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Apostila Modulo 224 Etica Crista Prof Wanderson Silva
Apostila Modulo 224 Etica Crista Prof Wanderson Silva
1. INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
1.3. Bibliografia
1.4. Objetivos
3. A ÉTICA CRISTÃ
Introdução
Há uma série de fatores que determinam a importância dos princípios éticos cristãos
estabelecidos no capítulo 5 de Mateus. No começo do livro, Mateus registra a
genealogia de Jesus, mostrando sua linhagem em Davi, seu nascimento, a visita dos
sábios, a fuga de José e Maria para o Egito, a matança dos inocentes e o regresso
de José. No capítulo 3, registra a pregação de João Batista, seu testemunho de Jesus
e o batismo de Jesus. No quarto, registra a tentação de Jesus e seu retorno à Galiléia,
o chamar dos discípulos e o pregar e curar pela Galiléia.
Jesus começa com “bem aventurado”, isto é, felizes. Aqui, Jesus deixa claro que os
princípios éticos a serem estabelecidos produzirão felicidade. A ética cristã está
contida na teologia prática, e todo o tratado de teologia prática visa princípios bíblicos
que tenham capacidade de produzir o bem estar da vida humana.
Devemos repensar o dualismo antagônica entre vida espiritual e vida humana: todas
as coisas devem contribuir para o reino de Deus, e o próprio Reino de Deus produz a
satisfação humana.
E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e,
assentando-se, aproximaram-se dele os seus
discípulos; E, abrindo a sua boca, os ensinava,
dizendo: Bem-aventurados os pobres de espírito,
porque deles é o reino dos céus; Mateus 5:1-3.
Os dez valores
9. Jesus fixa novos paradigmas do reino de Deus. Aqui, Ele mostra que por causa
do reino de Deus seremos perseguidos, injuriados e maltratados, porém nosso
galardão encontra-se para além deste mundo.
Bem-aventurados sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem
todo o mal contra vós por minha causa.
Nenhum outro texto do Novo Testamento estabelece tantos pressupostos para a Ética
Cristã.
Bibliografia
● Ética cristã para a Igreja do século XXI [Denirval Penha e Misael Vieira]
● Dez Coisas que Eu Gostaria que Jesus Nunca Tivesse Dito [Victor Kuligin]
● Proibida a entrada de pessoas perfeitas [John Burke]
Objetivos
Por que é importante estudarmos a ética cristã e como ela afetará nossas vidas?
Frequentemente somos confrontados com situações que envolvem a discussão sobre
certo ou errado, direito ou dever, justiça ou injustiça, virtude ou vício, bondade ou
maldade, acaso ou intencionalidade das ações, etc.
O relativismo traz um problema muito grande para o mundo, pois são os princípios
básicos que regem a conduta social. O relativismo, entretanto, abandona-os,
provocando uma problemática sem tamanho em relação ao que é certo e o que é
errado.
Tais questões são de caráter prático e dizem respeito aos juízos que emitimos sobre
o valor moral das ações, costumes, comportamentos e regras de conduta. Por esse
motivo o estudo da ética cristã é fundamental, pois é ela quem trata acerca desses
assuntos. Da necessidade de assumirmos uma posição diante destes problemas é
que surge a disciplina conhecida como “ética”.
O adultério, por outro lado, não requer uma análise profunda a partir de uma ética
cristã uma vez que as Sagradas Escrituras manifestam-se claramente contra esse
ato: não adulterarás. Além disso, a ética contra o adultério vem desde o antigo
testamento, e é radicalizada por Jesus Cristo.
Sobre a Ética
A palavra vem do substantivo grego “ethos” que pode ser grafado como “êthos”
designando o conjunto de costumes normativos da vida de um grupo social, ou como
“éthos” designando a constância do comportamento do indivíduo cuja vida é regida
pelos ethos - costumes.
A palavra “moral” vem do latim “moralis” cuja raiz é o substantivo “mos” (mores) que
corresponde ao grego “ethos” e cujo sentido é conduta, costume, uso, hábito ou
comportamento. Deste modo, a ética é a ciência do comportamento moral dos
homens em sociedade. O objeto da ética é a moral. A ética é a ciência dos costumes.
Já a moral não é ciência, senão objeto da ciência.
1. Ética familiar
2. Ética social
3. Ética profissional
4. Ética pessoal
Dentre todos os outros ramos da ética, o que sobrepuja todos é o ramo da ética social.
