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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

PROCESSO ADMINISTRATIVO ELETRÔNICO Nº 19/1300-0001482-8

PARECER Nº 17.902/19

Procuradoria de Pessoal

EMENTA:

DIVISÃO DE SAÚDE DO TRABALHADOR. DISAT.


GRATIFICAÇÃO DE INSALUBRIDADE. QUESTIONAMENTOS.
1. Os atos concernentes à gratificação de insalubridade, seja para
fins de concessão, revogação ou alteração do seu grau, somente são
válidos a partir da emissão do respectivo laudo administrativo, forte na
jurisprudência consolidada do STJ.
2. Por se tratar de parcela transitória e propter laborem, a revogação
ou diminuição do grau da gratificação de insalubridade não acarreta
necessidade de abertura de processo administrativo para garantia do
contraditório e a da ampla defesa, porquanto não se trata de redução
salarial, sendo suficiente a cientificação prévia do servidor no sentido de
informá-lo da mudança remuneratória.
3. Verificada in loco a inexistência das condições insalubres
informadas pelo servidor requerente e atestadas pela autoridade superior,
deverá a DISAT noticiar formalmente ao Secretário da Pasta
correspondente para que este adote as medidas cabíveis para a apuração
de eventual falta disciplinar pelos envolvidos.
4. Em caso de realização de atividades insalubres em desvio de
função, deverá a DISAT relatar a irregularidade ao Secretário da
respectiva Pasta para que seja procedida à imediata cessação da
realização do trabalho em desvio de função, com o retorno do servidor ao
exercício das atribuições próprias de seu cargo, e à apuração da chefia
que autorizou o labor irregular para fins de eventual responsabilização.
5. Ao servidor ocupante de cargo em comissão é permitida a
percepção da gratificação de insalubridade, ao teor do artigo 56, § 2.º, da
Lei n.º 7.357, de 08 de fevereiro de 1980.

AUTORA: ANNE PIZZATO PERROT

Aprovado em 1º de outubro de 2019.


Nome do documento: FOLHA DE IDENTIFICACAO.doc

Documento assinado por Órgão/Grupo/Matrícula Data

Arthur Rodrigues de Freitas Lima PGE / GAB-AA / 447930001 01/10/2019 15:45:54


te
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en
PARECER

alm
DIVISÃO DE SAÚDE DO TRABALHADOR. DISAT.
GRATIFICAÇÃO DE INSALUBRIDADE.
QUESTIONAMENTOS.

t
1. Os atos concernentes à gratificação de

igi
insalubridade, seja para fins de concessão,
revogação ou alteração do seu grau, somente são

oD
válidos a partir da emissão do respectivo laudo
administrativo, forte na jurisprudência consolidada
do STJ. Revisão, no ponto, dos Pareceres de
números 7.194/87, 9.051/91, 9.774/93 e
ad
15.049/09.
2. Por se tratar de parcela transitória e propter
laborem, a revogação ou diminuição do grau da
sin

gratificação de insalubridade não acarreta


necessidade de abertura de processo
administrativo para garantia do contraditório e a da
As

ampla defesa, porquanto não se trata de redução


salarial, sendo suficiente a cientificação prévia do
servidor no sentido de informá-lo da mudança
nto

remuneratória.
3. Verificada in loco a inexistência das condições
insalubres informadas pelo servidor requerente e
atestadas pela autoridade superior, deverá a
me

DISAT noticiar formalmente ao Secretário da Pasta


correspondente para que este adote as medidas
cabíveis para a apuração de eventual falta
cu

disciplinar pelos envolvidos.


