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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo será abordado sobre a imunidade tributária dos templos


religiosos e seus benefícios à luz da Constituição Federal e suas concepções
históricas, estudando as vantagens devidas de isenção tributária. Além disso, será
discutido sobre o enriquecimento ilícito de líderes dos templos religiosos em
consonância com as concepções jurídicas. Por fim, será observado a eficiência da
aplicação da legislação que trata da imunidade tributária das igrejas.

4.1 IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DOS TEMPLOS RELIGIOSOS E SEUS


BENEFÍCIOS À LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E SUA CONCEPÇÕES
HISTÓRICAS

Em todo o mundo, por décadas, isso tem sido evidente, os impostos são
necessários para que o estado possa continuar a funcionar e exercer suas atividades
na sociedade. No entanto, nos tempos antigos, o clero e os nobres utilizavam esses
tributos em benefício próprio, sem qualquer direito de objeção ou dissidência. O fato
de que ele só vem modificado com o surgimento do estado de direito, e princípios
criados a CF/88 estipula a legalidade em seu Art. 5, inciso II, "Ninguém será compelido
a fazer ou deixar de fazer coisa alguma, a não ser por a lei", para que, de acordo com
este princípio, as liberdades dos cidadãos brasileiros, obrigados ou não, somente em
a existência de uma antiga corporação legal. Então, isso também funcionará para o
tratamento da criação e cumprimento de tributos.
Os templos religiosos têm isenção de impostos Garantido pelo artigo 150, inciso
VI, b, da Constituição Federal de 1988, que protege a inviolabilidade da crença e a
liberdade de prática religiosa e a proteção dos locais de culto. As isenções fiscais
existem há muitos anos, especialmente na Proclamação da República, a separação
entre Igreja e Estado, assim, o Estado laico valorizou, buscou e lutou por proteção
desde todas as religiões que existem no Brasil. Neste sentido, nos textos
constitucionais existentes arte o atual, é de grande importância garantir a proteção
fiscal para as atividades religiosas. Há um marco importante na Constituição de 1946,
em seu artigo 31, Item 5.B, há exclusões no âmbito da tributação por causa de sua
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herança, bem como aluguel e serviços, que eles possuem. Esta evolução, é uma das
direções mais importantes sobre como o futuro acontecerá Sistema de isenção de
impostos relacionado à religião no país.
A constituição busca defender o cidadão de sua devida liberdade religiosa,
assumindo seguir o Estado Laico, tratando todos com igualdade, independente da
religião. Conforme a própria Constituição Federal de 1988 prevê em seu artigo 5°,
inciso VI:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
VI - E inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

No seguinte parágrafo, afirma-se:


(...)
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”,
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas
mencionadas

Conforme é expresso neste parágrafo, é descrito quais cobranças estão


proibidas de serem instituídas aos templos de culto religioso, constituindo benefícios,
como isenções de IPTU no local onde está o culto religioso e locais destinados ao
estacionamento dos fiéis. Além disso, a imunidade do IPVA aos veículos destinados
a realizar as atividades da igreja, também, a isenção ITBI para propriedades
adquiridas pela igreja. Outro também, a imunidade do IR sobre os dízimos, doações
e rendas geradas por aplicações financeiras, no intuito de ser utilizado sem reduzir os
valores em despesas como água, luz, gás e entre outros.

4.2 ENRIQUECIMENTO ILÍCITO EM CONSONÂNIA COM AS CONCEPÇÕES


JURÍDICAS

De acordo com o desembargador federal Fausto Martin de Sanctis, especializado


no combate a crimes financeiros e à lavagem de dinheiro, “é impossível auditar as
doações dos fiéis. E isso é ideal para quem precisa camuflar o aumento de sua renda,
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escapar da tributação e lavar dinheiro do crime organizado. É grave”. Neste contexto,


destaca-se o questionamento de líderes religiosos e os seus enriquecimentos e vidas
luxuosas, muitas das vezes, defraudando da boa-fé dos fiéis em “templos de fechada”
para poderem realizar lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e até mesmo
registrar imóveis ou automóveis para serem isentos de impostos.
No cotidiano, em comum com esta deslumbrante vida de casas na praia, fazendas,
residências, alega-se o exemplo de que estes imóveis registrados em nome da igreja,
burlam a lei no uso como bens particulares, para não pagarem o IPTU, afirmando
estes como patrimônio da igreja de uso dos fiéis. Outrossim, o aluguel destes imóveis
é beneficiado com esta isenção, conforme a súmula vinculante 52 do STF.
Súmula Vinculante 52 - Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune
ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art.
150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja
aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.
(Supremo Tribunal Federal)

