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MAP RESEARCH BIONICS

Transdisciplinary
Ecosystems in Bionics,
Biodesign and Biomimicry
scientific and technological aspects for a design culture

Editor: Amilton Arruda


MAP RESEARCH BIONICS

Transdisciplinary
Ecosystems in Bionics,
Biodesign and Biomimicry
scientific and technological aspects for a design culture

Editor
Amilton Arruda

Authors

Fabrice Vanden Broeck | Tai Hsuan-An | Paulo Bago D’uva | Alberto T. Estévez
Felipe Palombini & Mariana Cidade | Carlo Santulli | Carlos Eduardo | Itamar Ferreira
Ignácio Urbina Polo | Fernando José & Cynara Bremer | Luciana Laffont | Ana Pazmino
Carmelo Di Bartolo | Roberto Verschleisser |Carla Langella |Massimo Lumini | Jorge Lino
& Bárbara Rangel | Amilton Arruda & Theska Laila & Antônio Roberto | Gonçalo Henriques
& Andres Passaro & Pedro Engel | David Torreblanca & Andrés Valencia Escobar & Ever Patiño Mazo
Jorge Lopes & Cláudio Magalhães | Marlén Lopes & Manuel Persa | Ney Robinson | Fred Gelli
Marko Brajovic | Raul Fangueiro | Andrea Macruz | Paulo Carvalho | Natália Queiroz | Ross Lovegrove

Realization Scientific Support

BiD.Lab
Series [designNATURE] ©
Essays on Design, Bionics and Biomimicry
Serie Editor: Amilton Arruda

MAP RESEARCH BIONICS


Transdisciplinary Ecosystems
in Bionics, Biodesign and Biomimicry:
scientific and technological aspects for a design culture

2023 © Editor Amilton Arruda

Chapter Authors
Fabrice Vanden Broeck | Tai Hsuan-An | Paulo Bago D’uva | Alberto T. Estévez | Felipe Palombini & Mariana Cidade
Carlo Santulli | Carlos Eduardo | Itamar Ferreira | Ignácio Urbina Polo | Fernando José & Cynara Bremer | Luciana Laffont
Ana Pazmino | Carmelo Di Bartolo | Roberto Verschleisser |Carla Langella |Massimo Lumini | Jorge Lino & Bárbara Rangel
Amilton Arruda & Theska Laila & Antônio Roberto | Gonçalo Henriques & Andres Passaro & Pedro Engel | David Torreblanca
& Andrés Valencia Escobar & Ever Patiño Mazo | Jorge Lopes & Cláudio Magalhães | Marlén Lopes & Manuel Persa
Ney Robinson | Fred Gelli | Marko Brajovic | Raul Fangueiro | Andrea Macruz | Paulo Carvalho
Natália Queiroz | Ross Lovegrove

Chapter Assistants and Researchers


Antônio Nogueira | Luiz Valdo| Marcelo Vicente | Tiago Souza

Publishing Edgard Blücher Ltda


Graphic and Editorial Design Amilton Arruda | Ramon Oliveira
Cover Pedro Alb Xavier | Ramon Oliveira
English Review Elton Cristóvão e Marcelo Vicente
Editorial Committee Amilton Arruda | Jonatas Eliakin | Carla Langella | Carmelo Di Bartolo | Filipa Alves

International Cataloging Data in Publication (CIP)


Angélica Ilacqua CRB-8/7057

Rua Pedroso Alvarenga, Arruda, Amilton J. V.


1245 4º andar MAP RESEARCH BIONICS Transdisciplinary Ecosystems in
04531-934 – São Bionics, Biodesign and Biomimicry: scientific and technological
Paulo – SP – Brasil aspects for a design culture/ Amilton José Vieira de Arruda (editor). -
Tel: 55 11 3078-5366 1. ed. São Paulo: Blucher, 2023
contato@blucher.com.br
www.blucher.com.br 464 p.: il. color; 21x28 cm
[designNATURE]: Essays on Design, Bionics and Biomimicry.

Bibliografia
ISBN 978-65-5550-221-3 (impresso)
ISBN 978-65-5550-222-0 (e-book)

1. Bionic 2. Design 3. Nature (aesthetics) 4. Drawing (Projects)


Reproduction in whole or in part I. Título Arruda, Amilton José Vieira de. II Serie.
by any means without written
permission from the publisher 22-6245 CDD 745.4
and author is prohibited.
Indexes for Systematic Catalog:
1. Bionic - Biodesign
MAP RESEARCH BIONICS

Transdisciplinary
Ecosystems in Bionics,
Biodesign and Biomimicry
scientific and technological aspects for a design culture

Series [designNATURE] ©
Summary

I. Ecosystems of academic and meta-projectual


activities in Applied Bionics in undergraduate
and graduate courses in Design and Architecture
Pages 15 to 161

01. La Biónica e el Diseño Básico en el contexto de la enseñanza del diseño en UAM-A


Prof. M.Sc Fabrice Vanden Broeck

02. O Ensino do Processo Criativo, Biônica e Morfologia Tridimensional na UCG


Prof. M.Sc. Tai Hsuan-An

03. O contexto do Ensino e Prática da Biônica em Portugal e na Universidade de Aveiro


Prof. M.Sc. Paulo Bago D’uva

04. Experiencias Biomiméticas en el Institute for Biodigital Architecture & Genetics


Prof. Dr. Alberto T. Estévez

05. Práticas projetuais de Integração em Biônica no curso de Desenho Industrial da UFSM


Profs. Dr. Felipe Palombini & Dra. Mariana Kuhl

06. Studies of applications to bionics of composite materials in Università di Camerino


Prof. Dr. Carlo Santulli

07. 14 anos de prática do ensino da Biomimética na Universidade São Judas Tadeu


Prof. M.Sc. Carlos Eduardo

08. Experiências didáticas no ensino da Biomimética no Curso de Design da UFCG


Prof. Dr. Itamar Ferreira

09. Talleres de trabajo experimental en Biomimética en Pratt Institute


Prof. M. Eng. Ignácio Urbina Polo

10. Atividades práticas do ensino da Biônica e Biomimética no Curso de Design da UFMG


Profs. Drs. Fernando José & Cynara Bremer

11. Aproximaciones a la enseñanza del proyecto en Biomimética Proyectual en UBA


Profª. Dra. Luciana Laffont

12. Estudo e Aplicação Metodológicas da Biônica no Curso de Design da UFSC


Profª. Dra. Ana Pazmino
II. Ecosystems of research activities and projects
Applied to Bionics in Institutional Laboratories
and Research units in public or private Universities
Pages 163 to 363

13. Synthesis of research and projects in Bionics and Design developed


at CRIED (Centro Ricerche IED) from 1978 to 1998
Prof. Carmelo Di Bartolo

14. Origens do LABORATÓRIO DE BIOMIMÉTICA da Escola Superior de Design/UERJ


Prof. Dr. Roberto Verschleisser

15. Didática, Pesquisa e Projetos com inspiração biológica no BIODESIGN LAB da UFPE
Prof. Ph.D. Amilton Arruda & Dr. Antônio Roberto & Dra. Theska Laila

16. HYBRID DESIGN LAB - Design and Bio-sciences at the University of Napoli Federico II
Profª. Ph.D. Carla Langella

17. BIONIKONLab FABNAT 14: Una Bottega tra Natura, Arte e Tecnologia
Prof. Massimo Lumini

18. A experiência da fusão da Engenharia e do Design na Faculdade de Engenharia da UP


Prof. Dr. Jorge Lino & Barbara Rangel

19. MORFOLAB - Investigación en Biónica na Universidad Pontificia Bolivariana


Prof. M.Sc. David Torreblanca & Andrés Valencia Escobar & Ever Patiño Mazo

20. A natureza do algoritmo nas investigações do LAMO/UFRJ: redes, ações e fluxos


Prof. Dr. Gonçalo Henriques & Andres Passaro & Pedro Engel

21. Three Dimensional Experimental Center NEXT and BIODESIGN – PUC/Rio


Profs. Dr. Jorge Lopes & Dr. Cláudio Magalhães

22. Laboratorio Biomimético no Parque Natural de Redes - Asturias / ES


Profs. Marlén López & Manuel Persa

23. Contribuições para Biomimética no Brasil:


Laboratório de Robótica da CENPES Petrobras
Dr. Ney Robinson
III. Ecosystems of project activities in Bionics
Applied in business models and design studios, FABLab’s,
public or private Individual and collective enterprises
Pages 365 to 463

24. Summary of research and projects in Bionics and Design


developed in DESIGN INNOVATION from 1998 to 2018
Designer CEO Carmelo Di Bartolo

25. Como a natureza faz negócios na TÁTIL DESIGN DE IDEAS


Designer CEO Fred Gelli

26. A morfogenese da forma no ATELIER MARKO BRAJOVIC


Arquiteto CEO Marko Brajovic

27. Desenvolvimento de Produtos com Fibras Naturais:


FIBRENAMICS da Universidade do Minho
Prof. Dr. Raul Fangueiro

28. ANDREA MACRUZ: a Natureza como fonte de experiências


Arquiteta M.Sc. Andrea Macruz

29. SELVAGEN Design e Arquitetura Generativa:


união da natureza e tecnologia
Arquiteto Paulo Carvalho

30. NATALIA QUEIROZ: Nature as a measure of efficiency


Arquiteta Dra. Natália Queiroz

31. STUDIO LOVEGROVE: logic and beauty in nature,


an evolutionary design
Designer CEO Ross Lovegrove
Apresentação

“Aprender com a natureza é um ato de humildade


e sabedoria.” (Amory B. Lovins)

É com grande entusiasmo que apresentamos nosso terceiro livro da série [designNATUREZA],
coletâneas em biônica, Biodesign e Biomimética, junto à editora Blucher. Ao longo dos últimos me-
ses tenho me acostumado a dizer: “estamos finalizando minha tríade”. No primeiro, tocamos nos
aspetos referentes aos métodos e processos, notadamente fazendo mostrar que não existe uma
única abordagem em trabalhar os aspetos da biologia e da natureza quando realizamos design;
no segundo livro, reunimos 30 especialistas em biônica, todos com passagem no CRIED – Centro
Ricerche IED de Milão –, onde a narrativa foi demasiada fluida nos elementos humanísticos, sem
deixar de lado os pontos cruciais de como cada investigado, ao longo dos últimos 30 anos, viven-
ciaram e protagonizaram suas experiência durante seus percursos nesta “escola de pensamento
criativo, que foi o Master in Design e Biónica do CRSN IED de Milão”, sem deixar de lado a apre-
sentação de suas investigações, projetos e realizações. Talvez seja simplório chamá-lo de livro,
acredito ser mais do que isso. São 500 folhas de puro prazer e de poder navegar livremente pelos
elementos tangíveis e intangíveis que o mundo biológico pode oferecer.

O terceiro livro desta tríade aborda um outro aspeto bastante curioso, diferente dos outros dois, e
sob uma ótica não totalmente acadêmica como o primeiro, pois trata-se de, pela primeira vez na
história da biônica, conseguir mapear, conseguir visitar todos, colher dados e imagens e criarmos
esta verdadeira rede de designers e arquitetos autônomos, composta de centros de investigação
públicos e privados, escritórios e estúdios de projetos, onde cada ponto da natureza, do mundo
biológico, da engenharia, é colocado em prática sob diversos pontos de vista.

Nossa intenção em produzir esse compêndio foi aquele de deixar, em primeiro lugar, um legado
para as futuras gerações de projetistas; em segundo lugar, mostrar ao mundo quem faz o quê,
como faz e seus resultados. Traremos projetos e sobretudo exploraremos jornadas empolgantes
pelo mundo da biônica, biodesign e biomimética, nas diversas áreas que se entrelaçam (design -
biologia - engenharia - arquitetura), em busca de soluções inovadoras e inspiradas na natureza.
Ao longo destas páginas, apresentamos 31 múltiplos casos (nossa investigação chegou a 65), sin-
gulares entre si, dos segredos da natureza, como foi aprender e interpretar essa multiplicidade
e como a inovação em diferentes contextos geográficos de nosso planeta moldou e consolidou
soluções eficientes e inteligentes. Muitas vezes associamos que os resultados de nossos projetos,
onde a natureza seja o ponto de partida, sejam algo super tecnológicos ou engenhocas complexas
– entre outras coisas – e esquecemos que, ao mergulharmos neste mundo onde a ciência encontra
a arte; onde a tecnologia se associa ao social; do momento de combinar elementos biológicos
com abordagens criativas, podemos sim desenvolver artefactos, construções, materiais e sistemas
revolucionários, levando o design, a arquitetura e engenharia a novos patamares mais transver-
sais e ecologicamente mais eficientes e mais funcionais.
O título principal deste livro – “MAP RESEARCH BIONIC” – tem muito a ver com esse grande laboratório expe-
rimental que, ao longo destes meus 30 anos de convivência, encontrei espalhado nos mais variados rincões,
isolados um dos outros, cada unidade a fazer e produzir suas coisas e que hoje podemos sim dizer que
fazemos parte de um Ecossistema Transversal e Pluridisciplinar. Existimos, temos nome, endereço e código
postal. Por favor, contacte-nos. Estamos ansiosos em fazer crescer essa rede e demonstrar nosso potencial.

Para os jovens designers e projetistas, sem dúvida, será um grande mapa que inspira inovações tecnoló-
gicas surpreendentes; serão testemunhas e ao mesmo tempo protagonistas das histórias inspiradoras de
grandes investigadores aqui presente (engenheiros, arquitetos, biólogos e designers) que encontraram na
natureza a sua chave de leitura para suas criações; entender na prática e na teoria como a intersecção en-
tre biônica, biodesign e biomimética se complementam, se completam e evoluem. E, por fim, como todo
grande mapa de pesquisa, extrair as aplicações práticas desses conceitos e poder aplicá-los em diversos
campos, como da arquitetura, medicina, robótica, cidade, design e sustentabilidade ambiental.

Agora que chegamos ao final desta jornada, que espero tenha sido uma leitura cuidadosa nos seus mínimos
detalhes, nos aspetos micro e macro que cada capítulo oferece, uma verdadeira viagem no tempo e no es-
paço, esperamos que estejam tão fascinados e surpresos como estive eu décadas atrás, com essa magnífica
sinergia entre a natureza, biologia e projeto em prol da inovação e evolução humana. Deixaremos livre
para que cada um de vocês tirem suas próprias conclusões e interpretações sobre as terminologias: Biônica,
Biodesign, Bioética, Biomimética, Bioinspiração – e tantas outras encontradas ao longo destes capítulos.

Para que pudéssemos chegar a este livro, não poderia esquecer de deixar um agradecimento especial a
algumas instituições que tiveram um papel fundamental ao longo desta jornada de conhecimento: a Uni-
versidade Federal de Pernambuco, minha casa desde 1985; o Centro Ricerche IED de Milão, através do
professor, maestro e amigo Carmelo Di Bartolo, que me acolheu como sendo minha segunda casa para o
mestrado, para as minhas pesquisas do doutorado e ainda hoje; o CNPq e CAPES, que ao longo de minhas
atividades (mestrado, doutorado e pós-doutorado), possibilitaram através de suas bolsas que conhecesse
toda essa rede; o UNIDCOM/IADE - Universidade Europeia de Lisboa (2018-2019), através da Profa. Dra.
Emília Duarte, que abriu-me portas na realização de meu primeiro pós-doutoramento; a Università degli
studi della Campania Luigi Vanvitelli e depois a Università degli Studi di Napoli Federico II (2021-2023),
através da minha coorientadora, colega e amiga Carla Langella (Phd.), a quem tenho um apreço e carinho
enorme. Carla é um patrimônio enorme de conhecimento sobre nossa área de estudo e tem sido uma
honra poder desfrutar da sua amizade e compartilhar conhecimentos.

Não poderia faltar um agradecimento especial a todos os meus alunos de mestrado e doutorado, a todos os
mestres e doutores que passaram pelo Biodesign_Lab da UFPE, pois muitas de suas pesquisas foram insumos
para este livro. E não esquecer o designer gráfico Ramon Oliveira, esse tremendo artista que nos últimos anos
tem suportado meus stresses e altos e baixos, em busca de uma perfeição gráfica. Ramon, conseguimos!!!

Deixo aqui o meu eterno agradecimento, sempre com colaboração, empatia, interação e aprendizado con-
tínuo. Tudo que sou hoje, posso dizer do fundo de minha alma, dedico a todos vocês.

Prof. Amilton Arruda


Editor e Coordenador do LAB Biodesign
Presentation

“Learning from nature is an act of humility


and wisdom” (Amory B. Lovins)

It is with great enthusiasm that we present our third book in the [designNATUREZA] series, col-
lections on Bionics, Biodesign, and Biomimicry, with the publisher Blucher. Over the past few
months, I have gotten used to say: “we are finishing my triad”. In the first book, we addressed the
aspects concerning methods and processes, notably showing that there is not a single approach to
working with the aspects of biology and nature when we carry out design; in the second one, we
brought together 30 experts in bionics, all of whom had been at CRIED – Centro Ricerche IED in Mi-
lan – where the narrative was too fluid in its humanistic elements, without neglecting the crucial
points of how each researcher, over the last 30 years, experienced and starred in their experiences
during their journeys in this “school of creative thinking, which was the Master in Design and
Bionics of the CRSN IED in Milan”, without leaving aside the presentation of their investigations,
projects, and achievements. Perhaps it is simplistic to call it a book, I believe it is more than that.
There are 500 sheets of pure pleasure and being able to navigate freely through the tangible and
intangible elements that the biological world can offer.

The third book of this triad deals with another rather curious aspect, different from the other two,
and from a perspective that is not entirely academic like the first. For the first time in the history
of bionics, it deals with being able to map, to visit everyone, to collect data and images, and create
this real network of autonomous designers and architects, made up of public and private research
centres, offices, and project studios, where every point of nature, the biological world, engineer-
ing, is put into practice from different points of view.

Our intention in producing this compendium was, firstly, to leave a legacy for future generations
of designers; secondly, to show the world who does what, how they do it, and their results. We will
bring you projects, and above all, we are going to explore exciting journeys through the world of
bionics, biodesign, and biomimicry, in the various fields that intertwine (design – biology – engi-
neering – architecture), in search of innovative solutions inspired by nature.

Throughout these pages, we present 31 multiple unique cases of the secrets of nature (our inves-
tigation reached 65), what it was like to learn and interpret this multiplicity, and how innovation
in different geographical contexts of our planet has shaped and consolidated efficient and intelli-
gent solutions. We often associate the results of our projects, in which nature is the starting point,
are something super technological or complex gadgets – among other things – and we forget
that, by diving into this world where science meets art; where technology meets the social; from
the moment of combining biological elements with creative approaches, we can indeed develop
revolutionary artefacts, constructions, materials and systems, taking design, architecture, and en-
gineering to new levels that are more transversal and ecologically efficient and more functional.
The main title of this book – “MAP RESEARCH BIONIC” – has a lot to do with this great experimental laboratory
that, throughout my 30 years of my coexistence, I found scattered in the most varied corners, isolated from
each other, each unit doing and producing its own things, and that today we can say that we are part of a
Transversal and Pluridisciplinary Ecosystem. We does exist, we have a name, address and postcode. Please,
contact us. We look forward to growing this network and demonstrating our potential.

For young designers and planners, it will undoubtedly be a great map that inspires surprising technological
innovations; they will be witnesses and, at the same time, protagonists of the inspiring stories of great re-
searchers present here (engineers, architects, biologists, and designers) who found in nature their reading key
for their creations; to understand in practice and theory how the intersection between bionics, biodesign, and
biomimicry complement, complete and evolve. And, finally, like any great research map, to extract the practi-
cal applications of these concepts and be able to apply them in various fields, such as architecture, medicine,
robotics, city, design, and environmental sustainability.

Now that we have reached the end of this journey, which I hope has been a careful reading in its smallest
details, in the micro and macro aspects that each chapter offers, a true journey through time and space,
we hope you are as fascinated and surprised as I was decades ago, with this magnificent synergy between
nature, biology, and design in favour of innovation and human evolution. We leave it free of each of you
to draw your own conclusions and interpretations about the terminologies: Bionics, Biodesign, Bioethics,
Biomimicry, Bioinspiration – and many others found throughout these chapters.

So that we could get this book, I could not forget to mention a special thank you to some institutions
that played a fundamental role along this journey of knowledge: the Federal University of Pernambuco
(Universidade Federal de Pernambuco), my home institution since 1985; the Centro Ricerche IED in Milan,
through the professor, master, and friend Carmelo Di Bartolo, who welcomed me as my second home for
the master’s degree, for my doctoral research and still today; the CNPq and CAPES, which throughout my
activities (master’s, PhD, and postdoctoral), made it possible through their scholarships for me to get to know
this whole network; the UNIDCOM/IADE – European University of Lisbon (Universidade Europeia de Lisboa)
(2018-2019), through Prof. Dr. Emília Duarte, who opened doors for me in carrying out my first postdoctoral;
Università degli Studi della Campania Luigi Vanvitelli and then Università degli Studi di Napoli Federico
II (2021-2023), through my co-supervisor, colleague and friend Carla Langela (PhD.), whom I have enormous
appreciation and affection. Carla is a huge asset of knowledge about our field of study, and it has been an
honour to be able to enjoy her friendship and share knowledge.

I could not miss a special thanks to all my master and doctoral students, to all the masters and doctors who
passed through the Biodesign_Lab at UFPE, as many of their research were inputs for this book. And not
to forget the graphic designer Ramon Oliveira, this great artist who in recent years has endured stresses and
ups and downs, in order to get a graphic perfection. Ramon, we made it!!!

I express here my eternal gratitude, always with collaboration, empathy, interaction, and continuous learn-
ing. I can say from the bottom of my soul, that all that I am today I dedicate to all of you.

Prof. Amilton Arruda


Editor and Coordinator of LAB Biodesign
PART I

Ecosystems of academic and meta -


projectual activities in Applied Bionics
in undergraduate and graduate
courses in Design and Architecture
La Biónica e el Diseño
Básico en el contexto de la
enseñanza del diseño en la UAM-A

Fabricio Vanden Broeck, Licenciado en Diseño Industrial por la Universidad


Iberoamericana, con maestría en Biónica y Diseño por la ECAL (École Cantonale
d’Art de Lausanne), Lausanne, Suiza. Su actividad profesional se ha orientado
principalmente a la docencia en temas relativos al Diseño Básico, la Biónica apli-
cada al Diseño, las Estructuras para diseñadores, la Creatividad y temas afines.
En paralelo ha llevado avante una carrera vinculada a la producción artística, la
ilustración tanto editorial como de libro infantil, la publicación de ensayos sobre
Diseño y Biónica, Diseño e Imagen y la conceptualización y edición de proyectos
editoriales. Que le ha valido importantes reconocimientos, tanto en México como
el extranjero.

FASE 1

La primera vez que me interesé en el tema de la Biónica, y más ampliamente


en las formas de la Naturaleza y su relación con los procesos de adaptación y
adecuación al medio, fue en una ocasión en que, siendo estudiante de Diseño,
me encontraba manejando en una pequeña carretera poco frecuentada de la
provincia mexicana cuando, de repente, frente a mí, apareció una tortuga atrave-
sando la carretera.

Frené, me estacioné a un costado del camino y acudí a salvar la tortuga de una


probable muerte prematura. Cuando la tomé con la mano, esta rápidamente se
encerró en sí según una serie de placas articuladas que me maravilló e inmedia-
tamente evocó en mí algún sofisticado artefacto mecánico o hidráulico.

A partir de ahí decidí que, de emprender una maestría, lo haría sobre este tema,
lo que algunos llaman Biónica, otros Biomimética, otros más Biomímesis y en
la medida en que el tema gane adeptos, aparecerán nuevos nombres acuñados
por aquellos que creen haber descubierto el hilo negro o el agua caliente en un
enfoque tan viejo como lo es el ser humano: el de abordar la naturaleza de una
Fabricio manera más o menos consciente en busca de soluciones a problemas funcionales o
Vanden Broeck constructivos o, más ampliamente, lo que hoy llamaríamos problemas de diseño.
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ISBN 978-65-5550-222-0

FASE 2

Años después tuve la oportunidad de hacerme acreedor a una beca para estudios de
maestría y llegué a Lausanne, Suiza, a lo que hoy días es la ECAL, y que en mis tiempos
se conocía como l’École Cantonale des Beaux-Arts et d’Art appliqué de Lausanne, una
pequeña institución de mucha calidad donde pude proponer una investigación sobre
este tema que, por cierto, nadie conocía ahí pero que de inmediato suscitó genuino
interés, gracias a lo cual pude emprender mis investigaciones sin cortapisas ni limita-
ciones, bajo el paraguas de dicha institución.
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FASE 3

Desarrollé entonces una investigación sobre un hueso de la mandíbula del Pitón Moluro, cuya
estructura resulta sorprendentemente resistente y flexible a la vez, y otra sobre la geometría
del caparazón de tortuga (FIG 1). Posteriormente tuve el privilegio de impartir clases sobre el
tema en dicha institución antes de volver a México.

FIG 1 - Proyecto de sil-


las en fibra de vidrio y poliéster,
de Fabrice VANDEN BROECK
(1984). El hueso de pteri-
goideo detrás de la mandí-
bula superior del pitón consti-
tuye, con el hueso cuadrado,
una doble articulación muy
especial que permite a la ser-
piente ingerir presas de conside-
rable volumen, en un solo trozo.

Plan geomé-
trico de este perfil heli-
coidal de tres ramas.
Ciertos detalles, notable-
mente al nivel de las jun-
turas pie-asiento y pie-a-
siento-respaldo, se inspi-
ran en el hueso pterigoi-
deo donde se ejercitan
presiones semejantes.
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FASE 4

Durante mi estancia en Suiza, entré en contacto con Carmelo di Bartolo, a la sazón


profesor de Diseño Básico en el Istituto Europeo di Design en Milán, quién había
desarrollado una serie de experimentaciones vinculadas con la Biónica para apoyar su
docencia de Diseño Básico.

Nos hicimos rápidamente amigos y compartimos información y experiencias con rela-


ción a este campo que a los dos interesaba sobremanera.

EXPERIMENTACIONES CON LA SEMILLAS VOLANTES

STUDIO 1 Semillas Volantes

STUDIO 2 Semillas voladoras


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STUDIO 3 Semillas voladoras

FASE 5

De vuelta en México, ingresé a la Universidad Autónoma Metropolitana, UAM, como profesor de


tiempo completo y de inmediato me fue asignado el curso de Biónica. Debo decir que existía,
antes de mi llegada a dicha institución, un curso de introducción a la Biónica, muy básico, pero
testimonio de un interés por el tema, algo bastante sorprendente para la época en el marco de la
enseñanza del diseño en México y me atrevo a decir que en el resto del Mundo. Me tocó entonces
estructurar, prácticamente de cero, un curso de Biónica aplicada al Diseño Industrial mismo que
he impartido durante casi cuarenta años.

EXPERIMENTOS DE BASIC DESIGN – UNAM


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EXPERIMENTOS EN DISEÑO BÁSICO

FASE 6

Mi primera observación y probable crítica con respecto a la impartición de un curso


de dicha naturaleza reside en el hecho que el sistema de enseñanza de la Universidad
Autónoma Metropolitana se estructura conforme a trimestres en lugar de semestres,
que, en la mayoría de las instituciones de educación superior, es la norma.

En lo personal nunca me sentí cómodo con la organización trimestral que, entre otros
factores, impedía generar proyectos de largo aliento con los mismos alumnos. Inclusive,
me parece que desde un punto de vista del biorritmo del proceso de enseñanza-apren-
dizaje, el sistema semestral permite una mayor maduración de los proyectos siendo que
el “despegue” de la dinámica de un curso toma, en general, aproximadamente un mes o
mes y medio para llegar a “velocidad de crucero” coincidente con la cúspide de la curva
de aprendizaje.

Siempre tuve la impresión que el sistema trimestral cortaba de tajo un proceso creativo
en su fase más productiva rompiendo bruscamente con una dinámica de trabajo que
hubiera dado mejores frutos en un esquema más largo.

Estas observaciones me llevaron a elaborar un programa más realista en cuanto a los


alcances de un curso trimestral y abandonar la idea de desarrollar proyectos más ambi-
ciosos con los alumnos.

Opté por un programa que recuperase la filosofía del Diseño Básico, con un enfoque en
la Naturaleza, partiendo de algunos de los principios constructivos que identifiqué en la
Naturaleza (Efecto de Escala, Apilamiento compacto, Craquelamientos, etc..).
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FASE 7

El curso que propuse se volvió más teórico, con


algunos ejercicios puntuales sobre algunos de los
principios constructivos enunciados previamente.

Para esto recuperé parte del enfoque de Carmelo di Bartolo, justamente más articulado alrededor del
diseño Básico, aunque es un hecho que Carmelo, dentro de una estructura más pequeña que le cedía
amplia libertad de operación, logró establecer proyectos de investigación de largo aliento con sus alumnos.

En ese sentido volteo con nostalgia a los periodos de mediados de los ’80 en los que, por invitación de
Gui Bonsiepe y Eduardo Barroso, me tocó impartir en dos ocasiones, un Seminario de Biónica aplicada al
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Diseño en el Laboratorio Associado de Design de Florianópolis, Brasil que consistían


en una inmersión de un mes, incluso un poco más, sin distractores, concentrados en
desarrollar proyectos de investigación básica y aplicada en torno al tema de la Biónica
con resultados muy satisfactorios, mismos que describo en mi libro “El diseño de la
Naturaleza o la naturaleza del Diseño”.

Al hecho virtuoso de estar concentrados trabajando en equipo sobre un proyecto durante


un mes entero, se suma el hecho que los alumnos, todos egresados de la Carrera de
Diseño Industrial, llegaban al seminario con una experiencia docente previa, con inquie-
tudes y reflexiones respecto a los procesos creativos y cognitivos, lo que se manifestaba en
una verdadera disposición y motivación para incursionar en temas novedosos.

CASE 01 – CURSO DE BIONICA CANASVIEIRAS

Análisis de la estructura de la rama del árbol de la papaya


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CASE 02 – CURSO DE BIONICA CANASVIEIRAS

Análisis geométrico del mecanismo de expansión de la boca de pez

CASE 03 – CURSO DE BIONICA CANASVIEIRAS

Análisis morfológico de las pinzas de cangrejo


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CASE 03 – CURSO DE BIONICA CANASVIEIRAS

Análisis estructural de un tronco de cactácea y su aplicación a un


empaque de tomates
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FASE 8

A lo largo de estos casi cuarenta años en el medio académico, mismo que recién he dejado
atrás, he llegado a ciertas conclusiones, entre otras la que considero más importante: el
interés por temas como la Biónica es tributario de ciclos. Me explico: hay ciclos dominados
por el interés en la experimentación, el riesgo, la creatividad, por ejemplo los años 60 ricos en
movimientos de experimentación y creatividad, que alternan con ciclos más pragmáticos, más
inmediatistas y quizá también más superficiales como el que hoy día impera que ha impuesto
los paradigmas de la “eficiencia” y la “productividad” y a final de la cuenta, el dinero.

Constaté esto en mi reciente visita a mi antigua alma mater en Suiza donde me entrevisté con
el flamante director quien me dio a entender que el actual enfoque de la escuela, hoy día
prácticamente una empresa, es la formación de diseñadores para la Industria del Lujo, una
industria ciertamente muy lucrativa.

Inútil mencionar que el tópico de la Biónica, para él terra incognita, no le suscitó el más
mínimo interés, a pesar de que existe un registro de mi tesis de maestría en la biblioteca
de la ECAL.

Seguramente en el futuro próximo rena-


cerá el interés por una Biónica enfocada a
problemas reales, problemas que tendre-
mos que enfrentar sí o sí en las próximas
décadas como el calentamiento global, la
sobre-explotación de los recursos naturales
y la destrucción del hábitat de especies
animales y vegetales que amenaza con
alterar el equilibrio bio-diverso y dar paso
a patógenos que nos traerán epidemias
más agresivas y letales que el COVID19.

Primera llamada…
O Ensino do Processo
Criativo, Biônica e Morfologia
Tridimensional na UCG

Outra metodologia que a pesquisa quis evidenciar é proposta pelo professor Tai Hsuan-An,
desde 1978 docente das Artes Visuais, Arquitetura e Design da Universidade Católica de Goiás
(UCG), na cidade de Goiânia. Ele se dedica ao estudo e ao ensino do processo criativo, dese-
nho, morfologia tridimensional, ergonomia e biônica. Com caráter didático, em seu livro
Sementes do Cerrado e do Design Contemporâneo, aborda a metodologia com 6 etapas para
análise biônica explicada em suas disciplinas e aplicada ao Design e na Arquitetura, que
demonstram as técnicas de estudo de estruturais naturais típicas da região, através de frutos
e sementes do cerrado. São elas:

1. Escolha do modelo biológico

Operação: Escolher um modelo biológico que se destaca com características formais, estru-
turais e funcionais.
Métodos: Observação e análise prévias do modelo num processo de leitura e reconheci-
mento; Aplicação dos critérios que são características significativas e peculiares, fenômenos
notáveis. Observação minuciosa dos detalhes, inclusive dos milimétricos.
Técnicas Específicas: Observação do modelo biológico no habitat; Coleta do modelo; uso de
lentes de aumento, microscópio ou outros tipos de visualização de detalhes minúsculos; reco-
nhecimento pelo toque manual para detecção da resistência, consistência e da estrutura do
material; consulta do inventário de características. (Ver inventário após os exemplos)

2. Observação e análises iniciais

Operação: Fazer atentamente a leitura e o reconhecimento do modelo Biológico com o


objetivo de melhor entendê-lo, registrando através de textos e/ou desenhos, suas caracterís-
ticas visuais, formais, estruturais e funcionais mais significativas.
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Métodos: Observação, análise, registro gráfico, anotação escrita num procedimento de


reconhecimento tátil e visual; Consulta do catálogo da tipologia (inventário) das carac-
terísticas das formas; pesquisa bibliográfica e de campo sobre o modelo; desmembra-
mento ou dissecação do modelo biológico para visualizar detalhes.
Técnicas Específicas: Registro fotográfico (normal, macro ou microscópico); desenho
detalhado com luz e sombra; croquis com captura rápida de imagens; desenho esque-
mático; anotação sucinta junto aos desenhos; uso do inventário das características.

3. Observação e análise em maior profundidade

Operação: Fazer o reconhecimento dos detalhes e dos elementos de maior destaque e


desenhá-los de maneira enfática, criando condições para a etapa de interpretação de
síntese e abstração.
Métodos: Seleção prévia dos desenhos de detalhes e das características de grande
potencial; Elaboração de novos desenhos com realce gráfico e interpretativo a partir
dos selecionados;
Técnicas Específicas: As mesmas da etapa anterior.

4. Interpretação objetiva da exterioridade e da essência do modelo

Operação: Fazer a síntese e abstração formal e geométrica do modelo biológico e dos


seus detalhes, interprestando graficamente as formas mais notáveis analisadas ante-
riormente, e preservando ou enfatizando as suas características externas e internas.
Métodos: Síntese e abstração formal e geométrica com dimensões proporcionais às do
modelo; com variação dimensional diferente do modelo; com transformação segundo
o critério da similaridade e através de vistas, cortes e perspectivas.
Técnicas Específicas: Desenho à mão livre e interpretativo das ideias sugeridas
(formais, estruturais e funcionais) pelo modelo e dos seus detalhes mais significativos;
Desenhos de síntese e abstração com eliminação de detalhes, elementos secundá-
rios ou insignificantes; Desenho geométrico com instrumento; Esquemas, diagramas
e desenhos de renderização e modelagem eletrônica por meio do computador;
Morfogramas; Uso do inventário das características.

5. Criação experimental de novas formas

Operação: Criar novas formas experimentais e analógicas em modelos, a partir dos


estudos da interpretação por síntese e abstração.
Métodos: Experimentação em modelagem das formas obtidas anteriormente; Registro
fotográfico dos modelos experimentais.
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Técnicas Específicas: Modelagem em papel, argila, ou outros materiais de fácil manipula-


ção; Fotografia (normal e macro); Representação bidimensional (vários tipos de desenhos);
Morfograma; Uso do inventário das características.
6. Elaboração da proposta definitiva de uma ideia

Operação: Confeccionar o objeto ou um sistema de objetos e elaborar as pranchas de


apresentação de todo o processo de análise, do desenvolvimento, da configuração final do
objeto, da aplicação ou das possibilidades de aplicação, com um memorial descritivo/justi-
ficativo do trabalho.
Métodos: Confecção do modelo usando técnicas apropriadas; Ilustração simulativa da
aplicação; planejamento gráfico das pranchas de apresentação; Elaboração do memorial
sucinto, claro, objetivo, ilustrativo e completo.
Técnicas Específicas: Todas as técnicas de representação bi e tridimensional adequadas.

Para facilitar o entendimento desta metodologia, a figura abaixo sintetiza o método de análise
da estrutura natural proposta pelo professor Tai, e em seguida, serão mostrados sua aplica-
bilidade através de alguns dos trabalhos de seus alunos (Figura 1). Em seguida, serão apre-
sentadas três análises desenvolvidas por alunos do professor Tai que traduzem bem o método
apresentado e serão comentadas a seguir:

Figura 1. Esquema do método


utilizado pelo professor Tai na
UCG (Fonte: Esquematizado de
HSUAN-AN, 2002)
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Figura 2. Na Figura 2, o modelo proposto enfatizou a estrutura central estrelada


Análise Morfológica do fruto de Cedro seco, mas observa-se que foram feitos vários desenhos
do fruto de Cedro.
(estudos) da estrutura inteira, das partes, evidenciando a característica
(Fonte: HSUAN-AN,
2002)
estrelar e pentagonal, até chegar no desenho em que se fez a abstração
geométrica das ranhuras que foi base para a construção do modelo físico.

Já na Figura 3 têm-se o exemplo da Pinha-do-Brejo, sua estrutura aberta e


seca resultou na configuração de 3 modelos, o que é interessante observar
é que se pode obter vários resultados dependendo do ponto de interesse
ou do foco da análise. Um modelo foi resultante da modulação encon-
trada na textura da parede interna que acomoda as sementes, outro, no
espaço vazio entre eles em forma de cruz e um terceiro, na malha estrutu-
ral côncava no topo da estrutura interna.
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No último exemplo, a Figura 4, na próxima página, apresenta a análise do Pau- Figura 3.


Terra que também resultou em 3 modelos. O primeiro, evidenciando as torções das Análise Morfológica
do fruto de
3 partes abertas; o segundo, evidenciando uma simplificação geométrica de uma
Pinha-do-Brejo.
das 3 partes, observando sua terminação pontuda e sugerindo inclusive a aplicação (Fonte: HSUAN-AN,
como banco longo; e por fim, o último foca na junção entre 2 casacas e no detalhe 2002)
da ranhura da espessura desta. Hsuan-An (2002) argumenta que em virtude da
grande variedade e algumas vezes, da complexidade das formas naturais, se faz
necessário classificar as suas características em diversas categorias com o intuito de
facilitar o seu entendimento. Ele atenta para a importância de se identificar e des-
crever estas características, pois podem servir de critérios, parâmetros ou fatores a
serem utilizados tanto na análise do modelo natural, quanto na abstração geomé-
trica que resultará no modelo biomimético.
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Figura 4. Análise Os diagramas a seguir esclarecem sobre as 6 categorias do que ele chamou
Morfológica do de “Inventário das características”. Podem ser observadas tanto em
fruto do Pau-Terra.
formas naturais quanto em artificiais, e aqui servem de parâmetros para
(Fonte: HSUAN-AN,
2002)
o olhar atento, detalhista e criterioso durante a descrição e análise do
modelo natural investigado.
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1ª CATEGORIA: Características formais configurais

Forma Orgânica Zigzag Superfície Variante


Forma Geométrica Espiral Tubular
Forma Curva Radial Laminar/Planiforme
Forma Topológica Circular Volume,
Linear Oval Sólido Geométrico
Linha Reta Elipse Gradação Modular
Linha Curva Plano/Polígono, Abertura
Arco Superfície Plana Fechamento
Senoidal Superfície Curva

2ª CATEGORIA: Características estruturais e prático-funcionais

Autoportante Ramificação Concavidade


Sustentação Triangulação Convexidade
Envoltura em camadas Engavetamento Empilhamento
Dobras Entrelaçamento Encadeamento
Compartimentos Pino, Acumulação Ligação Linear
Encaixe, Invólucro Enfileiramento, Núcleo Pêndulo
Base, Eixo de fixação Modulação Entrada
Articulação fixa Tampa cobertura Saída
Articulação dinâmica Transição Canal

3ª CATEGORIA: Características cinéticas e comportamentais

Flexibilidade Mobilidade Vibratoriedade


Elasticidade Oscilatoriedade Explosividade
Rotatoriedade Permutabilidade Repelência
Giratoriedade Expansibilidade Aderência
Dobrabilidade Impulsivedade
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4ª CATEGORIA: Características texturais, estéticas e qualitativas

Transparência Compacto Elegância


Opacidade Fragilidade Musicalidade
Porosidade Peso, Leveza Vivacidade
Lisura Limpo Tensão
Nervurada Natural Repouso
Reticulada Tecnológico Surpresa
Trançada Lúdico Impacto
Puro Agressividade Exagero
Consistência Suavidade Ênfase

5ª CATEGORIA: Características compositivas

Movimento Espaço, Vazio, Cheio Alternância


Ritmo, Harmonia Intervalo, Atração Repetição
Contraste, Proporção Repulsão, Inclinação Multiplicidade
Equilíbrio Proporcionalidade Sobreposição
Ordem, Axialidade Gradualidade Justaposição
Semelhança Desigualdade Densidade
Diferença, Simetria Disposição Linear Dispersividade
Assimetria Verticalidade Aleatoriedade
Concordância Horizontalidade Direção, Posição

6ª CATEGORIA: Características dimensionais e quantitativas

Espessura Quantidade Longo


Altura Redução Curto
Comprimento Aumento Alto
Profundidade Grande Baixo
Diâmetro/ raio Pequeno Fundo
Angulação Grosso, Fino Raso
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Dondis (2003) fala que os conceitos fundamentais da sintaxe visual, tais como os elementos
visuais (ponto, linha, forma, direção, tom, cor, textura, dimensão, escala e movimento) e suas
noções de percepção (harmonia, equilíbrio, simetria, proporção, contraste, etc.), correspon-
dem aos elementos básicos da configuração e são a fonte compositiva de qualquer tipo de
material, objeto, mensagem e experiência visual. Eles representam o cerne da atividade
projetiva pois podem ser manipulados para serem percebidos numa resposta direta ao que
está sendo concebido.

“O ponto, a unidade visual, o indicador e marcador de espaço; a linha, o articulador


fluido e incansável da forma, seja na soltura vacilável de um esboço, seja na rigidez
de um projeto técnico; a forma, as formas básicas, o círculo, o quadrado, o triângulo
e todas as suas infinitas variações, combinações, permutações de planos e dimen-
sões; a direção, o impulso de movimento que incorpora e reflete o caráter das formas
básicas, circulares, diagonais, perpendiculares; o tom, a presença ou a ausência de
luz; através da qual enxergamos; a cor, a contraparte do tom com o acréscimo do
componente cromático, o elemento mais expressivo e emocional; a textura, óptica
ou tátil, o caráter de superfície dos materiais visuais; a escala ou proporção, a medi-
da e o tamanho relativos; a dimensão e o movimento, ambos implícitos e expressos
na mesma frequência.” (DONDIS, 2003)

Uma fonte inesgotável para perceber estes conceitos fundamentais pode ser facilmente encon-
trada de maneira abundante na Natureza. Tanto no reino animal, vegetal ou mineral existem
uma infinidade de formas, cores e texturas que podem ser observadas, analisadas, representa-
das e interpretadas em projetos de design.

Hsuan-An (2002) revela que as características compositivas descritas na 5ª categoria, relativas


aos fundamentos da sintaxe visual possuem enfoque numa série de fatores que determinam
o grau da qualidade compositiva em obras de arte, objetos, edificações, sendo também
encontrados nas formas naturais. Por isto, esta abordagem baseada na sintaxe da linguagem
visual para a compreensão e a qualidade estético-formal de modelos biológicos é bastante
interessante e promissora, o que justifica sua coerência em utilizá-las nos exercícios criativos
como parâmetros nas análises das estruturas naturais, pois pode-se claramente observar estas
características categorizadas pelo professor Tai no âmbito de todas as estruturas naturais em
diversos níveis. E isto pressupõe um grande potencial para futuras pesquisas neste sentido, que
certamente ampliaria o estudo de técnicas referentes a analogias da natureza.
O contexto do Ensino e Prática
da Biônica em Portugal
e na Universidade de Aveiro

Para uma desmistificação da Biomimética e sua aplicabilidade

“A mais bela coisa que podemos vivenciar é o mistério.


Ele é fonte de qualquer arte verdadeira e qualquer ciência.
Aquele que desconhece esta emoção, aquele que não pára mais para pensar
e não se fascina, está como morto: seus olhos estão fechados”. (Albert Einstein)

A Natureza é fruto de milhares de anos de sobrevivência, com inteligência própria, quiçá ainda
nos primórdios de sua evolução. Parece-me portanto, demasiado sagrada para ser apropriada
pelos designers como argumento de excelência conceptual na suas insignificantes e efémeras
criações, muitas vezes supérfluas e traduzindo mais um espelho do ego, quer do designer ou
pior, induzindo falsas necessidades de compensação à auto estime do utilizador desprevenido,
portanto desapropriadas numa ecologia do artificial.

Diria mesmo que por vezes chegamos a turvar a nossa capacidade de ser simples a pensar, a
construir, a utilizar, a partilhar e transformar aquilo que o designer cria, ou seja, acrescentamos
complexidade desnecessária, adquirindo hábitos de complicar a conceptualização e o ensino
das atividades a que chamamos design de produto.

Tem sido neste espírito, essencialmente como estímulo conceptual ou na focalização de par-
tes do projeto a nível do aligeiramento estrutural, articulações e fixações, novas soluções para
materiais sustentáveis, sistemas em crescimento ou variação de escala crescente ou mesmo
mimetismo e tatilidade, que têm sido espontaneamente sugeridos e acolhidos pelos estudan-
tes de Design da Universidade de Aveiro, na última década. Deste modo, partilhamos aqui
alguns estímulos de projeto a partir de trabalhos anteriormente desenvolvidos pelo professor
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especialista em design e tecnologia Paulo Bago Uva, docente de Projeto e Tecnologia


e Gestão do Design há 35 anos e que em em particular na Universidade de Aveiro
tem vindo a disseminar também esta abordagem Biomimética. Em grande parte, por
estímulo do Mestrado em Biónica aplicada ao Design e Arquitetura, desenvolvido no
Centro de Investigação em Estruturas Naturais do Prof. Carmelo di Bártolo no IED –
Istituto Europeo di Design em Milão, onde foi colega do professor e amigo Amilton
Arruda. Aqui se partilham alguns trabalhos desenvolvidos por Paulo Uva na sua
atividade profissional de Designer que por princípio incorpora na metodologia de suas
aulas, tal como os restantes colegas nas suas áreas de intervenção que têm elevado os
cursos de Design da Universidade de Aveiro aos mais recomendados na europa.

É óbvio que o ser humano sempre utilizou a curiosidade e sua imaginação, recorrendo
à recriação dos elementos naturais que é capaz de compreender dentro do seu meio,
sobretudo no adorno e como símbolos de sobrevivência, fertilidade, poder, transfor-
mação e espiritualidade.

É, portanto, natural que a biologia ou o que resta dela, nos ajude a nos mimetizar
quer para nos sentirmos par de de um todo, quer para afirmar hierarquias e identida-
des, quer nos inspirando fortemente para a solução de funcionalidades e estruturas,
ou como meio de amplificar nossos sentidos a nível da tatilidade, códigos cromáticos,
luminosidade, entre outros, até à amplificação do próprio significado e valor simbó-
lico de um artefacto.
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Já quanto à abordagem Biónica para recriar funções do corpo humano em próte-


ses, por exemplo bem como na robótica, é evidente que a investigação científica é
claramente mais focada e aprofundada em determinados componentes, tais como
articulações por exemplo, onde novos materiais compósitos e a programação de
funcionalidades permitem hoje resultados de ideias que a tecnologia só agora per-
mite materializar.

Essa evolução permite imaginar e concretizar novos cenários de um novo ambiente


urbano por exemplo na arquitetura têxtil, náutica e desportos radicais que depois
de vão sedimentando em áreas do quotidiano, permitindo de facto uma simplifica-
ção de processos, minimizando custos materiais e ambientais, podendo na devida
proporção contribuir para soluções disruptivas, surpreendentes e muito estimulan-
tes na conceção de um novo equilíbrio homem /ambiente artificial.

É nesse sentido que pontualmente, tenho vindo sugerir uma abordagem Biomimética
em momentos ou detalhes de projetos, nomeadamente na unidade curricular de
Design e Tecnologia do mestrado em Design do Departamento de Comunicação e
Arte em algumas dissertações de mestrado em Engenharia e Design de Produto que
tenho vindo a orientar a pedido dos alunos do Mestrado de Engenharia e Design de
Produto, desde a criação do mesmo onde partilhei alguns projetos pessoais nas aulas
de Projeto. Foi nesse sentido que aceitei com muito agrado o convite do Professor
Amilton Arruda e Universidade do Porto em partilhar aqui alguns desses exemplos,
embora em nenhum deles a biónica fosse uma premissa ou objetivo em concreto, e
pessoalmente não sou entusiasta de soluções de mimetismo explicito neste sentido.

Paulo A Bago De Uva é Professor Auxiliar convidado na U. Aveiro há mais de uma


década tem vindo a lecionar as UCs de Projeto, Design em Empresa e regente de
Design e Tecnologia no Departamento de Comunicação e arte investigador do ID+
Research Institute for Design Média and Culture; Laboratório de Design Crítico para
Crescimento e Prosperidade.

Foi sócio fundador da Almadesign, Design Director na Novodesign/Brandia, Consultor


do Centro Português de Design e desde 1989 Lecionou Biomimética no Istituto Europeu
di Design em Milão, Introduz Design Management no IADE-U em 1991 onde foi profes-
sor investigador da UNIDCOM até começar a relação com a UA em 2010. Foi professor
de Projeto nos primeiros anos do Mestrado de Engenharia e Design de Produto na UA e
no Mestrado de Design de Produto e Serviços, na vertente Emotional Design, na Escola
de Arquitetura da Universidade do Minho, colaborando com a Fibrenamics Green,
Projeto e Interfaces na Universidade da Beira Interior e no Departamento de Cinema
da Lusófona de Lisboa e Algarve. Leciona pontualmente em diversas Universidades de
Itália e Brasil. Tem orientado várias teses de mestrado e atua como Designer nas áreas:
Naval, Transportes, mobilidade suave, smartcities, compósitos e têxteis tecnológicos.
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Estrutura flexível para showroom na cobertura da


sede do IED – Istituto Europeu di Design em Milão

Projeto: Carmelo di Bártolo, Eduardo Azevedo e Paulo Bago D Uva, 1989.


As arcadas em fibra naturais e compósito permitiam a alteração dimensional em
largura e altura por forma a resistir a eventuais nevões. Todo o sistema de ar condi-
cionado, cablagem e canalização passavam por dentro dos módulos charneira ocos
que permitiam uma articulação que seria posteriormente trancada por um sistema
mecânico em tensão.

Todo o sistema foi criado por forma a ser desmontável e aplicado em parques urbanos
com declives irregulares, permitindo diferentes curvaturas nos 3 eixos.

Seia coberto por módulos transparentes ou não segundo a orientação à luz pretendida
proporcionando assim uma proposta cromática múltipla e um efeito cénico noturno
assinalando os eventos.

Pavimentos de segurança e encaminhamento de invisuais

Desenvolvidos com Pirelli e Metro de Milão por Paulo Uva, Sergio Grijalva e Elisha Levi.
Nos anos seguintes foram aplicados também no Metro de Génova e Aeroporto de
Milano Linate.
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Este projeto é gerado a partir de uma coluna giratória central com expositores basculantes e
uma cobertura retrátil abrindo em forma de pétalas tencionadas que lhe conferem rigidez, ilu-
minação para comércio noturno propõe a reabilitação de zonas devolutas ou desertificadas das
cidades. Dispõe de um sistema de comunicações por GPS que gere cobranças e fornecimentos
just in time.

Fechados estes elementos têxteis montados em varas de fibra de carbono, oscilam proporcio-
nando uma certa “coreografia” iluminado e animando espaços com uma iluminação ténue e
libertando espaço de circulação para outras atividades para reanimação de espaços urbanos
inativados. Projeto avaliado com 100% levado a cabo como bolseiro da com bolsa da Swacht-
SMH. Milano1991.
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Apresentação da
tese de mercados
de bairro a Andreia
Branzi, Paulo
Deganelo, Isao
Hosoe, Ana Castelli
Ferrier, Dante
Donegani, Mário
Trimarchi, na
Domus Academy
em Milão 1991.

Equipamentos Urbanos amovíveis


de venda ambulante e apoio turístico

Com arq. Mário Martins, onde a analogia abivalves ou asas de insetos


inspiraram os primeiros conceitos que depois tiveram de dialogar estética e
semanticamente com o património cultural maítimo alusivo às descobertas
e zona histórica ribeirinha de Lagos.
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Interiores e Tensa Estrutura do CM Lagos

De forma orgânica triangular e secção abaulada a partir do estudo geométrico


evolutivo da “Condelipa” ou conquilha, o bivalve típico da região muito apreciado e
apanhado no areal da Meia-praia e Algarve, de casca muito polida e com laivos de cor
cambiando consoante a incidência da Luz e época do ano, um organismo típico da
gastronomia algarvia e que se tornou ex-libris identitário da região dado o apreço do
Conde de Lipa que faz parte da história do local.

Esta forma também se utilizaria como composição de elementos de assento no mobi-


liário urbano a produzir pela Larus em compósitos. Na vertical esta forma alongada
mas aplanada em madeira de contraplacado marítimo, aço e policarbonato viria a
ser o mote para os totens dos terminais de acesso ao sistema digital publico e como
elementos maiores de “Cente-point e aplicação de elementos escultóricos alusivos às
Descobertas Marítimas que dali se iniciaram, num misto de alusão a vela latina.
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Aliscafo Experimental sobre Hidrofoils CRIED/IED

Desenvolvido por Paulo Orlandini, Francisco Lobo (que levou a cabo como sua tese de
mestrado) e Paulo Bago D’Úva no Lago di Garda Itália, 1990.Todo o conceito de ligei-
reza de materiais e navegabilidade, inspirados na natureza, pré anunciava as atuais
soluções de hidrofoils, Kites e asas dirigíveis na náutica de recreio.

Elementos rocho-
sos e marítimos
estiveram na
origem do Projeto
de Design de Paulo
Uva para os interio-
res da Camara
Municipal de Lagos
e equipamentos
urbanos exteriores
onde tenso estru-
turas derivadas
de exercícios com
bolhas de sabão e
telas micro-perfu-
rada em tensão.
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Projeto e produção de escultura para


a sede da ROCHE em Lisboa

Desenvolvido com alunos no IADE, a partir de uma abstração da sequência de elemen-


tos codigo genético ADN, em aço aisi314 e Perfis tubulares de Policarbonato. 2008/9?

Exercícios de proposta de sistemas de cobertura ligeiras amovíveis, a partir do estudo


de crescimento e abstração geométrica de estruturas vegetais repropostas em novos
materiais no Contexto do desafio UA – Campus Sustentável 2014 -16.
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Proposta de tenso-estrutura a partir


das pétalas da flor Mira bilis
Aqui o pretendido foi manter o conceito de crescimento fratal em telas tensionadas
por cabos de aço que proporcionassem não apenas um espaço semanticamente apela-
tivo para a àrea criativa da Universidade. A fraca resistencia à nortada típica de Aveiro
garantiria a resistencia do sistema sem prejuizo do jogo de sombras que acentuam a
diferença do cenário resultante em dias de Sol e inversamente um interessante desen-
volvimento de superfícies translúcidas mas refletoras da alteração de luz artificial
durante eventos noturnos. Projeto desenvolvido na UC de Design e Tecnologia, por
Helder Cação e Marta Gonçalves.
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Protótipo para embarcação lúdica, biomimética,


mestrado de Mara Fernandes, 2013

Propunha-se o lançamento de embarcações lúdicas para parques aquáticos, movidos


a propulsão humana através de simulação de princípios de locomoção peixes e de
outros animais aquáticos inspirados na fauna local.

Cobertura do jardim das salas de aula nas


caves da ala norte do Campus da UA

A partir do estudo de micro-organismos. trabalho de Tecnologia e design no contexto


“UA Campus sustentável” pelo aluno João Pedro Castro.
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Capacete e outros
sistemas de proteção
desportiva em cortiça

Mestrado Engenharia e Design, disserta-


ção de Ana Filipa Pais Silva, orientação
dos professores e Ricardo Sousa-DEM e
Paulo Bago Uva DeCA.
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Exo-esqueleto chassi-carnage para veículo elétrico citadino


baseado em sistemas ósseos e elementos naturais.

Dissertação do aluno Emanuel Oliveira 2017 Orientado por Paulo Uva e co-orientado
por João Oliveira do DEM-UA, frutos do Mestrado em Engenharia e design de Produto.
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Projeto de dissertação em Engenharia e Design de Produto

Autónomo proposto em texteis tecnológicos para absorção de energia solar p carrega-


dor e retroluminescência para incrementar a segurança noturna em consulta com o
CITEVE para o mercado internacional. E com abordagem conceptual sobre a evolução da
geometria geometria de estruturas osseas de aves para desenvolvimento de quadro de
biciclete biforcado em compósitos, para alojamento de saco “Marsupial”.
Por: Carlos Pires, 2021
Orientação: Paulo Bago De Uva DeCA e João Oliveira DEM
Universidade de Aveiro
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A eletrificação de bicicletas e outras soluções inovadoras de mobilidade oferecem


uma nova oportunidade para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS). Atender às necessidades das pessoas que pedalam é fundamental para ajudar as
cidades a lidar com o crescimento populacional, reduzindo as emissões e melhorando
a qualidade do ar e a segurança no trânsito. Repensar a velomobilidade elétrica pode
reduzir os custos de deslocamento e manutenção e proporcionar uma navegação mais
suave no contexto urbano.

Alguns estudos biônicos para analisar os fenômenos da evolução em estruturas natu-


rais ligeiras sugeriram soluções de design que seguem as respostas mais adequadas
que a natureza otimizou. Essa abordagem promoveu metodologias não convencionais
e a validação de alguma intuição quanto
​​ à diminuição de peso, otimizar a resistên-
cia através de geometrias essenciais na resposta às solicitações mecânicas e propor
novas linguagens estéticas que resultam também de uma produção mais sensata.
Contribuindo para a criatividade da estrutura gera uniforme e coerente, concentrámos
a nossa proposta biónica num elemento fulcral para o desempenho deste veículo
de locomoção humana: a estrutura de fixação do assento que resulta numa maior
autonomia estética da identidade do quadro e proporcionar variações na oferta
deste produto cada vez mais personalizável. A geometria deste elemento estrutural,
interface entre o desempenho ergonómico do utilizador e a máquina, é por si próprio,
responsável pela perceção de segurança e conforto.

Dado o efeito de alavanca e por estar sujeito a grandes torções ao pedalar e ao curvar
muitas vezes com pavimento irregular, levou-nos a analisar a estrutura óssea do crâ-
nio e mandíbula superior das aves cuja evolução dependeu de uma alimentação pre-
dadora e mais exigente à compressão e torção dos bicos mais longos. O tempo de voo
e a ação em esforço que levou á maior abertura das fossas nasais, permitiu um reforço
da superfície óssea muito ligeira para o voo, resultando num excelente compromisso
ao aplicar as formas da mandíbula superior colocada virada com a concavidade para
cima. A posterior adaptação à coerência do traçado geométrico que deu origem à
forma do quadro central que introduz a novidade de uma bolsa “marsupial” para
carga, o que levou à bifurcação do quadro da estrutura central da e-bike.