A ética social é aquilo que é concebido em uma sociedade. Nesse sentido, deve-se
perceber a ética social como o regimento interno de uma sociedade, variando de uma
nacionalidade para outra, por exemplo.
Seja como for, as variâncias que podem ser encontradas nos diferentes princípios
éticos que regem as sociedades devem estar sempre sujeitos à lei da dignidade
humana. Dessa forma, pode-se dizer que a ética social sobrepuja praticamente todas
as demais, com a clara exceção da ética cristã.
A ética cristã
Por ser abrangente, a ética cristã envolve todas as áreas da vida do indivíduo,
trazendo-lhe novas perspectivas. Diferentemente do que algumas pessoas pensam,
a ética cristã não se resume à vida religiosa. Ralph Smith Teologia do Antigo
Testamento nesse livro trata o homem como um ser integral, de forma que deve ser
encarado como um todo.
A Ética Cristã é uma análise crítica da moralidade à luz dos princípios e valores que
norteiam a fé cristã, ou seja, é uma ciência que, partindo das Escrituras e da razão
natural iluminada pela fé, analisa a origem e validade dos princípios e práticas
relacionadas à ação moral humana.
A Ética Cristã precisa também ser ampliada como princípio norteador da conduta
cristã e não somente como ponto para equilibrar desafios sociais enfrentados
hodiernamente. Se é que devemos encontrar um ponto de equilíbrio nos desafios
sociais, que esse ponto seja encontrado a partir da Ética Cristã. A Ética, entretanto,
não serve apenas para resolver problemas, mas para estabelecer condutas.
A Ética Cristã precisa também ser aplicada como princípio norteador da conduta cristã
e não somente como ponto para equilibrar desafios sociais enfrentados
hodiernamente.
Embora seja importante ressaltar que, apesar de a liberdade ser limitada por fatores
biológicos, psicológicos e sócio-culturais, isso não anulo o princípio de que a ação
moral, para ser valorada eticamente, deverá resultar da escolha consciente do ser
humano.
A ação moral do homem está atrelada ao fato de que ele possui consciência. Essa
consciência à qual Deus o dotou é um atributo humano, isto é, uma característica
inerente ao ser.
Dessa forma, não obstante podermos ser influenciados ou motivados a algo, e mesmo
apesar de circunstâncias de vida que possam forçar alguma ação, o ser humano
sempre possui uma escolha consciente, e é nela que a Ética Cristã vai agir. É na
escolha consciente que reside a liberdade.
E não sede conformados com este mundo, mas
sede transformados pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja
a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
Romanos 12:2
Há uma discussão acerca dos limites da liberdade humana que deve ser observada
no estudo da Ética Cristã. Essa discussão torna-se especialmente aparente quando
debate-se temas como a contraposição das visões Arminianistas e Calvinistas. O
cerne da questão encontra-se no fator do Livre Arbítrio, uma dádiva de Deus ao ser
humano, e a maneira como ele se relaciona com a escravização pelo pecado.
Soberania significa afirmar que Deus faz o que quer, e não há nada ou ninguém que
possua autoridade sobre ele. A onisciência significa que Deus conhece todas as
coisas. A presciência implica que Seu conhecimento não está preso ao tempo, de
forma que ele conhece as coisas mesmo antes de acontecerem (Sl 139).
Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria,
como da ciência de Deus! Quão insondáveis são
os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus
caminhos! Por que quem compreendeu a mente
do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou
quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja
recompensado? Porque dele e por ele, e para ele,
são todas as coisas; glória, pois, a ele
eternamente. Amém.
Romanos 11:33-36
Deus sabia que o ser humano usaria seu livre-arbítrio para o mal antes mesmo de dar
aos homens esse dom? Certamente que sim, por causa de Seus atributos.
Se é verdade que Deus sabia, por que ainda assim deu a eles essa capacidade? Em
seu plano Eterno, Deus entregou aos homens o arbítrio por causa de Seu amor
incondicional.
A soberania de Deus designa o seu governo e autoridade sobre tudo o que existe.
Por outro lado, o livre-arbítrio indica que as decisões e ações humanas são
autodeterminadas.
Assim sendo, deve-se perguntar por que Deus não toma o livre-arbítrio. Deus não o
faz porque foi ele mesmo quem o deu, e quando o fez, tinha plena ciência de suas
consequências. Deus não vai contra si mesmo.