4. Em caso de realização de atividades insalubres em
Do

desvio de função, deverá a DISAT relatar a


irregularidade ao Secretário da respectiva Pasta

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para que seja procedida à imediata cessação da
realização do trabalho em desvio de função, com o

alm
retorno do servidor ao exercício das atribuições
próprias de seu cargo, e à apuração da chefia que
autorizou o labor irregular para fins de eventual
responsabilização.

t
5. Ao servidor ocupante de cargo em comissão é

igi
permitida a percepção da gratificação de
insalubridade, ao teor do artigo 56, § 2.º, da Lei n.º

oD
7.357, de 08 de fevereiro de 1980.
ad

O Processo Administrativo Eletrônico n.º 19/1300-0001482-8 é


inaugurado com memorando da Divisão de Saúde do Trabalhador – DISAT/DMEST
sin

-, encaminhando consulta à Assessoria Jurídica da Secretaria de Planejamento,


Orçamento e Gestão (SEPLAG), com os seguintes questionamentos referentes ao
adicional de insalubridade de servidores:
As

1) Para servidor que já percebe insalubridade e face perícia in loco e a


elaboração do laudo pericial constatou-se que o servidor não está
mais sujeito a condição insalubre e não é possível confirmar com
nto

exatidão em qual momento essa condição deixou de existir, qual o


procedimento que a DISAT deverá adotar? Para maior celeridade, é
pertinente elaborar relatório de fiscalização e revogar ato de
me

concessão de insalubridade de forma imediata? É válido considerar a


data de elaboração do Laudo Pericial para esta situação? É
admissível que o servidor faça pedido de reconsideração antes da
elaboração do ato de revogação da concessão da insalubridade?
cu

2) Quando da perícia in loco e a elaboração do laudo pericial é


constatado que o servidor deveria perceber insalubridade inferior ou
Do

superior ao grau da gratificação a que já está percebendo e não é

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possível confirmar com exatidão em qual momento essa condição
mudou, qual a data que deverá ter o ato da mudança do grau da

alm
concessão de insalubridade?

3) Quando da perícia in loco e a elaboração do laudo pericial é


constatado que o servidor sempre executou atividades insalubres,
mas nunca percebeu insalubridade, qual a data que deverá ter o ato

t
de concessão de insalubridade? Por exemplo, foi realizada uma

igi
perícia e ficou constatado que o servidor (que não tem Processo
Administrativo solicitando gratificação de insalubridade e executa as
mesmas atividades há mais de dez anos), deveria perceber a

oD
insalubridade, qual a data a ser considerada no ato de concessão de
insalubridade para o referido servidor, já que a concessão deveria ser
a partir das atividades e já houve prescrição quinquenal em um
período do exercício de tais atividades? É válido considerar a data da
ad
perícia in loco com a prescrição quinquenal para esta situação?

4) Quando do recebimento por esta DISAT de requerimento de


sin

solicitação de gratificação de insalubridade de servidor acostado por


documentos de atestado e certidão de atividades do servidor,
assinados por chefe de divisão e diretor de departamento
As

respectivamente, e verificado in loco que aquelas atividades não


estão sendo executadas, a quem caberá a responsabilização de tais
informações naqueles documentos, uma vez que estes têm fé
pública e que a DISAT os utiliza para analisar as requisições de
nto

insalubridade? Qual o procedimento a ser adotado nesses casos?

5) Para os casos de desvio de função de servidores que deveriam


ganhar insalubridade por força da execução de “atividades estranhas
me

a de seu cargo”, qual o procedimento que a DISAT deve adotar? O


embasamento legal deverá ser a Informação 617/96 e a LC nº
10.098 Art. 178 Inciso XXIII e Art. 266? Qual o procedimento que a
DISAT deverá adotar para esses casos?
cu

6) Quando verificado que servidores com vínculo comissionado estão


Do

executando atividades técnicas (diferente daquelas administrativa-


burocráticas de assessoria, chefia e direção, conforme anexos da Lei

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Estadual n.º 13.810/2011), e que estas atividades são passíveis de
gratificação de insalubridade, é viável a concessão de insalubridade

alm
face às atividades técnicas desenvolvidas ou a execução destas
atividades seria um caso de desvio de função?

A Assessoria Jurídica da SEPLAG, após tecer considerações


sobre as questões articuladas pela DISAT, sugeriu o envio do Proa à PGE, para

t
igi
análise por seu órgão consultivo.

Por fim, o expediente foi encaminhado ao Titular da Pasta, que

oD
chancelou sua remessa para exame da PGE, tendo o feito sido a mim distribuído.

É o relatório.
ad
De largada, trago à colação entendimento consolidado no âmbito
do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a gratificação de insalubridade
sin

somente pode ser paga após a expedição do laudo administrativo atestando a


exposição a agente insalubre, não sendo permitida a presunção de exposição à
condição nociva à saúde concernente a período pretérito, conforme se extrai da
As

leitura do ementário que segue:

PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. ADICIONAL DE


INSALUBRIDADE. LAUDO PERICIAL. EFEITOS RETROATIVOS.
nto

IMPOSSIBILIDADE.
1. A jurisprudência do STJ é no sentido de que o pagamento do
pretendido adicional de insalubridade está condicionado ao laudo
me

que prova efetivamente as condições insalubres a que estão


submetidos os servidores, assim, não cabe seu pagamento pelo
período que antecedeu a perícia e a formalização do laudo
comprobatório, devendo ser afastada a possibilidade de presumir-
cu

se insalubridade em épocas passadas, emprestando-se efeitos


retroativos a laudo pericial atual.
Precedentes: REsp 1.606.212/ES, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda
Do

Turma, DJe 20/9/2016; EDcl no AgRg no REsp 1.2844.38/SP, Rel.

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Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 31/8/2016;
REsp 1400637/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe

alm
24/11/2015.
2. Recurso Especial provido.
(REsp 1648791/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 21/03/2017, DJe 24/04/2017)

t
PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO

igi
ART. 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. DEFICIÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. ADICIONAL DE

IMPOSSIBILIDADE. oD
PERICULOSIDADE. LAUDO PERICIAL. EFEITOS RETROATIVOS.

1. A suscitada violação do art. 535 do Código de Processo Civil foi


deduzida de modo genérico, o que justifica a aplicação da Súmula
ad
284/STF: "É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência
na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da
controvérsia".
sin

2. "A jurisprudência do STJ é no sentido de que o pagamento do


pretendido adicional de insalubridade está condicionado ao laudo
que prova efetivamente as condições insalubres a que estão
submetidos os servidores, assim, não cabe seu pagamento pelo
As

período que antecedeu a perícia e a formalização do laudo


comprobatório, devendo ser afastada a possibilidade de presumir-
se insalubridade em épocas passadas, emprestando-se efeitos
nto

retroativos a laudo pericial atual" (REsp 1.400.637/RS, Relator


Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 17/11/2015, DJe
24/11/2015).
3. Recurso especial a que se dá provimento.
me

(REsp 1606212/ES, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA,


julgado em 13/09/2016, DJe 20/09/2016)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.


cu

VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC/1973. SÚMULA 284/STF.


ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. GRAU
Do

MÁXIMO RECONHECIDO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. REEXAME.

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SÚMULA 7/STJ. TERMO INICIAL. LAUDO PERICIAL. EFEITOS
RETROATIVOS. IMPOSSIBILIDADE.

alm
1. Não se conhece do Recurso Especial em relação à ofensa ao art. 535
do CPC quando a parte não aponta, de forma clara, o vício em que teria
incorrido o acórdão impugnado. Aplicação, por analogia, da Súmula
284/STF.
2. Em relação à tese recursal de ilegitimidade passiva da União, o

t
igi
Recurso Especial é manifestamente inadmissível, por falta de
prequestionamento, pelo que incide, na espécie, o óbice do enunciado da
Súmula 211/STJ.

oD
3. Quanto aos elementos de convicção para concessão do adicional de
insalubridade ao grau máximo, a Corte a quo resolveu a quaestio com
base nas provas dos autos e na análise do laudo pericial, o que importa
dizer que, para infirmar as conclusões do acórdão recorrido, necessário
ad
reexame do conjunto fático-probatório, obstado pela Súmula 7/STJ.
4. A jurisprudência do STJ entende que o pagamento do adicional
de insalubridade está condicionado ao laudo que prova
sin

efetivamente as condições insalubres a que estão submetidos os


Servidores. Assim, não cabe seu pagamento pelo período que
antecedeu a perícia e a formalização do laudo comprobatório,
devendo ser afastada a possibilidade de presumir insalubridade em
As

épocas passadas, emprestando-se efeitos retroativos a laudo


pericial atual (REsp 1.400.637/RS, Rel. Min. Humberto Martins, DJe
24.11.2015).
nto

5. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido


a fim de determinar o termo inicial do adicional de insalubridade à
data do laudo pericial.
(REsp 1652391/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
me

TURMA, julgado em 04/05/2017, DJe 17/05/2017)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE


cu

DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL RECEBIDOS COMO


AGRAVO REGIMENTAL. SERVIDOR PÚBLICO. ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE. LAUDO PERICIAL EXIGIDO PELA LEGISLAÇÃO
Do

QUE REGULA O BENEFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE DE PAGAMENTO

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DE PARCELAS ANTERIORES À PERÍCIA. AGRAVO REGIMENTAL
DESPROVIDO.

alm
1. As pretensões veiculadas nos Embargos de Declaração ora sob
exame, típicas de Agravo Regimental, devem ser assim examinadas,
diante dos princípios da fungibilidade e da economia processual.
2. Os temas insertos nos arts. 15 e 159 do CC/16 não foram debatidos
pelo Tribunal de origem e não foram opostos Embargos de Declaração

t
com o objetivo de sanar eventual omissão. Carecem, portanto, de

igi
prequestionamento, requisito indispensável ao acesso às instâncias
excepcionais. Aplicáveis, assim, as Súmulas 282 e 356/STF.

demonstrada; oD
3. No tocante à divergência jurisprudencial, tem-se que não foi
verifica-se que o precedente colacionado
Recorrentes, embora se refira ao adicional de insalubridade instituído
pelos

pela Lei Complementar Paulista 432/1985, trata de situação ocorrida


ad
antes do advento da Lei Estadual 835/1197, de São Paulo, a qual prevê
em seu art. 3o.-A a necessidade de homologação do laudo pericial para
que ocorra o pagamento do adicional de insalubridade.
sin

4. A jurisprudência do STJ tem entendimento de que o pagamento


do adicional de insalubridade está condicionado ao laudo que prova
efetivamente as condições insalubres a que estão submetidos os
Servidores, assim, não cabe seu pagamento pelo período que
As

antecedeu a perícia e a formalização do laudo comprobatório,


devendo ser afastada a possibilidade de presumir-se insalubridade
em épocas passadas, emprestando-se efeitos retroativos a laudo
nto

pericial atual (REsp. 1.400.637/RS, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS,


DJe 24.11.2015).
5. Agravo Regimental dos Servidores desprovido.
(EDcl no AgRg no REsp 1284438/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES
me

MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/08/2016, DJe


31/08/2016)

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. AGENTES


cu

PENITENCIÁRIOS. CUMULAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO DE


COMPENSAÇÃO ORGÂNICA COM ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
IMPOSSIBILIDADE. LAUDO PERICIAL. EFEITOS CONSTITUTIVOS.
Do