Sendo este um transporte autónomo, mas de possível interligação entre casa – traba-
lho, comboio – centro urbano mas também um divertido veículo de lazer e aventura,
é aqui proposto como um produto versátil, em tempos de transição, acautelando a
sustentabilidade e promovendo a estima por um produto personalizável, mutável e
por isso muito menos descartável e por isso de fácil perceção de alto valor relativa-
mente ao seu custo.
Experiencias Biomiméticas
en el Institute for Biodigital
Architecture & Genetics

Director
Dr. Alberto T. Estévez Arquitecturas genéticas, nuevas técnicas biológicas y digitales, ¡arquitectura
biodigital! Se nos han dado las condiciones para una nueva arquitectura, que
Profesores con el organicismo digital se ha convertido en la primera vanguardia del siglo
Dra. Yomna K. Abdallah XXI: definitivamente, la ciencia ha superado la ficción. Y la utopía de hoy es la
(Subdirectora)
realidad de mañana (y ¡hoy es mañana!). Alberto T. Estévez
Dr. Pablo Baquero
Dra. Magda Bosch
Dr. Dragos Brescan El iNSTITUTE FOR BiODiGITAL ARCHITECTURE & GENETICS (iBAG), en el
Dr. Karl S. Chu seno de la UIC Barcelona (Universitat Internacional de Catalunya), tiene
Dr. Josep Corcó tres campos de acción: investigación, docencia y práctica profesional. Todo
Dr. Dennis Dollens comenzó el año 2000, con la fundación del Genetic Architectures Research
Dr. Gabriel Fernández Group & Office (investigación y práctica profesional), que a su vez lleva el
Dr. Agustí Fontarnau programa de Master in Biodigital Architecture (docencia), iniciado igual-
Dr. Marcelo Fraile mente el año 2000, en la ESARQ - UIC Barcelona, la Escuela de Arquitectura
Dra. Daniela Frogheri fundada el año 1996 por Alberto T. Estévez, su primer Director.
Dra. Effimia Giannopoulou
Dr. Marwan Halabi Básicamente se trata con todo ello de aplicar las nuevas técnicas biológicas y
Dr. Aref Maksoud digitales a la arquitectura y al diseño. Esto llevó a crear el año 2000 el primer
Dr. Abel Miró laboratorio de arquitectura genética del mundo, donde empezó a aplicarse
Prof. Affonso Orciuoli la genética a la arquitectura (árboles bioluminiscentes, biolamps, bioprin-
Prof. Ignasi Pérez-Arnal ting, microscopía electrónica, etc.), y el primer laboratorio de arquitectura
Dra. Lamila Simisic digital sito en una escuela española (diseño y fabricación digital de arquitec-
Dr. Angad Warang tura). Y todo organizando un grupo interdisciplinar de arquitectos, diseñado-
res, artistas, ingenieros, genetistas y filósofos.
iBAG-UIC Barcelona
Inmaculada, 22 Entonces, los objetivos del Grupo, oficialmente acreditado como consolidado
08017 Barcelona / Spain y competitivo, junto a su correspondiente Máster, tratan sobre la aplicación
+34 93 254 18 00 de la genética a la arquitectura, de manera interdisciplinaria, desde dos
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ISBN 978-65-5550-222-0

Miembros del iBAG


(de izq. a drcha.),
I. Pérez-Arnal,
D. Brescan,
A. Valenzuela,
J. Villà (Vicerrector
de Investigación UIC),
M. Gómez,
G. Fernández,
A. Fontarnau,
A. T. Estévez
(Director iBAG), puntos de vista: el real, natural y directo, que trabaja con genetistas (por
A. Orciuoli,
primera vez en la historia de la arquitectura), y el metafórico, artificial y
Y. Abdallah,
digital, que utiliza tecnologías CAD-CAM. En una nueva mirada al medio
P. Baquero, J. Corcó,
E. Giannopoulou, ambiente que introduce técnicas biológicas, y busca con medios digitales
A. Warang. una fusión biodigital en arquitectura y diseño. Centrándose en la relevan-
cia que tienen los nuevos paradigmas digitales en el proceso de proyectar,
Faltan en esta foto en la arquitectura digital, en la arquitectura experimental más avanzada.
K. Chu y D. Dollens
(en EE.UU.), En tal acreditado marco, pionero, internacional e interdisciplinar, lar-
D. Frogheri gamente demostrado a lo largo ya de dos décadas, de manera más
(en México),
específica, puede mencionarse cómo se trabaja la naturaleza y la com-
M. Halabi
putación en la investigación, en la docencia y en la práctica profesional
(en Líbano),
A. Maksoud de arquitectura y diseño, con conceptos tales como Natural Intelligence y
(en Emiratos Árabes), Artificial Intelligence, Bio-Learning y Machine-Learning, Bio-Manufacturing y
L. Simisic (en Bosnia- Digital-Manufacturing.
Herzegovina), así
como los más recien- Así pues, desde el año 2000, son muy numerosos los resultados de su
tes incorporados, investigación, docencia y práctica profesional: incontables eventos,
M. Bosch, M. Fraile actividades, publicaciones y proyectos realizados, aparte del mencionado
y A. Miró. Máster, tesis doctorales, conferencias, seminarios anuales, workshops,
congresos trianuales y exposiciones, desde diseños de grafismo y objetos
hasta proyectos de arquitectura y urbanismo, desde lámparas, mobiliario,
reformas y pabellones, hasta viviendas, escuelas, mercados, museos, torres
de comunicación, áreas urbanas, parques, etc.

Alberto T. Estévez,
Brocoli-people,
2007 / Mi mano,
2011-12: imágenes
de fractalidad.
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En definitiva, se trata de, desde la frontera del conocimiento, poner un granito de arena en
el hormiguero más grande del universo conocido, ayudar a su progreso, a su sostenibilidad,
a su cultura...

Del ADN al planeta

El Movimiento Moderno del siglo XX trabajó en pos de diseñar “de la cuchara a la ciudad”. A
nosotros, habitantes del siglo XXI, nos ha tocado trascender el trabajar sólo en la superficie de
las cosas, como se ha hecho durante milenios: es hora de diseñar “del ADN al planeta”. De la
célula y el bit al entero Sistema Solar. Así, se muestra aquí algo del trabajo multiescalar y trans-
disciplinar de Alberto T. Estévez y el iBAG-UIC Barcelona que dirige.

Green Barcelona Project

Alberto T. Estévez, Green Barcelona Project, 1995-98. Creación de un parque urbano ajar-
dinando e interconectando las cubiertas de terrazas planas de Barcelona, para mejora del
acondicionamiento térmico en verano y en invierno, para reducción del efecto de isla de
calor urbana, de la contaminación del aire, del polvo de la ciudad, y para propiciar una
mayor biodiversidad.
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ISBN 978-65-5550-222-0

Genetic Barcelona Project

Alberto T. Estévez, Genetic Barcelona Project, 1ª fase, 2003-2006. Creación genética real
de 7 limoneros bioluminiscentes para uso urbano y doméstico.

De izq. a drcha., imagen de la mágica luz de los limoneros con GFP (green fluorescent pro-
tein), imagen de un mundo posible iluminado por la naturaleza misma, y comparación
entre una hoja real de limonero con GFP y otra sin GFP del mismo tipo de árbol (arriba
foto del autor tomada con una cámara réflex convencional, tal cual lo ve el ojo humano,
y abajo foto tomada con cámara UV especial del laboratorio de arquitectura genética).

Biolamps

Alberto T. Estévez, biolamps, en la primera vivienda sistemática y completamente ilu-


minada con “luz viva” bacteriana, Barcelona, 2007-08 (foto del autor tomada con una
cámara réflex convencional tal cual lo ve el ojo humano).

De izq. a drcha., biolamp cilíndrica, zócalo de biolamps, y panel de biolamps.


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Sporopollenin houses

Alberto T. Estévez, Sporopollenin houses, 2009-10. Proyecto de investigación genética sobre el


control del crecimiento, para hacer que células vivas crezcan como material arquitectónico
y espacios habitables. Aquí en concreto para ser realizados con esporopolenina, el material
orgánico de mayor durabilidad, impermeable y resistente a los agentes químicos y a la degra-
dación, que se encuentra en las esporas y en los granos de polen, y que por tanto se produce y
crece de manera natural.
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Genetic Architectures Office - Torre de telecomunicaciones

Alberto T. Estévez - Genetic Architectures Office, torre de telecomunicaciones, Santiago


de Chile, 2013-14. En lugar de aparecer en la cima de la montaña la torre de teleco-
municaciones convencional, aquí se ofrece como alternativa una brillante corona para
la ciudad (imagen de arriba), una “Stadtkrone”, como las propuestas por Bruno Taut.

Desarrollada digital y fractalmente, como fractales son las estructuras en la natura-


leza, desde un árbol hasta un diente de león, es al mismo tiempo una “máquina de
purificar el aire” (abajo a la izquierda), autosuficiente, con captores solares esféricos
del tipo Betatorics en su perímetro, junto a las antenas parabólicas y lineales necesa-
rias. Aunque tal singularidad sea sólo un hecho simbólico, debido a la aguda conta-
minación que sufre Santiago de Chile, donde se ubica el proyecto (imagen del centro,
vista general con una pradera de dientes de león alrededor, y abajo el desarrollo
fractal de 8 generaciones, 3.276 barras, con ángulos de 60º).
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Living Bone Structures

Alberto T. Estévez - Genetic Architectures Office, bio-manufacturing, 2021


(con Yomna K. Abdallah, bio-computational designer: construyendo arquitectura
con células de hueso y 3D bioprinters.

Genetic Architectures Office - Mercado

Alberto T. Estévez - Genetic Architectures Office, mercado, Casablanca, 2012. Arriba


izquierda, vista general de las cubiertas en voladizo sujetadas posteriormente con
tensores, sobre un pavimento pixelado cromático que sigue tanto los patterns de
las tradicionales alfombras marroquíes como el cuadro abstracto Flora sobre arena
de Paul Klee (1927), según se ve arriba a la derecha. Abajo diagramas digitales de
las cubiertas de dobles curvaturas y su comportamiento estructural, junto a foto de
lirios de agua que permiten entender que las superficies de dobles curvaturas son
más resistentes con menos material, y por tanto más ligeras.
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Genetic Architectures Office - Passive Solar Biodigital Housing 1

Alberto T. Estévez - Genetic Architectures Office, Passive Solar Biodigital Housing 1,


Innsbruck, 2014. De izq. a drcha., y de arriba a abajo: planta baja y entradas del
bloque de viviendas, parque circundante del edificio, diseñado digitalmente con un
triple nivel fractal de voronoi en el pavimento y en las fachadas, vista del patio interior
con huertos urbanos colgantes, fotos con microscopio electrónico (Alberto T. Estévez,
sección de cactus, 1.600x, 3.000x y 6.000x, y ala de libélula, 91x), otra vista del patio
interior con balcones y huertos urbanos colgantes, y vista general exterior.

Genetic Architectures Office - Edificio multifuncional

Alberto T. Estévez - Genetic Architectures Office, edificio multifuncional, Hard, 2014.


Arriba, vista general de la fachada, diseñada digitalmente con un triple nivel fractal
de voronoi que resuelve en tres dimensiones la estructura, la carpintería y los vidrios.
Y abajo, fotos del autor con microscopio electrónico (estructura volumétrica voronoi
de granos de polen, 1.600x, y superficie bidimensional voronoi de un pétalo de rosa,
800x), junto a una vista de detalle de las terrazas abajo a la derecha.
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Genetic Architectures Office - Parque y edificio multifuncional

Alberto T. Estévez - Genetic Architectures Office, parque y edificio multifuncional, Hard, 2014.
Arriba, planta general de una parte del parque, con el edificio multifuncional de oficinas, res-
taurante y vestuarios a la derecha, diseñado digitalmente con un triple nivel fractal de voronoi.
Y abajo ala de libélula con estructuras voronoi primarias y secundarias diferenciadas, que
permite entender una jerarquía fluida, orgánica y armónica de pasos.

Genetic Architectures Office - Passive Solar Biodigital Housing 2

Alberto T. Estévez - Genetic Architectures Office, Passive Solar Biodigital Housing 2, Innsbruck,
2016-17. De izq. a drcha., y a abajo: vista del emplazamiento con los volúmenes del edificio
buscando el sol, planta cubierta y parque de alrededor diseñado digitalmente con attractors y
force fields.
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Passive Solar Genetic Architectures Office -


Biodigital Housing
2, Innsbruck, 2016- Biodigital Barcelona Chair
17. Modelos 3D y
vistas generales
Alberto T. Estévez - Genetic Architectures Office, Biodigital Barcelona Chair,
Barcelona, 2010. Estructura “blanda y peluda”, diseñada y fabricada digi-
talmente, que recoge sucesivamente en continuidad maneras de sentarse
el ser humano, y que se recubre toda ella de césped natural, con sistema
de riego interior, permitiendo la agradable posibilidad de sentarse y tum-
barse en la hierba sin necesidad de tirarse al suelo.

Taburetes y banco de la Radiolaria


Biodigital Barcelona Furniture Serie

Arriba, Alberto T. Estévez - Genetic Architectures Office, taburetes y banco


de la Radiolaria Biodigital Barcelona Furniture Serie, 2010-20, y, al fondo
a la derecha, el Biodigital Barcelona Pavilion, Barcelona, 2008-09.

A seguir, Hyperboloid Barcelona Chair, 2019, de la Hyperboloid Biodigital


Barcelona Furniture Serie, 2018-20: diferencia entre las posibilidades del
siglo XX comparado con las del siglo XXI, una silla de Ludwig Mies van der
Rohe, y otra silla que sólo es posible concebirla, dibujarla y producirla
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merced a los medios digitales actuales, diseñada y fabricada digitalmente de una


pieza con un 3D printer, plenamente hija de su tiempo, por tanto, de su Zeitgeist.
(Colaboradores entre 2018 y 2020: Pablo Baquero, computational designer, y Noumena,
impresión digital 3D a escala natural 1:1).

Biodigital Barcelona Bricks Series

Arriba, Alberto T. Estévez - Genetic Architectures Office, Biodigital Barcelona Bricks


Series, 2021 (colaboradores: Yomna K. Abdallah, computational designer, y Noumena,
impresión digital 3D): tres familias diferentes de ladrillos cerámicos, directamente
fabricadas con impresión 3D, hijas de nuestro tiempo, que sólo han podido ser pen-
sadas, concebidas, diseñadas y fabricadas en nuestro siglo 21, y no antes, contando
además con la creación del primer ladrillo cerámico con propiedades elásticas.
Práticas projetuais de Integração
em Biônica no curso de
Desenho Industrial da UFSM

A Biônica é uma das principais áreas de inovação e desenvolvimento


de novos produtos, sendo fundamentada pela interdisciplinaridade
de disciplinas de projeto e de biologia. Relataremos algumas das
atividades práticas desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa Design
e Inovações Tecnológicas com alunos da disciplina de Biônica do
curso de graduação de Desenho Industrial da Universidade Federal
Coordenação
de Santa Maria (UFSM). São apresentados trabalhos divididos entre
Dr. Felipe Luis Palombini projetos bi- (superfície) e tridimensionais (produto), com metodologia
Dra. Mariana Kuhl Cidade envolvendo a integração com o curso de Biologia.

Agradecimentos
Com sua denominação desde 1988, o Curso de Desenho Industrial da UFSM
Ao Prof. Dr. João Marcelo possui como um de seus aspectos mais característicos a união das habili-
Santos de Oliveira, e ao tações de Programação Visual e Projeto de Produto. Tem sua consolidação
Laboratório de Botânica em duas fases, através de disciplinas obrigatórias e laboratórios. Desta
Estrutural da Universidade forma, o curso fica organizado em três grandes áreas, as quais Comunicação,
Federal de Santa Maria Ambiente e Artefato. A primeira área, corresponde as disciplinas do ciclo
(LABOTE/UFSM), pela dis- fundamental em que o aluno terá que cursar obrigatoriamente, tais como:
ponibilização e assistência Desenho, Cor, Volume e Espaço, Tridimensional, História da Arte e do
dos equipamentos de Desenho Industrial, bem como o aprendizado de ferramentas, softwares, e
microscopia. sistemas de produção industrial e gráfico.
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Já a segunda etapa é responsável pelo aprofundamento do aluno no contexto das


áreas de seu interesse. É aqui que começam as experiências nos laboratórios. Estes
correspondem as áreas em que o aluno de Desenho Industrial pode desenvolver
suas habilidades, conhecimentos e atitudes. Atualmente, existem 14 laboratórios
que abrangem áreas de joalheria, ambiente e mobiliário, tipografia e projeto
editorial, interface, gestão, equipamentos, cerâmica, utensílios, fotografia, super-
fície, identidade e comunicação, ilustração e história em quadrinhos, audiovisual,
e embalagem e sinalética. A Biônica é apresentada como uma disciplina comple-
mentar, onde o aluno tem a opção de cursá-la quando de seu interesse. A disciplina
está implantada no curso deste o ano de 2017, possuindo um importante papel na
formação multidisciplinar do aluno.

Desde 2016, o Grupo de Pesquisa do CNPq Design e Inovações Tecnológicas sob


coordenação da Prof.ª Dra. Mariana Kuhl Cidade, trabalha com linhas de pesquisa
voltadas à experimentação, ensaios e criação de produtos inovadores. As áreas
de pesquisa incluem biônica, que visa ao desenvolvimento de projetos inovado-
res tendo como base informações extraídas, analisadas e adaptadas da natureza;
sustentabilidade, com a avaliação, modificação e adaptação de projetos às variáveis
ambientais, econômicas e sociais; e joalheria contemporânea, com a nova interpre-
tação do design de joias, que valoriza a estética e inovações, e não mais prioriza o
luxo com o uso de materiais nobres.

Práticas projetuais em Biônica

A metodologia de trabalho abordada na disciplina de biônica no curso trata da integra-


ção do Design com a Biologia, principalmente quando relacionada à interação com mate-
riais de origem vegetal ou animal. Além dos conceitos básicos de biônica e biomimética,
com breve histórico do desenvolvimento deste ramo da ciência pelo mundo, aos alunos
são passadas informações sobre as principais técnicas disponíveis na Universidade e em
outros locais. O objetivo é que as mesmas possam ser utilizadas para observação, estudo,
análise e projeto de produtos bioinspirados.

As aplicações práticas são essencialmente baseadas em um processo de estudo para


abstração de formas, cores, funções ou estruturas do elemento natural desejado
(CIDADE; PALOMBINI; KINDLEIN JÚNIOR, 2015; KINDLEIN JÚNIOR; GUANABARA, 2005;
PALOMBINI et al., 2018a). De modo geral, os projetos são desenvolvidos em dois níveis
de complexidade e produtos esperados, relativos a resultados bi- e tridimensionais. O
primeiro objetiva o design de superfície, voltado à criação de estampas para aplicação
em tecidos, produtos, materiais de revestimento, entre outros. Já o segundo relacio-
na-se com o desenvolvimento de produtos com caráter funcional e estrutural aliado à
parte estética. A Figura 1 apresenta um fluxograma simplificado do processo utilizado.
Biônica e Desenho Industrial - UFSM
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Inicialmente, o objeto de estudo de origem natural, selecionado pelo aluno, é Figura 1 –


observado utilizando recursos instrumentais. A prática visa à familiarização do Fluxograma
utilizado para
aluno com instrumentos de microscopia considerados essenciais em diversas áreas
aplicação de
das ciências. Seu emprego deve-se à capacidade de permitir visualizações em
cores, texturas e
diferentes escalas do objeto e, consequentemente, levar a novas interpretações formas e funções
sobre suas características, auxiliando também no processo criativo. Na disciplina de elementos
de Biônica foi estabelecida uma parceria com o Laboratório de Botânica Estrutural da natureza
da Universidade Federal de Santa Maria (LABOTE/UFSM), sob coordenação do Prof. em projetos.
Dr. João Marcelo Santos de Oliveira, para utilização de equipamentos de microsco-
pia. Para as práticas, são utilizados microscópios de luz transmitida e microscópio
estéreo com zoom.

Com o registro das fotomicrografias das regiões de interesse de seus objetos, os


alunos partem para elaboração de sketches e ilustrações que vão definir as formas,
cores e padrões básicos de cada design. Após a definição dessas características, as
mesmas são adaptadas sob parâmetros para torná-las aptas a serem aplicadas em
projetos. O processo de parametrização consiste, então, na simplificação e homoge-
neização das informações abstraídas no processo de observação e sketches, de modo
a transformá-las em formas, estruturas e funções bem definidas e regulares, através
tanto de ilustrações vetoriais quanto em modelagens 3D. Por fim, os modelos desen-
volvidos podem ser aplicados em processos de criação e, finalmente, na elaboração
de projetos.

Projetos bidimensionais

No projeto bidimensional, é executada a prática de criação de estampas bioinspira-


das em elementos naturais para uso no design de superfície. A Figura 2 apresenta um
exemplo de trabalho desenvolvido pelo aluno Christian Cambruzzi da Silva. Na etapa
de parametrização, um fragmento de madeira foi observado por microscopia, para
definição das formas e texturas principais, que seriam utilizadas na elaboração das
estampas com diferentes paletas cromáticas, para aplicação em produtos diversos.

A Figura 3 apresenta o exemplo de projeto bidimensional desenvolvido pela aluna


Raquel Elise de Moraes. No projeto, foram observadas penas em duas escalas, sendo
na escala macro, por fotografia, e micro, através de microscopia. As imagens macro e
micro foram utilizadas na definição das formas e paletas cromáticas para as ilustra-
ções, parametrização de estampas e, posteriormente, para aplicação em objetos.
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Figura 2 –
Desenvolvimento
de estampa bioins-
pirada em madeira,
do aluno Christian
Cambruzzi da Silva.

Figura 3 –
Desenvolvimento
de estampa bioins-
pirada em penas,
da aluna Raquel
Elise de Moraes.

Projetos tridimensionais

Nos projetos tridimensionais, os elementos da natureza são utilizados de modo não apenas esté-
ticos, mas funcionais e estruturais. O objetivo da parametrização neste modo, então, encontra-se
principalmente relacionado com a definição e homogeneização das formas em função das fun-
cionalidades do objeto de estudo. A Figura 4 apresenta um recipiente conceitual desenvolvido
pelas alunas Karoline de Oliveira Gonçalves e Milena Dutra Kosciuk.

O produto conceitual de recipiente foi baseado em microscopias do sistema de abertura de péta-


las de flores de Asteraceae, as quais projetam-se liberando acesso ao interior. O conceito consiste
em um recipiente de vidro com tampa de silicone com fechamento na parte superior, de modo
que possa ser levado tanto ao forno, quanto à mesa e à refrigeração, protegendo ou permitindo
acesso ao seu interior. Já a Figura 5 apresenta um exemplo de um equipamento de rega desen-
volvido pelo aluno Eduardo Rocha Sartori Sendtko. O produto consiste em um equipamento de
rega bioinspirado em três elementos naturais principais. O primeiro consiste na geometria da
região do tanque de determinadas espécies de bromélias (Bromeliaceae),
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Figura 4 –
Recipiente con-
ceitual das alunas
Karoline de Oliveira
Gonçalves e Milena
Dutra Kosciuk.

Figura 5 –
Equipamento
conceitual de
rega do aluno
Eduardo Rocha
Sartori Sendtko.

o qual permite o acúmulo de água para sua hidratação e proteção térmica (NOGUEIRA et al., 2017). Já o
segundo e o terceiro elementos consistem nas folhas modificadas como espinhos de cactos (Cactaceae)
e no besouro do deserto da Namíbia (Stenocara gracilipes), que captam e absorvem água do ambiente.
O objetivo é que o produto conceitual permita ao usuário a rega automática para plantas, através de
pequenas liberações de água obtidas regularmente pelo ambiente.

Considerações finais

As disciplinas de biônica e biomimética possuem um importante papel na formação de estudantes de


design, tanto a nível informacional quanto projetual. Antes de tudo, as práticas consistem em meios dos
alunos desenvolverem suas habilidades multidisciplinares, uma vez que é necessário estudarem princí-
pios, mecanismos, formas e funcionalidades de elementos naturais para aplicá-los em projetos. A parte
investigativa também contribui para o aprendizado de novas técnicas, como a microscopia, como uma
forma de capacitar o aluno a utilizar novos meios e tecnologias para inspiração (PALOMBINI et al., 2018b).
Studies of applications to
bionics of composite materials
in Universita’di Camerino

Coordination

Dr. Carlo Santulli

Prof. Santulli’s principal research interests are on composite materials, non


Carlo Santulli is associate destructive control, natural fibers, materials sustainability, management
professor in materials and upcycling of waste and biomimetics. He has over 30 years of experience
science and technology in this field, having worked at Università di Roma - La Sapienza, Joint
at Università di Camerino Research Center – Ispra, University of Liverpool, University of Nottingham,
since 2012, where it University of Reading and Seconda Università di Napoli. He has also been
lectures on materials invited researcher at Katholieke Universiteit Leuven, Ecole des Mines de Saint
technology, waste manage- Etienne, Université de Rouen, Università di Bologna and Universiti Teknologi
ment and environmental Malaysia. He has over 250 scientific publications, and an educational book
sustainability in the school on biomimetics (with Luigi Milani: “Biomimetica: la lezione della natura”),
of science and technology, translated also in English and Spanish (Figure 1). He also develops activities
and he previously lectured for dissemination of themes related to environmental issues and on sustaina-
on the experimentation bility in schools and other contexts.
of innovative materials
for design in the course His introduction to biomimetics has been triggered by the knowledge of
of industrial and environ- lignocellulosic fibers as natural structures, starting from jute, hemp, and
mental design. many other fibers following this. From his arrival in 2001 in Reading as
Graduated in chemical research fellow for five years at Centre for Biomimetics, directed by Giorgio
engineering section Jeronimidis, he investigated, other than the study of natural fibers, other
materials (Sapienza 1991), subjects related to biomimetics, in particular:
in arts (modern history)
(Sapienza 2001), 1991), • Response to air stream and frequency excitation of mechanical receptors
in arts (modern history on cricket cerci (Figure 2)
(Sapienza 2001), PhD in
materials science and • The development of polymer actuators in polypropylene fabric and
engineering (Liverpool cellulose and acrylamide poly-electrolyte gels
2000), master in environ-
mental decision making • Study of electrolyte polymers for artificial muscles applications (ESA
(Open University 2004). project)
“Cervello di rientro” (re-en-
trant researcher) from the Il contatto con l’ambiente di Reading lo aveva portato ad interessarsi alle
United Kingdom in 2006. applicazioni della biomimetica al design.
Università di Camerino
72
ISBN978-65-5550-222-0

Figure 1 Cover
from the book
“Biomimetica:
la lezione della
natura” (CiEsse edi-
zioni, 2012-2019)

In November 2005 he came into contact with Carla Langella, researcher


at the Seconda Università di Napoli: with her he started a fruitful colla-
boration, based on the melting pot, defined as “hybrid design”, between
the natural indications and the engineering problems, which are really
models of issues existing as for object function and operational life, to
which the materials need to respond, adapting their character to them
(Figure 2).

The theme of natural materials application and of obtained waste down


the line is a subject that has an increasing interest, especially in view of
re-interpreting waste according to its “personality” and it might encom-
pass all his research activity. The characteristics of research by Carlo
Santulli and his collaborators is to favor a continuous exchange and
interaction between biomimetic inspiration and the structural meaning
of natural materials, also expressed in the waste that nature offers to us
day after day.

The structure of
hybrid design and
materials role
Università di Camerino
73
ISBN 978-65-5550-222-0

Figure 2 (top)
Campaniform (for
deformation), fili-
form (for vibration),
conical (chemical)
sensors in cricket;
(bottom) different
views of microchips
with tips inspired
to cricket sensors

Nature mimicking starts from the comprehension of observed morphologies under


the electron microscope on natural fibers, which naturally brings to a hierarchical
structure and an interpretational sense to which of auxetic characteristics: these
are independent from the material, yet enable the deflection of the cellular struc-
ture, rather than its compression under load, therefore allows them withstanding
to complex loading e.g., off-axis torsion, during use.

It is not a case that natural structures have always cellular structures with concave
polygon cells, sometimes with largely variable number of sides, as reported in
Figure 4, whereas in Figure 5 also the presence in section of micro-tubular structure
rolled and peeled back is reported.

Figure 4 Section view of pinea- Figure 5 Section


pple fiber (left) and of okra view of a celery
bahmia fiber (right) fiber
Università di Camerino
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ISBN978-65-5550-222-0

Figure 6a Modelling of auxetic


structures of three different types
starting from the hexagon or from
the six-tips star geometry
Università di Camerino
75
ISBN 978-65-5550-222-0

Figure 6b. Application of auxetic structures in Figure


6a to the production of a collar able to guarantee
functionality and motion control in view of a possi-
ble development for orthopedy
Design Martina Panico

Figure 7 Auxetic lamp


“Moon” (Design Giorgia
Alluzzi)

Reasoning on the auxetic structures and their application into design has
continued over the years with some design projects, again in collaboration
with Carla Langella (Figure 6a and b), or also autonomously in the school of
architecture and design in Università di Camerino (Figure 7).
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ISBN978-65-5550-222-0

Over the years, other reflections have been developed on issues present
in nature, in particular for example on reversible types of junctions, such
as those of diatoms (Figure 8), the modes of spillage and absorption of
water with non-linear geometries (Figure 9),

The use of concealing by crypsis for projects linked with road safety
exploiting the bioluminescence, on which a concept has been developed
for the global evaluation of its functions for its possibilities in design
(Figure 10).

Figure 8 Evaluation
of the different
junction charac-
teristics of two
diatoms of the
Cocconeis family
and comparison
with the characte-
ristics of zipper

Figure 9 (left)
Scheme of pot for
irrigation inspired
to sunflower flos-
culi; (right) Jar with
mouth inspired to
the elephant trunk
opening (design by
Giulia Pressi)
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Figure 10 Different
types of biolumi-
nescence and pos-
sible application to
the visibility of an
individual in condi-
tions of danger

The real influence of bio-inspiration of product development has been


examined though in another project, conducted with the collaboration of
the designer Teresa Carnevale, to try to clarify how much the properties
derived from nature can assist into bringing the product to be more effec-
tive: the results have been controversial, and show more than anything
else that the efficacy of biomimetics can be methodological and didacti-
cal, going beyond the fact that this process would translate in a product
totally bio-inspired (Figure 11). There is in effect also a potential for possi-
ble hybridization between nature and technology, and underlying to this
there is the problem of natural design, which disregards the material to
be used, yet tends to employ just a few of them and in a way to allow the
development and structural modification during the life of the species.
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Figure 11 Joining together all these considerations brought to elaborate a way of


Comparison of reasoning on the modalities and the educational goals for an introduction
a material with
of biomimetics, in synergy with natural materials, and therefore end-of-life
transpiring proper-
and more recently the use of waste, which had been elaborated with the the
ties with a similar
material that does “Triplaerre” project, starting in 2009, and had many applications in schools
not declare expli- and societies/clubs for environmental divulgation in the Italian context
citly a bio-inspired (Figure 12).
character
The work that can be predicted in the future tends to merge bio-inspiration
with use of materials and natural waste according to their “personality”,
according to a methodology that would tend didactically to obtain a more
resilient design with possible implications of approaching circular economy,
then total re-use, then biodegradation.

.
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Figure 12 General scheme


of environmental educa-
tion through an approach
able to consider the didac-
tic goals of biomimetics.
14 anos de prática do
Ensino da Biomimética na
Universidade São Judas Tadeu

Um sonho. Um experimento. Uma realidade.

Neste ano de 2023 a Biomimética completa 14 anos como linha de projeto


e pesquisa em disciplinas de projeto no curso de Design da Universidade
São Judas Tadeu.

O que no início era apenas um desejo particular, um tema quase conceitual


e desconhecido da grande maioria dos estudantes, acabou por se tornar um
Carlos Eduardo
diferencial no repertório dos alunos - atuais e egressos. Projetos com enfo-
Dias Ribeiro
que biomimético no início eram praticados apenas nas aulas da disciplina
Graduado em de Projeto Tridimensional do 2º ano, mas em pouco tempo passaram a ser
Design de Produto linguagem corrente e modelo de ideologia utilizada nos trabalhos interdiscipli-
e especialista em nares, intercursos, de conclusão de curso no 4º ano de Design e no programa
Design Gráfico pela de pré-aceleração de startups da universidade.
Belas Artes-SP, espe-
cialista em formação Com o passar dos anos e o aperfeiçoamento da experiência em sala de aula, a
de professores pela disciplina foi aos poucos deixando de ser apenas um tema exótico. Sua meto-
Tampere University dologia se apoia na exploração de possibilidades de abordagem de problemas
da Finlândia, mestre através do pensamento lateral. Essa modalidade de pensamento lida com
em Arquitetura pela procedimentos cada vez menos usuais dentre as estratégias de resolução de
USJT. Coordenador problemas adotadas por nossos alunos - que tendem a ser pouco estimulados
do Animalab, labo- em vieses como a abstração, imaginação e criatividade - e que a partir desse
ratório de inovação novo olhar acabam trilhando caminhos menos prováveis e mais inovadores.
e empreendedo-
rismo da USJT e Nesse tipo de metodologia o estudante é levado a recorrer à pesquisa, fazendo
professor de projeto com que se envolva e aprofunde mais no assunto. Além disso toma contato
e metodologia na com estímulos estético-formais relacionados às formas da natureza aos quais
instituição. Leciona provavelmente tinha tido pouco acesso ou havia prestado menos atenção,
há 22 anos na USJT. aumentando desse modo seu repertório e capacidade de operação criativa.
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A abordagem dada ao tema nas aulas mudou ao longo do tempo, acom-


panhando o amadurecimento do professor como designer e pesquisador
na área de Biomimética e também se adequando à popularização da
utilização das soluções análogas à natureza. Essas pesquisas e questiona-
mentos ocorridos durante este período deram origem ao livro “A natureza
no processo de Design e no desenvolvimento do projeto” (figura 1).

Figura 1.
A pesquisa de
mestrado em
Arquitetura com
foco em Design
deu origem ao livro
“A natureza no
processo de Design
e no desenvolvi-
mento do projeto”.

A evolução da metodologia

Nos primeiros anos em que o tema foi proposto os alunos tendiam a não
leva-lo tão a sério mas abraçavam a ideia por conta da abordagem agra-
dável e descontraída. Porém, à medida em que os estudantes se envol-
viam com a prática, o projeto tomava contornos sérios e o engajamento
aumentava consideravelmente.

Desde então as mudanças na identidade das turmas, seja devido à fatores


de exposição à tecnologia, educação formal e familiar, comportamento
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em sociedade, seja devido simplesmente ao fato de serem de novas gerações, têm


feito com que a metodologia venha se adequando e tenha adquirido uma configu-
ração pouco rígida que se molde às necessidades e limitações dos participantes. As
mudanças de regras e em certos casos no foco, como por exemplo a obrigatoriedade
ou não de se chegar à um protótipo, ou mesmo, que o projeto estude aspectos fun-
cionais ou só o desenvolvimento de um banco de texturas e formas, são subterfúgios
que permitem que todo aluno, dentro de suas limitações ou preferências, possa ter
uma experiência satisfatória e proveitosa ao desenvolver seu projeto.

De um modo geral a metodologia consiste primeiramente em escolher objetos de


estudo dentre elementos e fenômenos da natureza. A partir de então os alunos
geram um banco de dados a respeito desse objeto, o que é conseguido através de
recolha de informações na biblioteca da universidade, laboratórios dos cursos de
biologia da USJT, visitas a museus e parques (figuras 2 e 3), além é claro de buscas
na internet. Esse procedimento é um paliativo para o fato de não haver na institui-
ção um banco de dados específico para dar suporte a esse tipo de prática.

Figura 2. Visita ao
Jardim Botânico de
São Paulo para reco-
lha de dados. Fonte:
foto do autor.

Figura 3. Registros
de aspecto formal
feitos em campo.
Fonte: imagens
do autor.
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O montante de informações recolhidas é agrupado então sob a forma de


um caderno de projetos com anotações, fotos, desenhos e análises gráficas
feitas pelos alunos. Essa fase de imersão tem como objetivo não só fazer
com que o aluno conheça melhor o objeto de estudo mas também se dê
conta de pontos mais sutis que normalmente passam despercebidos num
olhar menos atento. Além de análises mais convencionais como mecânica,
funcional, estrutural e estético-formal existe também o olhar em relação à
desconstrução de formas ou simbologias concernentes a esses elementos
enquanto signos presentes em determinadas culturas (figuras 4, 5, 6 e 7).

Figura 4.
Imagens e infor-
mações textuais
recolhidas pelos
alunos. Fonte:
foto do autor.

Figura 5.
Produção de análi-
ses gráficas. Fonte:
foto do autor.
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Todo esse processo pressupõe que assumimos como caminho a ser usado nessa Figura 6. Prancha
prática aquele que o guia da Biomimicry3.8 chama de Biology to Design (figura 8). O com análise gráfica
explorando a
próximo passo portanto é a escolha de alguma informação que pareça interessante
desconstrução da
nas análises e possa dar origem à um conceito que guiará a criação. forma de conchas.
Fonte: foto
O processo de criação pode se dar das mais variadas formas e neste caso em parti- do autor.
cular a interferência do professor quanto aos métodos é, por escolha estratégica,
limitada, visto que o objetivo prioritário da atividade é a reflexão e conceituação
Figura 7. Prancha
dentro da Biomimética e não o exercício de ferramentas criativas, assunto abor- com análise sim-
dado mais profundamente em outras disciplinas e que se fosse mais exigido pode- bólica de conchas
ria acarretar em sobrecarga ou desfoque. (apesar do título
da prancha dizer
“desconstrutiva”).
Fonte: foto
do autor.

Figura 8.
Abordagem Biology
to Design. Fonte:
foto do autor.
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Em seguida, já com a solução proposta, os alunos seguem para as oficinas e


laboratórios maker para a fase de prototipagem (figuras 9, 10 e 11).

Figura 9.
Oficinas. Fonte:
foto do autor.

Figura 10.
Laboratório maker
com máquina de
corte a laser. Fonte:
foto do autor.

Figura 11.
Laboratório maker
com impressoras
3D, fresadora CNC
e máquina de
recorte. Fonte:
foto do autor.
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Cases

Segue a descrição de dois projetos mais recentes no intuito de ilustrar os resulta-


dos da prática.

Arcis - árvore cisterna

autores: Éder Santana, Eduardo Marques,


Natália Hipólito, Renan Borges.
ano de produção: 2018
semestre letivo: 3º semestre

O projeto propõe a utilização da forma de árvores e mimetizar algumas de suas


funções naturais, como a transporte da água interno em reverso e sua capacidade
de fotossíntese, a fim de aplicá-lo em espaços como uma solução multifuncional
para estruturas de sustentação como coberturas e colunas, tentando combinar
funcionalidade e estética. O cerne da ideia é fazer uso das características estrutu-
rais da árvore (raízes, tronco e galhos) para sustentar um possível teto - preferen-
cialmente transparente para que permita realizar a passagem de luz e o aprovei-
tamento natural da mesma - além de conseguir captar, por meio de sua forma, a
água da chuva para sua reutilização, agregando então a forma e a função natural
de uma árvore convencional, em uma estrutura comum.

Figura 12.
Esboços de propos-
tas (esquerda) e
estudos de funcio-
namento (centro e
direita). Fonte: foto
do autor.

Figura 13.
Modelagem 3D
da proposta sele-
cionada. Fonte:
foto do autor.
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Figura 14.
Rendering da peça.
Fonte: foto do Auditório lírio d’água
autor.

autores: Emerson Uchiyama, Giovanna Correia,Guilherme Munhoz,


Figura 15. Modelos Nathan Matos..
impressos em 3D.
ano de produção: 2018
Fonte: foto do
semestre letivo: 4º semestre
autor.

Figura 16. O Lírio A ideia central desta proposta é a utilização da forma do Lírio d’Água
d’Água serviu de (Ninfeia) e da disposição de suas pétalas para a configuração espacial de
inspiração para o um auditório e a disposição de seus assentos.
projeto. Fonte: foto
do autor.
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Figura 17.
Roughs da fase
de concepção.
Fonte: foto
do autor.

Figura 18. Proposta


de disposição dos
assentos. Fonte:
foto do autor.

Figura 19.
Detalhe dos
assentos. Fonte:
foto do autor.
Experiências didáticas
no Ensino da Biomimética
no Curso de Design da UFCG

A natureza sempre foi uma referência para o homem do


campo em relação ao desenvolvimento de soluções para os
problemas do cotidiano. Ao observar os ritmos e ciclos das
plantas e animais ao seu redor, passou a identificar princí-
pios capazes de serem aplicados, por analogia, na concepção
de artefatos e sistemas, todavia, se utilizando dos materiais,
Autores ferramentas e processos disponíveis. Apesar da maioria dos
artefatos e sistemas concebidos possuir como característica
Prof. Dr. principal o emprego de baixa tecnologia, é notório a pre-
Itamar Ferreira da Silva sença da biomimética durante a materialização da solução.

Olhando para este contexto, o Curso de Design da


Universidade Federal de Campina Grande situado no interior
Graduados do estado da Paraíba, que em 2018 completou 40 anos de
atividades no desenvolvimento de produtos, passou a incor-
Daniel Ferreira Alves, porar a biomimética como tema em disciplina de projeto,
Geysla Bezerra de Sousa, em projeto de pesquisa e na Linha de Pesquisa Ergonomia,
Diego Lima do Nascimento, Ambiente e Processos do Mestrado Acadêmico. Os resultados
Lucas Barros da Silva Mendes podem ser vistos a seguir.
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GRADUAÇÃO: Disciplina Projeto V


(5° Período) – 2018.2

Desenvolvimento de produtos a partir


do método biomimético

Alunos: Daniel Ferreira Alves; Geysla Bezerra de Sousa; Diego Lima do


Nascimento; Lucas Barros da Silva Mendes

Na disciplina da graduação foi utilizada como base da pesquisa a fauna existente em


diversos biomas, para facilitar a identificação das características funcionais passíveis
de serem aplicadas no design de artefatos. Cada aluno escolheu uma espécie animal
e uma propriedade que se destacou como resultante da evolução do indivíduo. A
partir deste instante, os alunos se propuseram a desenvolver os seguintes produtos:
a) redesenho do caiaque a partir da hidrodinâmica do pinguim; b) garrafa para fil-
tragem de água baseada na estrutura de retenção de alimentos presente no bico do
flamingo; c) cobogó com estrutura interna de cerâmica para resfriamento de ambien-
tes como referência ao controle interno da temperatura corpórea dos canídeos; e d)
suporte para fixação de frutas levando em consideração as ventosas presentes nos
tentáculos do polvo.

No final da disciplina banners e modelos dos trabalhos foram expostos no hall da


Unidade Acadêmica de Design [fig. 1], visando divulgar a biomimética como método
a ser utilizado na concepção de novos produtos e prospectar alunos interessados
pelo tema que queiram participar do grupo de pesquisa – DIS (Design, Inovação e
Sustentabilidade) [fig. 2], cuja coordenação é realizada pelo professor Dr. Itamar
Ferreira da Silva.

Aos poucos a biomimética está se fortalecendo dentro do curso, tendo como próximo
passo a instalação de um laboratório para adequação dos equipamentos existentes.

Figura 1:
Exposição dos
resultados da
Disciplina Projeto
V. Fonte: própria

Figura 2:
Estudos realizados
pelo Grupo de
Pesquisa DIS
Fonte: própria
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[CASES]
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GRADUAÇÃO: PIBIC 2018/2019 (Programa


Institucional de Bolsas de Iniciação Científica)

Redesign de ferramentas manuais para o cultivo agrícola


de subsistência a partir do método biomimético

Bolsista : Daniel Ferreira Alves


CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

As ferramentas manuais como picareta, foices, pá, enxada e ancinho são bastante importantes
para o cultivo agrícola de subsistência. Esses objetos auxiliam e facilitam a realização de tarefas
especificas como cavar buracos e valas, quebrar pedras e troncos, cortar galhos e vegetação, capi-
nar etc. Essa agricultura caracterizada pelo uso de técnicas rudimentares e tradicionais é comum
em países e regiões subdesenvolvidas, como o interior do nordeste brasileiro, onde muitas famílias
trabalham e dependem dessa modalidade. Para os agricultores que praticam a agricultura exten-
siva, qualquer melhoria nessas ferramentas é bem vinda. Todavia, apresentam formato tradicional
em decorrência do processo de fabricação que visa o menor custo possível na produção.

O PIBIC aprovado no ano de 2018 tinha como objetivo principal o redesenho das ferramentas
manuais presentes na agricultura de subsistência a partir da análise dos sistemas naturais para
cavar, agarrar, perfurar, remover e revolver a terra, presentes em alguns animais do Semiárido
e Zona da Mata Nordestina.

Para obtenção do resultado final houve a necessidade de cumprir as seguintes etapas:

A. Caracterização das Ferramentas Manuais

PICARETA: Possui duas “cabeças”, (1)


serve para cavar terrenos duros, fazer
buracos e vala. (2) mais pontiagudo, tem
função principal de arrancar e quebrar
pedras. Seu principal uso é nos roçados,
cavando buracos, retirando pedras, tocos
de árvores e raízes grossas.
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FOICE: Constituída por uma lâmina de


ferro em forma de arco, presa a um cabo
de madeira. Tem como função principal o
corte de madeira, galhos, folhagens, etc.
Serve prioritariamente para o corte de
lenha e auxilia na capinação do campo.

PÁ: Composta por uma chapa de ferro,


um cabo de madeira e um apoio para a
mão do usuário. É utilizada para cavar,
carregar detritos, etc. Algumas pás pos-
suem a chapa de ferro reta e quadrada
que servem mais para juntar resíduos. As
pás que tem formato parecido com um
‘’bico’’ servem para cavar o solo.

ENXADA: Confeccionada em chapa de


ferro larga, achatada e resistente, e um
cabo de madeira geralmente grande.
Tem como função capinar, cavar buracos,
etc. Na agricultura é manuseada princi-
palmente para cavar “covas” que são os
buracos onde se colocam as sementes
dos grãos, para limpar o solo e arrancar
ervas-daninhas.

ANCINHO: Sendo constituído por uma tra-


vessa dentada e de um cabo de madeira
geralmente longo. Tem como função
juntar e arrastar resíduos como palhas,
folhas e feno.
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B. Identificação dos Animais do Semiárido e da Zona da Mata Nordestina


e Suas Ferramentas Naturais

Para relacionar as ferramentas com a fauna nordestina, foi necessário identificar analogias
entre as funções dos utensílios manuseados na agricultura de subsistência, com as carac-
terísticas funcionais dos animais na atividade de cavar, cortar, furar, agarrar, etc. Para isso,
foi realizada uma visita ao Centro de Ciências Exatas e da Natureza do Departamento de
Sistemática e Ecologia da Universidade Federal da Paraíba no Campus João Pessoa, onde
foram disponibilizadas amostras taxonômicas de animais para registro fotográfico das
patas, garras, unhas, bicos, dentes e cascos.

TAMANDUAÍ: As garras dos membros anteriores são especialmente adaptadas para se


deslocar pelo ambiente arbóreo, também servem para abrir pequenos buracos nas árvores
visando alcançar os insetos para a sua alimentação. Nas “mãos” ele possui duas garras,
sendo que a menor serve como um polegar, auxiliando a outra garra em seus movimentos.

TATU-PEBA. Com suas garras grandes e fortes cava o chão para construir sua toca que
pode ter de 1 a 2 metros de profundidade e, ao contrário de outros espécimes, reuti-
liza com frequência a mesma toca. Além de garantir a moradia, a escavação também é
importante na alimentação.
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TATOUAY: Possui cinco dedos. Nos membros anteriores as unhas são grandes e falcifor-
mes, a do meio é maior e possui a forma de uma “lâmina”. Por causa de suas garras
ele é um ótimo escavador.

TAMANDUÁ DE COLETE: As patas anteriores são bem desenvolvidas com quatro dedos
e garras enormes. A garra do meio é a principal servindo como defesa e para escavar
formigueiros, cupinzeiros e colmeias.

TIMBU: As patas do Timbu são pequenas e curtas tendo cinco dedos; o hálux (primeiro
dedo das patas traseiras) é parcialmente oponível e, em vez de garra, possui uma unha.
Graças a isso, ele consegue cavar, escalar em troncos e paredes e rasgar suas presas.
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PREGUIÇA-COMUM: A preguiça comum possui três garras nos membros anteriores, essas
garras são adaptadas naturalmente para elas escalarem e se pendurarem em galhos.

BOI: Apresentam dois dígitos (dedos) em cada membro e um par de chifres. Essas partes
do seu corpo são utilizadas para a fabricação de ração, sabão e para o artesanato.

BODE: Os caprinos possuem oito dentes incisivos. Esses dentes apresentam perto
da sua raiz uma base mais grossa que vai laminando até a outra extremidade.
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CAVALO: Os equídeos são os únicos animais monodáctilos do mundo, ou seja, eles


possuem apenas um dedo em cada pata, o que seria o casco. Porém do ponto de vista
anatômico o casco é reconhecido como dedo.

CORUJA TYTO: Os bicos dessas corujas são fortes, curvos e afiados, usados para rasgar a
pele/carne durante a alimentação ou até para matar suas presas. As garras também são
fortes e afiadas.

CARCARÁ: Devido as suas longas patas adaptadas para marchar, o carcará passa muito
tempo no chão andando e até parado. Suas garras apresentam o mesmo padrão dos
falcões comuns, possuem dedos longos com garras finas e afiadas, ideais para capturas
de presas em voo.
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GAFANHOTO: Esses insetos são caracterizados por terem o fémur das pernas posteriores
muito grandes e fortes, o que lhes permite deslocarem-se a grandes saltos. Há duas filei-
ras de espinhos em cada perna que serve para o gafanhoto se proteger de predadores.

FORMIGA SAÚVA: Anatomicamente as formigas apresentam três pares de pernas, um par


de olhos compostos, um par de antenas e um par de fortes e afiadas mandíbulas. O par
de mandíbulas compõe o seu aparelho bucal mastigador, essencial para os seus hábitos
alimentares.

C. Desenvolvimento do Quadro de Analogias

A partir das observações das ferramentas manuais que são utilizadas na agricultura de
subsistência e de identificação dos princípios funcionais de alguns animais, foi elabo-
rado um quadro de analogias que relacionam a função desses utensílios com os sistemas
naturais dos espécimes pesquisados. Com base no quadro de analogias entre as ferra-
mentas manuais e os dispositivos naturais dos animais, foram identificados quais siste-
mas e formas tinham mais relação com a função básica de cada utensílio. A partir disso,
foram selecionados dois modelos naturais que serviram de referência para o redesenho
de cada artefato. Foram abstraídas referências funcionais e formais de cada animal
selecionado para a geração de alternativas, sendo refinados de acordo com as medidas e
padrões de cada ferramenta.
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D. Redesenho das Ferramentas

PICARETA – Garras do Tamanduái e do Tamanduá de Colete.

A parte mais larga da picareta (A) foi baseada


na configuração formal das garras do taman-
duá de colete, o que facilita a entrada da ferra-
menta no solo. Já a parte mais pontiaguda (B)
serve para quebrar pedras etc. Foi redesenhada
seguindo os princípios funcionais e formais
das garras do tamanduái, tendo uma ‘ponta’
secundária que age como a garra do animal,
facilitando a retirada e a quebra de objetos.
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FOICE – Mandíbulas da Formiga Saúva e Bico da Coruja Tyto

A Foice foi redesenhada tendo como


base as características formais e funcio-
nais da mandíbula da formiga Saúva
que é adaptada naturalmente para o
corte de folhas e pequenas plantas. A
lâmina possui uma ‘quina’ que facilita o
corte e quebra da madeira.

PÁ – Dente do Bode e osso Incisivo do Cavalo.


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A pá redesenhada teve como base de referência as características formais do osso incisivo dos
equinos. Ela possui a ponta que remete a pá de bico (A), facilitando a entrada no solo quando
se precisa cavar, também possui bordas em suas laterais (B), o que impede que detritos caíssem
quando a pá é utilizada para carregar resíduos no geral.

ENXADA – Dente do Bode e Casco do Boi.


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A Enxada redesenhada é a junção dos


dois conceitos anteriores. Ela possui o fio
da lâmina geométrico (A), o que facilita a
entrada da ferramenta no solo e diminui o
desgaste das bordas da enxada, há também
pequenas bordas laterais (B) que auxiliam a
manipulação do solo com a ferramenta.

ANCINHO – Garras do Tatouay e do Carcará.


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O ancinho redesenhado teve como


referência as garras do Tatouay e
do Carcará. Possui a organização de
seus ‘dentes’ em forma de arco (A),
que por sua vez, são baseados nas
garras da ave (B), eles servem para
adentrarem mais no solo.

Pela necessidade de apresentação do projeto para o público em geral, foi criado um painel
espelhado com os modelos das ferramentas impressos em 3D, para criar a sensação de estarem
completos e facilitar a visibilidade do resultado final.
Talleres de trabajo
experimental en Biomimética
en Pratt Institute

Las primeras inquietudes sobre este campo surgieron durante mis estu-
dios de diseño industrial en Venezuela. A principio de la década de los
ochenta, varios cursos en América Latina impartían cursos dedicados
o ejercicios dentro de los talleres de diseño con el nombre de Biónica.
Algunas referencias internacionales ya estaban dentro del radar, como
los trabajos de estructuras tensadas del arquitecto alemán Frei Otto, las
geodésicas del conocido arquitecto, matemático, inventor y visionario
estadounidense Buckminster Fuller o las fantásticas invenciones de
Leonardo Da Vinci, relacionadas con observación de la naturaleza.

Pero no fue sino hasta que en 1988 hice el curso de especialización


de Biónica, dictado por el diseñador industrial mexicano Fabrice
Vanden Broeck y asistido por el diseñador industrial brasileño
Prof. M.Eng. Carlos Rigui, cuando las conexiones entre diseño y naturaleza fueron
Ignacio Urbina Polo tomando mayor presencia. Este curso fue una de las muchas inicia-
Diseñador Industrial, curador tivas académicas desarrolladas en el Laboratorio Brasileiro de Design
y educador. Profesor titular Industrial – LBDI, del cual formé parte como diseñador / investigador
y Director del Departamento por algunos años.
de Diseño Industrial de Pratt
Institute, NY. En los últimos 30 años, de manera no sistemática, individual y conti-
nua, estas conexiones entre el diseño y los principios de crecimiento
y forma presentes en el estudio de la naturaleza han sido parte de
https://ignaciourbina.com/
mi trabajo, en tres áreas puntuales en mi trabajo como diseñador e
https://www.di-conexiones.com/ investigador: práctica profesional, enseñanza y divulgación.
Pratt Institute
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001 - Enseñanza | Investigación

Desde 1996 y por casi diez años, impartí un curso regular sobre Biónica
en Prodiseño – Escuela de Comunicación Visual y Diseño en Caracas. Este
curso, pretendía no solamente utilizar la potencia del uso de analogías
biológicas para el desarrollo de ejercicio de proyecto de productos, pero
básicamente sensibilizar a los estudiantes frente a las posibilidades que
ofrece la naturaleza en las soluciones de diseño. Al mismo tiempo, crear
una serie de herramientas metodológicas para la observación y síntesis
de los principios naturales que podían ser convertidos en conceptos para
aplicaciones de diseño en productos y objetos para la gente. Algunos
ejercicios básicos de estructura, crecimiento y forma fueron implementa-
dos de manera sistemática en el currículo del curso de admisión de esta
escuela en Venezuela, con la idea de proporcionar herramientas en este
campo desde el inicio de los estudios de diseño. Otros fueron ejercicios
de biónica aplicada en el desarrollo de objetos y sistemas. Fui parte del
equipo de docentes que trabajó en 2007 en el proyecto Entomologuía, un
sistema visual de reconocimiento de insectos desarrollado por un grupo
de alumnos en un programa de cooperación entre el Museo de Zoología y
la escuela Prodiseño en Venezuela.

Ejercicios de
observación,
síntesis geométrica
y reconocimiento
y análisis de patro-
nes. Construcción
de modelos básicos
de síntesis geomé-
trica. 1996 - 2010
Pratt Institute
113
ISBN 978-65-5550-222-0

Tuve la oportunidad de dictar dos ediciones de un curso de Biónica en la Escuela


de Diseño Industrial de la Universidad de Mérida en Venezuela y participar en
la creación del curso sobre esta disciplina para la malla curricular de la carrera.
También, he tenido la oportunidad de dictar talleres de Biónica y Biomimética
para alumnos de diseño en Colombia, Panamá, Costa Rica, Paraguay, México y
España. En 2012 participé, en el marco del congreso Morphogenesis organizado
por la Escuela de Diseño de Productos de la Universidad Veritas en Costa Rica, en
el 1er. Taller Latinoamericano de Biomimética para el Diseño. Una experiencia con
alumnos del TEC de Monterrey de México y la Universidad Javeriana de Colombia y
docentes e investigadores de la UPB de Colombia.

Se trató de un taller de dos semanas de proyectos aplicados sobre diferentes temas,


pero con una importante visita a la estación biológica “Veraguas Rain Forest” con
caminatas de sensibilización y espacios de observación de insectos con asesora-
miento de investigadores de varias disciplinas.

Presentaciones
de los trabajos de
mis alumnos en el
Taller de Diseño y
Naturaleza.

Concepto
de sistema de
abrazadera
de ajuste para
mangueras inspi-
rado en el broto
del Agave. Jon
Zubizarreta, 2006
Pratt Institute
114
ISBN 978-65-5550-222-0

Desde 2011, cuando integré el equipo de profesores de la escuela de


diseño industrial de Pratt Institute en la ciudad de Nueva York en los
Estados Unidos, he conducido 3 ediciones de un Taller de Diseño especia-
lizado en el desarrollo de soluciones de productos utilizando analogías
biológicas.

Entomologuía, Hemos utilizado una metodología para el desarrollo de las propuestas


sistema de herra- en estos talleres fundamentada en la observación, síntesis y construcción
mientas visuales de modelos físicos, pero fundamentalmente partimos de la investigación
para la identifica- básica de los referentes naturales y utilizamos las posibles aplicaciones
ción y clasificación
para establecer el foco de la aplicación final. En cada uno de estos proyec-
de especies de
insectos. Gustavo
tos, no solamente se hizo un estudio del referente natural desde el diseño
Dao, Kevin Vaisman en cada caso, sino que se hizo un trabajo junto a otros profesionales en el
y Elisa Ferrán, 2006. campo de la ciencia.

Observación de insectos en la visita a


la estación Veraguas Rain Forest. 2012
[foto: Silvia Gallego] Costa Rica.

Concepto de superficies colapsables


basadas en el estudio de las alas de la
mariquita (Ladybug). Imaan Sattar, 2018.
Pratt Institute
115
ISBN 978-65-5550-222-0

Groda. Ayudas
para la natación
inspiradas en
patas palmeadas
de animales.
Hsuan Yang, 2019.

En 2018, el taller de proyecto con estudiantes del 3er. Año de diseño industrial lo
hicimos en colaboración con el Museo de Diseño Cooper Hewitt en Nueva York. En
esa oportunidad se trabajaron diferentes temáticas utilizando una metodología de
investigación aplicada, en temas relevantes relacionados con el sistema de salud, la
ciudad, el hogar, herramientas de trabajo y desastres.

Baskit es una pala


para limpieza de
playas inspirada
en el sistema de
filtración de los
tiburones. Yuyang
Peng, 2019.
Pratt Institute
116
ISBN 978-65-5550-222-0

Proyectos del taller En septiembre de 2019 dirigimos una versión del Taller de Biomimética
de diseño en Pratt (Biomimicry) en Pratt Institute. En esta oportunidad los alumnos hicieron
Institute| IZQ:
propuestas en el área de la salud. Usamos una metodología que combina
Sistema de ensam-
la investigación básica con el referente biológico, con ejercicios de observa-
ble de andamios
para la ciudad ción, análisis, síntesis y modelado tridimensional, al mismo tiempo que la
inspirado en las búsqueda aplicaciones concretas en las áreas de la medicina y la emergen-
escamas de pez. cia en objetos de uso cotidiano y frecuente. De esta manera, el desarrollo
Andrew Chiu, 2017. de producto usa el rescate de sistemas biológicos, dentro de un proceso de
DER: Concepto para diseño de producto e innovación.
máscara de buceo
inspirado en los
sistemas de succión
de los peces llama-
dos Clingfish. Olivia
002 - Práctica Profesional | Diseño de Productos
Giacobbe, 2017.
Los referentes naturales, las analogías biológicas y los sistemas, así como
los conceptos de crecimiento y estructura presentes en la vida natural,
han permeado casi todo mi trabajo en el desarrollo de productos. Los pro-
yectos que hemos desarrollado desde nuestra oficina Metaplug en Caracas,
un estudio de diseño, consultoría y fabricación fundado en 1997, se ha
caracterizado fundamentalmente por la optimización de los recursos y la
comprensión de las estructuras, la eficiencia de las estructuras mínimas y
el uso de la geometría como base del proyecto.
Pratt Institute
117
ISBN 978-65-5550-222-0

Concepto de un empaque
de alta resistencia para el
transporte de contenido
frágil inspirado en la
estructura craneal del
pájaro carpintero. Feng
Wei, 2018.

Presentación de proyectos
de Biomimética en las
instalaciones de Museo
del Diseño Cooper Hewitt
en Nueva York.
Pratt Institute
118
ISBN 978-65-5550-222-0

Desde Metaplug siempre estuvimos muy atentos al correcto uso de los principios
físicos estructurales, donde la forma determina los caminos más económicos para
la resolución de las estructuras. Hemos implementado continuamente estos prin-
cipios que nos ofrece la naturaleza e implementado conceptos de mayor aliento
como el crecimiento de los organismos o los temas de la movilidad. El resultado
se registra en propuestas directamente desarrolladas para la industria o para
instituciones que se caracterizan por el uso mínimos de materiales, estructuras a
la vista y eficiencia física de los productos.

003 - Promoción y Divulgación

Desde los años noventa, cuando comenzamos a publicar artículos de diseño para
el público general en periódicos y revistas especializadas, hicimos algunos artícu-
los con temas de diseño y naturaleza.

En di-conexiones mantenemos una columna permanente con una buena canti-


dad de información y referencias sobre la disciplina. Al mismo tiempo, estamos
constantemente publicando proyectos donde se utilizan referencias naturales
para la concepción de las ideas.
Pratt Institute
119
ISBN 978-65-5550-222-0

PalDrop. Aplicador
de gotas para los
ojos inspirado en el
sistema de la araña
TICK (Ixodida).
Diseño Julia
Liverton.
Resultados
del Taller de
Biomimética
en Pratt Institute
realizado en
el semestre
Otoño 2019.

Kiosco de ventas al
por menor. 2002.
Un proyecto para la
empresa Bigott con
una gigantesca y
liviana compuerta
inspirada en las
hojas de la palma.
Pratt Institute
120
ISBN 978-65-5550-222-0

Cabinas para
vigilancia UCV
inspiradas en
las conchas del
‘jacarandá’. 1996.
La Universidad
Central de
Venezuela fue
diseñada y
construida en la
década de los cin-
cuenta y fue decla-
rada Patrimonio
de la Humanidad
por la Unesco en
el año 2000.

