AL 34 OUR W9GG e125 2a ANSELMO DA SILVA SOARES VIEIRA A COLONIA PORTUGUESA DE MOCAMBIQUE NA VIRAGEM DO SEC. XVIII PARA O SEC. xix Dissertacdo de Mestrado em Histéria da Expansao e dios Deseobrimentos Portugueses, apresentada a Facul- dade de Letras da Universidade de Lisboa e dirigida pelo Professor Doutor Anténio Borges Coetho Lisboa, 1996INDICE GERAL VOL. t PROEMIO. O PERCURSO PORTUGUES NA AFRICA ORIENTAL ATE MEADOS DO SEc>xvii 0.1. - PRIMORDIOS DA FIXACAO E IRRADIAGAO DO DOMINIO POLITICO- - ECONOMICO PORTUGUES 0.2. - AVANGOS E RECUOS NO DOMINIO TERRITORIAL 0.3. -O COMERCIO E SUAS MODALIDADES A EXTENSAO DO DOMINIO PORTUGUES : EVOLUCAO E ZONAS DE INFLUENCIA DOS AGLOMERADOS “URBANOS” 1.1, - CARACTERISTICAS DOS AGLOMERADOS " URBANOS * 1.2, - BAIA DE LOURENGO MARQUES 1.3. - INHAMBANE 1.4, - SOFALA 1,5, - MANIGA 1.6, - ILHA DE MOGAMBIQUE 1,7, - CABO DELGADO OU ILHAS QUERIMBAS 1.8. « RIOS DE SENA (ZAMBEZIA ) 1.8.1. - QUELIMANE, 1.8.2.» SENA 1B. - TETE 1.8.4. - ZUMBO- 2.- O MUNDO DOS PRAZOS: 2.1,- ALGUNS PARTICULARISMOS DO SISTEMA, 5 22 2 40 43 50 87 61 72 80 80 85 90 96 127 1272.2. - ASPECTOS RELEVANTES DA SOCIEDADE ZAMBEZIANA 3. A POPULACAO DOS DOMINIOS PORTUGUESES. 3.1. - OS MORADORES 3.2. - OS NEGROS 3.3, - OS SWAHILI 3.4. - OS HINDUS 4. - A SUPREMACIA DA ACTIVIDADE MERCANTIL, 4.1, - OS PRODUTOS DE GRANDE EXPORTAGAO 5. - REFLEXOS DA POLITICA EUROPEIA 5.1. - PORTUGAL E A CONJUNTURA POLITICA EUROPEIA 5.2, - O RELACIONAMENTO ENTRE MOCAMBIQUE E AS MASCARENHAS - REPERCUSSOES DO CONFLITO EUROPEU 5.3. PODER CENTRAL E © GOVERNO COLONIAL - LINHAS DE ACTUAGAO POLITICA CONCLUSAO GLOSSARIO BIBLIOGAAFIA E FONTES 1: LISTAGEM DOS GOVERNADORES DE MOGAMBIQUE Il MAPAS VOL. 1! APENDICE DOCUMENTAL DOCUMENTOS, inDice 131 138 138 142 145 149 159 189 179 179 182 202 216 219 220 232 234 148CONCLUSAO Se bem que, em 1752, a colénia de Mocambique se tivesse desvinculado admi- nistrativamente da India, o certo é que a autonomia econémica sé virla a consegui-la em 1755. No entanto, embora tenha passado para a algada directa da metrdpole, con- tinuou mergulhada nas dificuldades em que sempre vivera. O peso econémico da India afirmou-se omnipresente. Na realidade os interesses particulares sobrepunham-se aos do Estado, que nunca conseguia desafogo financeit Um mat crénico, apontado na correspondéncia oficial vezes sem conta, para Justificar 0 marasmo em que cafra o territério, era a escassez de populagdo europela. Assim, a colonizagao nao avangava, pois 0s poucos elementos europeus que habitualmente af se radicavam, eram constituldes por gente degredada e viciosa saida directamente das cadeias metropolitanas. O ciima, o isoiamento e a distancia, constitu- Tam fortes factores de dissuasao. No inicio de Oitocentos quase todas as fortificagdes da colénia estavam em si- tuagao de ruina. O comércio do sertéo, principalmente nos Rios de Sena, jé néo apre- sentava 0 britho dos tempos idos. A inseguranga dos caminhos a inundac,ao do hinterland com produtos de importagdo, causavam grandes desregramentos a activi- dade mercantil. Muitas das terras dos moradores,-designadamente da Zambézia, estavam sub- Jevadas ou ocupadas por potentados negros regionais. Francisco Guedes