CamScanner 23-04-2024 15.20

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Sociedade mineradora No século XVill, com a exploragao do ouro, a reg'0 i grande crescimento econdmico. A colonizacao avancou para o © Novas cidades surgiram. Muitas delas, ainda hoje, exib k lo antistico e arquiteténico daquela época. A historia dessas cidade: 1 seu esplendor e seus problemas, esteve em boa parte ligada 3 rri Nera $20. Como foi esse processo histérico? co sobre aglomerado de madera p a 8 encontra na Colegio de Arte da Cada rete "+ Obserando aobradeClévs Gradana pode se dence, 25 pessoas que trabalhavam na mineraco e onde el ocorrigy 2-Que caracteristicas aproximam a obra de Candido po, ti Teproduzida na pagina de abertura do capitulo 2,¢ eg on de Clovis Graciano? Comente. ra ai ) 82 vwoaoes t eciedae viygitanzauy VVIl Vallluova Enfim, Muito ouro ‘ArealizaGao do velho sonho Portugués Ao final do dominio espanhol (1640), Portugal estava merqulhado em grave cise econdmica. Os precos do acuicar haviam caldo, devido, sobretudo, 8 com. corréncia da producao antilhana, que fez com que a oferta do produto aumen- tase no mercado internacional tm busca de novas fontes de riqueza, © governo portugues revigorou o amigo sono de encontar Ouro na América portuguesa, {a data e 0 local dos primeiros achados nao sdo conhecidos exatamente. sabe-se apenas que as descobertasiniciais do Ouro de aluvigo nos vales dos nes das Martes € DCe, Na regiso de Minas Gerais, ocorreram entre os anos de 1693 e 1695. pect iS Ouro de aluviio aquele encontrado nos depé- sitos de aei,argla e casealho que se formam fas margens dos ros ou fem seu leit acumulado pela eros. CO historiador Warren Dean descreveu como era o trabalho de exploracao do ouro de aluviso. A principio, a extrac de ouro era feita por lavagem na bateia. As turmas de escravos. trabalhavam com agua pelos joelhos nos leitos dos riachos e recolhiam cascalho e gua em bacias chatas e cénicas de madeira, que eram agitadas e novamente cheias até restar ape- nas 08 flocos de ouro mais pesados. Foram africanos da Costa do Ouro que ensinaram seus proprietérios a batear e se mostraram peritos em localizar minas. [..] Nos anos de 1730, a trabalhosa e insa- lubre atividade de batear [...] nao era mais lucrativa em diversas minas. Os arrendaté- rios agora dragavam os riachos maiores com cacambas primitivas e desviavam riachos menores para pesquisar meticulosamente seus leitos. Feito isso, empreendia-se a la- vagem dos aluvides — os riachos eram im- pelidos contra suas margens. A degradacao provocada pela minera¢do foi mais intensa nas planfcies aluviais cheias de cascalho e nos fundos dos rios. Registrou-se que os rios Sabaré edas Velhas comegavam a tornar-se lamacentos devido a lavagem de aluvides. DEAN, Wate A fer ¢ fog. ahsttria ea devastago ds aa ities basa Sio Paul Companhia dis Letras, 1996 p. 113. 1. Podemos afimar que os escravos africanos, Com suas préprias culturas, influenciaram a maneira de explorar os minérios na colonia Portuguesa? Justifique. 