Algunos artículos
relacionados con
la biónica en mi
columna de diseño
en el suple-
mento dominical
Arquitectura Hoy
del periódico
de circulación
nacional Economía
Hoy. Colaborador
en el periodo 1994
– 1997. Caracas,
Venezuel
Pratt Institute
121
ISBN 978-65-5550-222-0

Contenidos
relacionados
publicados en
el portal
di-conexiones
desde 2009.
Atividades práticas do ensino
da Biônica e Biomimética
no Curso de Design da UFMG

A natureza oferece infinitos exemplos de como revolucionar os nossos


produtos, os nossos processos e a nossa vida. Após 3,8 bilhões de anos de
evolução, a natureza aprendeu o que funciona, o que é adequado, o que
é durável (Benyus, 1997). Embora todo este conhecimento tenha existido
ao longo da evolução da vida na Terra, apenas uma pequena parcela disso
tem sido aproveitada, existindo uma grande parte ainda desconhecida e
negligenciada a ser desbravada (Soares e Arruda, 2018).

Coordenação Vivemos em uma era com grandes oportunidades e inovação no campo da


Biomimética. Os avanços recentes na biotecnologia e na nanotecnologia permi-
Profa. Cynara Fiedler tem o desenvolvimento de novos materiais. Graças à impressão 3D podemos pro-
Bremer, Escola de duzir materiais com formas inspiradas no mundo natural que antes eram muito
Arquitetura da UFMG,
complexas para serem fabricadas pelos processos tradicionais (RAMOS, 2018).
Curso de Design

O ensino da biomimética (ou biomimetismo) vem sendo cada vez mais explorado
Prof. Fernando José
da Silva, Escola de nos cursos de Design e Arquitetura do Brasil e do mundo e este capítulo traz a
Arquitetura da UFMG, experiência adquirida na disciplina TAU095 - Biônica e Biomimética, do curso de
Curso de Design Design da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Agradecimentos
ABORDAGEM DA DISCIPLINA NO CURSO

Os autores agradecem O curso de Design da UFMG é oferecido em nove semestres e apresenta um currí-
à UFMG pela oferta culo com 2700 horas. Entre os objetivos do curso estão “promover a concepção e o
da disciplina, que desenvolvimento de artefatos centrados na composição da cultura material e visual
tem motivado tanto
contemporânea, associados às inovações tecnológicas; permitir uma visão global
os alunos e também
e crítica sobre o produto, bem como sobre as implicações da atividade projetual;
à FAPEMIG, que pro-
porcionou uma bolsa criar predisposições para uma atuação profissional capazes de promover mudanças
de iniciação científica que não negligenciem as referências de desenvolvimento sustentável” (https://ufmg.
em 2018. br/cursos/graduacao/2394/90312).
Universidade Federal de Minas Gerais
124
ISBN978-65-5550-222-0

A abordagem do tema biomimética no curso está prevista na disciplina TAU095 - Biônica e


Biomimética, com carga horária de 75h (5 créditos). A ementa da disciplina é: “Engenharia
de sistemas da natureza. Propriedades e mecanismos elaborados pela natureza. Interação entre
natureza e criatividade de sistemas estruturais ligados ao projeto”. A disciplina antes relaciona-
va-se apenas com a biônica; somente em 2017 os princípios da biomimética foram introduzi-
dos na ementa.

Para que os discentes pudessem pensar na aplicação da biomimética em seus exercícios e


trabalhos na disciplina os conteúdos foram apresentados por meio de conceitos, aplicações
em produtos de Design por profissionais no Brasil e no mundo, documentários e exercícios
semanais em sala de aula e também fora dela. Todas as aulas tinham conteúdos práticos,
para que os discentes pudessem ter um problema a ser resolvido e uma (ou mais) inspiração
(ões) na natureza para a sua solução. Na aula da semana seguinte, antes da abordagem dos
conteúdos novos, os discentes apresentavam as suas soluções e os porquês da adoção de
um sistema ou de outro. Com essa dinâmica percebeu-se o envolvimento dos discentes nos
trabalhos e o interesse crescente no assunto.

Os trabalhos foram divididos em 3 frentes: a) atividades práticas em sala de aula; b) atividades


online aos sábados; c) projetos intermediários e projeto final. As atividades práticas em salas de
aula e as atividades online continham pequenos desafios a serem resolvidos, mas eram rela-
cionadas aos projetos intermediários e final. Assim, ao longo do semestre, houve o amadureci-
mento dos conceitos para serem aplicados ao projeto final.

ATIVIDADES PRÁTICAS EM SALA DE AULA

Nas Figuras 1 a 3 são mostradas algumas soluções encontradas pelos discentes para resol-
ver uma das atividades práticas, que tinha como objetivo estudar os formatos dos pés de
vários animais e aplicar esse formato em algum produto ainda inexistente.

Figura 1A - Resultado
encontrado pelos dis-
centes para atender à
atividade prática sobre
o formato de pés.

À esquerda: a inspira-
ção adotada. Fonte:
discentes do segundo
semestre de 2017 da
disciplina TAU095.
Universidade Federal de Minas Gerais
125
ISBN 978-65-5550-222-0

Figura 1B -
Resultado
encontrado pelos
discentes para
atender à atividade
prática sobre o
formato de pés.
Aplicação em produ-
tos. Fonte: discentes
do segundo semestre
de 2017 da disciplina
TAU095.

Figura 2 -
Resultados encontra-
dos pelos discentes
para atender à
atividade prática
sobre o formato de
pés. Acima: a inspi-
ração adotada, ao
lado: a aplicação em
produtos

Fonte: discentes do
segundo semestre de
2017 da disciplina
TAU095.
Universidade Federal de Minas Gerais
126
ISBN978-65-5550-222-0

As espécies escaladoras
são a cabra-da-montanha
(Oreamnos americanus) e o
íbex-alpino (Capra ibex).
Como animais extrema-
mente ágeis e excelentes
alpinistas, costumam
habitar zonas entre os
dois mil e os três mil
metros de altitude.

A alternativa pensada
seria um produto para
os pés, o produto deve
auxiliar o escalador
criando maior fixação para
o atleta. Tornando a sua
subida mais fácil.

Figura 3 - Resultados encon-


trados pelos discentes para
atender à atividade prática
sobre o formato de pés
Acima: a inspiração adotada,
à esquerda: a aplicação em
produtos.
Fonte: discentes do segundo
semestre de 2017 da disci-
plina TAU095.
Universidade Federal de Minas Gerais
127
ISBN 978-65-5550-222-0

Nas Figuras 4 a 6 são mostradas algumas soluções encontradas pelos discentes para
resolver outra atividade prática, que tinha como objetivo apresentar um produto
diferente do existente, substituindo o material e/ou sua forma.

Figura 4 - Resultados encontrados pelos discentes para


atender à atividade prática sobre as estruturas dos mate-
riais. Primeira imagem: materiais existentes, segunda
imagem: a inspiração, terceira imagem: a aplicação em
produtos. Fonte: discentes do segundo semestre de 2017
da disciplina TAU095.

Figura 5 - Resultados encontrados pelos discentes para


atender à atividade prática sobre as estruturas dos mate-
riais. Primeira imagem: materiais existentes, segunda
imagem: a inspiração, terceira imagem: a aplicação em
produtos. Fonte: discentes do segundo semestre de 2017
da disciplina TAU095.
Universidade Federal de Minas Gerais
128
ISBN978-65-5550-222-0

Figura 6 - Resultados encontrados pelos discentes


para atender à atividade prática sobre as estruturas
dos materiais. Primeira imagem: materiais existen-
tes, segunda imagem: a inspiração, terceira ima-
gem: a aplicação em produtos. Fonte: discentes do
segundo semestre de 2017 da disciplina TAU095.

PROJETOS INTERMEDIÁRIOS DOS DISCENTES


Nas Figuras 7 a 11 são mostradas algumas soluções encontradas pelos discentes para resolver
um dos projetos intermediários, que tinha como objetivo apresentar a aplicação de um braço
hidráulico.

Proposta: Auxílio para trocas de galões de água para pessoas com dificuldade por conta do
tamanho e peso.

Figuras 7 e 8 - Projetos intermediários


apresentados, que tinha como objetivo
apresentar a aplicação de um braço
hidráulico. Fonte: discentes do segundo
semestre de 2017 da disciplina TAU095.

Ao lado, estrutura do braço feito de palitos


de picolé, colchetes e arames dos clips.
Universidade Federal de Minas Gerais
129
ISBN 978-65-5550-222-0

Materiais
Estrutura articulada: Papel Calandrado | Base: MDF
Peças de madeira (tábua de 20mm de espessura): 5 peças de 1,5 x 2. 1 peça de 3 x 3mm.
1 peça de 1,5 x 3 mm.
Ferragens: 6 parafusos de 40mm de comprimento com 12 arroelas e 6 porcas; 2 parafusos de 60mm
de comprimento com 4 arroelas e 2 porcas; 3 pitões; pedaço de arame de 0,8mm de diâmetro
Peças gerais: 3 seringas de 10ml; 3 seringas de 20ml; 3 mangueiras de aquário.

Figura 9 - Projetos interme-


diários apresentados, que
tinha como objetivo apresen-
tar a aplicação de um braço
hidráulico. Fonte: discentes
do segundo semestre de
2017 da disciplina TAU095.

Figura 10 - Projetos interme-


diários apresentados, que
tinha como objetivo apresen-
tar a aplicação de um braço
hidráulico.
Fonte: discentes do segundo
semestre de 2017 da disci-
plina TAU095.
Universidade Federal de Minas Gerais
130
ISBN978-65-5550-222-0

INSPIRAÇÃO:

PROJETO: PLATAFORMA ELEVATÓRIA EM TESOURA

Figura 11 - Projetos intermediários


apresentados, que tinha como obje-
tivo apresentar a aplicação de um
braço hidráulico.
Fonte: discentes do segundo semes-
tre de 2017 da disciplina TAU095.
Universidade Federal de Minas Gerais
131
ISBN 978-65-5550-222-0

As Figuras 12 a 17, a seguir, mostram os protótipos apresentados em sala de aula.


Após o término do semestre foi realizada uma exposição desse projeto no hall da
Escola de Arquitetura, Figura 18.
Universidade Federal de Minas Gerais
132
ISBN978-65-5550-222-0

PROJETO FINAL DA DISCIPLINA

O projeto final da disciplina teve como objetivo principal o projeto de um rover, com aplicação
dos princípios de biônica (atividade relacionada aos braços hidráulicos) e de biomimética, para
coletar amostras em um outro planeta. As Figuras 19 a 28 mostram os projetos finais apresenta-
dos pelos discentes do segundo semestre de 2017 da disciplina TAU095.
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Figura 26 - Imagens
do projeto final.
Primeira ima-
gem: proposta,
demais imagens:
inspirações.
Fonte: discentes do
segundo semestre
de 2017 da disci-
REFERÊNCIAS plina TAU095.

Minhoca: Movimento alonga - encurta


Tubarão: Escamas

Figura 27 - Imagens
do projeto final.
Primeira ima-
gem: proposta,
demais imagens:
inspirações.
Fonte: discentes do
segundo semestre
de 2017 da disci-
plina TAU095.
Universidade Federal de Minas Gerais
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Universidade Federal de Minas Gerais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se nesta experiência de Biônica e Biomimética, com os discentes do curso de Design,
um avanço nas considerações acerca de inspirações que antes eles não tinham com esta ampla
visão sobre as possibilidades de aplicação em projetos das mais variadas áreas do Design.

Sugere-se que, noutras experiências similares, sejam trabalhadas sequências onde se possa
prever aumento de complexidade tanto da pesquisa quanto da representação enquanto
ideia posta em prática, de modo que os avanços possam ser mais bem identificados.
Contudo, esta foi uma experiência de dois semestres, mas que está em fase de identificação de
outras oportunidades de aplicação prática dos conceitos e do desenvolvimento das propostas
apresentadas pelos alunos.

Vê-se também que, por ser uma disciplina prevista desde o início do curso mas lecionada com o
foco em biomimética recentemente, e que, de acordo com as demandas e números de discen-
tes, será melhor desenvolvida nos próximos semestres, ampliando também a possibilidade de
que estas propostas sejam tidas como referência para os projetos finais de curso (Trabalhos de
Conclusão de Curso).
Aproximaciones a la enseñanza
del proyecto en Biomimética
Proyectual en UBA

Presentación de marcos teórico-


metodológicos de diseño biomimético

EXPERIENCIA BioTriz

Esta experiencia fue desarrollada en un curso inicial de la Carrera de Diseño


Industrial en la Facultad de Diseño, Arquitectura y Urbanismo. El ejercicio
tuvo una duración de dos meses, donde la consigna inicial planteada fue la
de diseñar un kit de herramientas para jardinería.

En la tabla a continuación se detalla toda la información académica


de la ejercitación.

Los objetos a desarrollar fueron seleccionados por los alumnos en función de


la definición preliminar de un contexto de aplicación o utilización y de un
usuario definido.

Los grupos trabajaron a partir de la secuencia para la resolución de problemas


planteada en la metodología BioTriz (Figura 2.1.).
Dra. D.I. Luciana
Fernández Laffont En la primera etapa se definió el problema de una manera general estable-
ciendo las propiedades y funciones de los objetos seleccionados.
Facultad de
Arquitectura, En la siguiente etapa de análisis se estudia la demanda de diseño como un
Diseño y Urbanismo problema para entender en dicha formulación los conflictos y contradicciones
Universidad de que pueden aparecer en el proceso de diseño (entendido como alcance de una
Buenos Aires solución al problema).
Universidad de Buenos Aires
140
ISBN978-65-5550-222-0

Año Ámbito Experiencia Duración Objetivos Metodología Casos


Académico
2017 Taller de F 10 clases - Incorporar las BioTriz (BT) Herramientas
Diseño 1° Trabajo (40 horas) definiciones y los de jardinería
año Práctico de conocimientos Kit de 3 elementos
Cátedra iomimetismo generales sobre a definir por el
Simonetti Proyectual la biomimética grupo de alumnos
Carrera comprendiendo sus
Diseño desarrollos y posi- F1
Industrial bles aplicaciones. Pala
FADU - UBA Cultivador
- Comprender su Trasplantador
vinculación con el
diseño desde las F2
áreas tecnológicas, Serrucho
proyectuales y Tijera
metodológicas. Weeder
- Desarrollar un F3
producto aplicando Cultivador
las operaciones Pala
genéricas de la Trasplantador
biomimética.

En la siguiente etapa se pasa a describir el problema como un conflicto entre


un par de parámetros (enmarcados en la matriz de contradicción de 39x39 filas
y columnas). Los 39 parámetros en la columna vertical son las características del
problema que se necesitan mejorar, los 39 parámetros en las filas horizontales
son los que se encontrarían afectados degradados como resultado de mejorar los
parámetros definidos para la resolución del problema, (Anexo).

Los números que aparecen en la intersección entre estos parámetros son los que
van a servir de guía para la búsqueda de la solución al problema. A continuación
se plantearon los parámetros para la resolución de los objetos planteados (kit de
herramientas de jardinería).

En esa etapa es donde comienzan los alumnos a buscar referentes análogos obser-
vados en los campos de la biología. Se analizan esos referentes para luego realizar
una comparación entre las soluciones orgánicas escogidas y las necesidades - o
problemas a resolverse - de los objetos planteadas previamente.

A partir de estas soluciones se comienza la definición de nexos o relaciones entre


lo observado en la naturaleza y su transferencia al campo artificial. En la siguiente
etapa de creación es donde se incorporan los principios de invención encontrados
para comenzar a generar la proyectación de los objetos.

La utilización de la metodología BT es apta para analizar relaciones analógicas entre


referencias biológicas, ya catalogadas previamente, así como también para analizar
opciones de diseño a partir de establecer correlaciones entre soluciones biológicas
utilizadas con anterioridad y necesidades o problemas específicos tecnológicos.
Universidad de Buenos Aires
141
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Estas relaciones pueden tomarse, con menor o mayor grado de profundidad, desde la adopción
de categorías generales -tomadas como punto de partida-, hasta el análisis de condiciones o
propiedades de funcionamientos naturales, de mayor complejidad.

El uso de la metodología BT, a partir del uso de la Matriz BioTriz, ayuda a desarrollar habili-
dades graduales o progresivas de biomímesis proyectual desde la apropiación simple de una
condición morfológica, hasta la imitación compleja de mecanismos o funcionamientos propios
de organismos naturales.

Para manifestar el espíritu de este ejercicio y su naturaleza didáctica más allá del análisis pun-
tual de tres casos demostrativos de esta experiencia, las figuras 2.66, 2.67 y 2.68 transcriben
las láminas de presentación de tres diferentes propuestas y, en cada una de ellas, se sintetizan
los principios de la biomímesis proyectual y sus posibles intervenciones.A continuación, se
presenta unificadamente el objeto final diseñado, los principios de invención tomados como
marcadores referenciales y los elementos orgánicos en los que se basan y fundamentan tales
objetos proyectados.

Se pone especial énfasis en la consideración analítica observada en el referente natural,


mediante la cual se sintetizan y definen cualidades o principios biológicos que pueden ser
entendidos como soluciones de diseño de las que las herramientas mostradas en la misma
lámina se adueñan y adaptan.

Figura 2.66, 2.67, 2.68 Primeras


construcciones propuestas a partir
del análisis de posibles referentes
observados en la naturaleza
Universidad de Buenos Aires
142
ISBN978-65-5550-222-0

CASO F1

En la tabla 2.F.1 se presentan las características relevantes correspondientes


al caso F1.

En la primera etapa el grupo de alumnos definió el problema de una manera general


estableciendo las propiedades y funciones de los objetos seleccionados.

EXPERIENCIA F Año Ámbito Experiencia Duración Alumnos Proyecto


Académico

CASO F1 2017 Taller de F 10 clases - Berecoechea Herramientas


Diseño 1° Trabajo (40 horas) - Vidal de jardinería.
año Práctico de - Beranger Pala Cultivador
Cátedra Biomimetismo Trasplantador
Simonetti Proyectual
Carrera
Diseño
Industrial
FADU - UBA

En este caso, el kit de herramientas planteado estaba compuesto por una pala,
un cultivador y un trasplantador.

Los objetivos planteados para este kit fueron los de resolver aspectos de comodidad
y facilidad en su uso, así como también aspectos de protección y seguridad para el
manejo de plantas de difícil manejo.

En la siguiente etapa se pasó a describir el problema como un conflicto entre


un par de parámetros (enmarcados en la matriz de contradicción de 39x39
filas y columnas).

A continuación se plantearon los parámetros para la resolución de los objetos


(kit de herramientas de jardinería).

El par de parámetros en conflicto seleccionados en este caso fueron los siguientes:

• Mejora: Forma (la configuración de la superficie característica de un objeto en el


par de conflicto. Una forma definida y distintiva de la zona operacional durante el
tiempo de operación).

• Empeora: Longitud del objeto estacionario (cualquier dimensión lineal


del objeto se considera en conflicto. No es necesariamente la dimensión
más larga).
Universidad de Buenos Aires
143
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A partir de la definición de estos dos parámetros, la Matriz BioTriz sugiere los


siguientes principios de invención:

7. Anidamiento | 10. Acción previa | 13. Inversión | 14. Curvatura

Tabla 2.F.1.1
Sección de la
Matriz BioTriz
con los paráme-
tros y principios
seleccionados

El principio seleccionado para ser tomado como punto de partida para la resolu-
ción del problema planteado que se tomó fue el siguiente:

14. Curvatura: Reemplazar las partes lineales o superficies planas con curvas.
Reemplazar formas cúbicas por esféricas.

En la siguiente etapa, es donde los alumnos comenzaron a buscar referentes análogos


observados en los campos de la biología vinculados al principio inventivo seleccio-
nado. Se analizaron varios referentes para luego realizar una comparación entre las
soluciones orgánicas escogidas y las necesidades – o problemas a resolverse- de los
objetos planteadas previamente.

En este caso, se desarrollan las tres herramientas requeridas mediante las siguien-
tes referencias naturales que se encuentran detalladas en los siguientes paneles
(figuras 2.70, 2.71 y 2.72).

En primer lugar, la relación píleo-pie del hongo como referencia del objeto pala; el
principio aprehensivo de las pinzas frontales de los coleópteros o escarabajos como
referencia de la pinza y la solución del par frontal de pinzas serradas del insecto
dorcus titanus para el desarrollo de la herramienta tijera. Los referentes naturales
seleccionados fueron diferentes a partir de la función necesaria para la operación a
realizar en cada uno de los objetos.

El punto que se mantuvo en común en los tres elementos del kit fue el uso del
principio inventivo (Curvatura) para el desarrollo de morfologías que permitan
cumplir con los objetivos iniciales de protección, comodidad y seguridad.
Universidad de Buenos Aires
144
ISBN978-65-5550-222-0

Figura 2.69 Kit


de Jardinería:
Pala-Cultivador-
Trasplantador

Figura 2.70
Panel 1. Desarrollo
del objeto pala
a partir de la
implementación
de referencias
naturales aplicando
la metodología
BioTriz

Figura 2.71
Panel 2. Desarrollo
del objeto pinza
a partir de la
implementación
de referencias
naturales aplicando
la metodología
BioTriz

Figura 2.72
Panel 3. Desarrollo
del objeto tijera
a partir de la
En este caso se observa claramente la aplicación de, en primer lugar, refe-
implementación
de referencias
rentes naturales seleccionados específicamente para la correcta realiza-
naturales aplicando ción de las operaciones de cada uno de los objetos, y en segundo lugar, se
la metodología observa como un resultado positivo la intervención del principio inventivo
BioTriz de curvatura como elemento para plantear soluciones a los objetivos.
Universidad de Buenos Aires
145
ISBN 978-65-5550-222-0

EXPERIENCIA Año Ámbito Experiencia Duración Alumnos Proyecto


F Académico

CASO F2 2017 Taller de F 10 clases - Mastrosimone Herramientas


Diseño 1° año Trabajo (40 horas) - Lavaselli de jardinería.
Cátedra Práctico de Serrucho
Simonetti Biomimetismo Tijera
Carrera Diseño Proyectual Weeder
Industrial
FADU - UBA

CASO F2

En la tabla 2.F.2 se presentan las características relevantes correspondientes al caso


F2. En la primera etapa el grupo de alumnos definió el problema de una manera
general estableciendo las propiedades y funciones de los objetos seleccionados. En
este caso, el kit de herramientas estaba compuesto por un serrucho, una tijera y
un weeder. Los objetivos planteados para este kit fueron los de resolver un mejor
agarre de las herramientas así como aspectos de liviandad y mejor accesibilidad.

En la siguiente etapa se pasa a describir el problema como un conflicto entre un


par de parámetros (enmarcados en la matriz de contradicción de 39x39 filas y
columnas). A continuación se plantearon los parámetros para la resolución de los
objetos planteados (kit de herramientas de jardinería). El par de parámetros en
conflicto seleccionados en este caso fueron los siguientes:

• Mejora: Forma (la configuración de la superficie característica de un objeto


en el par de conflicto. Una forma definida y distintiva de la zona operacional
durante el tiempo de operación).

• Empeora: Estabilidad de la composición del objeto (la integridad del sistema;


la relación de los elementos del sistema durante el tiempo operacional. El des-
gaste, la descomposición química y el desmontaje son todas las disminuciones
en la estabilidad del objeto).

A partir de la definición de estos dos parámetros, la Matriz BioTriz sugiere los


siguientes principios de invención:

• 1. Segmentación
• 4. Asimetría
• 18. Vibración mecánica
• 33. Homogeneidad
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Tabla 2.F.2.2 Los principios de invención seleccionados para ser tomados como punto de partida
Sección de la para la resolución del problema serían los siguientes:
Matriz BioTriz
con los paráme-
tros y principios
En esa etapa es donde los alumnos comenzaron a buscar referentes análogos
seleccionados observados en los campos de la biología y tomando los principios de invención
propuestos por la Matriz BioTriz como punto de partida.

Se analizaron esos referentes para luego realizar una comparación entre las soluciones
orgánicas escogidas y las necesidades – o problemas a resolverse- de los objetos plantea-
das previamente.

En el caso F2 se puede observar en los paneles transcriptos en las figuras 2.74, 2.75
y 2.76 las indicaciones referenciales de la biomímesis: en primer lugar, el aprove-
chamiento del ángulo corporal de trabajo de percusión del pájaro carpintero para
desarrollar la herramienta serrucho; la geometría de la pinza del cangrejo violinista
para inspirar el diseño de la tijera y la consideración de la geometría del pico del ave
avoceta para conformar el diseño de la herramienta weeder.

Los referentes naturales seleccionados se plantearon diferenciando las necesidades


de cada uno de los objetos del kit, manteniendo lo propuesto desde los principios
de invención en cuanto a la segmentación y la asimetría de los objetos. La aplicación
de estos dos principios permitió dar solución a las problemáticas planteadas en el
inicio en cuanto a lograr un mejor agarre y a la vez mejorar la accesibilidad para la
operación de cada objeto.

En este caso se ha dado énfasis a, en primer lugar, cuestiones de relación entre


forma y función en la observación y apropiación de los dos picos de aves y de la
pinza del cangrejo; es decir los objetos resultantes (Figura 2.73) parten de la inten-
ción de lograr una transcripción cuidada de elementos orgánicos cuyas geometrías
optimizan el alcance de una función o prestación del animal considerado. En
segundo lugar, se observa la intención de aplicación de los dos principios de inven-
ción seleccionados para lograr la obtención de mejores resultados finales.
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Figura 2.73 Kit


de Jardinería:
Serrucho-Tijera-
Weeder

Figura 2.74 Panel 1.


Desarrollo del objeto
serrucho a partir de
la implementación de
referencias naturales
aplicando la metodo-
logía BioTriz

Figura 2.75 Panel 2.


Desarrollo del objeto
tijera a partir de la
implementación de
referencias naturales
aplicando la metodo-
logía BioTriz

Figura 2.76 Panel 3.


Desarrollo del objeto
weeder a partir de la
implementación de
referencias naturales
aplicando la metodo-
logía BioTriz
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CASO F3

En la tabla 2.F.3 se presentan las características relevantes correspondientes al caso F3.

En la primera etapa el grupo de alumnos definió el problema de una manera gene-


ral estableciendo las propiedades y funciones de los objetos seleccionados. En este
caso, el kit de herramientas a resolver estaba compuesto por un cultivador, una pala
y un trasplantador.

En este kit los objetivos a cumplir eran los de lograr un buen agarre, así como también,
facilidad en el uso y en la operación para usuarios con motricidad reducida.

En la siguiente etapa se pasa a describir el problema como un conflicto entre un par


de parámetros (enmarcados en la matriz de contradicción de 39x39 filas y columnas).

A continuación se plantearon los parámetros para la resolución de los objetos plantea-


dos (kit de herramientas de jardinería). El par de parámetros en conflicto selecciona-
dos en este caso fueron los siguientes:

• Mejora: Facilidad de operación (Conveniencia de uso. El proceso fácil de operar


tiene mejor capacidad de control y alto rendimiento).

• Empeora: Peso del objeto estacionario (la masa de un objeto en un campo gravi-
tacional. La fuerza con que el objeto interactúa en su soporte o suspensión, en la
superficie sobre la que se colocó).

A partir de la definición de estos dos parámetros, la Matriz BioTriz sugiere los siguien-
tes principios de invención:

1. Segmentación / 6. Universalidad / 13. Inversión / 25. Autoservicio

El principio inventivo seleccionado para ser tomado como punto de partida para la
resolución del problema sería el siguiente:

Tabla 2.F.3 6. Universalidad: Hacer que el objeto realice múltiples funciones, eliminando así la
Características necesidad de otros objetos.
del caso F3

EXPERIENCIA Año Ámbito Experiencia Duración Alumnos Proyecto


F Académico

CASO F3 2017 Taller de Diseño F 10 clases - Giebert Herramientas de


1° año Trabajo (40 - Jonte jardinería.
Cátedra Práctico de horas) - Longo Cultivador
Simonetti iomimetismo Pala
Carrera Diseño Proyectual Trasplantador
Industrial FADU
- UBA
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Tabla 2.F.3.3
Sección de la
Matriz BioTriz
con los paráme-
tros y principios
seleccionados

En esa etapa es donde comienzan los alumnos a buscar referentes análogos obser-
vados en los campos de la biología y a su vez teniendo en cuenta a uno de los prin-
cipios de invención sugeridos por la Matriz BioTriz (Universalidad) para utilizarlo
como referencia para el desarrollo de las propuestas.

Se analizaron esos referentes para luego realizar una comparación entre las solu-
ciones orgánicas escogidas y las necesidades – o problemas a resolverse- de los
objetos planteadas previamente.
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El caso F3 también parte de fundamentos de diseño del conjunto proyec-


tado (las tres herramientas del kit presentado en la figura 2.77) extraí-
dos puntualmente de referencias naturales tal como se presenta en los
paneles de las figuras 2.78, 2.79 y 2.80: la garra de la suricata se toma
como punto de partida para el desarrollo de la herramienta cultivadora;
el caparazón del nautilus refiere al diseño de la pala y el pico prensil del
hornero se utilizó para proyectar la herramienta trasplantadora.

Como en los dos casos anteriores, los referentes naturales fueron seleccio-
nados para lograr la mejor funcionalidad de cada uno de los objetos, el
principio inventivo seleccionado se tomó como referente para el planteo
de la solución general del kit en cuanto al desarrollo de un buen agarre
dando la posibilidad de la facilidad para el uso y planteando cierto grado
de universalidad en los objetos generando alternativas de uso.

A modo de comentario de conclusión de los casos analizados en la


Experiencia F se observa lo siguiente:

Los casos de esta experiencia basados en el desarrollo de herramientas


Figura 2.77 Kit de jardinería es un trabajo que se realiza con bastante frecuencia en los
de Jardinería: cursos básicos de la carrera, dada su escala áptica y a la posibilidad de
Cultivador-Pala- diseñar herramientas ergonómicas desde el análisis de la relación del
Trasplantador producto con la mano.
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151
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Figura 2.78 Panel


1. Desarrollo del
objeto cultivador
a partir de la
implementación de
referencias natu-
rales aplicando
la metodología
BioTriz

Figura 2.79 Panel


2. Desarrollo del
objeto pala a partir
de la implementa-
ción de referencias
naturales apli-
cando la metodolo-
gía BioTriz

Figura 2.80 Panel


3. Desarrollo del
objeto trasplanta-
dor a partir de la
implementación de
referencias natu-
rales aplicando
la metodología
BioTriz
Estudos e Aplicações
Metodológicas da Biônica
no Curso de Design da UFSC

INTRODUÇÃO

O sistema natural há muito tempo, vem sendo utilizado como fonte


de insights para a resolução de problemas pelo ser humano. Em
grande parte das soluções os projetistas não se aprofundam nas
características funcionais e estruturais dos sistemas naturais, cujas
formas não refletem à função e nem aos materiais biodegradáveis.
O estudo da natureza para resolver problemas na construção do
meio artificial, se deu o nome de biônica. E tem sido considerada
uma técnica criativa, heurística que “estuda” os sistemas naturais
nos aspectos relativos à forma, função e materiais, com o objetivo de
desenvolver formas, funções e materiais análogos.

Tendo em vista que a Biônica, quando bem aplicada ao projeto de


produtos, permitiria alcançar soluções eficientes ao meio ambiente
é relevante que os alunos de design se aprofundem nesse conheci-
mento de forma adequada, amparados pelo conhecimento teórico e
exemplos práticos para auxiliar nas tomadas de decisão.

Este material está dividido em duas partes. A primeira é aplicação da


compreensão da Biônica na disciplina de inovação e a segunda é a
aplicação em um projeto de conclusão de curso.

BIÔNICA

Segundo (Blüchel, 2009) da aliança da biologia e técnica, criada apro-


ximadamente em 1950 pelo engenheiro da NASA, da Força Aérea dos
EUA, Major J.O. Steele desenvolveu-se a biônica como ciência ampla.

Professora Ana Veronica O zoólogo de Saarbrücken, Werner Nachtigall, é um dos pioneiros e


Pazmino, Curso de precursores da biônica como uma ciência multidisciplinar com áreas
Design de Produto. como a biofísica, e com suas pesquisas sendo conhecidas no mundo.
Universidade Federal de Santa Catarina
154
ISBN 978-65-5550-222-0

Figura 1 “As cons-


truções geodési-
cas de cúpulas,
do arquiteto
Buckminster Fuller,
que são parecidas,
em sua estrutura
em forma de
favo, ao esqueleto
de radiolários”.
Ianka Martins de
Carvalho da Silva.

Desde o fim dos anos sessenta como professor de zoologia manteve


contados com a física aplicada. Isso fez com que criasse nos anos noventa
a disciplina “Biologia técnica e biônica” e fundasse uma sociedade com o
mesmo nome.

Os sistemas naturais vivem em interação entre suas características internas


e os fatores ambientais, influenciando e sendo influenciados. Na natureza
a forma de cada estrutura é determinada pela interação de forças. Este
conhecimento se tenta passar aos alunos na disciplina de inovação que
faz parte do modulo de projeto de alta complexidade e em projetos de
conclusão do curso do design com habilitação em projeto de produto.

Disciplina Design e Inovação

A disciplina de Design e inovação é oferecida na 5ª fase do curso de Design


e faz parte do módulo de Projeto de Produto 3 - de alta complexidade.

A atividade relacionada com a Biônica faz com que os alunos escolham


alguns dos 22 exemplos do cap. 15 “A biônica como motor de inovação da
economia” do livro Biônica: como podemos usar a engenharia da natureza
a nosso favor. E realizem uma pesquisa sobre o sistema natural do exem-
plo, a função, as características e a aplicação que tem sido desenvolvida
ou a que poderia ser aplicada. Esta atividade busca que os alunos vejam
os exemplos já conhecidos e com senso crítico seja vista a aplicação, se ela
é completa em relação à forma, função e materiais ou se simplesmente a
forma ou a função foram aplicadas em produtos de forma superficial e sem
profundidade em relação à complexidade do sistema natural.
Universidade Federal de Santa Catarina
155
ISBN 978-65-5550-222-0

Figura 2 “A
água-viva que se
auto rejuvenesce”
Marcella Schneider

Como acontece com os formatos hexagonal do favo de mel aplicado em


mobiliários, e da cauda de golfinhos em produtos que não tem relação
com o ambiente aquático.

As pesquisas apresentadas mostram a infinidade de dados que podem


ser pesquisados com maior profundidade, e a quantidade de insights Figura 3 “O DNA
poderia servir para
para o desenvolvimento de uma série de materiais, produtos ou sistemas
armazenagem de
inovadores que surgem do entendimento de uma característica, função fótons que liberam
ou forma de um sistema natural. Com isto, se supõe que poderia ser a luz sob comando”
atingido um padrão tecnológico completamente novo e sustentável. Marcella Schneider
Universidade Federal de Santa Catarina
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Figura 4
“Comunicação
em rede dos
nervos” Sílvia Conte
Roncatto

Figura 5 “Cachorros
podem alertar
diabéticos da
hipoglicemia“ Sílvia
Conte Roncatto

Figura 6 “Plantas
reagem à música
agindo no seu
metabolismo”
Gabriela Pereira
Universidade Federal de Santa Catarina
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ISBN 978-65-5550-222-0

Figura 7
“Resistência do fio
de aranha” Carolina
Schütz Rosa

Figura 8
“Resistência do fio
de aranha” Davi
Goulart Martins

Figura 9
“As ranhuras
longitudinais, finas
na pele externa de
tubares e golfinho
aceleram a altas
velocidades” Analia
Eileen Rojas
Universidade Federal de Santa Catarina
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PROJETO DE CONCLUSÃO DO CURSO PCC

Dois projetos de conclusão de curso de design que aplicaram a técnica da


biônica por meio da analogia superficial da forma. Uma nadadeira que
aplicou a analogia formal e considerou as características funcionais dos
sistemas naturais e um veículo compacto que aplicou uma análise morfo-
lógica. Duas formas de aplicação da técnica que possibilitaram soluções
inovadoras.

Nadadeira para Guarda Vidas

• Material mais resistente;


• Solado antiderrapante;
• Melhor sistema de canalização de água da nadadeira;

Sistemas naturais que tem a característica de evitar escorregar nas


pedras (frisos no solado), melhor sistema de canalização de água da
nadadeira (abas laterais) para facilitar a locomoção na água e dimi-
nuir o cansaço da perna. Os guarda-vidas precisam ser rápidos para
calçar a nadadeira, que esta não saia do pé e que tenha uma forma
hidrodinâmica.

Uma linha suave e uma entrada no meio da cauda que foi aplicada na
alternativa. As pontas das caudas de alguns animais possuem uma curva-
tura e na parte central da nadadeira cauda há um pequeno corte em ‘v’.
Forma que aparenta ser eficaz em relação ao desempenho hidrodinâmico.

Figura 10
Animais com
caudas e patas
Universidade Federal de Santa Catarina
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Figura 11
Alternativa com
formas análogas

Figura 12
Referências

Figura 13 Solução
da nadadeira
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Shape de um veículo supercompacto

Inspiração a forma do grilo verde, onde o propósito era projetar um


veículo com aparência arrojada que pudesse transmitir segurança,
mobilidade e interagir com o usuário, por meio da sua forma compacta.
A forma poderia compor o ambiente urbano com uma feição natural.

Figura 14
Representação da
forma do grilo verde

Figura 15
Processo de criação
volumétrica da forma
do shape
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Figura 16
Shape do veiculo

O shape desenvolvido é uma analogia superficial da forma do grilo verde


que representa a forma compacta desejada para criação do shape, sempre
respeitando as linhas volumétricas do modelo de inspiração.

A Biônica pode e deve ser aplicada como meio para a sustentabilidade de


forma que não seja aplicada apenas a forma, mas a imitação do sistema
natural com suas características de materiais e funções. Para isto, seriam
necessários maiores conhecimentos de biologia aplicada para que os pro-
jetos tenham consistência e possam ser de baixo impacto ambiental como
acontece com todos os sistemas encontrados na natureza.
PART II

Ecosystems of research activities


and projects Applied to Bionics in
Institutional Laboratories and Research
units in public or private Universities
Synthesis of research and projects
in Bionics and Design developed at CRIED
(Centro Ricerche IED) from 1978 to 1998

Within the Research Center of the European Institute of Design, bionic research activity has
been present from the very beginning. As early as 1976 there was the Bionic Laboratory in
the Department of Industrial Design, a research facility established with the aim of
understanding the relationships between Basic Design and structural morphologies in nature
through iconographic and functional connections and analog models. Later, from 1979 to
1982, research moved beyond the Basic Design dimension to the broader study of
investigating possible analog relationships between natural patterns and artificial structures.

The Centro Ricerche Strutture Naturali CRSN was founded in 1982, a space for reflection
and design experimentation on Bionics applied to industrial design and architecture in which
special attention is paid to the opportunities for innovation offered by this approach to Italian
and international companies.

In CRSN, Bionics studies the structures, mechanisms, logics, and principles of natural
organisms in order to derive useful insights into systemic and energetic design. All projects
are conducted in an interdisciplinary way in collaboration with industries and research
centers, including Candy elettrodomestici, Fiat auto, the Magona Italia, Montedison,
Aquarium and Civica, Hydro-biological Station of Milan, University of Milan, Klinker, Sire,
Tensoforma and Commodore Italia, and with the advice of zoological biologists, architects
and engineers.
Centro Ricerche IED
166
ISBN 978-65-5550-222-0
Centro Ricerche IED
167
ISBN 978-65-5550-222-0

The Research Center of the European Institute of Design was founded in ‘82 by Carmelo Di
Bartolo, from whom international generations of students and collaborators, now established
Designers and Academics, have passed.

As early as 1978, the IED Research Center (formerly the Natural Structures Research Center) was
working on bionics, sustainability and minimal energy impact, analyzing the forms, structural
geometries and growth patterns of nature to derive principles and rules for conscious human
design. In this sense Di Bartolo was a pioneer, establishing in ‘86 the two-year Master’s Degree
in Bionics and Design that was active until 2000.

CRIED has matured its own overall perspective on how to approach design: a design that
thinks about objects in the context of the system of production, communication and consump-
tion; a design that aims at energy efficiency and design balance as a non-superficial ecological
attitude; a design that considers the observation of nature a fundamental formative activity
for the culture of the designer. A design that believes in radical rethinking of the conditions of
use of the object and finds in this culture of innovation further common ground with indus-
trial culture.

With these premises, it is now possible to establish a new relationship with the business world,
not based on the mere simulation of projects, but fully professional: the cultural heritage
matured by CRIED in the field of design now serves the solution of real problems of produc-
tion, articulating itself in various areas of activity, each responding to a living problem in the
business world.
Centro Ricerche IED
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ISBN 978-65-5550-222-0

CASE 1 - Asiento Ergonómico (1990)


Centro Ricerche IED
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CASE 2 - Asiento Ligero para autovehiculos (1988)

CASE 3 - Brazo Robotico (1986)


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CASE 4 - Casco para motociclistas (1986)

CASE 5 - Catamarán Experimental (1991)


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CASE 6 - Coberturas Ligeras (1987 - 1989)


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CASE 7 - Embalaje de Larga conservación (1990)


Centro Ricerche IED
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ISBN 978-65-5550-222-0

CASE 8 - Estructuras isostaticas (1980)


Centro Ricerche IED
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A relationship that takes place under the sign of concreteness: researchers come
into contact with the real problems of industrial organization; companies receive, in
exchange for the information and data, feasible proposals consistent with the pro-
blems of production and the market.

To do this, it is necessary to have at one’s disposal a “data bank” that includes the
widest possible repertoire of solutions: from those found in nature to those of
already manufactured products. Often from the composition of several solutions
observed in nature comes a new and effective design solution. The study of nature
here is not the search for a model: the end point is not to “remake” nature. It is
a methodology of analysis hinged on bionics (i.e., morphological and functional
analysis of natural structures) that allows for insights useful for the design of artificial
objects: the end point is design.

Research, in this dimension, takes the form of a memory that enables the gathering
of all the elements useful for the solution of a specific problem: it fosters connections,
stimulates associations, and translates them into objects and insights that can be veri-
fied from a productive point of view, according to an existing market.
Centro Ricerche IED
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OTHER PROJECTS
Centro Ricerche IED
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Centro Ricerche IED
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Centro Ricerche IED
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Origens do LABORATÓRIO
DE BIOMIMÉTICA da Escola
Superior de Design/UERJ

Laboratório de
Biomimética “A idade da pedra não acabou porque os humanos ficaram sem pedras.
ESDI/Uerj
Ela acabou porque era o tempo de repensar como vivemos”! (William Mc
Donough, no seu famoso livro “Cradle to Cradle”)
Prof. Dr. Roberto
Verschleisser
A primeira vez que ouvi falar de Biomimética, ela não se chamava assim.
Prof. Dr. Luiz Chamava-se Biônica. Tudo começa em 1958, quando o major J.E. Steele, da
Antonio de Saboya Força Aérea Norte Americana decide lançar a ideia. Ele definiu Biônica como
sendo: “Uma ciência de sistemas que tem seu funcionamento copiado direta-
Designer mente dos sistemas naturais ou que tem certas características específicas de
Vinicius sistemas naturais ou que lhe são ainda análogos”.
Braga Pereira
O primeiro congresso sobre Biônica aconteceu em Dayton, Ohio, USA, em
Designer 1960 sob o titulo: ”Protótipos vivos, a chave para novas tecnologias”.
Marcos Vieira
No Air Force Avionics Laboratory existia uma secção de Biônica que era diri-
Designer Carlos gida por Margaret Michell, formada em: matemática, filosofia e psicologia.
Henrique Braga Não é de admirar, portanto que um oficial da força aérea americana, como o
Brandão (Pedra) major Steele tenha empregado o termo “bionics” para descrever a transposi-
ção de conhecimentos biológicos para a técnica.
Designer/Fotografa
Luciana Vermell O conceito tinha sido, originalmente, tirado da combinação dos termos “bio”
e “eletronics” resultando em uma expressão, para nós, hoje em dia, muito
Prof. Dr. limitada para o assunto. Mesmo assim o ano de 1960 ficou registrado como o
Fernando Reiszel ano do nascimento da Biônica, posteriormente chamada de Biomimética.

Profa. Dra. Que eu saiba, quem primeiro trouxe a Biônica para o Brasil, foi um colega da
Denise Fillipo UFRJ, já falecido, chamado Sergio Camardela. Sergio estudou um tempo na
Itália no Istituto Europeo de Design, no início da década de 80, onde foi aluno
Prof. Dr. Frank Barral do professor Carmelo Di Bartolo.
Laboratório de Biomimética - ESDI/UERJ
182
ISBN978-65-5550-222-0

Assim foi que, com Sergio Camardela, eu tive as primeiras informações sobre esta
ciência emergente na Europa. Dai em diante passei a procurar, por conta própria e
descobrir os trabalhos e livros do já mencionado designer italiano Carmelo Di Bartolo,
alemães: Werner Nachtigall, Frei Otto e Biruta Kriesling e das norte-americanas Janine
Benyus e Dayana Baumeister, para citar apenas os principais responsáveis por minha
formação autodidata.

Na verdade, todos estes livros vieram depois de uma experiência que tive na Amazônia
que eu penso ter sido o grande detonador da minha curiosidade pelo assunto. Nesta
época estávamos: meu sócio Leonardo Visconti e eu trabalhado para o MOBRAL - para
quem não conheceu: Movimento Brasileiro de Alfabetização - e tínhamos acabado de
entregar o projeto da Mobralteca, um veículo de complementação educacional, com
seis unidades circulando por todo o Brasil. Estamos falando do período 1970 – 1972.

Em virtude da grande dificuldade dos veículos em viajar pela Amazônia, o presi-


dente do MOBRAL, prof. Arlindo Lopes Correa, resolveu construir uma Barcoteca
para atender às populações ribeirinhas do rio Amazonas. Surgiu, de imediato um
grande problema, a saber, as enormes variações das alturas das barrancas do Rio,
nos vários locais de atracamento dos vilarejos escolhidos para desembarque dos
professores e técnicos da Instituição.

Resolvemos então, projetar uma embarcação de grande porte na forma de um


catamarã. As dimensões definidas foram: 50 metros de comprimento por 15 metros
de largura e um convés com vários pisos. O calado raso permitiria que a Barcoteca se
deslocasse por grande parte das vias fluviais da região. Para abordá-la as pessoas usa-
riam suas próprias canoas atracando em rampas de acesso laterais. Além disso, como
ela teria uma tripulação de, pelo menos 12 pessoas, dispunha de um guindaste para
carregar víveres e suprimentos. Para as situações onde não havia calado suficiente,
a embarcação dispunha de uma lancha voadeira para transportar pessoas até estas
praias de difícil acesso, além de um helicóptero na parte superior do convés.

O generoso espaço disponível permitiria ampliar a gama de atividades já disponíveis


no projeto original das Mobraltecas. Assim foi possível incluir um auditório para 200
pessoas além de disponibilizar gabinetes médicos e dentários para atender a popu-
lação. Outro item muito importante seria a instalação de um posto do Instituto Félix
Pacheco, de modo que, a mais de alfabetização, cultura e saúde, a Barcoteca também
levaria cidadania aos habitantes da Amazônia

Com o intuito de estudar de perto o problema, meu sócio Leonardo Visconti, minha
mulher Marta Novo Verschleisser e eu, viajamos para a Amazônia para estudar o
rio e suas barrancas e desenvolver, junto a um estaleiro local, o projeto do referido
barco catamarã. Foi nesta estadia que percebi o isolamento das pequenas cidades
que dependiam do rio para tudo. Um dia, conversando com um pescador ele me
informou que o seu vizinho mais próximo ficava a dois dias de canoa de onde ele
morava! Foi o estalo! Pensei: Há, pelo menos 6.000 anos, senão mais, sempre viveu
gente nesta floresta e desta floresta, neste lugar incrível onde se pode ver a origem
Laboratório de Biomimética - ESDI/UERJ
183
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da vida em todos os seus matizes exuberantes, onde, no imenso Rio, na flora e na fauna, estão
todas as soluções oferecidas pela Natureza, a “Grande Designer”. Ela provia tudo para a sobre-
vivência destes povos que acumularam um conhecimento gigantesco de soluções e invenções.
Era só querer ver, ouvir e aprender!

Desta forma eu me dei conta de que, muito antes do descobrimento do Brasil, já viviam aqui
grupos de pessoas, sem nenhum contato com o mundo dito “civilizado”, e que , apesar das
imensas distâncias e dificuldades estes grupos conseguiam sobreviver. Como? Usando os recur-
sos e materiais que a Natureza lhes dava para produzir: energia, abrigos, objetos, alimentos,
remédios e transporte. Os rios eram as estradas e os meios de comunicação naturais. “Vizinho”
significava alguém vivendo a dois dias de canoa do lugar em que se estava.

A introdução de tecnologia sofisticada muitas vezes complicava em vez de simplificar a vida,


resultando em perda de informações preciosas. Por exemplo, eu aprendi que, até a virada do
século passado (século XX), os povos ribeirinhos tinham um sistema muito simples e eficiente
de navegar rio abaixo contra o vento.

A vela, que eles também já tinham problematizado, não servia para muita coisa nestes casos,
pois mesmo usando a tática do bordejamento (navegar em zigue-zague) com a dita vela,
que era muito primitiva, a viajem demorava muito mais tempo e exigia um grande esforço.
O problema era resolvido da seguinte maneira: o navegante fazia um grande engradado de
galhos, preenchido com pedras, e mergulhava este volume, amarrado por uma tira de couro, à
proa do barco, abaixo da superfície do rio, alcançando a massa d`água que corria em direção
à foz. Assim o barco progredia naturalmente, sendo o único esforço do tripulante, manejar o
leme. Em 74, eu perguntei a um pescador, já mais velho, como é que ele fazia para navegar,
rio abaixo contra o vento, e ele respondeu: ”sem motor, não vai!“. Ele desconhecia a velha
“técnica” do seu avô, isto é, em duas gerações o conhecimento se perdeu!

Foi ainda a partir desta experiência amazônica que pensamos na necessidade de se preservar
esta e outras informações preciosas dos povos do interior do Brasil.

Assim, foi criada a expressão “Tecnologia da Escassez” e um departamento voltado exclusi-


vamente para pesquisar e documentar estes conhecimentos. Por 5 anos, até a extinção do
MOBRAL foram feitas dezenas de publicações onde se colecionou uma grande quantidade de
conhecimento vernacular. Foi por esta época que passei a me interessar pela nova ciência,
criada, como já disse, pelo major J.E.Steele nos Estados Unidos, que ele batizou de Biônica.

Como resultado desta viagem montei na PUC-Rio, onde era professor, um curso com textos,
imagens e realização de Workshops para ampliar o conhecimento e montar um pequeno banco
de dados, a partir de projetos realizados pelos alunos que orientava.

Tempos depois aprendi com Janine Benius, uma bióloga americana, a expressão
“Biomimética”, que melhor explica o processo criativo de desenvolver produtos tendo a
Natureza como modelo e mentora. Anos mais tarde trouxe esta experiência para a ESDI, onde
também lecionava, e gerei um curso regular de Biomimética obtendo excelentes resultados
com os trabalhos desenvolvidos pelos alunos.
Laboratório de Biomimética - ESDI/UERJ
184
ISBN978-65-5550-222-0

Consequência direta disto tudo foi a criação e construção do Laboratório


de Biomimética da ESDI/UERJ, que foi contemplado com generosa verba
da FAPERJ, o que permitiu equipá-lo com bons computadores, impressoras
e material de trabalho.

Para finalizar acho muito importante citar nomes de professores e alunos


que contribuíram enormemente para a realização deste empreendimento.
São eles, pela ordem, designer Vinicius Braga Pereira, prof.Luiz Antonio
Saboya, alunos, hoje designers, Marcos da Rocha Vieira, Carlos Henrique
(o Pedra), Luciana Vermell, prof. Frank Barral, prof. Fernando Heizel e sua
mulher, profa. Denise de Fillipo.

Créditos
da esquerda
para direita:
Prof. Roberto
Verschleisser;
Prof. Luis Antonio
Saboya, a designer
Luciana Vermell e
o designer Marcos
da Rocha Vieira.

Créditos
da esquerda
para direita:
Prof. Roberto
Verschleisser;
Prof. Frank Barral;
Prof. Luiz Vidal
e Prof. Amilton
Arruda. Visita ao
LAB Biomimética
da ESDI Nov. 2018.
Laboratório de Biomimética - ESDI/UERJ
185
ISBN 978-65-5550-222-0

CASE 1 - Jardim Botânico do Rio de Janeiro J.B.R.J.

Tomamos as árvores do Jardim Botânico com suas raízes aparentes, troncos, galhos, folhas e
flores como modelos biomiméticos inspiradores do desenho de cada componente do sis-
tema sinalizador. Para os postes, os troncos nervurados das árvores; para as hastes, o engaste
superposto dos galhos como nas plantas com grandes folhas; e os folíolos do pau-brasil para
configurar as placas sinalizadoras, uma vez que ofereciam uma boa forma associada a uma
superfície generosa, para se imprimir os textos, bilíngues, de orientação e informação aos
visitantes do parque.

Todo o sistema de suporte dessa sinalização foi feito em ferro fundido, que é um material que
utilizo com frequência em meus projetos, pois ele permite muita plasticidade é muito durável
e não é tão caro assim. As placas, por sua vez, foram confeccionadas em lâminas de alumínio
naval pintadas com tinta automotiva. Se os futuros administradores do Jardim Botânico forem
diligentes na conservação, é bem possível que estes elementos durem 500 anos mesmo!

Outro detalhe importante é que cuidamos para que os conjuntos postes/placas não fossem
altos para não interferirem demais na paisagem. Óbviamente eles precisavam ser vistos, mas
discretos! As hastes foram desenhadas de modo a formar um “jogo de armar”, permitindo a
montagem dos componentes, com facilidade, diretamente nos seus locais de pouso. Este “jogo
de armar” facilita ainda a solução individual de cada conjunto: poste/haste, com placa, uma
vez que estes elementos são encaixáveis em quaisquer posições que se fizerem necessárias para
indicar os caminhos dentro do parque. Com relação à codificação das cores dos fundos das pla-
cas ficou estabelecido que: as placas verdes indicam todas a facilidades e serviços, tais como:
lojas, cantinas, pontos de informação, as diferentes regiões, praças e sanitários; as placas azuis
sinalizam todos os caminhos dentro do parque tais como: aléias, ruas e trilhas, enquanto as
placas de cor marron se referem a todos os monumentos históricos, estátuas, chafarizes exis-
tentes no parque.

Créditos:
Roberto
Verschleisser,
Marta Novo,
Bruno Novo
VD4 – 2000
Laboratório de Biomimética - ESDI/UERJ
186
ISBN978-65-5550-222-0

CASE 2 - Teleférico
Créditos:
Roberto
Verschleisser,
Marta Novo, O projeto se insere numa categoria de teleféricos chamada “Funitel”.
Bruno Novo Nesta categoria a gôndola é suspensa por meio de duas hastes que se
VD4 – 2000 prendem a dois cabos o que garante maior estabilidade e, consequente-
mente, maior velocidade. Os cabos são acionados por um sistema de pro-
pulsão ininterrupto e de velocidade constante o que faz com que a cabine
tenha que se desprender a medida que ela se aproxima da estação. O
sistema de engate e desengate mimetiza as garras do besouro. Para chegar
ao ponto de embarque e desembarque, quando desengatada a gondola
é levada por rodas de borracha acionadas por motores elétricos. Uma vez
terminada a abordagem dos passageiros as rodas de borracha devolvem
a cabine a uma posição e velocidade tais que permitem o reengate das
hastes nos cabos para prosseguir a viagem.

O corpo da gôn-
dola do teleférico
se baseia na
sintese formal do
besouro Scarites
subterraneus.
Laboratório de Biomimética - ESDI/UERJ
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ISBN 978-65-5550-222-0

Créditos:
CASE 3 - Hovercraft Thiago E. V.
Holzmeister. PUC-
Rio. 2007

O princípio funcional do Hovercraft projetado se baseia no inseto cha-


mado “water strider” ou “pond skater”, nome científico Gerridae. Resultou
Créditos:
uma embarcação individual, apoiada sobre três flutuadores que também Mariana Accardo
são os containers dos motores de propulsão do veículo. O conjunto todo é e Leonardo Vairo.
fabricado em fibra de vidro. PUC-Rio 2011
Laboratório de Biomimética - ESDI/UERJ
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ISBN978-65-5550-222-0

CASE 4 - Colchão Abacaxi

O colchão massageador utiliza um sistema de pirâmides de base pentagonal inspirado


no relêvo da casca do abacaxi. Cada uma das pirâmides é acionada por um sistema
pneumático que infla e desinfla cada unidade, para massagear o corpo da pessoa
deitada no colchão.

Créditos:
Ana Franco,
Caio Logato,
Claudia Samico,
Yuri Santos
ESDI, 2012

CASE 5 - Sistema Cobra

Tomando por base o esqueleto da cobra


foi desenvolvido um sistema de tubos
flexíveis e articulados para aspiração ou
limpeza em ambientes nocivos ao ser
humano como dutos e tanques de usinas
atômicas, Tubulações de instalações quí-
micas e/ou de petróleo.

O sistema é apoiado e mantido armado


por meio de anéis expansíveis, para se
Créditos: Gabriel Meiner, Rafael Lima, adaptar ao diâmetro das tubulações que
Wallace Januário ESDI – 2012 estão sendo servidas. Estes anéis têm
esferas, distribuídas ao longo da circun-
ferência dos mesmos, para facilitar o
rolamento dentro destes ambientes.
Laboratório de Biomimética - ESDI/UERJ
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ISBN 978-65-5550-222-0

CASE 6 - Estufa Greenhouse

O projeto da estufa se baseia na estrutura de uma aranha, onde cada um dos pilares de sus-
tentação é uma das pernas do inseto. A rótula central, para onde convergem estes suportes,
é o local onde se encontra o sistema de ventilação e troca de ar da estufa, muito importante
para o bem estar das mudas. O sistema todo se quer portátil, tem estrutura inflável, composta
por tubos de filme de PVC, tendo o entremeio fechado por filmes transparentes, com 1mm de
espessura, também em plástico, para permitir a generosa entrada da luz do sol.

Para este projeto foram ainda desenvolvidas bancadas com aberturas para acomodar os vasos
de mudas. As estantes são modulares, fabricadas em alumínio ou aço inox, em dois níveis de
altura para garantir uma perfeita insolação de todas as plantas. Completam o conjunto, um
sistema de bandejas coletoras da água excedente da rega, para reaproveitamento.

A ideia é fornecer uma estufa para utilização caseira em jardins e pequenos sítios. A ergono-
mia do interior da estufa prevê, no seu ponto mais alto (centro do conjunto), um pé direito
de 1,80 m.; sendo que desta posição se pode alcançar, igualmente, todos os vasos de plantas
posicionados no entorno.

Créditos:
Jeroren Van
Doren – Aluno de
intercâmbio do
projeto Erasmus/
ESDI - 2012
Laboratório de Biomimética - ESDI/UERJ
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ISBN978-65-5550-222-0

CASE 7 - Banco Vértil

O Banco Vértil tem seu desenvolvimento e sistema de montagem baseados no con-


junto: coluna vertebral e respectivas espinhas, de uma serpente.

A conexão entre as peças se faz por meio de um sistema macho e fêmea que
reproduz o engaste da cabeça do osso no seu nicho (como por exemplo cabeça do
fêmur na bacia). Com este artifício o conjunto de peças conectadas pode assumir
uma grande variedade de formas e comprimentos, uma vez que, se trata de uma
peça padrão, única e simétrica, injetada em plástico, que pode ser reproduzida
indefinidamente.

As peças assim montadas oferecem uma confortável superfície de apoio (assento) que
pode, como já foi dito, ser organizada de inúmeras maneiras. Além disso o desenho
da peça módulo foi pensado para oferecer uma certa resiliência às várias solicitações
de carga exercidas pelos eventuais usuários do banco.

Créditos:
Bruno Trindade. PUC-Rio – 2008
Laboratório de Biomimética - ESDI/UERJ
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ISBN 978-65-5550-222-0

O Pedreiro da Floresta

O joão-de-barro ou Forneiro (Furnarius rufus) é uma ave Passeriforme da familia Furnaridae. É


conhecido por seu ninho característico, de barro, em forma de forno. Dai o nome hornero (for-
neiro) que lhe é dado na Argentina e no Uruguai, onde se tornou um símbolo nacional. Também
conhecido como: amassa-barro, barreiro, forneiro, maria-de-barro, oleiro e pedreiro, o joão-de-
-barro é uma ave alegre que gosta de conviver perto do homem. Vive em casal e passa o dia
cantando curiosos duetos. Muita gente confunde seu canto com uma gargalhada. Seu pequeno
corpo é de cor terra (é pouco menor que o sabiá, porém mais delgado) com a garganta branca e
a cauda avermelhada. Ele ocorre no leste da América do Sul, especialmente no sudeste e sul do
Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai além de norte e centro da Argentina até a Patagônia.

Os filhotes são alimentados, também por ambos os pais, durante 23 a 26 dias, antes de desen-
volverem a plumagem, permanecendo no território parental por mais 6 meses, às vezes até uma
nova postura. Nestes casos os juvenis podem ajudar os pais a construir um novo ninho. Não há
uma relação direta entre a construção de ninhos e o período de postura. O casal pode reutili-
zar a casa antiga ou não. Assim sendo, é bem comum de se encontrar vários ninhos juntos, ou
mesmo um em cima do outro. Além disto, um ninho antigo pode ser reformado para uma nova
temporada de postura. E, como se não bastasse, os ninhos abandonados podem ser ocupados
por uma grande variedade de outros pássaros, insetos como abelhas e percevejos além de
cobras e pererecas. Quando seca a massa que constituem a casa do joão-de-barro se revela
extremamente dura e resistente. Resulta uma estrutura formada por nada mais, nada menos
do que o nosso clássico adobe, utilizado desde sempre nas nossa construções mais antigas. Na
floresta, para a instalação do seu ninho o casal dá preferência aos galhos baixos das árvores e/
ou troncos secos, escolhendo pontos que possuam boa visibilidade do entorno. Mas, se não
encontram um lugar adequado podem nidificar até sobre uma rocha saliente ou mesmo no
chão. Nas zonas urbanas, onde está perfeitamente adaptado, prefere postes elétricos ou pei-
toris de janelas. Nestes casos o casal escolhe postes altos ou pontos de encontro entre janelas
e paredes, situados em locais de difícil acesso (Fonte: Wikipédia a enciclopédia livre e http://
recriarcomvoce.com.br)

Considerando tudo que foi exposto temos razão de sobra para eleger o João-de-barro como
representante legítimo e marca-símbolo do nosso Laboratório, que, nas suas pesquisas, lida o
tempo todo observando diretamente a Natureza em busca das soluções mais adequadas para
aplicação em nossos projetos concretos de design. Nada mais apropriado do que considerar o
nosso querido pássaro como um arquiteto, um construtor enfim, um Designer da Floresta.

