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Pa 17902
Pa 17902
PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO
PARECER Nº 17.902/19
Procuradoria de Pessoal
EMENTA:
en
PARECER
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DIVISÃO DE SAÚDE DO TRABALHADOR. DISAT.
GRATIFICAÇÃO DE INSALUBRIDADE.
QUESTIONAMENTOS.
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1. Os atos concernentes à gratificação de
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insalubridade, seja para fins de concessão,
revogação ou alteração do seu grau, somente são
oD
válidos a partir da emissão do respectivo laudo
administrativo, forte na jurisprudência consolidada
do STJ. Revisão, no ponto, dos Pareceres de
números 7.194/87, 9.051/91, 9.774/93 e
ad
15.049/09.
2. Por se tratar de parcela transitória e propter
laborem, a revogação ou diminuição do grau da
sin
remuneratória.
3. Verificada in loco a inexistência das condições
insalubres informadas pelo servidor requerente e
atestadas pela autoridade superior, deverá a
me
en
para que seja procedida à imediata cessação da
realização do trabalho em desvio de função, com o
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retorno do servidor ao exercício das atribuições
próprias de seu cargo, e à apuração da chefia que
autorizou o labor irregular para fins de eventual
responsabilização.
t
5. Ao servidor ocupante de cargo em comissão é
igi
permitida a percepção da gratificação de
insalubridade, ao teor do artigo 56, § 2.º, da Lei n.º
oD
7.357, de 08 de fevereiro de 1980.
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possível confirmar com exatidão em qual momento essa condição
mudou, qual a data que deverá ter o ato da mudança do grau da
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concessão de insalubridade?
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de concessão de insalubridade? Por exemplo, foi realizada uma
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perícia e ficou constatado que o servidor (que não tem Processo
Administrativo solicitando gratificação de insalubridade e executa as
mesmas atividades há mais de dez anos), deveria perceber a
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insalubridade, qual a data a ser considerada no ato de concessão de
insalubridade para o referido servidor, já que a concessão deveria ser
a partir das atividades e já houve prescrição quinquenal em um
período do exercício de tais atividades? É válido considerar a data da
ad
perícia in loco com a prescrição quinquenal para esta situação?
en
Estadual n.º 13.810/2011), e que estas atividades são passíveis de
gratificação de insalubridade, é viável a concessão de insalubridade
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face às atividades técnicas desenvolvidas ou a execução destas
atividades seria um caso de desvio de função?
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análise por seu órgão consultivo.
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chancelou sua remessa para exame da PGE, tendo o feito sido a mim distribuído.
É o relatório.
ad
De largada, trago à colação entendimento consolidado no âmbito
do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a gratificação de insalubridade
sin
IMPOSSIBILIDADE.
1. A jurisprudência do STJ é no sentido de que o pagamento do
pretendido adicional de insalubridade está condicionado ao laudo
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en
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 31/8/2016;
REsp 1400637/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe
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24/11/2015.
2. Recurso Especial provido.
(REsp 1648791/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 21/03/2017, DJe 24/04/2017)
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PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO
igi
ART. 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. DEFICIÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. ADICIONAL DE
IMPOSSIBILIDADE. oD
PERICULOSIDADE. LAUDO PERICIAL. EFEITOS RETROATIVOS.
en
SÚMULA 7/STJ. TERMO INICIAL. LAUDO PERICIAL. EFEITOS
RETROATIVOS. IMPOSSIBILIDADE.
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1. Não se conhece do Recurso Especial em relação à ofensa ao art. 535
do CPC quando a parte não aponta, de forma clara, o vício em que teria
incorrido o acórdão impugnado. Aplicação, por analogia, da Súmula
284/STF.
2. Em relação à tese recursal de ilegitimidade passiva da União, o
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Recurso Especial é manifestamente inadmissível, por falta de
prequestionamento, pelo que incide, na espécie, o óbice do enunciado da
Súmula 211/STJ.
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3. Quanto aos elementos de convicção para concessão do adicional de
insalubridade ao grau máximo, a Corte a quo resolveu a quaestio com
base nas provas dos autos e na análise do laudo pericial, o que importa
dizer que, para infirmar as conclusões do acórdão recorrido, necessário
ad
reexame do conjunto fático-probatório, obstado pela Súmula 7/STJ.
4. A jurisprudência do STJ entende que o pagamento do adicional
de insalubridade está condicionado ao laudo que prova
sin
en
DE PARCELAS ANTERIORES À PERÍCIA. AGRAVO REGIMENTAL
DESPROVIDO.
