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Apostila Modulo 216 Espiritualidade Crista Wanderson Silva
Apostila Modulo 216 Espiritualidade Crista Wanderson Silva
INTRODUÇÃO
O consenso geral é que nosso legado nacional, no que diz respeito à teologia e à
espiritualidade evangélicas, consiste em herança pietista, evangelical, sobreposta
numa base que remonta à Reforma Protestante, a Calvino e Lutero.
LUTERO
Tendo sido monge, tinha uma formação mística que se fez refletir em sua vida
devocional de louvor sincero a Deus pelos benefícios da justificação pela fé, pela
realidade da graça de Deus e da liberdade do cristão.
CALVINO
Definiu a piedade como “um zelo puro e verdadeiro que ama a Deus plenamente
como Pai, que o reverencia verdadeiramente como Senhor, que abraça sua justiça,
e que teme ofendê-lo mais do que teme morrer”.
ESPIRITUALIDADE E ILUMINISMO/RACIONALISMO
Pré Modernismo X Modernismo
FÉ FRIA E ESTÉRIL
Sagrado X Secular
ESPIRITUALIDADE E PIETISMO
Foi neste clima que surgiu na Alemanha, o movimento pietista, uma reação ao
protestantismo sem o Espírito e sem espiritualidade. Tratava-se de um movimento
focado na experiência religiosa, um tipo de devoção anti-intelectual, com uma
espiritualidade missionária, conforme praticada pelos corajosos morávios.
ESPIRITUALIDADE E “EVANGELICALISMO”
A espiritualidade no séc. XIX pode ser sintetizada como uma espiritualidade prática
(O Peregrino – John Bunyan), sendo as Escrituras Sagradas a origem da mensagem
que transformou-lhes a vida, através de uma experiência marcante de conversão.
ESPIRITUALIDADE NO SÉCULO XX
Missões para-eclesiásticas
Espiritualidade e Proibições
Surgimento do Neopentecostalismo
Surgimento do Neopentecostalismo
CONCEITUAÇÃO
Conceitos Básicos
Mística: mystikós = que foi iniciado nos mistérios (realidade secreta, escondida ao
conhecimento ordinário); realidade escondida que se propõe a um tipo de
experiência que conduz à união com o absoluto.
Experiência mística: iniciativa de Deus que faz com que a pessoa participe de seu
próprio mistério, embora na obscuridade de um conhecimento inadequado à sua
transcendência; estado da vida espiritual em que Deus se manifesta à pessoa de
modo sensível - a intensidade do sentimento da presença de Deus é tão clara, que o
místico tem totalmente a certeza de que Deus está nele.
A trama das relações Deus-ser humano, ser humano próximo, ser humano-mundo, é
o âmbito no qual atua o projeto da sabedoria. O ser humano infringe-a e constrói um
projeto de anti-sabedoria.
Perspectivas:
Da radicalidade: “Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês”
(Mt 5.48).
...na crise de um filho rebelde e na paixão pela justiça de uma viúva, no trabalho dos
agricultores e dos pescadores, e no grande gesto de amor de um samaritano, nos
pecados perdoados de um publicano arrependido e na atividade condenada de um
rico estulto.
Temas:
O Reino de Deus.
O coração do anúncio de Jesus é: “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está
próximo” (Mc 1.15).
A oração.
Um tema tipicamente espiritual ao qual queremos aludir, é o da oração de Jesus e
da Igreja. Jesus é apresentado como modelo orante no qual a comunidade dos
discípulos que “louvam a Deus” devem espelhar-se.
1 - “didaqué”.
A catequese trata-se de uma formação perfeitamente Cristológica documentada por
uma coleção de discursos distribuídos ao longo do livro (nesse caso, no livro de Atos
— At 2.1ss.; 7; 10; 13.1ss. 17; 20.17ss.; 22.1-11; 24.10ss.; 26). Por outro lado,
porém, enriquecem e aprofundam a vida interior e a fé do crente.
2 - “koinonía”.
Elemento exaltado entusiasticamente nos Atos dos Apóstolos (At 2.44s.; 4.32-35);
quem violar este compromisso de comunhão fraterna, como parece sugerir o relato
de Ananias s Safira (At 5), é automaticamente “excomungado” e considerado “morto”
pela comunidade.
3 - “Fração do pão”.
A comunhão com Cristo e a comunhão com os irmãos interagem fortemente, como
Paulo frisa em 1Co 10-11. Sem o “ágape/Koinonia fraterna”, o “agape/Koinonia” com
Cristo e com seu corpo” torna-se um sacrilégio.