Por Roberto Verschleisser

Marca do Laboratório de
Biomimética. Créditos: Roberto
Verschleisser / Marcos Vieira /
Arisio Rabin – ESDI – 2015
Didática, Pesquisa e Projetos
com inspiração biológica
no BIODESIGN LAB da UFPE

Coordinator
Prof. Ph.D. Amilton Arruda O atual LabBIODESIGN/UFPE - Laboratório do Biodesign nasceu em 1998
através de recursos e financiamento de bolsas do CNPq e FACEPE. É
Associate professors resultado das pesquisas em Biônica, Materiais e artefatos bioinspirados
Prof. M.Sc. Paulo Silva do professor Ph.D. Amilton Arruda, com titulação de mestrado e douto-
Prof. Esp. Cloves Parisio rado na Itália, respectivamente no CRIED e Politécnico de Milão. Desde
sua criação tem sido seu coordenador.
Ph.D scholashiper researcher
Thamires Clementino Localizado no Centro de Artes e Comunicação da UFPE, ao longo dos
Antônio Roberto anos este laboratório tem aplicado a metodologia de biônica que
Rodrigo Barbosa resultou em diversos trabalhos dentro das disciplinas ministradas para a
Theska Soares graduação e pós-graduação do Departamento de Design da mesma insti-
Tarciana Andrade tuição, colaborando para disseminar as técnicas de estudo das estrutu-
Antonio Nogueira rais naturais referências para projetos de Design.
Marcelo Vicente
No Campo da Formação, modalidade do processo de ensino, a didática
Ph.D researcher de pesquisa deve respeitar o caráter natural de como a natureza se com-
M.Sc. Isabela Moroni porta em toda a sua evolução e dinâmica. Este sentido de experimenta-
M.Sc. Justino Barbosa ção se dá de duas modalidades:
M.Sc. Hilma Santos
M.Sc. Fernanda Regueira 1. Básico: Disciplina que tem objetivo de estimular a experimentação;
introduzir conceitos básicos da natureza: (evolução, adaptação, compor-
M.Sc. researcher tamento, composição, dinâmica, energia, máximo e mínimo, espirais,
Evandro Henriques ramificações, fluxo, estruturas, seção áurea, etc.) e ainda, criar uma
Lorenna Andrade filosofia, delineando uma linguagem de base que permita e fomente o
Lorena Braz discurso do “projeto biônico”.
Eddy Souza
Pablo Bezerra 2. Analógico: Experimentação com abstração geométrica da estrutura
Celso Hartkopt natural investigada; análise funcional e geométrica da natureza e seus
Luiz Valdo elementos. Representação de modelos tridimensionais de determinado
Plácido Fernandes comportamento da natureza e interpretação e tradução da forma nos
João Victor modelos analógicos que se identificou na estrutura analisada.
BIODESIGN LAB - UFPE
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ISBN978-65-5550-222-0

Prof. Amilton (2002), apos regresso de seu


doutoramento posicionou o LabBiodesign
no estudo da Biônica através de três
Campos: Formação, Pesquisa e Projetual.

Os três Campos de atuação da Análise da


estrutura natural proposta pelo professor
Amilton. (Fonte: ARRUDA, 2002)
BIODESIGN LAB - UFPE
195
ISBN978-65-5550-222-0

Estudo Geométrico 1 - articulação


do ombro e do cotovelo:
Estudo da articu-
lação do ombro
O modelo foi construído representando a interpretação da amplitude do movi-
e do cotovelo por
mento das articulações do ombro e do cotovelo. o modelo analógico possui uma Juliana Chalegre
representação para demonstrar a rotação de menor e maior amplitude, similar à em 2006.1. (Fonte:
do cotovelo, se movendo até 180º; e com maior amplitude de rotação, similar à do Banco de imagens
ombro, pode girar quase 360º. do Laboratório de
BIODESIGN, 2006)

Estudo da
interpretação da
Carambola por
Estudo Geométrico 2 - Carambola: Marília Gondim
em 2006.2.(Fonte:
Banco de imagens
Ao efetuar um corte transversal na fruta, a forma de estrela pode ser percebida na do Laboratório de
base. Os cinco vértices dessa estrela, por sua vez, convergem em um único ponto, BIODESIGN, 2006)
base para interpretação do modelo estrutural executado.
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Estudo do Abacaxi Estudo Geométrico 3 - Abacaxi:


por Natália
Barbosa e Tamyres O foco foi na estrutura da coroa representada pelas camadas sobrepostas das
Siqueira em 2010.
folhas. Para a construção do modelo foram destacadas estas camadas através de
(Fonte: Banco
de imagens do uma síntese geométrica, o que torna possível a criação de várias estruturas basea-
Laboratório de das no mesmo princípio.
BIODESIGN, 2010)

Estudo Geométrico 4 - Alho:

Uma das características observadas no alho é a disposição dos dentes no bulbo. As


formas como eles se encaixam e se destacam do talo central representou a síntese
do modelo proposto.

Estudo da inter-
pretação do Alho Estudo Geométrico 5 - Carangueijo:
por Aline Morais
e Lucas Ayres
Este modelo levou em consideração a pata do caranguejo em relação ao ângulo
em 2007. (Fonte:
Banco de imagens de amplitude que a mesma pode atingir sem oferecer dano ao animal, foi adotada
do Laboratório de também a relação de tamanho entre a primeira e a segunda parte, modificando o
BIODESIGN, 2007) formato da terceira peça com uma base plana, própria para o apoio.
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Já no Campo da Pesquisa, leva em consideração um grupo interdisciplinar, fazendo Estudo da


parte da indagação biônica o componente biológico e a engenharia, trazendo uma interpretação do
característica mais de inovação. Compreende o desenvolvimento da pesquisa no Caranguejo por
Emmanuel Gomes
sentido que parte de um argumento ou temática de caráter geral ou específico para
em 2007. (Fonte:
chegar num modelo interpretativo em vários aspectos, como por exemplo, estrutu- Banco de imagens
ral, material, funcional, dentre outros. do Laboratório de
BIODESIGN, 2007)
Este modelo não necessariamente resultará num produto aplicado ou projeto
acabado, pois tem maior caráter de estudo, onde o resultado possivelmente não
corresponderá com a expectativa do setor produtivo. O campo de pesquisa também
pode ser dividido em 2 partes:

Pesquisa de Base:
• Pesquisa teórica preocupada com aspectos, tais como: adaptação, forma, fun-
ção, locomoção, dinâmica, geometria, ciclos da natureza, etc.;

• Pesquisas com caráter bibliográfico de projetos ou pesquisa, artigos, monogra-


fias, dissertações ou teses com referência na natureza;

• Pesquisas para construção de banco de dados com diversos temas tais como
sistema de locomoção, sistema de articulações, membranas, embalagens, com-
ponentes estruturais na natureza, etc.;

• Pesquisas com caráter geométrico-morfológico com a finalidade de entender a


resistência da sua estrutura ou forma;

• Pesquisas para utilização de metodologias adaptáveis ao estudo das estruturas


naturais.

Pesquisa Aplicada:
• Desenvolvimento de pesquisa completa delineada para aplicação no campo
projetual;

• Elaboração, verificação e experimentação de modelos ou protótipos biônicos;


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• Identificação de hipóteses de projeto com base no resultado das pesquisas e


das abstrações geométricas dos modelos biônicos;

• Pesquisas específicas do design dos materiais naturais;

• Análise e compreensão dos elementos naturais, seus aspectos e derivados


(mecanismos, estrutura funcional, materiais, etc.).

Modelo Analógico 1 - Milho

Neste exemplo o encaixe formado pelas junções dos grãos de milho facilita a
acomodação entre eles e proporciona uma melhor fixação. A partir desta forma foi
feita uma síntese para criação do modelo.

Estudo da interpretação do milho


por Lucas Andrade em 2006.2.
(Fonte: Banco de imagens do
Laboratório de BIODESIGN, 2006)

Projetos de Biodesign aplicados a


segmentos de mercado e empre-
sas. (Fonte: Banco de imagens do
Laboratório de BIODESIGN)
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Modelo Analógico 2 - Amendoim

A característica analisada destacou a parte bipartida da casca onde o seu modelo evi-
Estudo da inter-
denciou o seu potencial natural de embalagem, aqui representada por uma síntese pretação do amen-
geométrica de 2 hemisférios com eixo giratório. doim por Alinne
Torres e Soraya
Holder em 2010.
(Fonte: Banco
Modelo Analógico 3 - Colmeia de imagens do
Laboratório de
BIODESIGN, 2010)
O aluno observa a malha externa hexagonal, atentando para a característica de
cada cavidade em que na sua base começa cilíndrica e termina na tradicional
forma hexagonal, sintetizando seu modelo através de um módulo construído em
PVC com as mesmas características.

Estudo da
interpretação da
Modelo Analógico 4 - Tatu Bola Colmeia por Bruno
Martins em 2007.
A característica mais marcante do Tatu Bola é a capacidade de se enrolar em torno de (Fonte: Banco
si mesmo neste aspecto esférico, por isto foi feita a geometrização da forma e criado de imagens do
um modelo síntese deste mecanismo do movimento. Laboratório de
BIODESIGN, 2007)
BIODESIGN LAB - UFPE
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Estudo da interpretação do
Tatu Bola por Pedro Santana
em 2010.
(Fonte: Banco de imagens do
Laboratório de BIODESIGN,
2010)

Varias pesquisas e publica-


ções de caráter cientifico
usado nos experimentos do
Biodesign
(Fonte: Banco de imagens do
Laboratório de BIODESIGN)
BIODESIGN LAB - UFPE
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Pesquisa de caráter aplicado.


Morfologia do Ouriço-do-
mar. Tese mestrado. Prof.
Amilton Arruda CRIED 1992
(Fonte: Banco de imagens do Eventos e atividades didático-cientifica
Laboratório de BIODESIGN) com presença dos investigadores do
LabBiodesign. (Fonte: Banco de ima-
gens do Laboratório de BIODESIGN)
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Modelo Analógico 5 – Alpinia

Estudo da Alpínia por Higor


Viana e Jean Carlo em 2015.
(Fonte: Banco de imagens do
Laboratório de BIODESIGN, 2015)

Programas de intercam-
bio e visitas a centros
internacionais com
presença dos investiga-
dores do LabBiodesign.
(Fonte: Banco de ima-
gens do Laboratório de
BIODESIGN)
BIODESIGN LAB - UFPE
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E por fim, o Campo Projetual, a gestão do discurso biônico aqui é mais complexa, pois
existem outras informações para atender a estratégias projetuais já definidas através
dessa tradução das informações adquiridas na pesquisa biônica. E levando em conside-
ração esta complexidade, este Campo é dividido em 3 hipóteses de intervenção:

1. Como Linguagem: O projeto se desenvolve considerando a experiência do proje-


tista que traz uma temática centrada em referências da natureza, que é diferente
dos métodos tradicionais, criando-se uma modalidade própria de projeto, onde o
projetista possa intuir uma aplicação prática para os modelos naturais estudados.

2. Como Instrumento: O Projetista usa o banco de dados das pesquisas em biônica


para se motivar e se inspirar em suas criações, buscando orientação, considera-
ções e referências nas informações de caráter estrutural, configuracional, simbó-
lico, estético, filosófico, semântico dessas interpretações da natureza; ex: velcro?

3. Como hipótese de Projeto: Através da pesquisa das estruturas naturais, se desen-


volve um conceito, dele um modelo biônico e deste o projeto biônico, através dos
métodos tradicionais de design, como a de Bruno Munari, por exemplo. É impor-
tante observar que desse modelo biônico, podem ser gerados diversas hipóteses
de projeto.

Para as atividades do LabBiodesign, a pesquisa biônica possui caráter sistemático que


utiliza a analogia para traduzir os princípios encontrados na natureza, os quais pode-
rão ser aplicados posteriormente na solução de um problema projetual.

Sobre o Método de Pesquisa das Estruturas Naturais que aplicamos internamente no


Biodesign sob uma ótica mais acadêmica, identificamos que a configuração de um
objeto, vivo ou não, pode ser de alguma forma descrita, e apresentamos algumas
técnicas para essa descrição e compreensão da forma através dos seguintes passos:
Representação Fotográfica, Descrição Verbal, Esquematização (desenhos) e Modelos.

Esquema do método
utilizado pelo professor
Amilton e adotado pelo
LabBiodesign UFPE.
(Fonte: ARRUDA, 2002)
BIODESIGN LAB - UFPE
204
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• Representação Fotográfica: Esta técnica revela uma riqueza de detalhes, que torna
incontestável o alto nível de fidelidade de descrição de qualquer estrutura. Hoje existem
diversos meios de utilização desta técnica, seja por fotografias digitais com câmeras de
altas resoluções ou até, numa análise mais acadêmica e menos criteriosa, através de câme-
ras de celular. Existem ainda as que se utilizam de uma série de fontes de luz tais como,
raio-X, ultravioleta ou infravermelhos. Há ainda métodos mais avançados de microscopia
eletrônica e de varredura, que cada vez mais proporcionam descobertas de características
morfológicas que revelam detalhes de estruturas internas dos elementos naturais à níveis
cada vez menores, como o recente microscópio que usa feixe de elétrons no Japão, capaz
de obter imagens a nível atômico. Através da capacidade de ampliações de imagens e das
fotografias digitais com seus softwares de computadores mais velozes, se têm revelado e
facilitado o entendimento e a descrição pormenorizada de estruturas. Para o estudo, deve-
-se tirar as fotografias, ou conseguí-las através de outros meios (internet), servindo para
revelar o todo, secções, detalhes, partes, componentes, e demais aspectos do elemento
analisado, que sejam do interesse do pesquisador.

• Descrição Verbal: Em seguida, se procura investigar informações referentes ao elemento


analisado, sejam detalhes técnicos, científicos (taxonomia, etc.), históricos, curiosos, assim
como descrever os detalhes observados nas fotografias, até que se possa resumir e extrair
as características essenciais da forma estudada. O que se pressupõe que pesquisar sobre o
contexto da estrutura natural deve colaborar para um entendimento com mais níveis de
referências sobre o mesmo, resultando em maiores possibilidades criativas de representa-
ções, e ainda, representações mais coerentes. Descrever o contexto desta estrutura natural
e o que se observa dele em seu ambiente real dinâmico, amplia a quantidade de dados,
pois se pode verificar aspectos como ciclo de vida, movimentos, materiais, crescimento,
variação de cores e tamanhos, funções, interações com outros elementos, organismos ou
componentes, etc. Nem sempre é possível colher estes dados por imersão, mas a experiên-
cia amplia a qualidade das informações sobre as estruturas pesquisadas.

• Esquematização: Através de desenhos que podem apresentar-se como descrições mais


fidedignas dos elementos reais estudados (desenhos de observação) e posteriormente,
como sínteses ou abstrações geométricas destes. Tais esquemas também podem se ater a
destacar caraterísticas ou princípios específicos destes elementos, enfatizando detalhes ou
outro aspecto qualquer de interesse do pesquisador que se tenha coerência com a origem
do elemento analisado.

• Modelo, por fim, encerra com a execução de um modelo tridimensional que sintetiza o
esquema realizado. Pode ser feito de qualquer material, dependendo da função e intenção
desejada, e para tanto, há necessidade de conhecimento prévio de técnicas de modela-
gem. Como a utilização de softwares ampliam e facilitam a visualização do modelo, este
também pode ser feito de maneira virtual, além do modelo físico.

As próximas figuras apresentam de forma resumida alguns dos trabalhos desenvolvidos por alunos de
graduação para disciplinas vinculadas ao laboratório do Biodesign. Nas versões originais eram apresen-
tados em forma de slides com pranchas da pesquisa, sintetizados através de banners e que por fim, era
configurado um modelo físico como síntese da pesquisa. São eles:
BIODESIGN LAB - UFPE
205
ISBN978-65-5550-222-0

Trabalhos dos alunos Curso de Design UFPE 2015.2.

Banners apresentados em exposição no Centro de Artes de Comunicação da UFPE em 2015,


com os trabalhos dos alunos para o encerramento da disciplina de Biomimética.
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ISBN978-65-5550-222-0

A Geodésicas como estratégia de Biodesign

Dissertação de Mestrado de Theska Laila de Freitas Soares – 2016.

Desenvolvimento de modelos baseados na configuração geodésica utili-


zando ferramenta CAD para modelagem 3D. o Grasshopper, como inter-
face de programação visual para a criação de formas no software de
modelagem tridimensional Rhino3D, Pesquisa realizada em parceria com
Laboratório do Departamento de Expressão Gráfica da UFPE, através do
professor Pedro Aléssio, doutor pelo (CNAM-França), colaborando com a
modelagem no Grasshopper e a impressão dos modelos tridimensionais.
À esquerda, script
da criação da
geodésica deri-
vada do icosaedro
pelo Weavebird
no Grasshopper.
(Fonte: Elaborado
pela autora)

À direita, diferentes
padrões de geodé-
sicas por modifica-
ção ou rearranjo do
triângulo principal
e exemplo de
camada dupla.
(Fonte: Elaborado
pela autora, do
banco de imagens
do Laboratório do
Biodesign)

À esquerda, referên-
cia natural (Diploria
labyrinthiformis),
vistas do modelo 2.
(Fonte: Elaborado
pela autora)

À direita, vistas
superior, isomé-
trica e detalhe do
modelo 2. (Fonte:
Elaborado pela
autora)
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ISBN978-65-5550-222-0

Script da criação do modelo 3 no Grasshopper. Referência natural (Palythoa caribaeorum), vistas


(Fonte: Elaborado pela autora) do modelo 3. (Fonte: Elaborado pela autora)
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Case Estratégia e Leveza do Agave

Investigador: Rodrigo Araújo

Esta investigação que iniciou no mestrado em design, tem continuidade atual no doutorado
em andamento, envolve biologia, design biomimético, fabricação digital e impressão 3D. Tem
como objeto de estudo o elemento natural Agave e suas estratégias de leveza e resistência, com
o objetivo de compreender porque o pendão flora da planta é leve e resistente, e explorar a
emulação destas estratégias no desenvolvimento de uma prancha de surf bioinspirada, como
pode ser verificado nas etapas de projeto ilustradas pelas imagens da pesquisa. A abordagem
metodológica “Biomimicry Design Thinking” do Biomimicry Institute 3.8, conduz a investigação
à natureza, tendo-a como princípio e inspiração para soluções de design.

Em parceria com o LAVeg Laboratório de Anatomia Vegetal - UFPE e o LIKA - Laboratório de


Imunopatologia Keiko Assami - UFPE foram realizados procedimentos de microscopia óptica e
eletrônica de varredura (MEV), onde tivemos o auxílio da professora Dra. Emília Arruda para aná-
lises das imagens de Agave e identificação de suas estratégias naturais, que são funções propor-
cionadas pelo padrão estrutural das paredes das células vegetais e suas propriedades materiais.

O padrão estrutural na forma de um voronoi foi identificado e explorado como modelo biomi-
mético para aplicação em artefatos que requerem estruturas leves e resistentes. Verificou-se
que, quando um conjunto de células tem maior densidade apresenta maior resistência,
enquanto um conjunto de células com menor densidade, tem mais leveza e flexibilidade. O
padrão de voronoi pode ser adaptado e aplicado em uma ampla de gama de artefatos através
do design paramétrico, manipulado em um plug-in do Rhinoceros, chamado Grasshopper. Esta
fase teve o auxílio do arquiteto especialista em fabricação digital, Paulo Carvalho.

A pesquisa também tem o apoio do Laboratório de Desenvolvimento de Produto e Serviços da


Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - FEUP, coordenado pelo professor PhD. Jorge
Lino Alves. Onde atualmente realizamos experimentações de estruturas na forma de voronoi com
materiais biodegradáveis e fibras naturais de Agave como experimentação material. Dimensões
inseparáveis do design bioinspirado, resultando em artefatos ecológicos desde o início.

Elementos natural -
Agave sisalana
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Microscopias
ópticas de tecido
vegetal de Agave

Microscopias
Eletrônica de
Varredura (MEV)

Modelo
biomimético
da emulação do
voronoi de Agave.
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Processo de abstra-
ção e aplicação em
artefato (surfboard)

Design paramé-
trico utilizando
Grasshopper

Impressão 3D da estrutura aplicada


em artefato bioinspirado.
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Casca de Citrus sinensis como gerador


de conceito para o desenvolvimento
de estruturas bioinspiradas

Esta pesquisa teve como objetivo estudar as disposições naturais celulares,


encontradas nas frutas tropicais, para a abstração e prototipação de uma
estrutura bioinspirada com propriedades de amortecimento e absorção
de impacto. Através do Biomimicry Institute. Em que podem ocorrer de
forma linear permitindo percorrer as etapas sequencialmente (fig.1). A
abordagem definida para esse estudo foi a baseada no método bottom-up
– procedimento definido em que uma entidade biológica é investigada
inicialmente, mapeando suas estratégias e propondo uma solução de
projeto baseada no conhecimento de seus princípios biológicos.

Figura 1: Processo
de design.

Como método de exploração inicial, a observação da microscopia óptica


permitiu observar e identificar os tipos celulares presente no pericarpo,
fig.2, e dessa maneira selecionar os frutos. Com auxílio da Microscopia
Eletrônica de Varredura (MEV), utilizando o método da crio-fratura,
observou-se a morfologia e anatomia vegetal. As imagens de Microscopia
Eletrônica de Varredura (MEV), fig. 3, foram realizadas, no centro de
microscopia eletrônica da ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz, USP, São Paulo.

Figura 2: Pericarpo
da Citrus sinensis.

Figura 3: MEV–
Exocarpo e meso-
carpo da Citrus.
Fonte: Autores
em colaboração
com ESALQ.
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ISBN978-65-5550-222-0

Figura 4:
(a) XT H 225 ST.
(b) Preparação da
amostra para esca-
neamento Fonte:
Autores

O uso da Microtomografia computadorizada (Micro-CT), fig.4, para a observação


estrutural por meio não invasivo, a análise de materiais e a reconstrução tridi-
mensional, evidenciou a conformação celular tridimensional e tornou possível a
abstração da estrutural natural. Como resultado, esse estudo traz a prototipação
em 3D de uma estrutura natural bioinspirada com propriedades visíveis de amorte-
cimento e compactação.

Com a determinação de superfície foi possível separar as áreas de interesses (suface


determination), conforme a fig.5ab, em que o software realiza uma separação de
materiais por meio algorítmico e gera uma malha tridimensional de superfície
(suface mesh). Após a criação da mesh, foi possível exportar para formatos de
leitura de softwares de modelagem poligonal como o 3ds Max e fusion 360. Por
intermédio da impressão 3D em resina flexível, com a impressora Creality Ld 002h,
obteve-se a prototipação rápida da estrutura bioinspirada, Fig. 6, abstraída do
albedo da laranja que corresponde a Fase 05 (Implementação técnica).

Figura 5:
(a) Seleção da mesh
da área de inte-
resse. (b) Analise
dos materiais.
Fonte: autores.

Fig.6: Impressão
em resina flexível
da estrutura
bioinspirada.
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218
ISBN 978-65-5550-221-3
HYBRID DESIGN LAB - Design
and Bio-sciences at University
of Napoli Federico II

Coordination

Ph.D Prof. Carla Langella

Researchers and Designers


The evolution of sciences, technologies, and new materials is
Valentina Perricone happening so rapidly, pervasively, and overwhelmingly that it
Gabriele Pontillo presents an infinite universe of new tools and knowledge that
Roberta Angari design cannot overlook. It is both a challenge and a responsi-
Antonia Auletta bility, as design is understood as a discipline that, through the
Clarita Caliendo design process, is capable of implementing new knowledge and
Marco Fiume bringing it into people’s lives, translating it into products and
Maria Teresa Petrosino services that present themselves as “devices of the new.” These
Marina Franzese artifacts influence people, their behavior, and their thoughts
Lucia Gambardella towards the implementation of innovations that address emer-
Giuliana di Taranto ging needs and the complexity of contemporary lifestyles.

Partnerships and Collaborations with


The Hybrid Design Lab is a research and design experimentation
other universities, museums, compa-
laboratory dedicated to mutual collaborations between Design
nies, and organizations
and Bio-sciences. Established in 2006 at Vanvitelli University,
Carlo Santulli (University of Camerino) it operated at Città della Scienza Incubator until 2022 and is
Carla Giusti (IDIS Foundation - Città currently located at the Department of Architecture of the
della Scienza) University of Naples Federico II. The primary aim of HDL is to
Enza Migliore (JSPS - Japan Society for transfer the results of theoretical and experimental research
the Promotion of Science) in the fields of bio-sciences (contemporary biology, synthetic
Valentina La Tilla (CRIB - Research biology, biomaterials, medical sciences, bioinformatics, neuros-
Center for Integrated Biomedical cience, biomechanics, pharmacology, nutraceuticals, biophysics,
Systems) | Nicola Esposito (Ditron) biomathematics, psychology) to the design dimension of inno-
Matilde Merciai (Momoline) vative and sustainable products and services, in order to meet
Amilton Arruda (Biodesign Lab - Brazil) the needs, requirements, and desires of users.
HYBRID DESIGN LAB - Università degli Studi di Napoli Federico II
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ISBN978-65-5550-222-0

Auxetic Neckbrace, In the research, teaching, and design experimentation activities of HDL,
Auxetic collar design, hybridized with science, brings the dimension of advanced
for postural
scientific research closer to individuals’ lives with the aim of improving
re-education;
Design: Martina their quality of life and making them aware of the possibilities and
Panico; Scientific achievements.
Coordination: Carla
Langella; Co-tutor: HDL is supported by funds from international and national research
Carlo Santulli. projects, which are granted funding through competitive public calls that
involve peer review, as well as third-party agreements with design-oriented
companies. The research results are disseminated through the organiza-
tion and realization of conferences, seminars, courses, workshops, and
national and international exhibitions. Some notable venues include
events held at Città della Scienza, the Festival of Science in Bergamo,
the Shenzhen Convention and Exhibition Centre in Shenzhen, China,
the Campus Center Galleries at the College of the Arts in San Francisco,
California, the Makers Faire in Rome, and the Rho Fair in Milan.

The research and experimentation activities of HDL explore the interfa-


ces between design and biology (Diatom De-science , Auxetic structures,
Parametric bio-design), materials science (Porosity, Functionalized bio-
-materials, Designers in Lab), biomedical field (Design for tech pathology,
Biomimetic Biomedics), and physics (Design and optics for augmented
reality in the enjoyment of cultural heritage and behavioral therapies).

One of HDL’s areas of intervention is the design of scientific exhi-


bits for science museums, where design interprets the results of
scientific research developed in advanced fields such as materials
science or synthetic biology, making them understandable and
engaging for different types of audiences.
HYBRID DESIGN LAB - Università degli Studi di Napoli Federico II
223
ISBN978-65-5550-222-0

Left: Loofa Light, a lamp that integrates a


component made from reused discar-
ded lamps with a vegetal component
through a grafting device; Design: Piera
di Marino; Scientific Coordination: Carla
Langella.

Right: Flora, a biodegradable vase made


from biobased materials that integrates
dairy production waste and floriculture
waste; Design: Maria Petrillo, Lorenzo
Villani; Scientific Coordination: Carla
Langella.

Hemp-bench, a bench made of alumi-


num and raw hemp fiber;
Design: Angela Buonanno; Scientific
Coordination: Carla Langella.

Customized design protocols: bijective


relationships between Design and Science

In the Hybrid Design Lab, the opportunities for intersection between Design and Science are
investigated and experimented with through a bijective approach. The roles and skills of desig-
ners and scientists merge and evolve through mutual contamination, in order to achieve shared
advancements in their respective fields. Science contributes to design by providing inspiration for
the creation of innovative and original artifacts. On the other hand, design aids science by trans-
lating its advancements into products useful in people’s lives. Through envisioning and modeling
capabilities, design provides interpretive models and design-based visions that offer alternative
and unconventional perspectives, facilitating the attainment of new knowledge and research paths
aligned with the demands of contemporary society.

The HDL has developed and is progressively testing and validating a hybrid design methodology
specifically designed to foster the integration of skills involved in the hybrid project. The goal is to
uncover common languages, objectives, as well as affinities and empathies that lead to transfor-
ming scientific research into product and process innovation.
HYBRID DESIGN LAB - Università degli Studi di Napoli Federico II
224
ISBN978-65-5550-222-0

The designer is not always the mediator between disciplines in the design process,
as is the case with design-centric approaches. Due to the complexity of the scientific
topics involved and the need to pursue progress in both design and science, the
design process in the HDL is managed dialectically and interchangeably by designers
and scientists, who constitute the nodes governing the bijective process. The guiding
role, therefore, tends to “migrate” between different disciplinary nodes as the project
progresses, based on the issues, fields of application, and specific expertise required
for each phase of the project. For this reason, the design process can be understood
as a “customized” process, based on a flexible and adaptable method that aligns with
the ever-changing nature of hybrid design and its areas of intervention. This method
can dynamically and continuously evolve, fueled by the diverse experiences and the
scientific and design backgrounds of those involved. The method acts as a common
reference point where individuals from different fields, with different languages and
approaches, can recognize themselves and merge their contributions.

The HDL laboratory brings together diverse expertise, represented by research groups
and researchers who are an integral part of the laboratory, as well as knowledge that
is specifically involved when the need arises for specific contributions related to a par-
ticular project. Among the methodological tools developed and tested in the HDL are
intersection meetings, which involve designers visiting and immersing themselves in
research centers. This allows them to directly experience the environments, contexts,
protocols, and approaches of scientific research. This approach enables designers to
better understand the complexity of research and to closely observe “human” aspects
such as enthusiasm, empathy, and relationships, which enrich purely rational scien-
tific information and data. Intersection meetings aim to define shared objectives and
languages while experientially acquiring research data. During the initial meetings, a
program of joint activities to be carried out in the laboratory is developed. In these
activities, designers work alongside scientists in the laboratory to gather information
on factors such as experimental cycles, technical, environmental, and perceptual data,
as well as the phases and development processes of the research (laboratory tests,
experiments, microscope observations, analyses) related to the scientific topic at hand.

Samples of
materials deve-
loped within the
research project
PIER, by Francesco
Amato and Clarita
Caliendo; Scientific
supervisors: Carla
Langella, Mario
Malinconico.
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The difference in approach and perspectives that characterize designers and researchers allows
them to grasp stimuli and identify potentials that they would have diffculty appreciating fully
when working individually and according to their usual methodologies. This approach has
been defined as Designer in Lab and characterizes the majority of activities conducted in the
Hybrid Design Lab.

Thumbio, a splint for immo- Bioplastics based on agro-food waste, CYR. Care in Your Ring is a weara-
bilizing the thumb and wrist, integrating plant fibers and textile waste ble device for self-facial massage
made of bio-blasted functio- fibers. Design by Clarita Caliendo; Scientific with therapeutic, relaxing, and
nalized materials infused with coordination by Carla Langella; Co-tutor: lymphatic drainage purposes.
phytotherapeutic ingredients. Carlo Santulli. Design by Giuliana Di Taranto;
Design by Clarita Caliendo; Scientific coordination by Carla
Scientific coordination by Langella; 3D modeling and
Carla Langella; Co-tutor: printing coordination by Gabriele
Carlo Santulli. Pontillo; Biology by Valentina
Perricone; Prototype production
by Nicola Corsetto; Shapeways.

Bioplastiche a base di scarti


agroalimentari che integrano
fibre vegetali e fibre tessili di
scarto, design: Clarita Caliendo;
coordinamento scientifico: Carla
Langella; Co-tutor: Carlo Santulli.

Salad utensil design by Teresa


Iavarone; Scientific coordination
by Carla Langella with the colla-
boration of Antonio Ladarola.
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Mau Mau-inspired
physiotherapy
board design, ins-
pired by the move-
ment of the mola
mola fish. Design
by Nicola Corsetto;
Scientific coordi-
nation by Carla
Langella; Biology
by Valentina
Perricone; 3D
modeling coordi-
nation by Gabriele
Pontillo.

For these meetings, facilitation formats are defined to make dialogue and
convergence towards common interests easier.

During the intersection meetings and joint research activities, new forms of
dialogue and relationships between designers and scientists are experi-
mented with, based on points of contact and affinity. Ideas and informa-
tion are exchanged more easily. To solidify these processes, data is acqui-
red and decoded using an integrated and meta-design approach. It is then
presented through various languages and approaches, including visual
science models, textual storytelling and protocol notebooks, digital 3D
models of key concepts, videos, empathic and relational maps. Innovative
tools such as sociometric badges can be used to map relationships between
people and between people and the environment, along with biometric
data related to emotions and perceptions. This allows for the creation of
relational and emotional maps of interactions between designers and
scientists, enabling methodological monitoring and speculation.

The representation and decoding of science are crucial steps as they


already anticipate design directions. They must be conducted with a cri-
tical and conscious approach regarding the desired outcome. The design
research conducted in the HDL in recent years represents hybrid paths that
may appear distant but are closely interconnected through the common
thread of the intersection between design and sciences. This is observed
from different perspectives and through collaboration with experts from
various scientific fields, including chemistry, engineering, biology, physics,
neuroscience, and medicine.
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ISBN978-65-5550-222-0

Nature Details

To facilitate the acquisition of biological language and scientific tools by designers


in the Hybrid Design Lab, a workshop format called Nature Details was developed in
collaboration with Valentina Perricone. In this workshop, a biologist and a designer
present natural “objects” such as shells, flowers, leaves, carapaces, skeletons, or
insect wings to a group of designers. The participants are invited to observe the
details of these objects at different scales: with the naked eye, through magnifying
lenses (ranging from 5X to 12X), and with a portable digital microscope (ranging
from 40X to 400X). The morphologies and structures of organisms and natural s
ystems are explained, analyzed, and compared by the designer and the biologist
through a cultural dialogue, taking into account their respective perspectives.

The details are thoroughly examined in relation to their biological and evolutio-
nary functional motivations, and based on these, they are analyzed in terms of
their transferability to design projects. During the discussion of stratifications,
porosities, connections, grafts, and articulations, participants are encouraged to
contribute their personal viewpoints by asking questions, making observations, or
offering interpretations. The purpose is to understand the generative processes and
functional motivations behind these details, in order to identify possible affinities
with the world of artifacts.

At the end of the workshop, participants are invited to choose the observed spe-
cimens that have sparked their greatest interest and to fill out a form. The form
includes the name of the biological system, a description of the observed details,
comments and graphs related to naked-eye observations, comments and graphs
related to observations through the magnifying lens, comments and graphs related
to microscope observations, transferable biological characteristics for artifact
design, a schematic graphical interpretation of the nature model, a textual concept,
and accompanying prefiguration sketches.

Through the Nature Details format, it is possible to experiment with and compare the
distinctive approaches of designers and biologists in their understanding and interpre-
tation of biological systems. This fosters dialogue and the sharing of ideas and insights,
which are essential foundations for building a strong and proactive collaboration.

Images of natural
details captured
with a digital
microscope.

Right: Nature
Detail Workshop.
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Diatom De-Science

One of the most complex and articulated research projects developed in the HDL is
Diatom De-Science, the result of a two-way collaboration between three research units
in biology, design, and physics. The study, which involved scientific research activities,
design experimentation, technological innovation, and exhibition, was initiated in
2009 with the project “Photonics and Micromechanical Properties of Diatoms,” funded
by the FIRB program, as part of the Futuro in Ricerca call promoted by the MIUR
(Ministry of Education, University and Research). The main objective of the research
was to investigate the relationship between the optical, structural, and morphologi-
cal characteristics of diatoms, single-celled microalgae that produce oxygen through
photosynthesis.12

The collaboration among the involved researchers continued even after the comple-
tion of the funded project and is still ongoing. It has also involved young researchers
such as Valentina Perricone and Gabriele Pontillo. Diatoms are ancient single-celled
microalgae, known since the Lower Cretaceous period, with sizes ranging from 10
to 200 μm. They play a crucial ecological role as they contribute to carbon dioxide
absorption and oxygen production through photosynthesis. They represent an impor-
tant example of biodiversity, with over 200,000 different species found in nature.
They occur in both freshwater and saltwater environments and significantly contri-
bute to the food chain. Diatoms consist of shells called frustules, which are generated
by extracting silicon from the water and characterized by morphologically complex
porous ornamentations that seem to have optical, micromechanical, and hydraulic
functionalities.

The evolution of microscopy and other imaging investigation tools now allows for a
more defined visualization of the details of the perforated, ribbed, and layered struc-
tures of the frustules, providing insights into their functional motivations.

Throughout the project, these microorganisms, so small yet valuable for the envi-
ronment, have proven to be ideal models for describing the potential of biomimetic
approaches. Stratifications, hierarchical porosity, interlocking, self-organization, and
adaptability to changing conditions are the result of a long evolutionary history from
which design can draw by collaborating with biologists to derive innovative design
strategies and solutions.

The Photonics and micromechanical properties of diatoms research provided a


valuable opportunity to experiment with the biomimetic methodology developed in
the HDL and test it in different fields of application. This collaboration can be descri-
bed as two-way, multicenter, and cyclical since designers, through their modeling and
interpretation skills, assisted scientists in reaching new knowledge, while scientists
helped designers gain inspiration from this knowledge to design innovative and sustai-
nable products that translate biological research into useful artifacts for people’s lives.
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ISBN978-65-5550-222-0

In the first phase of the research, starting from the dimensional and geometric data obtained
from Scanning Electron Microscopy (SEM) images by biologists coordinated by Mario De Stefano,
designers developed three-dimensional digital models of some diatom species using parame-
tric software to capture the complexity of morphologies and ornamentation details.
These 3D models were then used in digital simulations of photonics and mechanics to unders-
tand how frustule morphologies and the arrangement of porosities influence the focusing
and propagation of light radiation for photosynthesis (De Tommasi et al., 2014), as well as the
mechanical-structural and hydrodynamic functioning. Designers worked alongside physicists
and biologists in these simulation and data interpretation activities, employing their modeling
skills and functional understanding of objects to deduce the functional motivations of the
forms from instrumental morphological analyses.

The digital models were also used to create physical models through additive 3D printing
processes, allowing for the observation of morphological and structural details and qualities of
microorganisms that are invisible to the naked eye but visible at a larger scale. The
three-dimensional prints proved particularly useful in educational activities to illustrate the
characteristics and details of diatoms to biology, physics, engineering, and design students.

The knowledge derived through this interdisciplinary collaboration on the correspondences


between morphologies and biological functions was ultimately translated, using a biomimetic
approach, into the development of design concepts, projects, and prototypes. Methodological
tools such as the hybrid transfer matrix were employed to facilitate collaboration between
biologists, designers, physicists, and engineers. This matrix established relationships between
the biological characteristics of different diatom species (interlocking, porous structure, colony
organization, frustule morphology) and their corresponding functionalities (connection, modula-
rity, light focusing, filtering, locomotion, structural optimization, reproduction), as well as certain
design requirements, to identify analogies between diatoms and artifacts upon which to build
innovative concepts. In design experiments conducted in various fields of application such as
urban furniture, food design, light design, and furniture, the most suitable diatom species to be
used as nature models were selected based on the correlations that emerged from the matrix.

One of the early projects developed during the research was Edo, a photovoltaic canopy
inspired by the processes through which the diatom Licmophora flabellata harnesses energy
from the sun for photosynthesis. This pennate diatom aggregates into colonies with a unique
fan-shaped form to ensure that all individuals absorb as much sunlight as possible without sha-
ding each other. The functional analogy between diatoms and solar panels led to the design of
a solar canopy consisting of fan-shaped photovoltaic elements, providing shade during the day,
illumination at night, energy for charging portable devices, and information on environmental
data of the installation site to raise awareness among people about their potential contribution
to reducing air pollution. The image Back to the future, comparing Edo with an SEM image of
its biomimetic reference produced by De Stefano, was awarded an honorable mention in the
Illustration category at The Best Image of the Year 2009 competition, sponsored by the Science
and the National Science Foundation magazine.

At the end of the FIRB research project, after developing prototypes of design products inspired
by the characteristics of the diatoms investigated in the project, it was decided to extend the
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230
ISBN978-65-5550-222-0

research findings concerning the new knowledge gained about these precious orga-
nisms and their biomimetic potential beyond the academic context. This was done to
amplify their impact by involving other artists, designers, architects, graphic designers,
musicians, scientists, and communicators from Italy and abroad. To achieve this goal,
an exhibition titled Diatom De-Science. Intersection between Design and Science was
organized and held from July 11th to 29th, 2014, at Città della Scienza, the science
museum in Naples. The exhibition was curated by Carla Langella, Francesco dell’Aglio,
and Giulia Scalera.

The selection of participants for the exhibition was done through a call for submis-
sions, which included a presentation where the new scientific knowledge acquired
during the research was filtered through a meta-projectual language and appropriate
visual representation for the creative contexts they addressed. The aim was to illus-
trate the main transferable properties of diatoms to the design field.

The exhibition featured around 50 Italian and international designers, artists, and
scientists. The curators of the exhibition closely followed the development of their
projects, ensuring their coherence with the interpreted scientific knowledge and facili-
tating interdisciplinary encounters around individual concepts.

Many of the exhibited products were realized with the support and collaboration
of partner companies interested in the innovation potential of diatom research for
their own productions. The selection of producers favored companies characteri-
zed by high-quality know-how, a Made in Italy connotation, and a pressing need for
innovation. Several products entered the catalogs of the companies and artisans
who contributed to their development. The exhibited projects were cataloged based
on the biological characteristics and functionalities of the diatoms that inspired the
designers: reproduction, colony organization, bioluminescence, porosity and filtering,
structural optimization, morphology and texture, interlocking and connections.

The exhibition was conceived as an experience rich in aesthetic and sensory stimuli,
allowing visitors to experientially appreciate the multiple qualities of diatoms, unders-
tand their environmental value, and grasp their biomimetic potential for the develop-
ment of new products and technological innovations.

Exhibition Diatom
De-Science. Intersections
between Design and Science.
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Level System,
consisting of molds
for slip casting
ceramics and cera-
mic vases, designed
by the collective
Gradosei (Chiara
Pellicano, Edoardo
Giammarioli,
Fabrizio Giuseppe
Mistretta Gisone,
Daniele Barbiero,
Renzo Carriero)
in collaboration
with Francesco
Dell’Aglio and
Lithho Ceramic
Italy.

In the category of projects inspired by the modes of reproduction, there is the Level
System, consisting of molds for slip casting ceramics and ceramic vases, designed by
the collective Gradosei (Chiara Pellicano, Edoardo Giammarioli, Fabrizio Mistretta
Gisone, Daniele Barbiero, Renzo Carriero) in collaboration with Francesco Dell’Aglio
and Lithho Ceramic Italy. The project concept draws inspiration from the asexual
reproduction through binary fission of diatoms, which commonly employ this type
of reproduction to reduce energy expenditure compared to sexual reproduction.
This form of optimization has been translated into a molding model capable of
reducing the number of molds to be produced and, consequently, the total cost. The
expenditure dedicated to mold production generally constitutes the most signifi-
cant item in ceramic production and, therefore, the most resistant factor to product
innovation. Inspired by the reproductive process of diatoms, a system of different
half-molds (resembling valves) has been conceived, characterized by different tex-
tures inspired by various diatom species, which can be combined to create multiple
combinations. With a limited number of molds, the company has the possibility to
offer a wide repertoire of asymmetric vases obtained from different combinatory
arrangements, saving on mold production costs. An additional element of innova-
tion and cost reduction was introduced by using 3D printing in mold production,
resulting in the ability to create infinite variants with even complex details.

Another project in this category is the Diatomic Tables system, designed by Laru,
which is inspired by the way diatoms associate in colonies. The tabletops, con-
ceived in various radial and longitudinal shapes resembling centric and pennate
diatoms, are made of plexiglass sheets onto which diatom ornamentations derived
from microscope images have been digitally printed.

Many artists and designers have been inspired by the photoluminescence observed
by biologists and physicists in diatoms using specific microscopes under specific
environmental conditions. An example of this is the luminescent jewelry such as
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ISBN978-65-5550-222-0

The Diatomic
Tables system,
designed by Laru.

the Joyas del mar collar, designed and created by artist Silvia Beccaria. It is
made of photoluminescent PVC rubber, handwoven with nylon, and emits
a green light in the dark.

The porosity of diatoms has been observed from various perspectives: as a


useful quality in filtering light, water, or air, and as a strategy for lighte-
ning and optimizing structures.

Among the projects inspired by the hierarchical porosity of diatoms is the


development of new expanded materials. These materials were created
in the chemistry laboratory of the Hypucem company, a spin-off of CNR,
by designer Enza Migliore during her doctoral research. Using one of the
newly developed materials, a ceramic foam based on silicon, the designer
created the Diaphanea lamp by depositing differentiated layers of foam
inside glass spherical diffusers. The hierarchical porosity of the foam
filters the light emitted by an LED source, reducing glare and providing
differentiated aesthetic and perceptual qualities. Similar to nature, in this
project, the designer integrates the objects and their qualities, from the
scale of the material to the interaction with light and the environment.

Another project focused on material study is the DIA_Paper Experiment,


a packaging design for a single fruit created by Mara Rossi. The goal was
to propose a solution to safeguard the integrity and freshness of the fruit
when carried in a bag for consumption outside the home. The fruit holder
was made with an experimentally obtained paper that includes diatomite,
a fossil residue of diatoms. This gives the paper the ability to absorb subs-
tances that contribute to the fruit’s degradation process, keeping it intact
for several days.

The shape of the packaging was obtained using an origami folding techni-
que, which provides stiffness to the paper to mechanically protect the fruit
during transportation.
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ISBN978-65-5550-222-0

Left: Coscinodiscus
Filter, a univer-
sal cap desig-
ned by Angela
Giambattista.

Right: GlòSSA, a
nutraceutical candy
designed by Serena
Fedele.

Among the projects inspired by porosity, another proposal is the Coscinodiscus


Filter, a universal cap designed by Angela Giambattista to be applied to common
PET water bottles for promoting their reuse with drinkable water. The cap contains
diatomite, which has the ability to purify water, and is inspired by the selective
filtering capacity of diatoms in their natural habitat.

The GlòSSA candy, designed by Serena Fedele, is characterized by a porous micros-


tructure inspired by the hierarchical porosity of diatoms. It contains nutraceutical
ingredients that serve as substitutes for dietary supplements. GlòSSA can be consu-
med in two ways: as a candy that gradually releases its beneficial components during
chewing, thanks to the controlled porosity, or as a portable tea pocket that can be
dissolved in hot or cold water. The candy is made of a composite material consisting
of a matrix of chitosan, xanthan gum, fructose, and malt, with an infusion of petals,
pollen, seeds, and fragments of natural roots that possess specific antioxidant,
immunostimulant, anti-inflammatory, and detoxifying properties.

Porosity has also been interpreted as a strategy for structural optimization. The
Diatom Helmet, designed for an exhibition by Paula Studio (Valerio Ciampicacigli
and Simone Bartolucci), aims to enhance the performance of a sports helmet
by imitating the layered and honeycomb-like structure of diatom cell walls. This
design reduces weight, improves breathability, and absorbs impact energy. The hel-
met consists of three layers made of different 3D-printed materials, joined together
by a border rib that structurally integrates the layers, similar to the median girdle
of diatoms. The 3D algorithmic modeling was carried out by Antonio Gagliardi from
the FabLab Makeinbo in Bologna.

The Scraps bracelets designed by B/verse (Giacomo Cesaro, Antonia Auletta) and
created through 3D printing offer a vision of contemporary jewelry that is substan-
tial in size yet lightweight and comfortable. They are inspired by the morphological
complexity of diatom colonies and their structural optimization.
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The Diatom The Palato plates, designed by Giulia Scalera and Antonio Iodice, and
Helmet, a bicycle crafted in porcelain in collaboration with the Anna Maglio laboratory, fea-
helmet desig-
ture engraved textures inspired by diatom ornamentation. These textures
ned by Paula
embrace the liquid parts of food, draining them while simultaneously
Studio (Valerio
Ciampicacigli and creating ever-changing geometric patterns as a background.
Simone Bartolucci),
features 3D algo- Even the connections found in diatoms, which link the valves or indivi-
rithmic mode- duals to form colonies, serve as a valuable source of biomimetic inspira-
ling, overseen by
tion. The APEX glasses, designed by Antonio Iadarola, Nicola Di Costanzo,
Antonio Gagliardi
and Theresa Williams, and 3D-printed, adapt to facial morphologies
from the FabLab
Makeinbo in through movable interlocking mechanisms inspired by diatoms.
Bologna.
The exhibition also included an area dedicated to videos and interactive
exhibits. The video created by Marialuisa Firpo, titled DiaSoundText-Trame
Visionore, connects sounds and colors to the rhythms and harmonies
of diatom forms and ornaments. By analyzing various types of diatom
textures within their morphological structures, five distinct textures were
selected based on their visual signs, frequencies, and repetitions. Each cho-
sen texture was associated with a sound, a rhythm, and a frequency. The
author’s voice produced individual sounds, which were then mixed into a
single track—a harmonic composition—integrated with an animation of
vector signs evoking the original forms.

The interactive installation called Brainzoom, created by Francesco


Sacerdoti and Enrico Esposito, with contributions from Nicola Esposito and
Matilde Merciai for the design aspect, allows users to visualize a diatom
at various dimensional scales through a brain interaction system based
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on a helmet equipped with sensors capable of reading certain brain waves. By


concentrating their mind, users can increase the scale to observe nanometric
details of the diatom. The zooming in and out is achieved through a gradual
transition of images provided by researcher Principia Dardano from CNR, which
are processed using microscopes with varying resolution capabilities. The design
of the helmet also pays attention to ergonomics, imitating the attachment
methods of diatoms to ensure the correct and quick placement of the sensors
and the functional arrangement of voids and frustule ribs to reduce its weight.

The interactive installation titled Semotility, designed and created by Antonio


Grillo and Filippo Sessa from FabLab Napoli, allows users to manipulate, move,
enlarge, and reduce the 3D models of diatoms using a gesture control system
employing leap motion technology. These models were developed by designers
Antonia Auletta and Giacomo Cesaro based on scanning electron microscope
(SEM) data produced by biologists during the FIRB research project for scientific
Bottom left: Interactive
simulations. Even the accompanying sound track of the exhibition is the result installation Brainzoom,
of a hybrid design process, as it was composed based on the optical characteris- created by Francesco
tics of diatoms by Edoardo De Tommasi, the coordinator of the optical physics Sacerdoti and Enrico
research unit. Esposito for the aspects
related to technology
and interaction, with
The goal of spreading the project’s results as widely as possible led to exporting
contributions from
selected fragments of the exhibition to various international showcases. Nicola Esposito and
Matilde Merciai for the
design.

On the right: Interactive


installation titled
Semotility, designed
and created by Antonio
Grillo and Filippo
Sessa from FabLab
Napoli, allows users
to manipulate, move,
enlarge, and reduce the
3D models of diatoms
using a gesture control
system that employs
leap motion technology.
These models were
developed by designers
Antonia Auletta and
Giacomo Cesaro based
on scanning electron
microscope (SEM) data
produced by biolo-
gists during the FIRB
research project for
scientific simulations.
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The described experience demonstrates how an interdisciplinary research project


funded by the Ministry of Education, University and Research can involve not only
the narrow scientific community reached through specialized publications but also a
much broader and diverse audience, amplifying the impact of research on society and
making it a widely shared body of knowledge.

New hybrid professional profiles

In light of these evolutionary scenarios and the complexity of design issues addressed
by biomimetics, the designer must be able to expand their scope of intervention with
broader technical and scientific skills, greater flexibility, knowledge of the scientific
method, a spirit of experimentation, and the ability to envision possibilities.

Schools and universities must adapt to new educational needs and aim to build new
hybrid professional profiles equipped with appropriate tools and skills to manage
interdisciplinary processes, anticipate potential futures driven by science, and
translate them into possible innovations. To this end, within the Bachelor’s Degree
Program in Design for Innovation offered by the Department of Architecture and
Industrial Design at the University of Campania “Luigi Vanvitelli,” a specific course
titled “Bioinnovation Design” has been developed to provide students with competen-
cies and methodological approaches that allow them to integrate design knowledge
with biological scientific knowledge and develop biomimetic artifact projects, from
scenario development to prototyping.

The course aims to provide students with critical and methodological tools to outline
strategies and forms of product innovation inspired by the biological sciences, refer-
ring to the intelligence of biological systems to define new generations of artifacts
that are more advanced in terms of sustainability (Vezzoli et al., 2017), optimization,
adaptability, and flexibility in response to changing needs, technologies, and con-
temporary lifestyles. Throughout the course, students learn to consult nature with
a scientific approach, going beyond formal imitation and drawing from the most
reliable and up-to-date specialized literature in the field. They also learn to explore
databases and specific search engines, seeking to appropriate the terminology and
methods used by scientists.

Education is the most effective vehicle for fostering the evolution of biomimetics and
ensuring the translation of a design trend into new productive methods that improve
people’s quality of life. The designers trained in these years will be the ones to drive this
transition and narrow the gap that still exists between human design and natural design.
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Case [1 & 2] +Design - Waste & Bio-Lighting Design

Case [3 & 4] Design for well-being & Designers in lab


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Case [5] Diatom de-science

Coordinators: Carla Langella, Francesco Dell’Aglio, Giulia Scalera

Case [6] Digital biomedical

Coordinators: Carla Langella, Gabriele Pontillo


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Case [7] Fare Luce

Coordinators: Carla Langella, Francesca Castanò, Maria D’Ambrosio


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Case [8] Hemp design

Coordinator: Carla Langella

Case [9] Mute Azioni

Coordinators: Mariella Poli, Carla Langella


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Case [10] Hybridism 1 & 2

Coordinators: Mariella Poli, Carla Langella, Patrizia Ranzo


BIONIKONLab FABNAT 14:
A Workshop between Nature,
Art and Technology

“Nulla Ars imitari sollertiam Naturae potest” (Cicero)

“Philosophy is written in this very great book that continually stands open before
our eyes (I say the universe), but it cannot be understood unless one first learns to
understand the language, and know the characters, in which it is written. It is written
in a mathematical language, and the characters are triangles, circles, and other
geometrical figures, without which it is impossible to humanely understand a word of
it; without these it is a vain wandering through a dark labyrinth.” (Galileo Galilei, The
Assayer, 5-10, 1623)

“Make your student attentive to the phenomena of nature, you will soon make him
curious; but, to feed his curiosity, never hasten to satisfy it. Put matters within his
grasp, and let him solve them. Let him know nothing because you have told him, but
because he has understood it himself; let him not learn science, but invent it.” (J.J.
Rousseau, The Emile, Book III, 2, 1762)

The Project

I am Massimo Lumini (1957) an architect, designer, Art and Design teacher


and free researcher in biomimicry and I started this educational project
around 1996. The BIONIKONLab & FABNAT14 laboratory is currently a
BIONIKONLab
maker-space located in Iglesias, a small town in Southwest Sardinia in
& FABNAT14
Italy, inside the Liceo Scientifico of an Institute of Higher Education (IIS
Presso IIS “G.Asproni” “G.Asproni” currently directed by Professor Daria Pisu) and its peculiarity
Loc.tà Su Pardu consists in the fact that here we experiment, together with young students
09016 – Iglesias -SU / Italia aged 14 to 16, a teaching model based on the design approach inspired by
cais01300v@istruzione.it bionics and biomimicry.

From its earliest beginnings, BIONIKONLab has been defined as “An


Direction and educational workshop between Nature, Art and Technology,” a learning
Educational Coordination environment with a strong constructivist pedagogical vocation, inspired by
Silvia Musa the places of artistic and artisanal production of “Renaissance quality,” in
which teacher and student are continuously involved in an experiential fee-
Scientific Coordination dback between theory and practice, processes of ideation, experimentation,
Massimo Lumini design and construction, in which doing in order to understand replaces
m.lumini57@gmail.com the passive and prepackaged knowledge of the frontal lecture.(1)
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The basic idea that guided this original didactic experimentation, unique
in the scholastic educational context of the Italian panorama, was to graft
onto the typical didactic curriculum of “Drawing and History of Art” of a
Scientific High School Institution a very valuable wealth of knowledge and
operational methodologies of bionic cut, experimented through collabora-
tion in IED-Cagliari at the Department of “Design for Crafts” founded and
directed by Prof. Carmelo Di Bartolo.(2)

Thanks to several visits conducted between 1987 and 1992 in the IED-Milan
office, I was able to get to know and metabolize in my teaching and profes-
sional work, his unprecedented approach to problem-solving for industrial
design and environmental sustainability.
The space of the
BIONIKONLab & The educational process that Di Bartolo in his CRSN-CRIED was pioneering
FABNAT14 is orga- since the late 1970s with groups of students from all over the world, was
nized to accom- characterized by a mix of original study and work methodologies marked
modate CAD-CAM by basic design inspired by natural morphological analysis of cellular tissue
design and digital
samples, both plant and animal: seeds, plants, leaves, animal construc-
manufacturing
tions, burrows, nests and formal and functional structures found in living
and 3D printing
activities, allowing organisms in toto, combined with theories and applications of advanced
about 20 students solutions from the bionic discipline and the emerging bioarchitecture and
to organize freely theories of so-called light architecture.
in team-work.
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Over time, this transversal vision between Nature, Art and Technology has proven to be a win-
ning pedagogical and educational proposal, capable of promoting creativity and new know-
ledge and skills in the educational processes of the young students involved. Especially thanks
to the last ten years of intense research and promotion activities, the laboratory has achieved
a discrete thematic indexing in the biomimetic field and achieved an important institutional
vision on the web and initiated interesting collaborations, including at the international level,
positioning itself in the educational sector landscape as an educational experiment with inno-
vative characteristics.(3)

The functional layout


allows for work: on
individual or paired
CAD-CAM workstations,
on three “hub” islands
for six students assemb-
led in coworking, gathe-
red around a meeting
table for 10-12 students
in plenary meetings,
and at various stations
with printers, digital
microscopes, and work
tables for modeling and
other manual and cons-
truction activities.
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BIONIKONLab & FABNAT14 collaborate with external entities such as the School of
Education of OIC-Ordine Ingegneri di Cagliari, Ass. APS-ETS Academia Terra or CRS4-
Center for Research, Development and Advanced Studies in Sardinia, creating events
and formats of technical-scientific popularization or biomimetic design workshops
and are very active in participating in initiatives such as regional technological
Makeathons, educational workshops for various Science Festivals, Cultural and Literary
Festivals and other proposals with a social promotion character

Biomimicry Workshop, 2017-2018

“Water and environmental management inspired by desert plants and marine aquatic
animals” with architects and engineers at the OIC-Ordine Ingegneri di Cagliari Training
School. The design theme was about water management in succulent and succulent
plants, and designers had to create ideas inspired by the solutions adopted by Cactaceae,
Fenestraria, Welwitschia mirabilis, Cotula fallax and other interesting plants from arid
climates. Young students from the lab, trained for years in biomimetic problem-solving,
assisted the teams of engineers and architects in the various design stages.
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The cornerstones of the training process involve students’ attainment of the following
knowledge/competencies:

• AUTONOMY OF THOUGHT AND RESPONSIBILITY FOR RESEARCH

The student is helped to perceive his or her personal learning as an active, open-ended and
always in-progress (working progress) process. We work together to transform the traditional
tendentially passive and unmotivated role of the «student,» who sits, still and stuck on his or
her desk, uncritically replicating and «reprinting» the knowledge learned from the teacher
without coloring it with the nuances of a particular personal reworking. Our approach tends
to build a different, more active, conscious and responsible attitude, more typical of the
«researcher›s» mindset. A new role of one who takes upon himself the responsibility, but also
the fascination and satisfaction, of passionate study in the continuous discovery of original and
creative solutions to the problems of human life and the planet.
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• TRANSVERSALITY

From the perspective of intellectual development, in the lecture-workshops that take


place in BIONIKONLab & FABNAT14, an attempt is made to unite rather than divide
knowledge. Problems are analyzed through conceptual map constructions, in which
stimuli from all fields of knowledge converge, brought together to succeed in contami-
nating in an analogical and creative way the different school curricular areas, separa-
ted by timetable and programs: Science, Physics, Mathematics, Geometry, Chemistry
but also Art and Philosophy are brought into play in order to succeed in drawing an
organic and dynamically evolving conceptual map, which gives a possible sense to the
enormous complexity of contemporary episteme and praxis. The ability to be able to
traverse and navigate among so many fields of human knowledge should not be con-
fused with a kind of Omniscience. It is about training oneself in uninhibited learning,
able to explore the new without preconceptions and prejudicial occlusions in order to
help build in students a “well-made head (E.Morin 2000),” helping them to consider
things intimately joined together by invisible threads of meanings, cross-references
and analogies, observing them at 360 degrees. It is necessary to learn how to ask the
right questions to the various expertise, different and complementary disciplinary
approaches, finally practicing the effective art of analogical and creative transfer.
Common cipher that binds all these cognitive fields together is the pedagogical goal
of developing in the student a systemic vision of human making and its socio-environ-
mental impact that falls on the local and global ecosystem.
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• PROBLEM-SOLVING

The student, unceasingly, through creative incubation techniques such as brainstorming or


synectics is immersed in a learning environment that tends to problematize reality and let stu-
dents experiment with and make their own solution methods through the continuous exercise
of creative thinking, which is naturally introduced in their own research school work. Training
in these techniques of lateralization of creative thinking helps students to recognize the new,
not to fight it in its emergence, and to develop original strategies, which are useful when
dealing with solutions related to needs or the elaboration of design concepts, knowing how to
decline them in the different contexts of Problem-setting and Problem-solving. Learning how
to correctly pose problem-setting issues, how to put them on the table for analysis and dis-
cussion, is also not something that can be taken for granted and is of great help in building a
creative and problem-solving attitude in young people.
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• TEAM-WORK

Students constantly work in groups to sharpen their sharing and mediation skills, to
open the armor of student-monad, to help each other overcome the difficulties and
tensions that arise in the dynamics of integration in a peer group (negative competi-
tion, envy, resentment, pessimism, negative thinking, lack of clarity of roles and skills
and competencies), succeeding in overcoming their own communication difficulties
and experiencing the positive energy typical of a well-motivated and coordinated
professional team-work to achieve a goal (research target).