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1. As pretensões veiculadas nos Embargos de Declaração ora sob
exame, típicas de Agravo Regimental, devem ser assim examinadas,
diante dos princípios da fungibilidade e da economia processual.
2. Os temas insertos nos arts. 15 e 159 do CC/16 não foram debatidos
pelo Tribunal de origem e não foram opostos Embargos de Declaração
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com o objetivo de sanar eventual omissão. Carecem, portanto, de
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prequestionamento, requisito indispensável ao acesso às instâncias
excepcionais. Aplicáveis, assim, as Súmulas 282 e 356/STF.
demonstrada; oD
3. No tocante à divergência jurisprudencial, tem-se que não foi
verifica-se que o precedente colacionado
Recorrentes, embora se refira ao adicional de insalubridade instituído
pelos
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1. No recurso especial, alega o Sindicato que o acórdão recorrido se
equivocou ao definir como gratificações de mesma natureza o adicional
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de insalubridade com a gratificação de compensação orgânica, violando
os arts. 61, inc. IV, e 68, § 1º, ambos da Lei 8.112/90. Aponta negativa de
vigência dos arts. 125, § 1º, e 126, parágrafo único, inc. III, da Lei
11.907/09, pois os agentes penitenciários federais têm direito ao
adicional de insalubridade desde o início de suas atividades e não desde
t
o laudo técnico que comprove as condições de trabalho do servidor,
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como entendeu o acórdão recorrido.
2. A matéria sob debate reside em saber se os agentes penitenciários
atividades
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federais fazem jus à percepção do adicional de insalubridade, tendo
como marco inicial a data em que cada um passou a exercer as
do cargo e se esse adicional pode ser percebido
cumulativamente com a gratificação de compensação orgânica.
ad
3. Com efeito, o adicional de insalubridade é vantagem pecuniária
de natureza transitória e propter laborem, sendo devido ao servidor
apenas quando este efetivamente for exposto aos agentes nocivos
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trabalhador).
5. A jurisprudência do STJ é no sentido de que o pagamento do
pretendido adicional de insalubridade está condicionado ao laudo
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(REsp 1400637/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA
TURMA, julgado em 17/11/2015, DJe 24/11/2015)
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No mesmo diapasão se posiciona a jurisprudência estadual:
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(SERVENTE). ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LAUDO PERICIAL
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JUDICIAL. FORNECIMENTO DE EPI. TERMO INICIAL. VERBA
PROPTER LABOREM.
1. Como vem sendo reconhecido na jurisprudência desta Câmara, os
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agentes educacionais que exercem funções de limpeza de banheiros e
demais dependências das escolas estaduais com habitualidade e
permanência fazem jus ao adicional de insalubridade em grau médio em
razão do contato com agentes químicos.
ad
2. Constatada a atividade insalubre e não demonstrada a entrega dos
equipamentos de proteção fornecidos para elidir a insalubridade, deve o
ente público implementar o respectivo adicional.
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menor vencimento básico de cargo efetivo, nos termos do art. 95, § 1º,
"b", da Lei Municipal nº 681/91. 8. Sucumbência redimensionada, com
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fulcro no artigo 21, caput, do CPC/1973. APELAÇÃO DA PARTE
AUTORA PARCIALMENTE CONHECIDA, E, NESTA, DESPROVIDA.
APELAÇÃO DO MUNICÍPIO PROVIDA. (Apelação Cível Nº
70070235932, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Antônio Vinícius Amaro da Silveira, Julgado em 26/10/2016) (suprimi e
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grifei).
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Assim é que a concessão, a revisão de grau e a revogação da
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gratificação de insalubridade, nos termos já delineados pelos colendos STJ e
TJRS, devem ter seus reflexos remuneratórios a contar da data em que emitido o
laudo pericial para tanto, não podendo, por via de consequência, ter efeitos
pretéritos, não sendo possível presumir a condição insalubre a épocas passadas.
ad
que eles podem ser suprimidos quando deixar de vigorar o seu fato
gerador, sem que essa supressão seja considerada redução de
salário. (STÜRMER, Gilberto. Direito constitucional do trabalho no Brasil.
São Paulo: Atlas, 2014, página 68.)
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desta forma, gratificação pecuniária alcançada ao servidor,
compensando-o com um plus se e enquanto durar o desempenho
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da atividade naquela específica condição (submissão à
agentes/condições insalubres). Desaparecida a situação fática que
ensejou o recebimento da gratificação, deve o servidor retornar à
situação remuneratória anterior, ou seja, com percepção de sua
remuneração ordinária, sem referido acréscimo. Logo, a gratificação
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de insalubridade, em razão de suas características, compõe, enquanto
percebida, a remuneração do servidor, não ostentando natureza
indenizatória.