4 - “Orações”(At 2.42).
A assembléia orante dos primeiros cristãos aparece frequentemente nos Atos dos
Apóstolos: “Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o
pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade
de coração (At 2.46).
Todos os que creram costumavam reunir-se no Pórtico de Salomão (At 5.12). É uma
oração ancorada nas próprias raízes espirituais (o Templo), mas floresce, também,
nas novas situações, assim como na perseguição: “unânimes, elevaram a voz a
Deus” (cf. At 4.23-31).
- A Espiritualidade Paulina
O homem renasce como criatura nova, revive a mesma vicissitude do Cristo (Rm
6.1-11).
O homem torna-se filho de Deus no Filho: “E, porque vocês são filhos, Deus enviou
o Espírito de seu Filho ao coração de vocês, e ele clama: “Abaa, Pai” (Gl 4.6; cf. Rm
8.15-17).
- A Espiritualidade Joanina
É precisamente sobre uma série de verbos e sobre o seu valor simbólico que
podemos tentar elaborar um esboço sintético da espiritualidade joânica, com
referência, sobretudo, ao evangelho e à primeira carta.
Na raiz de tudo está naturalmente a Encarnação - “E o Verbo se fez carne e habitou
entre nós” (Jo 1.14) - o fundamento construtivo da salvação e, portanto, de qualquer
experiência espiritual.
Os Verbos:
Amar. Ele percorre toda a proposta espiritual Joânica. É um amor que parte do Pai
(Jo 10.17), manifesta-se em Jesus que nos ama até o fim (Jo 13.1), no sacrifício da
cruz e se irradia nos discípulos, tornando-se o sinal distintivo de sua pertença a
Cristo.
DISCIPLINAS ESPIRITUAIS
Meditação
Oração
A verdadeira oração é algo que aprendemos. “Certo dia Jesus estava orando em
determinado lugar. Tendo terminado, um dos seus discípulos lhe disse: “Senhor,
ensina-nos a orar, como João ensinou aos discípulos dele” (Lc 11.1).
“Silenciamos na primeira hora do dia porque queremos que Deus tenha a primeira
palavra. Silenciamos antes de nos recolhermos, pois também a última palavra do dia
pertence a Deus” (Dietrich Bonhoeffer).
“Ou a comunidade cristã vive da intercessão mútua de seus membros, ou então ela
morre. Não se pode condenar ou odiar um irmão pelo qual se ora, por maiores que
sejam os problemas que ele nos cause” (Dietrich Bonhoeffer).
Simplicidade
Solitude
“Podemos cultivar uma solitude e um silêncio interiores que nos livram da solidão e
do medo. Solidão é vazio interior. Solitude é realização interior. Solitude não é antes
de tudo, um lugar, mas um estado da mente e do coração”.
“Sem silêncio não há solitude. Muito embora o silêncio às vezes envolva a ausência
de linguagem, ele sempre envolve o ato de ouvir”.
Serviço
“Aprenda esta lição: se você tem de fazer o trabalho de um profeta, você precisa não
de um cetro mas de uma enxada” (Bernardo de Clairvaux).
“O orgulhoso não sente prazer em possuir algo, mas só em possuir algo mais do que
o próximo” (C. S. Lewis).
“Quem, alguma vez em sua vida, experimentou a misericórdia de Deus, dali por
diante só desejará servir” (Bonhoeffer).
“Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si
mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um
conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu” (Rm
12.3).
Confissão
“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para
serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tg 5.16).
“Quem tem condições de ouvir nossa confissão? Aquele que vive sob a cruz de
Cristo. Onde estiver viva a palavra da cruz, ali também se praticará a confissão
fraternal” (Bonhoeffer).
Adoração
2.2 - O Espírito é livre. Não há como manipulá-lo por meio de liturgias elaboradas
com capricho e por capricho (Jo 3.8).
3.3 - Adoramos a Deus com tudo o que temos, com tudo o que somos e com tudo o
que fazemos. “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua
alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças” (Mc 12.30).
Disciplinas Espirituais
“Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para
a glória de Deus” (1 Co 10.31).
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BRIZOTTI, Alan. O Privilégio dos Íntimos: é possível ter intimidade com Deus?
Goiânia: Estação da Fé, 2016.
YANCEY, Philip. A Bíblia que Jesus lia. São Paulo: Vida, 2003.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA