade de escother um orienta- dor que seja especialste na érea de seu interesse; € também que analse os trabalhos que vo sendo realiza- dos em sua escola ¢ em outros paises ‘A partir dal, formularé o problema que ques escia- racer, @ isso iré ajudé-o a por suas ideias em ordem e Aefinr as varidveis, e também contribu pare situé-lo no contexto em que a pesquisa ser realizade. NNesse sentido, 08 professores devem mostrar a seus alunos a dference entre uma pesquisa descritive © 7 NOTAS uma explicativa, assim como deixar claro pare eles que esta Gitima contém uma hipétese e um marco tedrico ‘muito precisos, que exige um excelente manejo dos ins: trumentos metodolégicos, pois estes, dependendo do 280, permitirBo contrastar as hipdteses. Maria Isabel Martinez Diretora ds Escuele de Economie Escuele de Economia Universidad Catélice Andrés Betlo Caracas, Venezuela 1. B importante notar que a desericao do estudo pode ser mais geral ou menos geral ou detalhada; por exemplo, poderiamos descrever a imagem de cada partido politico em todo o pais, em cada estado, em «ada cidade ou municipio (¢ também nos trés niveis). 2. Conforme encionamos, & possivel alcangar certo nivel de explicagio quando: a) relacionamos diversas varidveis ou conceitos eestes esto vinculadosentre si (nti apenas dois ou tr8s, ‘mas a maioria deles)s b) aestrutura de variiveis apresenta correlagbes considerdveis;e,além disso, ©) 0 pesquisador conhece muito bem o fendmeno de estudo. Por ora, devido 4 complexidade do tema, no nos aprofundamos em algumas consideragbes sobre a cexplicagio ea causalidade, que iremos abordar mais adiante. 6 vw Formulag4o de hipéteses Passo 5 Estabelecimento das Processo de pesquisa quantitativa + Analisar 2 conveniéncia de formular ou ndo hipéteses que orientem o restante da pesquisa. + Formular as hipéteses da pesqui- sa, desde que tenha sido consi- derado conveniente. + Tomar precisas as variéveis das hipoteses. + Definir conceituaimente as varidveis das hipsteses. + Definir operacionalmente as varidveis das hipsteses. OQ _Objetivos da aprendizagem Ao concluir este capitulo, 0 aluno seré capaz de: 1. compreender os conceitos de hip6tese, variével, definicdo conceitual ¢ definicSo operacional de uma variével; 2. conhecer ¢ entender 0s diferentes tipos de hipdtese: 3. aprender a deduzir ¢ formular hipdteses, assim como definir de maneira conceitual e operacional as vvariéveis contidas em ums hipdtese; “4. dar respostas para as preocupactes mais comuns a respeito das hipdteses. Neste capitulo mostramos que nessa etapa da pesquisa é necessario analisar se ¢ ou no conveniente for: mular hipéteses, dependendo do alcance inicial do estudo {exploratério, descrtivo, correlacional ou explica tivo}. Também definimos 0 que ¢ hipdtese, apresentamos uma classificaco dos tipos de hipsteses, toma ‘mos 0 conceito de variavel mais preciso e explicamos maneiras de deduzit © formular hipdteses. Alem dis- 0, por um lado estabelecemos a relacSo entre a formulago do problema, o marco teérico @ o alcance do estudo e, por outro, as hipéteses. erspect teérica Coy ea Peet een cee ore) pend alcance fr eter) *Vocé pode consultar @ desenvolvimento do tema Analisis estadistico: segunda parte”, * Descritivas de um valor ou dado prognosticado De pesquiss ———» | * Correlacionais * Da diterenca de grupos * Cousais ae * Mesmas opcdes que as hipéteses de pesquisa wi Mesmas opcées que as hindteses de pesquisa Atemativas ———> De estimativa De correlaco De diferenca de médias Estatisticas*™ Exploratério — N&o so formuladas Deseritive, ———® Quando se prognostica um fato ou dado Correlacional — Séo formuladas hip6teses correlacionais Explicativo ——» Sto formuladas hipdteses causais Cod Referir-se a uma situacdo real Suas varidveis ov termos dever ser compreensiveis, precisos ¢ perry ee oy peer: a eee a Se et rd Parner Devem estar relacionadas com técnicas disponiveis pa fers sobre hipé Metodolopia de pesquisa 113 | 0 QUE SAO AS HIPOTESES? HIPOTESES Explicacdes provisérias do fendmeno pasquisedo que s8o Sio as orientagdes para uma pesquisa ou estudo. As hipéteses mostram o que es- ff formuladas como proposicdes. tamos tentando comprovar ¢ sao definidas como explicagdes provisorias sobre o fendmeno pesquisado. Surgem da teoria existente (Williams, 2003) e devem ser formuladas como proposigoes. De fato, s40 respostas provisérias para as perguntas de pesquisa Vale dizer que em nossa vida