Download as pdf
Download as pdf
You are on page 1of 48
copa 15 05 55-413 ‘ane eoneeg 0 IMAGINARIO NO PODER ds criancas e a literatura fantastic etait ar ES Cred oii mig feacns Gated, Pais, 1977 ph tl 9 pa “aniner nee € stem, fio ee somanimente ds ers Hedrin b Ht NOVAS BUSCAS EM EDUCACAO Ena colegio est preocupada fundamentalmente. com um alioo vivo, nguleto'e partcpertes com im professor que fo tem as Proprst civdas;“e com uma excels arta viva, povta no mundo © Flame de que ertunos chegando ao século XX exc send, & preciso repemsar 0 procsso ecdacaiona. preciso prepuer sponta par. ven e mio par 0 mero ackenulo de informyoes. Th pours andemica do profesor nio eth grantindo maior mo bilidide' agiidade do aluno [tenba ele a dade que tver). Assim, € pees autaharo lune como una pesos itera, comm sua afetvidade, ose percepgSes, sun exptessi0, seus sentido, sul cifes, sum erative (de in deve ser to pare qu 9 no pes amie sees do arable © teoblhar, simufansamenter com todas as linguarens (cerita, sonora, dramie, cinematopdica, corporal, et)- "K’derrabac dos mcs dh excels podent inegrer 2 edcagio 20 can ane do mine ela ¢ an « on ut pope ‘Sfumlamental que se questione mais sobre edueagio. Para ist, eves estar mais aberto, als inquit, mas vivo, msl» pcos, ris finiossclcindo sabre e-noveo cctaiana pedagogic © se perguntando sobre 0 208 futuro 2 nccesaiio nos Instramenartos com os procesioe vvides pelos ‘outros chucadores eno contraponic tes nein, tomarmoe conto com RES mas entigas mac que permanecem inguletantes, pesgubsr See tue vem ee proponca em temos de educacto (denso ¢ fora da ‘scola) no Brasil 'n9 mune, MA Colegio Novas Busca, om Educa pretende ajuda repensar relhoe probleinas ou noves davidas, oe coloquen nam out pris, Pieocrlaoeeieoolidar de todo agueles eavelvidos cin edueaio Pipe enideres,estuantes, cominicadorcs, piclogos,fonoaudilogos, Feienes sxias e,sobrendo, proesrorer... Pretend serra todos see Soc saan que o unica compromisio do edacidor € com a Feast que im posturs estcn € a garantie do nfocrescimento ftaguele 9 quem se propde educa INDICE APRESENTAGAO DA EDIGAO BRASILEIRA SOBRE A AUTORA APRESENTAGAO. EM HOMENAGEM AO IMAGINARIO 1. 0 QUE £ O FANTASTICO? UMA PRINEIRA ABOR- DAGEM tor e cen AEN acini, it’ mre fais srs tne ~ Perc bon hai al a Stet cd sorts, Enrtamento,neesse dof Fe a. Un edaisiads epsdotempamt tf SEE Sint rtd seca, Jote pn ar INPANCIA E FANEASTICO, 4 a Gis nl ed ami yin? A 3. ALGUNS ASPECTOS F,FORMAS DO FANTASTICO Sik tds ne perience dowel? — Camo 0 fants tho de ua pact tes 0 pone oo val de cis pen GS Slav el ce om Gc trae @ nao de cue Soe Peas ee alan fan resi de um ‘SEStve ceremtnao sn min giao. — Poko os un de SERP'RERUT ham mundo erred Pree de lane. ‘remediate ecicen num nian de pope excordigs. 4. ALGUNS LOCAIS DA HISTORIA FANTASTICA. ALIE: NAGAO — EXOTISVO ea ‘Gre oitcn en sree. — ba ive, 0 ete, — ‘o'r pagan aera — Une pagan imine? Pe fess,» ibe, @ nce. —O alo cs fener do roe BTiS Ai te eer pana racing, Aida © = ogee me page ine a % B ra » 39 ” % —— 5. EVOLUGAO DA CRIANGA, ANGUSTIA E FANTAS- Tico 3 ‘No tems im aca NICEom Boe aumatinde? Pet gue? — 0 fen tm Rae os eta Bepomentt 6. OS DESEJOS HUMANOS: ANIMAIS, ASTROS, PLAN- ‘TAS, PEDRAS, MAQUINAS (0-0. ogsco 0-2 seas, Faget hss aula Or cri snuons Objet cates 2 2, 7. OS DESEJOS HUMANOS: OS PODERES seer OS Oe chs naman «dn sites — A, incilae = iis sb ee 105 4. FANTASTIOO E-FICCAO CIENTIFICA rat oan esl de asa an, — Bl Me ali cs, Lae cen eet thn a comm 2° ss &embnnec Liga G0 abe ed Bits destin 2 Goats mane « fo tain ae cent Saeed inca 9, FANTASTICO, ESPIRITO CRITICO E DESMISTIFL CACAO vcscigeneegeusnnness geen : CACAO 2 jeatenashnas!— Fas ‘cmpica € ain IointlogPQuctimumeno psa fate. 10, FANTASTICO E HUMOR PAIRS Se necaan pel Rune Alps une de immer, Peek Silas eile rl © homo tt, 13600 {i etpennes 11, BANTASTICO, UINGUAGEM EPOPSUA ica a sang : ite oi alr ‘A ce atone ig deat eon acto Aenean tee eee wr yc ntiade, hs ange © "npoensm™ 12 LITERATURA FANTASTICA E PEDAGOGIA 2a ape mane a an ry ei os a Condoms? & tec fe tanec aa te Gor st iver 9 om AGRADECINENTOS erst estes 2 unite 163 195 IRABIA a8 20 APRESENTACAO DA EDICAO BRASILEIRA ‘cisco dos problemas referentes& prota cultral in ete icrntura, ear, cineme, Clove ee.) vl 6 aa A ra un aspects da. quoetto: os elie. £ Com guess sempre, Dare le, ease do uo: a cianca sente sell, uvtrma, Oe eaurada no ler Obras dete ou dagule goer & ameacade 08 arses conten, a cricnga deve ve sto CU AQUI, poms Big vem jit ss Pati ra com ger, revelam muito nis aostos econ cot cto, necesiaaes, dno crengas, ant, g8at- gees ao rea no fxgmos & regra dos gusrMdes ett fCE3)- es ne aro siaiga€nenso im, cuprema espiraco run coi mas '© que? A iafancia? Ou csitiamos danke attics que a sesedade reaervou cob Gu? opel OMe nome flagrar msensivel cate co enino a cep, ti sre, tna pala pont um aso cule pal Eee eta, tudo deni dos limites para nfo color roa le mena pe ao ply nem meni: He asta rv emt ag? ne ua da hipocraa ue eu, adllo bem ed¥eado, 2 reproduc, ino, fio de meu amg mo easustn 2 eat Siete do corso puterno a agradeoer minha Tee ae ae Dimerenntlizagio do humana ein toss sociedad! yg Feeney 2 i yealmenie me asovia © 0 aiieldade ae 1 eae: toe go de noone prvlgbs — roe Seon cn mec, Prvgios de toda Orde: assists, set nels npc ete como se a conscincia dk Sate, ieee meat ae cvar-not amar de ate, gpressts ake Pemmonncis da eprosido Teese poxavel SOMLTIE 29 Terie sex ino preilog. i aaa veremdeiro, 0 que faut da opretsio stria? cone one ecaues polers revidar aqvels bofetada gue Care este clgnds, nagula van ce 1832 A bofelad fhndarg 9 sistema? 9 Ficasse clare, ao menos enquanto osatema nie muda, que uma certa Sociedade me aulorgou privilégios. Posse punirfisicamerte, fazer chantagem afetva, deseonsiderar queixas ¢ pedidos yor mais jstoa que sejom, pose tomar & palavra de minha fia, roi la ‘e falar; posso,'impunemente, Posso devo reprocuztr comple- tamente "do natural a9 saci. 0 livzo de Jacqueline Hold certamente prolengers o longo de bate sobre os efeios da produrso cultural dirigida a crianca Debate que, em si, roderia se justifea i ‘a partir de um conesio de erianca, lierto dos extercétipes qu Sempre acompanharam 0 termo. Contd, no $0 debaterms partir de uma questio precor: celiuosa como também ¢ problema colecado neste livro 0 far tstico ne literatura infantil — tende a ser debatide a partir de lana false questias realimo oa fantasia? Pler, realismn ou fan tasia, qual o melhor para a erianca? ‘A quesiao falsh por varias razdes ¢ convém, aqul, tentar ‘enumerar algunas delas. Prieeiro, @ falsa por err uma aposi- ‘le irreconeliivel entre dois termes que so, antes, complemen tares. Segundo, por supor que o adult € eapar de responder uma fauestio com segurance que, em tltima inetancia, diz respete. A ‘rlanga:o que € melhor para cla. (& claro que pede ocerrer de, fs vezes, @ propria erianea nao saber o que melhor the conver, ‘os, na maionia doe casos, ov adultes sem sequer dela se apeex ‘mam para obter qualquer opinlde.) Tercelro, por considerarmes 0 {ormo eriaica eapaz de englobar as diferentes criancas que 25 sociedades do clasios ferjam. Quarto, por generalizarmes 0 que ho (serla em parte?) yeneralizavel: 9 iniyidvo Jacqueline Held é tarativa quanto & primeira questdo. Nas priociras pgines, ela destaca: “Digamos, deede J, ¢ elaramente: ‘ knmgindrio de que nos veuparemes no & esse pseudo-magindrio ‘om Tunedo de esqueeimente, de exorcismo e de diversio, que Ges- ia a erianga dea veedadeiros problomas do mundo de hoje ¢ de maha.” @-imaginario nfo & allenacgo. Antes, € meio.qve 40s nal; @mélodo, usando a distincko de Pitcher, « nfo attede ; Destelto 0 equlveco, @ autora poderd caminhar pelo universo ‘dos isto infants, tentando definir'o que &9 fankéstico, quais suas fungies, sono e onda ele aparece. zcrtara, profunda cenbece thea de literatura infant, Hela buscaré em sua vasta experiencia fom 0 texio. os elementes para suas colocactes, suas divicas, Iiins perguntas, sso roopoctes, 0 Tmagindrio no Poder nasce de Nina sivencla tina come texto e sep Ihe confere una vtaidade onhiese em pretundidade ¢ extensdo, ‘into de Hist 6 direto e caro, & uni obra para espectaisies fy rlangin’ mies, pss, avis, Gos ele. Bree clara. como ccavém 2 um testo quo s2 propie coloear pastes que necossitam éncia, pols, caminhonde com Held, perce Deremes que o ivro nao se lita nos trazee o problema do ten LUstico na Iteratsra infantil Se_O Imapindrio mo Peder, 2 rivel ‘lenotaive, celees o problema da Ceniasia na literatura’ infantil, ble 6 a nivel condtatve, uma forma de percencao da pessea eth tua relagio como mundo, Possea qin, cireurstancialimerte, @ cri fanga,alnda que exquegamos disso cam facilidade: ela nto produ. EDMIR PERROTT Talk, 1809, Delphine e Marinette. Aprendemat a sonher, a conecer, a excon trar-nos. Historias em quc 0 ronho oo mistura, ruito notucalmcnta, ‘com 0 rel, como o que acontece na imaginecto da erianca ‘ia roiances que desbloqueiam 0" magindeio, que fazem explodir a estrutaras fixes, ceterecipedas, que transform 0 Universo coliiano, que eran um passat, wh presente, Un futuro € uma dindmica eriativa irreversivel, Sto. ¢s cue misturam una Série de acontecimentos bistros uu exiracedindrioe h evscagao do uma. vide banal, que criem yersonayens com alguns aspectos ‘multe cotidiancs e' com putros mitens. Sao agueles etic. humor permite fazer a delimitagao entre 0 teal eo imagindrie, entre Fancéstico @ © eotidiane. A confusdo que teade « der @ iteratura papel pedasdoico elementar, em vez de fazer dela essa grande educators india ‘0 6, esta confuedo nao 8 openas porigosa pare. lteruturs permite tambén wtlizar ¢ eratura para a” desfigurasto dos ojos. ¢ para c irposicdo da atopia, oF deseion ddas para. a realidad TRessondncia imagindria dos eontos: deseavoiver & necessidede do insélio, Tratar ¢ vira-ser come remalbete de soluydes ima finirias, isto &, de potencialidades. 