AP BP02 Evolucao

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MÓDULO 02 – EVOLUÇÃO

AULA 01 – LAMARCKISMO

- Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, conhecido como


Jean-Baptiste de Lamarck foi um grande naturalista.

- Ele propôs uma teoria evolutiva anterior ao Darwin.

- Sua teoria foi escrita em seu livro Philosophie Zoologique (filosofia geológica).

- Ele acreditava que os seres vivos mudavam ao longo do tempo. E isso explicava a diversidade dos seres
vivos.

- Portanto, Lamarck refutava a ideia fixista (que as espécies não mudavam).

- Duas premissas resumem as teorias de Lamarck: lei do uso e desuso e lei da herança dos caracteres
adquiridos.

1 – Lei do uso e desuso

- As estruturas do corpo mais utilizadas ficavam maiores e mais fortes, as menos usadas acabavam
atrofiando.

- Portanto o ambiente teria influência sobre os seres vivos, se ocorre uma mudança ambiental essa
mudança influencia também as mudanças nos seres vivos.

- Segundo as ideias de Lamarck as girafas possuem pescoço comprido porque ao longo do tempo foi
muito usado para sua alimentação, isso foi passado aos descendentes.
- Outro exemplo são as longas pernas das garças, que teriam crescido de tanto elas se esforçarem para
entrar na água e não molhas as penas.

- Veja que Lamarck acreditava que a natureza influenciava a modificação dos organismos diretamente.

2 – Lei da herança dos caracteres adquiridos

- Segundo Lamarck as modificações que eram adquiridas por um indivíduo durante sua vida (pelo uso),
seriam passadas aos seus filhos.

- Voltamos ao exemplo do pescoço das girafas. Na vida elas usavam muito essa estrutura (uso e desuso)
para se alimentar, devido ao esforço do uso contínuo ele se desenvolveu e isso foi passado aos seus filhos
(lei da herança dos caracteres adquiridos), que continuaram usando o pescoço, desenvolveram mais e
passaram para seus filhos, e assim por diante.

- Lamarck foi muito criticado por fixistas.

- Sabemos que o que é adquirido em vida não é passado adiante, pois é necessário modificações
genéticas. É importante lembrar que nessa época não existia nenhum estudo sobre genética.

- Lamarck também acreditava na geração espontânea. Os seres vivos surgiam do inanimado e iam sendo
aperfeiçoados ao longo do tempo, pelo uso e desuso. Assim evoluíam.

- Embora Lamarck estivesse errado sobre como as espécies evoluíam, foi muito importante para a ciência
na época. Inclusive Darwin elogiou Lamarck em sua terceira edição do livro “A Origem das Espécies”.

Lembre-se das palavras-chave de Lamarck:

- Lei do uso e desuso.

- Lei da transmissão das características adquiridas.

AULA 02 – DARWINISMO

- Em 1831 Darwin fez uma expedição ao redor do mundo a bordo do navio H.M.S. Beagle.

- Darwin era naturalista e, durante sua viagem que durou 5 anos, passou por diversos países observando a
natureza e coletando material biológico. Perceba que ele tinha um diário e anotava tudo que acreditava ser
importante para sua pesquisa.
- Darwin fez uma das descobertas mais importantes para a biologia, o correto mecanismo pelo qual
surgem novas espécies: a seleção natural.

- TODAS as espécies possuem um mesmo ancestral comum, que ao longo do tempo sofreu
modificações dando origem a novas espécies, que seguiram se modificando (e seguem até hoje).
- Sendo assim, as espécies não são imutáveis (isso Lamarck já tinha entendido).

- Três preposições resumem o pensamento e a lógica do Darwin:

1 – Dentro das populações, os indivíduos são diferentes.

2 – O ambiente confere limites para o crescimento das populações, falta


alimento, espaço e outros recursos.

3 – A natureza seleciona os indivíduos que são mais adaptados aos recursos oferecidos, esse mecanismo é
chamado de seleção natural.

- A seleção natural é a base para a evolução: indivíduos com características vantajosas frente determinada
condição ambiental possui maior chance de reproduzir e gerar descendentes.

- OK! E como Darwin explicaria o pescoço das girafas?