• COMMUNICATION

Everyone needs to learn the techniques of textual and image communication in order
to be able to correctly and as clearly as possible convey their ideas, first to themselves
and then to others. The basics of graphic design are learned, which is fundamental to
learning techniques for effectively representing one’s results, developing the correct
creative skills and technical abilities to know how to handle different communication
environments: analog, media and digital: text, images, video, audio, construction
models, CAD models and 3D printing. Fundamental is the experimentation with basic
design strategies that are necessary for the creation and management of pitches,
PowerPoint, teaching handouts, work and research plans, functional layouts for educa-
tional exhibits, timelines for workshops and more.
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Gaining the knowledge that the fruit of one’s own thoughtful and reworked work can constitute
a research database and documentary material for development for future research, instead
of ending up with a stamped paper band inside a locker destined never to be read again after
correction by anyone and to be burned after five years of storage in some dark, stale and dusty
school warehouse, gives the young high school junior a feeling of usefulness and necessity. One’s
own thought, small as it may be, is a drop in the ocean of creative flow, and over the years the
archives of senior work constitute invaluable materials for new elaborations by juniors. I have
always believed that it was better for one of my students, to grow in the school having the clear
conviction and awareness of being part of an organic process, a design ecosystem, of an ever-
-evolving database, where study and research do not turn out to be an end in themselves and
a mere grade, but vice versa tools for the creation of a special place, to be shared and grown
through one’s own valuable contribution.

• MANUAL CONSTRUCTION SKILLS

“Digital natives,” accustomed from a very young age to mashing keys and touching glass
surfaces to execute digital commands, are undergoing a negative process of de-evolution by
gradually losing the fundamental experience of tactility and fine motility of the body and espe-
cially of the hands and their brain coordination with vision and other cognitive areas. A great
many students are increasingly suffering from learning disabilities and attention disorders in
a worrisome way. Through Basic-Design experiments, they are initiated by the teacher to put
their psychomotor skills to work in the difficulties of hand-building increasingly complex
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models, involving themselves in a process of manual and intellectual learning of the


foundational design methods for understanding the products of natural technology
and human artificial technology, considering them both as “light structures” (Frei
Otto). Learning and experiencing skills in manual drawing, manipulation of light-
weight materials such as paper, cardboard, wood, and metals to learn techniques for
constructing lightweight models useful for structural, form and function verifications
is a true medicine of body and mind
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• CREATIVE DIGITAL TECHNOLOGY

Over time, starting in 2014, BIONIKONLab has been equipped with a makers pace - the
FABNAT14 - and students have begun training in CAD-CAM design and the use of 3D printers
and other digital manufacturing technologies, to make their backgrounds and knowledge
increasingly adherent to contemporary developments; manual skills continue to be practiced
through basic design, but are “ enhanced “ by the digital and rapid prototyping component.
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“Poor” and recycled materials such as packing cardboard and


others are widely used in the construction of our working models
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METHODOLOGY

• Use of problem-setting and problem-solving phase, of brainstorming sessions and


symplectic techniques to exercise students in developing collaborative and shared
creative processes and defining original approaches to design;

• Observation of organic specimens from life, also using digital tools such as optical
and digital microscopes, additional lenses to make the optics of cell phone and
tablet cameras more powerful, so as to make them effective tools for forging
visual data on their study sample;

• Bionic and biomimetic drawing from life, building on Leonardo da Vinci’s style of
careful biophilic observation, as found in the visual notes of his various Codices;

• Lightweight model building and since 2014, with the introduction of 3D printing,
CAD-CAM design and rapid prototyping;

• Creation of biomimetic design concepts and their communication;

• Participation in science popularization projects, contests and training projects.(5)


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CAD and Basic Design study


models, inspired by the morpho-
logy of lepidopteran eggs.
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PROJECT ‘EMERGENCY 2020

NECESSITY, CREATIVITY AND BIOMIMICRY IN THE TIME OF COVID19

The very difficult condition that the tremendous COVID19 pandemic has imposed on
global societies has had a severe fallout on the educational world. Millions of teachers
and students in every nation found themselves, within a very short time, having to
face and manage one of the worst social and cultural emergencies of the century,
reinventing in a digital “distance” dimension (DAD) all social and community aspects
of school life.

The laboratory activity of BIONIKONLab & FABNAT14 suffered a traumatic total


interruption, just as extremely interesting projects were being developed such as, for
example, “In@ble. Prosthetics and Open-Source Assisted Technologies.

On several occasions, starting in March 2020, our activities suffered continuous


pauses and restarts creating a very frustrating discontinuity of work; but in spite of
everything, thanks nonetheless to the positive opportunities offered by DAD (Distance
Learning) we reacted by trying to make the most of its best functional aspects such as
the ease of sharing meetings by groups and subgroups, producing digital materials
and easily sharing them among users through the network, being able to easily orga-
nize video-meetings at every hour and quickly connecting users far apart with each
other in interactive modes.

In addition, DAD has allowed the organization of in-depth thematic groups such as for
example, basic literacy courses in the use of CAD software such as Rhinoceros, going
on to create an atmosphere of community and positive professional complicity and
intimacy, which sometimes, in the school in attendance, is not easy to implement.
School work has been severely impaired by restrictions on attending lab spaces, and
this has prevented us from applying ourselves to model building and the use of 3D
printing machines but has been enhanced on the design processing front.
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In particular, I found the results of an integrated design involving all of the two-year
groups very interesting. The concept was called “EMERGENCY 2020.” The project was
planned as a joint activity for the two second-year classes divided into several Design
Units composed of a pair of students who partnered freely with each other.

I gave each Unit a problem-setting sheet, in which the characteristics of a serious envi-
ronmental emergency scenario were simulated, inspired by the news reports concer-
ning the effects of climate change on the planet and other disasters caused by human
action strongly impacting human communities, such as floods, earthquakes, severe
fires, radioactive fallout, etc. Students were proposed the highlighting of a main
need to be confronted with by design, arriving at the conception of a design concept
(creation of a technological human-environment interface) inspired by biomimetic
solutions.

They were required to document the characteristics of their scenario (check-list)


and, using the system of analogies in accordance with the operating methods of the
biomimetic design approach methodology, they were to research one or more models
of natural technology useful for inspiring sustainable solutions. The whole process of
analysis, research, ideation and design was to be composed in a final Powerpoint-type
presentation.

The first classes, on the other hand, focused on analyzing the human and social emer-
gencies present in refugee camps around the world that gather millions of humans
in the most insecure living conditions due to conflict, ethnic cleansing and environ-
mental disasters. Through biomimetic analysis they were asked to propose environ-
mentally sustainable solutions to problems related to shelter infrastructure (housing),
water supply, waste disposal, lack of space for aggregative and social life, education,
health, etc. Some of the most significant solutions proposed by students are presented
in the photo documentation.
BIONIKONLab FABNAT 14
260
ISBN 978-65-5550-222-0
BIONIKONLab FABNAT 14
261
ISBN 978-65-5550-222-0

Alcuni esempi di concept studiati dagli


studenti (14-15 anni).
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262
ISBN 978-65-5550-222-0

MAKEATHON 2020/2021

Sardinia is a beautiful island, located in the heart of the Mediterranean, an archaic


and mysterious place with a thousand social, cultural and economic contradictions.

It has areas of serious economic and social underdevelopment and entire areas
destined for problematic military servitudes that irreparably disfigure its ecosystems,
but on the other hand it guards environmental, cultural, archaeological and anthro-
pological heritages and resources of exceptional magnitude that are often not fully
exploited, however.

Over time, then, it has given extraordinary examples of techno-scientific foresight and
creativity in some strategic areas related to digital development.

For example, CRS4-Center for Research Development and Advanced Studies in Sardinia
located in the Technology Park wanted by Nobel Rubbia in Pula in the course of its
history has distinguished itself for some Internet-related precedents: it created in
August 1993 the first Italian website(www.crs4. it), helped create in 1994 the first
European web-based newspaper (L’Unione sarda) and one of the first Internet Service
Providers (Video On Line).

Currently, many investments are being directed for technological and scientific inno-
vation, and BionikonLab&FABNAT14 are realities that have been able to create their
own space of credibility in the regional technological context, due to the ammount
of projects dissemination, participation in industry events and more. For this reason,
when the first Sardinian Makeathon was held in Sardinia in December 2020, we were
invited to participate. (https://www.lanuovasar- degna.it/region/2020/12/12/news/
at-scientific-of-iglesias-the-makeathon-award-1.39654397)

We were the only school present out of a number of participants belonging to profes-
sional realities, FABLAB also national, digital professionals, IT sector and innovation in
general. We participated with two teams composed of the following teachers:

• Massimo Lumini: team leader and coordination of biomimetic research and


development;

• Silvia Musa: design and light modeling manager;

• Emanuela Manconi: CAD-CAM expert and design methodology;

• And by the very young students/designers (15 - 16 years old) Elisa Chighine,
Aurora Contu, Leonardo Cuccu, Michele Di Romano, Paolo Granella,
Francesco Matzei, Carlo Saiu e Francesco Soddu.
BIONIKONLab FABNAT 14
263
ISBN 978-65-5550-222-0

The Makeathon contest called for teams to design and prototype, using 3D printing,
an original concept thought to contribute to design solutions for post-Covid19 issues
through a three-day technology marathon from December 3 to 5, 2020.

HEADillo

It is a design for a kind of helmet-bioshelter, designed to create an individual micro-


-environment protected from potentially COVID19-infected aerosols. This design is
applicable in the seats of airliners and public transportation in general. The biomime-
tic inspiration comes from the observation and analysis of the very special exoskeleton
of Armadillidium vulgare, a small terrestrial crustacean that can enclose itself in a
kind of ball in case of danger, through chitinous plates hinged together. The discovery
of this morphological and functional peculiarity generated a bioinspired idea to create
a safety cap with seals and graphene air purification filters.
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264
ISBN 978-65-5550-222-0

In our projects
there is always
a component of
attention to the
issues of environ-
mental sustaina-
bility, renewable
energy and resour-
ces of the economy
and the planet,
to educate the
new generations
in a systemic and
solution-oriented
eco-friendly vision.
A experiência da fusão
da Engenharia e do Design da
Faculdade de Engenharia da UP

Curso MDIP (Mestrado em Design Industrial e de Produto). Parceria da


Faculdade de Belas Artes e Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto. Neste curso (MDIP), têm sido realizados projetos em parceria com
empresas no âmbito das Unidades Curriculares (UCs):

1. Projeto Design
2. Projeto Design Industrial
3. Projeto Design de Produto

E da UC Projeto/Dissertação/Estágio. O curso tem também a colaboração


do DesignStudio FEUP, que tem competências na área da engenharia
mecânica e design industrial, que lhe permite o desenvolvimento de
projetos em colaboração com empresas, com particular ênfase na área
do design, no sentido de atribuir aos mesmos a possibilidade de virem a
ser implementados na prática.

Jorge Lino é Diretor do Mestrado em Design Industrial e de Produto


(MDIP), juntamente com Rui Mendonça (FBAUP) e leciona as UCS
Jorge Lino
Materiais e Processos Tecnológicos, Gestão de Desenvolvimento de
Diretor do DESIGNSTUDIOFEUP Produto e é responsável pela UC Projeto/Dissertação/Estágio, orientando
Presidente da Sociedade diversas Teses.
Portuguesa de Materiais (SPM)
O MDIP conta com a colaboração ativa da Arquiteta Bárbara Rangel, que
Barbara Rangel leciona Projeto Design e Projeto Design Industrial, e com Lígia Lopes,
CONSTRUCT, Faculdade de que leciona Projeto Design Industrial e Gestão de Desenvolvimento
Engenharia da Universidade de Produto. Ambas as docentes orientam estudantes da UC Projeto/
do Porto Dissertação/Estágio.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
268
ISBN 978-65-5550-222-0

No Projecto de Design Industrial, os estudantes provenientes de várias origens, desde o


Design de Produto, Engenharia Mecânica, Arquitetura ou outros, são convidados a tra-
balhar em equipa e a apresentar uma solução para transformar os resíduos numa nova
matéria-prima no âmbito do referido projeto WWWyou. Juntos, têm de definir um con-
ceito comum e um plano experimental para estudar essa transformação, procurando
na literatura científica metodologias para encontrar o novo material. Só então, cada
um deles faz a sua própria proposta de concepção com o desafio de ter de produzir o
seu próprio protótipo com o equipamento disponível nos laboratórios, ou “inventar” o
seu próprio protótipo. Projetos bastante interessantes resultaram destas experiências
como chávenas feitas de pó de café, jóias feitas de escamas de peixe, lâmpadas feitas
de cascas de ovos ou vidro reciclado feito de CDW (Construction and Demolition Waste)
ou mesmo um banco público de escória de resíduos domésticos urbanos.

WWWyou é um projeto que foi desenvolvido no DESIGNSTUDIOFEUP no âmbito do


Mestrado em Design Industrial e de Produto que procura, através do design, definir
estratégias de transformação do desperdício em matéria prima para objetos a serem
produzidos por grupos sociais vulneráveis. Os produtos apresentados aqui foram
desenvolvidos pelos estudantes, utilizando desperdícios gerados pelas principais ativi-
dades da cidade, restaurantes, carpintarias, entre outras, para serem comercializados
e disponibilizados aos turistas. Além de conceberem o produto, produziram um protó-
tipo funcional, planearam o respetivo processo de fabrico e por vezes inventaram até
as ferramentas para os produzir. Com este exercício real, foi possível vivenciar em sala
de aula o quotidiano de um gabinete de design e duma pequena oficina.

De seguida apresentam-se alguns projetos desenvolvidos:

Projeto Hera
Empresa: Projeto académico de
Design Industrial FEUP
Autores: Alexandre Toffani,
Axel Lopez, Inesa Melnyk
Data: 2016
Materiais: Feltro
Tema: Criação de um sis-
tema acústico para cantinas
escolares

O projeto ERA cria condições acústicas melhoradas para espaços de cantinas escola-
res utilizando a estética e desenho das eras silvestres como ponto de partida estético
e funcional.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
269
ISBN 978-65-5550-222-0

Projeto ALGMA
Produto: Prato
Autores: Ana Cardoso, Ana Sousa,
Mónica Rocha, Rita Azevedo
Data: 2017
Materiais: Algas desidratadas, resina transparente
Tema: “MAR À MESA, ALMA PORTUGUESA”

Utilização da identidade de Matosinhos como uma cidade costeira com grande impor-
tância na cultura da gastronomia nacional para a criação de um serviço de pequenos
pratos que apoiam esse elemento de identidade da cidade utili- zando um resíduo
natural que não vê utilização nenhuma: As algas.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
270
ISBN 978-65-5550-222-0

Projeto OBO
Produto: Luminária
Autores: Adriana Fernandes, Rita Leite, Marta Francisco
Data: 2017
Materiais: Casca de ovo e HDPE
Tema: Luminária feita a partir dos desperdícios de casca de ovo da indústria alimentar

Metáfora entre o ovo como um elemento crucial na gastronomia nacional e de Matosinhos e o


desperdício de cascas de ovo que são geradas anualmente. Criação de uma luminária que dá
vida às cascas descartadas, devolvendo-lhes a sua forma e preciosidade interna: A luz como
vida.

Projeto Cinzé
Empresa: WE WON’T WASTE YOU
Autores: Eduardo Marques, Iorgos
Konstantinidis, Sebastián Rico e Tiago
Miranda
Data: 2018
Materiais: Borras de café, papel reciclado,
água, amido, vinagre
Tema: Cinzeiro portátil

Utilizando materiais biodegradáveis o grupo


criou um projeto que visa apoiar os festivais
da cidade de Matosinhos a terem um menor
impacto ambiental, criando um produto que
permite que os fumadores descartem as beatas
sem poluição ou descarte em via pública.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
271
ISBN 978-65-5550-222-0

CONCHAS
Autores: Ana Rodrigues, Bryan Pereira, Diana Gonçalves, João Leão, Juliana Peixoto
Data: 2018
Materiais: Cascas de marisco, conchas e outros desperdícios de marisco na restauração
Tema: Espremedor de limão e estrutura acústica para telemóvel

Utilizando a anatomia dos animais marinhos como ponto de partida o grupo criou dois objetos
utilizando o desperdício alimentar relacionado com o marisco como material. Surgem então um
espremedor de limão para utilização nos restaurantes e uma concha acústica para ampliar o
som do telemóvel.

Escamas Maré
Empresa: WE WON’T WASTE YOU
Autores: Ângela Oliveira, Leonor Teixeira,
Mariana Rascão, Marta Silva, Pedro Matos
Data: 2018
Materiais: Escamas de peixes, vidro fundido e
latão
Tema: Joalharia natural

Utilização das escamas, o que enfeita o peixe


e lhe traz a sua beleza prateada, como adorno
para o Humano numa transformação entre a
pele do animal e do utilizador.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
272
ISBN 978-65-5550-222-0

REEF
Empresa: PULLCAST - Door Hardware
Autores: Beatriz Coelho, Bruna Serpi, Erika Bonna
e Catarina Rocha
Data: 2018
Materiais: Latão
Tema: Biomimetismo das formas de corais e cava-
los marinhos para a criação de puxadores de luxo

Inspirado na anatomia dos corais e da fauna mari-


nha exótica, o grupo recriou as formas utilizando
a anatomia das mãos, fazendo uma ponte entre o
corpo humano e as formas naturais que existem
em ambientes marinhos.

LUZA
Autores: Catarina Rocha, Luiz Correa, Raquel Duarte, Ibon Lazcano
Data: 2018
Materiais: Sacos de plástico de supermercados (polietileno de baixa densidade) recolhidos
nas praias
Tema: Caixa para transporte de pérolas de sabão para a higiene da roupa de backpackers e
turistas caminheiros

Criada a pensar nas necessidades de uma nova tipologia de turismo - o camping- este pequeno
objeto permite reservar pérolas de sabão natural para a roupa, e ao mesmo tempo serve de
escova para facilitar as lavagens. As suas formas leves e naturais remetem o pensamento à vida
e natureza local, tendo como desenho claro as formas de um ouriço do mar, e nas cores o mar
turbulento de Matosinhos.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
273
ISBN 978-65-5550-222-0

BIOGEOMETRIC COLLECTION
Empresa: PULLCAST - Door Hardware
Autores: Adriano Pinho, Carolina Martins, Daniel Leal, Ilse Matus e Sara Cunha
Data: 2018
Materiais: Latão e resina epoxídica
Tema: Puxadores de portas para um mercado de luxo, inspirados nas formas dos minérios

A BIOGEOMETRIC COLLECTION surge da fusão entre as linhas orgânicas e geométricas. Aposta


na exploração natural, à semelhança dos outros modelos da marca, mas distingue-se pela
orientação depurada. Apresenta conceitos dicotómicos, sustentados nas estruturas natural-
mente geométricas da cristalização do bismuto. Sustenta-se, também, nos ciclos noturnos e
diurnos, apostando nos jogos de luz e sombra como fator de valor acrescentado. A luz traz
ingredientes únicos no panorama dos puxadores.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
274
ISBN 978-65-5550-222-0

HIMÉNIUS
Autores: Ana Luísa Rocha, Francisca
Fernandes, Gonzalo Garcia, Raphael Garcia,
Tânia Couto
Data:2018
Materiais: Latão
Tema: Biomimetismo das formas dos himé-
nios dos cogumelos na criação de puxadores
de luxo

Transpondo a delicadeza da flora silvestre dos


bosques para uma indústria de luxo que vive
de materiais metálicos, o grupo criou e adap-
tou as sinuosidades e concavidades naturais a
uma peça ergonômica e funcional.

Banco LIPOR
Empresa: LIPOR
Autores: Catarina Rocha, Erika Bona, Inês
Rodrigues, José Pisa, Rita Silva
Data: 2019
Materiais: Geopolimero (escória de resí-
duos urbanos, silicato de sódio) e lona de
publicidade.
Tema: Desenvolvimento de um banco para a
LIPOR a partir de resíduos sólidos urbanos.

Construção de equipamento urbano para o


Parque Aventura da LIPOR (Ermesinde) utili-
zando um novo material de construção feito
a partir da reciclagem das escórias resultantes
da queima de resíduos urbano utilizando
como ponto de partida as formas naturais e
ilusão de movimento, dando um novo valor
estético e funcional a um dos novos materiais
inovadores deste século.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
275
ISBN 978-65-5550-222-0

RE(ACT)
Empresa: Novibelo
Autores:
Data: 2019
Materiais: MDF, Tubo de inox polido, Vidro, Espelho, Fita Led (Sistema elétrico)
Tema: Mobiliário de luxo com inspiração natural

Re(act) nasce como uma linha de mobiliário residencial, que adquire aqui uma dimensão
conceptual, captando as potencialidades do material, tornando a sua rigidez numa fluidez,
quase como se o material fosse maleável e flexível, conectando dois lugares opostos, sendo que
um é a reação do outro, relacionando a funcionalidade com a provocação. O resultado é uma
linha que foge ao padrão da normalidade, através da escultura suave e sensível de material até
rígido e frio e que agora denota formas que convergem curvas e detalhes provocativos, e que o
acabamento de alto brilho lhe dá um acrescento no aspeto da plasticidade.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
276
ISBN 978-65-5550-222-0

Pérolas de Matosinhos
Empresa: WE WON’T WASTE YOU
Autores: Daniel Leal, Leonor Teixeira,
Marta Silva e Raquel Duarte
Data: 2019
Materiais: Plásticos reciclados
Tema: A Natureza é regenerativa
e transformadora

Os artefactos humanos raramente o são. As


ostras e outros bivalves criam pérolas no
seu interior a partir de partículas de “lixo”.
Seguindo este princípio, o projeto “Pérolas de
Matosinhos” pretende valorizar os mate-
riais descartados, elevando-os ao estatuto

de pérolas. Pretende-se, assim, desenvolver uma campanha que sensibiliza para curta vida da
maioria dos materiais do sistema económico atual, criando pequenas esferas, como pérolas,
constituídas por diferentes materiais. Este projeto é, também, uma panorâmica sobre o We
Won’t Waste You, dado que utiliza o conhecimento acerca de materiais, previamente desenvolvi-
dos, utilizando-os nas diferentes pérolas. As pérolas, com estéticas muito diversas e característi-
cas, podem ser adaptadas a diferentes brindes para o público-geral, como brincos ou marcado-
res de livro, ou para personalidades mais reconhecidas, com peças premium mais delicadas.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
277
ISBN 978-65-5550-222-0

4D Structures for rapid constructions


of shelter in crisis situations
Dissertação
Autores: Luísa Alice Costa Henriques
Data: 2019
Materiais: Ácido polilático (PLA) e polímeros com
memória de forma (SMP).
Tema: Impressão em 4D de estruturas para abrigos
em situações de emergência

Estudo da aplicação de estruturas desenvolvidas


em impressão 4D, para situações de crise, visando
facilitar e acelerar o processo de montagem do
abrigo e substituindo assim as estruturas atualmente
utilizadas por uma estrutura que conste no “kit” de
emergência. Esta investigação apresenta uma revisão
sobre abrigos de emergência e sobre o processo de
impressão 3D e 4D, clarificando a sua definição e,
ainda, um caso de estudo demonstrativo do processo,
através da impressão com filamentos de memória de
forma. Tem modelo de utilidade registado.

Estudo da aplicação da
impressão 3D na produção
de estruturas que fomentam
o recrutamento de corais
Dissertação
Autores: Ilse Valenzuela Matus
Data: 2019/20
Materiais: Mistura de material cerâmico
e calcário moldada a partir de preformas
impressas em 3D.
Tema: Preservação da biodiversidade
marinha mediante a criação de estruturas
artificiais não invasivas que imite a compo-
sição natural dos recifes.

Criação de um recife artificial para incentivar o recrutamento natural dos corais juvenis e fomentar o
seu crescimento sustentável e eficiente, outorgando uma fonte de cálcio de sustento e ao mesmo tempo
entregando um novo espaço de refúgio para outras espécies circundantes. O estudo aborda o valor do
design como uma ferramenta para dar uma solução concreta frente a uma problemática emergente cau-
sada pelas alterações climáticas, utilizando o conhecimento científico adquirido nas áreas da biologia,
engenharia e design.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
278
ISBN 978-65-5550-222-0

Valorisation of recycled HDPE through the creation


of toys project WE WON’T WASTE YOU
Dissertação
Autores: Camelia Georgiana Butunoi
Data: 2019
Materiais: High-Density Polyethylene (HDPE)
Tema: Valorização de HDPE reciclado para a criação de brinquedos para o projeto
WE WON’T WASTE YOU

Criação de brinquedos de praia com HDPE reciclado. Matosinhos é conhecida pela


ampla praia que cobre o oeste da cidade. Além de ser uma área importante e emble-
mática, influencia o desenvolvimento económico local. No entanto, a quantidade de
lixo, principalmente plástico, encontrada na praia é visível e preocupante, e motivou a
equipa responsável a encontrar uma solução para os resíduos plásticos.

Estudo do material geopolimérico


resultante das escórias da queima
de resíduos urbanos agregado
com fibras recicladas e vidrado
de extrato de microalgas
Dissertação
Autores: Catarina Rocha
Data: 2019/20
Materiais: Geopolímero feito a partir da queima de resíduos urbanos, hidrogel e
microalgas
Tema: Criação de ladrilhos em geopolímero com vidrado de microalgas para puri-
ficação de ar nos centros urbanos

A dissertação pretende desenvolver um estudo sobre o material geopolimérico como


base para a construção de azulejos portugueses com vidrado de microalgas, de forma
a criar um produto com o objetivo de melhorar a qualidade do ar nos centros urbanos
enquanto utiliza um novo material de construção inovador e ecológico.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
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Estudo sobre um novo compósito feito a partir de


borra de café e PLA para aplicação na indústria
hoteleira e as suas possibilidades de design.
Dissertação
Autores: Vasco José Guimarães Canavarro
Data: 2016
Materiais: Borra de café, PLA (Poliácido Lático)

A dissertação foca o desperdício da indústria alimentar do café como uma possibilidade


para a criação de novos materiais ecologicamente viáveis. Para isso é realizado um estudo
sobre propriedades do material com agregação de PLA para a produção não só nas indústrias
atuais mas também para permitir um caminho de design mais alargado.
MORFOLAB - Investigación
en Biónica na Universidad
Pontificia Bolivariana

Introducción
Equipo de investigación: En el año 1997 se comenzó a gestar en Medellín-Colombia el Grupo de inves-
Phd. Andrés Valencia-Escobar, tigación en Biónica dentro la Facultad de Diseño Industrial de la Universidad
Phd. Alejandro Zuleta-Gil, Pontificia Bolivariana. Los fundadores fueron los arquitectos Luis Alfonso
Phd. Elsie María Arbeláez Ochoa, Ramírez, David Vanegas, Luis Sañudo, y los diseñadores industriales Fernando
Mg. Diana Urdinola Serna, Sierra y Lina Obregón. Esta última acababa de terminar sus estudios de posgrado
Mg. Paula Chacón Cifuentes, en Biónica y Diseño en el Instituto Europeo de Diseño de Milán, qué en ese enton-
Mg. David A. Torreblanca-Díaz, ces estaba bajo la dirección de Carmelo di Bartolo, e invita a los demás integran-
Mg. Ever Patiño Mazo tes que ya tenían experiencia investigativa en temáticas afines, a formar un grupo
de investigación donde el centro fuera responder a la pregunta: cómo aplicar
principios estructurales y formales de la naturaleza en el diseño y la arquitectura.
Auxiliares de investigación
(Morfolab):
El primer proyecto de investigación del grupo tuvo como objetivo construir
Simón Chinchilla Quiroz, las bases del grupo a partir de la redacción de un Manual de Biónica, donde
Juan Carlos Henao Celada, figuraban temas como: las estructuras de membrana, las estructuras infladas,
Andrés Herrera Arcila, las estructuras dinámicas, los plegados, la geometría, las estructuras geodésicas
Valeria Londoño Orozco, y la metodología biónica. Asimismo, y desde ese entonces, el grupo siempre ha
Juliana Vélez Patrouilleau, tenido el acompañamiento del Semillero de investigación Morfolab, que es un
José Manuel Agudelo Toro, espacio académico del pregrado de Diseño Industrial, cuyo objetivo es formar
Camila Aguirre Vásquez, Lauren a los estudiantes en competencias de indagación, análisis y síntesis de informa-
Abreu, Daniela Muñoz, Sara ción, mientras se apoyan los proyectos del grupo.
Peña, Manuela Roldan, Maria
Fernanda Zapata, Posteriormente, en el año 2004, como respuesta a las nuevas dinámicas de
Juan Diego Buriticá Marín, apoyo a la investigación en Colombia, la Facultad de Diseño Industrial decide
Carolina Cardona, conformar el Grupo de Investigación de Estudios en Diseño (GED) con cuatro
Mariana Betancur Sánchez y líneas de investigación. El Grupo de investigación en Biónica se reestructura
Valentina Cardona Echeverri, conceptualmente, y bajo la coordinación del Diseñador Industrial Ever Patiño y
Laura Vargas, Julio Zuluaga, en compañía del Ingeniero Andrés Valencia, pasa a ser la Línea de investigación
Julian Villa. en Morfología Experimental (LIME). Además del cambio administrativo, la Línea
MORFOLAB - Universidad Pontificia Bolivariana
282
ISBN 978-65-5550-222-0

cambia su perspectiva, para centrar sus estudios al concepto de la FORMA, enten-


dida como un material dotado de una estructura física, que puede ser intervenido,
explorado y controlado desde y por la tecnología natural y la humana, en busca de
soluciones que puedan ser utilizadas en el Diseño Industrial. En la actualidad la LIME
está conformada por investigadores con áreas de experticia diversa, como: ingeniería
mecánica, materiales, tecnologías de fabricación digital y diseño industrial que han
desarrollado una serie de proyectos de investigación que transitan entre los medios
analógicos y los medios digitales para la exploración de la FORMA, donde lo analógico
se instala con la experiencia directa y la relación entre FORMA (ver figura 1), mate-
rial, y proceso; y lo digital utiliza los nuevos avances tecnológicos, donde las ayudas
CAD, CAM, CAE (Computer Aided Design, Computer Aided Manufacturing y Computer
Aided Engineering) para facilitar el proceso creativo de búsqueda y conformación de
soluciones de diseño (ver figura 2). A su vez estos proyectos, están inscritos en lo que
marca actualmente la vanguardia en la formalización y materialización del proceso de
diseño de productos, como: los referentes naturales, el diseño algorítmico, la expe-
rimentación con tecnologías y el diseño de nuevos materiales y procesos (Valencia-
Escobar & Urdinola, 2016).

Fig. 1. Estructura participa-


tiva Biogénesis construía
en el Festival Internacional
de la Imagen en Manizales,
Colombia (2017), a partir de la
exploración analógica con un
algoritmo basado en el creci-
miento progresivo y diferencial
presente en el reino vegetal.
Diseño de Diana Urdinola,
David Torreblanca y Ever Patiño.
Fotografía: Ever Patiño.

Fig. 2. Impresión 3D por rayos


U.V del proyecto Texturas
bioinspiradas con tecnologías de
fabricación digital de la LIME.
Fotografía: David Torreblanca.
MORFOLAB - Universidad Pontificia Bolivariana
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Enfoque
Ahora bien, la LIME tiene tres escenarios de intervención en la Facultad de Diseño Industrial que
no son excluyentes, y en el cual participa todo el equipo de investigación (ver figura 3): (i) investi-
gación formativa en pregrado, (ii) investigación estricta para la generación de nuevo conocimiento,
e (iii) investigación aplicada para transferir el conocimiento al medio y generar impacto social
e industrial. En la investigación formativa en pregrado, la LIME está presente en los cursos de
proyecto y teoría dedicados al estudio de la FORMA, y los docentes a partir de los resultados de
investigación apoyan la formalización en todos los cursos de proyecto. Paralelo a los cursos, todos
los estudiantes de diseño interesados en la morfología y la experimentación formal, tienen la
oportunidad de ser parte del semillero de investigación Morlofab, que como se mencionó ante-
riormente, es un espacio extracurricular donde los estudiantes sin necesidad de asistir a los cursos
pueden desarrollar proyectos de investigación con la asesoría de la LIME.

Torreblanca-Diaz, Mg. Diana Urdinola Serna, Mg. Ever Patiño Mazo. Por otro lado, en la investi-
gación aplicada para transferir el conocimiento al medio y generar impacto social e industrial,
la LIME ha desarrollado diferentes proyectos en conjunto con otras líneas de investigación,

Fig. 3. Equipo de inves-


tigación de la LIME. De
izquierda a derecha:
Phd. Andrés Valencia-
Escobar, Phd. Alejandro
Zuleta-Gil, Mg. Paula
Chacón Cifuentes, Phd.
Elsie María Arbeláez
Ochoa, Mg. David

Fig. 4. Análisis de elemen-


tos finitos y marco defi-
nitivo del mejoramiento
funcional del marco para
BMX de la empresa GW.
Gráfico de la LIME y foto-
grafía cortesía de GW.
MORFOLAB - Universidad Pontificia Bolivariana
284
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otras universidades, instituciones culturales y la empresa privada. Por ejemplo, en la figura 4


se puede ver el resultado del proyecto de mejoramiento funcional del marco de BMX desarrol-
lado conjuntamente con el equipo de ingeniería de la empresa GW. Con el proyecto se logró
disminuir en un 10% el peso y aumentar en 12% la rigidez del marco, con el que se ganó una
medalla olímpica la deportista colombiana Mariana Pajón.

Por último, en la investigación estricta para la generación de nuevo conocimiento, la LIME ha


aprovechado su recorrido histórico y el área de experticia de sus investigadores para desarrollar
proyectos en diferentes temáticas: Biomimética y bioinspiración, form-finding, diseño de mate-
riales, diseño estructural, food design, fabricación digital, diseño paramétrico, y estructuras no
convencionales. Los casos que se van a mostrar más adelante tratarán de explorar las temáticas
estudiadas, con el ánimo de demostrar su aplicabilidad en el diseño industrial, y su relación con
el estudio de los principios y estrategias que se pueden encontrar en la naturaleza viva e inerte.

CASO 1 – BIOMECÁNICA / ANÁLISIS DE LOS PECIOLOS

El primer caso que se presentará de manera resumida relaciona la biomimética, el análisis


estructural y la FORMA, en un proyecto donde se estudiaron los peciolos para buscar insumos
que puedan ser utilizados para el diseño de sistemas estructurales, toda vez que su variedad es
muy alta. Dentro de todas las partes de una planta, los peciolos de las hojas, son los órganos
destinados a unir las hojas al tallo o a las ramas y por lo tanto a servir de soporte estructural
y medio de transporte de fluidos para las hojas. La responsabilidad estructural del peciolo
en una planta es altísima, casi tanto como la del tallo o las ramas. Una falla en esta parte le
representa a la planta la pérdida de su unidad fundamental de producción de energía y de
intercambio gaseoso (Valencia-Escobar & Urdinola, 2019).

Con el proyecto se conoció la configuración formal jerárquica del peciolo en varios niveles de
escala, y se entendió éste como el resultado de la adaptación a las condiciones cambiantes del
entorno para responder funcional y sistémicamente a las diferentes solicitaciones funcionales
a las que se ve sometido. Así mismo, el proyecto se basó en biomecánica vegetal que propone
utilizar los modelos analíticos desarrollados por la ingeniería para analizar las estructuras
vegetales (Valencia-Escobar & Urdinola, 2019).

CONFIGURACIÓN MACROSCÓPICA GLOBAL


En el primer nivel de jerárquico de escala se tomó el peciolo como una unidad estructural
sistémica o configuración macrocópica global (Valencia-Escobar, 2007). Desde este nivel
se puede decir, que en la sección transversal se evidencian dos componentes principales:
una cáscara exterior relativamente rígida llamado epidermis y un interior blando
configurado por un tejido vascular y uno fundamental (figura 5) (Taiz & Zeiger, 2015). Los
dos componentes están conformados por tejidos y sus características formales varían
por especie, por la posición que ocupen en la planta, su estado de desarrollo y por las
requisitos que le imponen el medio ambiente. (Valencia-Escobar & Urdinola, 2019).

A su vez, la sección transversal del peciolo presenta múltiples geometrías tanto en su períme-
tro externo como en la manera en que se distribuyen los tejidos en el interior. Como se ve en
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la figura 6, existen peciolos con sección epidérmica circular, ovalada, en U, tipo Fig. 5.
gota, triangular y combinada de las anteriores que dan como resultado formas a) Sección trans-
versal del peciolo
irregulares no simétricas. La forma de la sección del peciolo es relevante porque es
de Ravenala
la encargada de soportar los esfuerzos normales de tracción y compresión genera- madagascariensis.
dos por la flexión y los esfuerzos cortantes generados por la torsión, y se sabe que
b) Imagen micros-
no todas las geometrías se comportan de la misma manera ante estos esfuerzos
cópica que muestra
(Valencia-Escobar & Urdinola, 2019). los diferentes teji-
dos de la sección.
El proyecto también evidenció que el interior de la sección del peciolo también es
Fotografías:
fundamental, ya que el exceso de flexibilidad puede ocasionar fallas estructurales. Andrés
Por ello se deben vincular las propiedades del perímetro con la manera en que Valencia-Escobar.
los tejidos internos se ubican en la sección. Hay dos patrones generales para esta
ubicación: un relleno total o un relleno parcial (figura 7). Por otro lado, el peciolo
no es una estructura prismática regular, es decir, su sección transversal cambia con
respecto a su longitud, disminuyendo en tamaño y variando en forma desde la
Fig. 6. Diferentes
unión con el tronco hacia el extremo libre (Valencia-Escobar & Urdinola, 2019). Este geometrías de
aspecto se ha relacionado en algunos casos con una estrategia denominada resis- peciolo.
tencia constante, que implica que en una viga con sección transversal variable el Fotografías
valor de los esfuerzos sea siempre constante independientemente del punto en el de Andrés
que se mida, ya que se utiliza solo la cantidad de material necesario para soportar Valencia-Escobar.
el momento flector (Niklas, 1993).
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Fig. 6. Diferentes geome-


trías de peciolo.
Fotografía de Andrés
Valencia-Escobar.

Fig. 7.
a) Sección transversal
con relleno completo.
b) Sección transversal
con relleno parcial.
Fotografías de Andrés
Valencia-Escobar.

CONFIGURACIÓN MACROSCÓPICA LOCAL


En el segundo nivel jerárquico de escala o configuración macroscópica local, se
estudió cada uno de los subsistemas estructurales que componen el sistema global
(Valencia-Escobar, 2007). Se analizó la posición de los tejidos con respecto al eje cen-
troidal o al eje neutro de la sección transversal y las características formales y funcio-
nales de cada uno de ellos. Todos los tejidos vegetales están formados por agregados
de células que difieren en propiedades y morfología. La epidermis, tejido externo
que recubre el peciolo, se configura a partir de una capa continua de células que se
organiza bidimensionalmente y que tiene muy poco espacio intersticial, lo que hace
que el área de contacto entre las paredes celulares sea muy alta (Valencia-Escobar
& Urdinola, 2019). La epidermis contribuye con cerca del 70% de la rigidez total a
flexión mientras contribuye solo con entre un 5% y un 10% del peso total de la sección
transversal (Niklas, 1992). También se encuentran en esta zona de la sección ases
vasculares que incluyen xilema que transporta de agua y iones minerales y fibras de
esclerénquima lignificada es decir, fibras con células con paredes gruesas recubiertas
con lignina (ver figura 8) (Enos, Spatz & Speck, 2000).
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CONFIGURACIÓN MICROSCÓPICA LOCAL


En el tercer nivel jerárquico o configuración microscópica local se identificó cómo la
configuración microestructural de los materiales se relaciona con el sistema global Fig. 8. Corte de
(Valencia-Escobar, 2007). Al respecto se puede decir que la forma y el tamaño de las la epidermis de
un peciolo en el
células y la manera como se agrupan para configurar cada uno de los tejidos, defi-
que se evidencian
nen el desempeño estructural de estos y de las estructuras que con ellos se forman. las células que lo
Además de este aspecto, la composición química, el espesor y la nanoestructura de conforman.
las paredes celulares se presentan como elementos de análisis complementarios
Fotografía de
(Teeri, 2007). Las células pueden agruparse formalmente en patrones bidimensiona- Andrés Valencia.
les, similares a un panal de abejas o tridimensionales, similares a una espuma, que
dependen de las características de los tejidos que conformarán (ver figura 9).

CASO 2 – MOBILIARIO BIOREFERENCIADO/


ANÁLISIS DE Bismarckia nobilis.
Este proyecto fue desarrollado en su totalidad por estudiantes de la Facultad de
Diseño Industrial pertenecientes al Morfolab con la asesoría de los investigadores de Fig. 9. Evidencia
la LIME. En el proyecto se trabajó con una de las líneas contemporáneas más repre- de la agrupación
sentativas dentro del diseño biomimético que está relacionada con la aplicación de tridimensional de
células en el inte-
principios funcionales estructurales abstraídos de los sistemas biológicos en el desar-
rior de la sección
rollo de soluciones artificiales. Los estudiantes realizaron un análisis biomecánico transversal de un
de la hoja de planta Bismarckia nobilis, para desarrollar morfologías con base en la peciolo.
geometría de su superficie y utilizar su capacidad portante como principio estructural
Fotografía de
(Urdinola, 2018). Andrés Valencia.

La Bismarckia nobilis es un tipo de palma procedente de Madagascar y pertenece


a la familia de las Acerácea. Se compone de un tronco, los peciolos y las láminas o
superficies de las hojas, siendo estas últimas la base del estudio desarrollado (Ver
figura 10). Por otro lado, su lámina presenta una superficie grande, que puede
alcanzar los tres metros de ancho, gracias, entre otras cosas, a su morfología en
zigzag que distribuye el viento que incide sobre su estructura.
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Fig. 10. Foto de la palma Bismarckia


nobilis en la Universidad Nacional de
Colombia, sede Medellín.
Fotografía de: Simón Chinchilla Quiroz,
Juan Carlos Henao Celada,
Andrés Herrera Arcila.

Fig. 11. Corte transversal de un ejemplar


destinado para la prueba de compresión,
las variables se definen con respecto a
las costillas que le aportan rigidez a la
lámina. Se muestran las variables: ángu-
los superiores (beta), ángulos inferiores
(alfa), longitud de secciones A, longitud de
secciones B, y longitud total transversal
(sumatoria de secciones A y B).
Esquemas de: Simón Chinchilla Quiroz,
Juan Carlos Henao Celada,
Andrés Herrera Arcila.

Para el desarrollo del proyecto los estudiantes caracterizaron la capacidad portante presente
en la lámina, estableciendo ejemplares de 20 cm por 20 cm para la prueba de compresión (ver
figura 11), y ejemplares de 25 cm por el largo del pliegue para la prueba de flexión (ver figura
12), que permitieran el desarrollo de las pruebas en las cuales se iban a comparar las caracterís-
ticas morfológicas con la capacidad portante.
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Las pruebas realizadas sobre los ejemplares arrojaron diversidad Fig. 12. Digitalización del corte de
de datos e información, puesto que las relaciones variaban según los ejemplares destinados para la
la variable morfológica analizada. Para algunos casos fue inversa, prueba de flexión con su respectiva
geometría regular, donde se mues-
mientras que para otros fue directa, por tanto, fue posible deducir
tran las variables: área transversal,
que la relación existente entre la morfología y la capacidad portante momento de inercia y ángulo.
no es constante. También se encontró que el comportamiento de
Esquema de: Simón Chinchilla
la relación entre la carga y la deformación de la lámina es lineal
Quiroz, Juan Carlos Henao Celada,
debido a que en las líneas de regresión se obtuvo un r^2 de 0.9 y en Andrés Herrera Arcila.
la pendiente se obtuvo como resultado que, a mayor inclinación de
la pendiente, mayor es la rigidez de la lámina (Urdinola, 2018).

APLICACIÓN DE LOS HALLAZGOS


La relación existente entre la morfología y la capacidad portante
presente en la lámina de la Bismarckia nobilis se manifiesta en la
materialización del perfil metálico que compone la estructura que
soporta una serie de listones de madera. Esto da como resultado una
pieza de mobiliario que al modularse propone un crecimiento que
hace referencia a la forma de la lámina estudiada. Esta propuesta
invita desde, la morfología a diversas posiciones que responden a dos
momentos, uno de tiempo corto y otro de tiempo prolongado (ver
figura 13 a la 15) (Urdinola, 2018).

Fig. 13. Perfil diseñado según la


morfología de la lámina de la
Bismarckia nobilis.
Diseño de: Simón Chinchilla Quiroz,
Juan Carlos Henao Celada, Andrés
Herrera Arcila.
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Fig. 14. Pieza de


mobiliario confor-
mada por el perfil
y los listones de
madera.
Diseño de: Simón
Chinchilla Quiroz,
Juan Carlos Henao
Celada, Andrés
Herrera Arcila.

Fig. 15. Posibles


posturas de los
usuarios y modula-
ciones del sistema.
Diseño de: Simón
Chinchilla Quiroz,
Juan Carlos Henao
Celada, Andrés
Herrera Arcila.
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CASO 3 – FUERZAS NATURALES / Form-finding

Uno de los problemas tratados por la LIME ha sido la caracterización y utilización de


las técnicas de form-finding en el diseño industrial. El form-finding, ha sido utilizado
sobre todo en el diseño arquitectónico, y se puede definir como sistemas generativos
basados en principios físicos, como la gravedad, la tensión superficial y el magnetismo
para favorecer la exploración morfológica (Patiño & Maya, 2018). Dos de las principales
características son la auto organización y la bioinspiración. La auto organización se
refiera a la capacidad de algunos sistemas físicos y/o biológicos de organizarse y cam-
biar su forma de manera más o menos autónoma (Otto & Rasch, 1995); y la bioinspira-
ción, es en términos generales la imitación de las formas y estructuras de la naturaleza,
que en el caso del form-finding, la imitación se genera por la influencia directa de la
utilización de principios físicos sobre el material (Patiño & Maya, 2018), es decir, la
FORMA que adoptará el material depende del proceso de transformación morfológica
(Otto & Rasch, 1995), por tanto, si se copia el proceso, se puede generar una FORMA con
una geometría similar a la encontrada en la naturaleza (Patiño & Maya, 2018). La LIME
ha clasificado y caracterizado 40 técnicas de form-finding (ver figura 16), a partir de
una revisión en la literatura científica, determinando de manera conceptual, empírica
y matemática los fenómenos físicos asociados a cada técnica, las entradas, las salidas,
los procesos de transformación, las posibles variables de exploración de la FORMA y las
principales ecuaciones de los fenómenos físicos y/o químicos asociados.

Por ejemplo, en la caracterización de la técnica (4) “células ligeras”, de la figura 17, se


presentan cada uno de los elementos analizados. La técnica se basa en inflar con aire
(presión interna) globos de látex y por la restricción que imponen hilos, cuerdas y/o
marcos a la membrana, ésta se configura con dobles curvaturas positivas o geome-
trías esferoides. Las posibles variables que pueden interactuar en la experimentación
pueden ser el tipo de globo, la presión, y el tipo restricción. El tipo de globo se puede
establecer por el calibre del material y la forma, pero en este caso se determina por
el tamaño, siendo grande un tamaño inflado aproximado de 50cm de diámetro,
mediano de 25cm, y pequeño de 15cm.

Igualmente, la presión interviene en la forma final que tomará la membrana, pues


sin aire, el globo carece de estructura. Para este caso, al dificultarse la medición de
los psi se valora en relación con el porcentaje de inflado aproximado; presión alta es
100%, presión media es 70%, y presión baja es 40%. Y por último, el tipo de restricción
es el tipo de limitación que se utilizará en la exploración; puede ser generando una
red con los hilos dentro del marco, amarrar con hilos pero sin marco, y tensionando
externamente desde el marco. Esto da un total de 3 variables, cada uno con 3 niveles,
3³ experimentos, es decir, 27 posibilidades de exploración formal.

Para ilustrar mejor, una de las combinaciones puede ser A1+B1+C1, es decir, globo
grande, con presión alta y en red con marco. De manera similar, se presentan las ecua-
ciones vinculadas al principal proceso físico que influencia el fenómeno, con el interés
de entender dicho fenómeno y permitir la posible simulación digital a partir de la
programación en un software.
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Fig. 16. Fotografías


de las 40 técnicas
caracterizadas.
Fotografías de Ever
Patiño.
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Fig. 17. Caracterización de la


técnica 4 “células ligeras”.
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La ecuación (1) de la figura 10 explica matemáticamente la relación entre la presión, la tensión


de membrana y el radio de curvatura. El radio de curvatura en una forma como está, es dife-
rente en cada punto de la membrana, lo que ocasiona una red de puntos en la superficie con
características geométricas y físicas diferentes. Por otro lado, la expresión (2) explica el equili-
brio necesario para que no se generen arrugas.

Aplicaciones
Además de la caracterización y clasificación anteriormente mencionada ha sido importante com-
probar la utilización de las técnicas en el Diseño Industrial. La LIME y el Morfolab han desarrol-
lado diferente proyectos para demostrar la eficacia de la aplicación del form-finding en el proceso
creativo y de materialización del diseño, y posibilitar que estas técnicas sean seleccionadas por
su potencial de generar formas novedosas y atractivas visualmente. La metodología se basó en
la experimentación analógica y creativa con las técnicas: (i) fabricación de modelos físicos para
explorar con los materiales y procedimientos, (ii) definición entradas, variables y salidas de cada
técnica, (iii) generación de catálogos de formas, (iv) utilización de los catálogos en procesos de
ideación, (v) diseño y fabricación de los prototipos que se pueden ver de la figura 18 a la 20.

Fig. 18. Técnica 24:


Deformación de láminas
plásticas por calor y gravedad.
Con esta técnica se cubrieron
las caras de la instalación
participativa “Biogénesis 2018”.
Fotografías de Ever Patiño.

Fig. 19. Instalación “Biogénesis


2018”. Consta de una estructura
geodésica de madera contra-
chapada flexibilizada por corte
láser y una piel de poliestireno
deformado por calor y gravedad.
Diseño de la LIME. Fotografías
de Ever Patiño.
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Fig. 20. Maceta para exteriores con irrigación automá-


tica de agua utilizando la técnica 33: Moldes flexibles
y concreto.
Diseño y fotografías de José Manuel Agudelo Toro.

Figura 21(a) y (b). Técnica 29: membranas pre tensa-


das y curvatura. Una membrana elástica se tensiona
en un marco se impregnan una zonas con resina, se
deja secar, se retira el marco y la membrana adopta
una forma tridimensional.
Fotografías de Valeria Londoño Orozco.

Figura 22. Diseño de una maleta plegable utilizando


la técnica 29 de membranas pre tensadas y curvatura
en algunas zonas. Diseño y fotografías de Valeria
Londoño Orozco.
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CASO 4 – MATERIALES BIOLÓGICOS /


Material polimérico comestible
A partir de los procesos evolutivos, la naturaleza ha encontrado estrategias para crear, trans-
formarse y adaptarse a las diferentes exigencias que le plantea el medio ambiente, viéndose
obligada a desarrollar materiales más eficientes química y estructuralmente. A partir de la
biomimética, ha sido posible desarrollar nuevas tecnologías para dar solución a problemas y
retos en campos como el diseño y la ingeniería (Zuleta-Gil, 2018).

Ahora bien, la mayoría de los materiales naturales son materiales compuestos, los cuales se
basan en un número limitado de componentes poliméricos (p. ej.: colágeno, quitina, kera-
tina) y minerales (p. ej. carbonato de calcio, fosfato de calcio, sílice, Hidroxiapatita y magne-
tita) (Zuleta-Gil, 2018). De acuerdo con lo mencionado por Aizenberg y Fratzl (Aizenberg &
Fratzl, 2009), el estudio de materiales biológicos debería contemplar al menos tres diferen-
tes aspectos: (i) dilucidación de las relaciones estructura-función en materiales biológicos,
(ii) extracción de los principios fisicoquímicos y (iii) desarrollo de medios para la síntesis y
fabricación de materiales biomiméticos teniendo en cuenta las capacidades existentes y las
limitaciones impuestas por la tecnología y la economía. Esos tres aspectos permiten relacio-
nar los materiales biológicos y la biomimética (Chen, McKittrick, & Meyers, 2012), para bus-
car materiales de menor impacto ambiental en comparación, por ejemplo, de los polímeros
obtenidos del petróleo, que generan una mayor cantidad de residuos sólidos, cuya degrada-
ción requiere cientos de años (Nair, Sekhar, Nampoothiri & Pandey, 2017).

La gelatina es una de las alternativas que se han encontrado para la elaboración de mate-
riales poliméricos biodegradables, que además de cumplir con exigencias estructurales
sean amables con el medio ambiente. Es una proteína animal translucida y sin sabor que se
obtiene del tratamiento de huesos y tejidos animales para extraer colágeno, que se pulveriza
después de un proceso de molienda, para obtener películas de polímero después de disolver
el polvo en agua a temperaturas superiores a 40 ° C y posteriormente enfriarlo a temperatura
ambiente. En ese momento aumenta su rigidez (Souissi et al., 2017) (Bigi, et al., 2002).

A partir de lo anterior se presenta el resumen del proyecto de desarrollo e implementación


de un material comestible sintetizado a partir de gelatina, realizado conjuntamente entre
la LIME y el Morfolab. En donde, además, se propuso una metodología para el diseño con-
trolado de FORMAS que cambian de un espacio bidimensional a un espacio tridimensional
para convertirse en contenedores hechos de láminas del material sintetizado.

Preparación del material


Para sintetizar el material polimérico comestible, se utilizó gelatina en polvo comercial
(piel bovina), glicerina USP, aceite de árbol de té disuelto en agua dulce. Todo en cantida-
des controladas, mezclado, calentado y vertido sobre una superficie rígida (ver figura 23).
Posteriormente se midieron y caracterizaron mecánicamente las muestras.
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Diseño de contenedores
Sobre la base de las características del material resultante, se desarrolló una metodo-
logía para obtener formas volumétricas con características de contención. El diseño
de las formas comienza con el requisito de cambiar de un plano bidimensional a un
plano tridimensional (formas volumétricas) considerando como punto de partida las
láminas bidimensionales del material desarrolladas.

Cuando la lámina cambia de un plano bidimensional a un plano tridimensional, se


genera una superficie curva con posibilidades funcionales para contener objetos. Para
la generación de formas, se utilizaron polígonos regulares como las formas originales
de la figura 24, que eran un círculo con un radio de 75 mm y un cuadrado con una
longitud lateral de 150 mm. Posteriormente, se hicieron cortes rectos y curvos a partir
de vértices y caras para evitar alcanzar el punto medio del polígono. Este proceso se
describe en la figura 24.

Fig. 23. Proceso


de generación de
láminas.
(a) Preparación de la
mezcla.
(b) Adición de
glicerina.
(c) Verter y
(d) Esparcir la mezcla
sobre toda el área del
molde.

Fig. 24. Cortes rectos


y curvos hechos de
vértices y caras de
polígonos regulares.
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Basado en los polígonos regulares y los pliegues y cortes realizados en las hojas,
se diseñaron cuatro formas con características de contención de diferentes objetos
secos a temperatura ambiente. Estas formas se obtuvieron vertiendo el material
en moldes de acetato de vinilo. Luego, se pliegan y se ensamblan para lograr el
tamaño de volumen deseado de acuerdo con la geometría de la forma. La figura 25
muestra los detalles de diseño para cada contenedor, comenzando desde su forma
original hasta su forma final, junto con las intervenciones geométricas subyacentes.

Fig. 25. Proceso


de diseño y trans-
formación de los
contenedores.
Diseño de Lauren
Abreu, Daniela
Muñoz, Sara Peña,
Manuela Roldan,
Maria Fernanda
Zapata.
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CASO 5 – TEXTURAS BIOINSPIRADAS / Diseño


paramétrico y fabricación digital
La bioinspiración se encarga específicamente del análisis por analogía de una geome-
tría natural particular (Patiño et al., 2017); es decir, hace parte del diseño por analogía,
el cual estudia un dominio para transferir sus características por medio de la asociación
a otro dominio que presenta problemas de diseño (Moreno et al., 2015). En este caso, el
primer dominio son las superficies vegetales, las características hacen referencia a las
propiedades geométricas y el segundo dominio son superficies y texturas de objetos,
textiles y espacios (Patiño et al., 2017). Asimismo, se ha comprobado que si un objeto
industrial se diseña a partir de la biomimética o la bioinspiración tendrá mayor pro-
babilidad de adquirir características que lo harán innovador y eficiente (Patiño, et al.,
2019) (Vincent, et al., 2016) (Jirapong, Krawczyk, & Elnimeiri, 2002).

Asimismo, el desarrollo de superficies funcionales obtenidas a partir de la copia de


texturas presentes en la naturaleza ha despertado mucho interés debido a las diver-
sas aplicaciones que desde este ejercicio se puedan derivar (Patiño, et al., 2019).
Ya que estas superficies frontera responden a necesidades específicas que difieren
según la función que se necesita suplir el organismo: puede delimitar dando forma
al individuo y proporcionando estructura al cuerpo; puede ser una barrera contra
los ambientes secos, húmedos, fríos y/o calientes; en algunos casos hace parte de la
respiración y transporta gases y secreciones; hacen parte de la termorregulación por el
uso de pigmentos y componentes químicos y a menudo intervienen en los sistemas de
comunicación; y muchas de las superficies especializadas hacer parte de mecanismos,
retienen aire, muelen alimentos y limpian el cuerpo (Gorb, 2006)

Por otra parte, en las últimas décadas, se ha observado un avance acelerado de las
tecnologías digitales involucradas en el proceso proyectual realizado por diseña-
dores, arquitectos y otros profesionales creativos: los softwares CAD (Computer
Aided Design) han evolucionado y se han transformado en software CAD generati-
vos, paramétricos y asociativos, y las Tecnologías de Fabricación Digital (TFD) han
ampliado sus posibilidades y ventajas técnicas (Torreblanca-Diaz, 2019).

A partir de lo anterior se propone el proyecto “Repertorio de superficies y textu-


ras bioinspiradas, a través de experimentaciones morfológicas con Tecnologías de
Fabricación Digital”, en este proyecto se propone el desarrollo de un repositorio de
texturas digitales y parametrizadas en línea, en la modalidad open source, cuya fina-
lidad es proveer a los diseñadores y arquitectos insumos para mejorar y potenciar
sus proyectos de diseño en aspectos como: la funcionalidad, la estética, la usabili-
dad y la sensorialidad.
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Fig. 26. Proceso del proyecto


de investigación “Repertorio
de superficies y texturas
bioinspiradas, a través de
experimentaciones morfo-
lógicas con Tecnologías de
Fabricación Digital”

Fig. 27. Ejemplo


del proceso de
registro fotográ-
fico del liquen
Icmadophila
adversa, abstrac-
ción y modela-
ción digital.
Fotografía de
Silvia Gallego,
dibujo de Ever
Patiño.

La metodología inició con el registro fotográfico de especies vegetales de la ciudad de Medellín,


luego se hizo la abstracción digital en el software CAD Rhinoceros, posteriormente se realizó la
parametrización y transformaciones morfológicas de las texturas con el plug-in Grasshopper, se
fabricaron muestras con diferentes tecnologías de fabricación digital, se formuló una propuesta
metodológica y por último se realizó la aplicación de las texturas bioinspiradas en proyectos de
grado (ver figura 26 y 27) (Torreblanca-Diaz, 2019).
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Muestras
Una vez desarrollado el proceso de abstracción y modelación digital se realizó la parametri-
zación utilizando el plug-in Grasshopper. Esto posibilitó hacer transformaciones morfológicas
siguiendo principios de crecimiento natural como el crecimiento diferencial como el de las
conchas de mar y el crecimiento de las topologías desde el interior como las células animales
(Patiño & Arbeláez, 2009) (ver figura 28).

Posteriormente, se realizó la materialización de las muestras físicas a través las siguientes


tecnologías de fabricación digital: impresión 3D, fresado por CNC, corte y grabado con láser.
Las muestras en ingeniería, arquitectura y diseño se pueden definir como una parte o porción
de un material en un formato estandarizado, utilizadas para representar y analizar las caracterís-
ticas y propiedades de dicho material. El objetivo de las muestras de texturas bioinspiradas fue,
por un lado, evaluar la posibilidad de materialización de las texturas con diferentes tecnologías
de fabricación digital, por otro lado, facilitar la comprensión y selección de las texturas por sus
futuros usuarios por medio del contacto sensorial directo; esto considerando que la interac-
ción con los materiales y texturas es realizada a través de todos los sentidos y es definida como
experiencia multisensorial (Schifferstein & Hekkert, 2007).