0 pocia & agucle parm quem nfo exisic um tnico mundo. O mito deve sun forse 4 pluraldade ‘dos leituras. Una Vink HUMANA f UMA PicaD QU @ Hawt tees Magia das palevras, cenios modernos, prova interessante da lmaxinacto critiva dos sonhos que marca nossa époea. Fanta ‘a formilacao, no jogo das palavras. Festa da lingwngem. Fase 4 eriangs brincar com sun lingua. Palayras: satstancia, plisica © maledvel ao capricho. Sinals, esses passares ie sf atraicos Delo sentido. Colocar na palavea'o miximo de potdncia imeginativa 0 livre & um segundo caminho, como 0 voaho, sus & somo que dura, pois, semio legivel, ion 0 peer de se epetit. Ao me Tepretentar eu me erio, ao me ersar ot-me repita, Donde a evtdan fia de que a imaginagio & tanto o iastrumente da cra;do quanto la experigucia interior, donde a nocestidade de reconhece™ due © tmaginério € » moter do rea. 0 que 0 movinente Texroxovmarst, composto, na orem, com exiratoe de: José Ortega y Gasset — Mare Seriano — Gaston Bachelard — Maurice Blanchot — Mas Alban — Edmond Jabix ~~ Frangois Ruy Vidal — Genevidve Patte — Jacqueline ¢ Ravul Dubcis — Georges Joan — Jean Paul Sartre — dacgues Charpentreau~ Ber Claire Ambite e Gaude Combes — Aragon — Pierre an — Oulipo, a literatura poteneial -- Masrice Blanchot — Rernard Nos! — Malcolm Lewry ~ Janine Despinetie — Monique Hermon Roger Boqule — Jean Pierre Belpe — Simard Freud ‘Maldelstam — René Dara! — Bernard. Nod O QUE &0 FANTASTIC?” UMA PRIMEIRA ABORDAGEM [A,imsgncio po € om etalo tote « ee Willan Bike © FANTASTIC, 0 MARAVILHOSO, © CONTO, © IMAGINARIO AA riqueza, a complexidade e mesmo 2 ambigiidate de uma hegdo como ado “literatura fanidstiea”™ aearretam uma primeira Fetedo bastante natural: nao seria impropri, inquetance e mesma choeante falar de “fantistico” quando se trata da infancia? ‘Em outras palavras —e meso que pressenissemes ser lite, ow ate impossivel, definir do mancira estrata oa exaustiva fantéstien — ama primera “db corsagrada” no pode deixar de surgi 0 fantastico seria o angustiante? Seria por causa do cineme fantastien — Les trois lumiéres, Nosferets, vamp, A nofoa do Frankstein — obras primne, som dlivida, mas ebras-primas que distil 0 horear e angisla, ie Se diciger a adultos madures, i formados, que nic apresenta 1 SIS mi, «pat oo te gn ‘pate gor sonemumor Tbe dar de entrsodinin, exrmvogit, preg, inert tw ory » ‘excessiva tragiidade psicobgica? Quande muito, a propria nozie Ae "Tantasitco" parece Inasolivelmente hipaa ilo sql gue Aeoperta o medo, ao inquetanie, 40 tramatieane. Em tal pers pectiva, cersiderar o fantastico como devendo ter Lagat lie {ante ra formagio da crianga dora. paceeer, milo imple Mente, figura de provocagse, MI perqubtas’surgom, das gals Ai devern ser colbcadas de smecatoe : 2, aguante stain 0 centre do tanto? Soria sua caéncia0 problesa merove anise. Damme, desde Ji. que ao Pensamos adam, Se verdade que existe etn quaguet pals, une {radigao da conto fantéstic inuistante ~ Bagat Doc ou Lovecral ‘bar exerplo, para #8 obr#s de hngua inglcay teria uma coerene fermsnica com, especialmente, Hotfmann oa Rall, sem esqueces, tha Franca, Gerard de Nerval e Le main encntee, » Naupassant io Hori, Barbey d'Aurovily, Villers” de Vsle Adam, «tances ‘outros. .'— ha também, mesmo een Htratura aca, um fonts {ico mo diferente: a" doce fantasia ib. Charles "Notier em Tea Fé aus mietes, o univers de sortesioe estantos ¢ tenes de André Dhl ov de Bosco,» mundo Drumose de Chumisso en fisiogo com sta soma, 0 tpticn dae romances “abun ce Malo Calvin’ A narragao. do angostin ede horror. conta, apenas, uma das Torinas possvels do Tantastic eran Mires autores fantastico, tis como Swill, Rabelais ou Votaire, wii um munco “ireat” "andes, gigantes, plane tas estranfis mas jamais se vllzam dele pera desperat no Weiter oredibiidado que torne 0: usdo ©-& sngtsin poesivels, AD ‘contro, desejam, antes de tudo, por case. Getasagem can tece dio tundo tormal’ 9 eonbeeide, atinar ‘nots expitta ciign asee-nes refer. Mesto problema pare Acmirasel mando nooo, dl Hharey, que se revela mals inqutante ao nivel de reflena Diramonte intlectusl quo so de nose, censbillade, Panéstis Satirico, pois. que este para Hades mato veriadas da vida hue mine aie mereceré por'st $6 ta tm anais. Sexunde peraunta, tamtem complexa” Tratase do_ abrir ix eriangas todeo catnpo do fantastico? Ou ainda: 0 Tentislce, ert iMrafura infants joven, poderis tomer, exatanxate ¢ sempre, as mesmas formas que em Mteraura aloe? E também’ © adulo jlga "tatmateante" 9 teria necessariamonie pore frites ead careriaon sco pr rut cesta de {nace com gue o tivo para. a crianga calsse 10 usdre. de Um Universo berm desinfotade, “ceguro™ para tsar « capressee toda, mas perfeitamente insipido o deenudo de interesse? Sao problemas miltipos quo, no memento, podem apenas levanir. DDE tien, Mer ete: Le Vice poate: Le Beom poh Fantéstico e maravilhoso Por que — nos pereuntardo — ro falar anes do “marav mony a Ete ney cla clr 0 seers de ‘ginko, seu papel e st ugar nos lips destinades at eiangas “fambein al nce deonismos com iiss consagradas” que iqmimento corm 0 reo —e mas, parece-nos — de falsflar 18 aos. eo problema: “Aime gue crclanes enganados, estames Uo concientes avanto gualquerostry de row c do valor do conto tradictonsl, Go"vertvalerie inengotel Go tabecena ede ensinamenco qe {go do tempo, continua tos oferecer. Para. convene disse, basta roier ts andises de V. Propp, que liverta a tematica Cstrviural do inaravlhoso do dnterior eo corpo dos certs pep frat: Seo conto moserne prolenga & natragao oral, 0 rela 1 onrira, se froquentemente'a espe, conselertemen, 00 THO ern como suas fontes Ge inspiracao tematca, como seriura, Hn encaniaer, sia, ¢ pore anata cee, do bare te poste afvicano, de Guauer contador de osteias do fim do tele cxprine © noe fed retnir St nacusdnden prmoreiai da hmanidadls a aprenczagem dn vida, usea incessant a gram de aventura humana. E sempre, segundo a expresso ge Phillipe iment esaeneial" Representa im saber “ago dover: acm cantno dich clan @ mundo, maifelagio do per dnt roe orci, Oa [ihidades sobre os goipes de sorte". Sabers também que ese aspecto compensate de conlo iadiclonal € profurdaments embe alte: $e inka, ay ves, & ceaignagto, a, fataliso, conte, Yor outro lado, ade te tracigde de "revalla”» malicia'e reve: cla das fabsia, proiigae a inustica, eente A uno dos nase feacos, a ua agao comm que transforma, pouco a pD¥et, Wuniverso e que lende crar o fomera de avanha, todos reeur Jos dy foklore de que se siliear6, por exemple, bm sseitr como (Saunt Rodan para “deamistifear ca lee™®, Frente a0 conto {radiional nao nos testa senao sibscrever plonamente af Iago de Mare Soriano. onda observa que se acortecer oe 0 fore "yeloular supersiyes do passado, © mclo mals. seguro ‘lininar esses mites no € fesse pouoo caso dele, mas evar stony mate adeptadee © mais poetics") Tarefa eel, € pre iso adm Vint Poop, Moros de cone, Ye. Sel 2 Hele Sees gee elena «man sublet cA Near, ive peices ors eal UE) SRA BEA P it, am HE Per, La Quen du sae, Gabor, 10 Nie Svan, Gide de itintee pow ta saree, Pannatcn a No entanto, devernos reconhecer_que a rocio de “maravi | those’, a0 lenge de-tempo, se dexeneron, lortouse-fracay vazia talver de seu conzeado mais real, mais denso. O que 0 “naravi Thoso” nos lembra, nos dias do hoje, seado. persia eaclerorada de fadas, de principes, de_varinhss’ magicas e de deseos. 1080 Sitisfeitas” Ao dizer isso nda quetemos, co medo alg, rest lum tipo de narragaio que, em sun épvcd, teve sua fancdo prep fe que dela guarde, como vimos, postividade certa. Mais: nao se trata’ do doclarar nao wtilizaves, noe dias do hajo ce estorcSipos to conto fallérics: hi exemplos abundanies, ceniemporancos 08 lum’pouco menos préximes de nés, que iusiram a possiblidade de rotomar mesmo ceria psndpha sada para. dinamiila por Inermédio do humer, para tornéla corrosiva e nova, para fazer dizer “utes eaisa" ‘voviravalta operaday por exerloy cm. Sept Contes pas comme ley autres, de Karel Capek’, en Le spectre ‘ies Canterete, de Oscar Wilde, ou em Lalo, Prine ee fee, de Magda Stabot®, seo probleme meroce que vellemos a el Dara tratdlo com mais vasa. Hoouvo ontom, hi hoje, tode um coateido ténice, explosivo, revolianie e “desurganizad" do conto. Simplesmente, parece nos, tle fugiu do “maravifisso” tal coma e entendemes correnterente, 8 tal ponto que a etiqueta “fontéatico” nos parece bein melhor pera Salvaguardar a esséncia. reqtentementn empregada pars Aesigmar rogistro puramonte infant, cavociado aos conten de ninar das babis, o termo “maraviloso” dfielimente escapst, no esol Tito de muitos, & assicrilaeao de “mise”, “adecionde": univer 40 passeisia do conto evasdo'em que 0 brie, sevilavelmente, fasase com a pasioce, em que 9 cacula de punerorn familia onseque, por seu proprio esforge, atingir oe doatinea nals bri Ihantes, entim onde tuo sempre acaba dem ne melhor des mun ls, segundo. exquema conformisia © eafadonho de gua cote Digamos, desde jé, ¢ claramente: 0 imagininie de que nos scuparemas nao € esse pseado-imaginario com funeao de esave imento, do exoreismo ¢ de diversdo, que desvia s erlanga doe vetdadeiros probieras, co munde de hoje e de amanta. is porquo entre a ambigtidade do “maravithooo" © a ambi hidade do “Tantasico” escolhemos, reselutamence, a segunda, Fepaetindo que, para née, faatistien nso 6, de modo algum, sind imo de angustinte e que pode exist um fantastico proprio pare {1 infincia, entendends por ES Tao te Tantéetica aelificialmente @) Kel Cape Sep contr po comme es eure, La Farndle. se prion Wk EE ete Cet Ces Rewales,Lie as Sok, Lal, Privr der fe, laren. Seats Sn gti tah or Reo eae se a eo a ea Se ase Gy aaa tansen? Quctio dra, reldede lt pore tare! Sancuear eee as tp mga and Ss eae ie pe | ea coum ee sees Sees ae reece en a Me ee See ears Sees orton sy a age he ee arias ee ge eee ce ar ee ee Aa Se gece oe resect tm Dae es 2 cr Seton wo eee cesarean eee A DIALSTICA DO REAL # DO IMAGINARIO ‘Se 0 fantastico se ope av real, sera fantistico 0 que for erin’ pele espirito, pela fantasia", definicao que quer, antes de mals nada, acenitar a parts de escolha, de arbirario, do um ‘Sointo que "faz exit” o que coloca. Dunde este presiséo dada pr alguns teataden: "contoe fantastins: contos em he S80 InttO- (iidos seres treats 0 que é oirreal? eee Det ea aes aime wf eo ae cn om en one give oo See eee eas Ste 1c ae ei et igs, Pi in Camco” eran cot, MS 2 a vig i ee ee Fy Me ene, “Dinu d atanique, cm DA le aie, Genet 2 Fantistico, ainda, o conto da Merveileus negage de Nis Holgers on. Benstic, 9 peaucio mindo de Mowntne Te trl com 4 estraoha familia Moumine, © Renacterioan, a Courabeu, Ze a clerican, a Courabou, Zétte € ‘Uma presenea de seresirreis... Definigde fri, no entanto Paate & “irreal'na narragao fantistica: os préprios seres cu tam: m, multas vores, suas manciras de se commportar? Animals que oclcinam. ¢ qu fam, tanto p conto fcllirieytracieinal quan fem Les opntes du chat perehé"™. de Marcel Asin, nas Histoire gomme ca, de Kipling, em O Pequeno Principe”, om Blew He eu em Trés gerots na Amazonia”)... 