cotidiana elaboramos constantemente hipéteses sobre muitas coisas € depois averiguamos sua veracidade. Por exemplo, um rapaz formula uma pergunta de pesquisa: “Sera que Paola gosta de mim?” e uma hipdtese: “Paola me acha atraente”, Essa hipdtese é uma ex plicagao provisoria ¢ esta formulada como proposicdo. Depois cle vai investigar se aceita ou nao a hipotese, quando for paquerar Paola e observar o resultado obtide. As hipoteses sio o centro, a medula eo eixo do método dedutivo quantitative. vj] SERA QUE DEVEMOS FORMULAR HIPOTESES EM TODA PESQUISA QUANTITATIVA? Nao, nem todas as pesquisas quantitativas formulam hipéteses. O fato de formularmos ou nao hi poteses depende de um fator essencial: 0 alcance inicial do estudo. As pesquisas quantitativas que formulam hipéteses sio aquelas cuja formulagao define que seu alcance sera correlacional ou expli- cativo, ou as que tém um alcance descritivo, mas que tentam prognosticar uma cifra ou um fato. Isso esta resumido na Tabela 6.1 Um exemplo de estudo com alcance descritivo e prognéstico seria aquele que pretende so mente medir o indice de delitos em uma cidade (nao se procura relacionar a incidéncia de delitos com outros fatores como o crescimento populacional, o aumento dos niveis de pobreza ou o uso de drogas; menos ainda determinar as causas de tal indice). Entao, por tentativa iria prognosticar me diante uma hipotese alguma cifra ou proporcao: o indice de delitos para o seguinte semestre sera menor do que um delito para cada mil habitantes. ‘Os estudos qualitativos, normalmente, nao formulam hipoteses antes de coletar dados (em- bora nem sempre isso aconteca). Sua natureza é essencialmente induzir as hipéteses por meio da coleta e anilise dos dados, conforme iremos comentar na terceira parte do livro, “O processo da pes- isa qualitativa’ 7 nas pong nara a vj] AS HIPOTESES SAO SEMPRE VERDADEIRAS? ‘As hipéteses nao sio necessariamente verdadeiras: podem ser ou nao verdadeiras e podem ser ou ‘no comprovadas com dados. Sao explicagoes provisorias, nao os fatos em si. Ao formulé-las, o pes quisador nao esta totalmente certo de que irdo ser comprovadas, Conforme mencionam ¢ exempli- ficam Black e Champion (1976), uma hip6tese ¢ diferente da afirmagao de um fato. Se alguém for mula a seguinte hipétese (referindo-se a um pafs determinado): “as familias que vivem em areas ur TABELA 6.1 Formulaco de hipSteses em estudos quantitativos com diferentes alcances Oa: eS Exploratrio No sho formuiadas hipsteses. Deserve Somente sio formuladas hip6teses quando se prognostica um fata ou dado. Comelacional ‘So formuladas hipéteses corrlacionals. Explicativo ‘Sto formuladas hipdteses causais. 114 __Hemnindex Sampier, Feméndez Collado & Baptista Lucio \VARIAVEL Propriedade que tem ‘uma variacdo que pode ser medids observada. banas tém menos filhos do que as familias que vivem em reas rurais’, esta pode ser ou no comprovada. Mas, se uma pessoa afirma isso tendo como base a informacao de um censo demogr- fico recente realizado nesse pais, ela nao esta formulando uma hipétese, mas afirmando um fato. No ambito da pesquisa cientifica, as hip6teses sto proposigoes aproximadas sobre as relacdes entre duas ou mais variaveis, se apoiam em conhecimentos organizados e sistematizados. Uma vez que se comprova uma hip6tese, esta tem um impacto no conhecimento disponivel, que pode ser modificado e, consequentemente, podem surgir novas hipéteses (Williams, 2003). As hipoteses podem ser mais ou ser menos gerais ou precisas e envolver duas ou mais vari veis. De qualquer modo, sio apenas proposicGes sujeitas A comprovacio empirica e & verificagio na realidade. Exemplos de hipdteses A proximidade geogrdtica entre as residéncias do casal de namorados est8 reacionada positivamente ‘com o nivel de satisfacko proporcionado por seu relacionamento." 0 indice de céncer pulmonar ¢ malor entre os fumantes do que entre os no fumantes.” “Conforme as psicoterapias drigidas 20 paciente se desenvolvem, hé um aumento das expressées ver- bais de discussio e exploracto de planos pessoais futuros e uma diminuicSo das manifestacdes de fatos passados.” Quanto mais variedade houver no trabalho, maioeseré a motivacso intrinsaca em relacBo a ele.” Observe, por exemplo, que a primera hiptesevincula duas varidves:“proximidade geogrica entre as residencias dos namorados” e “nivel de satstacdo com o relaionamento™. [v0 QUE SAO AS VARIAVEIS? Agora precisamos definir o que é uma variavel. Uma variivel é uma propriedade que pode oscilar cuja variacao pode ser medida ou observada. Exemplos de variaveis sto: o genero, a motivacao in- trinseca em relacio 20 trabalho, o atrativ fisico, a aprendizagem de conceitos, a religi2o, a resistén- cia de um material, a agressividade verbal, a personalidade autoritaria, a cultura fiscal ea exposicao a uma campanha de propaganda politica. O conceito de varié- vel pode ser aplicado a pessoas ou outros seres vivos, objetos, fatos ¢ fendmenos, que adquirem diversos valores em relagao a variavel mencionada. Por exemplo, a inteligéncia,jé que ¢ possivel classficar as pessoas de acordo com sua inteligéncia: nem todas as pessoas a possuem no mesmo nivel, isto é, ha uma variagio nele. (Outros exemplos de varidveis sto: a produtividade de um determinado tipo de semente, a ra- pidez com que se oferece um servico, a eficiéncia de um procedimento de construcao, a eficicia de ‘uma vacina, 0 tempo que uma doenca demora em se manifestar, entre outros exemplos. Ha varia- ‘Glo em todos 0s casos. ‘As varidveis adquirem valor para a pesquisa cientifica quando conseguem se relacionar com outras varidveis, ou seja, se fazem parte de uma hipdtese ou uma teoria. Nesse caso elas costumam ser chamadas de constructos ou construgies hipotéticas. [WM] DE ONDE SURGEM AS HIPOTESES? No enfoque quantitative, se 0 processo de pesquisa foi realizado passo a passo € natural que as hips- teses surjam da formulagio do problema que é, conforme lembramos, reavaliado e se necessério re- formulado apés a revisio da literatura. Ou seja, sio provenientes da propria revisio da literatura.” ‘Nossas hipdteses podem surgir do postulado de uma teoria, de sua andlise, de generalizagbes empiri- casapropriadas para nosso problema de pesquisa e de estudos revisados ou antecedentes consultados. “N.de R-T::A necessidade de as hipsteses “nascerem da literatura” é um dos aspectos mais considerados ‘quando especialistas avaliam artigos, dissertagOes, teses, etc. Metodologia de pesquisa 115 ‘As hipéteses podem surgir até por analogia, ao aplicar certa informacio a outras contextos, como a teoria de campo em psicolo ia que surgiu da teoria do comportamento dos campos magnéticos. Existe, entdo, uma rela¢io muito estreita entre a formulacio do problema, a revisio da litera- tura e as hipéteses. A revisto inicial da literatura feita para nos familiarizar com o problema de es. tudo nos leva a formuli-lo, depois ampliamos a revisio da literatura ¢ aprimoramos ou torn a formulacao mais precisa, da qual derivamos as hipoteses. Ao formularmos as hipéteses, reavalia- ‘mos nossa formulacio do problema. Devemos lembrar que os objetivos ¢ as perguntas de pesquisa podem ser confirmados ou n Ihorados durante o desenvolvimento do estudo. Também é possivel que durante processo surjal outras hipoteses que nao foram consideradas na formulagio original, produto de novas reflexoes, ideias ou experiéncias; discusses com professores, colegas ou especialistas na drea; ou até mesmo ‘dea do” (Rojas, 2001). Esse diltimo caso aconteceu varias vezes nas ciéncias, Por exemplo, o de outros contextos ¢ a de nosso estu nalogias, a0 descobrir semethancas entre a informas: mas hips: ja territorialidade humana surgiram de es. teses na érea da comunicacao nao verbal sobre a pritica tudos relacionados a esse tema, s6 que em a mais; algumas concepgdes da teoria de campo ou psi cologia tipolégica (cujo principal expoente foi Kurt Lewin) tém antecedentes na teoria do pos eletromagnéticos. As hipdteses da te Joseph Woelfel e Edward L. Fink (1980) ~ para medir © processo da comunicagao tém origens im: por ia Galileu — propostas por fisica e outras ciéncias exatas (as dindmicas do “eu” se apoiam em nogdes da dlgebr vetorial). Selltiz e colaboradores (1980, p. 54-55), ao falarem das fontes de onde surgem as hipéte- As fortes de hipsteses de um estudo so 1m importantes na hora de determinar a natureza da contribuigao da pesquisa no corpus geral le conhecimentos. Uma hipste se que simp esmente emana da intuicao ou de uma suspeita pode, ainal, dar uma im ‘contribuigio para a cidncia, Mas, se ela somente foi comprovada em um es em duas limsitag quanto a sua utlidade, Primeiramente, ndo existe segu ranga de que as relagies entre as Varidveis encontradas em ui determinado estudo serdo encontradas em outros estudos [...] Em segundo lugar, uma hipétese