Hoje, vamos apresentar-vos o nosso trabalho acerca das capacidades
motoras e dos métodos e meios mais adequados para desenvolvê-las. No desenvolvimento deste trabalho, vamos começar por fazer uma breve definição das capacidades motoras, explicando em que é que consistem e, depois, vamos indicar em que subcategorias é que elas se dividem. (passa de slide) De uma maneira muito breve, as capacidades motoras podem ser definidas como os pressupostos necessários para a execução de qualquer movimento, sejam estes nervosos e sensoriais, ou mecânicos e metabólicos. Dito isto, é necessário distinguir as divisões existentes dentro das capacidades motoras, que são: as capacidades motoras coordenativas, e as capacidades motoras condicionais. (passa de slide) Começando pelas capacidades coordenativas, estas são todas as qualidades físicas, sensoriais e nervosas, cujo nível de expressão é determinado por mecanismos de controlo e regulação do movimento. De uma maneira mais simples, elas consistem na capacidade de coordenar os diversos músculos de modo a realizar um determinado movimento. Assim, quanto maior forem estas capacidades, maior será a automatização desta coordenação músculo-esquelética. As capacidades coordenativas podem, ainda, ser divididas numa enorme variedade de diferentes grupos. Mas, resumidamente, podem ser subdivididas da seguinte forma: (APONTAR PARA O QUADRO) a orientação, o equilíbrio, o ritmo, a reação e a agilidade. Sendo o foco principal deste trabalho as capacidades motoras condicionais, não iremos mais afundo nas coordenativas. (passar slide) Passamos agora ao principal foco do trabalho, as capacidades condicionais. Estas consistem em qualidades funcionais dos músculos, mecânicas e metabólicas, que nos permitem realizar qualquer tipo de movimento. Ou seja, são as capacidades que nos dão condições para realizarmos atividades físicas, daí o seu nome. À semelhança das coordenativas, as capacidades motoras condicionais são divididas. Assim elas são: a força, a resistência, a velocidade e a flexibilidade. (passar slide) A força muscular, como capacidade condicional, consiste na capacidade de contrariar uma determinada quantidade de resistência através da contração muscular. É esta a capacidade motora que nos permite puxar e empurrar, sejam objetos (como mobília, pesos, etc), ou não (como o nosso próprio corpo, num salto por exemplo). Tal como às capacidades motoras, esta também se subdivide; ela é constituída pela: força explosiva (ou seja, a capacidade de contrariar o máximo de resistência possível em um ato explosivo); pela força máxima (ou seja, a capacidade de contrariar o máximo de resistência possível, independentemente do tempo demorado); e pela força de resistência (que consiste na capacidade de realizar o número máximo de repetições de um determinado exercício numa determinada carga). (passar slide) Passando agora para a resistência, esta consiste na capacidade de suportar um esforço físico de certa intensidade, e permanecer nele durante um determinado período de tempo. Ou seja, é a capacidade de tolerar a fadiga física ou psíquica No caso particular da resistência, existem várias maneiras de a classificar. As mais relevantes para o nosso trabalho são a divisão quanto à duração do esforço e a divisão quanto aos processos de obtenção de energia. Quanto à duração do esforço existem três tipos de resistência: a resistência de curta duração (geralmente de 35 segundos a 2 minutos), a resistência de media duração (de 2 a 10 minutos) e a resistência de longa duração (que pode variar dependendo da prática física, mas que pode variar entre 10 minutos até mais de 6 horas. Agora, quanto à energia utilizada, existe a resistência anaeróbica, que se refere a uma resistência de menor duração, onde se utiliza a fosfocreatina ou o glicogénio, dependendo da duração. Um bom exemplo deste tipo de resistência é o treino de musculação. E existe também a resistência aeróbica, que se refere a um esforço de média ou baixa intensidade num longo período de tempo. Neste tipo de resistência, a principal fonte de energia é o oxigénio, daí a importância do controlo da respiração neste tipo de exercício, como é o caso do vai-e-vem. (passar slide) Quanto à velocidade, esta é a capacidade motora que nos permite executar sucessões rápidas de ações, gestos ou movimentos num curto espaço de tempo, geralmente em atividades intervaladas. Tal como as anteriores, a velocidade também se subdivide. Assim, esta pode ser dividida em: velocidade de reação, que é a velocidade de resposta a um determinado estímulo; velocidade de deslocamento ou movimento (que pode ser cíclica ou acíclica, ou seja, uma sucessão de ações motoras, ou uma ação motora isolada, respetivamente). Esta é a capacidade de um individuo se deslocar de um ponto para outro na máxima velocidade; e a velocidade de ação, que consiste na capacidade de orientar a aplicação da velocidade em determinadas decisões, ou seja, é a capacidade de tomada de decisão. (passar slide) Por último, a flexibilidade. Esta é a capacidade de realizar movimentos articulares de grande amplitude, sem a ocorrência de danos físicos. Assim, ela é dependente da elasticidade muscular e articular. Como no caso da resistência, existem várias maneiras de classificar a flexibilidade. As mais relevantes são a divisão quanto às forças que originam a ação, e quanto à existência de movimento. Na primeira, esta é dividida em flexibilidade ativa, que consiste na capacidade de atingir a máxima amplitude de uma articulação através da contração e alongamento dos músculos; e em flexibilidade inativa, que é a mesma coisa, mas através da força feita por outro individuo, por exemplo. Já na divisão quanto à existência de movimento, existe a flexibilidade estática, onde a