- Perceba que em uma população de girafas, naturalmente nasciam girafas com pescoço mais curto
e outras com pescoço mais longo, as que tinham pescoço mais longo conseguiam se alimentar melhor e
assim reproduzir mais, deixando mais descendentes... Ao longo de milhares de anos as populações de
girafas ficaram com pescoço comprido.

- Perceba que não é o indivíduo que evolui, mas as populações.

- Outra informações importante para você entender o darwinismo é que o ambiente não interfere nas
modificações dos organismos (isso é Lamarckismo) mas seleciona as mais vantajosas.
- Na época de Darwin não conhecíamos a genética, então ele não sabia o que gerava essa “modificação”
(na aula de neodarwinismos veremos isso).

- Darwin estudou os tentilhões de Galápagos (uma ave).

- As 14 espécies de tentilões foram originadas a partir de uma. Mas as distintas condições das diferentes
ilhas de Galápagos selecionaram as variações de bico mais adaptados para o recurso alimentar de cada
ilha (processo leva muito tempo).

- A evolução nem sempre conduz a complexidade de estruturas.

- Em resumo o termo EVOLUÇÃO é descendência com modificação. Essas modificações são aleatórias e
podem ou não levar a um maior sucesso na reprodução.

- É importante salientar que outro naturalista chegou a mesma conclusão de Darwin, na mesma época: o
britânico Alfre Russel Wallace.

Lembre-se das palavras-chave de DARWIN:

- Seleção Natural

- Adaptação
AULA 03 – NEODARWINISMO

- Conhecida também como teoria sintética da evolução.

- Darwin não tinha conhecimento de genética, os trabalho de Mendel surgiram quase 30 anos depois.

- O neodarwinismo inclui conceitos complementares ao darwinismo, em resumo o neodarwinismo é:

- Mutação

- Recombinação Gênica Variabilidade genética

- Seleção Natural e Adaptação

A mutação é uma alteração do código de bases nitrogenadas do DNA, originando novas versões (alelos).
A mutação pode ocorrer espontaneamente ou induzida por fatores externos (radiação, por exemplo).

A recombinação gênica é a mistura dos genes durante a reprodução sexuada. Na recombinação ocorrem
dois processos que já estudamos anteriormente: segregação independente dos cromossomos e crossing-
over (permutação).

A seleção natural e adaptação são os mecanismos descritos por Darwin, estudados na aula anterior.

- Percebam que o neodarwinismo preencheu lacunas deixadas por Darwin, mas em nenhum momento
disse que ele estaria errado, é um complemento.

AULA 04 – CONCEITOS IMPORTANTES NA EVOLUÇÃO

1 - TIPOS DE SELEÇÃO NATURAL

Seleção direcional: seleciona um dos fenótipos extremos.

Seleção disruptiva: seleciona os dois fenótipos extremos, diminuindo a


frequência do fenótipo intermediário.

Seleção estabilizadora: seleciona o fenótipo intermediário.


SELEÇÃO SEXUAL

- É um caso particular de seleção natural. Nesse caso o indivíduo do sexo oposto (geralmente fêmea)
seleciona seu parceiro de acordo com algumas características que sugerem que seu parceiro é saudável.

- São exemplos: penas coloridas e grandes em aves, caudas longas, chifres, juba em leões, etc.

- Veja o exemplo a baixo: o pavão possui penas ornamentais grandes e coloridas. O pavão com penas
mais bonitas é selecionado e consegue reproduzir, passando essa característica adiante.
SELEÇÃO ARTIFICIAL

- Darwin também falou sobre seleção artificial em seu livro: A origem das espécies. Essa seleção é
promovida pelo ser humano.

- A tempo o ser humano seleciona espécies vegetais e animais de acordo com sua vontade ou necessidade.
Um ótimo exemplo são os cachorros. Todas as diferentes raças são provenientes de seleção artificial
aplicada em lobos a milhares de anos atrás.

- Perceba que a seleção artificial ocorre também em animais de produção ou plantas para favorecer a
alimentação.