É uma ética em evolução, em desenvolvimento, isto é, uma ética para pessoas num
estágio primário de desenvolvimento religioso, devendo ser lida à luz do seu
cumpriemnto e aperfeiçoamento em Cristo.
A ética do Novo Testamento foi construída a partir da releitura que a Igreja Primitiva
realizou do Antigo Testamento, à luz da novidade de vida em Cristo. É preciso
ressaltar, entretanto, que a concepção dos escritores do Novo Testamento quanto ao
Antigo Testamento é que este é a Palavra de Deus e que revela a vontade de Deus,
sendo instrumento de Deus para nossa orientação. O Novo Testamento apresenta
uma radicalidade ética em relação ao Antigo.
Aqui cabe uma observação acerca do termo “radicalidade”. Deve-se fazer uma clara
distinção entre radicalidade e radicalismo, uma vez que o primeiro significa viver de
forma plena, enquanto que o segundo trata-se da exacerbação do primeiro.
A ética de Jesus tem sido descrita como ética do Reino de Deus. Ele referiu-se à sua
igreja somente duas vezes (Mt 16:18, 18:17) e ao Reino mais de 70 vezes. Seu
Evangelho é definido por ele como “Evangelho do Reino” (Mt 4:23).
E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas
suas sinagogas e pregando o evangelho do reino,
e curando todas as enfermidades e moléstias
entre o povo.
Mateus 4:23
O Reino é mais importante que a Igreja, pois a Igreja é a agência desse Reino,
existindo existindo em função dele. O Reino existe por causa de Deus, tendo em vista
que o Reino é de Deus, a Igreja, por outro lado, existe para o Reino, e sem ele a Igreja
não teria razão de ser.
O que é o Reino na prática? A ideia de reino costuma deve sempre vir acompanhada
de domínio, poder e autoridade. Domínio é o poder de comandar: Deus exerce
domínio na Terra através da Igreja. O poder e a autoridade da igreja são derivados
de Cristo e do Espírito Santo:
Mas receberão poder quando o Espírito Santo
descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas
em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até
os confins da terra".
Atos 1:8
Na mensagem cristã, a ética do reino deve ser a vivência prática daqueles que
desejam com vontade inovadora transformar a realidade alcançando cada vez mais
pessoas com a aceitação da mensagem do evangelho, o qual é a “porta” de entrada
para o reino escatológico.
Como o Reino cresce? Com a pregação do Evangelho. O que o faz crescer? Deus.
Através de quem? Da Igreja:
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma
havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e
tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de
mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria
e singeleza de coração, Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o
Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
Atos 2:42-47
No livro “Dez coisas que eu gostaria que Jesus nunca tivesse dito”, o autor Victor
Kuligin assevera que o título de trabalho para o livro foi “Dez coisas que eu odeio em
Jesus”. O título tinha o objetivo de ser provocativo, como são os ensinos de Jesus.
Havia certo valor chocante em seus ensinos que infelizmente se perdeu em nossos
ensinos hoje.
Ficamos tão à vontade com Jesus depois de dois mil anos de dissecação de suas
intuições e análise gramática de suas palavras que o valor chocante é totalmente
nulo. A editora Crossway Books optou, talvez sabiamente, por usar um título menos
afrontoso mas que ainda contivesse certo valor provocativo.
3. Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus
- Lc 9:62.
4. Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz,
e siga-me - Lc 9:23.
6. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Eu,
porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei
bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem;
Para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus - Mt 5:43-45.
7. Se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos
perdoará a vós - Mt 6:15.
8. Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e
irmãos, e irmãs. e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu
discípulo - Lc 14:26.
10. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus - Mt 7:21.
11. Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei!
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de
coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é
suave e o meu fardo é leve - Mt 11:28-30
O elemento único do ensino de Jesus é que em sua pessoa o reino de Deus invadiu
a história humana, e os homens não somente são colocados debaixo da demanda
ética do reino de Deus, mas, em virtude desta própria experiência do reino de Deus,
eles são também capacitados a dar cumprimento a um novo padrão de justiça.
6. Jesus investiu no ser humano caído e moralmente rebelde, pois ele o via como
ser espiritual e moralmente recuperável. Isso apontava para o valor e a
dignidade da pessoa humana.
Comunitária:
5. O cristão deve se preocupar com o caráter ético dos fins que deseja alcançar
e dos meios que se disporá a utilizar para alcançar tais objetivos.