amplitude máxima articular é atingida numa posição fixa, por um determinado período de tempo, e a flexibilidade dinâmica, onde esta é atingida durante uma ação motora, a uma determinada velocidade. (passar slide) Sabendo quais são as capacidades motoras, é preciso, agora, saber como as desenvolver. Para começar, vamos estabelecer em que é que consiste o desenvolvimento das capacidades motoras. Sabendo que estas qualidades físicas são próprias de cada individuo (não apenas devido à genética), conclui-se que as capacidades motoras são desenvolvidas por cada um de nós de acordo com o que nos é necessário (como é óbvio, um atleta precisa desenvolvê-las mais que uma pessoa normal). Portanto, qualquer treino que tenha por objetivo gerar adaptações estruturais e funcionais para aprimorar o desempenho em tarefas motoras específicas, é uma forma de desenvolvimento das capacidades motoras. (passar slide) Para que este desenvolvimento ocorra, é preciso ter em conta os vários fatores que o proporcionam: os fatores que podemos controlar são a adaptação e a continuidade. Inicialmente, para desenvolvimentos as capacidades motoras, é preciso que exponhamos o nosso corpo a um esforço físico, para que ele se adapte. Mas não basta isso, pois para que elas sejam desenvolvidas, é preciso manter uma continuidade neste processo de exposição ao esforço físico, para que as adaptações ocorridas sejam mantidas e, eventualmente, readaptadas. Portanto, em suma, para que haja desenvolvimento motor, é preciso passar pelo processo de adaptação, com continuidade. Relativamente aos fatores externos, é preciso ter em conta que a nossa idade, sexo ou herança genética podem influenciar e diferir os vários indivíduos na sua capacidade de desenvolver as aptidões físicas. Ainda assim, a não ser que se trate de um caso mais extremo, geralmente o trabalho árduo ganha sempre contra o talento; por isso não nos podemos deixar desmotivar por alguns fatores externos. (passar slide) Agora que já foram esclarecidos os fatores que levam e influenciam o desenvolvimento motor, vamos passar à exposição dos métodos e meios mais adequados para desenvolver cada capacidade motora. (passar slide) Começando pela força, esta é desenvolvida através da contração máxima da fibra muscular. Assim, o treino desta aptidão física tem de procurar estimular os grupos musculares perto dos seus limites, tendo sempre em conta os seguintes princípios: Para treinar a força são feitos esforços de alta intensidade, mas de curta duração; os intervalos entre cada série devem ser estendidos, de modo a proporcionar a recuperação total, e as repetições realizadas são normalmente baixas, de 2 a 8. Além destes fatores, o treino da força também varia no tipo de carga utilizada. Assim, este é desenvolvido com carga máxima, onde se tenta contrariar o máximo de resistência possível, e com carga submáxima, onde é importante ter o conta a duração (no caso da força de resistência), ou a velocidade de execução (no caso da força explosiva). (passar slide) O trabalho muscular no treino da força também pode ser executado de duas maneiras diferentes, que são: o trabalho isométrico, onde a contração muscular é estática; e o trabalho isotónico, a contração muscular é dinâmica. Agora, relativamente a como desenvolver a força na prática, algumas recomendações de treino são: - O treino em circuito, onde se juntam diversos exercícios de modo a treinar a força muscular pretendida; - Os exercícios em série, onde se realiza um exercício, com ou sem carga, num determinado número de repetições, várias vezes; - Os exercícios com intervenção, caracterizados pela oposição da resistência ao avanço, empurrando ou transportando; - Entre outros. (passar slide) Passando agora ao desenvolvimento da resistência, este consiste na realização de exercícios de baixa ou média intensidade, mas numa duração prolongada (como é o caso da corrida de resistência, que treina a resistência aeróbica); e na realização de exercícios de intensidade acentuada, mas de curta duração (como é o caso da realização de séries de sprints, que treina a resistência anaeróbica). (passar slide) Relativamente ao desenvolvimento da velocidade, seria impossível arranjar um método universalmente válido para o treino da velocidade (devido à diferença entre modalidades). Ainda assim, algo que é universal a todo o tipo de desenvolvimento da velocidade é o aquecimento, a execução à velocidade máxima possível, e o aperfeiçoamento da coordenação entre as várias ações motoras. Tal como no treino da força, existem três princípios que se aplicam à velocidade: - Os esforços são de alta intensidade, mas de curta duração; - Os intervalos entre séries devem proporcionar a recuperação total; - E as repetições executadas devem ser o máximo possível, até que a fadiga seja um fator na equação. (passar slide) Por último, o treino da flexibilidade. Este deve ser treinado com regularidade, uma vez que os seus benefícios podem ser rapidamente perdidos. A flexibilidade é facilmente treinável, mas o seu treino deve ser combinado com o de outras capacidades, pois, por exemplo, o treino excessivo da força pode levar a uma falta de flexibilidade, e o treino excessivo da flexibilidade pode afetar a força. O treino desta capacidade motora baseia-se no método da repetição, realizando insistências, de modo a obter uma maior amplitude articular e o alongamento dos músculos que se opõem ao movimento. O seu treino não pode ser excessivo, pois caso se aplique demasiada intensidade, pode ocorrer deformações das articulações ou dos ligamentos. (passar slide) É tudo. Não temos mais nada a referir acerca das capacidades motoras e como as desenvolver. Esperamos que tenham gostado da nossa apresentação, e que tenham aprendido algo sobre o tópico em causa.