baseada sirapleamente coi axat sumpeiin alc propicia pars scr racine comm outré conbe cimento ou teoria. Ent3o, as descobertas de um estudo baseadas nessas ipoteses mao de conhecimento da cigncia social Flas podem suscitar questdes importantes, podem estimular pesquisas posteriores © podem até mes ativa, Mas, ue esses avangos ocorram, 2 probabilidade de ficarem como fragmentos isolados de informacao ¢ muito grande Unaa hiptese que nasee das descobertas de outros estudos, de alguma forma esti livre da primeira dessas limitagaes. Sea hipd se estiver bascada em resultados de ou tos estudos, ¢ se o presente estud nia a hipGtese daqueles, 0 resultado poder ter 116 Hernindez Sampier, Femsnde2 Colado & Baptista Lucio servido para confirmar essa relagio de wma forma normal [..] Una hipétese que no se apoia simplesmente nas descobertas de um estudo prévio, mas em uma teoria em termos mais gerais, est livre da segunda limitacaox ade distanciamento de um corpus de doutrina mais geral As hipéteses podem surgir mesmo que ndo exista um corpus tebrico abundante Concordamos com 0 fato de que as hip6teses surgidas de teorias com evidéncia empirica superam as duas limitagoes mostradas por Salltiz e colaboradores (1980), ¢ também coma afirmacao de que ‘uma hipdtese que nasce das descobertas de pesquisas anteriores supera a primeira dessas imitacoes. ‘Mas precisamos insistir que hip6teses tteise frutiferas também podem ter sua origem em formula .gées do problema cuidadosamente revisadas, mesmo que 0 corpus tedrico que as apoia nao seja abundante. As vezes, a experiéncia e a observacio constante oferecem matéria potencial para o es- tabelecimento de hipéteses importantes, e podemos dizer 0 mesmo sobre a intuicao. Quanto me- nos apoio empirico previo tiver uma hipétese, mais cuidado deveremos ter em sua elaboracio e avaliagio, porque também no é recomendavel formular hipéteses de maneira superficial. ‘Uma falha realmente grave na pesquisa ¢ formular hipSteses sem ter revisado com cuidado a literatura, pois poderiamos cometer erros como o de sugerir hipstese sobre algo que foi muito com- provado ou de algo contundentemente desprezado, Um exemplo grosseiro, mas ilustrativo, seria pretender estabelecer a seguinte hipdtese: “Os seres humanos podem voar por si mesmos, somente com seu corpo’: Em sintese,a qualidade das hipdteses est relacionada positivamente com a revisio inesgotavel da literatura. (H uals CARACTERISTICAS UMA HIPOTESE DEVE TER? Dentro do enfoque quantitativo, para que uma hipétese seja digna de ser considerada, deve reunir certos requisitas: 1. A hipétese deve se referir a uma situagio “real”, Conforme argumenta Rojas (2001), as hipdteses somente podem ser submetidas a teste em um universo e um contexto bem defi- nidos. Por exemplo, uma hipdtese referente a alguma variavel do comportamento gerencial (digamos, a motivacao) deveré ser submetida a teste em uma situaga0 real (com certos gerentes de organizacdes existentes). Algumas vezes, na mesma hip6tese essa realidade se torna explicita (por exemplo, “As criancas guatemaltecas que viver em dreas urbanas vio imitar mais a conduta violenta da televisio do que as criangas guatemaltecas que vivem em reas rurais") e, outras vezes, a realidade é definida pelas explicagoes que acompanham a hipdtese. Assim, a hipdtese: “Quanto maior for o feedback sobre o desempenho no trabalho ‘que um gerente proporciona aos seus supervisores, mais elevada sera a motivagio intrinseca destes em relagio 2 suas tarefas laborais’, nio explica quais gerentes, de qual empresa. Entio € preciso contextualizar a realidade dessa hipotese; afirmar, por exemplo, que sio gerentes de todas as éreas, de empresas exclusivamente industriais com mais de mil trabalhadores € situadas em Medellin, na Colombia E muito comum que quando nossas hipéteses vem de uma teoria ou uma generalizagio ‘empirica (afirmagao varias vezes comprovadas na “realidade") sejam manifestagdes contex- tualizadas ou casos concretos de hipéteses gerais abstratas. A hipétese “quanto maior for a satisfagao com o trabalho maior sera a produtividade” ¢ geral e suscetivel de ser testada em diversas realidades (pafses, cidades, parques industriais ou, ainda, em uma s6 empresa; com diretores, secretarias ou operirios, etc.; em empresas comerciais, industria, de servigos ou combinagdes desses tipos, atividade comercial ou com outras caracteristicas). Nesses casos, a0 testarmos nossa hipotese contextualizada trariamos evidénciaa favor da hipétese mais geral. £ bvio que os contextos ou as realidades podem ser mais ou menos gerais e que normalmente foram explicados claramente na formulagao do problema. O que fazemos ao estabelecer as hipdteses ¢ voltar a analisar se os contextos so os adequados para nosso estudo e se é possivel ter acesso a cles (confirmamos 0 contexto, buscamos outro ou ajustamos a hipstese). Metodolopia de pesquisa 117 As varidveis ou termos da hipétese devem ser compreensiveis, precisas € as mais concretas ossiveis. Termos vagos ou confusos nao tém espago em uma hipétese. Assim, globalizago da economia e sinergia organizacional sio conceitos imprecisos e gerais que devem ser substituidos: por outros mais especificos ¢ concretos. ‘A relagio entre varidveis proposta por uma hipétese deve ser clara verossimil (l6gica). indispensdvel que a forma como as varidveis estio relacionadas fique clara ¢ que essa relagio no pode ser ildgica. A hipétese: "A diminuigSo do consumo de petréleo nos Estados Unidos esta relacionada com o grau de aprendizagem da Algebra pelas criangas que frequentam as escolas publicas de Buenos Aires” seria inverossimil. Nao ¢ possivel consider4-la. Os termos ou variéveis da hipStese devem ser observaveis e mensursveis, assim como a relagdo proposta entre eles, ou seja, ter referentes na realidade. As hipSteses cientificas, assim como 0s objetivos ¢ as perguntas de pesquisa, no incluem aspectos morais nem questées que nio possamos medir. Hipéteses como “Os homens mais felizes vio para 0 céu” ou “A liberdade de espirito esté relacionada com a vontade angelical” implicam conceitos ou relagBes que no possuem referentes empiricos; portanto, nfo sio titeis como hipétese para investigar cientifi- camente nem podem ser submetidas a teste na realidade, ‘As hipéteses devem estar relacionadas com técnicas disponiveis para testi-las. Esse requisito esti estreitamente ligado ao anterior ¢ se refere ao fato de que, quando formulamos uma hipétese, temos de analisar se existem técnicas ou ferramentas de pesquisa para verificé-la, se € possivel desenvolvé-las e se esto a0 nosso alcance. ‘Vamos supor que essas técnicas existem, mas que por algumas razies ndo temos acesso a elas. Entio, alguém poderia tentar comprovar hip6teses referentes ao desvio de orgamento nos gastos do governo de um pais latino-americano ou a rede de narcotraficantes na cidade de Miami, mas nio dispor de formas eficazes para obter seus dados. Nesse caso, embora sua hipStese seja teoricamente muito valiosa, na realidade nao pode ser testada. ‘~ auals SAO Os TIPOS DE HIPOTESES? Existem diversas maneiras de classificar as hip6teses, mas aqui vamos nos concentrar nos seguintes tipos: 1. Hipéteses de pesquisa 2. Hipoteses nulas 3. Hipéteses alternativas 4. Hipéteses estatisticas Estas dltimas serdo revisadas no Capitulo 8 do CD: “Andlisis estadistico: segunda parte” \¥_ 0 QUE SAO AS HIPOTESES DE PESQUISA? Aquilo que ao longo deste capitulo definimos como hipdteses sio, na verdade, as Oa2 » i i is |POTESES DE PESQUISA Proposi- hhipéteses de pesquisa. Estas sio definidas como proposicoes provisérias sobreas | MY possiveis relagdes entre duas ou mais varidveis ¢ devem satisfazer os cinco requi- ‘¢bes provisérias sobre # ou as sitos mencionados. Elas costumam ser simbolizadas como H ou Hi, Hay Hsy etc. (quando sio varias) e também denominadas hipdteses de trabalho. Jd as hip6teses de pesquisa podem ser: a) descritivas de um valor ou dado prognosticados b) correlacionais; ¢) de diferenca de grupos; d) causais. possiveis relagdes entre duas ou mais varidveis. 1s Hernandez Sampieri, Feméndez Collado & Baptista Lucio Hipoteses descritivas de um dado ou valor prognosticado’ Essas hipéteses, is vezes, sio utilizadas em estudos descritives, para tentar prever um dado ou valor em uma ou mais variveis que serao medidas ou observadas. Mas vale a pena comentar que no so todas as pesquisas descritivas que formulam hipéteses desse tipo ou afirmages mais gerais (“a an- siedade nos jovens alcoolistas seré clevada”;“durante este ano o orcamento para publicidade ira au ‘mentar entre 50 e 70%"; “a motivagio extrinseca dos operirios das zonas industriais de Valencia, Venezuela, vai diminuir”; “o mimero de tratamentos psicoterapicos iré aumentar nas cidades da América do Sul com mais de trés milhOes de habitantes" ). Nao € ficil realizar