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1. No recurso especial, alega o Sindicato que o acórdão recorrido se
equivocou ao definir como gratificações de mesma natureza o adicional

alm
de insalubridade com a gratificação de compensação orgânica, violando
os arts. 61, inc. IV, e 68, § 1º, ambos da Lei 8.112/90. Aponta negativa de
vigência dos arts. 125, § 1º, e 126, parágrafo único, inc. III, da Lei
11.907/09, pois os agentes penitenciários federais têm direito ao
adicional de insalubridade desde o início de suas atividades e não desde

t
o laudo técnico que comprove as condições de trabalho do servidor,

igi
como entendeu o acórdão recorrido.
2. A matéria sob debate reside em saber se os agentes penitenciários

atividades
oD
federais fazem jus à percepção do adicional de insalubridade, tendo
como marco inicial a data em que cada um passou a exercer as
do cargo e se esse adicional pode ser percebido
cumulativamente com a gratificação de compensação orgânica.
ad
3. Com efeito, o adicional de insalubridade é vantagem pecuniária
de natureza transitória e propter laborem, sendo devido ao servidor
apenas quando este efetivamente for exposto aos agentes nocivos
sin

à saúde de maneira que, quando cessam os motivos que lhe dão


causa, as mesmas não podem mais ser percebidas pelo servidor.
4. Tanto o adicional de insalubridade como a gratificação de
compensação orgânica guardam a mesma natureza jurídica, uma vez
As

que têm como escopo compensar o trabalhador em risco no


desempenho de suas atividades. São rubricas cujo intuito do legislador
foi de aumentar a remuneração do trabalhador para compensar o maior
desgaste da saúde física (teoria da monetização da saúde do
nto

trabalhador).
5. A jurisprudência do STJ é no sentido de que o pagamento do
pretendido adicional de insalubridade está condicionado ao laudo
me

que prova efetivamente as condições insalubres a que estão


submetidos os servidores, assim, não cabe seu pagamento pelo
período que antecedeu a perícia e a formalização do laudo
comprobatório, devendo ser afastada a possibilidade de presumir-
cu

se insalubridade em épocas passadas, emprestando-se efeitos


retroativos a laudo pericial atual.
Recurso especial improvido.
Do

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(REsp 1400637/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA
TURMA, julgado em 17/11/2015, DJe 24/11/2015)

alm
No mesmo diapasão se posiciona a jurisprudência estadual:

APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDOR PÚBLICO. AGENTE EDUCACIONAL

t
(SERVENTE). ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LAUDO PERICIAL

igi
JUDICIAL. FORNECIMENTO DE EPI. TERMO INICIAL. VERBA
PROPTER LABOREM.
1. Como vem sendo reconhecido na jurisprudência desta Câmara, os

oD
agentes educacionais que exercem funções de limpeza de banheiros e
demais dependências das escolas estaduais com habitualidade e
permanência fazem jus ao adicional de insalubridade em grau médio em
razão do contato com agentes químicos.
ad
2. Constatada a atividade insalubre e não demonstrada a entrega dos
equipamentos de proteção fornecidos para elidir a insalubridade, deve o
ente público implementar o respectivo adicional.
sin

3. A jurisprudência da Câmara é pacífica no sentido de que o


pagamento do adicional de insalubridade se dá a partir da
elaboração do laudo que constata a atividade insalubre.
As

4. Diante da natureza propter laborem do adicional de insalubridade,


limita-se sua percepção ao período de efetivo exercício das atividades.
APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. (Apelação Cível Nº
70081086399, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
nto

Francesco Conti, Julgado em 29/05/2019)

APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDOR PÚBLICO. MUNICÍPIO DE GRAVATAÍ.


AGENTE DE COMBATE A ENDEMIA. CONHECIMENTO PARCIAL.
me

VALE TRANSPORTE. CONTRATAÇÃO ADMINISTRATIVA. AUSÊNCIA


DE DIREITO A VERBAS TRABALHISTAS. HORAS EXTRAS NÃO
DEMONSTRADAS. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LEI MUNICIPAL
Nº 681/1991. LAUDO ADMINISTRATIVO. GRAU MÉDIO. MARCO
cu