14 G0. Gravra repesentando ae 2. Pesquise o que ¢ assoreamento e, depois pro- Crayra prasniten tn Cure relacionar esse proceso 3 atividade mir joann Moritz Rugendas, século X ‘eradora praticada no Brasil no século XVIL caninuio? soviet viyitanzauy vv do ouro de aluviio em cde um desenho orginal de K vnerasorn 83 VaAlUVaIIIcr Ocupagio do sertéo e rapi- 1 de ouro espalnou'se A noticia da descobe a re ee ee Ho de pessoas arial damente, ¢ um grande numero 2 1egido das minas : que Alem da populagdo colonial, calcula-se a uma quantidade consideravel de portuguese’ - nha eavgrado do reino para a colonia em aah ure Por contar com uma populacao relativamn re Pequena, o governo de Portugal langou uM dec to, em marco de 1720, restringindo a emigra6 para o Brasil i indi 1. Considerando que a populagio da regido das minas cOrresPOr ‘em 1786, qual era a populacao do Brasil nessa €poca? ente chegando, bes Acorrida do cues, ‘em POUCOS anos, de wie Rica (atual Ouro Preto), ji an a Mariana), $80 J080 del Rj gq) ulagao de Minas Gerais conti iy do rete todo o “século do our Em 1786, calcula-se que havia na Fegiig ac mente 394 milhabitantes, QUE Correspo fh, de 15% da populacao total da col6nia na “J jaa 15% do total de habitanes Ce or transformas ° surgimentor como Vila mo (atual 2. Vimos no capitulo anterior, que, no final do século XVI. a colonia portuguesa contava com cerca de 79, habstantes Quantas vezes a populacio do Brasil aumentou entre O final do século XVI e 0 final do. séeug, Mauricio de ‘ls hsténcoexoar Rio de aneire,, Mecy Fename, 1986 5 39 ste ma ‘os eStad PR eden vignancdiuy col — Limite atv, teritorio ta Atual divisiP do Brasil Lut Vaiiwova Embuscadoowro a obra Cultura e opuléncia do Brasil 0 jesulta italiano André Jodo Antonil, que viveu no Brasil no «glo Xl, apresenta uma breve andise sobre a busca pelo ouro naquele petlodo A sede insaciivel do ouro estimulou tantos a deixarem suas terras © a meterem-se por caminhos tio ésperos como sio os das minas, que dificultosamente se poderé dar conta do frimero de pessoas que Ii esto, |.) | cada ano vem nas frotas quantidades de portugueses e de estrangeiros, para passarem as | minas. Das eidades, vila, recdncavos e sertio do Brasil vio brancos, pardos, pretos e muitos | indios, de que os paulistas se servem. A mistura é de toda a condigao de pessoas: homens e | mulheres, mogos e velhos, pobres ¢ ricos, nobres e plebeus {.... | ANTONI Andi€ foto. Cultura eopuldna do Was Belo Monson kanas, ? 2 « Como Antonil caracterizou a multido que ia para as minas em busca do ouro? | Guerra dos Emboabas 0 rapido e cadtico afluxo de milhares de pessoas para a regido das minas logo gerou problemas. Os paulstas, descobridores do ouro de Minas Gerais, sentiam-se no direito de exploré-lo com exclusivi dade. Entretanto, os ndo paulistas vindos de outras partes da colonia e 05 portugueses emigrados da metrépole também queriam apoderar-se das jazidas, descobertas. A tensdo cresceu quando portugueses. passaram a controlar o abastecimento de mercado- fas para a regiéo. Ocorreram, entdo, entre paulistas e portugue- $¢5, confltos violentos que ficaram conhecidos como Guerra dos Emboabas. Muitos paulistas chamavam os portugueses de em- boabas, palava de origem tupi, que, segundo fontes, Significa “aves de pernas emplumadas". Era uma refe- réncia as botas que os portugueses usavam, em con- trate com os paulistas, que andavam descalcos pelo ‘matagal/ Mais tarde, 0 termo passou a ser usado para de- signar de forma injuriosa os oponentes dos paulistas, Om 0 sentido de “forasteiro”, “pessoa que vem de Sutra regio”. Por sua vez, os “forasteiros” chama- ‘Yam os paulistas de “bandoleiros sem lei”. igi dos principais lideres dos emboabas foi Ma- lunes Viana, pecuarista e comerciante que lide- Z ‘topas contra os paulistas, vencendo-os em Saba- © Cachoeira do Campo. = © conflito teve fim em 1709, em um local que fi- cou conhecido como Capao da Traicdo, onde