Além da fraudulenta ação com a imunidade do IPTU, se faz comum com a


imunidade do pagamento do IPVA no que se refere a qualquer veículo registrado em
nome da igreja, não havendo fiscalização, afirma-se ser de uso dos fiéis, muitas das
vezes, com alto valor econômico. Entretanto, o principal modo ludibriar fiéis e o
Estado, são os dízimos, doações e ofertas dos fies de quaisquer religiões, em que,
todo este dinheiro circulante são imunes ao Imposto de Renda, se tornando de
tamanha facilidade a lavagem de dinheiro, encobrindo a origem ilícita.
Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998. Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação
de Bens, Direitos e Valores. Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem,
localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou
valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos,
e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

Em um caso factício, julgado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul,


em 2016, no qual havia uma promessa cura de um câncer a Igreja Mundial do Poder
de Deus restou condenada a devolver sete mil reais doados por apenas um fiel. Além
disso, a Igreja Universal do Reino de Deus do líder Bispo Edir Macedo, em 2013, teria
patrimônio particular avaliado em novecentos e cinquenta milhões de dólares,
segundo a Revista Forbes.
Desembargador no Tribunal Regional Federal da 3ª. Região, Fausto De
Sanctis, entrevista ao Jornal Valor Econômico, em 2014 - “[...] que a
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imunidade tributária prevista aos templos religiosos é eficaz para abrigar


recursos de procedência criminosa, sonegar impostos e dissimular o
enriquecimento ilícito.”

Sendo assim, surgiram várias questões relativas à aplicação das normas da


imunidade tributária, em que, a norma estabelecida na Constituição atualmente é
suficiente para a devidas aplicações em casos cotidianos ilícitos, também, na maneira
em que a legislação e jurisprudência, sob o pretexto de preservar a liberdade a
religião, de fato, promoverá a conduta ilegal por meio da imunidade, no qual, o
verdadeiro propósito é extorquir a boa-fé dos fieis para fins próprios de lucro e
promoção de riqueza destes líderes.

4.3 EFICIÊNCIA DA APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO QUE TRATA DA


IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DAS IGREJAS

A alínea "b" do artigo 150, inciso VI, da Constituição Federal dispõe que não haverá
a incidência de impostos sobre "templos de qualquer culto", identifica-se como
cláusula pétrea, dispositivo constitucional imutável. Neste modo, não é válido estudar
sobre a revogação e extinção deste benefício religioso, no qual, é de venerável
relevância o questionamento da fiscalização e sua eficiência. O procurador Silvio Luís
Martins de Oliveira que investigou e denunciou criminalmente responsáveis pela Igreja
Universal do Reino de Deus, afirma que é preciso refinar a fiscalização sobre
atividades financeiras de entidades religiosas. Neste contexto, com a falta de devida
fiscalização, é ocultado se os bens registrados no nome da igreja são utilizados para
atividades da instituição ou bens de uso próprio dos líderes.
Assevera que: Desse modo, há que se analisar se o emprego da receita
obtida com o exercício de atividade atípicas, pela instituição religiosa, está
relacionado com suas finalidades essenciais. Dessa verificação poderemos
então sacar duas hipóteses: a) a entidade religiosa desenvolve atividades
atípicas, mas destina seus recursos à consecução de suas finalidades
essenciais e, assim, goza de imunidade em relação a eles, ou b) a entidade
religiosa desenvolve atividades atípicas e não demonstra a destinação dos
recursos assim obtidos à consecução de suas finalidades essenciais, não
podendo, portanto, desfrutar da imunidade tributária com respeito àqueles.
Cremos que somente mediante a análise da destinação dos recursos obtidos
pelo templo, no desempenho de determinada atividade, é que se poderá
respeitar a teleologia da norma imunizante, que outra não é senão assegurar
a liberdade de crença e o livre exercício de cultos religiosos. (COSTA, 2015,
p. 175)
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Pode se afirmar que o Estado vem colaborando com escassa fiscalização, com a
imprecisão da regulamentação adequada da imunidade tributária e a permissibilidade
encontrada na jurisprudência sobre o assunto. As restrições de privilégios são
ambíguas e os parâmetros e garantias não existem para devida atenção dos
enriquecimentos incessantes. Assim, é devida a proposta de reinterpretar a imunidade
do templo, visando possíveis saídas aos impasses atualmente validados como parte
da análise da imunidade de forma totalitária, buscando questionar o entendimento do
Supremo Tribunal, refletindo sobre possíveis mudanças na norma vigente, as
propostas de projeto de lei e de emenda com as devidas respostas de questões pela
falta de eficiência deverão ser analisadas, observando sua viabilidade e fornecer
efetivamente respostas mais eficazes.

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