INICIAL. BASE DE CÁLCULO. [...] 6. O termo inicial da condenação é


a data da confecção do laudo administrativo, nos termos do
Do

posicionamento desta Câmara. 7. A base de cálculo do adicional de


insalubridade no patamar médio é devido à razão de um décimo do

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menor vencimento básico de cargo efetivo, nos termos do art. 95, § 1º,
"b", da Lei Municipal nº 681/91. 8. Sucumbência redimensionada, com

alm
fulcro no artigo 21, caput, do CPC/1973. APELAÇÃO DA PARTE
AUTORA PARCIALMENTE CONHECIDA, E, NESTA, DESPROVIDA.
APELAÇÃO DO MUNICÍPIO PROVIDA. (Apelação Cível Nº
70070235932, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Antônio Vinícius Amaro da Silveira, Julgado em 26/10/2016) (suprimi e

t
grifei).

igi
Assim é que a concessão, a revisão de grau e a revogação da

oD
gratificação de insalubridade, nos termos já delineados pelos colendos STJ e
TJRS, devem ter seus reflexos remuneratórios a contar da data em que emitido o
laudo pericial para tanto, não podendo, por via de consequência, ter efeitos
pretéritos, não sendo possível presumir a condição insalubre a épocas passadas.
ad

Ademais, vale lembrar que a gratificação de insalubridade, dado


seu caráter transitório e propter laborem, está umbilicalmente vinculada à presença
sin

de agente específico do trabalho considerado nocivo à saúde do servidor.

Segundo Gilberto Stümer:


As

É exatamente porque os adicionais referidos remuneram uma


condição mais gravosa ao trabalhador, que pode ser transitória, é
nto

que eles podem ser suprimidos quando deixar de vigorar o seu fato
gerador, sem que essa supressão seja considerada redução de
salário. (STÜRMER, Gilberto. Direito constitucional do trabalho no Brasil.
São Paulo: Atlas, 2014, página 68.)
me

E a PGE, no âmbito deste Órgão Consultivo, comunga dessa


conceituação, como se depreende dos seguintes excertos do Parecer n.º
cu

17.400/18, da autoria da Procuradora do Estado Adriana Maria Neumann:

Com efeito, a gratificação de insalubridade tem caráter retributivo


Do

pelos serviços prestados sob determinada condição, constituindo,

10

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en
desta forma, gratificação pecuniária alcançada ao servidor,
compensando-o com um plus se e enquanto durar o desempenho

alm
da atividade naquela específica condição (submissão à
agentes/condições insalubres). Desaparecida a situação fática que
ensejou o recebimento da gratificação, deve o servidor retornar à
situação remuneratória anterior, ou seja, com percepção de sua
remuneração ordinária, sem referido acréscimo. Logo, a gratificação

t
igi
de insalubridade, em razão de suas características, compõe, enquanto
percebida, a remuneração do servidor, não ostentando natureza
indenizatória.

oD
Em outra senda, muito embora a gratificação de insalubridade não seja
vocacionada para a definitividade, porque seu pagamento deverá cessar
quando o servidor deixar de estar submetido aos agentes nocivos, é
ad
certo que essa precariedade não se confunde com eventualidade, que
diz respeito a verbas pagas em caráter ocasional, está associada à ideia
da incerteza, da imprevisibilidade, o que não se coaduna com o
sin

percebimento da gratificação de insalubridade, que se sucede


periodicamente, apenas cessando se e quando modificadas as
condições ou o local de prestação do trabalho.
As

Daí por que, caso venha o departamento competente atestar via


laudo técnico mudança nas condições insalubres de modo a indicar a minoração do
grau ou mesmo a revogação da gratificação de insalubridade, não há necessidade
nto

de se oportunizar manifestação por parte do servidor anteriormente à alteração


remuneratória, em atendimento aos princípios do contraditório e da ampla defesa,
tendo em vista que, como bem explicitado pela doutrina, sua supressão ou
me

diminuição não são consideradas redução salarial, sendo suficiente a cientificação


do servidor no sentido de informá-lo da mudança remuneratória.