muitos paulistas foram mortos por tropas emboabas. Poste- riormente, os paulistas organizaram uma vinganga. Segundo a historiadora Laura de Mello e Souza, depois de "dois anos e cinco meses de confronto, che- ,gava ao fim aquela guerra, que nao teve ganhadores” * Entre as consequéncias da Guerra dos Emboabas, podemos destacar: * controle da metrépole — procurando evitar novos conflitos, 0 governo portugués interveio na regiéo passou a exercer firme controle administrativo e fiscal das minas; * elevagdo de Sao Paulo a categoria de cidade - por determinagao do rei de Portugal, D. Joao V, a vila de Sao Paulo foi elevada & categoria de cidade; * criagao da capitania de Sao Paulo e Minas do Ouro - desmembrada do Rio de Janeiro, a nova capitania, criada em 1709, seria dividida novamen- te, em 1720, nas capitanias de Séo Paulo e de Mi- nas Gerais; * descoberta de ouro em Mato Grosso ¢ Golds = com o fim da Guerra dos Emboabas, os paulistas passaram a procurar novas jazidas de ouro em Ou- {ros lugares do Brasil. O resultado foi a descoberta do metal nas regides dos atuais estados de Mato Grosso (1718) e Goids (1726), teritrios pertencen- tes na época a capitania de S30 Paulo. 7 | OAR Owo do Bo Re dears Nova Fe 200 5 O00 ta de Melee 180720 0m dete nd Sto Pau Compara ds Les 208 7 viyianzauy vv CAPITULO? Sociedade mneradons 85 vanovamich A tiqueza das minas pertencia 2 Coroa potu9 05 mineradores para a exploracdo do ouro. O 1a por escravos, em locais denominados lavas Percebendo no ouro a possibilidade de revigore" .gués organizou um rigido esquema administrative p27 © Intendéncia das Minas O principal 6rgao dessa estruture administrative port das Minas. Criado em 1702, esse 6rgao era responsavel 20 * distribuicdo de datas (lotes) para a exploragso do ouro; * fiscalizacao da atividade mineradora; + julgamento de questdes referentes ao desenvolvimento d * cobranca de impostos pela exploragao das jazidas, princi Os mineradores deviam pagar 20 governo portugués um dente a um quinto (20%) de qualquer quantidade de metal extrs po, a expresso quinte passou a designar popularmente o proprio wmpeste Casas de Fundi¢gao No inicio da explorago mineira, 0 ouro em pé ou em pepites mente pela regido das minas. iso difcultava a cobranga de wenn extraido e favorecia 0 contrabando, de impostos sob Para resolver esse prob govern porte ee Pr tugués proid F 13680 do our 185 @ crioy, Casas de Fy, t Por volta de 1720 20 imposto can Comesponde um 5 Testante recep ee ficial que inte recebers Ser Tent do quiccmrovar le i & leGaimente WiNto, pod parana, Minas Gerais, ruida em 170 a dae dria aaranere mo as Fachada de casa de fundigdo const ‘Atualmente, 6a Casa de Cultura e Acae pevolta de Vila Rica CQ anuncio da criagdo das Casas de Fundigdo causou insatisfagio entre os mineradores. Eles consideravam que a medida dlificultava a crculagio € 0 ¢o Maio do ouro dentro da capitania, faclitando apenas a cobranca de impos- fos Tal escontentamento acabou provocando a Revolta de Vila Rica, em 28 go junho de 1720. cerca de 2 mil revoltosos, comandados pelo tropelro portugues Felipe dos santos, conquistaram a cidade de Vila Rica, © grupo, que era composto de donos de grandes lavtas e de parte da populagao, incluindo centenas de escravos ar- jados por seus senhores, cxiga do governador da capitania de Minas Gerais, pedro de Almeida Portu- gal o conde de Assumar, a entingdo das Casas de Fundi¢ao. ‘Apanhado de surpre- sa, 0 governador fingiu xeitar as exigéncias & prometeu acabar com as Casas de Fundicéo, ga- nhando tempo para or- ganizar tropas e reagir se- veramente. Pouco depois, 05 lideres do movimento foram presos, e Felipe dos Santos foi condenado, Tropeiro. condutor de {topas de animais,espe- Cialente de carga. a i 7 forcado e esquartejado Trepeias ow Acros. Gravura em Agua tinta de Henry Chamberlain de 1822. Os muares m praca publica, eM 16 exam utilizados no transporte de cargas a longa distincia devido a sua resistencia. de julho de 1720. Intendéncia dos Diamantes Apartir de 1729, foram encontradas jazidas de diamantes no Arraial do Tijuco, atual cidade de Diamantina. O governo portugués também teve dificuldade para Controlar a cobranca de impostos sobre essas pedras preciosas. Grande quantida- {de delas era escondida da fiscalizacdo pelos mineradores, que, assim, deixavam de Pagar 0 quinto cobrado pela Fazenda Real. Por esse motivo, em 1739, 0 governo portugués decidiu entregar a extracao 4s pedras preciosas a particulares, A extracBo era permitida mediante um contra- ‘0 de exploracio, que estabelecia a figura de um contratador, responsavel tanto Pela exploracéo dos diamantes como pela entrega de parte da producao a Coroa. ea Stem8 durou até 1771, quando a Coroa portuguesa assumiu dretamentea (er tto damantina e criou a Intendéncia dos Diamantes. Esse Orgéo passou 2 amplos poderes sobre a populacao do Distrito Diamantino. Seus fiscais podiam, Por exemplo, confiscar bens e controlar a entrada e a salda de pessoas do distrito. 5 nem assim o contrabando de diamantes terminou. ag tose que, apenas da capitania de Minas Gerais, Himente 160 quilos de diamantes entre 1730 e 1830. foram extraidos aprox- viyianzauy vv antruo7 sestidemoaiors 87 VAlOVUGINICI Sociedade do ouro Os habitantes de Minas Gerais organizaram suas atividades principalmente em torno do ouro, fazendo surgir uma série de niicleos urbanos, como Vila Rica, Congonhas do Campo, Ribeirdo do Carmo, Sabard e Sao Joao de! Rei. A regia mineira se tornou um excelente mercado comprador de alimentos, roupas, ferramentas e ou- {tos produtos, fornecidos por inumeros comerciantes de Portugal e da propria colonia, No Nordeste, a produgao acucareira havia dado origem a uma sociedade rural, com 0 dominio dos senhores de engenho. J4 em Minas Gerais a explo- ag80 do ouro propiciou a formac3o de uma socie- dade urbana, com pessoas de diferentes situacées socioecondmicas, da qual faziam parte, por exemplo, mineradores, comerciantes, quituteiras, carpinteiros, ferreiros, pedreiros, padres, militares, funciondrios da Coroa e advogados. Havia ainda, como base dessa sociedade, um grande numero de escravos africanos. ‘Segundo estimativas, em 1786, esses africanos repre- sentavam quase metade da populacdo total da capi- tania de Minas Gerais.’ “Ch bsaticas haces do Bras Roo de Jane IBGE, 1986. p. 28-29 J Ch bsaticas hats rene 4 CLSOUZA Laura de Mello e Deslssficds do ourea pobreza mines Desenvolvimento da vida urbana em Minas Gerais Ascensao social e pobreza Na sociedade que se desenvolveu ng tr minas, a ascensdo social era possivel, pois uma. poderia enriquecer com a extracio do ouroeg Mantes ou com o comércio @ 0 artesanato, Comparada com a empresa acucarera, 3a. de mineradora exigia menor quantidade de. mentos, instalacdes e mao de obra. Assim, os ing timentos necessérios para entrar nesse negécio es. menores que os exigidos para o funcionamento um engenho, Isso permitia que um niimero maior Pessoas “tentasse a sorte” com a mineragdo. No entanto, a concentracao de riqueza foi uns das marcas da sociedade mineradora, ja que a maa Parte das lavras importantes pertencia aos ricos nhores. Conforme analisou a historiadora Laura & Mello e Souza, 0 que predominou no conjunto des: Sociedade néo foi a riqueza, mas a pobreza.! Mesmo no auge da economia do ouro, de 17332 1748, Qrande parte da Populacao livre de Minas Ge fais era constitulda de gente pobre, he : , que desempen! va fungées de ‘comerciantes, artesdos etc. de Francisca wmaescrva eo ncaa fo Mento, um XV com projet arquitetdnico € os ornamentas crados por Algjadinho. fm seu incrior encontram-se pincurasimpressionantes do Mestre ‘Axaide, como a Assungo da Virgem, ro teco da nave. Focografia de 2015, SES TT UE” Queijo artesanal de Minas © queiio artesanal de Minas ¢ produzido desde 0 século Xvill e se tornou um simbolo da identidade cultural mineira. Em 2008, 0 modo de fazé-lo artesanalmente foi considerado Patriménio Cultural do Brasil pelo Iphan. ue lvata-se de uma importante tradcéo e fonte de ie a Alem disso, 0 queijo faz part Ex em exes popes ea ela dos Jo" e faz parte da receita de comidas pee: © queijo com goiabada, as gados e doces mineiros, queijo, quei- + Na regiio onde vocé mora, nal? Qual Sua receita pode. da regiao? &xiste algum, coy Pode ser considerads grit tadlcio. Pattimonig 90 umonoe 1 Tabb eseciedae viygitanzauy vv sp 0 processo de fabricagioe! et Iota de Minas na cidade de®" Minas (MG). Foxogratia de "5 Ivanova Com quem ficou 0 ouro brasileiro? ‘A producao aurifera brasileira foi bas- tante significativa nos primeiros 60 anos do século XVII. Nesse periodo, calculase que a quantidade de ouro explorada. no ECP ATID Producao de ouro no Brasil prasi tenha sido maior do que em toda a ‘america espanhola em quase quatro sécu- jos. A quantidade do metal extraida na co- ignia portuguesa correspondeu a cerca de 59% de toda a producdo mundial entre os seculos XV e XVIll. Veja 0 grafico ao lado, Diante desses numeros, € possivel perguntar: com quem ficou © ouro bra Jeto? Para toda grande questao histérica, ‘as respostas 80 complexas. No entanto, pademos comecar a refletir sobre o assun- to a partir de algumas consideracdes. Sa- bemos, em primeiro lugar, que toda essa riqueza no ficou na colénia nem foi utili zada para seu desenvolvimento, £ inegavel ‘que 2 regio das minas apresentou vigor econémico e cultural, como mostram as ol ruas, a5 igrejas e as construcdes edificadas once PINTO, Vigo Noya. Is SOUZA, Laura de Mello. Deslassficados na poca. Mas isso representa uma parte do ouro:a pobreza mineira no século XVI. 4.ed. Rio de Janeiro: Graal, pequena da producao mineira. 2004. p.75. Sabemos também que Portugal no foi o nico beneficiério do ouro extra- ido de sua coldnia, j4 que nao superou totalmente a crise econdmica em que havia mergulhado apés 0 dominio espanhol (1580-1640). Com os lucros do ouro brasileiro, a economia portuguesa equilibrou-se momentaneamente, mas 130 0 suficiente para se livrar da estagnacao e da dependéncia em relacao aos ingleses. Aiguns historiadores consideram que a maior parte do ouro brasileiro escoou pata a Europa, servindo ao enriquecimento de outras nacbes. Acredita-se também ‘que a grande beneficidria do ouro brasileiro foi a Inglaterra, que passou a domi- ‘nar a economia portuguesa por meio de diversos acordos, como © Tratado de Methuen, de 1703 Exportando produtos agricolas para o mercado ingles e importando dos fabri- ‘antes britdnicos manufaturas por precos elevados, os governantes de Portugal estavam sempre em divida com seus parceiros. Para pagar essa divida, recorriam ‘onstantemente ao ouro do Brasil. Desse modo, 0 ouro brasileiro transferiu-se, em ‘Grande parte, para os capitalistas ingleses, contribuindo para o desenvolvimento 0 processo de industrializacao da Inglaterra. Com relagao 4 nao industrializacao de Portugal, podemos dizer que as con 4icdes expressas no Tratado de Methuen no foram os Gnicos fatores respons eis pelas dificuldades do reino nesse setor. As causas da nao industrializacao de Portugal s30 amplas, antigas e continuam sendo estudadas por diversos historiadores, viyianzauy vy 1700 710 0173017401780. 1760. 1770 Car 0 1% 200 secietate mneradons 91 MOVANT Oficina de Historia 1. Leia 0 texto Os prestidigi- tadores da Europa nao teriam a des- treza e a sutileza dos negros para esconderem, diante dos olhos do feitor, as pedras que descobrem, Um inten- dente quis, certo dia, verificar pessoalmente até onde chegava aquela pratica. Chamou um negro que gozava, entre os companheiros, da fama de ser habilidoso, colocou, ele proprio, um Pequeno diamante num monte de cascalho © areia e prometeu ao escravo a liberdade se, diante de seus olhos, conseguisse tirar 0 dia- mante sem ser percebido. O escravo comecoua trabalhar, eo intendente nao o perdia de vista. — Entio? Onde esta a pedra? — pergun- tou o intendente no fim de alguns minutos. — Se os brancos costumam cumprir suas promessas, estou livre — respondeu o es- cravo, tirando da boca a pedra e mostrando- -a.ao intendente. Prestidigitador: migi- co muito hail e rapido com as mios. DORBIGNY. Ald. Viagem ptoresca atravts do Brasil Belo Horizonte: ‘rata So Paulo Edusp 1976 p. 138-139. © texto do naturalsta francés DOrbigny (1802- -1857) deixa clara a habilidade dos escravos em furtar as pedras preciosas, apesar da vigilincia dos feitores. Voce descreveria essa pratica como uma forma de resis- ‘éncia? Justfique sua resposta. Compare-a com a sabo- tagem realizada nos engenhos pelos escravos afticanos. Dialogo interdisciplinar Dislogo nterdiscpinar eom Geogrtia @ Quimica. 2. Pesquise e construa uma tabela procurando infor- ‘magbes atuais sobre os seguintes metais: ouro, pra- ta, cobre, aluminio e estanho. Sugerimos que sua tabela apresente, em relagio a cada metal, o simbo- 'o.quimico, os cinco maiores paises produtores e os Didegnrherdscpnar com Ate, Quimica 68 3. Leia o trecho'de reportagem e responds S$ questdes: Feitas para facilitar trabalhos de restaura- Gao e preservacao, comegam a sair da forma réplicas dos Doze Profetas, conjunto de esculturas de Aleijadinho na cidade mineira de Congonhas (a 90 km de Belo Horizonte). UNIDADE 1 Trabalho e sociedude 92 Confeccionados em a OS Molde, sero utilizados para desvendar for,’ técnicas e materiais empregados por ane nio Francisco Lisboa (1730-1814). Patriménio da humanidade, as esc de pedra-sabao esto expostas 20 ar livre, santudrio de Bom Jesus de Matosinhos deca 1800, quando comecaram os trabalhos qy, terminariam cinco anos mais tarde. No local, as pegas estdo sujeitas a acagq, fungos e bactérias, além do vandalismo, po, essa razdo, de tempos em tempos surgem propostas para substituir as obras originais por réplicas. Por ora, 0 Iphan (Instituto do Patriménio Histérico e Artistico Nacional) afasta essa possibilidade. No entanto, o de. bate deve continuar. I. A.criago das réplicas é essencial, de acor- do com o Iphan, para a restauracao das escul- turas que forem eventualmente danificadas. Duas delas jé foram moldadas. As cépias fi. sicas terdo todos os detalhes das pecas ori- ginals| até mesmo as inscrigées feitas por los. Ld b Aerio ere out ons, 2) Faca uma breve pesquisa em li MOS, revstas e sites ds fim de saber quem foi ant dinhoe como sz, Escultura do prof em pedra.. a Amd... cassie Alejad Romesus de antutio oo nonin Maton conju M). inosem bf b) 0 texto indica que, no local onde se encontram as excul turasfeitas por Alejadinho, as pegas estio sujeitas 4 agio de fungos e bactérias. Que problemas a agio desses apentes bioldgicos pode trazer 4s esculturas? €) Releia 0 techo de reportagem tendo em vista a preserva «io do patrimdnio histérico. © que relata 0 texto a respeito do assunto? Em seguida, relita com seus colegas: qual é 2 30 0s motivos pelos quais é pensada a retirada dos profetas da praca piiblica? Que procedimentos deveriam ser adota- Na internet dos pela populacao e pelos turistas a fim de preservi-los? © Museu Virtual de Ouro Pre 5 to: httpyivrwnmuseuvirtual BOSE Unies e tts deouropreto.com.br/tour- virtual.html 4, (Erem-2010) eee Os tropeiros foram figuras decisivas na formagio de coonas @ 0. Vilarejos e cidades do Brasil colonial. A palavra tropeiro eT vern de “tropa” que, no passado, se referia ao conjunto de abrem uma homens que transportava gadoe mercadoria. Por volta do Poe aps século XVIII, muita coisa era levada de um lugar a outro teroscbre a ges no lombo de mulas. 0 tropeirismo acabou associado a parte salhrrssire ate atividade mineradora, cujo auge foi a exploragao de ouro epoca da consrigto, 03 materas em Minas Gerais e, mais tarde, em Goids. A extragao de Ublzadose 0s atstas emvoindes pedras preciosas também atraiu grandes contingentes (Acesso em: 27 new. 2015.) populacionais para as novas dreas e, por isso, era cada vez Nos livros mais necessério dispor de alimentos e produtos basicos. © DAVIOGHE Cartes. mando: ‘Aalimentaco dos tropeiros era constituida por toucinho, Tanticee vento (a. rovers feijo-preto, farinha, pimenta-do-reino, café, fubs e coité So Paulo: Brasiliense, 1988. (um molho de vinagre com fruto cdustico espremido). presenta as procnas caracerst Nos pousos, os tropeiros comiam feijo quase sem pete iver ears molho com pedacos de came de sol e toucinho, que Depos de lero wa, gare um era servido com farofa e couve picada. 0 feijao-tropei- semndro, em grupo, soot un ot To € um dos pratos tipicos da cozinha mineira e recebe ee een es esse nome porque era preparado pelos cozinheiros das Nc sortie woe tropas que conduziam o gado. | Dsponiet em: chp wwtnburadoplanakacomby>,Acesoem:27 nox NS Nos filmes eel i K © Abril despedacado. Diregso A.ctiacio do fejio-tropeiro na culinaia brasileira estérelacionada & de Wolter Salles Brasi¥rran a/Suiga, 2001. 105 min. a) atividade comercial exercida pelos homens que trabalhavam ee Scns, cna dentate nas minas, centre falas pela posse Ga ted Se >) atividade culinéria exercida pelos moradores cozinheiros que domme oh ie kegea ee v viviam nas regides das minas. Rebate com seus colegas como 0 ©) atividade mercantil exercida pelos homens que transporta- ee Lemmy vam gado e mercadoria. pecker sense 4) atividade agropecustia exercida pelos tropeiros que necessi- Seregas ent 3 2 phan ‘avam dispor de alimentos Se undose se Bast COOMA! *) atividade mineradora exercida pelos tropeiros no auge da ex- ee Ploragio do ouro, eaPinuto? Svcd viyitanzauy vv VAlUVaGIIIct

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