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Em outra senda, muito embora a gratificação de insalubridade não seja
vocacionada para a definitividade, porque seu pagamento deverá cessar
quando o servidor deixar de estar submetido aos agentes nocivos, é
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certo que essa precariedade não se confunde com eventualidade, que
diz respeito a verbas pagas em caráter ocasional, está associada à ideia
da incerteza, da imprevisibilidade, o que não se coaduna com o
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correspondente para que este adote as medidas cabíveis para a apuração de
eventual falta disciplinar pelos envolvidos.
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Já quando se tratar de servidor que, em desvio de função, estiver
executando atividades em contato com agente nocivo à saúde, a DISAT igualmente
deverá relatar formalmente a irregularidade ao Secretário da respectiva Pasta para
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que seja procedida à imediata cessação da realização do trabalho em desvio de
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função, com o retorno do servidor ao exercício das atribuições próprias de seu
cargo, e à apuração da chefia que autorizou o labor irregular para fins de eventual
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responsabilização, salientando que, nos termos do artigo 266 da Lei n.º 10.098/94,
“do exercício de encargos ou serviços diferentes dos definidos em lei ou
regulamento, como próprio do seu cargo ou função, não decorre nenhum direito ao
servidor, ressalvadas as comissões legais.”
ad
Por fim, nos termos do artigo 56, § 2.º, da Lei n.º 7.357, de 08 de
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Art. 56 – Qualquer ocupante de cargo estadual de provimento efetivo,
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que efetivamente exercer seu cargo com peculiar risco à própria saúde,
perceberá uma gratificação especial com percentual igual ao previsto no
art. 192 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-
Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, com redação dada pela Lei nº 6.514,
de 22 de dezembro de 1977, calculado sobre o vencimento básico do
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cargo, vetado, mantida a vedação prevista no art. 277, da Lei nº 1.751, de
22 de fevereiro de 1952, e observada a garantia da legislação federal
específica. (Redação dada pela Lei nº 8.005, de 25 de junho de 1985)
oD
§ 1º - A gratificação cessará ou terá alterado o percentual sempre que,
em razão da mudança de atribuições, atividades ou local de exercício,
afastar-se ou alterar-se o risco, mas continuará a ser paga ao funcionário
que a vinha percebendo, quando ocorrer alguma das situações previstas
ad
no art. 73 da Lei nº 1.751, de 22 de fevereiro de 1952.
competentes.
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restando, portanto, revisados, no ponto, os Pareceres de números
7.194/87, 9.051/91, 9.774/93 e 15.049/09;
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II – Por se tratar de parcela transitória e propter laborem, a
revogação ou diminuição do grau da gratificação de insalubridade
não acarreta necessidade de abertura de processo administrativo
t
para garantia do contraditório e a da ampla defesa, porquanto não
igi
se trata de redução salarial, sendo suficiente a cientificação do
servidor no sentido de informá-lo da mudança remuneratória;
oD
III – Verificada in loco a inexistência das condições insalubres
informadas pelo servidor requerente e atestadas pela autoridade
superior, deverá a DISAT noticiar formalmente ao Secretária da
ad
Pasta correspondente para que este adote as medidas cabíveis
para a apuração de eventual falta disciplinar pelos envolvidos;
sin
É o parecer.
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Procuradora do Estado.
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Proa n.º 19/1300-0001482-8.
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Autenticidade: Documento Íntegro
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Anne Pizzato Perrot 30/07/2019 13:41:50 GMT-03:00 71028137087 Assinatura válida
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Do
Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a infraestrutura
de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
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PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO
Processo nº 19/1300-0001482-8
en
PARECER JURÍDICO
alm
O PROCURADOR-GERAL DO ESTADO, no uso de suas
atribuições, aprova o PARECER da CONSULTORIA-
GERAL/PROCURADORIA DE PESSOAL, de autoria da Procuradora do
Estado ANNE PIZZATO PERROT, cujos fundamentos adota para
responder a CONSULTA formulada pela SECRETARIA DE
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PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO.
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Restitua-se ao Procurador do Estado Agente Setorial do Sistema de
Advocacia de Estado junto à Secretaria de Planejamento, Orçamento e
Gestão.
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PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO, em Porto Alegre.
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Autenticidade: Documento Íntegro
n
Eduardo Cunha da Costa 29/09/2019 23:25:09 GMT-03:00 96296992068 Assinatura válida
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Do
Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a infraestrutura
de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.