0 que & “irreal"? Qs seres, ou a leis particulares. que regen um nove universa? Rode de Yat” Peter Bax, tesibdade do var on fom ete jardin de minuit\,'do modificar suas dimensdes, Alice no pais das maravitias”.,. Poderiames, sem extorco mira das Poderiames, sem estorco, mltipicar Delingso, pois, ave nos parece mals obscurecer 6 problem: (que respivél, tendo em vista a quantidede de questOea que eur, fem: levondo-se em conta essa presenga de acres “irreais", exe: liriam contos ndo fantastic? Em que sentido gualgucr persons gem de umna obra llerdria, tantistica ou mio, ceria’ ae mice” See aie nfo fe situa apenas go nivel dos “seres” elencados, tal dof Site aero ‘mente accitével? Wane er ep cee oy ee ee a ame eres Son peapree Logica? Irroais para determiaado mo imiteme-nes, no momento, & sexuinte ida: 0 fantastico seria se pt) Seis Lawl, Le mervevers sone de Ndi Holgten, Le Live TH)Tove Jasna, Moomine le tel, Nuun, Eid 12 Nad Sr cre it pontine mtn 13) ig ster comme ca Der 1a) Aewotne de Sain Ey mcr Prlacip, Calta. 15) Mie Seh Baily, Plaencag” "sc. Calin gee ony, a a rea nts Ne AD IM Date, Pei ton Es pe ye mela Py eC, Air an oy des mere Ae bs as mara greal po sentido estétiea daquilo que-& apenas imasinivel: 0 Sue vet lot de fof, ae ao exe pate xk sits eue € grado pola maginagde, pela fantasia de um esc. ‘eo fantastico, € fantasia Ro sonide mais ctimologee do \crmo, a Mankasie” doo gtegee, a criapio do um espnie fantis. (ida imayo entendige cm sua acepqio mals dnamies, a imagers Colecada, venta per um capil que se éesvia des precesion (emai, da visbo Comm.» elves cua piste ee nes eondzira PSone questi: (0 fantastico nasce da escolna gratuita de algabm — de um ue, tes lar dum Ie Ht, par cacao “sale ive o ane proprio, pacar, tl ser, a tal momento. Multa tein "Cod, entios cle € comunicivel? Como a fantasia de un ‘elte ou pole eunir a fentesia de todos? O homer, a erlanes, {trian necesidade profuida de farttico? Por gu? ‘} veal do fantéatico seria mesmo um irreal” O fantfstice nes ‘tocar ra tanastica encontaria leone, s¢ alo reanisem isagoes, necevskdages, experienclas que (ame trazemes em vie om grouscivaceos, faves cbscuros sem ignorados, Tas, 0 nti, bom reais? Apend® tm exemplo de passage: "Rgarregde “realsta descreve ois que exstem, que cata wm dle rer Na nse dha rata na aps nat rapa guano Guc Un mena € una tenibe. Uae ora nao ctnc ‘itm, nap So misturam intimameate e como que por evolites i Sncives. Na'narragao funastica iso pode ocortes. Inv ocr fre autos, no romance de dacques Sereue, Manel e! Gent 12'S, Pavevalogge nao corresponderia 4 ta realldade exterior thjtiva? Talvers mas retne na homem, & ais ainda 1a. rianca, ted uma vo afetva,arimita do mundo. Como observava Tene (iathoe'"ERanga toroa co mals fecimente amiga de um animal the fala" Assim, @ naxracdeo fantisticn rine, matriliza @ tradue todo| tum mundo de deseo: compartir da vida aaimal, lbertar ae da liravade, tenare invshe, aden seu tamaaho © — resumindo fio tao transforma sua vont p univero: o conte fants: | Usp como reatzngao dor gFatdessonhos hummares, sobs tre | Mlnnlomente recomadee pelt nels O que no delxa de levantar Whos outros problemas! fantastico serfairacionl ou racloal? {jue selagdesectabelocer entre fartstico fegan eentifen? ‘Nalin de um “reel tangivel exterior ao espirio™, 0 antAtico unin umn seal-psgaco. Do ponio de vista do bom senso, eémo Cimon Tantistia Sorexiste em relagSe a ua realidade quo =e Ytweraqoalficar "nia fandstica’ O real seria ent primel 1) Jays Sein, Hane! et Gone, Cali, Bblnkigue Manche BE Rne als, “Bn earn fee Lee a 0) ¢ fantisticy segundo. Mas, de foto, jamois existria um real bruta,cbjetivo, pereebido comp nao, ndo mdifiado © nen ‘mo Alfeavel yor mim? Sem cair numa flosotia tals de tipo ber Keleguna, sabemos que tal realidede nada mas 6 quo um mio, "Ver 0 mundo como eu sou, no como ele €", cisia Eluat. Nao seria Gsea, mais ou mones, etitade inevitavel «primeira? ‘Cade lum de nbs retra do real seu prope uriverso. F Gaston Wenger and fazin pesquisas de caracterislogia, perguntava: sn co Mercianto de ‘madeirs © um plato, ao. contomplar tina floret repisculo, véem a mesina colsa? De cotta manelra, ¢ em Te im, produ mett proprio real Por ise mes, met Teal & fan taste, assim como meu fantastico ¢ real. {QUPLESIDADE Do navetéstico. 4 INTERPENETRACAD Mais do que om certos temas ov em cerlos personagens, a ‘esséncia do fantsiico reside antes em eerto lima’ em que, stil Iente, sonho e realidad se interpeneteam, tal ponto GU dual: 4uer linha de demarcagéo desaparecs. Tomomos im exemplo de iteratura adutac quando André de Hchaue escreveu La Nuit ‘teuplani®, eetamos de mnncira indktsthvel ne fantisGco, por ‘sa personagem de Cyprie, retirads do manda Gesde-on wnto © eis anos com Seu5 sano, sus temares, {aver saan alicinaoes, fessa mascara colaeada ten dia por init, © tomada sia carne, Fantastico de tema, pois. Mas, se Ieo Le Création du monde’, do mesmo auto, respira uma Provence rica cr cor, de aparén fa asradével © bon enfant. Nada, taver, no plano do mater brute, nem talves expliciamente qualfiealo de asormal, de est fo, de trea. No entanta, pels esclha das palnras, por certo tipo de inguager poten, qu trad e que mesmo iemnpo era, fe faz exist uma visdo mivoinada do-mundo, aio estar ox, tanto quanto eno mats que em La Nult aveustan. no proprio Ia teoin do fantisten? Voltomos a literatura infantil: cbea fantéstien como Bilbo le Dusea Tapulosa que nes faz encontrar anes, fad, les « dragies, sem falar do are encantado © de Gandall, © magico Obra fantstica como Sarah chengde om soeis, onde vemos, goa 18 aos Fltras mages, cs fihos de uma amis ingles trans format em animals... Oba fentatica como Tres gartos na Ame 2) Gaon Beyer, Cuactre ot pron, PE. 1) se de cod La ut deat abt Erte 28) Ande de Raheed Ls Cries In nomde, Man Cea, 2) Heke te eft, Fas 46) Hane weman, Seah chneteev cars Cainer, Raho anche cimi'*”, onde Bepo, Nace e ial enconram bruxas ¢ falarn com te mimais No enlante, «fantastico nfo estara af? O romance {e Mania Gripe, Julie ele papa du snr®®, no qual ndo aparece om certeca nesta ser crea, poderia ser qualfcado, pura ¢ Simplesmente, como. “romance resist” Seguramente, Jue et le papa du sir nos cont uma historia verdadeira’, cu que poderin ser. No enlanto, que densidade (tia ‘poli, vrs, dared ala, Por ae) Permuna aiid. Scria pela alirnincia doo ola pontos de i {oncemee acontecimentos sents, visto, pensades e sors de Sianeiraclferente pela menist'e pelo Jovem estudante que velo Ulmer cota elo)? Sim, sem aGvida, Sera pola persenagom da Soraja domesteada, eneoatre do himar, db soato ¢ do mundo da inrancia que fetnem as etecnas Besas humanicadas do cont Aiiverso Gn que os animats falam e pensam? Tambem sim. Mais Drecsamentes seria ela mnistre tnutna ca vida real © defen Uses ce Julie. o tangivsl 0 soahe que se tarmam inoxtricvels Sepenetram? Certamente. Seria pea escolba Ges palayras, qua Tidade muito difcl de covelver da. proprisinguagem? Sages frente sim, Sem nor slongarmns, obeervames. que pederamnos ager as meamas penguntas tence mesmo tipo de analae em (ideas romances coe tambon, sontam uma "histn verdadetra, tas que ~~ parece — nao Sie Sendo parcel e superticialinent? Fomanges realbtas; Nin, Poulng ct le lumiares dant la mon (ine? xa ventable mort sorter Vingenzd°®) ou Tin-sou lersde jeu, por exer ‘have se deve, pelt art de cootae? Nio encontcamas agi uma’ glands rogrs a arte nareava® “contar 0 son come se {inse realidece, © rie camo se fese 9 aonbo! 2 Dende «oxiema cfieldade, mesmo a impesnbiidade. ce Umitar de Soncetuaro fantéstice com urna dfinigao simples — univoca — Crupobrecedors ‘De foto, a narragio “realists”, no sonido de ser um conto tornni totimente objetivo de alga fotos, um intartanco fle. fifce dreporado de qualquer sfevidade, de nacsos deseles, de oncas emocdes ede nestestemores, nis atinginig? Nao, sem ‘livia, Num grav ou outro, a nareagio realista noe intoressa @ wea porque apresenta tale a fealldade, mas também porque By i Mares To gga Ament res ot ne Ame Mar Grip, ale te ape de sol, Hater, Biblio te Pi. 28) en Mart Mees Nit Bante le ies do fo tase, Ne Disketqos iterate ‘Sy H Reba Le pale wort de reer Virco, Ducks Trl. 31) Ui Wik Ferre defo, Hate, blbeaue de Pein 32) Menge Lanne a wlngie oce, Absin Dh ” i} lod sealkade ¢ moichs pelo snte o recriad plo autor, # Aste acl ane Bermars pin, a so: increas lec Hh da nesta me erenean ple eaters orn ce a stern so poriadores de Bhagat bare Gea aor naan saflorar. 09% : 4 ser Bnraizamento necessério do fantéstico no quotidiano roruntamene de guiguer ora dea, lar de encay ode cide e de desconhecido. : ee fSecth estegee nie, Sn Sa ae de nds pode encontrar todos 06 cias na Tua, ¢ ae eau wm tia, de pitoresco, de ‘ternura? ae ae toe UMA RELATIVIDADE ESPACIOTEMFORAL DO FANTASTICO Por outro lado, € interessante netar que a apreci 7 far que a apreciaeo do tan \otico varia conforme as épacas eos paises, embura, pus éxembln, GrBy Bee i, Clr das ttt ere me panei de Sr j).A, Bi de Movs, Trt tacons ee Amaconie (Ts pris ne Ame stn) Ni ig: 2d 33) doe pcan Sina chant wri, Caliac, BBtv tee itn, Stove icant 36) A Rlaide Monscer Gage a 6 lelto framees — crianca ou adulto — poder ser subjetivamente levado a sentir como, “tantastion puro” © que, de fato, surgira de ‘cestimes, de todos de vide, de estruturns coetivas ds pensamen to quo sinplosmente go soto 02 sous... Alguns exemplon: '8 comum notar que es deliciosas cangBes sem pé nem cabeca que marcam ¢ dio Timo ¢ Alice no pals das maraoiPias®” nile So pura inveacdo de Lewis Carrell, mesmo que uma crlanca NB ingesa as receba como tas, mas tomam ralz no Tellore infath es mursery symes edo nonsense anglosaxdo. O mesmo podemes Sizer do algnas textos de Hdward Lear ou dos herois do encan, (aoe bam Flour a lupia™, especialmente. Monsiour Boito-& Malices. Be quo também ocorne com algumas personagens de Tove Jonsson, gue @ lellor esirangeiro sentiza cme criacge Dura Oe luna Tantasia individual, quando ne verdade se enraizam em todo tin flelore tradielonal awsante eonhecdo das nlandeses Outro episédio