No que respeita à verificação pela DISAT, quando da realização


cu

da perícia in loco, de que o servidor não labora em circunstâncias insalubres, em


que pese constar no requerimento firmado pelo interessado e avalizado pela Chefia
Do

imediata e superior, deverá a DISAT noticiar formalmente ao Secretário da Pasta

11

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en
correspondente para que este adote as medidas cabíveis para a apuração de
eventual falta disciplinar pelos envolvidos.

alm
Já quando se tratar de servidor que, em desvio de função, estiver
executando atividades em contato com agente nocivo à saúde, a DISAT igualmente
deverá relatar formalmente a irregularidade ao Secretário da respectiva Pasta para

t
que seja procedida à imediata cessação da realização do trabalho em desvio de

igi
função, com o retorno do servidor ao exercício das atribuições próprias de seu
cargo, e à apuração da chefia que autorizou o labor irregular para fins de eventual

oD
responsabilização, salientando que, nos termos do artigo 266 da Lei n.º 10.098/94,
“do exercício de encargos ou serviços diferentes dos definidos em lei ou
regulamento, como próprio do seu cargo ou função, não decorre nenhum direito ao
servidor, ressalvadas as comissões legais.”
ad

Nesse sentido é o Parecer n.º 15.975/13, da lavra do Procurador


do Estado Leandro Augusto Nicola de Sampaio, cuja ementa está assim redigida:
sin

REENQUADRAMENTO DE SERVIDOR DA FUNDAÇÃO ORQUESTRA


SINFÔNICA DE PORTO ALEGRE - FOSPA. AO CONSTATAR O
As

DESVIO DE FUNÇÃO, DEVE A ADMINISTRAÇÃO PROVIDENCIAR


PARA QUE O SERVIDOR RETOME DE IMEDIATO O EXERCÍCIO DAS
ATRIBUIÇÕES PRÓPRIAS DO SEU CARGO. "O SERVIDOR
REGULARMENTE INVESTIDO EM CARGO PÚBLICO GUARDA
nto

VÍNCULO COM A ADMINISTRAÇÃO, SUBMETENDO-SE AO REGIME


ESTATUTÁRIO E DEMAIS NORMAS QUE REGEM O SERVIÇO
PÚBLICO, NÃO PODENDO, POIS, BENEFICIAR-SE COM SITUAÇÕES
me

CONTRÁRIAS À DISCIPLINA LEGAL A QUE SE SUBORDINA"


(PARECER 2370/1973).

Por fim, nos termos do artigo 56, § 2.º, da Lei n.º 7.357, de 08 de
cu

fevereiro de 1980, ao servidor ocupante de cargo em comissão é autorizada a


percepção da gratificação de insalubridade.
Do

Eis a dicção do dispositivo acima mencionado:

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Art. 56 – Qualquer ocupante de cargo estadual de provimento efetivo,

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que efetivamente exercer seu cargo com peculiar risco à própria saúde,
perceberá uma gratificação especial com percentual igual ao previsto no
art. 192 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-
Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, com redação dada pela Lei nº 6.514,
de 22 de dezembro de 1977, calculado sobre o vencimento básico do

t
igi
cargo, vetado, mantida a vedação prevista no art. 277, da Lei nº 1.751, de
22 de fevereiro de 1952, e observada a garantia da legislação federal
específica. (Redação dada pela Lei nº 8.005, de 25 de junho de 1985)

oD
§ 1º - A gratificação cessará ou terá alterado o percentual sempre que,
em razão da mudança de atribuições, atividades ou local de exercício,
afastar-se ou alterar-se o risco, mas continuará a ser paga ao funcionário
que a vinha percebendo, quando ocorrer alguma das situações previstas
ad
no art. 73 da Lei nº 1.751, de 22 de fevereiro de 1952.

§ 2º - As disposições do presente artigo aplicam-se aos cargos em


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comissão e funções gratificadas.

§ 3º - A existência e o grau de risco de vida ou saúde de que trata este


artigo serão aferidas pelo Poder Executivo, através de seus órgãos
As

competentes.