Fig. 28. Transformación


compleja de crecimiento
diferencial topológico
progresivo, hecho en el
plug-in Grasshopper, muestra
fabricada en la tecnolo-
gía FDM (Fused Deposition
Modeling), material ABS.
Imagen y fotografías de
David A.Torreblanca-Díaz.

Fig. 29. Muestras de texturas


bioinspiradas realizadas
través de las tecnologías de
la tecnología FDM (Fused
Deposition Modeling),
marcado con láser y fresado
por CNC (Computer Numerical
Control). Fotografías de David
A. Torreblanca-Díaz.

Fig.30. Muestras de texturas


bioinspiradas realizadas
través de la tecnología de
fresado por CNC (Computer
Numerical Control) e
impresión 3D por rayo U.V.,
fotografías de David A.
Torreblanca-Díaz.
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Aplicación
Del proyecto se desprendieron diferentes aplicaciones de diseño que sir-
vieron para comprobar la aplicabilidad del repertorio y de la metodología
desarrollada. Uno de ellos es un sistema de protección para chalecos de
motocicletas desarrollado por un estudiante del Morfolab. Para el desar-
rollo de la aplicación se realizó inicialmente un análisis del estado del arte
de productos de protección para motociclistas, luego se realizaron obser-
vaciones no participantes en las calles de Medellín, y entrevistas a usuarios
de motocicletas. Con la información obtenida se hizo un levantamiento de
requerimientos, los cuales estuvieron relacionados, en primer lugar, con la
función de proteger, y en segundo lugar con: multifuncionalidad, resisten-
cia a las caídas y golpes, flexibilidad, movilidad del cuerpo y biomecánica,
bloqueo de movimientos con posibilidad de generación de lesiones, desar-
mado del sistema, y por último, seguridad (Torreblanca-Díaz, 2018).

El paso siguiente fue seleccionar la textura de la piña de la especie Pinus


pinea para conceptualizar el producto y comenzar con darle forma a los
requerimientos. La materialización del prototipo se realizó con la tec-
nología de fabricación digital aditiva FDM, de su sigla en inglés Fused
Deposition Modelling, el material usado es Acrilonitrilo Butadieno
Estireno (ABS). Se seleccionó esta tecnología porque permite construir
formas complejas, una definición geométrica adecuada para los fines del
proyecto y se pueden utilizar materiales con una resistencia mecánica
similar a los utilizados en procesos industriales, en este caso el polímero
ABS. La impresión se realiza en una máquina marca Zortrax modelo M200
(Torreblanca-Díaz, 2018) (ver figura 31).

Fig. 31. Propuesta


conceptual y pro-
totipo de chaleco
de protección
para motociclistas,
realizado con la
tecnología FDM.
Diseño de Juan
Diego Buriticá
Marín, pertene-
ciente al Semillero
de investigación
MORFOlab.
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PUBLICACIONES
Los investigadores de la LIME han publicado en revistas indexadas internacionalmente sobre
los proyectos desarrollados. Además, ha sido importante participar como ponentes en eventos
reconocidos por las comunidades académicas en las que se inscriben las temáticas estudiadas.
Asimismo, la LIME por medio de la Editorial de la Universidad Pontificia Bolivariana ha publicado
5 libros (ver figura 32):

• “La estructura: Un elemento técnico para el diseño” de Andrés Valencia Escobar (2007).

• Generación y transformación de la forma: Morfología, geometría, naturaleza y experimen-


tación” de Ever Patiño y Elsie Arbeláez (2009).

• “Estructura ligeras” de Fernando Sierra, Luis Sañudo y David Vanegas (2006)

• “Geometría para el diseño” de Elsie Arbeláez y Diana Bravo (2019).

• “Biomimética y diseño”, compilado por Diana Urdinola y con textos de Andrés Valencia-
Escobar, Alejandro Zuleta-Gil, David Torreblanca-Diaz, Diana Urdinola, Andrea Bustamante
y Ever Patiño (2018).

Fig. 32.
Publicaciones
de la LIME.
A natureza do algoritmo
nas investigações do LAMO/
UFRJ: redes, ações e fluxos

Autores: 1. Prólogo da participação no livro


Gonçalo Castro Henriques
Andres Passaro
No LAMO (PROURB, UFRJ) temos interesse na natureza como processo
Pedro Engel
sistemático de projeto. Quando pensamos em natureza de maneira
livre, associamos provavelmente à ideia de harmonia, do lado sensorial
Bolsistas atuais LAMO (2022): e orgânico do meio que nos rodeia. Algumas abordagens da natu-
Ana Moro, Ana Lobato, Hugo
reza destacam a sua forma, sobrepondo a mesma aos seus processos.
Reis, João Fraga, Luca Bispo,
Pedro Dionísio, Victor de Contundo, a forma isolada na natureza não existe, sendo sim um resul-
Luca, Taiane Nepumoceno | tado da interação com o meio, ao longo do tempo. O conceito de natu-
Voluntários: Lais Kaori, Lucas reza orgânica, passou a incluir mais recentemente a natureza sintética,
Monserrat, Pedro Maciel Xavier, incluindo seres inorgânicos. Esta inclusão é fundamental do nosso
Ronaldo Lee Menna, ponto de vista, sendo que a mesma interessou também os cientistas da
Thiers Freire
computação como Alan Turing que estudou a morfogénese, em um dos
primeiros artigos sobre biologia sintética (Turing,1952).
Parceiros locais: Adriana
Sansão (LabIt, PROURB),
Rodrigo Cury (LAURD, PROURB), Esta visão inclusiva da natureza como um sistema holístico, incluindo
Guto Nóbrega (EBA, NANO), a sua versão orgânica e sintética é herdeira da teoria dos sistemas, da
Romildo Toledo (NUMATS, cibernética, incorporado também os avanços de inteligência artificial.
COPPE) Leonardo Melo (Parque Em síntese, interessam-nos os processos generativos de fontes múltiplas,
Tecnológico, UFRJ)
com inputs analógicos, sensitivos, sociais, humanos ou tecnológicos.

Parceiros externos: Gabi Celani O cruzamento destes fenómenos em escalas múltiplas permite explorar
(UNICAMP, LAPAC), José Duarte
o projeto como processo de conhecimento e de teste de possibilidades.
(PSU, US), José Pedro Sousa
(DFL-FAUP, PT), Mauro Chiarella
Nesse sentido gostamos de pensar no projeto como uma segunda natu-
(FADU-UNL, ARG), Rodrigo reza, trabalhada em rede, em que natural e artificial se mesclam com o
Alvarado (Bio-Bio, CL). cultural e o Tecnológico.
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ISBN 978-65-5550-222-0

2. LAMO: rede, ações e fluxos

O LAMO - Laboratório de Modelos 3d e Fabricação Digital - é um laboratório


e grupo de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (FAU-UFRJ). O LAMO foi fundado em 2013 por Andres Passaro. Em 2015,
entrou como pesquisador Gonçalo Castro Henriques que é desde 2017, o coor-
denador do LAMO. Pedro Engel é pesquisador do grupo desde 2016.

O laboratório trabalha numa rede aberta e distribuída, numa dinâmica hori-


zontal entre os seus membros. Fomentamos a partilha de conhecimento atra-
vés de um conjunto de ações em rede CAPACITAR, PROGRAMAR, CONSTRUIR.
Cada ação é um ponto nodal da rede que estimula o fluxo de conhecimento.
Esta estratégia pretende promover a integração tecnológica e cultural, entre a
academia, a prática e a indústria. Esta visão do conhecimento sem comparti-
mentos, conta com diferentes parceiros locais/globais e participantes de dife-
rentes origens e ciclos de ensino, para promover a inovação social e humana.

Figura 1. Ações em
rede, CAPACITAR, 3. Ações em rede
PROGRAMAR,
CONSTRUIR, representa- As mudanças tecnológicas atuais são disruptivas, sendo que a sua rapidez supera
ção das atividades atra-
a capacidade de atualização das faculdades de arquitetura, como acontece na
vés de esferas de tama-
FAU-UFRJ. Para as incorporar estas mudanças contamos com as ações em rede
nho crescente ((Esferas
menores-capacitar, para trazer conhecimento relevante que está frequentemente fora da grade
médias-programar e curricular, para trazer know-how e instrumentos de capacitação para a universi-
grandes construir) dade, para o nosso grupo de pesquisa, o grupo de docentes, discentes e afins.
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CAPACITAR PROGRAMAR CONSTRUIR


Capacitação 1 - Abrigos Sensíveis 2014 1 - Oficina 3 abrigos, 2013
Corte a Laser
2 - Casa Revista / Wiki-House,
(11 edições) 2 - Desafiando a Gravidade, 2015
2014

3 - Helicoidal Surfaces /
3 - Construindo Proto-Ecologias, 2016
Capacitação Butterfly Galleries 2015
Impressora 3d
(5 edições) 4 - Em Busca da Forma 4 - Telebiosfera / Tentáculos
Sistemas Generativos, 2017 (1 e 2), 2016

5 - INSITU: Fachada Cobogó do


5 - Workshop Tropical Gridshell, 2018 Consulado Português no Rio,
Capacitação 2017
router CNC
6 - DATA-ART Instalação artística
(3 edições) 6 - Workshop OCA Traditional Brazilian reflexiva,2017
Construction Reinvented, 2018

7 - Tornado, pavilhão de superfí-


7 - Superfícies Mutáveis, 2020
cie regrada 2017
Capacitação
robótica
8 - Disciplinas oferecidas 8 - Wiki-House curva, SIGraDi
(1 edição) IAU-USP, 2018

- Projeto Habitação Emergencial, DPA-UFRJ


2013, 2014 e 2015
9 - Tropical Gridshell Pavilion,
2018
- Modelagem Digital Arquitetura, DARF-UFRJ
2015, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2021

- Arquiteturas (In)úteis, PROURB/UFRJ 2016,


2017 e 2019.

(Ações - Computação Arquitetura Python I, DARF


2019, 2021e 2022.
entre 2013-20)

- Processos Computacionais e Fabricação


Digital em Projeto, LAMO Sessions PROURB/ 10 - OCA Traditional Brazilian
URFJ 2021 e 2022 Construction Reinvented, 2018
- Computação Arquitetura Python II, DARF
2023
9 Trabalhos finais de graduação, e pesquisa

A primeira ação é CAPACITAR o grupo para incorporar conhecimento Tabela 1. Resumo


sobre o novo maquinário de fabricação digital como Impressoras 3d de das principais
ações realizadas
vários tipos e materiais, corte a laser, router cnc, braço robótico. A ideia
destas atividades é aproximar a escola da utilização de equipamentos de
fabricação digital, visando desenvolver um fazer construtivo. O foco está
principalmente na utilização do maquinário e a primeira capacitação é
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realizada por um professor do LAMO/PROURB, que capacita de acordo com o equipamento


um pequeno grupo de estudantes. Logo as próximas capacitações são realizadas pelos próprios
estudantes com supervisão dos professores. Nesta concepção o uso das máquinas de impressão
e corte a laser ficou assim garantido, contudo sem explorar profundamente as possibilidades
reais de um processo de projeto paramétrico. São utilizadas máquinas cnc, controladas nume-
ricamente por computador, mas para que haja uma mudança de paradigma, é necessário
conceber o processo de projeto e de desenho dentro de uma lógica digital.

A segunda ação é PROGRAMAR para promover a literacia digital e a atualização tecnológica.


A partir do momento que o grupo começa a programar, sabendo construir pode passar a
construir as suas próprias máquinas. Ou seja, pode fazer máquinas, que fazem máquinas,
sejam estas físicas, digitais ou biológicas. Introduzimos a programação visual para fomentar em
projeto o pensamento algorítmico, desenho paramétrico e associativo, sistemas generativos,
otimização e performance computacionais. Esta é uma ação de implementação gradual, que foi
iniciada com seminários/workshops, ganhou continuidade com a criação de disciplinas eletivas
na graduação e com disciplinas mistas entre a graduação e a pós-graduação. Estas três ações em
conjunto, têm como estratégia aumentar o número de pessoas capacitadas e a massa crítica. Os
estudantes, pesquisadores e arquitetos formados tem impacto na pesquisa e na pós-graduação,
onde existe ainda uma forte resistência ao pensamento digital integrado, e à programação. Os
pontos nodais da ação programar são seminários/workshops tendencialmente anuais.

A terceira ação é CONSTRUIR para aplicar os recursos oferecidos pelo maquinário para cons-
truir pavilhões na escala 1/1. Em geral são atividades coletivas, que incluem a participação
de outros parceiros e laboratórios. A sequência entre esta ações não é linear, mas são ações
interdependentes, uma não funciona sem as outras.

3.1. Capacitar

Uma das maiores angústias dos espaços makers públicos é o de verem a sua produção apontar
massivamente na confeção de chaveiros personalizados cortados e gravados na cortadora laser,
ou corações e flores impressos em 3d (CAMPOS, 2018). O que acontece após concluída a capa-
citação para o uso do maquinário. Superar esta situação nos coloca num ponto de passagem,
de mudança de paradigma, entre o que a Oxman (2006) chama Modelo CAD que é um modelo
representacional, para um Modelo Formativo, que é um modelo dinâmico com interatividade,
e que se afasta dos processos representacionais. Esta discussão nos deixa na mesma encruzi-
lhada de 30 anos atrás;

“Utilizar o CAD para «passar a limpo» o desenho feito à mão, não foi considerado uma mudança
de paradigma, tal como não há mudança de paradigma quando substituímos o estilete pela
máquina de corte a laser. Para haver mudança de paradigma é necessário incorporar um
discurso que legitime as intervenções instrumentais. Enquanto não tivermos esse discurso
legitimador estaremos, como a inícios do século XX, desenhando carruagens puxados por
cavalos, ao invés de carros. A procura de um discurso ou de uma narrativa legitimadora do
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produto é sem dúvida melhor do que opção da técnica pela técnica. Só este entendimento
nos permite perceber a mudança que os novos processos e ferramentas poderão trazer para o
projeto, expandindo as possibilidades anteriores. (PASSARO, HENRIQUES, 2015). Assim sendo
após o ensino ferramental, procuramos associar o processo de projeto com as potencialidades
de cada um dos equipamentos. Passamos a instrumentar em cursos internos, com tutoriais
de desenho paramétrico para capacitar nestas técnicas, estudantes e docentes próximos das
atividades do nosso laboratório, em que transitamos por modelos formativos, generativos,
performativos e compostos. (Oxman 2006). A transição de modelos é aprofundada com a ação
de PROGRAMAR.

A Capacitação Laser já tem onze edições na escola e começou logo após o PROURB adquirir a
primeira máquina de corte a laser em 2013, um ano depois já com a ajuda de seis estudantes
estava a serviço de toda a produção acadêmica e de pesquisa da escola, e de outros labora-
tórios da universidade. A capacitação se resume ao ensino de software e da plataforma de
interface computador – máquina, às limitações e possibilidades de uso de corte e gravação nos
diferentes materiais, calibragem de velocidade, potência, foco, e domínio das tarefas básicas
de limpezas e manutenção da máquina o que obriga ao entendimento de um pacote suple-
mentar de exaustor, ar comprimido, lentes e espelhos. A capacitação é realizada na primeira
semana do semestre letivo, com acompanhamento tirando dúvidas de índole práticas já na
segunda semana; ao longo do semestre estes estudantes adquirem domínio pleno sobre o
uso do laser. Atualmente há 109 estudantes (e ex-estudantes) capacitados para o uso correto
de corte a laser. Em vários momentos pensamos em mudar a rotina destas tarefas, dado os
problemas que vivenciamos semestre a semestre. Por exemplo; porque não deixar o corpo
inteiro de estudantes utilizar a máquina de corte a laser de forma direta; ou porque o turno de
corte é de uma hora por semana; ou o que fazer com quem marca turno e não vem; cobrar ou
não cobrar (nunca cobramos); são questionamentos que surgem semestre a semestre. Contudo
estes questionamentos ao longo destes cinco anos nos fizeram corrigir rumo constantemente.
Atualmente o laboratório administra duas cortadores Laser VLS6.60 uma de propriedade do
PROURB e outra do PROARQ.

A capacitação em impressão 3d surgiu também em 2013 com a chegada ao PROURB de uma


Rapman da 3d System, que envolveu três estudantes de graduação, que montaram a impres-
sora. Estes estudantes fizeram cinco capacitações ao longo desse período inicialmente para os
pesquisadores do LAMO/PROURB. Adquirimos ao longo deste tempo duas impressoras Delta
uma impressora genérica oferecida, e mais recentemente uma impressora Félix em parceria
com o CCS. O trabalho de mantê-las em funcionamento é muito mais árduo do que da corta-
dora a laser. O uso e a calibragem destas máquinas é mais especializado, e a prototipagem à
base de filamento extrudado é demorada, comparando com a cortadora laser, há problemas
de manutenção frequentes, pelo que o uso é mais restrito às pesquisas do LAMO/PROURB. É
requerida uma constante manutenção de rolamentos, bicos extrusores, sensores, motores,
fontes, etc. Atualmente estamos desbravando uma impressora 3d para materiais pastosos
(argilas e argamassas) de médio porte, construída no LAMO/PROURB baixo a tutela da Koios /
Plástico Precioso, que está ainda em fase de testes com os estudantes envolvidos unicamente
na pesquisa de pastosos.
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A capacitação da router CNC deu-se a partir da necessidade de prototipar a Casa


Revista / Wiki House em escala real para a sua construção. Fizemos uma parceria
com a empresa Foco Design, através da qual os professores capacitaram 6 estudantes
encarregados do corte das peças. Este know-how permitiu ao LAMO ainda a execução
do Pavilhão Butterfly e de algumas versões da WikiHouse Parametrizada. Devido à
dificuldade de acesso ao braço robótico, realizamos apenas uma capacitação para
o mesmo num workshop em parceria com o Museu do Amanhã, com o NANO e a
Bartlett de Londres, denominado Hiperorgânicos.

A maior dificuldade do laboratório é a manutenção do maquinário de ponta em funcio-


namento, sem investimento da graduação desde 2014. A verba para manter a estrutura
funcionando provêm da Pós-Graduação, de editais esporádicos aplicados por professores
do PROURB.

3.2. Programar

Organizamos um Seminário/Workshop anual de imersão para fomentar conhecimento


associado ao design algorítmico e fabricação digital. Neste evento imersivo, que
decorre normalmente durante as férias, os participantes são convidados a mergu-
lhar ativamente, ao longo de 9 dias, nas atividades propostas. De um sábado até ao
domingo seguinte propomos que trabalhem em 4 ou 5 grupos, com um máximo de 35
participantes. Entre os participantes, além de estudantes da FAU-UFRJ, estão normal-
mente estudantes de outros estados, de diferentes formações, estudantes de pós-gra-
duação bem como docentes da FAU, EBA, PUC, etc. A ideia destes eventos anuais é estu-
dar um conjunto de técnicas e processos a partir de um tema definido previamente.

O tema é preparado previamente pelo grupo LAMO, procurando a melhor metodologia


de projeto e o ferramental mais adequado para estes eventos curtos, mas intensivos. O
Seminário tem a particularidade de incluir tanto “tutores” locais, como tutores externos
convidados, que ministram em um módulo ou dois um conhecimento específico com
tutoriais de aprendizado curtos, rápidos e efetivos. Estes tutoriais são acompanhados
de palestras temáticas em paralelo. Os conhecimentos teórico-práticos passados são
testados através de um projeto. Na imagem vemos os cartazes destes seminários.

Estas atividades estabelecem relações e fluxos de conhecimento, num modelo learn-


-by-doing e passam a ser incorporadas pelo grupo como know-how. Assim os eventos
transformam-se em pontos nodais de ancoramento de conhecimento teórico e prá-
tico, que nos satisfazem quer pelos resultados, quer pelo seu formato, a que voltamos
recorrentemente. “Este entendimento nos fez procurar este novo know-how, tentando
expandir todas as possibilidades deste novo ferramental o qual é capaz de modificar
processos de representação, modificar a utilização de materiais, modificar o processo
produtivo e finalmente modificar o entendimento da forma arquitetônica” (PASSARO;
HENRIQUES, 2015).
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Abrigos Sensíveis, Fabricação Digital


e Desenho paramétrico, 2014

Este evento introduziu a programação em Arquitetura na FAU-UFRJ, quando os auto-


res deste texto se juntaram em 2014. Na época não havia um professor, nem estu-
dante na FAU, que aplicasse a programação em projeto. Neste workshop introduzimos,
junto com Victor Sardenberg, Lucas de Sordi e Verônica Natividade, a programação
visual. Foi fundamental para o seu sucesso a organização de Rebeca Estrada, Clarice
Rohde, Elisa Vianna e Laura Lago. Elas sentiram que o ensino precisava mudar, e
participaram nesta mudança. O evento foi uma iniciativa conjunta de três laboratórios
da UFRJ, LAMO, LAURD e NANO, que se transformou em atividade anual, incorporando
contributos distintos de arquitetura, belas-artes ou ciências. Na experiência podemos
compartilhar diferentes especificidades e modo de atuação, sobre a integração digital.

Os arquitetos utilizam programas de software, limitados ao que o mercado lhes ofe-


rece. Programando podemos abrir a caixa preta, sem ficarmos dependentes da tecno-
logia. Com a programação associada à fabricação digital podemos construir também
novas máquinas, num processo recursivo.

Os participantes aplicaram a programação para desenvolver projetos, Neste Workshop


o desafio foi criar um abrigo capaz de interagir com estímulos físicos e digitais, con-
cebendo para além do mecanismo físico, a interface digital, recorrendo a sensores
e arduíno. Sugerimos 5 diagramas de movimentos: cortina, polvo, concha, lanterna
chinesa e flor-brinco-de-princesa. As metáforas pretenderam estimular a interação
físico-digital.

“(..) o ponto de partida do projeto é de índole conceitual. O exercício sugere


determinados mecanismos responsivos primários e pretende-se que num período
alargado, mas intenso os estudantes concebam, fabriquem e montem a solução.
Esta solução deve incluir os mecanismos que permitem o movimento, o que só
é possível com a fabricação e testando as soluções com modelos físicos. Assim o
ensino destas diferentes áreas, promovendo não só a reflexão como a aprendi-
zagem e uso destes novos processos e ferramentas, mas definindo um conceito.
Assim mais do que um instrumento o processo permite múltiplas propostas, em
que a tentativa e erro permitem aperfeiçoar a solução dando ao estudante um
aprendizado valioso, com base na prática. Este aprendizado poderá ser utilizado
futuramente para o estudante conceber, cortar e manufaturar os seus próprios
projetos (…)” (PASSARO e HENRIQUES 2015)
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Desafiando a Gravidade, Fabricação Digital


e Desenho paramétrico, 2015

Desafiando a gravidade desafiou os participantes a conceber e materializar sistemas


responsivos. Começou por exemplificar como se pode passar de uma visão objetual da
forma isolada, para uma visão da forma como parte de um sistema.

Foram apresentadas aplicações deste princípio utilizando mecanismos simples e


mostrando como esses podem interagir com o usuário. Foi oferecida formação aos
participantes em projeto assistido por computador (CAAD), fabricação digital (CAM) e
interação digital (Arduíno). Estes instrumentos são necessários para conceber, fabricar
e operar uma estrutura responsiva.” (HENRIQUES, PASSARO, 2016)

Em relação ao workshop anterior este solidificou a ideia de utilizar diagramas, mas


com uma diferença conceptual importante, considerando em vez de objetos, sistemas.
Os sistemas obrigam a desenvolver um tipo de interação menos autocentrada e obje-
tual, mas focando mais no comportamento de um conjunto de partes que interagem,
com o ambiente, e com o observador. Pensamos sistemas materiais, em que um
conjunto de partes pode ter um efeito inesperado, através de um controlo indireto.
Desenvolvemos o conceito de mecanismo:

“A articulação entre as partes de um sistema é feita através de mecanismos.


Holland define um mecanismo como um dispositivo que responde a ações
(input ou entrada informação) processando esse input, produzindo ações como
resultado (output ou saída de informação). Esta definição está relacionada
com a definição de sistema proposta por Bertalanffy. Holland (1999) providen-
cia uma descrição de mecanismos citando exemplos desde os gregos (alavancas
simples), passando pelos árabes (relógios e mecanismos dentados) até aos pro-
cessos computacionais (Jogo da vida Conway).” (HENRIQUES, PASSARO, 2016).

A pesquisa prévia definiu uma base conceptual e operativa recorrendo de arquitetura,


teoria de sistemas, programação, robótica, interação, mecânica, fabricação digital, entre
outras. Participou a equipe do LAMO/PROURB e alguns tutores convidados, para definir
a base conceptual e operativa do workshop, nomeadamente estudos de vários tipos
de mecanismos físicos e digitais. Pesquisa preliminar com autores deste texto: Elisa
Vianna, Rebeca Estrada, Clarice Rohde, Carina Carmo, Vitor Sardenberg, Ernesto Bueno,
Verônica Natividade, Lucas de Sordi, Daniel Lenz, Marlus Araújo e monitores do LAMO.

“Desde que começou a construir, o homem utilizou a tecnologia para criar um


novo solo. Organizou o espaço, estabelecendo uma nova ordem, aparentemente
em contraste com a desordem natural. Vitruvius incluiu as máquinas da guerra
no seu tratado de arquitetura. No entanto há muito que a natureza é estudada
como uma máquina. Com o desenvolvimento da teoria dos sistemas e cibernética
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passou-se a considerar a interação dos sistemas naturais ou artificiais. O desafio


do workshop foi definir superfícies mutáveis, constituídas por conjuntos de obje-
tos que interagissem no espaço e no tempo com o homem. O material escolhido e
a geometria influenciam a relação destas superfícies com o contexto, mas os seus
mecanismos de software também. Estes mecanismos atribuem um novo vitalismo
à matéria, estas máquinas ganham animismo.” (HENRIQUES, PASSARO, 2016)

Construindo Proto-Ecologias, construindo com robôs, 2016

“Avanços na inteligência artificial, fabricação robótica, carros driverless, drones,


e outras formas de robótica móvel e incorporada estão prestes a coabitar nosso
ambiente construído. À medida que estas tecnologias se tornam parte das ferramentas
de projetos arquitetônicos, nossas típicas considerações estéticas sobre espaço, forma
e superfície, se expandem para abarcar preocupações comportamentais. Cada vez
mais ativo, responsivo e cinético, o material do ambiente construído vem ganhando
vida e autonomia próprias”. O workshop “Construindo Proto-ecologias” introduziu
uma abordagem comportamental em projeto, programação, eletrônica, redes, mecâ-
nica, materiais e métodos de fabricação. Os quatro dias de evento foram uma opor-
tunidade para que arquitetos, designers, artistas e o público mais amplo explorarem
questões tais como a robótica irá mudar a maneira como construímos as nossas casas
e cidades (Nóbrega, Lynn, Passaro, Henriques e Sabino, 2016).

Em busca da Forma, sistemas generativos, 2017

Este seminário / workshop pretendeu aprofundar o desenvolvimento teórico e prático


de algoritmos em projeto. Explorou os avanços da matemática do final do séc. XX,
nomeadamente da teoria da informação e teoria geral dos sistemas para procurar
soluções de projeto. Embora estas técnicas já sejam aplicadas em engenharia, design
ou urbanismo - dado o seu teor matemático e computacional – a sua aplicação na
arquitetura é ainda escassa. Este evento procurou traduzir técnicas computacionais,
como autômatos-celulares, L-systems, algoritmos genéticos e gramaticada forma, para
ferramentas generativas, de busca da forma. A ideia foi entender através da prática,
como estas técnicas podem ser aplicadas para resolver problemas de projeto. A pes-
quisa e foi suportado por um comité científico internacional de referência, com um
conjunto de pesquisadores com experiência nas referidas técnicas. Foi desenvolvida
uma nova metodologia que foi testada através do workshop, avaliando as potenciali-
dades e limitações de cada técnica, pensando em desenvolvimentos futuros. O LAMO
definiu o contexto do workshop, convidando pesquisadores/tutores para cada técnica:
Ernesto Bueno e Gonçalo Castro Henriques (L-systems), Victor Sardenberg (Autômatos
celulares), Jarryer de Martino (Algoritmos Genéticos), Daniel Lenz (Gramática da
Forma). Paralelamente tivemos pesquisa sobre realidade virtual e aumentada realiza-
dos pela Rebeca Estrada, Lucas de Sordi e Laura Lago.
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Juntos procuramos definir o que é um sistema generativo, e aprofundar as técnicas.


Esta pesquisa despertou interesse da comunidade cientifica, no Congresso SIGraDi
+eCAADe no Porto (HENRIQUES, BUENO, LIMA e SARDENBERG, 2019). Os resultados
permitiram testar e aprofundar a aplicação de ferramentas e processos, que são apro-
priados em projeto.

Workshop Superfícies Mutáveis, 2020

Workshop realizado na FAU-UFRJ, de 9 a 15 de fevereiro 2020. Evento LAMO coor-


denado por Gonçalo Henriques, Andres Passaro, Pedro Engel e Daniel Lenz. Teve
como parceiras 4 universidades, de 4 países, Universidade Federal do Rio de Janeiro
(Brasil), Universidad del Bío-Bío (Chile) Universidad Nacional del Litoral (Argentina)
e Universidad de Costa Rica (Costa Rica). Contou com a participação dos Professores
convidados Rodrigo Alvarado (Bio-Bio), Mauro Chiarella (FADU-UNL), Carolina Vargas
(UCR), Juarez Franco (COPPE) e dos tutores externos Alexis Salinas, Paula Ochoa (Bio-
Bio), Luciana Gronda, Martín Veizaga (FADU-UNL). Não tendo apoios externos, o
evento foi viabilizado por uma parceria entre os pesquisadores com a entreajuda dos
participantes locais e externos numa versão mais curta, em escala intermédia, ficando
o objetivo inicial de pavilhão 1: 1 para próxima ocasião. Aprofundou um intercâmbio
entre vários países e parceiros da região ibero-americana (ALVARADO, HENRIQUES,
CHIARELLA 2022). Teve assim, participantes de vários países, e universidades, com alu-
nos de graduação, mestrado e professores da FAU-UFRJ (8 participantes), Engenharia
COPPE-UFRJ (2 participantes), Belas Artes EBA-UFRJ (2 participantes), Universidad Bío-
Bío (6 participantes), Universidad Costa Rica (6 participantes).

LAMO, disciplinas eletivas oferecidas (data de início):

• Projeto de Habitação Emergencial DPA-UFRJ 2013, 2014 e 2015. Sistemas


construtivos para protótipos utilizando a tecnologia de fabricação digital. Pesquisa
e construção de protótipos de refúgio emergencial desmontável e reutilizável, para
catástrofe. Andres Passaro, eletiva 90 horas.

• Modelagem Digital Arquitetura, MDA DARF-UFRJ 2015,2016,2017,2018, 2019


e 2021. Introdução à modelagem digital em arquitetura e urbanismo. Processos
digitais integrados de modelagem, simulação e fabricação. Geometrias complexas
e introdução aos processos paramétricos e algorítmicos.

• Arquiteturas (In)úteis, PROURB/UFRJ 2016, 2017 e 2019. Intervenção tempo-


rária, geração e fabricação digital, parceria PROURB /UFRJ com FAUL Lisboa e
Parque Tecnológico UFRJ. Disciplina mista de pós-graduação, graduação e extensão.
Participantes de diversos cursos e universidades.
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• Computação para a Arquitetura em Python, DARF-UFRJ 2019, 2021 e 2022.


Introdução ao pensamento computacional aplicado à arquitetura. Algoritmos e
processos de tomada de decisão aplicados ao projeto de arquitetura e urbanismo.
Programação visual e textual.

• Processos Computacionais e Fabricação Digital em Projeto, PROURB 2021 e 2022.


Ciclo palestras – as LAMO SESSIONS – com pesquisadores da comunidade nacional e
internacional que desenvolvem trabalho de referência sobre processos computacio-
nais (Processos algorítmicos e paramétricos) e a fabricação digital em projeto.

• Computação para a Arquitetura em Python II, DARF-UFRJ 2022 e 2023 (pre-


visão). Aprofundamento do pensamento computacional aplicado à arquitetura.
Desenvolvimento de projeto de arquitetura e urbanismo utilizando algoritmos.
Metodologias e técnicas de pesquisa algorítmica, com exploração de algoritmos apli-
cados em projeto, na geração, simulação e/ou fabricação digital.

Trabalhos Finais de Graduação

Destacamos entre diversas pesquisas: Clarice Rohde “Casa Revista / Wiki House”,
2015; Rebeca Duque Estrada “Flat Pack Studio, dispositivo portátil de trabalho” 2015;
Maria Elisa Vianna “Pré-fabricação de componentes construtivos para construção
de abrigos” 2016; David Mendonça, “Ferramenta Generativa para Wiki House” 2016,
Giordana Pacini “Fab!t - Pavilhão itinerante de Ensino Maker” 2017; Isadora Tebaldi,
“Superfícies de contato, processos de transmutação de terrenos residuais do BRT
transcarioca” 2018. Estes trabalhos de TFG aqui citados foram desenvolvidos até
2018, sendo que entretanto foram desenvolvidos outros trabalhos interessantes, bem
como como dissertações de mestrado e teses de doutoramento.

3.3. Construir

Desde a sua formação em 2013 o LAMO/PROURB promove a construção anual de pavi-


lhões. Esta proposta surge da escassez de atividades construtivas para os estudantes
da escola, e como oportunidade de pensar o projeto na escala real. Esta preocupação
surge em 2012 na sequência da construção de um pavilhão com pallets descartá-
veis, para a Conferência das Nações Unidas Para o Desenvolvimento Sustentável
Rio+20, sob a coordenação da Professora Flávia de Faria, e Diego Portas, na Oficina
3 Abrigos, realizada pela FAU-UFRJ antes da criação do LAMO/PROURB. O rigor do
elemento utilizado apenas permitia estudar regras de encaixe, de acoplamento e
crescimento. Sem uma consciência plena do que estávamos fazendo projetamos um
pavilhão cujo produto foi resultado da procura.
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ISBN 978-65-5550-222-0

Dentro desta preocupação ainda algo ingênua produzimos em série alguns wor-
kshops com ênfase construtiva como o Senta aí, e Acende aí, e outros em parcerias
como Oficina Seres Rio e Espaços Extremos, assim como a criação de uma nova
disciplina chamada Projeto de Refúgio Emergencial.
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Em maio de 2013 chegam ao LAMO/PROURB a primeira impressora 3d Rapman da


3d System e a primeira máquina de corte a laser VLS6.60 da Universal Laser System
situação que colocaram o laboratório em outro patamar de pesquisa onde o con-
ceito de “prototipagem” de “fabricação digital” foram pontos de partida para uma
nova abordagem. Finalmente uma parceria com Architectural Association de Londres
realizada com Franklin Lee por ocasião do chamado “AA Visiting School: Infrastructure
Padrão FIFA, nos levou ao entendimento das três as ações para manter um laboratório
de ponta: Capacitar, Programar e Construir.

Dentro destes conceitos do LAMO/PROURB surge uma proposta de parceria do


Laboratório de Educação do Olhar/PROARQ coordenado pela Professora Maria Angela
Dias, em que foi construída a geometria de “Torus”, um pavilhão inflável, sob o nome
de Formalismos Anacrônicos & Ficções Arquitetônicas, coordenado pelo Professor
William O´Brien Jr, da Escola de Arquitetura e Planejamento do MIT. A experiência
foi enriquecedora, mas o workshop somente abordava a questão construtiva e não
o processo de projeto como um todo, situação que tentamos modificar nas parcerias
seguintes. A carência construtiva da escola, a perceção de novos processos de projeto
envolvendo possibilidades algorítmicas, somado à aquisição de equipamentos de
fabricação digital nos leva a um entendimento, quase emergencial de absorção e incor-
poração de um novo discurso projetual. As limitações de um laboratório deste tipo são
gigantescas, em função da aquisição de equipamentos de ponta, mas principalmente
de know-how de desenho paramétrico e fabricação digital em estado inicial no Brasil.

Casa revista Wiki-House, UFRJ, 2015

Este foi um marco importante do LAMO foi a construção da Casa Revista (PASSARO,
ROHDE. 2015 – 2016), que parte de uma pesquisa do LAMO/PROURB que se desdobra
num trabalho final de graduação e culmina com um Summer-Camp em 2015 onde é
tropicalizada e construída uma WikiHouse a partir da pesquisa de TFG da estudante
Clarice Rohde. Por outro lado, olhando o uso de braços robóticos do ETH de Zurich a
partir de 2006 ou do IAAC de Barcelona um pouco mais tarde, entendemos que a cons-
trução arquitetônica necessita atualizar a prática construtiva (PASSARO, RHODE. 2016).

“O projeto Casa Revista, desenvolvido no Laboratório, propõe uma atualização da


produção independente de habitações, inserindo uma nova tecnologia de fabrica-
ção e explorando seus potenciais. Baseado no sistema de construção WikiHouse,
desenvolvido em Londres e de fonte aberta, o estudo busca seu abrasileiramento,
sua aclimatação e a solução de questões básicas que envolvem o morar. Com seu
primeiro protótipo construído em escala real, a primeira WikiHouse da América
Latina, o projeto chega à fase de estudos sobre sua aplicação prática para a
solução da moradia rápida e barata, aperfeiçoando a técnica e sua adaptação a
condições locais. Com o intuito de renovar o debate sobre a produção habitacio-
nal no Brasil, o projeto Casa Revista visa aplicar as novas tecnologias à produção
de habitação de forma autônoma, baseada no empoderamento do construtor-
-morador que se torna hábil a construir sua própria casa através do uso intuitivo
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de novas tecnologias que já se encontram consolidadas. O projeto da casa, de


livre acesso, pode ser produzido em qualquer oficina de fabricação equipado com
uma router CNC, e então montado tendo como guia um manual de montagem,
tão simples quanto um jogo de montar”. (PASSARO, ROHDE. 2015)

A Casa Revista foi um marco, porque a partir desse momento a SIGraDi passa a reconhe-
cer o LAMO/PROURB como um dos quatro laboratórios da América Latina a trabalhar o
chamado IN-FORMING SPACES “tem quatro obras de laboratórios que exploram design e
fabricação, por um lado, de pequena e grande escala de espacialidades experimentais e, por
outro, de interfaces espaciais responsivo em referência ao usuário” (SPERLING, HERRERA,
2015 p 11-13). Com estas considerações o LAMO/PROURB é um laboratório pioneiro a
produzir prototipagem responsiva na escala real.

Novamente em parceria com o LAMO/PROURB a Professora Maria Angela Dias,


Coordenadora do Grupo de Pesquisa Educação do Olhar / PROARQ organizou, em setem-
bro de 2015, a construção do projeto “The Butterfly Gallery–Helicoidal Surfaces”, sob
a coordenação do Professor Andrés Martín Pastor da Universidade de Sevilha, Espanha.
Este workshop teve como um dos requisitos prévios, a transferência de tecnologia, junto
com um entendimento dos processos de projeto dos participantes, através de tutoriais
de desenho paramétrico realizados pelo professor visitante.

Computorização Computação
Processo Design
Subjetivo, perceção Redução racional
Informação qualitativa Informação quantificável
Geometria representação Geometria geração

Ferramentas

Instrumental Processual

Automação, repetição,
Processos generativos
mecanização

Hierárquico, todo>parte Emergente, parte>todo


Resultado
Autoria difusa,
Estilo individual, autor tangível
indeterminada Tabela 2. Resumo
e interpretação
Exploração ou invenção da diferença entre
computadorização
e computação
Descobrir o existente Criar o novo, artificial segundo Terzidis.
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Tentáculos: recriando criaturas híbridas,


analógico-digitais 2016

Este pavilhão partiu de um convite do Professor Guto Nóbrega e a Professora Malú


Fragoso do Núcleo de Arte e Novos Organismos, Laboratório vinculado ao programa
de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFRJ.
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O projeto foi desenvolvido em parceria, sendo que o desenvolvimento da estrutura pelo LAMO
abordou uma lógica organicista e anatômica no processo de desenho e de montagem.

“Durante o desenvolvimento das articulações funcionais foi utilizada uma lógica que
remete para elementos genéricos existentes na natureza (Figura 2). Esta lógica utilizou
designações como disco, vértebra, tendão e tentáculo. Este artigo pretende refletir sobre a
metodologia utilizada, procurando tornar explícitas as analogias utilizadas. Estas ana-
logias estão inseridas numa longa tradição iniciada por D’Arcy Thompson que compara
aspetos funcionais entre várias espécies.” (HENRIQUES, PASSARO, NÓBREGA. 2017).

Este trabalho também nos permitiu transitar entre processos analógicos e digitais abordados
por Kostas Terzidis (2003) que no seu livro Algorithmic Architecture diferencia os conceitos de
Computorização e Computação, conforme tabela anexa. “sintetiza as diferenças relativas aos
processos e uso de ferramentas, aos resultados esperados e sobre a natureza da procura da forma:
se a forma é uma descoberta ou uma invenção.” (HENRIQUES, PASSARO, NÓBREGA. 2017). A
estrutura tentáculos foi montada em diversos locais, como o Museu do Amanhã, numa parceria
com Marcela Sabino Coordenadora do Laboratório do amanhã.

Tornado, Pavilhão Superfície Regrada, Parque


Tecnológico da UFRJ 2016-2017

Foi uma instalação realizada no âmbito da disciplina Arquiteturas (in) uteis. Esta disciplina
resultou de uma parceria com o Parque Tecnológico da UFRJ e o LABiT/PROURB, coordenado
pela Professora Adriana Sansão, e a Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. Nela
exploramos geometrias originadas por superfícies regradas. A geometria do projeto construído
tem origem na rotação de uma série de quadros, em duas direções alternadas. O Tornado se
encaixa no conceito SIMPLEXITY com usado por Kolarevic (2016), apresentando uma forma
complexa, que, contudo, é resultado da aplicação de regras de modelagem e de fabricação
simples. O projeto foi realizado a partir de uma linha de 3m de comprimento, com operações
simples de movimento e rotação em série que definem a forma original. Durante o processo
de modelagem passamos de um processo que Oxman (2006) define como modelo formativo
topológico para um modelo generativo baseado numa transformação gramatical simples. A
fabricação foi realizada à semelhança da modelagem, ou seja, com uma sobreposição de qua-
dros rotacionados. A única prerrogativa que nos permitimos para romper esta condição foi a
execução do piso, o qual foi modelada com uma seção horizontal no plano XY para permitir o
trânsito de pessoas. Neste caso, utilizamos 660 sarrafos de pinus de 4cm x 8cm x 3m.

O workshop foi executado em duas fases, a primeira como parte da disciplina com estudan-
tes de graduação e pós-graduação, na disciplina Arquiteturas (In) úteis, e a segunda fase de
prototipagem foi realizada no LAMO/PROURB e montagem no Parque Tecnológico da UFRJ. O
pavilhão foi selecionado para o Homo Faber 2.0 (SCHEEREN, SPERLING, HERRERA, PACHECO,
VASCONSELOS, 2018), e ganhou o terceiro lugar no prémio internacional IASP 2019, atribuído
pela Network of Science Parks and Innovation, com a Galeria Curto Circuito.
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Wiki-House contrução Pavilhão, IAU-USP 2018

A experiência do LAMO/PROURB em técnicas de fabricação nos permitiu oferecer


um workshop designado por Wiki House no SIGraDi 2018 realizado em São Carlos, a
convite de David Sperling e Simone Vizioli. Logo depois da Casa Revista, que abordou
a construção desde um ponto de vista da fabricação digital, mas não do desenho
paramétrico desenvolvemos uma pesquisa que procurava parametrizar a Wiki House,
essa pesquisa teve desdobramentos em um trabalho final de graduação prototipado
em escala 1/1. “Na plataforma on-line da WikiHouse estão disponíveis desenhos que
permitem cortar as peças utilizando a tecnologia CNC e a fabricação digital. O nosso
Laboratório LAMO/PROURB vem testando e desenvolvendo este sistema WikiHouse
desde 2013, tendo executado o sistema na sua totalidade na escala 1:1 na sua versão
3.0 em 2015 com a construção da WikiHouse “Casa Revista”. Ao longo deste tempo
fomos testando diferentes encaixes em modelos reduzidos.

Pavilhão “Tropical Gridshell Experience”, UFRJ 2018

O seminário e workshop “Tropical Gridshell Experience” foi um evento organizado


no âmbito do Programa BRAGFROST – Brazilian- German Frontiers of Science and
Technology – numa parceria entre os professores Gonçalo Castro Henriques (FAU-UFRJ
/ LAMO) e Tobias Wallisser (ABK Stuttgart / LAVA). O workshop decorreu no LAMO, entre
5 e 12 de março de 2018. Esse programa pretendeu repensar processos tradicionais de
construção em cada um dos países, combinado com a utilização de design algorítmico
e fabricação digital. Os participantes tiveram como desafio conceber um abrigo em
bambu com base na tecnologia construtiva das gridshells. Cada grupo desenvolveu
um projeto, sendo a melhor proposta construída por todos na escala 1:1, no átrio
da FAU-UFRJ – o pavilhão Tropica Gridshell, de bambu, com a forma de paraboloide
hiperbólico. Os participantes vieram de diversos estados do Brasil e da Argentina, numa
mescla de alunos de graduação e pós-graduação e professores. O workshop contou com
o apoio de Daniel Lenz (LAMO – PROURB) e com palestras de Tobias Wallisser, além do
professor Felipe Tavares (UFBA) e da arquiteta Celina Llerena (Ebiobambu). Essa par-
ceria teve como desdobramento o workshop “OCA: Traditional Brazilian Construction
Reinvented”, realizado na universidade ABK-Stuttgart, entre 15 e 19 de outubro de
2019, em que os participantes reinventaram a tipologia da OCA com novos materiais,
com um grupo misto de alunos do Brasil e da Alemanha.
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Pavilhão “OCA: Traditional Brazilian


Construction Reinvented”, Stuttgart 2018

Neste workshop que foi um desdobramento do anterior o desafio foi reinventar a


tipologia da oca indígena com novos materiais. Dando sequência à parceria com a
Academia de Belas Artes de Stuttgart (ABK-Stuttgart), o workshop incluiu uma viagem
de estudo à Alemanha com 10 membros do LAMO. Visitas de pesquisa a universidades
bem estabelecidas no campo de Design Computacional e Fabricação Digital – ABK
Stuttgart, ICD Stuttgart, UDK Berlin – e a empresas e laboratórios, como o LAVA –
Laboratory for Visionary Architecture (Berlin e Stuttgart) permitiram entrar em contato
com o estado da arte, tecnologias e pesquisadores da área. Além disso, o desenvolvi-
mento do trabalho com um grupo misto de alunos do Brasil e da Alemanha propor-
cionou a aprendizagem sobre design integrado e colaborativo, promovendo sinergias
e propiciando o desafio de lidar com diferentes critérios técnicos e culturais.

No workshop definiu-se como problema de projeto a consideração de uma tradição


brasileira, a construção vernacular indígena, pensada através de condicionantes técni-
cas da Alemanha. Partiu-se do conceito da oca como abrigo e da utilização da técnica
de flexão com tubos de seção redonda. O desenvolvimento do projeto considerou um
material industrializado e acessível, testado para propósitos diferentes dos originais,
uma vez que os tubos selecionados eram utilizados na rede elétrica.

Esses tubos de polímero com diferentes secções foram escolhidos devido à sua
conexão e instalação fáceis. Essa foi a alternativa ao material pensado inicialmente,
o bambu, que não existe na Alemanha e teria de ser importado de outro continente.
Os estudantes brasileiros e alemães projetaram e montaram juntos uma nova oca,
reinterpretada.

O pavilhão construído combinou aspetos das 5 propostas para uma nova oca. Definiu
uma superfície que se divide num conjunto de pétalas, com um espaço central de
reunião. Para construir esse abrigo, os tubos foram dobrados e entrelaçados, gerando
uma grelha de dupla-curvatura. Faltou apenas adicionar uma cobertura com uma
manta de polímeros, o que aumentaria a capacidade de proteção visual e física. Foi
montado com sucesso no pátio da Universidade e hoje é utilizado pelos estudantes
locais (Wallisser, Henriques et all, 2019). Esta foi uma oportunidade de intercâmbio
cultural e uma experiência humana entre os participantes, que foi oficialmente encer-
rada com cerimónia tradicional alemã.

Esta parceria, que resultou na construção de dois pavilhões, é uma fusão entre as
ações de capacitar, construir e programar. Desde o início procuramos promover a
integração inclusiva da geração algorítmica com a fabricação digital. Embora, nestes
artigos estas ações sejam descritas separadamente, a sua sequência não é linear, mas
estas ações em conjunto são indissociáveis do algoritmo LAMO.
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Trabalhos desenvolvidos em discipli-


nas ministradas pelo LAMO, FAU-UFRJ
2015-2022
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4. Ações e resultados

Analisando a quantidade de cada ação, considerando o período antes da pandemia de


2020, podemos saber qual a sua influência no fluxo de conhecimento que pretende-
mos criar.

Capacitar: nesta linha de ação predomina a capacitação na Laser, CNC, braço robótico
(21) os Workshops internos (18), a que se juntam palestras de pesquisadores convidados
(23), e outras ações como visitas técnicas a laboratórios, empresas e universidades (18).
Entre estas visitas estão: o laboratório PRONTO (SC-BR), Lab SC (IAU-USP-BR), FAB-LAB
USP (SP-BR), LAGEAR (MG-BR), DFL (Digital Fabrication Lab FAUP - Porto), DCG (FAUTL,
Portugal), ICD (Stuttgart), LAVA (Stuttgart e Berlin), Design-to-Production (Stuttgart),
BIG-Rep/NOWlab (Berlin), ILEK (Instituto Frei Otto, Stuttgart), FABHAUS (Universidade
PUC-chile) FAB-LAB (Núcleo empresas Chile), Lab Museu do Amanhã (LMA-Rio), Canteiro
Experimental (PUC-RIO), FABULOSA, IED-RIO, INT, SENAI e FIRJAN (Rio) ou os grupos
locais do NUMATS, LABiT, HUB, NANO, EDO, LAURD, etc.

Programar: como vimos programar é uma ação fundamental no laboratório, onde se


destacam os seminários/workshops (8), com uma periocidade anual. Este aprendizado
vem sendo consolidado com as disciplinas eletivas (5) e os projetos (7) que advém de
parcerias visando também a construção

Construir: neste item vemos que das três ações a que tem maior preponderância,
são as construções/instalações na escala real 1/1 (18, que incluem além dos pavilhões
citados um conjunto de peças nesta escala), que para serem desenvolvidas requerem
normalmente protótipos de desenvolvimento (46). Estas realizações devido ao maqui-
nário e recursos limitados, foram na maioria feitas em parceria (15 parcerias). Esta pre-
ponderância de artefatos construídos sobrepõe-se aos resultados teóricos ou escritos, o
que está associado com a vocação de pesquisa aplicada, que é simultaneamente uma
caraterística e um objetivo do laboratório.

Produtos da ação em rede

Os trabalhos do laboratório resultam numa presença frequente em Congressos (12),


esta presença mostra interesse nos trabalhos que desenvolvemos, sendo que para o
laboratório é importante partilhar conhecimento e saber também o que os outros
grupos produzem. Recebemos também inúmeros convites para palestras (15), os
trabalhos são apresentados por alunos na Jornadas de Iniciação Científica SIAc (9),
publicamos regularmente artigos em anais e periódicos (21), livros (2) e capítulos de
livros (4). Nos resultados também se deveria incluir as construções na escala real, mas
estas foram identificadas no item construir – e num certo sentido, são tanto um meio,
como um fim em si mesmo. Outros resultados da pesquisa com a graduação tem sido
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os trabalhos finais de graduação de estudantes (TFG 12) -relacionados com a pesquisa


do laboratório, entre estes trabalhos, estão os TFG de Clarice Rohde, Rebeca Estrada,
David Mendonça, Filipe Madeira, Giordana Pacini, Camila Bueno, Elisa Vianna, Isadora
Tebaldi, pesquisas em novos temas. A pesquisa realizada criou massa critica que se
pretende passar para o próximo nível de (pós)graduação), tendo o laboratório come-
çado a orientar pesquisa de pós (2 dissertações de mestrado, 1 doutorado em anda-
mento). As exposições (7) e produção multimídia (10 vídeos), junto como os prémios
(10) e a divulgação da nossa página de mídia social, com 2.827 seguidores. Este
número demonstra a importância da comunicação e da partilha, importantes para
fortalecer a comunidade em rede.

5. Perspetivas futuras

Fomos a primeira Universidade Pública de Arquitetura do Brasil a receber um


braço Robotico de dimensão industrial em Junho 2021 (Passaro, Henriques, Alvardo,
Bohme 2022).

O algoritmo LAMO, é uma definição viva, em permanente transmutação, que pro-


cura estabelecer uma dialética entre tecnologia e projeto. Nesse sentido o laboratório
demarca-se de espaços Makers e FabLabs que não têm uma estratégia de projeto. A
nossa estratégia usa as ações CAPACITAR, PROGRAMAR, CONSTRUIR para criar uma
rede e o fluxo de conhecimento vinculado com o projeto. É o sentido comunitário
de desenvolvimentos no contexto do Sul Global de uma revolução tecnológica, mas
também cultural e humana.

Fig. 6 . Ações em
rede LAMO e pro-
dutos/resultados
(2013-2020)
Three Dimensional
Experimental Center
NEXT and BIODESIGN - PUC Rio

O NEXT – Núcleo de Experimentação Tridimensional é um labora-


tório de pesquisa do Departamento de Artes e Design – DAD – da
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio. Teve
Coordenadores sua criação a partir do edital Pensa Rio - Apoio ao Estudo de Temas
Prof. Jorge Lopes dos Santos Relevantes e Estratégicos para o Estado do RJ - 2009 da FAPERJ.
Prof. Claudio Freitas de
Magalhães Baseia suas pesquisas em processos de design experimentais ino-
vadores através da simulação e modelagem tridimensional física e
Pesquisadores NEXT
virtual. O campo de atuação envolve pesquisas e desenvolvimentos
Prof. João Bonelli; Prof. Flavio nas áreas de visualização tridimensional interativa, tecnologias de
Carvalho; Prof. Guilherme obtenção e tratamento de superfície 3D, interação háptica, e tecno-
Lorenzoni; Profa. Claudia Kayat; logias não invasivas de obtenção de imagens.
Prof. Celso Santos;
João Vitor de Melo. Para isso, conta com diversas tecnologias emergentes para aquisição,
Alunos Pós-Graduação visualização e materialização 3D como: escaneamento digital tridi-
mensional, tomografia, fabricação digital (diversas tecnologias como
Celso Santos (2016/2017);
impressão aditiva em metal, em plásticos ou outros materiais, sistemas
Claudia Habib Kayat (2014/2015);
CNC, braço robô e plotter de corte ou corte laser), assim como outras
Gerson Ribeiro (2018/2019);
tecnologias de apoio à simulação e teste como eye traking, motion
Natascha Scagliusi (2015/2018)
capture e sistemas diversos de realidade virtual como oculus rift.
Alunos Graduação
Sibelius Claussen ( 2016 / 2017); São realizadas pesquisas acadêmicas em nível de mestrado e
Daniel Nasajon (2015/2016); doutorado assim como são efetuados serviços associadas à explo-
Brunna Paiva Rocha (2015/2016); ração estratégica envolvendo metodologias de Design Estratégico e
Fernanda Queiroz de Souza tecnologias emergentes, em diversas áreas do conhecimento como
Corrêa (2014/2016); Gerson da medicina, museologia, mobiliário e joalheria, abarcando projetos de
Silva Ribeiro (2012/2014); produtos conceituais, simulações virtuais de processos, experimen-
Gabriel Arruda Cardoso tações de uso, digitalização tridimensional, tratamento de imagens
(2014/2015); tridimensionais e fabricação digital por adição e por subtração.
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Projetos desenvolvidos no laboratório com


os pesquisadores e os alunos:

O Projeto Feto

JJorge Lopes Dos Santos, graduado em design brasileiro, desenvolveu uma forma de fazer
modelos físicos de fetos a partir de dados de ultrassom, tomografia computadorizada e resso-
nância magnética. Ele desenvolveu o projeto em colaboração com um cardiologista pediátrico
do Imperial College enquanto estudava no curso de doutorado em Design Products no Royal
College of Art de Londres (2005/2009).

Lopes dos Santos começou sua pesquisa de forma relativamente prosaica, observando como a
modelagem foi usada de maneira prática ao longo dos séculos, trabalhando com tecnologia de
ponta digital e impressão 3D. De acordo com o pesquisador, da mesma forma que os computa-
dores mudaram a prática de design, a fabricação rápida de protótipos tridimensionais significa
que se pode personalizar algo infinitamente. O uso de modelos físicos na medicina começou
com fins didáticos representando diferentes partes do corpo humano. Resultando em grande
realismo visual que incluíam as mudanças do corpo da mulher durante a gravidez. O crescente
desenvolvimento tecnológico na obtenção e visualização de imagens por meio de tecnologias
não invasivas trouxe grandes avanços na medicina, principalmente na visualização do feto.
Em geral, dois tipos de exames são usados para obter imagens da cavidade uterina durante a
gestação: a ultrassonografia (USG) e a ressonância magnética (RM).

A ressonância magnética é um método investigativo não invasivo capaz de oferecer imagens


bem definidas do corpo humano e é utilizado como método complementar à ultrassonografia.
Por sua vez, a modelagem tridimensional virtual ganhou grande impulso nos últimos anos
devido ao alto desempenho de software aplicado nas áreas de engenharia, arquitetura e design.
Tornando cada vez mais, uma visualização mais fácil de imagens 3D. Essas imagens podem ser
geradas por testes médicos (por exemplo, ressonância magnética e USG) ou de outros métodos,
como tomografia computadorizada, scanners a laser 3D (amplamente utilizados em “design” e
engenharia) e scanners (amplamente utilizados em jogos de animação, etc.).

Alunos Graduação
Antônio Carlos Thiele
(2011/2014); Karina Oliveira
Santos (2012/2013);
Fernanda Coelho Dreilitch
(2010/2011);
Leandro Fernandes de Oliveira
(2010/2011); Juliana Chaves
(2010/2011); Isolda dos Santos
Levy Kamita (2010/2011);
Marcella Guerra; Marcus
Ribeiros e Gabriel Vinagre.
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Assim, o pós-processamento de imagens médicas - facilitado pela evolução tecnológica do


software de modelagem tridimensional virtual - pode fornecer novas aplicações para a repre-
sentação tridimensional. A tecnologia de material complementar permite a conversão de um
modelo virtual 3D em um modelo físico por meio de um processo rápido e fácil com dimen-
sões precisas. O processo de construção transfere um arquivo de dados para um equipamento
de prototipagem rápida 3D que constrói modelos físicos pela sobreposição de finas camadas de
matéria-prima.

Com base nesses resultados, os modelos físicos em breve ajudarão no estudo tátil e interativo
de muitas disciplinas médicas. Essas técnicas podem ser úteis para futuros pais - especialmente
pais com deficiência visual - pois recriam um modelo 3D com as características físicas do feto,
permitindo uma conexão emocional mais direta com o feto.

João de Barro (2012)

Estrutura em MDF simulando ampliadamente a forma de um ninho do famoso pássaro


brasileiro que “imprime” seu próprio ninho. Exposta na IV Bienal Brasileira de Design 2012.
Designers: Jorge Lopes; Claudio Magalhães; João Bonelli; Gerson Ribeiro.
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Plano das Ideias (2006 - Atual)

Esta pesquisa iniciada em 2006 pretende investigar a potencialidade de inovação, da


geração de conceitos e soluções, a partir da exploração da transformação do plano,
antecedendo a definição de problemas específicos de projeto. Esta exploração da
forma plana é viabilizada pelas atuais routers CNC, acelerada por design paramé-
trico de princípios de alteração do plano e por transposições entre mídias físicas
e digitais, para a geração de variantes, realização de modelos e protótipos experi-
mentais. Também faz parte desta pesquisa o desenvolvimento de exercícios sobre
Fundamentos do Design.

Geração de formas
a partir de folha
quadrada com
um corte reto.
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TRABALHO DE ALUNOS

Módulo digital no Rhinoceros e matriz de variantes

Alguns modelos tridimensionais e seus


comportamentos tridimensionais
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Instalação Arpoador (2013)

Superfície de papel e filme plástico vincada e controlada por programação e movi-


mento acionado por sensores de presença. Exposição Rio+Design Milão 2013.
Designers: Cláudio Magalhães; Jorge Lopes; João de Sá Bonelli.

Cavalete Deployer (2015)

O cavalete Deployer é um sistema de rack feito de duas folhas cortadas tensionadas


juntas. É o resultado do projeto “Plano de Ideias”. Exposta na Rio+Design Milão 2014.
Designers: Cláudio Magalhães; Marcus Ribeiro; Claudia Kayat (chapa de compensado
de bambu e tampo de acrílico 40x40 cm).
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Poli Lumi I (2014)

A luminária de teto possui forma geométrica com


arestas bem definidas, gerando um jogo de luz no
ambiente. Seu maior diferencial é ser uma lumi-
nária toda impressa em 3D. Também é do projeto
“Plano de Ideias”. Exposta na Rio+Design Jockey
Club RJ 2014. Designers: Fernanda Corrêa;
Claudio Magalhães.

Volver Collection (2014)

Linha de joias desenvolvida dentro da pesquisa” Plano das Ideias”, impressas em aço inox e banha-
das a ouro. A coleção surgiu a partir da exploração de superfícies transformadas pela triangulação
de planos e sua torção dá movimento e ritmo às peças. Exposta na Rio+Design Jockey Club RJ
2014. Designers: Fernanda Corrêa (IC); Cláudio Magalhães.
NEXT and Biodesign - PUC Rio
336
ISBN 978-65-5550-222-0

Jara 140 (2015)

A partir da exploração dos limites de novas tecnologias surge a Jarra 140; ela possui
140 arestas bem definidas deixando em evidência sua estrutura geométrica. Aliada
a sua espessura reduzida, a peça é viabilizada pela impressão 3D na Voxeljet VX-800,
em PMMA, um tipo de acrílico, banhado em cera. Trata-se de uma peça de decoração
diferenciada, devido às tecnologias utilizadas em seu processo de criação, como o
escaneamento tridimensional e a impressão em 3D própria para fundição.
Designers: Fernanda Corrêa; Claudio Magalhães.