de Mounine le trl”: a agde misterioon do ‘chapéu migico faz germinar ¢ surgir na gentl casinha pacific da famiia “Moumine. uma exuberdnele de plantas trepadiras due transforma’ casinha numa estranhe easafloresta virgen..." A ‘rianca francesa. com certeza, recebe essa passayem com) extra oxénela total, fantastico no estado puro. No entanto, 20s oll ‘aquele que, 20 viajar pelos paises nde, fol surpreendico par sigumas pecquonas cidedes «suns “easasvitrings", com jeneles ‘esprovidas lo ‘que oferecem aes trantountos uma vido lie minisoulas sales sobrecarregadas com ornamentca de cabre, bibels diversos, mas sebretado com abundancia de plantas verdes, principalmente trepadeiras, nio teria ai ume dece sétira de certo Indo ‘de vida acolchoado, eafelirado, confortével e prescupado orn o que-serléso-aut? (O Tantastic, assim, 6 feito do nso, 0 inet “para nie” oderd muito bem sor a realicade comum dos outros. Sem ir tho Tonge como ao exemplo precedente: pis ter voudo se longo dee lages ¢. dos. portes succos, noruegusses, olandescs, apis ter observade bem de perto a tultidao de pissaros selvagens, cand Flos, gansos, mouettes, ec, relerlanos exalamente com cs mesos ‘lids Le merveileus” voyage de Mis Hoigersson, ou sera que ns aspectos do Tantasticg que dal se desprendem nao. mud iam de gray e de natumora? "Também o fantastico “pure”, isto 6, ca do nada, nfo oneal 37) ewig Cavell, Alice aw pays des merveles (Alice no pats das eran in Bere Shed, Pwr tap, Pee des es 1G Sila Eagle Ee" nivcent nopge de Nar Hesse, Lime te phe zado na retina dos dias, nos castumes, nas trates de um pove, Ale uma regi, de uma classe social ou de uma Tamia, be Feve lia talvex como puramonto mito © pulverizedo por une. and lise miste informata, ‘Uma Wistria fantdstica do mancira alguma nes interessaria fe no nos ensinasse alo sobre a vida dks paves © dos seres, Frunind, assim, nossas preoeupagies'¢ noosoe problemas. Nesse ‘sentido, Raoul Dubols pede dizer que “todo livro & documentary ‘no sealido bastante amplo em que nos Informa sobre 0 coragio Inumano”. fies pode sor plonamente verdadeiro para a nertaean fantéstica por mais desordenada e bizarra que sejs ‘Assim, desde que consideremos aproximadamente (*) as rele pes realimagindrio, temes no méxima a impresso. de eects Derpeluamente entre’ dais poles, talver ndo tao distantes tm do Duke, J que Ou “toda Ieratura 6 fantéstica”, pois @ real nos atinge ia penctrado de sone; Ou “ndo existe Literatura fantéstica”, pols o fantésticn se ‘enraiza na vivéncia imediata, prossies, € €, em suma, apenas Aparénela strana, indetinivel, do real Som accitar conduzi ¢ paradexo ap oxtrem, retenhames o ea ‘aier vago, cootestavel, de todce os limite que preteniem, de une ver por todas, envolver o fantastico, crcunsereve ly de ‘mancita fixe e rigila. Digamos aponas, em primeira abordagem que pe tencora a terktara-tanasties"foda obra ta qual temiticn, situa ‘cio, almosfera, mesimo Tngusgem, oa tude isso junto, nos intro usr tum otéro mundo que no o da pereepeke comimn, dite renle,estrangcio, estranho, que nos permite voltar,pouco a poueo, 0 lungo da refexto, estes diferentes eochponentcs Digamos, ainda, que o fantistien telver traga, simpleamente fexacerbada & poténcia extrema, a contradicdo de gualguct rls. (ho enti’ Se faco existir, tal qual ¢ sem mais nada, o que trios podein ver, qual seria o intevesse? Tnversamente, $0 Gol enistineia aa ‘We’ $9 existe em meu espirito, © que para os otkros ¢ “absurd puro”, fale no deserto e Tico sorinho. A comunieasao, © dalogo ‘no poder) st estabelecer. Assim, o paradoxo entre a eriaeo em geral ¢ 0 fantistico em barticular @ originar o que ndio era visivel e nem exisente: nas fen quo todos reconkecem. em_malor ou menor pra © uo ddeveria set revelado. Contradieao do fantastico que nos faz vollar Incessante © sutimente, € com aeuidade, dp subjetivo ao universe ‘Tal contradiclo,levada ao seu maximo, expiew-0 que chsmariamos ‘le polssemia do fantastico: a verdadeira narrecio fantasia & dle imodiato, © por exséncia, suscetivel de vérias leturas, pode Ser compreendida, senia, vivida em varios plance, revel se mel ” ioe. A marae, fantitin copvida, om sum, ma que gal ‘rida, a una “elra abt” eam eras sess va para delimiter, se nfo para define, am compo ao fats eranace neste aetna Sim toda honotdade, io poten ser dc otra manets. Hy et ‘emementes toda uma prolemitics to faraticn By essen to surin nla, como en qkuer problematic, tenarcelocat ‘nia exatamente poole! cuenea? (© PANTASTIOO RECEBIDO, APRECIADO, DESCRITO PELA CRIANGA ‘Complomentando esses. primotras reflexdes co earéter goral, pareceumnos interessante ver come as prépeias erioneas definem fe seniom 0 fantastico, Donde 9 questionaro seyulnts, cuja ila © ‘laboracée sie devides a0 Sr. Bannan, professor primério subs tituta em formacio ni escola normal’ de profestares,prinsrics ‘em 1974199. Precisemos também, para esclarecor 0 quostonario, ‘que essa sondagem fo! feita primeiramente numa classe de curso tnéeio, apoeletura dv dots romances, Le 33 mai, de Ere Kastner ‘© Monsieur Ouiplala, de A. Schmid, ¢ apis discussdo desses 0 que é uma historia fantdstica? tea 20 sot. Pan on *# y sono" Par tues Canaan“ aur itl el Compe Digs bis Corp on re er es Se, Ean ape o eo. une 15 Byal™ eter ae. sop rus rset ss reo fe eso oi,‘ dino me vee pe fan? Go Se ee ee od a st pore") "Tansee catenins reeset to 9 0 pa ain on ska, tn wr Fc oe ee Sore os'pat ssh ne eivvas icine ati a coe a Keceeiah‘e gains goo ev moor inm¢ ain eastioem "able {o mostee feces snes te Seeas ave bs este ere SPSS ce sderincy Fanci y's ene Secs Ua ate dae econ meio 2 ap «Torn bef fart me Ama Be Kose, Le 3 a, Hache 12) Romi’ enneorupaa Nuhun, Bitbtneque internne 1) Bi Law einen Sate 9D. a b> fantéstico, também presente em Lewis Carroll, em alguns oo de Dickens” od no romance de Magda Szabo, Blet-e® “as criangas dio a aula e astriouom as pinigtes. enquanta que oe pais vio 4 escola, 240 mandacas para a cama... Talvez tan ‘im, de maneira mats goral, experimentasse confusamente a inver Sho as lois naturats e da iogien normal quo implica sempre, corte gra, 0 antasticn manda, adn plc uc on aan» owns oe nunfenaerte nce cong pucdads race "hes™>O Pedi ‘Vole rat treatin implica de cnt fre der ds ‘Hoxcio do inant que beatae seat situs renege, i Cixemes amosiras de definctes convergentes = que 640. cconrentes: i “Uma histéria imaginar ‘Una histdria sonhada Quais so suas passagens preferidas? Em Monsieur Ouiptata ne Gul fin ee earn ee ‘Sits gered Oupaia vals dp door Sern se a Se eran ee eden are ffs ee cet tos eee or acoees Sa boars Raramente, algumas eriancas (manifestamente influencia } dans pela televisao e.que yéem com seus pais os filmes. fentés. tiene do clneclube ow es arsigos americsnos de tiogao certifi) responder i "0 horror”, "a fepo cientifica” Para terminar, ctemes uma resposta que nos parece part ceularmente interessante quanto & nflabnesa ‘autonicamente peda ihglea © & dindinica pessvel de um tantAsticn de qualidade bom Sdaptida 8s necessidades profundas ci erlanga. Um coe alunos nas cise i “tma hist6ria que far tonhor.” Em Le 35 mai ‘A peseagem em que ot dois penereis lutam com seus exér tos de seldacos de chumbo (passagom escohida por grande daa criangas ‘da classe.” De eeinert erenare tar eee ‘Quando esto no pais de Cacao.” “Quando os dois esto em aid.” ‘O pais iertido” também saul, resposta, majeriéri). (0 pais dow inquecs.” ‘le méguines de fruas Nao pocemos entrar, agora, oo Iongos comentarios 2 respeito Jonas repent, Gua, no ear, ruko msrutas @ aS de initicngdes pollo milipias Retoraremos, pelo mens Uigun delat quando sbordanmos.alversos proplemas capitals, (uisNComor pat exemplo, 0 do fantastico © dos desebas HUMANCS, Aguns respondem: “doe personagens imapindriog” Ouro vao mals longe, sem aiviéa peresbendo, som chegar 2 rormulr, ae falitico @ ambem de aust w'e atnesr, f responniem: “das passagensimagindres" "Da imaginario”, fog nem 45 veues, “Do trreat" awvese tambim. ‘Uma crianea, expriminds 2 necessidade ce cao de aventura ‘© de mslerio dessa dade, respondeu: "do sespense” Finalmente, reagdo nica mas particlarmente interessante, um alu nes respondeu: “da inversdo das cosses". Talver pen: Sasse apenas no mundo Invertide do 35 mal onde — etna classico 4) Dillow, Cony dle rome de Madenose Nevie Ahond of Cove uo a't pe te lated le Rabid, cm Les Chefod'ocuare de nate ce, Antbbyie Plede iii Mig a, Be Taf Bis de Morne, Tah gues en Amemnic (Tht estes sina)" Naina, Bibkethegue internat : “— es Que espécics de historias fantasticas voce gustaria de encontrar? ‘A fleedo cientifica.” istérias mum pais onde tudo 6 axtomatico e onde nada “tistrias com animals pré-mistirios “Histérias ae norror. Historias de insasores: “Histirias com’ Lucky Lake ‘Ua histéria onde todas 2s cater edo de belo ¢ tudo 0 resto © do bombons.” Ainda aqui, o condicionamento da crianga por curto tipo de sociedad © pelos produtos de grande consumo, Sendo que a pro. agenda feta por eertas emissores mereceria, por sis todo Um ‘studo: 9 que € a “livre eacolha”™ da crlanca Nos dois livros apresentados, Monsieur Ouiplala e Le 35 mai. as personagens-eriances néo vivem a aventura fan téstiea em companhia de seus pais. O que voee pre jeriria? ‘Com os pais, pois ficaria ere fare “Sim, pois seria mais seguro.” “Sem os pals, porque com tes nao haverie aventura “Com os pais, porque é male ‘aventurovo quando somos on e018 Quod © pai no ete por pero 2 gente faa o que quer: ‘Nas Uoras, antes com os pais, porque conheceriarios meltor 2 yom” “Com os pois. poraue de outra Jorme a erianca Jaria cosa: erradas, e & melhor quo os pais a proibom. “Sem os pais, porgue sendo ndo paleria sai ‘Sem os pais, porque sao mans” Essa variedade de resportas nos porcee muito interessante: as eriangas, muito & ventade com Sr. Bennan, sao manitestameate Sinceras. Se obtivemns reagées ike opostas & porque vivem sitta es familiais muito diversas e respiram de mancira diferente o ar. Isso parece responder & critica que algins adulos, 48. Yer, formulam a respelto des Contes du ‘Chat perche, sepscialmente alguns autores, em liver destiaades as erianges, dariam da tami Tia una imagem muito “dura”. Pessoalmente, quando considera 4 pe eines tit errs meses ote ae Pea wie oe ae eee cnc Lindo isso em dosagens muito diversas. E por que a crianca nao Se voce tivesse a oportunidade de viver uma aventura Jantdstica, com quem gostaria de vivé-la? eS Se ce ee ato ae Se ree TS we wean” _, se ae ae ees ; ee Tae Ot oae ae eae Lee ant ees a teats Que pais vocé gostaria de encontrar? (0 paisa fecdad ‘Um pele no.ar” (Opt toe bois.” 1 pis as oigantes, Une pais em que ts animais falastem ¢ todos os homens fovsen Jc. pals dor ohaptus (ar pai onde odes otsem amigos e onde do exstssem om prises, sem poliicis, nem guerras.” Mh sow "0 pois das bicieietas "0 pois des tiipatianoe © dos aigantes.” © didlogo com as exlancas detea transparccse também sua ‘scl por um “pals preferido”, soja om Le 36 mi, se}a de may hoira mais eral 0 pais dos briaguedos manga Mere porque av criancas Wie ila” (cease da “0 pais las bringuodes, com bombons ¢ piruites que nascem os compos. "0 pais de Cocagne, porque a gente invonta o que uiser “8 pais das brinquedos, porque as eanicos san pirulte ‘0 pais invertido, pois ole 6.0 corte." (A resposta & major tarla ¢ encontramos, aqui, também, reasto, muito signifeativa que a crianga experimenta de “tor gua, ver", de compensen ave fraqueza e sua dependéncia presentes.) 