estimativas com rela- tiva precisio sobre certos fendmenos. Exemplos Hz *O aumento do nimero de divorcios de casais cujas idades oscilam entre 0s 18 e 25 ans card de 20% ‘no prdxima ano.” (Em um contexto especifico como uma cidade ou um pais) Hz. "Aiinllagéo do préximo semestre nBo serd superior a 3%.” Hipoteses correlacionais Especificam as relacdes entre duas ou mais varidveis e correspondem aos estudos correlacionais (“o tabagismo esté relacionado com a presenca de doencas pulmonares”; “a mativac3o pela éxito est vinculada com a satisfacio laboral 0 estado de espirito no trabalho”; “a atracao fisica, as demons- tragdes de afeto, a semelhanca em valores e a satisfaci0 no namora estio associadas entre si"). No entanto, as hipdteses correlacionais nao podem somente determinar se duas ou mais varidveis estio vinculadas, mas também como estio associadas. Elas conseguem chegar a0 nivel preditivo e parcialmente explicativo. Nos seguintes exemplos nio s6 determinamos que hi relagio entre as varidveis, mas também como €a relagao (que diregao segue). Claro que ¢ diferente formular hipéteses em que duas ou mais variiveis estio vinculadas e supor como sio essasrelacdes. No Capitulo 10,"Andlise dos dados quan- titativos’, explicamos mais a fundo o tema da correlagao e os tipos de correlagao entre variaveis.. Exemplos “Quanto maior fora exposieso dos adolescentes a videocties com conteddo sexual elevado, maior sart o surgimento de estratdgias nas relagBes interpessosis para manter contato sexual.” (Aqui a hipdtese indica ‘que quando ums varidvel aumenta, 2 outra também auments; e vice-versa, quando uma varsvel éiminui a outta também.) “Quanto maior for a autoestima, menor seré 0 medio de obter éxito.” (Aqui a hipdtese indica que quando uma vardvel aumenta a outra diminui; ¢ se esta diminui a outra aumenta.) “As telenovelas latino-americanas mostram cada vez mais cenas com muito contedido sexual.” Nessa hipdtese hd a corretacto de duas varidveis: época ou tempo em que as telenovelas slo produzidas con- teido sexual) ‘Devemos acrescentar o seguinte: em uma hipétese de correlacao,a ordem em que colocarmos as variiveis nio é importante (nenhuma varidvel antecede a outra; nao ha relacio de causalidade). Eo mesmo indicar “para maior X, maior Y°, do que “para maior ¥, maior X";ou “para maior X,me- nor ¥,do que “para menor ¥, maior X°. Metodologia de pesquisa 119 Exemplos “Aquelas que conseguem notas mais altas na prova de estatistica tendem a alcancar as notes mais altas na prova de economia” # o mesmo que “os que conseguem ter as notas mais altas na prova de economia so ‘aqueles que tendem a obtar natas msi altas na prova de estatisica’ ‘Conforme aprendemos desde pequenos: “A ordem dos fatores (variveis) nao altera o produ- to (a hipétese)’: Claro que isso também acontece na correla¢io, mas ndo nas relagbes de causalida- de, em que poderemos ver que, sim, a ordem das varidveis € importante. Mas na correlagao nao fa- lamos de varidvel independente (causa) e dependente (efeito). Quando somente hi correlacdo, esses termos precisam ter sentido. Os estudantes que iniciam seus cursos de pesquisa costumam indicar em toda hipotese qual € a varivel independente e qual é a dependente em toda hipdtese. Isso € um erro. Isso pode ser feito somente nas hipdteses causais. Por outro lado, é comum que quando se pretende correlacionar diversas varidveis na pesquisa se tenham varias hipdteses, ¢ cada uma delas relacione um par de variveis. Por exemplo, se quisés- semos relacionar as varidveis como atracio fisica, confianga, proximidade fisica e equidade no na- ‘moro (todas entre si), entio formulariamos as hip6teses correspondentes. Exemplos Hy: “Para maioe atragSo fisica, menor confianca.” Hz: “Para maior atracSo tisica, maior praximidade fisica.* Hy: "Para maior atrapSo fisica, maior equidade." Hg: “Para maioe confianea, maior proximidade fisica.” Hg: “Para maioe confianea, meior equidsde.” Hg: “Para maioe proximidadefisica, maior equidade.” Essas hipéteses devem ser contextualizadas em sua realidade (com quais casais) e submetidas a teste empirico. Hipéteses da diferenca entre grupos Essas hipdteses sio formuladas em pesquisas cuja finalidade é comparar grupos. Por exemplo, va- ‘mos supor que um publicitario acha que um comercial televisivo em preto ¢ branco, cujo objetivo ¢ persuadir os adolescentes que comecam a fumar para que deixem de fazé-Lo, tem uma eficacia di- ferente de um colorido, Sua pergunta de pesquisa seria: Um comercial televisivo em preto e branco € mais eficaz que um colorido’, cuja mensagem ¢ persuadir os adolescentes que comecam a fumar para que deixem de fazt-lo. E sua hipétese ficaria formulada assim: Exemplos: 4: “0 efeito persuasive para deixar de fumar no serd o mesmo em adolescentes que vojam a versio Colorida do comercial teievsivo do que 0 efeito em adolescentes que vejam a verséo do comercial em Preto e branco.” 