2 – EVIDÊNCIAS DO PROCESSO EVOLUTIVO

- A evolução é um fato. Está mais do que comprovada, entre as principais evidências estão:

A - Registros fósseis: podemos entender como eram os seres vivos a milhões de anos atrás e traçar a
história evolutiva dos grupos. Paleontologia é a ciência que estuda os fósseis.
B - Anatomia comparada:

- Órgãos homólogos: possuem origem embrionária semelhante, por exemploa asa de morcego e
nadadeira dos golfinhos. Veja que apesar de terem origem semelhante, desempenham funções diferentes.

- Órgãos análogos: possuem origem embrionária muito diferentes, porém com funções
semelhantes. Ex. asas de insetos e asas de morcegos.

Sendo assim, podemos destacar dois tipos de evolução:

1 - Evolução convergente (convergência evolutiva): organismos que embora sejam pouco


aparentados sofrem uma pressão evolutiva semelhante e possuem, então, estruturas semelhantes – órgãos
análogos.

2 – Evolução divergente (divergência evolutiva): espécies mesmo aparentadas podem possuir


estruturas de mesma origem embrionária bastante diferente. É o caso do braço humano, a asa do morcego
e a nadadeira das baleias – órgãos homólogos.
- Órgãos vestigiais também são indícios. Por exemplo, o apêndice em nossa espécie que foi
fundamental para ancestrais remotos (herbívoros) mas hoje não é fundamental.

C – Adaptação dos seres vivos ao seu ambiente:

- A camuflagem é um exemplo, animais como o urso polar vivem na neve porque são brancos, foram
selecionados pela natureza, pois conseguiam caçar melhor, camuflado pelo gelo, e assim tiveram um
sucesso evolutivo maior. Imagine um urso marrom na neve, seria visto a uma grande distância, não
conseguiria se alimentar e não teria sucesso reprodutivo.

NA CAMUFLAGEM OS ANIMAIS SE “ESCONDEM” NO AMBIENTE, SEJA PELA COR OU


PELA FORMA.

- Outro exemplo é o mimetismo, quando duas espécies diferentes compartilham semelhança, que é
reconhecida por outra espécie. Imagine uma cobra-coral falsa que não é peçonhenta, mas parecer com a
coral verdadeira é bom para ela, pois engana outros animais. Outro exemplo é a flor da orquídea Ophrys
apifera parece uma abelha, fazendo o macho tentar acasalar com ela e aumentando a chance de
polinização.
NO MIMETISMO OS ANIMAIS SE PARECEM COM OUTROS ANIMAIS.

D – Evidências bioquímicas da evolução:

- Todos os seres vivos produzem suas proteínas com base nos 20 tipos de aminoácidos possíveis. Perceba:
TODOS! O código genético é universal.

3 – VARIABILIDADE GENÉTICA

Como visto anteriormente, a origem da variabilidade genética se dá pela mutação, recombinação gênica e
crossing over.

GENÉTICA DE POPULAÇÕES

É o estudo da dinâmica dos genes em uma população a partir de modelos matemáticos, buscando entender
os fatores que alteram a frequência dos diferentes genótipos em uma população.

Frequência alélica: proporção de ocorrência de um alelo em uma população. Pode ser medido.
- Para calcular a freqüência alélica temos a seguinte fórmula: p + q = 1 onde q e p são os alelos (A,
a) e 1 é 100%.

Equilíbrio de Hardy-Weinberg

- Explica que se nenhum fator evolutivo estiver atuando, as frequências de alelos em uma população
permanecem constantes ao longo das gerações.

- Para isso ocorrer as seguintes condições precisam estar presentes na população:

- População deve ser grande com o mesmo número entre machos e fêmeas.

- População deve ser panmítica, ou seja, os cruzamentos devem ocorrer de maneira aleatória. O
cruzamento deve gerar o mesmo número de descendentes.

- Não pode ocorrer sobreposição de gerações.

- Sem migração.

- Sem mutação ou seleção natural.

Sendo assim podemos calcular a freqüência dos genótipos da população, para um determinado gene:

p²+2pq+q² = 1

Onde p² = AA, pq = Aa e q² = aa.

*teremos exemplo na aula.

A compreensão do equilíbrio de Hardy-Weinberg possibilita os cientistas estudarem a atuação de algum


fator evolutivo como: mutação, seleção natural ou sexual, deriva genética ou fluxo gênico.