0 pais dos bringuedos, pmque cle & bonite: 10 pais do Cocagne, porque tem Jardins tndimticos.* £0 pois dos herdis, pongur eles me eontarsor. sua. histéria,” 1 pais invertido, porque eu castiaria as pessoas gremes” (roagio majorite, iambem dests vez) eran tn ten gt Sma oom ieee nSerregareere rans nen See eae can eaten aa Shoe cece cer, oe eee ee Fantastico: com efeto, apis répida aprosentagdo pelas Seances a una hatin fanaa. Cooma ne ft pedido para enplces oe m ido, Alem disso, & um long cheto de esperanca, pois eles pensam tue serdo salvos a tempo.” Outra eriangaacha “triste que, up fim, Monsicer Ouipiala lowhe ido embora”, ¢ Paulette Delfaud ihe’ sugere, entzo, para Sontinua a hist | Monsieur Ouplale' posse wdlae Algumas reaches das eriancas nos impressionaram mais par Llcuiarmente, porque toearam em sole problemas que serao atall- fos mais de perte e que nos parecem capita De im lado, a existénela ea erlagao do uma forma de f istico aue mio seja para e crlanga, de mancira algume, ce (je eerste. desmabiizante, mss que, 80 contritio, desenvolve seu teria entico © a faz roflese cabse os problemas de seu tema. ‘Aust por exermp, varias ceiancas — ean geral de familias modes thn "eran cease com a cna n0 ra “em aie set no Hfonrante ¢ a8 pessoas nda podem pagar porque @ muito caro) Assinalemos, de passagee, que tivemos, em outra classe, exata- Ihente esta mesma Teagee sobro a cena do restaurante, com ali tna reaches mukD saboresas sobre a condicdo do poeta tal como Spece tm Monsieur Ottplala — ecam eriangas um pouco mak feu. Por exemple: “Um pata ume pene cj cma i i ed, € seus ores naa the permitem cemer.” (Léonard, onze 210s "0 povta exid hem descrito. Ble se parece com todos 0s poe- us” (Véronique, onze anos © meio.) “0 poeta ¢ tal como se imogina: nfo come muito. Nao tem Winvird # friste e esta cansado.” (Sylvie, dex anos ¢ mele.) FE sinda estas duas observagies, particularmente significa. vas “Ae pessoas 48» bobas quando compram tires de poemas 34 Jongue o prefeit imangurn e estua do poeta na praca,” (Agnes, Mone anos.) “As pessons 2 bobas, porque ninguém 1é os poemas de um wwta poweo connoordo, De repente, Avinar Holla fem uma est: Hea Gs pessoas vo comprar seus poomas. Mas nig oe leer. Hiursom nos nama estante # bem assim que acontece.” (Linde, Inne anos.) Por outro lado, durante ease clubeleitura em Saint-Jean Tuello, sparceeram também reagees muito inveresantes Ii relacko manda, pelo fantastico com a linguagem, © 0 ifoite poi qual ae ertingas sto sensivas a so com eteio, Mada por ue esse loro tho agradou?”, tivemos varias ree fein come Ea Por causa das pataoras Porque tinh polaoranoxqusts. Na Praga do 160 eveias aie palavret. E depos, 26o atapras insertion, = me INFANCIA E FANTASTICO me biti tom cpa de rs esr, mat dete eee 6 atte ie sent uncs Kis, (ce citer itso Se o fantastico, a meia ciminto do real € do irteal. & esse fon tronterign inatingwel, ereposculo, eo © lobo ea que «s Einngnos se mistoram, esse “outro Jado do sonho” de que mcs fil Hugo, esse "reverso ao espelto”” de Lewis Carrell, perspec: {iva em que o eotidiane toma outra sparenela, em que veins tas ty ccisar de maneiea.éiferente, na mantém, por 1380 mesmo, ita relagao com a snfancia? Pra um acute, uma mesa é uma mess, sélida, inerte @ resis Joe, Uina mesa e nada mais: Para uma ePianga — 2 psicologa, J teevacao do simples bom senso, nossas proprias lembrancas, ermanecem bem vives, nos ensinaram, — ocorre ee maneirs Fenle: Onde camopa o real? Onde termina? 1 muito elssion lembrar, por causa des grandes psicélages, ye 4 erlanga a6 certa idade, ciel de determinar, dé vida a0 fhe loon! animals, plantas, paras, objetos téonices: do. mundo NWuubeno Agora passagont s40 bem conhecldas” a da’ meni Hh, pur exemaplo, que, ao se mzchuear, bate na mesa dlzendo Mue'eln «inh Egocentisme primeico, prosegdo de nostas inten Posses ates que conduzem a crianga a retomar, para rojuvenescl los, clichés lente, censura, attude de fe zombaria que terminam ruin bloguelo. essa per cacan Drojegio vai persistir além dos seis anus ¢ allmenar aces da crianca, como provam eates dois textos, exertes sm dia por Pascale, ito not’ « moi! ss Deuces das wth Lage dn nhl seat ie A ral 2 fol fuilPa tf wit E do manha. “Como estd fresquinto!” diz 0 sol. O soi se. slabs dL trace. Coloca seu short de reios, seb maid de ealor © sua poruce fe cachos. “Mas onde eaté meu net — iz 9 sot —- eu ports E 0 sol tem uma terrivel erie de nerees, Mas como 100 ha ain ‘quem para tater ti em cima, ele se bate, evidentemumte, vect © U6? Ele hate sous reise une contra os cultos, No fine ale coe ‘cansado, Vat para a’ cana 4 de febror Bald Wule decnie a seus cabelos caem sobre sua cabega, Pobre sol! Procua, on wile Lugar, wm berbeito. Um dia, encoaira zen ancl. E fice td Contents que 0 engole ¢ seus cabetes ficam nowamente eacheade OS CACHOS DO SOL, O ANEL DO SoL 0S CABELOS DO sol. 0 sol exté cansado de ter cabelos eacheades. Ele gottarie de ter eabelos tongos e sedesos. Mas a terra € 0 14a. so 10 da 8 lua esticavam seus cabeics. Ertan, decid fiser 0 tempo to » Frente a otses tents, sentimos jA que <0 colocam dois pro Dlemat, extremamente ligados complexes, que’ eneonarenoe arias ores, 206 formas diversas, a0 longo deste Livre Quando a crienca conta ov excrove cece género de fébula, rapo Inirreisantes. Comprow cam eu grdprie dcr. Ele linha wma ‘men gatinno” frm que se charava Mario, Nessa noite, esovam oo doit 40 Por milagre, Ultimatum mexeu 0 rabo, ¢ fada ficou na cece. pordo para preparar uma experiéncia. Feltava Ties ainda: = Qh! & inerivel! Gragas a Belos Cabsies Dourades, Uline: lum pacote de farina tem valiou 6 ser magico tum. tamo de trigo tres peloe de lobo Bncontrames aqui, tipicamente, trés materials dlstintos: lum pilo de barbieha de cabra ral acordada = De 1m ledo, os clemenios da hisideia paricular temadas tim podago de ferro toreido como ponto de partida e esquema detor: 0 xarepe ée flores,» tim vido de terra {ic Ultimatum, Coshinette, Pamela, Croquesel. pais Casioe tito ploe de woce brave 3 formula mégion "Malin, oe ee — De outro lad, os esterdtipoe do conto tradicional: « var ‘Um dia, Moria diz @ Charlot: ; ha magica a inervercio ata, Vord me disse ave cman teverae convidadoe 6s do horas > Pinelmente, as invencocs petsoais da erianga ¢ 94a verian da monk : {eo a pair do esiuens nila aparooom caramels’ ne ntee ta Ware nd queria staré ond ces chgassen. Edn cla fade "Beles Cabelas Dourades", na formula "Tatale ie’ noe {oi enconirarse com Charlot. Dee mineos depots, Charlot era vm "doengosestranhas” provocadas palo xarope, Impaiaio tagarele gee centava ‘Outro exempio de retizacdo de um modlo particular: Serch calegorias fas nuances se Fevelar@9 ndo menos mutives: se eonsiderarmos ‘The Pilgrim's Progress, de Joka Buryen, livro esrito na passagem Ga historia funtdatice © da. obra alegStica edificante, certamente foi reeebide. pelos coniempordncos do autor como engendrando ‘Soudstie, até mesmo terror. Corlanente, a descricao das tenta- cre cdes do peregrine, ebservado por monstres que procuram SGrubar eu alma, nao pode ter, para nis, 0 mesma tipo de impacto que para os hamens do século XVI... ‘0 fantésticn, pals, € funcko, ao mesmo temp, des conbeet rmontos # da solide de certo Lipo de sockedade ‘CONSEQDENCIAS SOBRE A LITERATURA INPANTIL Insist tanto na eelatvidade, expocialmente aa reat temporal do fantastico, ndo seria brineadetra intelectual um pour TF Rate, Cet. Lar de poche, 3} Sion Balclad: 6 Aychaajie de ow, Calla, Calton Ide 2} Fitter Rin, fe so itm Gace ne nina? Pensamos, pelo contrat, que tal andlise € de impor {incia extrema para ‘melhor compreender e situat © fantistco fn Ikeratura infantil. De um lado, lar conscigncia das moditicagios e, de nyo, Ga “sure possvel do fantastico, ao menos om sliins ties, Gescobri que e fankistice, tal como a linguagem — com tmantém rolagbes complexae « fundamentais —, nao @ fxad ficluma vor por todas, esclerosalo, inatingivel, mas, pelo can Iie vive e'se transforma a0 ritmo des homens, de suas desco- way e de suas preoedpacbes que tradur e reflete, tudo isso fen © jegltna nos autores eontemporaneds de divers0s palses fentativas e itabalios convergentes para elaberar, powco Pouca, po de "maravilhoso”, no se aueira, “Problema freqUentemente debstide, escreve Mare Soriano, o de um novo tipo de ferico que conciliaria as Tuldees de rosea épeca C--) oe gosto que as eviancas sentem filo marevilheco, Saint Exipéry, "em O Pequeno Principe, Misieices Lev. Cassi, em Choambrande, ¢ Vassilienko, em’ sta Iitetore ie ta malette verte, eolocaram esse problema." (Parvcenos aie sabressvem Upleamente dessa aboracdo de sum nave fantastien romances como Monsiewr Ouiplala ¢ Mounine row se peasarmos nes palses nerdices; Blewlle® para a Hhunria: ‘oy. Contes modernes tcheques®\, Le 25 mai ou Le Chuaseur @étoes "na Meratura infantil alomd Le Secret dh harre biew'® para 0 Japio: Trée garetor ae Amozbma\! pars 0 [has mites cbs angle saxdoiess: Sarah changée en sours es ot la rosee péche’>, Charlie et la chocolaterie®, Les lingee enchontdex"); tal enumeracao, evidentemente, & véo fwurticuarmerte rapido © incemplotn, tas suficiente, a9 entento, Pitra js indicar ama procura commun, uma correate muito nitido fhe nossa enaca, De outta lado, essa relatividade temporal do