120 Hernandez Sampieri, Feméndez Coliado & Baptista Lucio Outros exemplos desse tipo seriam: Exemplos "Os adolescentes iio mais importincia 20s strativos fsicos em suas relagbes de casal do que 3s adolescentes.” *0 tempo que as pessoas contagiadas por transfusto de sangue levam para desenvolver 2 AIDS & ‘menor do que as que adquitem o HIV por transmissS0 sexual.” Nos trés exemplos anteriores apresentamos uma possivel diferenca entre grupos, s6 que no rimeiro deles apenas determinamos que ha diferenca entre os grupos comparados; mas nao afir- ‘mamos em qual dos grupos o impacto ser mais determinante. Nio determinamos se o efeito per- suasivo ¢ maior em adolescentes que veem o comercial em preto e branco ou naqueles que o veem colorido. Somente nos limitamos a dizer que esperamos encontrar uma diferenga. Mas, no segun- do, além de a hip6tese determinar a diferenca, especifica qual dos grupos ter um maior valor na varidvel de comparacio (0s jovens slo aqueles que, segundo se pensa, dario maior importancia a0 atrativo fisico). © mesmo acontece com 0 terceiro exemplo (desenvolvem mais lentamente a doen- ‘ea aqueles que a adquirem por transmissio sexual). ‘Quando © pesquisador nao possui bases para pressupor a favor de qual grupo sera a diferen- ‘sa, ele formula uma hipstese simples de diferenca entre grupos (como no primeiro exemplo dos co- ‘merciais). E quando ele realmente possui essas bases, estabelece uma hipétese direcional de diferen: ‘Ga entre grupos (como nos outros exemplos). Este dltimo normalmente acontece quando a hipste- se vem de uma teoria ou estudos antecedentes ou, ainda, quando 0 pesquisador esti bastante familiarizado com o problema de estudo. Esse tipo de hipétese consegue abranger dois, rés ou mais grupos. Exemplo Hz "As conas da novela A verdad de Paola tetio mais contaddo sexual do que 3s da novela Sentimentos de Christian e estas, por sua vez, um maior conteido sexual do que as cenas da novela Mariana, meu ‘timo amor” 2 Alguns pesquisadores consideram as hipéteses de diferenca entre grupos como um tipo de hi- pétese correlacional, porque em tiltimo caso relacionam duas ou mais varisveis. O caso do atrativo fisico relaciona a varidvel “gtnero” com a variivel “atribuicao da importancia do atrativo fisico nas relagdes de casal”. Hipoteses que estabelecem relacdes de causalidade Esse tipo de hipétese nao s6 afirma a ou as relagoes entre duas ou mais varidveis e a maneira como elas se manifestam, como também prope um "sentido de entendimento” das relagies. Tal sentido pode ser mais ou menos completo, pois depende do niimero de varidveis incluidas, mas todas essas hipéteses estabelecem relacées de causaefito. Metodologia de pescuisa 124 Exemplos Hz "A desintegracio do casamento provoca baixa autoestima nos fihas e nas flhas”. (No exemplo, aim de se estabelecer uma relacdo entre as variéveis, propte-se a causalidade dessa relar3o.) Hi: “Um elms erganizacional negativo cria niveis baixos de inovacSo nos empregados.” As hipéteses correlacionais podem ser simbolizadas como “X—Y";e as hipdteses causais como nna Figura 6.1. Influi ou causa x~—$_________>r (Uma variavel) (Outra varidvel) FIGURA 6.1 Simbolizacdo da hipétese causal Correlacao e causalidade sto conceitos associados, mas diferentes. Se duas varidveis estao cor- relacionadas, isso nao implica necessariamente que uma serd causa da outra. Vamos supor que uma empresa fabrica um produto que ¢ pouco vendido ¢ decide melhoré-lo, ela faz isso ¢ langa uma campanha para anunciar produto no ridio e na televisao. Depois, nota um aumento nas vendas do produto. Os executivos da empresa podem dizer que o langamento da campanha esté relaciona- do com 0 aumento das vendas; mas se a causalidade no for demonstrada, nao é possivel garantir que a campanha tenha provocado esse aumento. Talvez a campanha seja a causa do aumento, mas talvez a causa em si seja 0 aprimoramento do produto, uma excelente estratégia de comercializacio ou outro fator ou, ainda, todas podem ser causas. ‘Outro caso éaquele que explicamos no capitulo anterior, no qual a estatura parecia estar cor- relacionada com a inteligéncia em criancas (as com maior estatura tendiam a obter as notas mais altas no teste de inteligéncia); mas a realidade foi que a maturidade era a varidvel que estava relacio- nada com a resposta para um teste de inteligéncia (mais do que a inteligencia em si). A correlagao no tinha sentido; e menos ainda tendia a estabelecer uma causalidade, ao afirmar que a estatura é causa da inteligencia ou que, pelo menos, tem uma influéncia sobre ela. Ou seja, nem todas as cor- relagbes tém sentido e nem sempre que encontramos uma correla¢io podemos inferir causalidade. Se.ada vez que se obtém uma correlacao se supusesse causalidade, isso cquivaleria a dizer que toda ver que se observa uma mulher e uma criana juntas pudéssemos supor que ela é a mae, quando pode ser sua tia, uma vizinha ou uma mulher que por acaso ficou muito perto da crianca. Para estabelecer causalidade é preciso ter demonstrado correlagio, mas, além disso, a causa deve vir antes do efeito. As mudangas na causa também tém de provocar mudancas no efeito. ‘Quando falamos de hipstese, as supostas causas s40 conhecidas como varidveis independentes € 08 efeitos como variveis dependentes. Somente € possivel falar de varidveis independentes e de- pendentes quando formulamos hipsteses causais ou hipdteses de diferenca entre grupos, sempre € quando nessas tiltimas se explique qual éa causa da suposta diferenga na hipotese. ‘A seguir, apresentamos diferentes tipos de hipdteses causais: 1, Hipéteses causais bivariadas, Nestas se estabelece uma relac3o entre uma varidvel indepen- dente ¢ uma varidvel dependente. Por exemple: “Perceber que outra pessoa do género oposto € semelhante a alguém em termos de religi2o, valores e crencas, provoca em nés mais atrac30 em relagao a ela” (ver Figura 6.2). 2. Hipoteses causais multivariadas, Estabelecem relacio entre diversas varidveis independentes ‘e uma dependente, ou uma independente e varias dependentes, ou diversas varidveis indepen- dentes e varias dependentes. 122 Hernandez Sampieri, Feméndez Coliado & Baptista Lucio (Nommalmente, a variével independente (Worivel dependente, simbolizada 6 simbolizada como X em hipéteses como ¥) ‘causais, enquanto em hipéteses correlacionais nBo significa varidvel independente, visto que n&o ha suposta causa) FIGURA 6.2 Esquema de relacto causal bivariada. Exemplo “A coeséo @ 2 centralidade am um grupo submetida a uma dinamica, assim como 0 tipo de Sderenca exer ida dentro dele, determinam sua eficécia para ating suas metas primésias.” (Figura 6.3) Exemplo “A variedade ¢ a autonomia no trabalho, assim como 0 feedbeck proveniente do desenvolvimento deste, {geram maior motivaco intrinseca # satisfacSo laborais." (Figura 6.8) Metodologia de pesquisa 123 Indepondentos Dependentes Variedade no trabaiho Motivegao intrinsec | ‘Autonomia no trabalho ‘Satistagdo laboral ‘Feedback proveniente do trabalho Simbolizadae como: % % % Ye % FIGURA 6.4 Esquema de relacSo causal multvatiada com duas varies dependentes. As hipéteses multivariadas podem propor outro tipo de relagdes causais, em que certas varié- veis intervém modificando a relacao [hipdtese com a presenca de varidveis intervenientes].. Exemplo “0 saldrio sumenta 2 motivacdo intrinseca dos trabathadores quando & pago de acordo com 0 desempe- ho.” (Figura 6.8) (Waridvel independente) Condigbes de pagamento do (Varidvel dependente) (Varidvel intervenienta) Simbolizadas como X —_T, Y FIGURA 6.5 Esquema causal com variavel interveniente. E possivel que haja estruturas causais de varidveis mais complexas dificeis de expressar em ‘uma s6 hipétese, porque as varidveis se relacionam entre si de diferentes maneiras. Entao, podemos propor as relacées causais em duas ou mais hipoteses ou de forma grafica (ver Figura 6.6). 124 Hernandez Sampiar, Ferndndez Collado & Baptista Lucio FIGURA 6.6 Estrutura causal complexa muttivarieda. A Figura 6.6? poderia ser desmembrada em varias hipéteses; por exemplo, Hy: “O salirio aumenta a satisfagio laboral.” Hy 1 Steg a 8 cieg i Iactrensel nian Ral cnet ell Hy *Resmralizatodiminu a satiico labora Hy: “A satisfaclo laboral influi na realocagao de pesso: Hy: “Aegon cpr igo ii a a ec He

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