de Carvalho Meneses, quando tomou canta do govemo de Mo- gambique, nos finais do séc. XVIII, queixava-se amargamente, apontando os graves problemas que o afligiam: os cofres piblicos vazios; a falta de sacorros de Lisboa; 216guerra com os negros ¢ mouros, para além das hostilidades com os franceses. Re- sumia, desta forma, em poucas palavras, o estylo do territério. A conttitualidade com os franceses fora sanada; com os mouros; adiada; mas com Os negros, a contenda arrastar-se-(a, intermitentemente. No plano econémico assiste-se a uma viragem, em que os grandes produtos de ‘@xportago - ouro 8 marfim -, cedem lugar ao escravo. Enquanto os outros estabelecimentos da colénia acusam um certo declinio, Quelimane e a ilha de Mo- gambique conhecem tempos de prosperidade. Aquela, como grande praga zambezia- na fomecedora de escravatura, esta Uitima, como importante praga de exportagdo. E Precisamente na capital, que se assiste ao crescimento de um grupo de mercadores de grossos cabedals, conseguidos fundamenialmente, no comércio negreiro. Possu- em, inciusivamente, navios, que sustentam tréfico transocenico de escravatura. Doravante o escravo impér-se-4 como mercadoria de eleigdo, virada para a ox- Portagao. A pressdo da procura ocasionard alteragdes profundas no sistema dos pra- 208, que levarao a sua degeneragao @ ao aparecimento do macro-prazos. Acabar-se-4 por entrar em meados de Oitocentos numa fase nova da vida da colénia, com o nascimento de uma poderosa “casta’ de prazeiros, que arrastaré 0 Estado para confiitos duradouras e desgastantes, Quanto As repercussées da conflitualidade decorrente da Revolugdo Francesa, convém frisar que a mesma seré transposta, necessariamente, para o indica africano, dada a proximidade de Mogambique do arquipélago francés da Mascarenhas. E certo que se verificaram alguns atritos, que provocaram estragos, recelos, medidas de ex- capcdo e perturbagées pontuais na vida da colénia portuguesa. Porém, o entendimen- to regional, forgado pelos interesses rec{procos em jogo, acabou por se sabrepér aos designios das metrépoles. Pode-se dizer que, os acontecimentos da Europa afectaram conjunturalmente Mogambique, mas no estruturalmente, a7Uma ultima palavra para a transterancia da Corte Portuguesa para o Brasil. Sali- ente-se que, nao obsiante uma mudanga desta natureza, com os inerentes factoros desestabilizantes, que o evento acarretou, Mogambique nunea deixou de estar na |i- nha de preocupagées do poder central, Desde o inicio da fixagdo, a Corte procurou sempre dat orientages @ socorrer com os meios dispontveis, esta coldnia portuguesa do Indico. Na realidade, nao foram muitos os auxilios, Mas, Mogambique, ao fongo de toda a sua histéria, raremente os tave. E que mais se poderia esperar, se a colinia esteve quase sempre entregue a si propria 218BIBLIOGRAFIA E FONTES FONTES MANUSCRITAS - Arquivo Histérico Ultramarino: -Oxd - Cx. 36 - Cx, 37 - Cx, 62 ~ Cx. 63 Cx. 84 Cx, 85 + Cx. 87 + Cx. 8B - Cx. 89 ~ Cx. 90 =x. 91 - Cédices +1351 1875 1424 - ex, 92 ~ Cx. 94. ~ Ox. - Cx. - Cx = Cx. Cx. ~ Ox, - Ox. Cx. g 96 97 98 99 101 102 . 108 = Cx, 120 - Ox. 124 220 Cx. 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