fontistioe pie fon quesao, tanto na Mleratura infantil como na adults, algumas (Mlegorias as rocebidas, Um exomplo: 2) A"Schmti Morar Oni Mains, Biberhtgie.Iseranteo $e ite leone Hind Nathan, eee inertial 5) Mat Si, ea, nmin 10) Pri Rage, Le’ 3), bet, 1 Jer iy eC i, Nah, he irre 1a) Konto tpl, Ce Seat fe sre en 13) A"Bla lian, Trou gow en Anwmeme [re gumtce na Ae “iE Mana, Schule core Cali, enn Hae Woy BBall Chere reclaete h 15) 1 Rano, tat Choma ech Tom et le jardin de miuuit, de Philipps Pearce", romance ‘ominado pelo fem central di javem herd ave, ao descer yanks ‘0 Jardim, atravessa misteriezamente 0 tempo e caconiig nate noite opds noite, eriances de outra épeca, desaparecidas hk matte fompo, era clssiticnco, sem recio, na’ iteratara fandsten ne Nautrage dans ie temps'®, do J.C. Frocich, Le Mockine ggplerer le temps, do Wells, La Patrouile Gu tempat de bona n, pertoncerao, claramente, & fiecto cienifca stamos, tanto num como nouiro caso, temporal. Tom et lo jardin de minut estartn Doétiea? ‘as um romance de fieeia elentifien tambear pecker ute bem, ter atmosfera publica... Na taveira de ateecoat © tempo? So, num caso, € misieiosa 6 flada, em oaire hence lms preudo descoberta cientifiea (de qualquer manciva iitice nae initia), a difecenca seria ito grande? Haver realmente ifenen 4627 E ainda: os insetos gigantes de Jomes ot la grosse pechec> ‘lo poderiam ser introdtzidos num romance de fens cevtiten f siluades ‘em outro planeta” por um autor que tases corctan arian ito “série © quo nio se enveredaria pelo eampe non {il do conto? A cbc “tormiga de demito metras"'2" tio sath ‘mada por Robert Desnos © por lacs seus lellores, jovens sa ot faneas, existe talves ‘em Aldcbaran, em Ganymede, em Juphen, i em outro tempo: “E por que nda?" Quem impede um citer fe ‘Hocto cientitiea de suptle? nao terin alls, urn poses ange fea Wolls com os inselos ulgantes de La Machine 6 esplotor ic tempe? Onde o limite € ultapasssdo? Tentemos ir mais Ione: {Quando consideramos 1 fantastico nio em sua evelucto ists. rica, mas em dado momente de Uma civilzacée parlcun, any gente que a dasagem insoitocatidiano vai tom diversas fore, arecenos muito eselarecedor retomar, pari apliéia a. iteee {ura a andlise que Reno Prédal” desenvolve a tespeo do cheer Tantéstico, Distingue, com efeito, tits. processor ‘tundeme tar Intrusto de um elemento extreordinirio. num mundo ordi 18) Pills Ponce, Tw cle lin de mina, Nat sonal 19) EG Fealkh, Neate don le longs, Naga Fann BH 6 Wel, ENeline dap ie age nt ie te, BD Boal Area, ba Dele eas Reet 2B RDM, Jone ls prse cbr Clad Bbtove bake 22K Diss, Sofa Chanter Cin BA Pred Cn fee Clea EE Cas, Shen Bisoshgae ine i a INTRUSAO DE UM ELEMMENTO EXTRAORDINARIO Quer so trate de obras ticamente para dues, quer de hisisins acesiveis &cramen, este primero. process sem divide as dfundie Twn comeca come nima histra “roalita’, Estamos na vida analy colidiana, O desenvolvimento da histria parece metal, linear. eto momento cm gue ela te mania tia pala (ahd dene prsnt de hn i, nour Imprevito da paisagem => se) por paskger ncenavel de atc Pex desesbont « Peruana trnceen, coe cee nace A vovela fantisticn de Hanns Helne Ewers, LiAraignée®, conneya come enigma poeal clsesico: interrogatirio sabre sibs sin inns Il de pun cin tra ‘apenas gradualrente& qe vat se fevean, por peau Les sucess, toda a tnbichdale de een via ae ene Inaer,aaaha, ou a dhs a mes tempo? La Nut aveulante!®, de André de ishoud, aresentase como una istrte com desenvolsinenta “relist” normal ten Jovem de dete anos, us) pas "cabecn dra que gosta Ge nt «i ae et em de Soe cect So an ogi, cooes ums maecorarotesea num i de procs 4 ‘esa que ovurre& possagem a mfocara io € malo na mds: Sara. A mdscora colage bau ble Assim também, quando Jean Ray noe narra Loe Etranges ‘rules du doceur Poukentehioger™, parece noe, primeira via © a0 lngo da primeira paxine, Que estamos iene a uma situagto inato banal un jotta, dando tom sea carro‘no campo, fcxonira' om sitio que parene ter'a cerebro levemeto strapa Inada Spats € que aparecera ‘9 estranho aperclne que permite naira "quarts chmensée ‘0 pobre Persiov, cirvado sobre seu microscpio na tarde de 18 de ell de 104, nto ceseota, sain camo o'iecente etn, si certo rao vermalho, sparentementeinafensiv, val cetuat fa destupaoatvave on ante." © que Les Oevfs faites Soladoe por simples allies, vip werar monsrusts serpentes 2 a i ee 32 ee eee see an aoe le J att tn Oh ali en Uma pecinha que se destegula, Um Jatin gro de areia entre 08 Seres que povoam 0 mundo normal. Um ‘ralsio™ no Impechvel desenvolvimento Iogico das causas e doe efeitos corre de maneira diferente em niimeresos centos ca Tomances destinados as criansas, mesmo que a atmosters, nia ‘ena ai tana inquetite « mesmo que 0 “elemento exlraordlne, Ho", mibterono, tenha mals comumente a feigie. da aventura Seckitora do que ada ongistia: ‘Muito infelizincialmente por ter de ficar em casa por causa da rubecla, o Jovem Tom. quo ¢ eolocade em cena por Philpee Pearce, ache perfeilamente “normal” a casa do ta Gwen ¢ 20) tip Alan. Sim, uma casa realmente muito normal... aio Tasse 9 ‘endulo'da velba Sea. Hartholemét™ Do mesmo modo, 2 hisiéna de. Nile Holgersson!) comega muito normalmente: uma fazerda no earmpo seco, os fetalhes eal lanes da vida de uma familia do campo. Degois, Nis fica sor ‘ho durante 0 sermio... e alg> de setrarho, o tomte sai do cafre Se’ peaueno James Henry Tyotter est afito com suas snalva, das bastante estrenhas tas, sua vida, por autre lado, © uma Vida bem anal, muito Banal, aié'o inicio do tereito. ¢apituD, “Baldo acontecen essa coita muito estranha € que iin ess: har outros coisas mulio mais estrannes ainda, Essa passagem para o faniésien a partir da vide de todos os dias, a partir do um universo simples, comin, normal. &. talves {8 maneira mis delieada de conduzir'e de centrolar se. se uct ‘que se opere sem quebra, sem imprestio ‘de arifisal, ss) se {guor quo o leitor entre nesse univers novo sem preblema, incon Sivelmento, quase sem aperceher-se. Quem Ie pela primeira ver, Sem idtias pré-concebida, algumas historias de Katka”, pense star iniclalmente num mindo pesado, cortamente inguictante, ‘mas que nio ultrapassa os limites de problemas huracraticos © 46 Preocupagdes ‘‘comuns”, e & corn peauencs tones insensivels que Ido ganha prepergées ‘simbicas © angustianses. & com arande talento que Jaeqves Serguine nes faz passar do conento da vid Tipp Peace, Tow ele btn de minut. Nathan, Bbeth&qe er 20) Sine Lilt, Le meileas erate de Nis Hogersn, Le ive de 5) ah, Jams ol pa plbe, Callin Bilingue Mant 3) Katy td res uc Ee = ar bine, Man ef Gevnlt, Calin, Bilactyee Barce Algune dessos exemplos ji pom en evidéncia a dificuldade ‘dae eatogorias seu carater fluido. Se na casas em que o “le. Inento extraordinirio” que é inkrodusido num mundo banal, cot ", € olaramente envelvente, he cases erm qUe los0 no eeorre O Tantdstioe 6 feito de atmnsfera, e 0 memento em que se deiea ‘0 "real", no sentido estrito e usual do teria, nem sempre & facil le ser fixedo com precisGo, Talves, em mules cases, « obra (lerd Lazio waals sues quanis pix (or fade esse raareatn ‘in passage, ‘Gualquer que scja, esse primeiro precesso ditinguide por René Prbdal 8 rapicamente comproendide, acelo, wlzado pel spria erlanca, Processo, por outro lado, muito normal, j8 que tiescobrimos essa abltude da erianca, para quem real e inagind- Ho so tocam muito de porio, 20 interponetram. Nao 6 curpreen. tiene, pois, enconstar, €m nixnerosos texies Infants, essa ntre- fuga de Um elemento exttacrdinario, por sua ralureza ou sua fungde, no intarlor do uma histSria que parccia, de inicio alegre para cortinutr s4bia ¢ “vealista” Ei, como exemplo, uma is. {oria de asparuos: a histrla, esrita por um mening d€ sete anos, ‘cinco, esa inecabada, pols crianga se cansou © desanimos no tnoio de caminbo. No entaato, o inicio cossa espécie de conta iis. {a nocavelmente o processo que aqui aos ineressa, Estamos aum Inunlo "somum” até o momento em que, de repeaic, 05 esparges ‘io 8e comportar de mancira multe esiranha: \vana cate vivia wm homasstano que te chamave Croguechoas. Um da, ele de d sua mulher: you oo mercado, Vou comprar irs megan de asparges. B fm an arsndocom outdo cor, ou rome quand Ccompren tim mago de aspagas. Volion para ease. Peal 6 sta sndher nora preparer os copargos¢ delzGos num praio pare © ia seoutae Durante a noite, 0 axpargos ezescerom no proto! Cresceram rihaa sdpto. Te dia scgvinte, jd tinham subido em tode parede. Chegavam to toto. Quanto Crbghechoes acordoy, person tha ena no meio ie tna plantacdo de aspargos.Haviaaspargos por ta pee, sie cust ogee penderados no tet, Crogeechour refzte, ede accntecor também que 0 “elemento extraordinério" seja herot da propria histéria que — por outro lado e para tudo o fais — evolulré num mundo completamente noemal ¢ comun. Ditto infeto de texto infantil (menine, ete anos), também emu aractersten: Bro una vez um menininho difersate dos outros. Ele nfo sabia (qwondo tiahe que 80 lovantar ¢ quando the que so doit, 0 que Tyemnito chato: ole tha nasetdo durante um celipte o Depois de algmns onc, fot consttarse com am douter ‘morava muitos quilémetros lenge. a PROIECO DE UM ELEMEXTO ORDINARIO NUM. MUNDO EXTKAORDINAKTON Com esie sezundo precesse, entzamoe numa forme de dose- eo diferente: @Inslito vat dominar quanttaivamente, Ho ce Inento normal” que se eicontrarasoanhe 0 que née sign encontro com es. Kubeitie ae universt sight e social muito paris, sua “athe” fren 20 jogo vig calecar asso herot'om psig bem ‘crashes evga... 00 A ilertura Infant nos eferce, ambi, intorecoante leque dessa segunda maneira de introduzit 0 fantasticc a 3 Fla Letter, “a Grande Canaan, cm Les vgs melas rcs de sins lien obit © arsenate: Jon’ Me 33) Hoe arnt, hn ene ie ie, 38 Biio Jind Fue, “Auld em Us ron ilo de le ioe tesion Hit te pasts, bs ne a Pa oo das marasithas”, naturalmeate, © também Melbe bruscamente transpoctada para 0 Pays des 0000 voloniés®, Edmond e Thierry que descobrem sob a floresta de Fontainebleau o mundo insiio los Fliers e dos Patepoufs®”), © pequeno Pierre de Blewte, onduzido por seu amigo coclho 0 pais dos animals, ot Konrad, ‘que desaparece com seu Uo Ringelhut e com o cavalo. Negro Caballo no armicio eseulpide do sécule XV, eujo fundo permite chegar, em duas horas, ao estranho pais das! mares do Sul “Também aqui, hi mutes cocrespondéacios em alguns textos series pslas préprias eriances. Ay mosmo tempo intalivamente © per impregnagio cukural, redesccbrem ¢ uilizam, nermalmente, fsbe sogundo eequems do fantéstico, Assim, no texto que vem & Seguir, soromos transportados para © eopag>.migico ende ot ‘stros falam. Viagem tanto mai fol, natural para a erlang, quanto mais case pals fantistico for 0 do animismo, do cgocen tritmo infantis: se leit natursis normsie estao af modifieadse, frequontemente, na medida exata em que c¢ animals, a6 plantae, fos ebjetos, eg Astros ganham vida @ falams A ESTRELA CADENTE B A PEQUENA PASCALE (Primeiro Conto) A estylinha cadente vivia no obu como todas as outros etre las. Mas ndo era folia, Ble queric ver 0 mar. Quanvio era peque hina, rincana com as peizes veaiores. Hes the contavam como rao mor. Um dia, wis a pequone Pascale que estana ino dormir. 