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“Do Global ao Particular”. 0 Principio da Legalidade Sem Fronteiras, Oracao de Sapiéncia proferida na Ceriménia de Atribuigao do Doutoramento honoris causa pela Leibniz Universitat Hannover ‘em 2 de Novembro de 2018! 1 imo. Senhor Presidente da Letbala Unvesit Hannove, Emo, Senhor Represenante do Estado de Fass Suis, imo. Senor Decano da Faculdade de Dirto da Unieesidae Leis de Hannover, Esme. Senhores Ductor e Presidente do Conselho Cento da Faculdade ‘de Dieta da Universi de Lisbos, Meus carosCaegas, Qoerdos Amiga, Minhas Seahorse meus Sahors, Quero agradecer, mito sensbilizado, a exrtordiniria hoara que me 6 dada de receber 6 doutoramento hows cust da Leiba Univer ‘tn nin ew spits eth ar a hei yard lang Eerie a imine nee Se de Hannover, por propos da sua Faculdade de Dirt ar um pro- Fesor universe, para mim, da aula eta sempe fo, “ne cots que sel fc, e ue fago sempre com aor paz eale- {plas receber orecnhetimenta dos meus pars, uma Caters {herent dagela onde lctono, enum out pas europe, aan da sui de um doutorament hoarse mor de toss shor ~Ensnges RoLaN® Basti, que o proisor unless no tem cuts tarefs que io jade investiga ade falar, om ai, we sonar tm vor alas wa nvertigago=" Do que ae Usa, pol ¢ de sonar a= dude de conta ese sono 08 outs para mines enna ‘So. realzgio de um sonbo 3s paniba en compaahis. ‘hors de nba, em piel, lugar a fa quem tudo devo. Dos meus pls aprend ago que sou. O meu pt, Nuno Anta er também urs, era nto, ¢ com ele aprend que siglcana 0 Di ‘eto, mas também Justi, Amina me, Marla Rea er preesor primar, «com cla aprendi a imporincia da ddicngto aos seus le ove pao por ensinar- Aes, efossm nda yi, esi fl Cisimos por sentir ete memento como estavam no dado meu douto- ‘Amina mulher, Mara oto, amor da minha vd, € vam oles de profit, una vez qu € profssora universiade Dirt Plo. IWonizando,cotuma dizer que somos casos =com comunhio de bens ‘ceepaagio de careiras, 0 que nio€ftelraeateverdade, pois avid m comm inplinmibn, em alguna mei para dos bons ¢ demas momenton da vida academics. A poss fib Sofa, que mace {entre dots sculs) no ano 200, completo dezoto ans, eminow 0 "ab a excla sem de Lisboa com 4 mas elevada das classcages (40) Ent aa Universidade um momento imporae, pos se segut ‘exempl ds pas aabou de fier une opto para to vida — mas parao curso de Bioguimicy,fgindo&"monotna” das ops aad ‘i fails, onha em sr ints. Espero bem que poss elizar tse sono acompanada (ambi porn), As "minhas eins” go> fais dedediearetahoaraacadémic, qu acaba deme stb. Roun Bai Len (Lage Iga ela hit de tale tated Ca ig de ocr, ote 197 Een aol Pt 97% p9. RRecordo a minha primeira estala em Hannover em 1990, para par= tiipar mums resniso do Grupo ELPIS, Tie entio a oportunidade de conhecer 0 Prof HitMaR FENG, "paifundador” do grupo ELPIS, pot fl crado em 1984, a parce dat sua igagdesacadémica 4 vias Fecul- dades de Ditcco europelss. O ELPIS é hoe, o maior eo male impor: tante grupo académico quc, sb a égde do Programa ERASMUS, re ne Univeriddes de tado ox pases europeus e alguns extri-europeus, promorendo o intercimbio universitrio de estudantes, professores & funcionérios no dominio do Dieito. ELPIS é « denominagio abreviada ds expresdoinglesa “European Legal Practice Integrated Studies” mas. significa iguaiment “esperanga, em grego antigo, que & a qualidade que melhor deve caraterizar a Universidade, de hoje ede sempre. Do ELPIS, rede de incercimblo académico (Erasmus ELPIS Network”) va «sur- si, desde 2006, um Mestrdo conjunto com 0 mesmo nome, qe €le= ‘lonado pelas Faculdades de Direit das Universidades de Hannover, de sboa, de Rowen e de Winius (2 Universidade Mykols Romer), sem- pre com o objetivo de formar verdadeiros jurists europeus (¢ que ob- {eve apotofinaneero europea, através do programa Erasmus Mund). "Nunca poderia imaginar, ness dia de Inverno de 1990, em que che- ucla Hannover pela primeira ver gue, sos mais tare, a parr de 2015, e depos de companhar ede aprender com as extrardinéias l- ‘derangas dos Profs. Hitatax FeNr e Bexsn Orrenmans, que poderia ser eleito para Ies sucedere continuar 2 tarefude coordenat "espe ‘anga” (0 ELPIS), contribuindo para acriagio de uma “Europa das Unk- versidade’ |A Universidade de Hannover sempre se dstinguu pela excecio- ral qualidade dos seus Profesores, a comegar por aquele que The di 0 nome, Gorrrasen WitirL Lenz signe firsts, flésof, matemi- ‘ico elentista, que dedicou a sua vida a coneiit« wnidade com o inf ito pessoal com o universal, através da tese Hsotca das nimad No dominio do Direito, com aesrta do seu «Novo Método para Apren= der e Ensnar a Jurisprudénciae (-Nona methadurdisendae dotndasgue Juripradetaes), Lasaxtz dou ini ama tadigto, que tem sido seta= pre continuada pela Faculdade de Dirt da Universidade de Hanno ‘er, de procurarconclar oconteide com a metodologia, a eora com a rica, o Dizeito Alemio com o Direito Europeu, como Internacional e ‘como Global. Posso-vos dar conta desta tradgio de Lerant, lembrando alguns srandes Professor de Hannover, que te a elicidade de conhecer nas ‘minhas miliplas vistas & Universidade, tanto para ensinar, como para participi em coliquios ox conferéncis na sua Faculdade de Direto. (0 Prof. Hitaax FeNck fol, como se detxou antes dito 0 primero coor: ‘denador do ELPIS, mas fol também, para alm disso, um grande Pro fessor de Dirlea Civil ede Processo Civil le € um verdaelro cdadio ‘rope, qu fol percursore ploneiro do programa Erasmus, ¢ que ens- ‘ou em miitas Unlersidades europzas, tendo lecionado vias vezes na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, ‘Seguiu-se-he, na coordena;to do BLPIS,o Prof BexxD OPeERan, ‘que € um espectillata de Direto Civile Comercial Alemso, mas tm ‘bem Buropet e Internacional, fizendo assim jus §tadigto cosmopo- Tita, inciada por Lemme, Com cle enive em coldquios, coneréncis © reunides da China ao Bras pasando por numerosss cidades da Europa ‘do mundo, As sas do Prof OrFERMANN 3 Faculdade de Dicto da Universidade de Lisboa sto frequents ¢ regulars, pars ensinar 0 Curso Intenso de «Diseto Europeu da Concoréneit, tendo partcpado jgualmente ns ConferénciaInteactonal Comemoratva do Ceatenilo dds Faculdade (2010). [Em Hanover, tve também a fliidade de conhecer o Prof. Hstko ase, que parlhou comigo algumas dss suas aulas de Direlco e de Procesto Adminlstrtio, e de quem adotet « nogio de “Adminiseacio Infvesteuura” (-infastroksurVerwaleunge), tipica do Estado Pis- Socal que ainds hoje tlize no mew ensin, Da mesma malta como foi também em Hannover que conheci o Prof. Errinc,cujs estudos sobre «Diseto Fundamentais» esbém nfluencaram as miss cons- trugies doutrnirla, Ou o Prof, Virrt MEE, com quem tenho com- patihado a mess em vtiasconferénias, na Universidade de Rouen, que também Js parscipou em conferéncias na Univerkdade de List bor. Ou ainda do Prof. GERMELMANK com quem me tenbo encon- trado recentemente nas reunides do ELPIS, assim como da SIPE (a que ambos pertencemos), especalsa em Diteito Furopeu, que val ese fo ensingr um Curso Intensva de Direito da Energia a Lisboa, e que teve a amablldade de me fazer hoje a Lauda, jntamente com o Prof. Onrenas. | | (0 tema desta Oragio de Supitneia prende-se com as minhas matérlas de preilegdee continua a ultima conferénca que, aqui em Hanno- ‘er,em Janeiro de 2018. Como eabem, sou tum Professor de Dieito Pi blico que priiegio oensinoe a esrta nos dominios do Diteito Ada ristratvo edo Processo Adminisratv, mat que nfo descuo 0 dominio dda Direito Consitucionl (c, em expec, dos Diritos Fundamentals), assim como outras fens juridicasrelativamente novas, como 0 Diseto do Ambiente e o Direto da Cultura. Contudo, nos ikimos anos, tenho vindo a trabalhar nas moderlsimas questbes do “Direito Piblico Sem Frontera’, onde se procura combinar a tila vertente da andlise do Direito Comparado, do Direto Europeu e do Direto Global, adovando ‘uma versio cosmopoltae multilateral dos fendmenosjuriico-publices. ‘Aconferéncis que aqul fiz, no inicio do ano, vesava sobre «O Impacto do Dircto Administrative Sem Froncelras no Diteito Administrative Portugués agora vou falar-ros das consequéncas do Diteto Adminis- rativ sem Fronteias na tora das fontes do Direto Pblico, em espe lal do Direito Administativo, A inssténeis na perspetiva do Direto Diblico sem Fronteiras ¢ plenamentejusificad, anda para mats noe dias em que vivemos, em que parecem ter voltado os populism, na Europa como nas América, obrigando os ckdadfoscuropeuse cosmo- polta a reagir contra este verdadelro «Ovo da Serpente» (como The ‘haa, no se filme, INGMAK BENGaAN)* Por dkimo,algumaspalavas quanto & questi da lingua. Hestance ‘quanto &utiizagio do alemio ou doings e tendo ji utlzado uma e ‘utra em eventos anteriores, decii-me (com o beneplicito dos meus “padrinhos’, a quem consult) 2 uslizar 2 inguaalema nests conside- ages inlets, sssim como nas conclusias a lingua inglesa durance tratamento do tema cletlica. Assim se procuras honrara Univesi= dade, que me confere o doutoramento homo cass, 0 patsem que ela ‘sti instalad, pelo uso da lingua alema, por outro lado honease tam ‘bém o cosmapolitisna de Hannover eda Alemanba de hoje, conferindo * co Pensa a Sim The apt f Adie Law wns Fanon ‘apne Admission ed cn ace 2 Pcie Deo sats Unter Hanne nian Feasts Gar ‘eres HOrrennae Vaso Pasa nS ey etn Lg Ses 1s Uneroatoerg ae Ween Hale der Soe 2019S ‘ide one de ca Besa» De Sgr 97 uma dimensto mais internacional a este evento cent, uilizando a Lingua do ELPIS, que é ingles, De resto, como se podria der, para- fraseando Unpeer0 Ecco, questi nio é essencial em face da divers. dade ¢ da helees de eada wna das inguas europoas, pols “a verdadeea lingua da Europa ¢ a tradto" a ‘A passagem do principio da legalidade para o da jurdicidade & um dos temas mals apalzonantes eatuais da teora das fontes dos modermos Direto Consttacional ¢ Adminstratio. Mas é também sintomtica da ‘wansfomasio de um Dircito Adminisrativo,exclusivamente nacional, pra urn DireitoAdminstativo sem Frontelr. (O principio da legaldade no Delt Adminisrativo reve uma infin a aificl™, que necesita de ser sulbmetida &psicanslis, para se poder fentender 2 etolugi das fonts de diet. Na verdade, 0 modo waumi- ‘ico como Direto Administrasvo concebeu 0 elacionamento entre a ‘Adninisragio Publica ea Let obriga a teequacionara temitic ds fon- tesde Direito Pablo. ‘A construshotoérics do principio ds legaidade fo o grande conti- ‘buto dos autores iboras para 0 Direto Administativo. Segundo cles, 1s Adminstagio Publica devera ser entendida de forma liitada, tanto ‘rgiales como funcionlmente, Na dea de wm liberal (do séeulo XIX}, aquilo que cabla 4 Adminstragio era a garantia da Iberdade eda pro- vac Panna m4 Ss, but, ibe 20, yom usa do principio daJegaldad, Os dietosadministrativos sf, por Tivo, dieitresenient staat Tal no sigicaa, pom, o total aheamento da doutrina admis tuuva elses elatvamente ao que se pas ho oxdcnament jr Aico de ours Estados Ves o eso de um dos “pafundadores do Dircio Adniniseato, Or Mave, cjes dat ors mals emblem teas versam sobre o Ditto Adminiatatvo Francs e sobre 0 Alemo ~ respectvamente, «Theorie des Franatschon Vervaltengrecht, ‘Deutsches Vervalungectn” Ma, Orvo Maren considers scr neces Siro comegat por esta aprofundadamenteo Dieto Administra Francis ab depos ¢ ques jl estar em conden pra “comaea™ oDiceo Adminisatio Alemio. ‘Ditto Adminiseavo Francs consuls sim uma font nape ‘aor da constugo juris, eaborada por Orro Maren pars 0 tet Alemio. Conforme escreve Or70 Mave o prefico& edge dbo 2" “As ts pina vertentes da “latemaconlzagio™ do Direto Ad- ininlriivo st (mi sentido crescents): o Dieito Adminisratio Com- Farado,o Dire Adninisrato Global, o Delo Adminisratvo Eu- Fopeu. Vertentes ets cujo nel de acennugSoe de desenvolvimento Gifere depts psa pal de acordo com especiidaespropris. Siva «Dit Ammiieon ahaa, a GeVGanco (cna) ra dl Dito ‘slept hy 7 gp i a Coe ‘Gener, vl: Gti, Milan, 2000, pigins 19 « seguintes ratio di itt Ami ‘art De Armin Gone role Gaels 200 Maso ‘Gar sie mina Eaopos Gin, ln 199 Moss 0 Duo i Dias Anminiaras Vero fe Demet Abana Tene Diets A mon 2 07, pg 0 septs Han Carano Gara, Tata Datas Anat Ege Che Mane 97, "ano Raa creat dif Amin Tes Gedo Dien ‘ier n-ne dl Dine Pear rr ag de 80 pia 2 "Dovorat my amand Germans nes Lanne 20; ARDLYON ‘Hoan Demin srg fia Wee ne Berane ‘nein sucht hack Sees Reson bce 98,2007 ‘lc 6 sin, Sao Ca, sla Sunde be Nan! Ade ‘rc, 2008 rsp. ‘eo eanan 4 Sn ape laugh Minit, Caden defo Ani 38, ln Aga 20 pas eps. de exemplo, a simples eonstatagio de que a dimensso comparatsta & tendencalmente mais acentuada em Fang, enguanto que a vertente ‘global € tendencialmente mais forte no Reino Unido © os BUA, 20 psso que a vertente europea &tendencslmente mals notes na Ale smanka eem lth, 2. AsTrés Vertentes do Direto Administrativo sem Fronteieas 2.1 0 Direito Administrative Comparada Dimensio essencial do Direito Adminstrativo sem Frontera &« nova relevineia dada 20 Diteto Comparado, Na verdade, 0 Diteito Compa rado delva de ser apenas um elemento uiizado pels doutrina ov una fonte de inspiragio para o legislador, para passar a ser simultaneamente ‘um instrumento operatvo nas tarefa de interpretagio de aplicagio as normasjuridiase uma fnteautdnoma de Direito Administrativo. Esbogando uma esquematizaco vilida também pars outros ples, cescreve Famice MELLeRRay que a evolugdo do “argumento de direto comparado’, no Direto Administrativo Francés, passa por trés momen of, que soos seguines: 1) 0 tempo da jusifcagzon. Assim, ono ico, pars a maiorla dos autores que utilzam a téenica eomparatia (“a démarche compa. tative") do que se trata & dea ulizar par explicar a orginalidade do Direito Adminisratvo Francés, quer dizer, hstorlcamente 2 ‘dulidade de jurisdigdes eo lugar ocupao pelo Consclho de Es- tado e pelo Direito que ele grandemente elaborot, Esta € uma _posgiouilsria do Direito Comparado, que visa obter um efeto de confirmasao e de auto-legtimacso dis escolhasnacionals, O “ AvEY, ‘manifesase, no Direito Francés, entre outras coisas pela ciagio do Provedor de justiga (*Médlateu) por infligncia da Ombudsman