Dimus (2014)

A experiência de ouvir música pode ser individual ou coletiva e é afetada por uma
série de fatores, como o ambiente, volume, equipamento e estado emocional. Assim,
a experiência decorre de forma subjetiva, tendo respostas diferentes em cada um de
nós. Esta instalação é o resultado de uma série de experiências que, a partir da sub-
jetividade do próprio autor, encontram formas de representar fisicamente a música.
Recorrendo a conceitos como sinestesia, teoria da cor, teoria musical e estudo de
formas 3D, foram aplicados algoritmos de visualização de dados para converter sons
em formas que pudessem representá-los. As cores dão cor às formas baseiam-se nas
teorias de Kandinsky.
NEXT and Biodesign - PUC Rio
337
ISBN 978-65-5550-222-0

DiMus é uma instalação interativa que permite experiências sensoriais e multidimensionais,


que se somam à forma tradicional de ouvir música, agregando três outras dimensões.
Designers: Gerson Ribeiro. Orientadores: Jorge Lopes; João Bonelli.

Projeto Conceito Gota FMC (2014)

O projeto conceito Gota FMC parte de uma hipótese de reestruturar as chamadas “árvores
de natal” da empresa FMC a partir de novas tecnologias de manufatura aditiva entre outras
inovações. Esses equipamentos são sistemas de válvulas instalados no leito do oceano sob
fortes correntes submarinas, para controlar o fluxo de extração de petróleo e gás dos poços.
Pesam cerca de 85 toneladas e medem aproximadamente 7 metros de altura. São instaladas
com a ajuda de veículos robotizados de operação remota, no caso de águas mais profundas.
O conceito gerado partiu de workshop com mais de 40 funcionários de diversas áreas da
FMC. Esta concepção adotou a instalação semi-automática e manutenção do equipamento
com a incorporação de sistema de propulsão e braços robóticos. A hipótese de produção com
impressão 3D permitiria novo arranjo dos subsistemas, otimizando espaço e possibilitando
geometria hidrodinâmica.
Pesquisadores: Jorge Lopes; Claudio Magalhães, Claudia Kayat, George Guerra
e Alan Labes (FMC).
NEXT and Biodesign - PUC Rio
338
ISBN 978-65-5550-222-0
NEXT and Biodesign - PUC Rio
339
ISBN 978-65-5550-222-0

Tecnologia e Biomimética na Joalheria (2015)

A microtomografia em conjunto com o Processamento Digital de Imagens, permite recons-


truir modelos virtuais 3D dos objetos digitalizados. Modelos virtuais 3D de estruturas naturais
podem ser utilizados no design de joias, demonstrando que uma estrutura natural complexa,
difícil de se obter por meio de modelagem digital convencional, ou até mesmo por escanea-
mento de infravermelho, agora pode ter sua estética apropriada pelo projeto com o auxílio de
um microtomógrafo. Além disso, a impressão 3D é um processo de fabricação ideal para fazer
modelos de fundição direta com estruturas complexas. No entanto, neste caso, foi experi-
mentado a impressão 3D em aço inox para representar a complexidade geométrica e design a
partir de formas com uma estética natural da estrutura interna (invisível) de uma semente, e a
repetição e escalamento de forma orgânica de outra semente.

As peças são o resultado de uma pesquisa experimental com foco em explorar novas tecnolo-
gias como a microtomografia, a impressão 3D em metal e o processamento de imagens digitais
na joalheria, quando comparados às tecnologias tradicionais. Este trabalho demonstra o poten-
cial destes novos conhecimentos para liderar a inovação da área (2015).
Materiais: Prata, pérolas cultivadas, diamante, ouro e revestimento de ródio.
Designer: Natascha Scagliusi. Orientadores: Jorge Roberto Lopes dos Santos;
Cláudio Freitas de Magalhães.
NEXT and Biodesign - PUC Rio
340
ISBN 978-65-5550-222-0

3D Printed Ceramics (2017)

A partir do trabalho de implantação da impressão 3D na área de Desenvolvimento de


Produtos da DECA foram desenvolvidos vasos em impressão 3D. Os projetos, feitos em
barro e porcelana em impressora 3D são esmaltados na cor ouro e feitos com mate-
rial 100% natural e sustentável. Expostos da Rio+Design Milão 2017.
Designers: Alice Felzenszwalb; Jorge Lopes; Tiago Lima.
NEXT and Biodesign - PUC Rio
341
ISBN 978-65-5550-222-0

Exploração Computacional da Estrutura


das Relações Visuais (2020)

Esta pesquisa estuda a metodologia criada pela professora Rowena Reed Kostellow sobre
a estrutura das relações visuais com o emprego do design computacional. Esta metodolo-
gia foi desenvolvida ao longo de cinco décadas e tem sido um modelo para a educação dos
Fundamentos em Design em todo o mundo. O livro “Elementos do Design Tridimensional:
Rowena Red Kostellow e a estrutura das relações visuais” foi traduzido e publicado pela Cosac
Naify em 2015 com recursos da FAPERJ.

Objetivo é compreender melhor este sistema procurando por padrões ocultos que apenas os
computadores podem processar. Consiste na criação de um algoritmo que replica virtualmente
os modelos de um dos sistemas da metodologia. Criar um algoritmo analítico para calcular
dados complexos sobre as composições criadas e criar uma taxonomia dos modelos gerados
com base nas informações coletadas.
NEXT and Biodesign - PUC Rio
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ISBN 978-65-5550-222-0

BIODESIGN LAB

O BIODESIGN LAB, uma parceria entre a PUC-Rio e o grupo DASA de medicina. Criado
em 2021 durante a pandemia de COVID 19, o laboratório, desenvolve pesquisas em
tecnologias 3D, internacionalmente já bem sucedidas na área de medicina fetal, agora
estendidas a diversas áreas da medicina como neurologia, cardiologia, ortopedia,
transplante e outras, sempre enfatizando a importância da pesquisa interdisciplinar
envolvendo médicos, designers, biólogos, engenheiros, programadores e outras áreas
da ciência. A criação do laboratório confirma o pioneirismo do Departamento em
design, tecnologia, ciência e medicina.

O laboratório BIODESIGN conta uma equipe multidisciplinar, com alunos de gradua-


ção em áreas diversas da ciência como Engenharia, Neurociências, Medicina, Design,
Biologia, Direito e outras, sempre relacionando pesquisas as áreas biomédicas; alunos
de pos graduacao (Mestrado e Doutorado); Pós doutores com pesquisas aplicadas a
projetos em desenvolvimento no laboratório; professores ; pesquisadores (PUC Rio e
outras Universidades e Centros de Pesquisa), além de médicos e biomédicos do Grupo
DASA de Medicina.

A infraestrutura do BIODESIGN é dividida entre três laboratórios principais, a saber: o


laboratório de visualização e simulação 3D virtual que conta com tecnologias diversas
como sistemas haptic, scanners 3D de luz estruturada, óculos de realidade virtual, rea-
lidade aumentada e sistemas de processamento e segmentação de imagens médicas.

Dr. Heron Werner visualizando arquivo de ressonância


magnética fetal em óculos de Realidade virtual
NEXT and Biodesign - PUC Rio
343
ISBN 978-65-5550-222-0

O laboratório de impressão 3D que conta com os principais processos de manufatura aditiva


como tecnologias a base de pó de poliamida ( SLS), tecnologias de resinas fotossensíveis (SLA
e DLP) e tecnologias de deposição de filamentos termoplásticos diversos .

O terceiro laboratório desenvolve projetos na área de bioimpressão 3D, e conta atualmente


com 3 equipamentos de deposição de material biológico (bio printers), além de infraestru-
tura laboratorial.

Entre vários projetos desenvolvidos, podemos citar o recém apoio à cirurgia de separação de
gêmeos craniópagos, coordenada pelo neurocirurgião Dr. Gabriel Mufarrej, onde foram desen-
volvidas dezenas de simulações virtuais (encontros em metaverso) e físicas (impressão 3D de
estruturas anatômicas) para auxiliar todo o processo.

Da esquerda para a direita: Modelo impresso em


3D, a partir de tomografia computadorizada, de
crânio de feto com ZIKA vírus.

Ao lado, Bio Impressora 3D durante processo de


deposição de material biológico.

Modelo anatômico impresso em 3D em escala real


de cérebros de gêmeos craniópagos
Laboratorio Biomimético
no Parque Natural de
Redes - Asturias / ES

El Laboratorio Biomimético es un lugar que conecta la Naturaleza con el


diseño, la ciencia y la tecnología, a través de la educación y la investigación.
Un espacio en el parque Natural de Redes, Asturias, para aprender a diseñar
y a fabricar al igual que lo hace la Naturaleza.

En el Laboratorio Biomimético conectamos el trabajo de investigación


biomimética desarrollado con su enseñanza en las aulas, a través de una
metodología creativa y experimental de inmersión en la Naturaleza para
aprender a transformar una inspiración biológica en una implementación
técnica. Aprender a mirar la Naturaleza con curiosidad y desde la experi-
mentación creativa para encontrar alternativas en los procesos de diseño.
Tomar la Naturaleza como modelo nos hace repensar y replantear el futuro
del diseño, mediante alternativas a los procesos tradicionales de producción.

Equipo
Marlén López
Manuel Persa

Colaboradores
Ramón Rubio
Mar Alonso
Eduardo Cires
Laboratorio Biomimético - Asturias
346
ISBN 978-65-5550-222-0

Cuaderno biomimético

Proyecto: Manual para la creación de un cuaderno de descubrimientos


del mundo natural
Autores: Marlén López y Manuel Persa
Fecha: año 2020

Materiales: cuaderno en papel reciclado con una guía de consejos y ejercicios


prácticos para iniciarse en la metodología de trabajo biomimética. Además, el cua-
derno tiene 10 hojas en blanco para que puedas empezar a recabar tu colección de
descubrimientos.

Descripción: el cuaderno biomimético es una herramienta de gran utilidad para


todos los creativos, pues nos ayudar a conectar la bioinspiración que nos ofrece el
mundo natural con la creación de diseños innovadores y sostenibles.

A través del cuaderno aprendemos a observar y analizar la Naturaleza de una forma


distinta a como lo hacíamos hasta ahora. Anotaremos todas las curiosidades y super-
poderes de los organismos biológicos, y nos sentiremos más inspirados y creativos
para crear un inventario de formas, procesos y ecosistemas naturales. Y podremos
construir nuestra propia colección de descubrimientos de la Naturaleza.

El cuaderno se creó como material de apoyo en los paseos biomiméticos por entorno
naturales, con pautas y actividades para ayudara a perder el miedo al papel en blanco y
descubrir la bioinspiración como punto de partida para crear posibles ideas de diseño.
Laboratorio Biomimético - Asturias
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ISBN 978-65-5550-222-0

Fabricando como la Naturaleza

Proyecto: experimentación con biomateriales


Autores: Manuel Persa y Marlén López
Fecha: desde año 2020

Materiales: bioplásticos a base de gelificante, plastificante y agua con diferentes


aditivos como posos de café, cáscara de huevo, piel de mandarina, magaya de la sidra
o cáscara de castaña.

Descripción: procesos de creación de biomateriales con el objetivo de experimentar y


caracterizar nuevos materiales como alternativas sostenibles a los procesos convencio-
nales. La biofabricación une investigación y creación artística, sustituyendo los sistemas
industriales o mecánicos por procesos biológicos, fusionando biología, tecnología y
diseño según los principios hallados en los organismos naturales, revolucionando así
los procesos de producción actuales y su alto costo medioambiental
Laboratorio Biomimético - Asturias
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ISBN 978-65-5550-222-0

Diseño de producto y biopackaging

Proyecto: diseños mediante biofabricación y plegado


Autores: Manuel Persa y Marlén López
Fecha: desde año 2020

Materiales: bioplásticos a base de gelificante, plastificante y agua con diferentes


aditivos de residuos orgánicos como piel de plátano, pan duro, posos de café, ceniza o
tintes naturales.

Descripción: creación de diferentes aplicaciones para diseño de producto y packa-


ging mediante técnicas de biofabricación y plegado, basándonos en cómo fabrica la
Naturaleza sus materiales y estructuras, y fomentando la circularidad en los proce-
sos creativos.

• Bolso de bioplástico con cáscara de plátano


• Packaging con tintes naturales y técnicas de plegado
• Packaging para galletas de la marca Panduru, con pan duro como principal aditivo.
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Diseño biotextil

Proyecto: diseño textil y aplicaciones en moda mediante biofabricación


Autores: Manuel Persa y Marlén López
Fecha: desde año 2021

Materiales: bioplásticos a base de gelificante, plastificante y agua con tintes naturales.

Descripción: creación de diferentes aplicaciones para diseño textil mediante biofabri-


cación y diferentes técnicas de plegado, tejido, costura o corte láser como experimen-
tación de las posibilidades materiales y de confección en el sector de la moda.

• Entramado tejido con bioplástico con posos de café como principal aditivo.
• Tejido de escamas de bioplástico para aplicación en creaciones de alta costura
como alternativa al uso de lentejuelas o elementos similares.
Laboratorio Biomimético - Asturias
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Diseño adaptativo

Proyecto: diseño según bioinspiración en mecanismos dinámicos naturales


Autores: Manuel Persa y Marlén López
Fecha: año 2019

Materiales: diferentes tipos de telas como loneta, neopreno, poliéster o fibra textil
sintética con una gran elasticidad, utilizados como base sobre la que imprimir diseños
mediante técnicas de fabricación aditiva.

Descripción: proyecto que explora las posibilidades de la impresión 3D sobre tejidos y


las diferentes aplicaciones emergentes en la industria de la moda, la arquitectura, el
packaging o el diseño de productos.

A través de diferentes casos de estudio de organismos adaptativos en la Naturaleza,


nos centramos en los que responden a estímulos externos, reaccionando a la luz, la
temperatura, el agua o el dióxido de carbono, como bioinspiración para crear tejidos
dinámicos y estructurales. Este tipo de mecanismos son una fuente de inspiración en
la creación de nuevos diseños con capacidad de adaptación, a las condiciones cam-
biantes del entorno y necesidades del usuario, de una forma reactiva y low-tech.

Los participantes aprenderán los conceptos generales y nociones técnicas básicas


sobre tipos de materiales y parámetros de impresión. Realizaremos diferentes pro-
totipos transformando un trozo de tela en una estructura flexible tridimensional por
medio de la fabricación aditiva.

• Prototipos de estructuras flexibles tridimensionales para aplicación en arquitectu-


ras de uso temporal.
• Diseño de packaging protector y adaptativo.
• Diseño de producto mediante técnicas de plegado para crear piezas de paquete
plano y rápido y fácil montaje.
Laboratorio Biomimético - Asturias
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ISBN 978-65-5550-222-0
Contribuições para Rede de Biomimética
no Brasil- Laboratório de Robótica
dedicado às atividades da
indústria do petróleo

Contribuições para Rede de Biônica e Biomimética no Brasil

Iniciamos as atividades em Tecnologia Submarina- ênfase em Robótica-, no início da década de


1980, onde começamos a ser instigados a atender os desafios da crescente indústria do petróleo,
dar respostas às atividades do quotidiano, bem como atender às emergências operacionais, seja
em ambientes secos e, crescentemente, nas atividades submarinas, onde profundidades de 300
metros de Lamina d’água definiam o que hoje entendemos como “águas profundas”, proibitivas
ao mergulho humano.

Entendemos a robótica e suas disciplinas correlatas como áreas de estudo em expressiva evo-
lução, porém, ainda, imaturas e carentes em termos práticos. A Robótica no Brasil, vem sendo
desenvolvida de modo acanhado e apresenta, ainda, lacunas bastante específicas, mesmo
necessitando de habilidades transdisciplinares. Por não ser uma atividade diretamente ligada
às atividades fim de um número expressivo de empresas e instituições, recebe destas, atenção
menor, por conseguinte, um tratamento coadjuvante, sob a suposição de que “alguém deve
estar estudando e fazendo o que for necessário para quando for preciso...”.

Nesta linha foi necessário esforço especial na criação, desenvolvimento de cultura, metodologia
de testes e operações que não poderiam contar com a sensibilidade e destreza do ser humano.
Tudo deveria ser feito através de ferramentas e interfaces para atender ocorrências e cenários
submarinos, operadas por veículos de operação remota (ROVs) e seus manipuladores, nos mais
diversos equipamentos submarinos, entre eles: localização de vazamentos e obstruções de fluxo,
desobstrução e reparo de dutos submarinos; operações intrusivas em dutos (submarinos ou

Por: Ney Robinson - Laboratório


de Robótica CENPES / Petrobras
Laboratório de Robótica - CENPES Petrobras
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ISBN 978-65-5550-222-0

terrestres) com utilização de robôs; intervenções submarinas especiais (reparo, inspe-


ção e manutenção); testes de acionamentos e manípulos para painéis de interfaces de
equipamentos medulares (BOPs, Manifolds, Árvores de natal, etc.).

Para a pesquisa e desenvolvimento dessas novas tecnologias, contamos e promovemos


a utilização de vários recursos e equipamentos tais como sistemas manipuladores
hidráulicos submarinos, operação e controles tele operados de Ferramentas dedica-
das, criação e operacionalização de uma Oficina de Maquetes e gigas de testes para
avaliação de robôs e ferramentas especializadas para sanar problemas em dutos e
equipamentos submarinos em profundidades proibitivas ao mergulho humano.

A aproximação com a Academia e outros Centros de Excelência foi natural. Trabalhar


no espectro mais amplo do ensino e treinamento, na relação empresa/escola, foi uma
estratégia que se impôs a fim de atender nossas necessidades internas e ao mesmo
tempo ajudar na formação de profissionais e massa crítica brasileira.

Atividades e operações requeridas pelo novo cenário que se abriu em águas profundas
e ultraprofundas nos campos do pré sal aumentou ainda mais a dependência desta
tecnologia e de suas disciplinas correlatas. Daí, sempre que possível fazemos casar os
interesses de nossos projetos de desenvolvimentos com os interesses/aptidões apre-
sentados pelas Universidades, Escolas Técnicas e outros Centros de Excelência via seus
professores e alunos. Diante da grande procura por temas de cunho mais prático e
aplicado sempre incentivamos várias teses de doutorado, dissertações de mestrado,
projetos de fim de curso de graduação ou mesmo de nível médio, que ajudamos a
conduzir, em forma de co-orientação.

Com a incorporação de novos desafios ao cotidiano das operações da indústria, pro-


jetos em outras áreas que não as tradicionalmente conhecidas se somaram ao dia a
dia, entre elas o trabalho em regiões inóspitas da Região Amazônica onde tivemos
a oportunidade de desenvolver projetos de mobilidade e atuação autônoma de
grande complexidade que exigem abordagem transdisciplinar.
Laboratório de Robótica - CENPES Petrobras
355
ISBN 978-65-5550-222-0

Vale destacar que, pela nossa história e competência exploratória, temos o privilégio de
acessar situações-problema que suscitam há algum tempo e de modo crescente, o exame de
temas além das fronteiras e limites estabelecidos formalmente: “fora das caixas”.

Como tal, aprendemos que cada situação-problema, já traz consigo, grande parte de sua solu-
ção e, muito frequentemente, indicações e oportunidades de gerarmos invenções. De acordo
com Drucker, “o mercado não sabe como pedir por algo que ele próprio ainda desconhece e
que, portanto, jamais experimentou”.

No estudo e entendimento de tais inter-relações, bem como no reconhecimento desta transdisci-


plinaridade, encontraremos grandes oportunidades de saltos tecnológicos e, o mais importante:
de darmos um salto à frente e saímos com inovações tão necessárias ao nosso país.

Nossos problemas são estratégicos, pois têm grande valor tecnológico intrínseco e, por conse-
quência, grande valor de mercado. Precisamos tratar nossos problemas com carinho e cuidado!
Neste sentido destacamos publicação Inovação com Resultado: Olhar além do óbvio, (Editora
SENAC, 2011), de autoria de Thomas M. Koulopoulos de onde destacamos algumas ideias:

“A liderança precisa aceitar a responsabilidade de criar um espaço protegido no qual as


novas ideias possam florescer tempo suficiente para provar seu valor.” (p,117)

“Muitas organizações saltam direto para a inovação aberta com clientes e parceiros,
quando elas estariam melhor servidas simplesmente envolvendo suas próprias fontes de
inovação.”(p, 120)

Biomimética: Porque me interessei poe esse assunto?

Muito frequentemente nos chegam notícias de desastres e grandes catástrofes, causados ou


não por fenômenos naturais, tais como: tsunamis, terremotos, vulcões, ou mesmo os desastres
provocados pela indústria, a exemplo das devastações provocadas pelas empresas de mineração
Vale-Samarco-BHP, nos Municípios de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), em Minas Gerais.

Já há algum tempo tenho me dedicado a estudar e propor algo que possa ajudar em eventos
limite e situações críticas causadas por grandes desastres (se oriundos da atividade humana;
se o planeta é vivo e tais eventos são naturais e acontecem de tempos em tempos, ou, que
estamos diante de um misto destas...), que obrigue a sociedade ter que lançar mão de recursos
que devam estar previstos em Planos de Contingência.

Entendo ser tema de grande importância para a sociedade, porém, observa-se que ganha
espaço -ou é trazido para discussão “do que, e como fazer”-, apenas em momentos traumáticos
e especiais, exatamente quando respostas e resultados de pesquisas, bem como equipamentos
e metodologias próprias para tal, já deveriam estar “na prateleira” à disposição da sociedade.
Laboratório de Robótica - CENPES Petrobras
356
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Precisamos ajudar a mudar este quadro. Acredito que grande parte do esforço da
sociedade e recursos do planeta estão sendo desperdiçados, tal como o que assis-
timos nas mais diversas gôndolas de um supermercado ou bancas das barracas de
feiras-livres. O tomate que ali está sendo oferecido é um sobrevivente de todo o
processo de produção, infraestrutura de transporte e distribuição. Somem-se a isso
todos os frutos que estarão ao alcance da mão do público e serão estragados pelo
manuseio inadequado dos clientes consumidores. É de estarrecer verificar o que sai
destes locais (supermercados, quitandas e feiras) e vai para a lixeira, diariamente....
Enfim, o desperdício é muito grande!

Me dediquei a estudar uma analogia entre a situação descrita acima, para a produção
de alimentos e sua logística de manuseio e distribuição, e a equivalente produção de
tecnologia sua utilização e desdobramentos. Fizemos isso para tecnologias oriundas
da Indústria, Academia e os chamados “setores produtivos”, considerando que:

• A sociedade e o conhecimento são transdisciplinares;

• As ideias e soluções existentes no mundo partem de grandes famílias de discipli-


nas comuns a áreas de estudo, tais como física, matemática, biologia, astrono-
mia, mecânica robótica, elétrica, e etc.;

• Muitas soluções estudadas e desenvolvidas para resolver problemas de determinadas


áreas têm características comuns e podem se prestar a atender e resolver problemas
de outras áreas;
Laboratório de Robótica - CENPES Petrobras
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• Parte dos desenvolvimentos (novos produtos, tecnologias e processos) feitos para determi-
nadas aplicações na sociedade a elas ficam dedicados e atrelados enquanto há interesses
em jogo (econômicos, geopolíticos, comerciais e/ou industriais);

• Alguns desenvolvimentos (novos produtos, tecnologias e processos) se perdem após servi-


rem a tais propósitos e sequer são oferecidos, ou chegam ao conhecimento da sociedade;

• Que tais bens, se avaliados e considerados viáveis a outros casos de uso, poderiam ter sua
sobre vida estendida – via a boa prática do que é preconizado na filosofia do 3-Rs: Redução,
Reuso, Reciclagem – e assim estará atuando de forma sustentável ao que se refere à gestão dos
resíduos sólidos;

• Analogamente, podem ser encontradas situações como estas no trato às disciplinas que
atualmente atendem as políticas públicas voltadas às situações de desastres ambientais
que geram emergências e contingências;

• Ideias, patentes e inovações com muito mais razão merecem receber tratamento análogo
para que não sejam tratadas como “tomate amassado” e irem para o lixo. Entendemos que
vários estudos, desenvolvimentos, tecnologias, metodologias em vários campos do saber
culto ou informal podem ser transferidos para outros fins que não o inicialmente proposto,
com claros benefícios para o conjunto da sociedade, pois que, para existirem já despende-
ram recursos humanos e do Planeta Terra. Já foram pagas!

• Neste trabalho, que não pretende esgotar o assunto nem as possibilidades, alguns exem-
plos serão colocados visando a criação de um sistema de vasos comunicantes que possibi-
lite a transferência e o uso de tecnologias já desenvolvidas para a indústria/comércio para
uso dos órgãos de Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e outras iniciativas que cuidam das
situações de Emergência e de Contingências...

Materializando esta proposta, trazemos não por coincidência, dois exemplos


da área de Robótica a seguir.

1 - Robô Ambiental Híbrido Chico Mendes

Mobilidade na Região Amazônica é, e sempre foi, um grande desafio. Durante o desenvolvi-


mento de atividades operacionais na Amazônia, tivemos a oportunidade de ir a campo, na calha
do Solimões, onde são observadas as várias composições e características da “paisagem amazô-
nica próxima aos grandes rios, sejam eles de “água clara”, “água preta” ou “água branca”.

Cada uma destas combinações com suas características próprias como acidez e quantidade de
nutrientes, compunham “a seu tempo e jeito a formação de lagos, lagoas, brejos, rios, riachos,
corredeiras, igapós, chavascais, campinaranas, igarapés, alagados, paranás, furos, canais, regos,
meandros sacados” dentre outras. O desenvolvimento foi motivado pela acanhada oferta de
Laboratório de Robótica - CENPES Petrobras
358
ISBN 978-65-5550-222-0

equipamentos que atendesse de modo sustentável e eficaz o desafio de locomoção


por sobre a grande gama de substratos com diferentes densidades e consistências
presentes nas paisagens acima descritas.

Ainda como bioinspiração a idealização do sistema de locomoção foi baseada na


observação dos insetos patinadores, que se locomovem com desenvoltura por sobre
vários tipos de substrato em um cenário que, descrito em (TECHNO, 2006) como:

“um emaranhado de obstáculos intransponíveis para barcos ou canoas. Este é


um cenário que se transforma constante e radicalmente, quatro vezes por ano.
De acordo com o ciclo hidrológico dos Rios Solimões e Negro, que chegam a
subir 14 metros entre os períodos de seca e cheia. (TECHNO, 2006)

O projeto foi publicado com destaque Congresso de Óleo e Gás de 2006 (Reis N.
R., 2006), quando recebeu menção honrosa, pois inova ao ser um veículo espe-
cialmente desenvolvido para se deslocar-se nos mais variados tipos de superfície:
sólida, líquida ou inconsistente; água, terra, pântano, lama ou terreno não estrutu-
rado e em áreas inóspitas e inacessíveis aos modais tradicionais de transporte. Foi
necessário tratar diferentes como diferentes.

Insetos patinadores:
Base e Inspiração
para criação e
desenvolvimento do
RAH Chico Mendes
(Projeto Piatam).
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Corte topográfico
destacando as
diferentes estrutu-
ras de composição
de vegetações
aquáticas denomi-
nadas tapagens.

Área A: zonas alagadas características das épocas de cheia; Área B: zonas caracte-
rizadas por solo recoberto por terra/lama e/ou vegetação esparsa aparentemente
flutuante, porém enraizadas no solo; Área C: Área alagada com grande concentração
de colchões de macrófitas e vegetação aparentemente flutuante e algumas árvores;
Área D: Área com solo predominante seco e abundancia de árvores de grande porte.

Área A: alagamento Área B: solo com terra/lama

Área C: alagada com macrofitas Área D: árvores abundantes


Laboratório de Robótica - CENPES Petrobras
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Área E: alagada com árvores Área F: alagada com macrofitas e canaranas

Nas imagens acima, especificamente da segunda linha, há uma comparação na qual são mostra-
dos cenários bastante diferentes (cenário natural versus cenário de desastre ambiental), porém
com características e dificuldades de locomoção bastante análogas. Na figura esquerda temos
uma pequena embarcação em situação de difícil locomoção entre macrófitas. E à direita, uma
embarcação similar bloqueada em uma região invadida por rejeitos de mineração, uma profu-
são de lama e detritos flutuantes oriundos do rompimento da barragem da Samarco/Vale/BHP.

Já nas imagens da terceira linha é possível observar o Robô Ambiental Híbrido durante testes
operacionais na Amazônia que tem características operacionais também utilizáveis em situações
como os rompimentos das barragens da VALE- Samarco-BHP.
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2 - Robô G.I.R.I.N.O

Quando as operações da indústria do petróleo no mar caminharam para águas cada


vez mais profundas, algo novo - fora dos paradigmas - precisaria ser considerado
diante da falta de opções no mercado tecnológico nacional e internacional para lidar
com novos problemas que começaram a se mostrar. Lembrando Einstein quando
disse algo parecido com: ”Nós não podemos resolver um problema, com o mesmo
estado mental que o criou”.

Ao ocorrerem bloqueios nos dutos causados por acúmulo de parafina ou formação


de hidrato, há a impossibilidade de se aplicar a consagrada técnica de bombeio
para gerar diferencial de pressão e impulsionar o equipamento (pig) dentro do
duto. Em tais situações, indicou-se como saída, o uso do mesmo fenômeno físico
–o atrito interno– presente na parede do duto, que passaria a operar como ponto
Primeira linha
de ancoragem para tração de uma ferramenta a ser criada. abaixo: Evolução
de “girininhos” em
De acordo com Benyus (2003), a sociedade está acostumada a dominar ou tentar diferentes fases de
“melhorar” a natureza. Buscar nela inspiração ou mesmo “imitá-la de forma sua metamorfose.
respeitosa é uma abordagem radicalmente nova, uma revolução de verdade”.
Segunda linha:
A Biomimética ou Biônica, aqui referenciadas consistem em: Evolução dos
Anuros Anfíbios:
Biomimética como
... analisar sistemas naturais e reproduzir seus princípios de solução,
base e inspiração
buscando contribuições relevantes no processo de desenvolvimento de para criação do
produto. Essas adaptações permitem a criação de formas análogas, funções Robô G.I.R.I.N.O.
análogas ou ainda comportamentos análogos. (TANICO, 2010). (REIS, 2010)
Laboratório de Robótica - CENPES Petrobras
362
ISBN 978-65-5550-222-0

Dos ovos eclodem os girinos, a forma larval dos anuros. Na Figura anterior (indicado
com seta azul), o estágio de desenvolvimento observado pelo autor ao caminhar pelo
quintal da casa de sua avó, em Petrópolis. Chamou a sua atenção a facilidade com que
algumas larvas – girinos - se locomoviam no interior de uma poça de água. Passar por
sobre folhas, galhos e outros obstáculos na poça d’água fez com que tivesse a ideia de
emprestar da natureza aquela “arquitetura” e design na construção de um mecanismo
com capacidade de vencer obstáculos em condições análogas.

Ali estava o princípio a ser usado para a locomoção do robô no interior dos dutos,
pois pode mover-se por meios próprios e, caso necessário, parar em locais de inte-
resse para efetuar operações programadas ou tele operadas. Como foi concebido
a partir da observação dos movimentos e nas funções destes pequenos seres, daí a
homenagem do nome.
Laboratório de Robótica - CENPES Petrobras
363
ISBN 978-65-5550-222-0

Acima a maquete conceitual concebida com materiais simples (tubo de pvc, molas
Etapas de
de caneta esferográfica e “girino” de madeira) para que fossem realizados os pri- movimentação
meiros testes baseados na analogia e posterior hipótese: materializadas na
maquete concei-
As patinhas do G.I.R.I.N.O., devidamente “engenheiradas” em contato com a tual. (PANTA, 2005).
parede interna do duto se valeriam do - até então, indesejável - fator de atrito,
formando condições físicas favoráveis à mobilidade de artefatos mecânicos em
regiões até então inacessíveis no interior dos dutos.

Foram estudados movimentos de estiramento (expansão) e encolhimento (contração)


do robô G.I.R.I.N.O., que adota como apoio apenas os pontos de toque das patinhas
nas paredes internas dos dutos. Tal estudo fez parte de sua dissertação com fins de
monitoração e sensoriamento de sua mobilidade. No primeiro momento o sistema
está em repouso. Logo depois, a maquete começa a se esticar com a parte posterior
do sistema presa e a anterior livre resultando no deslocamento da parte anterior.
Em seguida, o movimento de encolhimento mantendo a parte anterior do sistema Imagem à
presa e, como consequência, a parte posterior deslocando-se. esquerda:
Estágios do
Nesta proposta de transposição da tecnologia para atividades de emergências e desenvolvimento
de protótipos:
contingências, esta é uma tecnologia que pode ser considerado como opção, para
Conceitual (acima),
atuar em plantas ou instalações industriais (função para a qual foi concebida e Operacional
materializada inicialmente), bem como para quaisquer outras operações intrusivas (abaixo) (REIS,
em dutos e/ou cavidades cilíndricas, tais RODRIGUES,
como: dutos de esgoto, dutos de FERREIRA, &
ar-condicionado, túneis e adutoras, BUGALLO,
Prêmio Plínio
entre outros.
Cantanhede, 2004)

À direita: Estágio
atual do protó-
tipo cabeça de
série do Robô
G.I.R.I.N.O. para
diâmetros de 16”
e acima. (Acervo:
Laboratório de
Robótica do
Cenpes).
PART III

Ecosystems of project activities in Bionics


Applied in business models and design
studios, FABLab’s, public or private
Individual and collective enterprises
Summary of research and projects
in Bionics and Design developed in
DESIGN INNOVATION from 1998 to 2018

Prof. Carmelo Di Bartolo was born in Acireale on August 28, 1953 - Lives and
works in Milan. He completed his studies in Industrial Design in 1967 at the
European Institute of Design in Milan. He has collaborated professionally
with architects: Giotto Stoppino, Adalberto Dal Lago, Giulio Crespi, Renzo
Piano. On the level of applied research, he developed bionic methodology
aimed at innovative product design.

He has been Visiting Professor and speaker at conferences and symposia in


Universities and Research Centers in Europe, the United States, Canada, Latin
America, Australia and Asia. He has been director of the European Institute
of Design in Milan and Madrid. Director of Research and Development of the
IED Group. He founded and directed (1982-1999) the IED Research Center.
Developed research and product design projects for Fiat Auto, Fiat Research
Center, Du Pont de Nemours, Gillette Co., Pirelli Artigo, La Magona D’Italia,
Montedipe, EP. VLM Group, Lego Futura, Lear Co., Johnson Controls, Hunday
Motors, 3M.

He has directed strategic plans for design integrated to business development


for Spanish, Austrian, Colombian, Brazilian, Canary Islands governments and
entities and currently for the Junta de Galicia. He has published articles in
specialized and popular magazines in the fields of design. He is the author of:
“Natural Structures and Bionic Models” IED editions, “Rethinking Design (edi-
ted by) Tecniche Nuove editions. He is co-founder of Design Innovation, Milan
(1998), a laboratory for research, product design and innovative processes.
He has been an adjunct lecturer at Politecnico di Milano, Faculty of Industrial
Design, at the European Institute of Design in Madrid and at the master of
design management at DZ-Centro de Diseño in Bilbao. He is an associate
professor at the University of Montreal.
DESIGN INNOVATION
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ISBN 978-65-5550-222-0

Design Innovation works with companies and administrations from different sectors
to expand their vision, seeking innovative solutions for the future. The main objective
is to integrate the various skills within companies in order to systematize them and
nurture their potential and value. The methodological pillars of Design Innovation are
Advanced Design, Bionics, and Perceived Quality.

Advanced Design is a method for managing the variables that condition design at
360°, has as its objectives to outline plausible scenarios, listen to and interpret signals
coming from the world of end users and engineers, and combine the needs of design
with those of innovation and product development.

Bionicsis the paradigm that explains how the evolutionary complexity of the world of
natural structures, leads to simple and functional optimized solutions in product design.

Perceived Quality represents the fundamental aspect of design in which product


and material interact with the end user by communicating their identity through the
consistency between perceived and actual quality through the choice of form, color,
surface and performance. Finally, the Institute area of Design Innovation develops
high-level training formats aimed at technicians, experts, companies and public
administrations.

Design-Researchfounded by Carmelo Di Bartolo and Irene Di Bartolo Molina in


2020, brings to bear the experience of more than forty years in the field of Design
Innovation with Bionics and Design approach for the development of projects in
Advanced Design. The offices are in Milan, Italy and Austin Texas.

The methodology and research practiced in Design-Research are an evolutionary


consequence of paths, founded by Carmelo Di Bartolo, born in 1978-1982 at Centro
Ricerche Strutture Naturali, CRSN-IED Milan and from 1982-1998 at Centro Ricerche
IED, CRIED-IED Milan. Subsequently from 1998 to 2018 in Design Innovation Milan.

BUSINESS
STRATE GY

MARKETING
ENVIRONMENT
MARKET
RESEARC H

CREATIVE
HUMAN PROCESS CREATIVE
FACTOR DESIGN

KNOWLEDGE
TR ANSFORMATION

ORGANIZATION
&C HANGE ENGINEERING
MANAGEMENT

INTERACTION/
KNOWLEDGE SOFTWARE
KNOWLEDGE
COMMUNICATION ENGINEERING
TECHNOLOGIES

PRODUCT&
TECHNOLOGY
PORTFOLIO
MANAGEMENT
MANAGEMENT

PRODUCT
DEVELOPEMENT
MANAGEMENT
DESIGN INNOVATION
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ISBN 978-65-5550-222-0

Bionics and Design is the main design method, it studies the phenomena and functional
solutions of the natural world to derive insights that can be applied effectively and economi-
cally to the design of industrial products and systems, it is distinguished by a strong focus of
content such as technologies, care of perceived quality through ergonomics, materials and
their treatments. In particular, for monitoring and technology transfer activities, a methodo-
logy for analysis and selection of new materials and processes has been developed, with a
special interest in the issues of lightness and sustainability.

Among the clients:

Ferrari, Fiat Auto, CRF-Centro Ricerche Fiat, 3M Italia, Pirelli, Herman Miller, Moleskine,
Samsung Electronics, Gillette, Piaggio & C., Argotractors, Johnson Controls, Indesit Company,
Ariete, Laika Caravans, Tensoforma, Costa Crociere, La Marzocco, Endesa-Unelco, IED Istituto
Europeo di Design, CIM 4.0...
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DESIGN INNOVATION
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Como a natureza
faz negócios e produtos
na TÁTIL DESIGN DE IDEIAS

EQUIPE:

CEO
Fred Gelli

Diretor de criação Curiosos, inquietos, acreditam na soma de conhecimentos e compe-


Felipe Aguiar tências, desenham ideias de um jeito coletivo. Não são chamamos
e Renan Benvenuti Tátil por acaso. Criam estratégias, expressões e experiências concre-
tas. Ideias que viram realidade, dão resultado e fazem diferença
Branding no mundo.
Paula Marchiori
Desde que a empresa surgiu, em 1989, a natureza é uma guia trans-
Inovação versal no trabalho dos que integram a Tátil. Usam a biomimética no
Luciana Shirakawa dia a dia, como uma lente conceitual e estratégica em seus projetos,
e em alguns deles, ela entra como a metodologia a ser utilizada
Bióloga para a criação.
Thalita Campbell
Gostam de pensar em como a natureza faz negócios, de que forma
Designers os animais lidam com superpopulação e de que modo os mangue-
Victor de Boni zais são lixeira e berçário de ambientes costeiros, pois, acreditam
e Vinicius Tamajusuku mesmo na visão sistêmica dessa ciência para beber na fonte da
inteligência natural e resolver desafios criativos do dia a dia. Além
Atendimento de inspiração para os projetos, a empresa realmente crê no incrível
Camila Leopoldo valor criativo das soluções e estratégias naturais.
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CASES

NATURA SOU

Natura SOU nasceu para resolver uma difícil equação: ser ao mesmo tempo de baixís-
simo impacto ambiental e máximo impacto sensorial, mantendo um custo-benefício
ótimo para romper com a ideia de que produtos ecologicamente responsáveis são
mais caros.

Fugindo de soluções “ecochatas” e buscando uma solução “ecossexy”, o conceito


escolhido para a embalagem foi a gota, que representa a forma mínima da água.
Essa imagem e seu conceito traduzem a própria essência dos produtos da linha, que
propõem o consumo consciente. Em parceria com a Questto Nó, a Tátil desenvolveu
o Pounch, em cores vibrantes e orgânicas. A embalagem de SOU ocupa muito menos
espaço e permite que o produto seja utilizado até a última gota, tornando-se livre de
sobras e evitando desperdícios. Há ainda 75% menos de material plástico empregado
e redução de 50% na emissão de CO2. (Figura 1)

Figura 1:
Imagens do projeto
Natura SOU da tátil
em parceria com
a Questto Nó.
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PROJETO PILOTO NATURA

EQUIPE:
CEO: Fred Gelli | Diretor de Criação: Felipe Aguiar
Designers de Produto:
Luis Carlos Hernani, Carlos Eduardo Silva e Rodrigo Maia.

A Tátil foi convidada pela Natura para desenvolver um mergulho no potencial da


biomimética para desenvolvimento de embalagens e produtos. Em um projeto piloto
em parceria com a Biomimicry 3.8 de Janine Benyus, a inspiração nas diferentes
formas que a natureza encontrou para conter água fez com que fossem criados mais
de vinte ideias livres para embalagens e novos produtos baseados em estratégias de
organismos vivos. Foi a primeira grande oportunidade da Tátil de desenvolver uma
metodologia própria para criação de embalagens que respondessem às demandas
de design da empresa se inspirando em formas, processos e estratégias de animais e
plantas. (Figura 2)

Figura 2: Exemplos do processo


de desenvolvimento de produ-
tos da Tátil inspirados
pela Biomimética.
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Figura 2:
Exemplos do pro-
cesso de desen-
volvimento de
produtos da Tátil
inspirados pela
Biomimética.

ANFACER

Neste projeto de marca setorial é necessário representar os desejos e objetivos de todo o grupo
de maneira autêntica. Além disso, também era importante criar um diferencial para a cerâ-
mica do Brasil. Foi partindo desse desafio que se entendeu a necessidade de unir branding e
inovação na construção de um melhor posicionamento para o setor de cerâmica brasileira no
mercado internacional. Dessa forma, se propôs aos fabricantes um programa de longa duração
centrado em biomimética para o desenvolvimento de novos produtos, inspirados pela biodi-
versidade brasileira para criação de um design autêntico com objetivo de buscar, assim, novas
possibilidades de expressão para ressignificar o mercado tradicional de cerâmica. (Figura 3)
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Figura 3:
Projeto da Tátil
inspirado pela
Biomimética
para ANFACER.

ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO:

ENGAJAMENTO ORGÂNICO

A empresa estuda a ideia de reinventar o marketing e as estratégias de


engajamento. Entendem que o marketing hoje se coloca num lugar inva-
sivo, que gera muito desconforto nas pessoas. Por isso, resolveram olhar
para a natureza como fonte de inspiração e entender como ela engaja,
pensando que, de alguma forma, podem traçar um paralelo poderoso entre
as estratégias de engajamento da natureza e estratégias de marketing.
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A sedução promovida pelas flores sobre seus polinizadores, bem como os sinais que os frutos
emitem para seus dispersores de sementes, são estratégias de engajamento extremamente
poderosas. Se utilizam de um caminho inverso do caminho utilizado, por exemplo, para
engajar pessoas a mudarem comportamentos, como: parar de fumar ou reduzir os impactos
ambientais de sinais visuais também é válido para sinalizar quando frutos estão prontos para
serem consumidos e assim, terem suas sementes dispersas com sucesso. A prova da eficiência
dessa estratégia é o cheiro irresistivel de uma manga madura!

As flores desenvolveram ao longo da evolução formas de seduzir seus polinizadores e oferecer


a eles recompensas pelo serviço de carregar o pólen de maneira efetiva e com menos des-
perdício. Geralmente apresentam um conjunto de características voltadas para um grupo de
polinizador específico, por exemplo: as flores polinizadas por beija-flores são avermelhadas,
tubulares, cheias de néctar e sem perfume, já que eles não sentem cheiro. Esse código de sinais
visuais também é válido para sinalizar quando frutos estão prontos para serem consumidos e
assim, terem suas sementes dispersas com sucesso. A prova da eficiência dessa estratégia é o
cheiro irresistível de uma manga madura!

A maior parte dos filhotes de mamíferos demandam cuidado parental de longo prazo. Para
garantir o engajamento dos pais com sua prole, alguns recursos mantém o vínculo mais forte.
Além de hormônios que despertam o prazer, o amor e a vontade de cuidar, as proporções dos
olhos e da cabeça dos filhotes, garantem uma dose extra de fofura, para os tornar irresistiveis
mesmo nos dias em que as demandas de cuidado ultrapassa a de paciência.
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Especialmente em um momento como o atual, em que se precisa engajar as pessoas


para as causas ambientais, ao invés de utilizar imagens chocantes e repulsivas, faz
mais sentido a criação de engajamento através do desejo, como se vê na natureza.
Dessa forma, a proposta é de atuar a partir de outro lugar: aproximar as estratégias de
engajamento com a própria estratégia de desenvolvimento de soluções. Um exemplo
claro desse pensamento é a maior eficiência em mudar o impacto ambiental gerado
por meios de transporte urbanos ao criar e promover serviços de aluguel de patinete,
de bicicleta e o uber.

O benefício gerado às pessoas por esses serviços alternativos de transporte faz com
que a escolha de deixar o carro em casa seja mais fácil que propostas com imagens
de cidades poluídas. Oferecer opções sedutoras e menos poluentes às práticas do
cotidiano é mais eficiente para mudar hábitos de vida do que usar marketing que
desperta repulsa.

“Como a natureza faz? engaja pelo desejo”

E por fim, a Tátil conclui que esse novo marketing precisa gerar valor para as pessoas.
O marketing de valor compartilhado se trata de estratégias de engajamento que as
marcas podem se utilizar para envolver audiências. Propondo um engajamento que
gera valor na vida das pessoas, conseqüentemente, gera valor para a marca. A figura
abaixo mostra a Evolução da visão do marketing através da lógica da natureza.
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COMO A NATUREZA FAZ NEGÓCIOS

O seguinte projeto foi uma parceria com a FGV, através do André Carvalho, e tinha como ideia
central um dado matemático que dizia que os bancos de corais ocupam apenas 2% dos fundos
dos oceanos, mas reúne mais de 50% da vida em volta deles, exatamente a mesma relação das
metrópoles, que ocupam menos 2% de área do planeta mas tem mais de 50% da população
vivendo nessas regiões.

Quando observado esses dados e imagens de satélite mostrando corais e cidades, se percebeu
que seus desenhos também eram similares e se interessaram em aprofundar esse paralelo para
promover novas relações de ideias.

A partir disso, se notou que tanto em ambientes de metrópoles, como de bancos de corais,
coabitam um volume gigantesco de espécies, promovendo uma quantidade relevante de troca
de energia, de matéria e de informação. Em ambos os ambientes (recifes de corais e metrópo-
les) há alta diversidade de espécies, grande densidade de interações e vários nichos criados e
ocupados. Diversidade é símbolo de fortalecimento pra vida.

Assim, em uma metrópole quando existe, em um mesmo edifício, uma agência de turismo, um
restaurante e um hotel, os consumidores podem usufruir desses serviços em um só local e essa
rede de relações se fortalece. Processo semelhante ao que ocorre nos recifes, onde encontra-
mos locais para abrigo, além de alta disponibilidade de comida, se tornando o sítio perfeito
para o nascimento de várias espécies de peixes.
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Porém, o grande insight desse paralelo é que nos bancos de corais todas essas relações
são ganha-ganha, ou seja, todos os organismos se beneficiam. Não existe ponta solta,
os fluxos de energia e de trocas são regidos de acordo com os princípios da natureza:
ciclo fechado, interdependência e otimização, enquanto que nas metrópoles isso não
acontece. Ela é regida pelos princípios dos seres humanos: produção linear, visão
fragmentada, maximização/desperdício.

Existem muitas pontas soltas em ambientes urbanos, vê-se isso claramente pela
quantidade de lixo gerada, na desigualdade econômica e na dificuldade de transitar
pelo espaço. Os fluxogramas de energia de parques industriais dentro das cidades
apresentam muitas pontas soltas: lixo que não é reciclado, recurso chegando de locais
remotos e matéria-prima sintética.
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Os fluxogramas de recifes de corais são fechados, sem pontas soltas. Reutilizam toda energia
e resíduo descartados por algum processo e os reinsere na cadeia de produção. Trabalha com
conceitos de: Cilos fechados, interdependência e otimização.

Com base nisso, a Tátil começou a desenvolver ideias para pensar em novas maneiras de
fazer negócio e em novas formas de relações entre as empresas. Esse projeto tem 10 anos e
abriu frentes na área de negócios de valor compartilhado, como a abertura da CRIA, braço da
Tátil que tinha a intenção de operar apenas com projetos de valor compartilhado.
A morfogenese da forma
nos projetos do Atelier
MARKO BRAJOVIC

Quando Marko Brajovic se formou em arquitetura na Universidade de


Veneza em 1999, a relação entre a disciplina da arquitetura e os processos
criativos inspirados na natureza se manifestavam principalmente na esfera
teórica,com estudos práticos pouco expressivos.

Nesse campo, o grande salto que possibilitou aplicações arquitetônicas práticas


veio do entendimento de que a morfogênese da forma, ou seja, como as estru-
turas da natureza se formam, podem ser aplicadas utilizando o design computa-
cional. Essa nova forma de pensar o projeto pode abordar dentre outros estudos
Director Criativo: o crescimento, a auto-organização, a adaptação e a evolução. Foi nessa linha de
Marko Brajovic pesquisa que Marko empreendeu sua carreira acadêmica, tornou-se mestre em
Arquitetura Genética (hoje chamado Arquitetura Biodigital) pela UIC Barcelona
Diretor de Projeto:
e desenvolveu estudos em diversas outras instituições de pesquisa ao redor do
Bruno Bezerra
mundo que abordam o tema da biomimética entre países como Japão, Espanha,
Diretor Financeiro: Alemanha, EUA e Brasil.
Cris Almeida

Coordenador A pesquisa porém não parou somente no mundo digital, as vivências com
de Arquitetura comunidades indígenas na Costa Rica e Amazônia integrou o processo criativo
Paramétrica: inspirado na natureza com técnicas de artesanato e estudo de comportamento
Daniel Locatelli de materiais naturais.

Biologa
Marko Brajovic naturalizado Brasileiro é fundador e diretor criativo do Atelier
e Biomimetista
Marko Brajovic, escritório de arquitetura e design com sede em São Paulo,
Colaboradora:
onde na interseção entre engenharia e arte sua equipe multidisciplinar põe
Alessandra Araujo
em prática duas décadas de estudos que quebraram paradigmas.
Assistente Criativo:
Adalberto De Paula Projetos comerciais de arquitetura, design, cenografia, instalações e curadoria
são tratados como plataformas de experimentação de processos criativos e de
Arquitetos: uso de materiais inspirados pelo mundo orgânico e inorgânico.
Paul Thyse
Arthur Campos Sem pretensão de trazer respostas, o Atelier se propõe a questionar, inspirar e
Andrea Alexic compartilhar conhecimento em um momento do planeta que novas soluções
May Shinzato precisam ser desveladas de forma interdisciplinar e experimental, livres de
Giovanna Pirovani paradigmas dogmáticos.
Atelier Marko Brajovic
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Em paralelo ao desenvolvimento de projetos comerciais do Atelier, Marko é atual-


mente co-diretor do AA Visiting School Amazon (AAVSA), junto ao designer catalão
Nacho Martí e fundador da plataforma Design by Nature. Nos últimos doze anos
foram realizados mais de vinte workshops nos quais designers, arquitetos, biólogos,
ecólogos, artistas, antropólogos e engenheiros colaboraram juntos para desenhar sis-
temas e projetos inspirador pela inteligência da natureza na procura de soluções para
a nossa era Antropocênica e a mudança climática em curso.

No próximo workshop da AAVSA deste ano, numa imersão de dez dias na floresta
Amazônica, novamente em parceria com a bióloga Alessandra Araújo vamos estudar
como podemos aprender com a inteligência estrutural, termo-reguladora, adaptativa
e evolutiva das epidermes e membranas animais e vegetais, para então aplicar este
conhecimento em soluções práticas na área de design e arquitetura.

CASE 01 - Hub Estrela e Geolaria

O sudeste do Brasil é sujeito a ventos fortes, tempestades e insolação. Nosso desafio


era erguer três arquiteturas temporárias (400m² e duas de 80m²) em um dia dentro das
condições climáticas extremas típicas daquele período do ano em Paraty.

Um inflável em formato de estrela-do-mar foi a solução. “Afinal, as estrelas-do-mar tam-


bém enfrentam intempéries rigorosas , como a pressão do mar e as correntezas marinhas.”

Inspirados em como as estrelas-do-mar respondem à complexidade das forças do entorno


através da geometria, proporções e sistema pneumático com divisores em membranas,
definimos os parâmetros do nosso desenho final e a solução de engenharia.
Atelier Marko Brajovic
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Fotos: Atelier
Enquanto a Hub Estrela foi inspirada pela estrela-do-mar, as duas Geolárias foram
Marko Brajovic
inspiradas pela superfície circular da Radiolaria.
Desenhos: Atelier
Marko Brajovic
Nossas arquiteturas são aerodinâmicas e se dobram diante de ventos laterais fortes,
absorvem o estresse das pancadas de chuva verticais e controlam a luz solar natu-
ral, além de receber projeções interativas de vídeo e iluminação RGB dentro da
membrana dupla, graças à combinação de diferentes polímeros na mesma “pele”.
Atelier Marko Brajovic
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CASE 02 - Ondas e ventos

A energia, informação e matéria fluem entre todas as formas do mundo,


co-evoluindo de modo ecossistêmico tanto os seres vivos quanto a matéria
considerada inanimada. Para o projeto de lojas CAMPER TOGETHER nos
inspiramos em fenômenos naturais de vento, ondas, furacões e formação de
montanhas, derivados de fotos tiradas nas respectivas cidades onde foram
instaladas as lojas, dentre elas Hong Kong, São Paulo, Melbourne, Munique,
San Sebastián e Milão.
Fotos: Olivier Cole
Desenhos: Atelier Os contornos das fotos foram parametrizados e formatados em modelos
Marko Brajovic 3D e em seguida materializados através do controle de curvas no forro.
Atelier Marko Brajovic
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CASE 03 - O3

O Pavilhão O3 foi inspirado pela molécula trioxigênio do ozônio. Os três átomos de


oxigênio se convertem em três espaços de experiência do pavilhão conceito da Docol.

A estrutura do pavilhão é formada por cúpulas programadas pelo código de


Voronoi. (1) Esta modulação geométrica se manifesta na natureza tanto no mundo
orgânico como no inorgânico, ou seja, pode ser encontrado tanto em animais como
é o caso da pelagem das girafas, quanto no padrão gerado na interseção de bolhas
de água. Cada átomo do pavilhão apresenta uma experiência multi-sensorial única a
qual contextualiza o público na relação com os respectivos produtos em exposição.

Uma arquitetura experimental, um habitat futurista, um laboratório de pensa-


mento vocacional. Na matemática, um Diagrama de Voronoi é um tipo especial de
decomposição de um dado espaço, por exemplo, um espaço métrico, determinado
pela distância para uma determinada família de objetos (subconjuntos) no espaço.
Estes objetos são normalmente chamados de sítios ou geradores (apesar de nomes
como “sementes” estarem também em uso). Cada sítio está associado a célula de
Fotos: Gui Morelli
Voronoi correspondente, isto é um conjunto de todos os pontos no dado espaço Desenhos: Atelier
o qual a distância para o dado sítio não é maior que sua distância para os outros Marko Brajovic
objetos. Wikipedia
Atelier Marko Brajovic
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CASE 04 - TEDx

Com o propósito de otimizar o uso do papelão, o número de facas e futuros acessórios


de montagem, desenvolvemos uma estrutura autoportante baseada em componentes,
para a cenografia do TEDx Amazônia. Neste projeto a inspiração na natureza veio das
folhas, que através de suas dobras conseguem manter sua estabilidade estrutural.
Espelhando este padrão no desenho da nossa componente, praticamente chegamos à
estrutura de um origami clássico, que funciona perfeitamente para o nosso propósito.

A combinação de dois componentes em elementos mais complexos (parametrizando


o sistema de proporção da geometria do triângulo base da componente) e a sucessiva
instrumentalização dos mesmos em um sistema (proliferação estrutural dos elemen-
tos) nos permitiu criar nosso “instrumento”. A partir daí, pudemos “tocar” nossas
formas e adaptá-las para cada necessidade do projeto.

O resultado desse específico processo de design foi uma estrutura excepcional de 7


metros de altura com apenas 7 milímetros de espessura, inteiramente feita em pape-
lão reciclado utilizando apenas dois componentes modulares.Os mesmos módulos
em papelão foram usados em diferentes composições para todas as necessidades da
cenografia, como fundo de palco, divisórias, cortinas, blackout e acabamentos.

Fotos: Bruno Fernandes


Desenhos: Atelier
Marko Brajovic
Atelier Marko Brajovic
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CASE 05 - Pavilhão do Brasil

O Pavilhão do Brasil na EXPO Milano 2015 se manifesta como um espaço híbrido o


qual envolve o público numa experiência multi-sensorial de cheiros, sons, tactos,
equilíbrios, vocações de conteúdos e poesias, arte visual e design. Numa arquitetura
sincrônica enquanto estratégia de comunicação dos conteúdos através múltiplos sen-
tidos, os limites do corpo, mente e alma, transcendem numa experiência coletiva. O
projeto foi desenhado em colaboração com o escritório de arquitetura Studio Arthur
Casas e curadoria Rony Rodrigues e Eduardo Biz no intuito de falar com o público
usando todos os sentidos e sentimentos expressando o conceito de rede como
sistema descentralizado, distribuído e compartilhado. Além do elemento da rede
espaços como a praça inspirada pela forma do rio amazonas e cultivos dos biomas
brasileiros completam a imersão do público na natureza do Brasil.

Fotos: Filippo Poli


Desenhos: Atelier
Marko Brajovic +
Studio Arthur Casas
Atelier Marko Brajovic
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CASE 06 - Herba

Aprendendo com a experiência de fabricação tradicional da Bertolucci, desenvolve-


mos um produto que transita entre um processo de design digital e uma produção
artesanal genuína.

O formato final da luminária Herba “cresceu” através de um processo de design


generativo usando parâmetros observados no crescimento de plantas da família
das Gramineae. Para o corpo da lâmpada usamos tubos de cobre. Para alcançar uma
luz suave e gentil, as lâmpadas LED de alta potência são projetadas na seção cilindros
de acrílico translúcido, fixadas à estrutura principal. Um experimento em algoritmos
digitais inspirados pelos processo de crescimento das plantas.

Fotos:
Clément Gérard.
Desenhos: Atelier
Marko Brajovic +
Studio Arthur Casas
Atelier Marko Brajovic
395
ISBN 978-65-5550-222-0

CASE 07- AAVSA + byNature

Fotos: Nacho Nartí


Desenhos: participantes das
edições AAVSA e byNature
do ano 2006 ao ano 2018
Desenvolvimento de Produtos
com Fibras Naturais: FIBRENAMICS
da Universidade do Minho

A Fibrenamics, plataforma internacional da Universidade do Minho


para o desenvolvimento de produtos com fibras e compósitos, atua
em vários setores com destaque para a arquitetura, a construção, o
desporto, a medicina, a proteção e os transportes.

Alicerçada numa equipa multidisciplinar, a Fibrenamics acredita na


Equipa: inovação técnico-científica como principal motor do crescimento
Prof. Raul Fangueiro empresarial. A Fibrenamics é resultado dessa mesma inovação. Com
Head of Fibrenamics uma ideia disruptiva e muita determinação, nascia em Portugal em
2011, uma plataforma para a transferência do conhecimento gerado
Fernando Cunha na Universidade do Minho.
CEO
Um início disruptivo que é preservado até hoje sendo atualmente
João Bessa reconhecida pela Comissão Europeia como um exemplo de trans-
R&D Manager ferência de conhecimento científico e tecnológico no campo dos
materiais avançados e da nanotecnologia para os diversos stakehol-
Sara Silva ders da inovação. Com a determinação de sempre e uma confiança
Finance Manager renovada diariamente pelas mais de 300 entidades internacionais
parceiras, continua a desafiar os limites em busca de novas soluções
Diana Ferreira para os desafios da sociedade.
Scientific Manager
Assim, a Fibrenamics atua em 4 pilares que permitem o desenvol-
Edite Felgueiras vimento holístico das inovações: Intelligence (identifica e analisa
Marketing Manager tendências para apresentar uma visão precisa das inovações tecnoló-
gicas); Science (um pilar fundamental na investigação e transferência
Tiago Sousa de conhecimento); Technology (Unidade Fibrenamics com objetivo
Product Design Manager de desenvolver, analisar e validar soluções tecnológicas) e Business
(Unidade que cria oportunidades de mercado para as soluções tecno-
+ de 15 investigadores lógicas desenvolvidas)
FIBRENAMICS - Universidade do Minho
398
ISBN 978-65-5550-222-0

Intelligence

Inovar é uma tarefa desafiante. Seja na conceção de novos processos ou de novos pro-
dutos, para trazer para o mercado/sociedade algo verdadeiramente inovador é preciso
estar a par
das tendências e dos desenvolvimentos que vão surgindo.