Vamos estudar dois conceitos que ainda não vimos: deriva genética e fluxo gênico.

Deriva genética

É quando um evento aleatório provoca alteração na freqüência alélica. Mesmo alelos raros podem se
tornar frequentes ou até desaparecerem em uma população por simples acaso. Não é possível prever esses
eventos. Dois exemplos de deriva genética são: efeito gargalo e efeito fundador.
1 - Efeito Gargalo

Ocorre quando uma população é reduzida a poucos indivíduos. Isso ocorre geralmente após um desastre
ambiental. Os indivíduos sobreviventes possuem um conjunto de alelos, que pode representar a menor
parte presente na população, isso porque esse evento é aleatório e não influenciado pela seleção natural.
Os poucos indivíduos sobreviventes voltam a reproduzir e podem gerar uma população
predominantemente diferente da original.

2 - Efeito Fundador

Imagina que uma parte da população passa a ocupar um novo local (migração), fundando uma nova
população. Perceba que, caso os indivíduos que migrarem carregarem apenas um tipo de alelo, eles
formarão uma população diferente da original.
Migração: conhecido também por fluxo gênico. Muitas espécies possuem diferentes populações e nem
sempre o isolamento entre as populações é total. Sendo assim alguns indivíduos saem de uma população e
vão para outra, e vice-versa. Isso causa um intercambio entre as população e uma troca constante de
alelos, dificultando o surgimento de novas espécies.

4 – ESPECIAÇÃO, COMO SURGEM NOVAS ESPÉCIES

Conceito biológico de espécie: indivíduos que conseguem reproduzir e gerar descendentes férteis

- Existem outros conceitos. Todos possuem lados positivos e lados negativos, mas o conceito biológico é
o mais aceito dentro da biologia.

ISOLAMENTO REPRODUTIVO

- Perceba que se duas populações estiverem em isolamento reprodutivo (as populações não fazem troca de
alelos) ao longo do tempo podem ficar tão diferentes que se tornam espécies distintas.

- Os mecanismos de isolamento reprodutivo podem ser dois tipos:

1- Pré-zigóticos: quando não é possível a formação do zigoto por incompatibilidade ou


incapacidade do encontro para o acasalamento. Pode ser porque vivem em locais diferentes, por
possuirem comportamentos diferentes ou ainda por um isolamento mecânico (imagina um pinscher
tentando acasalar com um rottweiler).

2 – Pós-zigóticos: ocorre a fecundação, mas o zigoto se desenvolve em um adulto infértil (não


pode reproduzir). Ex. o cruzamento entre o cavalo e o jumento gera a mula, que é infértil.

- A origem de novas espécies envolve o mecanismo de isolamento reprodutivo, pois sendo assim não
existe a troca de alelos e com a pressão seletiva em diferentes ambientes, as populações são moldadas ao
longo do tempo, podendo (veja que isso pode levar milhões de anos) duas populações serem
transformadas em espécies diferentes. Esse processo de especiação pode ser por alopatria ou simpatria.
ESPECIAÇÃO ALOPÁTRICA

- Se dá a partir de um surgimento de uma barreira física (ou ecológica) que impede a comunicação entre
indivíduos de diferentes populações. Exemplo: montanhas, um lago, ou até mesmo quando surgiu o
Istimo do Panamá.

- Veja que populações isoladas (em ambientes diferentes) sofrem diferentes pressões evolutivas. Logo, a
seleção natural favorece diferentes características que, ao longo do tempo ficam tão acentuadas que
tornam as duas populações, espécies diferentes. Vou deixar uma pergunta para responder na aula: POR
QUE A FLORESTA AMAZÔNICA POSSUI TANTAS ESPÉCIES DISTINTAS?
ESPECIAÇÃO SIMPÁTRICA

É quando ocorre especiação e formação de novas espécies sem o isolamento geográfico. É explicado por
barreiras reprodutivas dentro de uma mesma população, imaginem que alguns indivíduos passam a ter
preferência para viver em uma parte do ambiente diferente da maioria dos outros organismos da
população, naquele microambiente eles podem estar isolados reprodutivamente e ao longo de muito
tempo, gerarem nova espécie.

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