4 esirelinna a desperion. Pascale acordou muito surpresa, pots @ a a tinh levado em seu planeta. A esirela the disse — Queria taato er 0 mar Entio Pascale chamow 0 génio doe ares. O ginio pegou & ‘sirela ¢ a jogou na dgua, E a poquena Pascale disse boancite Ine « veliou para sue coma. TS Co a pap Je peer Ase see me vata) See Sy eke Mure, Le Pop der 00 sl, Hae 3 Ae as, Pape er 49) En ent, 1298 mat Hace PASCALE © 0 URSINHO (Segundo conto) Poseae ota para boiz, Via um usa, Bra penae una estrela, Pascale tie perguetou: - — = 0 ate toe tent, ordue 0 etl clara iste = Aetho do eccber tna na notice, Past = Ove = Un cagedor de exrtas acaba de cheper eo pa = Terma ii, de Pascale = Owe ate = Ves sat ver. Quand o caper de eurolas ches, ise: = sou cosade, Vou deer ae, Celscon sou ina © darmis Pesalecolocou um pocte de Pinenig ‘em sua basa, Quando cotdna ec oe otee Tae t fovea eaten maw aha tide trie Posece conse PASCALE NA LUA (Perceive conto) iA prqua Pascale etova sempre no mundo tas. Brito 6 ginie dos ares, wana tote bem cama, over oan gee GER fo tna. Ne mana ep eee ©, 8 i Fete acho ra el, ae a “= Biot sae for ne aha ot tar, = Homie hy a bo a Bas on 2 ecencager nsf Se ete, cathe oom rum cl Se ehenro de ane orig 8 Ve Pree, se stor ¢ wcio) 0 gue nos imeressiona, no entanto, quan consideramos case Sesunido pracesso — projecie do um elemente ordinies en wane fo extraordinars a ambigtidade do fantastico, a tif (ildade Go estabelecer categorias estaveis © do distinaegy ee rpente, de maneira absclutae defialiva, tal ou tal rosea eee, fsito, muitas questaeesurgeens ” Citamos Jones et la grasse péche\) a respeito do primeire procesoo dstinguido por René Prédal. Um munde “normal James «suns tas, sua casa...) softeria a in Ws8o de. um elomente strgorfinario quando James eneortrasse 0. velhinh com pe Inaxico, Mas essa primeira inlvengéo fantistica. val acarreier ura em cedeia, em cascats...e James, fechaco. no plates fganto com seus ‘amigos inetos que falam, desecbrese ole, "ele, mento, ontinério", jogade em pleao univers extraordinére: segundo. process ¥ Inversamente, nos exerplos aqui propostos, Edmond e Thierry pa floresta de Fontaineblean, 0 garctinho de Blew-tle, Konrad em Lo 3 mai, a prdpria Allee, pattem inicialmente ae um mundo “oedindrio® que, 36 em seguida, rd unirse ao fantstice Haveria “inirusio do extraardinitio no ordinario” quando, crenologicamente, no. desenvolviments “da historia, o. ordinarss 6 eelacado em’ primeiro lugar, intervindo 0 extraordinario n segata? Ou essa Intrusio do oxtraordinirio no ordindrio remeteria a enta forma de desagem e significaris, simplesmerte, que a2 cle. Inenios ordindrios predominamn na histéria © qve 6 exteaordinario, se encontre af, quantitativamente, em seguro lugar? E vice-versa, se visamos a0 segundo processo Outra questio, Falames da projecao de um elemento ordinévio um mundo extreardinério, mas o que seria Iss0 senao tm mando ‘xtraordindrio? Onde comege e onde termina? O mind de Delphi hie @ de Marinette) seria um mundo extraordingrio'? umn Universo fantastico, pois ot animals ai falom, Garde, no cnlanto, lodas suas caracteristicas de melo rural fransée mule reals comente descrto em seus sor costimes bem particlares, \evidamente observavels. A mesma coisa para 9 “Inga” nde se tietonvelve @ conte de James Thurber: "hé muito verdes, um filo foi embora visitar © campe..."40, Seria um mundo exten. rmario? Parese. No enianto, encontrames al prado, bosques (ces de tazenda Em outras palavras, exttria um “mundo extraordinério” no ‘taco puro? Quettio.chave 36 abordeda, que deveremos Felomar Wa, Mas agora ¢ eifiel negar que qualquer “mando extraurdl. Ini 6 pode ser detinkto pareialmente, relaivamente CColocar esse tipo de problema nos cenduz « questdcs vatiadas © suscita, também, 0 terceiro precotso distinguido por René Prédal, DR Dib Jones oe rane gdh, Galinar, ibewbeqe Mane 9) Mae ute le Ss ne nl ee Tl, aint srl ag en Le ba Ble fer n 1 secias do mundo normal se encen HESENEA DE: ELEMEIVTO EXTRAORDINARIOS QUE EVOLUEN slomentos natura, psiguicos ou . AUBTONTHERSS TEM BlopaiS EAMAGNDINGR ira ttatmenteevacuos. em ened, nt nada iS ‘Qualguer crianca pode se encontrar "no comportamento de : *, i in familie Principe. das Quelauer histiria, para sor “‘eompreensive”, comunicayel Moumine © ca tal episidio de sua vel familial. Principe das ‘supie um minima de feferencias a experiencia comum do esertot fodas cu, Lal! ao tama "a “mos garinsa dy letor, um minlino, pos, de retereneias ao humano, ao nat fncontremes. Hib ¢ suas inquletides ns cossa ral”, ao ofdindrio, Este terceiro processo, pas, 4 primeira vista ease nO. ce, ean slr aos ‘obtain cid fansice,Lntay il ‘Se um clemento extraordinirio se encontra projetado num iL ou tal processo de intredugio: pes ore Hee mundo igualmente extraordinirio... onde estaria cu? Quem eu in earnest Pa, 8 eee ae famente estimulat Stet? Ala tena? Quem ua soi Poesia tna baer nse Inbgen Derm io neice, seine eta Salorse reerio Ue lelor exe precesso de elationso ae Yipes cs ome feed, De mt Parece ser alitide essencial da letra? \withane ants ‘stmpre subiteoiee no fantastico tals anv de No clan, op saeupos enton: herol Noman Sprad om Colina se sempre sinc L’herbo du temps“ soria totalmente um ser humano, ao menos. pee: Sas eee ‘no sentido em que este se define como eontide etn certa, uso) espiclotemporal? He é ole e outro, aq @ alhires. Exporitneia {ncompreensivel e fascinante, Da myama maneira, Dans le torrent des sidelos*?” apresenta. uma personaxem ave canst, nd Sen- ido estrito, um “elemento exiraordinario", pols & a0 anesmo tern Bo, ela propria e cutra cosa um organismo eatraoy um "duple" Dirlames que haveria ai muitos. elementos. desconcertanies ata que 0 faniésticn, levado a esse grais, poten existir em livros acessvels as criangas e capizes de’ inleressa las? Isso nio & verdaule: se Alice, Nis Holgersson, a pequena Sarah {de Elaine Horseman, Edmond e Thierry Dauble, Konrad. ete $80) fessencialmente eriangas“eomuns", ‘mutes Contos témn abso “herbi Mounine ¢ um “elemente extrsordinaic"” num mundo extra ordinicio, 20 menos pelos seres que o poviam, pie ai encontrs ‘mos Zatie © Zézctc, o Renaclerican e a Courabou. Lala prince dee foe) & um sor est Acontecer...'A histria do Bilbo, apreciada por crianga € adultes, ‘nos lanes, imediatamente, no fantastico radheal de tim ser fie existe" num universo ele préueis, “Num burace vivia un hobbit [No entante, a mesma evidéaeia permanece, Ainda aul. Nao seria preciso aereditar que, ae falar de tm “elemento extraorde nério” num universo extraardinavio, entende-ce sigificar que 0: 15) Of andi de Me Sire: “Wenn dans be ewe” 0 Guide agra toa ates, Pane 3 46 Newt Spt de defense Unies, Pt. HE Se hae Ea Side Ja Toe Fe, Miwa ll Nelo, Bhd sere 3) Pale Bi ete ALGUNS LOCAIS DA HISTORIA FANTASTICA, ALIENACAO-EXOTISMO. stat, i be et fs. Mot dane Lave feeder. pipe i igus mom 6 franc Beales mow oe René de Oba) 0 Stare de SsintsExupéry om O Paqueno Principe seria um pie real ew am lager imaginarie? Ambos, som duvica. Onde a Frentsire €alteapassada, em que momento preciso um lugar passa 7 Ses Cari ve pte ond? te or uae) nddaser? Ge stmt de aa yet pa La Bs oscet Ou te Tambnta? — Cm ers i Apron no Foes Alcea ples de fia nen reve Banaue Nie, ete 0 loner: apn normal do mundo pare a gegraia entamagiica do im pas “invented, jas sendo esa invencto puramente sonhe? ee fee states thay tris a catreica a maagivacte w parti de Gomecomas este capi dane a plavra& Tonite ln fieclosSteskse, Gee chassromot, attends ‘bom st, Cada tm de fsbo om sna afer eae Wm rac" lugar bem Su, onde niet jamais near anton eae ‘in pia rel anus a oar concen vite, se eal de o'marevihcn onde Iabiain es ses ar eis am, o aise sone ml ou tune pret, ebay oo Evia homens cu domi reser" eft er no mole {Rs agi que eran ten a0 manor no momento eon do Saar. A. tha come compaia an Besuess Bete we Sioa clara aise eee ares ne an Fi Pee pe rol erg ngs ee yon hic le nu “aoa pet fe at cea VE ncaa MM ne note ently 2g ames, le 1 stron de fas ponte = 8 Or ace tn ante ML Toten sat’ epee, sane Heme toe sor Rod ag x alt, each pe cote te once aes ae ‘ventaroso. Nizade, visto através do prisma dos sentimentos, das lembrangas, No in ms cat race oral kee ‘ie Sak, ae oe esa Dw Goma sce Se ae ce Ms ene Ser age pee ee ses ene vl a 5 eee ee a palsagen tanita’ cercamonte:podemos, erm fea {iusto que nor parece estercal” ss “psogens afetivas”™ de felecer diigtes, fo then exerts ako ti, ape de, sands 8 ep Pequono Principe s¢ passa no Saara, Pindquio na Ithlia, oasis oil nbes aie inmates aes STA, alan Le Secret du verre blow no Jepto, Tris gurowe aa amazing Tas Lie tras anna esa a ta floresta brasileira, Les Contes du chat perchét ean vaste pe. ene elle ec = © campo. bem francts. Valens a essen tres camponentes Tnvereamente, o universo de Allee no pais das marasihes, 35 sit do alo, prince den fort uae Sane v ease Se ea sicko, oo exsencial da historia, b mais lpeamence 0 autres “0 omen inventou a ninfa, dines Anatole Franco, mas a ata yi, ac ca Ne raurena Ja tha foto a agua @auvern© a muler.” Asin ceotre ‘entanto, como sentimes muito frontelra é tenue, frag, com quakjuer paisagem fantistica, Se o fantéstico € o insdito, a acbiéri, Ogre. Hatcia fadiaien = ¢ lvee ea aha flcngom fantiatca'é 0 que suiprecnde o leer, © que @ ua tnevor, de glAKHEY Tstrla —@ inal w essencauente tina fuss cam ela ao que Sonece, fel eto natal, oe recene emai Como estranho, “exotico” e oderiamos dating vérias expéces de exctiomo: um°exo CEA SiSIkSAInD Cot serene acko de paises coioniis ea sericlenis’ um exkisino fants: ico, que @invenga, mas @ partir de alyurs dos dados do exctismo fait HA psssagem de um para outro. Mustremes. essa ideia ‘om tra raferdnets, 8 pitta’ Sean ‘Quando Gauguin pinta telas comp Vahiné no te tiare ou Aréaréa, teabalha ro local, a parlic ée uma paisagem bem real. io, Le Seret du wore ben (Rio), Nathan, Bethan inten Cértamente teanstigura essa prisager ese aprennia dela. ® por No pais do conta, do fantastice, do maravilheso, podemos Aistnauir, a noaso ver, a convergencta ea Tusa0 de trés semen, {es dominantes: pt em 2) Acne de Ssint ply, Le Patt Prine (0. Pepueo Prin ie my, Le Patt Price (0. Peyno Prime, Ga fsa raxBo que esses. visdes tallanas reflelem mulio mals 0 9°%: pro Gauguin que o Tall, assim como os releatas elios per Modi 34, Dis de Mors, Trait gacpet en Amroie (Tite gastro Aad flan! ascemetham mais 20 proprio pinlor do que ‘os seus 1), Nathan bide ire fnedeles. E por essa rezao, tambem, tanto em pintura como em. a Mal Aymd, Contr de eat per, Galles, 100 Seda els. Bp eee pee Seyret ee geen rere ee er ecg lca ac oa oe a hare oa aor eric a, pee sae 6 7 ‘Ao contrario, quando o scuanetro Rousseau eria Dens la ferét, Paypage exotique ou las Charmeuse de serpenis, stingim0s esa ppassayem em que o pinior parte de dados exblicns coaecldos Ge Segunda mio, irspirase nelos do mancita desenfreada ¢ fantasy Imagética, descola do modelo original. Temoe equi uma passagem dda paisagem exica para 2 palsagem Imaginéris. So dermos. a0) ermo “exetismo” ecepgio muilo ampla, estaines no. exotismo Fanthetce. Accescentando: na, motma_ordom de iaéian, encontramos, ‘ainda a, um lame evidente eatro a paisagem aa historia fantae tea e a palsagem de tieeao clentiicn, Num srigo inttalado Waser communicants, Jean-Prancols Jamoul tenta mostrar com ha “correspendénci’' entre es universes de alguns escritores content= pordineos de fisgia clenlitica as tlas de alguns pines fantasti {as ou surrealist que os precederam? cereespondéencia, pot exe Db, entre a hisdria de Roger Zalazny, lle dex sorts” © 0 quae {ro do pinlor alemio Arnold Bicklin, que leva o mesma tiie, Cortamento, oe universes fantéticns de. pinteres. “como Klee, Kandinsc, Brauner, ou como Chisico, pedem ser ayuito esti lantes e enriqueceddres para 0 escritor, podends também cer Ter dadeira e reelrocs, To nes leva a outra observecdo: se a palsigem fantastien & sonstruida a partir de clemenies eogréfieos, € consituia tam bem a parti de clementes culturats DO PAIS REAL. A PAISAGEM APETIVA ‘A paisagem “afetiva” 6, no tonto estrito ou de mancica figurada, um lugac de Infancia: ceria case, certo jardim insubs tiiveis, Ao ouvie Selma Lagerlt reviver 0 tetorno & casa de SoU pai, ou Colette etar Sido ¢ 0 jardim de Saint Sauveuren:Puysaye, teates a impressio de ouvir a mesma vos. Bees uc se respondenn as plantas, as Aguas, corta frvore.. Por que? Telver poraue’ fpeoniremes al elementos primes, que alimeniam o Smaginari do homem, que desempenham papel declsivo exh seu creseimento, lomenics que eavolvem a erlangs ¢ que jamais cessem de eavel ver, talver. 0 adultos ‘A frvore-escanderijo, a drvero masteo de navio, a arvorece: ‘bana, a casa nos galhes.-.A Agus, 0 perige ca. gua, © navie ea aventura, a dha atraenteingulesante ‘A palsagem imagindria tem arigem, 20 mesmo tempo, em osse lugar de inféneia real e nes elemenias naluras de que tive ‘mos vontade, na nosialgi. Assim, a paisagem imaginiria reine 8 [lamps Vases commantcont, om Unier 1, Fibs 9) Rope Snr Ee dr mate Ope Lmbérn as desejos € as nostalgias do leitor, crianga ou adulto, alguns casos. Hig romances falsamente realistas, se os elharmes sob esse Jingule: 0 easo de Robinson Crusoé ndo seria estan, se 0 consh \erarmos histarieamonte? Daniel Dofeo caoreve pera. scults ‘Camo bom purtano que cra, exerovea esse livro de mneira mite sila para edifiear seus eantemparanees, para caicar homens 42 asse'média, donos de armaztas, ariestos, entim bots comer: ‘antes que teaham 0s. pés no chi. Bacortramos, cm Robinson Crusoe, boa gestdo do. comercianke médio: nomenclatira de bjeton, to [Nao seria essa mesma precisao que torn passivel a belo livre eM. Poltze, Robinson Crusoe. Mes carnets de croguls™”, fprova, entre outras, de que os prolongamentas de Robinson sto Inumeréveis'? Robinson, ompreendedor « administrador, constt lise, segundo a exprestic enrtesins, om “sonher © poseulder ‘ia natureza™. Robinson Crusoe ¢ un "romance de clases 0 pri fneiro, o romance de uma classe que sobe & conauisia de poder ‘econbinico ¢ paitico. Base romance aparece como. duplamente ‘ntogrado” e'"integrante™, tanto ao nivel de aaa eoncepgio do ‘mundo eomo'ao nivel de sua Tinalidade moral: ensinar a ter om thom engeaheiro, um bom telco. Rebinsen um herb! conauts jor de una classe laboriesa para quem tempe € ginhelr0. © livro tor € ominado pela nocdo do trabalho como duplameate lyaneformader, transfermador da naturesa’¢ do homer, porque no mesmo tempo, teantfermador © recente Eas enianess, no entanto, 4 speopriam desce romance, Esse Fomance faz sonhar. Xo Torrance de todos parane, através das feragtes, conlinua a fazer sonhar em nés a erianca elena, fprocbamente, observa Mare Soriane, essa obva-prima do chicule Tevado até 0 lirismo que as criangat’vdo oecolher como lssica Por que?" Na epoca de Defon, 0 leitor 6a classe midia — ar Tmadet, teelao, dogo de manufaturas, empreendeder marino. se projela, se assinla a esse herbi conyustader. Seria porque encarna e magnifica as aspicacées de sua clesse? Ceriamente: Mas Limbs porate encontra si, inconscientemente, os leraas maloret fis patssgem imaginaria ‘da infdncia. Quem ‘ni se interrogeu winre 0 sucesso de Rodinson? ak razoet 80 tao maltplas € Complexes que 2 anélise © as supesietes sfo Inesgotavels. Certs Taglar Bch So Mex certs e vei Cogs. ses mE bleb ns noi alten cau ater Cod aa nde 12) ie Soa, Chad de irae pa een, amin mente, Robinson Crusoé fascina 0 leitor-crianga poraue & “um romance de aprendizagem”, © encontea graga aos ches de JJ. ‘ousseau porave consti im “mito pedagoaiee™. Se nos referit ‘nes a una “pottica do espaco”. 6 talyez 0 primeito livre — antes Ae Le Chay ce dina, Le Robson ue Le Ratnam riviera) — a rani, do exemplar, a dua, a fm ¢ a ithe, com-certezd condigoes da aventura, mas tombe, © principalmente, talves, conaigaes. db senha LUMA PAISAGEM IMAGINARIA ETERNA? 2 pena quo Gaston Bachelard, cm sun Podtique de Vespace'®, esprez» ustematicamoate ae Bistbrias destinadas.& criencasy faue considera. a prior, como puerss « som raises profundas, at tude ainda muito em voza na Franca. No eatant, quantoe «xen los, ilustragGes, prolongamentos de suas andlises poderiey oft Fueer, no pastedo ee presente, os melhores livres destinados 4 ‘eriangas. O toma da cata, por exomplo, com suas signiticasies Drofundas: pael dos Cantos e recantes, das cuotdas, do attioy > porgo. Seria inceressante, entre uttas, ccrmparar a pequend casa de familia Moumnie, a habltacéo holandesa ce. Afonsiewr Guiplate:?,"e alojamento’ misterioso de ‘Tom et le jardin de minut), esse alojamento quo, pala psigdo do péndulo, & uma porta para 6 tempo. Interestante tamhéen parar ta cescrigde Ge Cuira case, a das Cheminées enchaniées'\?.Inteessante ainda observar que, em Sarah changée en souris™, as transforma: (es ocorrem sempre no pero... Outros temas muito bachelar dianos: o rocepticulo, sempre ligado A idéia de segredo, de sis: trio, as diversas formas e componenies do receptécule: 0 arrai 0, 6 cofre, as gavetas... Nao ponsamoe imediatamente no ferme: 80 cotre de [lle au irésort0? Ni seria etsioso lembear que 6 Jovem eri de Erie Kastner entra num armério sem {undo ¢ «ue onduz ao pais fantistico do 3% maf", assim como Alico, por DutED lado, a0 persesuit o coetho, cain hum buraeo que era ‘un finel © que conduzia a um estranho pais? Fees Sn le ha de un, OP 15) Ande Dil Le Robins deb rive, Cacemun; Pat ds Cote 16) Gham Beli, od oe Fee Ca 1) SRS, Monier Cuple, Neha, Sidings iron, sei ites Ree To cfr de mint, Nas, Babe ec "Bu Btn, Lor hiner cai, Cala BM ad 2) Seve Die tear GR- 2t unna Balen He 22) Hse Restiet, Le" a Hache, Mas voliemas aos temas que estames sempre eitanda 4 res- eito de Robinsoa'a agua, aha e a Arvore 4 AGUA, 4 111A, 0 BARCO A gua pedo sor mar, lago ou rio. & mbigua, pois cor lomenta lighiee primeito, 9 de ventre taterno —- mie mar seq Funcanrotecio —. ¢, a0 mesmo tempo, © que nes cond dela somente pera a aventura e para o perige. Sera que Vira al 9 Fito de sua aragdo ser talver ainda maior para a crianga do aie pra adult, ou co menos do tocar no adulto uma grande crianga persisente? Nao @ de admirar quo. a aventure, em multes cles ‘cos da intancia, Sela primelramente a avertire na agus. Le Vent ons les saules 6, talve, @ esse respelts, um romance exemplar. Se a agua 6 sobretudo perigo, mas perigo deselado') 4 ihn neato fixo, estivel, representa a seguranca, © que protege icy que a isola também das importunagses....0 qe, sob tutea forma, @ 0 caso da arvore, Lagos e afinidades miltiplas unem a tha, a caso, © barco © 4 arvore: 6 arco 6 ama iha flutuante. Se aha ¢ # agua enear fan toda a dlalética do periga e da pretees6, 0 dareo reane fnbos, @ que mais ou menos pressentia, sem divida, Fenimoce Coopes ao ceerover Le Chasseur de dima. A atmostera miste riosa eativanto des romances do Botca, acessiols as eriangss, i estar ligada, em bea parte, a essa estrutura eompleea gua ‘tho-barco-loresta, presente nfo apenas ein L’Bxjant et la Riviere, nas também em Bargabot, Le Chien Barboche ou Le Resard dane Tile®9* De mesmo modo, ve jovens horsie de Trés yarctoe na Ama ini’? se etrantam com ‘ porigos aa floresta brasileira, « {ambém com es segredas e a8 Strpresas da gua. Imports ‘opital da viagem to war, daha e do naueago, e também das frvores € de sua posiede nas, grandes romances de. Stevenson, ‘spociaimonte L'lle au trésor © Ge pensarines em Swift € coh Slguns episiios das Viagers de Gulliver, vamos obscrvar quo ae sing) RS Grane, Le Yew daw fer tae, Cates iene 20 A asin deuewenerecotiony £ emoeants co foe andes very oa at pret tae Penmer Je nde Sn Se “Ue baal Scan Yoon fs mir, 2) Fenimore Cooper Le Chnetr Se tim 0c 5) Hone Bow, Enka ot ls Rint, Derece Le chi Beret, Le end dat Ue’ Caitmad: toate ech "DUR Dad Mon Fran gens Acne (es ges ws Ama mg) Sevens Lis a thar, OE.

You might also like