Sendo assim, por expressa autorização legal, o servidor


comissionado que estiver exercendo atividades em condições insalubres, desde
nto

que atestadas por laudo técnico-administrativo, deverá perceber a correspondente


gratificação.
me

Em face do exposto, concluo:

I – Os atos concernentes à gratificação de insalubridade, seja


cu

para fins de concessão, revogação ou alteração do seu grau,


somente são válidos a partir da emissão do respectivo laudo
administrativo, forte na jurisprudência consolidada do STJ,
Do

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restando, portanto, revisados, no ponto, os Pareceres de números
7.194/87, 9.051/91, 9.774/93 e 15.049/09;

alm
II – Por se tratar de parcela transitória e propter laborem, a
revogação ou diminuição do grau da gratificação de insalubridade
não acarreta necessidade de abertura de processo administrativo

t
para garantia do contraditório e a da ampla defesa, porquanto não

igi
se trata de redução salarial, sendo suficiente a cientificação do
servidor no sentido de informá-lo da mudança remuneratória;

oD
III – Verificada in loco a inexistência das condições insalubres
informadas pelo servidor requerente e atestadas pela autoridade
superior, deverá a DISAT noticiar formalmente ao Secretária da
ad
Pasta correspondente para que este adote as medidas cabíveis
para a apuração de eventual falta disciplinar pelos envolvidos;
sin

IV – Em caso de realização de atividades insalubridades em


desvio de função, deverá a DISAT relatar a irregularidade ao
Secretário da respectiva Pasta para que seja procedida à imediata
As

cessação da realização do trabalho em desvio de função, com o


retorno do servidor ao exercício das atribuições próprias de seu
cargo, e à apuração da chefia que autorizou o labor irregular para
nto

fins de eventual responsabilização;

V – Ao servidor ocupante de cargo em comissão é permitida a


percepção da gratificação de insalubridade, ao teor do artigo 56, §
me

2.º, da Lei n.º 7.357, de 08 de fevereiro de 1980.

É o parecer.
cu

Porto Alegre, 19 de junho de 2019.


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Anne Pizzato Perrot,

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Procuradora do Estado.

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Proa n.º 19/1300-0001482-8.

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Do

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Nome do arquivo: 13_minuta_Proa_19130000014828_DISAT_insalubridade_dúvidas_laudo_concessão_revisão.pdf

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Autenticidade: Documento Íntegro

DOCUMENTO ASSINADO POR DATA CPF/CNPJ VERIFICADOR


__________________________________________________________________________________________________________________________________________

n
Anne Pizzato Perrot 30/07/2019 13:41:50 GMT-03:00 71028137087 Assinatura válida

me
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Do

Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a infraestrutura
de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

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PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

Processo nº 19/1300-0001482-8

en
PARECER JURÍDICO

alm
O PROCURADOR-GERAL DO ESTADO, no uso de suas
atribuições, aprova o PARECER da CONSULTORIA-
GERAL/PROCURADORIA DE PESSOAL, de autoria da Procuradora do
Estado ANNE PIZZATO PERROT, cujos fundamentos adota para
responder a CONSULTA formulada pela SECRETARIA DE

t
PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO.

igi
Restitua-se ao Procurador do Estado Agente Setorial do Sistema de
Advocacia de Estado junto à Secretaria de Planejamento, Orçamento e
Gestão.
oD
PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO, em Porto Alegre.
ad

EDUARDO CUNHA DA COSTA,


Procurador-Geral do Estado.
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Verificado em 01/10/2019 15:32:01 Página 1 de 2


Nome do arquivo: 5_DESPACHO_ACOLHIMENTO_PGE - PROA.pdf

te
Autenticidade: Documento Íntegro

DOCUMENTO ASSINADO POR DATA CPF/CNPJ VERIFICADOR


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Eduardo Cunha da Costa 29/09/2019 23:25:09 GMT-03:00 96296992068 Assinatura válida

me
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As
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Do

Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a infraestrutura
de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

Verificado em 01/10/2019 15:32:01 Página 2 de 2

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