Mas o trabalho de acompanhamento destas tendências é, também ele, desafiante,


sendo potencialmente maior o desafio quanto maior for o potencial e o dinamismo
de inovação das empresas.

A vigilância tecnológica (Technology Scouting) tornou-se uma das ferramentas funda-


mentais para a Investigação & Desenvolvimento e Inovação (I&D+I), fruto da elevada
competitividade do mercado.

A Fibrenamics, enquanto plataforma de cooperação e transferência de conheci-


mento científico e tecnológico, está preparada para identificar e analisar tendências
futuras e apresentar uma visão precisa das inovações tecnológicas.

A unidade de Intelligence da Fibrenamics é por isso um centro de insights de apoio


à inovação. Fruto do investimento em tecnologia de trend mapping e da assídua
participação em conferências e clusters internacionais, a equipa de consultores da
Fibrenamics está apta a apresentar conteúdo técnico e comercial que interesse,
informe e inspire líderes empresariais.
FIBRENAMICS - Universidade do Minho
399
ISBN 978-65-5550-222-0

Science

A investigação científica está na génese da Fibrenamics. O processo de transferência de conhe-


cimento é centrado na introdução na cadeia de valor de processos de geração e valorização de
conhecimento científico, que propiciem a disseminação de maior know-how e a geração de
maior valor acrescentado.

A unidade de Science da Fibrenamics representa um pilar fundamental na consolidação da sua


metodologia de desenvolvimento de produtos. Com massa crítica adequada aos projetos que
acolhe, a Fibrenamics promove ambientes criativos onde possam surgir novas ideias e onde os
investigadores encontram as condições adequadas à realização dos projetos em curso.

O objetivo da unidade passa por utilizar como alicerce a inovação no conhecimento científico
e respondendo com este, às oportunidades identificadas. Sendo assim possível diferenciar e
otimizar o processo de transferência de conhecimento.

Technology

Tendo como base tendências e oportunidades mapeadas e validadas cientificamente, a


unidade de Technology da Fibrenamics atua no desenvolvimento, análise e validação de
modelos demonstradores das tecnologias. Esta é uma unidade criada com o objetivo de
desenvolver novos produtos de elevado valor acrescentado e/ou a incorporar novas tecnologias
em produtos e mercados tradicionais.
FIBRENAMICS - Universidade do Minho
400
ISBN 978-65-5550-222-0

Com acesso a meios físicos avançados de desenvolvimento, teste e prototipagem esta


unidade apresenta no seu portfólio de inovação e desenvolvimento projetos que
evidenciam o seu compromisso e missão no apoio e dinamização da infraestrutura
tecnológica e industrial ao transformar conhecimento em inovadoras tecnologias,
aproximando o tecido empresarial da cadeia de valor da inovação.

Business

As empresas sabem vender inovação? A unidade de Business da Fibrenamics cria


condições para colocar os produtos desenvolvidos no mercado, dando seguimento à
sua exploração económica, concretizando assim o ciclo de vida da I&D+I através da
geração de negócio em rede.

A Fibrenamics alimenta e faz crescer continuamente uma rede internacional de


empresas interessadas em introduzir inovação em processos e produtos.

A exploração destes resultados pode ainda dar origem a consórcios de empresas ou de


spin-off’s gerando verdadeiras oportunidades de se afirmarem nos mercados interna-
cionais com produtos de elevado valor acrescentado, quer seja pela via do design, da
tecnologia ou da combinação de ambos.

Com o foco em conceber e implementar soluções integradas e customizadas de inves-


tigação e desenvolvimento tecnológico em fibras naturais e compósitos, a Fibrenamics
contribui para a diferenciação e a competitividade do tecido empresarial, atuando
nestes 4 pilares, nos quais a informação flui de maneira orgânica e resulta na criação
de produtos inovadores.

No desenvolvimento de produto são adotadas diversas estratégias ligadas à biomimé-


tica, seja pelo estudo de mecanismos quer pelas analogias feitas com os princípios da
natureza . Investigar, compreender e reproduzir estruturas encontradas na natureza
aliadas à crescente evolução tecnológica, são encaradas como ferramentas para a
inovação e criatividade. Assim, podemos encontrar soluções mais sustentáveis, para o
desenvolvimento de novos produtos, tendo por base o modelo de desenvolvimento e
de evolução da natureza.
FIBRENAMICS - Universidade do Minho
401
ISBN 978-65-5550-222-0

Estudo de caso 1 - Almofadas de proteção


para joelhos e cotovelos

No âmbito do projeto Auxdefense, desenvolvimento de materiais auxéticos para o setor da


defesa, estava previsto o desenvolvimento de almofadas de proteção para joelhos e cotove-
los. Estes produtos tinham como objetivo integrar o fardamento militar dos vários ramos das
Forças Armadas Portuguesas, nomeadamente a Força Aérea e o Exercito Português.

De acordo com os principais requisitos funcionais das almofadas de proteção, observou-se que
o mecanismo protetor dos Isópodes Terrestres e o movimento articular do joelho e cotovelos
tinham características bastante similares. Foram efetuados diversos estudos de forma e analise
de mecanismos, de modo, a encontrar o equilíbrio entre forma, função e utilização.

A geometria das almofadas de proteção combinados com os materiais desenvolvidos, nomea-


damente os materiais auxéticos, contribuíram para uma maior dispersão de energia ao baixo
impacto e ao incremento dos níveis de conforto, figura 1.

Figura 1 – painel de desenvolvimento das almofadas


de proteção para joelhos e cotovelos
FIBRENAMICS - Universidade do Minho
402
ISBN 978-65-5550-222-0

Estudo de caso 2 - Almofadas de conforto


para interior de capacete balístico

No desenvolvimento de um capacete balístico, no âmbito do projeto Auxdefense, os


componentes internos devem atuar como camada de conforto e absorção de impac-
tos, encontrando o melhor equilíbrio entre leveza, rápida absorção de suor e facilita-
dor de gerenciamento de temperatura. No desenvolvimentos das almofadas de con-
forto e de absorção da energia remanescente ao impacto, estudou-se a estrutura da
teia de aranha, exemplo notável de simplicidade estrutural, inércia térmica e grande
capacidade de absorção de impacto, considerando o seu peso e tamanho total. O uso
de estruturas auxéticas nas almofadas projetadas, aliadas às suas formas simples,
emulam a estrutura leve e arejada da teia de aranha, possibilitando leveza, circulação
de ar, absorção de suor e de energia remanescente aos impactos, Figura 2.

Figura 2 – painel de desenvolvimento das almofadas


de conforto para interior de capacete balístico
FIBRENAMICS - Universidade do Minho
403
ISBN 978-65-5550-222-0

Estudo de caso 3 - (SaferFood – Packaging 100% biodegradável)

Desenvolvimento de soluções que permitem aumentar o tempo de prateleira de alimentos


frescos, melhorando assim, a qualidade e segurança no seu consumo. Cada vez mais o con-
sumidor é exigente com a apresentação dos produtos e a Industria alimentar não é exceção.
Nesse sentido, projetamos uma embalagem modular, 100% biodegradável com capacidade de
absorção dos exsudatos do alimento, bem como, uma almofada com alto e baixo relevo com
capacidade antibacterianas e antifúngicas capaz de aumentar o prazo de validade dos produ-
tos alimentares perecíveis, figura 3.

Figura 3 – painel de desenvolvimento do packaging


100% biodegradável
ANDREA MACRUZ:
a Natureza como
fonte de experiências

Andrea Macruz é formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana


Mackenzie, em São Paulo, fez mestrados em Arquitetura Biodigital na Universitat Internacional
de Catalunya, em Barcelona, Design de Interiores no Istituto Europeo di Design, em São Paulo,
e Design de Móveis Contemporâneos no Istituto Marangoni, em Milão. Atualmente, faz parte do
programa de doutorado em arquitetura do DigitalFUTURES na Tongji University, em Xangai.

Essas experiências mudaram seu posicionamento frente à arquitetura e ao design, fortalecendo


a relação com a natureza e novas tecnologias; permitiram, também, uma ampliação do conhe-
cimento inicialmente direcionado quase que exclusivamente à arquitetura e ao urbanismo, para
uma maior compreensão do design de interiores, móveis e produtos.

Em 2010, fundou um estúdio de design com foco no estudo da natureza e uso de novas tecno-
logias. O propósito era estabelecer maior conexão entre o homem e a natureza, em relação à
memória e à possibilidade de inserir na casa alguns elementos que remetessem a padrões e
sistemas naturais, especialmente brasileiros.

A capacidade de traduzir informações em emoções, explorar outros canais sensoriais além da


visão, redescobrir qualidades táteis para construir ambientes mais humanizados são elementos
importantes sob sua visão. No estúdio, os projetos são criados digitalmente, mas sua produção
varia: alguns são criados artesanalmente e outros usando laser, CNC e impressão 3D. O interes-
sante é proporcionar um diálogo contínuo entre analógico e digital, natural e sintético.
Andrea Macruz
406
ISBN 978-65-5550-222-0

Fotos: luminária Expôs em diversos locais, entre os quais a feira Made em São Paulo, a Vitória Stone
c.as e vaso l.op em Fair no Espírito Santo, o Salone Satellite na Feira de Móveis de Milão, o Leilão Piasa
realidade aumen-
em Paris, a Bienal de Arquitetura de Pequim, “Guiltless Plastic Exhibitions” em
tada desenvolvidos
Milão, Hong Kong e Catar e as Semanas de Design em Londres, Barcelona, Milão e
por Aline Rocha
e Amanda Porto, Berlim. Graças a essas experiências obteve a chance de gerenciar distintos projetos
na plataforma e trabalhar com produtores em diferentes países.
AUGmentecture
Desenvolve carreira acadêmica paralela, lecionando biomimética, biofilia e novas
tecnologias em departamentos de arquitetura e design em várias universidades e
institutos, incluindo o Istituto Europeo di Design – IED, Centro Universitário Belas
Artes de São Paulo e a Abu Dhabi University. Atualmente é professora do Dubai
Institute of Design and Innovation (DIDI) nos Emirados Árabes. Durante estes anos,
desenvolveu e lecionou novos currículos com foco na análise de padrões naturais,
no desenvolvimento de sistemas hierárquicos e complexos, de desenhos algorítmi-
cos, biofílicos e de projetos performáticos e regenerativos.

Perfil Andrea
Macruz, Nolii na
Boobam
Foto: Luiza
Florenzano
Andrea Macruz
407
ISBN 978-65-5550-222-0

Vasos l.op

Material: plástico biodegradável impresso 3D * disponíveis em várias cores e medidas


Ano: 2017

O desmatamento da Amazônia e do Cerrado vem crescendo progressivamente nos


últimos anos, causado principalmente pela expansão de atividades agrícolas e agrope-
cuárias, acarretando graves desequilíbrios ambientais. Este trabalho foi desenvolvido
com o objetivo de chamar a atenção, através de um produto, para a beleza das nossas
vegetações e importância de sua conservação.

l.op são vasos inspirados na vegetação do Cerrado, constituída por arbustos e peque-
nas árvores com troncos e galhos retorcidos. Pode-se dizer que, a combinação da
sazonalidade, deficiência nutricional dos solos e ocorrência de incêndios determina as
características da vegetação do Cerrado. Este tipo de savana é a mais rica do planeta.
Os vasos apresentam um movimento de torção mais orgânico, uma rotação ao redor
de um eixo central sem deslocamento. Esse efeito é bem visível sobretudo nas cascas
de algumas árvores.

Eles são impressos 3D com um plástico biodegradável PLA, que significa poliácido lác-
tico; este é um polímero sintético termoplástico. A produção de PLA ocorre a partir da
fermentação, por parte de bactérias, de vegetais ricos em amido como o milho, a beter-
raba e a mandioca, por isso é biodegradável, compostável, produzido totalmente a
partir de fontes renováveis e recicláveis, não possuindo nenhum tipo de resíduo tóxico.
Os vasos são feitos em 3 tamanhos diferentes, isto é, com 20, 30 e 40 cm de altura.

Fotos: Eric Sachs


Kindi, doadas
pela Teiú
Andrea Macruz
408
ISBN 978-65-5550-222-0

Foto: Federica
Botrugno, doada
pela competição
RoGUILTLESSPLASTIC

No início, em 2017, eles foram feitos só em vermelho e depois, para a competição


“2nd edition of Ro Plastic Prize – 2020”, da galerista Rossana Orlandi em Milão,
em dois plásticos de cores diferentes: o preto é reciclado e branco é reciclável. Esta
peça obteve o segundo lugar no concurso e esteve em exibição durante um mês no
“Museo Nazionale della Scienza” em Milão, Hong Kong e Catar.

Os vasos também foram transformados em luminárias (pendentes e luminárias de


mesa) pela empresa La Lampe em São Paulo. As cúpulas foram impressas em PLA
translúcido e encaixadas na estrutura; as lâmpadas são de LED.

Fotos: Renato
Navarro, doadas
pela La Lampe
Andrea Macruz
409
ISBN 978-65-5550-222-0

Biombo v.az

Material: madeira – pinho, disponível em várias cores e medidas


Ano: 2016

v.az é um biombo que transmite o conceito de fluidez. É uma peça de mobiliário


poética e interativa em virtude de suas aberturas suaves e da idéia de movimento
que essas aberturas transmitem. O biombo é baseado nos padrões triangulares de
coloração de folhas, como os do falso trevo e da calathea-louisae, que inspiraram
a criação de aberturas triangulares opostas. Quando a forma é alterada, o que é
revelado no fundo muda também devido às suas aberturas.

Fotos: Nothing
Ahead e Karolina
Grabowska no
Pexels

Foto: Flavio
Sampaio
Andrea Macruz
410
ISBN 978-65-5550-222-0

Fotos: Flavio Ele é feito em tiras de pinho cortadas na CNC e conectadas por cabos de aços em
Sampaio diferentes alturas. A maior dificuldade do projeto foi a locação destes cabos porque
as aberturas ocupam uma grande área do biombo. O resultado é uma peça que com-
porta várias configurações, fácil de ser armazenada e transportada. Ele ganhou os
prêmios: Salão Design 2017, ABE Design 2017 e Bronze A’ Design Award 2017-2018.

Mais tarde, foi testada uma técnica de proteção da madeira vernacular que con-
siste na queima da madeira. Ao carbonizar levemente a superfície da madeira sem
queimar toda a peça, a madeira torna-se impermeável através da carbonização,
Fotos: Denise portanto, mais durável e protegida de insetos. Assim, surgiu uma nova versão da
Xavier e mesma peça, mas com um tom mais escuro, contrastando ainda mais o vazado das
Fernando Iász tiras de madeira.
Andrea Macruz
411
ISBN 978-65-5550-222-0

Luminária m.us.2
Fotos: doadas
pela Di Móveis
Material: plástico impresso 3D e lâmpada LED
Medidas: + – 45cm Ø
Ano: 2017

m.us.2 é uma luminária inspirada nas cavidades das conchas e desenhada


a partir da deformação topológica de uma fita de Möbius. Este processo foi
desenvolvido com um plug in paramétrico que altera o grau de deforma-
ção da fita de Möbius criando, como consequência, cavidades na forma,
em maior ou menor número. Assim, a lâmpada pode ser colocada em
diferentes cavidades e posições, gerando múltiplas qualidades de ilumina-
ção e sombras.

Ela é impressa 3D industrialmente e constituída por uma única peça. Os


rasgos luminosos foram estudados de acordo com sua geometria e quali-
dade de luz. Esta peça ganhou o Bronze A’ Design Award 2017-2018.

Estudos topológicos
Andrea Macruz
412
ISBN 978-65-5550-222-0

Vista frontal e
perspectiva

Fotos: Flavio
Sampaio e Pixabay
Andrea Macruz
413
ISBN 978-65-5550-222-0

Trabalhos Acadêmicos

Istituto Europeo di Design (IED)

bio.01 foi um workshop criativo de uma semana, cujo objetivo era produzir uma
textura interessante para um tecido de uma companhia têxtil. Diferentes frutas e
flores do Brasil foram analisadas e através de aplicativos para simplificar texturas,
capturar cores, etc. esses elementos foram transformados digitalmente. O objetivo
desta oficina era que os alunos tivessem uma melhor compreensão do processo de
biofilia e do uso de novas tecnologias.

Professores: Andrea Macruz e Henrique Stabile


Coordenação: Andrea Bandoni, Eliane Weizmann e Márcia Merlo.
Alunos: alunos de Design de Produto e Serviço, Design Gráfico e Digital e Design de
Moda do IED-SP
Ano: 2016

Imagens: padrões
de flores e folhas
feitos com Adobe
Capture e Pixlr
Andrea Macruz
414
ISBN 978-65-5550-222-0

Fotos: digitalização
e abstração dos
elementos naturais
e sua aplicação em
tecidos
Andrea Macruz
415
ISBN 978-65-5550-222-0

Fotos: digitalização
e abstração dos
elementos naturais
e sua aplicação em
tecidos

Centro Universitário Belas Artes de São Paulo

[Trabalhos de graduação]

Manifesto Liqueforme

Curso: Ativ. Compl. Oficina V - Nanotecnologia e Bioestrutura


Coordenação: Antonio Rodrigues Netto e Sergio Lessa
Alunos: Adriano Pellegrino Biano Spino, Luigi Rogato Sakata e Jonathan Wesley
Ano: 2020
Andrea Macruz
416
ISBN 978-65-5550-222-0

A iminência do colapso climático denuncia a inabilidade do ser humano em


lidar com o meio natural. A busca por novas soluções destaca aquilo que tem
seu sucesso perpetuado ao longo dos tempos: a natureza e suas estruturas.
Compreendendo as diferentes propriedades, composições e expressões do meio
natural foi desenvolvido um projeto com liquens, que pudesse evidenciar um
destes exemplos.

Tendo em vista a propriedade dos liquens de serem bioindicadores, foi pensada


uma maneira através da qual as pessoas pudessem ter um contato mais intimista
com este processo de mudança dos liquens, por isso a ideia de pavilhão. Idealizado
como um pavilhão itinerante, os visitantes teriam a experiência de caminhar por um
espaço vivo que, dependendo de onde fosse inserido, teria uma expressão diferente.
Traduzido em diferentes cores, o ciclo da vida dos líquens seria o principal compo-
nente do manifesto do projeto, uma vez que refletiriam a qualidade do ar do meio.

Foto: ArtHouse
Studio no Pexels

Estudos: desenvol-
vimento do projeto
em Fusion360
Andrea Macruz
417
ISBN 978-65-5550-222-0

Autômato Celular

Curso: Ativ. Compl. Oficina V - Nanotecnologia e Bioestrutura


Coordenação: Giovanni Di Prete Campari e Sergio Lessa
Alunos: Jéssica Gomes de Almeida, Julia Rissin e Sarah Felicio
Ano: 2020

O trabalho foi constituído em duas etapas.


A primeira foi a criação de um autômato celular, cuja primeira linha foi construída aleatoria-
mente no grid e, a partir dela, foram aplicadas as regras de cores descritas automaticamente
em uma tabela de Excel. Um autômato celular é basicamente uma matriz de células onde
cada célula atualiza seu valor com base nos valores de suas células vizinhas. Este processo
é encontrado no desenho de elementos naturais como conchas e na pele de animais como
cobras, lagartos, etc.

Foto: Alexandr
Podvalny no Pexels
Andrea Macruz
418
ISBN 978-65-5550-222-0

Algoritmo criado
no Excel. As
regras foram
automatizadas

A segunda, foi a transformação destas regras em composições de linhas com dife-


rentes comprimentos e inclinações sobre um plano. Os conjuntos de linhas foram
então dispostos na ordem em que seu equivalente em cores aparece na pirâmide,
começando da esquerda para a direita. O início da composição seguinte de linhas
está sempre ligada ao final da anterior. Com o espaço do plano de fundo limitado
a um quadrado de tamanho determinado pelo grupo, após algumas composições
de linhas aplicadas ele acabava com seu espaço preenchido, e as próximas regras
foram então aplicadas ao próximo plano de fundo vazio. Essa técnica permitiu a
criação de diversos quadros com padrões diferentes, apesar das regras de linhas
serem limitadas e, portanto, acabarem se repetindo de maneira aleatória, assim
como o padrão de cores da pirâmide.
Andrea Macruz
419
ISBN 978-65-5550-222-0

A percepção das abelhas

Curso: Ativ. Compl. Oficina V - Nanotecnologia e Bioestrutura


Coordenação: Giovanni Di Prete Campari e Sergio Lessa
Alunos: Larissa Bispo e Vinicius Avellar
Ano: 2021

As abelhas são peças essenciais para nossa sobrevivência, já que a manuten-


ção dos ecossistemas depende da polinização feita por esses insetos. O pro-
jeto propõe ampliar o convívio entre humanos e abelhas além de incentivar
a polinização urbana.

Pesquisando sobre o interesse das abelhas por fractais e cores que vão do
azul ao ultravioleta e baseando-se nas fotografias de fluorescência visí-
vel induzida por radiação ultravioleta (UV) do fotógrafo americano Craig
Burrows, o conceito do projeto foi a seleção de peças/objetos existentes e
mudança de suas cores para atrair abelhas.

Pesquisa: o
espectro visível das
abelhas e dos seres
humanos
https://www.
beeculture.com/
bees-see-matters/
Andrea Macruz
420
ISBN 978-65-5550-222-0

Foram alteradas as cores dos objetos escolhidos para as cores demonstradas nas
fotografias de Burrows, com intuito de atrair esses insetos polinizadores para lugares
específicos como jardins, casas ou passarelas de alta costura. O projeto foi dividido em
três vertentes: urbana, conceitual e residencial.

A primeira vertente mostrou como incentivar a polinização na escala civil utilizando a


escultura da coleção LOM dos artistas NastPlas. A segunda, que tinha como motivação
a apropriação de um viés artístico para chamar atenção, utilizou a peça 17 da cole-
ção spring couture de 2019 de Iris Van Herpen. A terceira, residencial, adotou o vaso
Incantatrice do artista Toots Zynsky.
Andrea Macruz
421
ISBN 978-65-5550-222-0

[Trabalhos de pós-graduação I Arquitetura Digital


e Projetos Paramétricos]

Arquitetura Performática

Projeto final - tese


Coordenação: Denivaldo Pereira
Aluno: Henrique Lattes Borçato
Ano: 2018

O projeto tem como base a performance como ferramenta de geração de formas. O


funcionamento do projeto é derivado do nastismo encontrado em plantas como a
Mimosa pudica, que possuem uma reação rápida em resposta a estímulos externos:
o turgor das células na base dos folíolos é alterado, através de osmose. Esta relação
é cíclica e após um período as folhas retornam às suas posições originais.

Fotos: Mimosa
pudica

Diagramas: sistema
de abertura e
fechamento da
Mimosa pudica

A proposta era construir um abrigo para ser implantado em locais remotos e fora
da rede, com sistemas híbridos autônomos para regular a quantidade de luz e
vento dentro dele. As aletas de proteção solar semipermeáveis se​​ movem em
resposta ao peso aplicado em suas bases, graças a um mecanismo que considera a
pressão interna exercida em alguns tubos. Estes, por sua vez, são conduzidos por
uma série de perfis que reproduzem a topografia em que o projeto está inserido e
estabelecem a forma final do abrigo. Assim, cria-se uma possível interação entre o
objeto e o usuário. Com o projeto validado através de um modelo tridimensional
feito no software Rhinoceros e no plugin Grasshopper, concluiu-se que é possível o
uso de dispositivos de baixa tecnologia para melhorar o potencial de desempenho
das edificações, quanto a seu consumo energético, impacto ambiental e ambiente
interno saudável.
Andrea Macruz
422
ISBN 978-65-5550-222-0

Simulação do pro-
cesso de abertura
das aletas

Imagens: inser-
ção do abrigo em
locais remotos
- parte alta de
Itatiaia e Chapada
Diamantina

Para replicar o turgor das células foi adotado o uso do bolsas semipermeáveis
preenchidas do polímero hidroretentor Poliacrilato de Sódio - [-CH2-CH(COONa)-]
n. Este composto tem a capacidade de absorver água numa proporção entre 200 e
300 vezes o valor de sua própria massa. Quando expostas ao contato com a água,
Fotos: polímero as bolsas ganham volume e geram uma reação que expande a área da superfície de
hidroretentor
cobertura, criando uma força mecânica que movimenta as hastes que seguram o
Poliacrilato de
Sódio - [-CH2- invólucro externo. Conforme o tempo passa, o composto perde a água por evapora-
CH(COONa)-]n. ção e a cobertura retorna ao seu estado inicial.
Andrea Macruz
423
ISBN 978-65-5550-222-0

Fotos: bolsa
semipermeável
com poliacrilato de
sódio em contato
com água

Simulação do
sistema de funcio-
namento das aletas
no abrigo

Cadeira Inseto

Coordenação: Denivaldo Pereira


Alunos: Ricardo Oliveira e Fabio Figueiredo
Ano: 2018

O conceito do projeto é a criação de uma cadeira fácil de montar baseada nas asas
de dois insetos. A joaninha e o gafanhoto migratório. O sistema de montagem
e desmontagem da cadeira se inspira no sistema de dobradura da asa da joani-
nha. Este inseto tem um sistema de abertura de asas muito rápido, apenas de 0,1
segundo, e capacidade de guardar sua asa dentro de sua casca, através de uma
dobradura intrincada. O desenho da cadeira foi desenvolvido em 4 partes den-
tro do 3ds Max, a partir da dobradura planificada e dos vértices interligados por
hierarquia, para desenvolver o sistema de dobragem em animação. Com o movi-
mento e adaptações da forma criou-se a forma do assento, que foi rebatido para o
encosto, e depois rebatido por simetria para ter o formato final da cadeira.
Andrea Macruz
424
ISBN 978-65-5550-222-0

Estudos de origami
de acordo com a
abertura das asas
da joaninha

As asas de insetos voadores devem suportar milhões de ciclos de forças


mecânicas, deformações e impactos menores, sendo ao mesmo tempo
extremamente leves para otimizar o desempenho do vôo. A ala traseira
do gafanhoto migratório S. [Schistocerca] gregaria é composta de células
de membrana finas e frágeis, apoiadas por uma estrutura de nervuras que
aumentam a resistência da asa em 50% e atuam para distribuir tensões
durante o vôo e evitar a propagação de fissuras. O espaçamento morfoló-
gico da maioria das veias da asa corresponde ao “comprimento crítico da
fissura” da membrana, sendo que o dano em uma das partes não com-
promete o funcionamento da asa como um todo. O formato da cadeira,
posteriormente, foi importado no Rhino e foram feitos estudos para se
tentar chegar à tecelagem no padrão da asa no Grasshopper.

Inicialmente foi usada a cadeira montada usando projeção de pontos na


geometria e linhas geodésicas para formar o padrão das asas, ficando
Andrea Macruz
425
ISBN 978-65-5550-222-0

com uma morfologia mais parecida com uma folha. Depois, foi decidido
usar uma subdivisão de forma ordenada através de várias linhas divi-
dindo cada segmento com subdivisões menores para ter controle sobre o
posicionamento dos pontos. A seguir, foi aplicado um padrão Voronoi nos
pontos. Com isso foi possível chegar numa cadeira com dobra em padrão
não usual, que se planifica por inteiro, numa estrutura de aparência leve,
porém resistente.

Estudos iniciais
morfológicos da
asa de gafanhoto

Aplicação de sub-
divisão da asa da
joaninha
Andrea Macruz
426
ISBN 978-65-5550-222-0

Desenho final da
cadeira planificada

Cadeira final

Teoria dos fractais, o processo de formação dos cristais e suas


implicações arquitetônicas: estudo de caso sobre o processo de
prototipagem de formas complexas

Projeto final - Tese


Coordenação: Denivaldo Pereira
Aluno: Arthur Guimarães
Ano: 2018

As metodologias contemporâneas de projeto e suas aplicações na construção


exigem uma revisão processual, principalmente no âmbito das atuações estrutu-
rais, ambientais e socioeconômicas. Como arquitetos, precisamos pensar em novas
Andrea Macruz
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ISBN 978-65-5550-222-0

formas de produção e como podemos usar e desenvolver tecnologias emergentes


para projetar edifícios mais eficientes. Os recentes avanços computacionais tanto no
processo de projeto quanto na fabricação, permitiram explorar novas estratégias para
a geração formal de geometrias complexas e otimização de aspectos no processo de
projeto, reduzindo a quantidade de material e energia. Através da parametrização,
simulações comportamentais e uso de algoritmos podemos obter edifícios otimizados
com redução do consumo, independentemente do nível de complexidade geométrica.
A pesquisa é um estudo de caso da prototipagem rápida e da fabricação digital de
modelos complexos gerados a partir de algoritmos, que se baseiam no processo de
formação de cristais e na teoria fractal.
Andrea Macruz
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ISBN 978-65-5550-222-0

Imagem para
a construção e
combinação dos
módulos

Foto
do protótipo final
Andrea Macruz
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ISBN 978-65-5550-222-0

Dubai Institute of Design and Innovation (DIDI)

“Agents” (Agentes)

Curso: FoS101 Exploring Design


Professores: Studio A - Carlos Montana, Studio B - Joanne Hayek,
Studio C - Andrea Macruz
Coordenação: Hani Asfour
Alunos: Trabalho 01 - Abdulla Sufyan Al-Muhaisen, Trabalho 02 - Rutvi Sunil Bapat
Ano: 2021

Os projetos foram elaborados em três fases. A primeira foi a escolha do precedente,


através de pesquisa e seleção de sistemas complexos e estudando suas propriedades.
A segunda, chamada heurística, envolveu a criação de regras simples que caracte-
rizam a estrutura e comportamento desses sistemas. A terceira, dita agente, foi o
seguimento de regras para a produção de desenhos novos, com resultados imprevisí-
veis - “rule-based design”.

O primeiro trabalho foi baseado no processo de decomposição das folhas e flores. O


segundo, no processo de erosão e fratura do solo.

Trabalho 01 - Fase
01 – Escolha
do processo de
decomposição

Trabalho 01 - Fase
02 – Heurística
Andrea Macruz
430
ISBN 978-65-5550-222-0

Trabalho 01
- Fase 03 –
Agente 01

Trabalho 01 - Fase 03 – Agente 02 (baseado no Agente 01)


Andrea Macruz
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ISBN 978-65-5550-222-0

Trabalho 02 -
Fase 01 – escolha do
processo de erosão
e fratura do solo

Trabalho 02 -
Fase 02 – Heurística

DIDI | FALL 2021 | FoS101 Exploring Design I SEC. A CARLOS MONTANA SEC. B JOANNE HAYEK SEC. C ANDREA MACRUZ I RUTVI BAPAT AGENTS I RULES

1 Draw 6 lines towards left and right inclined at 60 degrees,with 4 cm inclined at (60,65,70 or 75 degrees). the main lines(starting from the top,midway or from the main 9 If two dotted lines intersect draw a 1cmx1cm shaded square.

length from the top of the page. and the distance between 4 Repeat step 2,three or four times at the end of the lines). Any of the lines should not cross each other. 10 If an dotted line does not intersect any other line, draw an offset an

them should be 1-3 cm.

2 At the end of the line, Draw 1cm inclined line at 20 degrees.


previous lines.

5. Draw a 6cm straight line in continuation.


7 Add lineweight(4pt) to the main lines with 3 inclinations, and to the offsets

which intersect with the main line.


either side of the line.

11 Draw random circles with any radius and varying linewieghts.


Trabalho 02 -
3 At the end of the line,Draw inclined line measuring 1-2cm 6 Draw random 12-15 dotted lines with an offset of the 8 If a main line and dotted lines intersects draw a 1cmx1cm square. Fase 03 – Agente 01
.
Andrea Macruz
432
ISBN 978-65-5550-222-0

MIND I RULES
DIDI | FALL 2021 | FoS101 Exploring Design I SEC. A CARLOS MONTANA SEC. B JOANNE HAYEK SEC. C ANDREA MACRUZ I RUTVI BAPAT

1 Draw 6 lines towards left and right inclined at 60 degrees, 1cm inclined at (60,65,70 or 75 degrees). the main lines(starting from the top,midway or from the main
9 If two dotted lines intersect draw a 1cmx1cm shaded square. 12 Repeat all the rules 3 times on each side(top and bottom) of the page
and the distance between them should be 1-3 cm. 4 Repeat step 2,three or four times at the end of the lines). Any of the lines should not cross each other.
10 If an dotted line does not intersect any other line, draw an offset an in opposite direction.
2 At the end of the line, Draw 1cm inclined line at 20 degrees. previous lines. 7 Add lineweight(4pt) to the main lines with 3 inclinations, and to the offsets
either side of the line.
3 At the end of the line,Draw inclined line measuring 1-2cm 5. Draw a 6cm straight line in continuation. which intersect with the main line.
11 Draw random circles with any radius and varying linewiegth.
. 6 Draw random 12-15 dotted lines with an offset of the 8 If a main line and dotted lines intersects draw a 1cmx1cm square.

Trabalho 02 - Fase
03 – Agente 02
(baseado no
Agente 01)
SELVAGEN - Design
e Arquitetura Generativa:
união da natureza e tecnologia

A SELVAGEN, acrônimo dos termos “SELVA” (bioma tropical brasileiro) e


“GEN” (abreviação de generativa), nasce em 2017 como uma startup voltada
para a união da natureza e da tecnologia. Fundada pelo arquiteto e designer
computacional, Paulo Duca, é especialista em metodologias computacio-
nais de projeto e fabricação digital, além de ser um Centro de Treinamento
Autorizado dos softwares Rhino3D e Grasshopper3D. Tais ferramentas digi-
tais permitem ampliar o potencial criativo à medida que apresentam novas
possibilidades de concepção de formas, processos e aplicações.

Ao longo dos anos na prática da SELVAGEN, foi desenvolvida a metodologia


MI/O, com o objetivo de estruturar a sua produção em processos bem defi-
nidos, permitindo-se manter uma qualidade e um DNA próprio de forma
consistente. A MI/O, portanto, divide-se em 3 fases projetuais: Input, Code
e Output. A primeira diz respeito aos Inputs de projeto, onde são analisa-
dos o máximo de informações acerca do seu contexto, sejam econômicos,
ambientais ou sociais – é neste momento em que a natureza cumpre um
papel significativo enquanto base para análise, aprendizagem e inspira-
ção. Em seguida, no Code, são programadas as funções generativas, cujo
conceito norteará o desenvolvimento de soluções arquitetônicas ou de
design. Por fim, o Output, trata-se do resultado de todo este processo
com a aplicação prática do code, atendendo aos inputs definidos. E com o
código finalizado, então, as suas possibilidades podem ser diversas, desde
Paulo Duca uma casa à uma joia, do macro ao micro, simplesmente traduzindo essa
Arquiteto Principal estratégia de diferentes modos.
Designer Computacional
Authorized Rhino Trainer Durante toda a trajetória da SELVAGEN, além do design, arquitetura e urba-
Rhino Certified Specialist
nismo, a área educacional também sempre esteve presente em sua atuação.
Palestras para a discussão acerca do cenário da profissão em meio à era
Lissa Saruhashi digital; cursos para o ensino dos softwares utilizados na modelagem orgâ-
Arquiteta nica e parametrização; workshops para a aplicação prática da sua meto-
Designer Computacional dologia projetual. Portanto, faz parte da sua missão enquanto empresa
Authorized Rhino Trainer fomentar o uso de ferramentas avançadas de projeto e expandir o design
Rhino Certified Specialist computacional entre estudantes e profissionais no mercado brasileiro.
SELVAGEN
436
ISBN 978-65-5550-222-0

Figura 01 - Curso de
Programação 3D com
Rhino e Grasshopper
no Laboratório de
Objetos Urbanos
Conectados (L.O.U.Co)
do Porto Digital em
Recife - PE.
Foto: SELVAGEN

CASE 01_ARENA ARBOR

O projeto da arena para a CasaCor Pernambuco 2018, com a “casa viva”


como tema da edição, teve as suas soluções programadas a partir de
algoritmos generativos. Todo o espaço foi concebido como uma metáfora
relacionada à árvore, devido ao forte significado que carrega como um
elemento natural representante do símbolo da vida.

Figura 02 - Vista
interna da Arena
Arbor. Foto: Vivix
SELVAGEN
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ISBN 978-65-5550-222-0

Figura 03 -
Diagrama
morfológico
da Arena Arbor.
Fonte: SELVAGEN

Em sua morfologia, seus componentes foram interpretados de forma a se ressaltar


a importância da particularidade funcional de cada parte, na construção do todo:
ambiente, raiz, tronco, copa, flor e fruto. Respectivamente pensados como o paisa-
gismo, deck, estrutura, fechamentos, luminária e experiências ali vividas.

Como resultado de uma arquitetura bioinspirada, com apelo sustentável, e combi-


nando processos computacionais e artesanais em sua execução, a Arena Arbor rece-
beu destaque internacionalmente em publicações nos maiores portais de design e
arquitetura, além do reconhecimento das premiações A’Design Awards, na Itália, e
Idea-Tops, na China.

Figura 04 - Vista
aérea da Arena
Arbor. Foto:
Guilherme Paiva
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CASE 02_HOTEL CASULO

Localizado em João Pessoa, o Hotel Casulo tem como público principal


jovens e estudantes, trazendo em seu nome, o conceito de um edifício
que se adapta, transforma e evolui juntamente aos seus hóspedes. A sin-
taxe morfológica do casulo reflete nas suas soluções arquitetônicas, com
destaque aos painéis modulares da fachada, cujos novos arranjos geram
uma composição dinâmica e mutável, à medida que interagem com os
usuários e a própria cidade.

Ainda, a mesma sintaxe foi aplicada à joia presenteada aos investidores do


empreendimento, formada por sinuosas curvas que representam um invó-
lucro abrigando a vida em seu interior, esta, por sua vez, simbolizada por
uma pequena esfera. O molde, feito a partir de impressão 3D, foi então
fundido em prata com banho de ouro 18k.

Figura 05 e 06
À esquerda,
Hotel Casulo.
Foto: SELVAGEN.
À direita, vista
interna do rooftop.
Fonte: Leo Maia
Arquitetos

Figura 07 - Estudos
de sintaxe formal.
Fonte: SELVAGEN

Figura 08 -
Joia Casulo.
Foto: Paulo Duca
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CASE 03_ JOIA PEDRAS DO PATACHO

Em meio à Rota Ecológica de Alagoas, a Praia do Patacho destaca-se pelo seu visual
paradisíaco e natureza exuberante. Foi nesse contexto que o Hotel Pedras do
Patacho nasceu. Guiado por um caminho de pedras naturais, os hóspedes são con-
duzidos aos seus sete bangalôs e a uma das praias mais bonitas do Nordeste. Sua
arquitetura singular equilibra natureza e modernidade em um projeto arrojado
composto pelo uso predominante da madeira, pedra natural e aço corten.

Então, convidada a criar uma joia para o hotel, a SELVAGEN se utilizou dos ele-
mentos de maior destaque, materializando-se a essência do lugar. A arquitetura
foi a grande fonte de inspiração, cujos muros em pedra natural são formados por
peças únicas, encaixadas entre si e de múltiplos arranjos. A joia Pedras do Patacho,
portanto, remete a este elemento a partir de um algoritmo que simula o padrão
presente nos muros, com sete células, simbolizando os bangalôs e os caminhos
que os unem. A joia, cortada a laser e banhada a ouro 18k, é apresentada sobre
um case de madeira cumaru, fresado digitalmente com a continuação do mesmo
padrão, e por fim, embalado em papel de efeito corten.

Figura 09 - Joia
Pedras do Patacho.
Foto: Paulo Duca

Figura 10 -
Apresentação
da joia. Fonte:
SELVAGEN
SELVAGEN
440
ISBN 978-65-5550-222-0

CASE 04_CACTOOLS

Sob a demanda de vasos para um produtor de cactos em Serra Talhada,


interior de Pernambuco, foi programada a ferramenta generativa Cactools.
Bioinspirado na própria secção do mandacaru, espécie nativa brasileira,
cada vaso se adapta à morfologia do cacto a partir da variação dos parâ-
metros estabelecidos no código, como altura, largura, espessura, rotação,
quantidade de pontas. Combinando-se também, processos de fabricação
digital com impressão 3D em filamentos biodegradáveis de PLA, visando a
customização em massa de forma local.

Figura 11 -
Vaso Cactools.
Foto: Paulo Duca

Figura 12 -
Variações do vaso.
Foto: Paulo Duca

CASE 05_BIODICE

Dado bioinspirado, projetado a partir do algoritmo de divisão celular


Voronoi, onde cada face possui o número de células variando de 1 a 6,
representadas através de furos em um cubo de topologia orgânica.

Fabricado, então, em aço inox com impressão 3D aditiva. Para esse projeto
foi desenvolvido um algoritmo que gera infinitas possibilidades de design
seguindo a regra da numeração das faces. Dessa forma, apesar de pos-
suir uma geometria orgânica e randômica, o Voronoi permite que todas
as faces preservem a proporcionalidade entre si garantindo que o dado
não se torne “viciado”. Inteligência esta, presente no processo natural de
divisão celular, e aqui aplicada ao design de um dado.

Figura 13 - Biodice.
Foto: Paulo Duca
SELVAGEN
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CASE 06_AHABIOS

O AHABIOS (Artefato Habitacional Biossutentável Submarino) trata-se de uma proposta con-


ceitual de um artefato habitacional para ambientes marinhos, que seja autossuficiente e
itinerante, podendo estar na superfície ou abaixo dela – ancorada em determinado local ou se
locomovendo pelos oceanos. A junção dessas possibilidades estimula a exploração dos oceanos
em toda a sua dimensão espacial e riqueza de ecossistemas, de modo sustentável e sem afetar
a biodiversidade existente. Assim, extrai e devolve recursos de forma simbiótica, como um ciclo
natural, permitindo o bem estar dos seus habitantes.

A biomimética foi utilizada para a concepção formal e funcional do habitat, a partir da obser-
vação de elementos naturais que pudessem contribuir para o projeto, como por exemplo, a
raia manta e sua estratégia de flutuabilidade, aquadinâmica e sistemas de falanges e nadadei-
ras articuladas. Além da biomimética, foram também empregados conceitos de biossustentabi-
lidade e habitats submarinos no desenvolvimento do projeto.

Figura 14 -
Abaixo à esquerda,
Ahabios. Fonte:
Paulo Duca

Figura 15 -
Abaixo à direita,
vista sobre a super-
fície do Ahabios.
Fonte: Paulo Duca
NATALIA QUEIROZ:
Nature as a measure
of efficiency

Natália Queiroz is a multidisciplinary Architect, researcher, and visual artist.


Her interest in nature as inspiration began by having contact for the first
time with bioclimatology, even before graduating as an architect and urban
planner in 2009. This was also the beginning of her research activities in the
area. Bioclimatology is a term created in 1963 by Victor Olgyay and addres-
ses the intersections of four fundamental areas for architecture: architec-
tural design, climatology (climate patterns and characteristics), technology,
and biology. Over time, the term became primarily associated with the
intersection between architectural design and climatology; but for Natália,
biomimicry applied to architecture was the link that Victor Olgyay envisio-
ned when he included biology in the diagram.

In her master’s degree in product design from the Federal University of


Pernambuco in Brazil, she began studying Biomimicry. Nature serves as
a reference for geometry studies, but primarily it serves as a source of
systemic and performance inspiration. She believes that design can be an
interconnected system that incorporates aspects of performance and optimi-
zation, similar to nature. Everything in nature has an optimized reason and
function. She is currently a PhD candidate in Architecture and Urbanism
at the Federal University of Santa Catarina (UFSC), researcher at the
Environmental Comfort Laboratory (Labcon - UFSC), and affiliated researcher
at Lawrence Berkeley Laboratory, USA (2020-2022), and part of the research
group Performance and Innovation Applied to the Design (DiaProj - UFPB).

Natália has experience in research in environmental comfort, environmental


performance computer simulation, energy efficiency, parametric modeling,
sustainability, and biomimicry applied to building design. She is currently
researching performance-based design processes that consider data integra-
tion with parametric modeling, performance requirements, and optimiza-
tion. She has worked professionally on building retrofits and participated in
various research projects, scientific publications, and creative projects. She
Dra. Natália Queiroz has received awards in research, architectural design, and industrial design.
Natália Queiroz
444
ISBN978-65-5550-222-0

Image 1.
Bioclimatogy
diagram. Font:
Adapted from
Victor

Case 01 – Leaf Brick, 2015

Natália Queiroz, MsC.


Ney Dantas, Ph.D.

The disconnection between the built environment and the natural envi-
ronment creates several imbalances, one of the most well-documented
being the heat island effect in urban areas. The energy imbalance caused
by impermeable surfaces and the building materials used in architecture
increases the temperature in the urban microclimate. The alteration of
the water cycle in the built environment is a contributing factor to this
energy imbalance. The design concept of the Leaf brick was born from the
search for solutions to heat island problems.

The design is inspired in the cooling system of trees and leaves, that
involves micro systems, water, and solar radiation balance. It was deve-
loped a prototype of a modular shading device system that use the sun’s
own radiation for evaporative passive cooling, it is biodegradable and
consider cycle economy applications. Leaf brick considers natural fibers,
bioplastic and a hydrogel, a polymer that absorbs and stores 400 times its
Natália Queiroz
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ISBN 978-65-5550-222-0

weight in water from the air. The mixture resulted in a flexible compound that use
the air natural humidity, and works for the Brazilian coastal climate very well to
cool buildings surfaces, also to generate green facades, or to incorporate in urban
furniture. The brick system can be fabricated using traditional forming technique
and allowed the creation of curved surfaces and complex geometries. The control-
led laboratory tests had very promising results: a comparative test with reflective
materials, which are recommended for reducing the heat island effect, showed a
reduction in heat transmission. This resulted in a decrease of up to 10°C for the
Leaf brick. This project ended up winning a traditional prize in Brazil, Museu da
Casa Brasileira award, in ​​product design in the prototype category (2016).

Image 2.
Leaf brick concept

Image 3.
Leaf brick. Scaled
prototype and
modulation study.
Natália Queiroz
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Image 4. Case 02 – Building skins based on performance (2022)


Application ideas

Natália Queiroz, MsC.


Fernando Oscar Ruttkay Pereira, Ph.D.

One of the main elements related to the building efficiency is the facade design.
It is the skin that filters and promotes the interaction between the interior and
exterior of the building. During its conception process, one must understand the
environmental patterns, observe the incident climate, and propose solutions that
take advantage of the climate benefits and avoids bad situations. Facades are
composed of opaque and transparent elements, closed and open elements as well.
The openings are the components that promote the strongest connection between
the external and internal environments. Due to this characteristic, it is crucial to
understand the physical behavior to establish solutions that are not only based on
aesthetics but also on performance.

The goal is to explore building skin design and the building envelope in relation
to sustainability and performance. This involves studying relevant physical pheno-
mena to gain a deeper understanding of design processes based on performance
and optimized skin solutions. The focus is on thermal, daylighting and visual per-
formance, which encompasses all phenomena related to the interaction between
the sun and the indoor environment. At the end of 2020, the research proposal was
one of 15 selected worldwide in the first World Ph.D. Workshop organized by the
sorority of digital graphics societies. It was one of the representatives of SIGraDi
(The Iberoamerican Society of Digital Graphics). The research is divided into three
main themes:

1. The first theme explores the building skin and window design. It intends to
establish a systematic view of the design and physical aspects that involves
the building envelope. The objectives are to establish design relationships and
to answer how the envelope design impacts on indoor performance, human
behavior, comfort and health.
Natália Queiroz
447
ISBN 978-65-5550-222-0

2. The second, concerns the performance-based parametric modeling strategies Image 5. Building
for solar control devices (shading devices, and translucent materials). It consi- skin optimization.
ders strategies for optimization processes and the characterization of flexible
patterns, thermal characteristics, optical characteristics, and geometrical aspects
relevant to the performance of solar control devices.

3. The third theme involves the methodological structure for multicriteria simula-
tion in support of the architectural design process. This step establishes repre-
sentative performance criteria and simulation settings applicable to interopera-
bility, fast analytical cycles, optimization process fitness, solution selection, and
simulation model validation.
Natália Queiroz
448
ISBN978-65-5550-222-0

Image 6. Building
skin in a systematic
point of view. It
is fundamental to
understand the
physical beha-
vior to design an
integrated building
skin solution.

Case 03 – Product Design

Natália Queiroz, MsC.

The optimization processes and the geometry principles studies inspired


by nature also generated other cases in product design field. Among
them, there is furniture explorations and jewelry designs. The common
link in these projects is the parametric/algorithmic, and the mathema-
tical modeling of the geometries, always inspired by nature principles.
The selected images highlight part of these explorations. Among them
are 3D-printed jewelry inspired by natural geometric principles, such
as cellular groupings, symmetry, harmonic patterns, fractals, and the
Natália Queiroz
449
ISBN 978-65-5550-222-0

logarithmic (golden) spiral. In furniture, stands out the digital prototype of a crib
inspired by the butterfly wing. The geometry is the result of topological optimiza-
tion considering the structural efforts on the proposed form.

Image 7. Nature inspired geometry studies


applied in Jewelry design.

Image 8.
A crib for Helena.
Topological opti-
mized crib inspired
by a butterfly wing.

Image 9.
Parametric
tesselation study
inspired by the sea
urchin skeleton
for jewelry design
applications.
Natália Queiroz
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Image 10. Case 04 – Teaching experience


Functional digital
prototype of a res-
ponsive kinetic wall Natália Queiroz, MsC.
used in workshops.
Authorship: Natália
Queiroz and Jessica Natalia also works as academic faculty. Professionally, she worked at the
Carvalho. Federal University of Paraíba, Federal University of Juiz de Fora, and
Pontifical Catholic University of Minas Gerais. She ministered workshops at
the Federal University of Santa Catarina, and in events, such as in the three
editions of DigitalFutures World. Her workshops have diverse themes and
range from parametric modeling principles to performance-based design
principles. She has taught disciplines such as Introduction to Plasticity,
Environmental Comfort, Building Design, and Energy Efficiency applied to
Parametric Modeling. Biomimetics is always the background of theoretical
and practical classes. The selected images highlight only a few initiatives.
Image 10 shows a model of a kinetic facade that is responsive to the sun in
order to avoid glare and human proximity and movement (2018).
Natália Queiroz
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The digital and physical prototype is used in her workshops and is availa-
ble for free in her blog (http://www.bugtecture.com). Image 11 shows one
of the results of a Lamp Workshop held at Pronto 3D – Florianópolis (2018)
for students with no contact with parametric modeling. Image 12 shows a
student prototyping a physical model at the Federal University of Paraíba
in the class of Introduction to Plasticity (2016).

Image 11. Student


work, Uirá Duarte,
UFSC. Workshop of
Parametric Lamps
for students with
no experience
in parametric
modeling at Pronto
3D Florianópolis
- Brazil

Image 12. Student


in the Introduction
to Plasticity wor-
kshop, UFPB.
STUDIO LOVEGROVE:
logic and beauty in nature,
an evolutionary design

Ross Lovegrove studied industrial design at Manchester Polytechnic, graduating


in 1980. He earned a master’s degree from the Royal College of Art, London, in
1983 and then went on to work as an industrial design consultant for Frog Design,
Altensteig, where he was responsible for projects such as the Walkman for Sony and
computers for Apple. In 1990 he founded Studio X in London, where he designs pro-
ducts for a number of international manufacturers, including British Airways, Kartell,
Cappellini, Phillips Electronics, Moroso, Driade, Mazda, Apple Computers, Olympus
Cameras, Luceplan, Tag Heuer, Alias, and Hermann Miller.

Ross Lovegrove is inspired by the logic and beauty found in nature, and is known
as an inventor of forms with function. His idea of design brings together the most
current and modern studies in materials science, technology, and organic forms, in
creations that many see as a new aesthetic expression for the 21st century.

In all the fields he traverses, he remains attentive to the use of renewable and
recyclable materials, participating in the successful development Alessandri Office
System, and he was also a member of the Atelier de Nîmes, France, with Philippe
Starck, Jean Nouvel, Martine Bedin, and Gérard.

Known as the “Organic Captain,” he is obsessed with nature and technology. To refe-
rence these passions in his design, in this way he manages to exuberantly embrace
the opportunities that new digital technologies provide. The Welsh artist is a high-
-tech enthusiast and loves challenges. A pioneer of the concept of organic essentia-
lism, he uses an instinctive approach to creating forms where mass and material are
reduced.

He calls himself an “evolutionary designer who puts his work through a sequence of
progressive improvement and contemporary innovation. His goal is to always be in
CEO the right moment and remain relevant, and everything he designs could only have
Ross Lovegrove existed at the moment it was made, not before.
STUDIO LOVEGROVE
454
ISBN 978-65-5550-222-0

Winner of numerous international awards, his work has been widely published
and exhibited internationally, including the Museum of Modern Art in New York,
Lovegrove was awarded the World Technology Award by Time magazine and CNN in
November 2005. In the same year, he was awarded the prestigious Red Dot Design
Award for products created for Vitra.

Go Chair

Year: 1998 | Manufacturer: Bernhardt Design USA

Go Chair, designed by Ross Lovegrove in 1998. Inspired by the logic and beauty of
nature, his process is deeply human-centered, ranging from architecture to aviation,
consumer goods and furniture; his innovative Go Chair for Bernhardt Design USA,
made entirely of magnesium, is a one-of-a-kind, used piece with minor markings on
the frame.

Modern lines and elegant profiles define the Go Chair, the first seat made from magne-
sium. A light weight with a curvilinear shape that from the side appears to be bending
backwards, the chair evokes movement and still looks futuristic and somewhat “alien”
today, after more than 20 years since its debut.
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ISBN 978-65-5550-222-0

GARRAFA TY NANT

Year: 2001 | Manufacturer: Water Ty Nant

The visionary bottle designed by Ross Lovegrove and deservedly awarded, is recognized as a fit-
ness icon among designers worldwide. It features unique asymmetric packaging and was once
thought impossible to mass produce, but Lovegrove proved once again that he could meet the
challenge. Launched at Harrods in December 2001, this radical work of art rewrote the rules
of bottle design. One of its accolades is that this bottle was voted the 8th coolest object in the
world by Arena Magazine, its undulating, undulating design evokes the hypnotic motion of
running water.

Mercury Ceiling Lamp

Year: 2008 | Manufacturer: Artemide

This ceiling fixture realized for Artemide in 2008, places a floating array of large pebbles below
a simple, modern aluminum disk. These in turn reflect each other, reflecting light between
their biomorphic surfaces and reflecting the surrounding environment. During the day, the
piece functions as a sculptural object reflecting the dynamics of natural light and the move-
ment of people around it.

Ross Lovegrove’s work is provocative and enduring. His fascination with natural forms, the
beauty and elegance of evolution, inevitable shapes, and the way the world “just fits together”
permeates every aspect of his projects. His work spans sectors and divides sensibilities.
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STUDIO LOVEGROVE
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Moot Chair

Year: 20013 | Manufacturer: stablished & Sons

Fascinated by high-strength materials borrowed from racing and aero-ship engineering,


Lovegrove finds the use of carbon fiber the only possible resource for shaping his Moot chair.
The partnership with British furniture brand ‘stablished & Sons’ which has focused on deve-
loping cutting-edge products, testing the limits of strength combined with lightness means,
so this partnership with ross lovegrove was bound to happen at some point. Together, they
collaborated on the realization of ‘MOOT’ (mood of our time).

The seat is designed with a complex curvature that follows the shape of the human anatomy,
achieving maximum performance with minimal use and waste of woven carbon fiber. The
design is reminiscent of Alberto Meda’s ‘lightlight’ chair. The design expresses Lovegrove’s
preference for organic, sinuous lines; where the formal and structural design are dynamically
interwoven, forming a single surface that adheres to and respects the contours of the human
anatomy, evincing the concept of an ‘exoskeleton’ for support. Ross Lovegrove used carbon
fiber to shape the Moot chair
STUDIO LOVEGROVE
458
ISBN 978-65-5550-222-0

ERGO

Year: 2019 | Manufacturer: Natuzzi Italia

“It is your duty” as a designer to promote sustainability, says Ross Lovegrove When
creating his furniture collection for Natuzzi, he used recyclable and renewable mate-
rials, even the production processes are lead-free and have more than 75% recycled
water. Part of the energy used in the process also comes from renewable sources, in
an environmental strategy, which gave Nadja Swarovski the Social Impact Award in
Sustainability from the Fashion Institute of Technology.
The Ergo collection, developed for Natuzzi Italia, consists of a range of items for the
bedroom designed and manufactured with sustainability in mind. The furniture’s hard
moldings are constructed with wood from FSC-certified plantations. They are fitted
together to avoid the need for additional metal fixings. The adhesives that were used
are water-based and formaldehyde-free, and the surfaces are finished with natural
wax.
All upholstery is produced with organic fabrics, including linen, wool, and cotton. The
bed’s mattress is made of 100% natural latex and is upholstered in hemp fiber. Inside
the collection is a chandelier with LED light sources that are capable of displaying
different color temperatures, and that can be adjusted throughout the day to match
the user’s circadian rhythm.
The bed, for example, is made of natural latex and upholstered in hemp fiber,
Lovegrove explains that the shapes used for the various products are an evolution of
the organic style for which he has become known.

“It’s based on a two-dimensional shape that fits the line of the column.
If I were to do anything else with the shape, I’m not sure it would make it any
better; it’s an anatomical spine line with the minimum thickness needed to
become structural.”
STUDIO LOVEGROVE
459
ISBN 978-65-5550-222-0

Fonte: https://
www.dezeen.
com/2019/04/23/
ross-lovegrove-sus-
tainable-design-
-ergo-furniture-na-
tuzzi/

Formula 1 Fragrance

Year: 2019 | Manufacturer: designer parfums


Bottle Design
The F1® Fragrance Collection has a streamlined bottle design at its core. Designer parfums are
the first fragrance brand to use 3D printing in their products, offering consumers the ability to
create their own custom designs.’
STUDIO LOVEGROVE
460
ISBN 978-65-5550-222-0

Suspended within a 3D printed exoskeleton, an interchangeable bottle inspired by the


sleek lines of the F1 car chassis, these perfume bottles are truly sculptural objects that
were impossible to manufacture before the introduction of additive 3D printing. Like
exoskeleton figures, organic lines embrace the fragrance’s inner suspended glass core,
in the first Formula 1 high-perfume collection ever released, an aesthetic of complex
geometries with an inspiration in nature.

“We are harnessing the heritage and principles of the sport to build a unique
fragrance brand that blends a highly legitimate approach to the world of perfu-
mes with the core values of Formula 1®, ’ Dilesh Mehta, president and CEO of
designer parfums.

SOLAR TREE LED 2nd GENERATION

Year: 2017 | Manufacturer: Artemide

The solar tree is a luminaire that combines an innovative design with the technical
performances of LED lighting systems and solar energy aid. Its structure is composed
of curved steel poles of different diameters and heights, having a maximum total
height of about 5.5m above road level. This system is made up of “grass branches”.
STUDIO LOVEGROVE
461
ISBN 978-65-5550-222-0

The poles are painted with external epoxy paint in light green color shading in white. The heads,
which house the photovoltaic cells in their upper part, are supported by poles; an aluminum
sink, and are provided with a plastic screen that ensures protection against water and dust.

BIOPHILIA COLLECTION

Year: 2019 | Manufacturer: VONDOM

This collection designed by Ross Lovegrove, called Biophilia was designed for VONDOM, a com-
pany specializing in advanced rotomolding technology and ongoing research into the transfer
of the digital process to contemporary design. The collection explores a new design language
that establishes a dialogue between time, form and space, combining the organic design pio-
neered by Antonio Gaudi’s Sagrada Familia.

This process of enrichment has its origins in a time when the discovery of nature, its wonder
and the consequent diversity of forms, beginning with Art Nouveaux, an enduring and sensual
movement in art that brought the organic world, brought inanimate objects to life through the
fluid organic minds. of designers, artists, photographers and architects.
STUDIO LOVEGROVE
462
ISBN 978-65-5550-222-0

Starting from craftsmanship to the progressive mastery of polymerization, making


use of the industry of the recent century, BIOPHILIA is a collection that recognizes
this lineage and takes advantage of this fact to cross the boundaries between mate-
rial structure and form, seeking a new modern territory not yet seen. In conjunction
with technological processes, the Biophilia collection was conceived in a parametric
way, using programming codes that seek to translate in a computational way the way
nature behaves.
STUDIO LOVEGROVE
463
ISBN 978-65-5550-222-0
Bionics (1958)

The term was coined in 1958 by Major Jack Ellwood Steele (1929-2009), being defined as
the “analysis of the ways in which living systems act”. Bionics, as well as Biodesign and
Biomimicry, study the basic principles of nature (constructive, technological, formal, etc.)
for application in technological solutions, and for this reason they have become an inter-
disciplinary field that combines biology with Engineering, Architecture and Design.

Biodesign (1970)

The concept of Biodesign emerged in the 1970s, through the German designer Luigi
Colani. “Biodesign is a practice that consists of designing a design product from nature,
that is, based on materials, shapes or even adaptation strategies arising from a living being.
The main characteristic of this practice is the use of living organisms or residues — resul-
ting from these beings — in products or services, which, consequently, make it possible to
work with the modification and creation of new organisms. And these organisms will serve
as producers of other structures used as a basis for the development of a product”. In this
way, the technique puts biology in favor of design and also of architecture.

Biomimicry (1997)

In 1969 the word Biomimicry gave rise to the title of an article by Otto Schmitt (1913-
1998). Although the American researcher Janine Benyus was responsible for the better
definition and dissemination of the term Biomimicry. According to her, “biomimicry is
defined as the study of biological structures and their functions, aiming at the creation
of solutions for the current problems of humanity, uniting functionality, aesthetics and
sustainability”.

BiD.Lab

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