es- candinavo" ~ ou pela proiferaco de awtoridades adminicatvas inde- ppendentes — por influéncia do sistema anglo-suinico. Mas, simultane ‘mente, € forgoso admitir que «0 argumento de Direito Comparido & sempre sletvo, muitas vezes deformado, muitas vezs instrumentali- ado e autjustifiativo»”.O “argumento de Digeto Comparado” ¢«e- letivos, pois notmalmente envolve apenas comparagies com o sistema anglo-saxénico ou com 0 alemdo; & deformadox, pos as informagdes rem sempre so corretas ou atuallzadase ¢wnstrumentallzado e auto- -Justcaio», uma vez que saqueles que o invocsm acabam ivaravel- ‘mente por sublinbar s partculardadesiredusiwes do sistema frances (learcBunvao Aver)" Em Portugal, a “abertura” 20 Direito Comparado provavelmente ‘um pouco maior do que em Franca, mesmo se também, multas vezes scletva, deformada eauto-justifstiv, A defnigi dos economist, ‘que Portugal é um “pequeno pals com uma economia aberta ao exte= ‘Hor € vida eaplicivel também ao dominio do Direto Administatvo, {que pode ser consderado como um sistema “aberto a0 exterior”. [Na verdade, © Dseto Portugues caacterzouse, desde sempre, por ‘uma importante dimensto comparatista, podenda a sua evoligio re- ‘enteser caracterizada ns egulnts és Fes 1) A fase de inlugncia dominance do Dirito Francés, no periodo que val desde os primérdios da Justga Administraiva, mas em 2 juaemeenat Ave fics a Bic Mean! guest de B Cen BA, pers "ann enean Aun, Peso, Paice Mesh’ Agumet de DC en DA, ‘especial desde 0 inicio do século XX até A Constituigio de 1975, Esta stuagio de “dependénci relaramente a0 Dielto Francés (Ganto na le, como na doutrina ema jurisprudénca) nto imped, fo entanto, uma clara divsto dogmaica 20 nivel do ensino do d- reito, geografcamente delimitads, que permits falar na Yescola ‘deLiboa” (Marcello Caetano, Freitas do Amara), onde ers not Fin ess dependéncla ances, ena “cecla de Coimbra” (Afonso Ques, Rogro Soares), multo mais maread pela iafluncia do Direto Alemao; 2) A fase de infuéncia europela continental, iniinds 4 parte da Constiuio 76. até 4 adesio a Unite Europein. Eta fase €mar- ‘ada por uma malor e mais diersfeads abertrae permeshil- «dade aos sistemas juriicos do continenteeuropeu, especialmente aqueles que nosicam mals prnimos. Asim vrlfica-se uma grande infuzacia do Direito Alemao (que ¢, proviclmente a determi: ante), do italiano, do espanol (muitas vezes ainda “recalcad ‘0x “inconscente”, mas real eeftva),acompanada de uma rel tivamente menor importincia dada ao direito anglo-saxénico, {8 A fase te abereura plural edversfiada tanto aos sistemas de d= reitoe rpo continental como aos anglosaxénics, que se veri fia sobretudo a partir da adesio de Portugal & Unio Europeia (0985). Aqui, 20 lado-de uma acentuado reforgo da dimensio europels da consequente europeizazio do Direito Administ _tvo Portugués, comesa igualmente a verifiarse uma evidente influéncia do Direto anglo-sanico. (so surgimento das autor- dades administaiva independemtes, das “agéncas” administra thes, da pevaizagio da Adminstragio e consequente “fuga para 0 diteico privado”, da contaragio administratia do estatuto dos “eabalhadores’piblicos),conduzindo a uma verdadeira glbal- zagiodo Direito Administrativ. © atual estado de coiss obigs, no entanto, a proceder & distngio centre o que se pasa ao nel da legllagioe da jursprudéncs, em que ss rofeéneias 20 Dieito Comparado efo também mies vezes “slates, eformadas, nstrumentalizadas ¢aut-jostifcaivas,daguile que se ve- rife ao nivel da doutrina, em que é novia uma grande “abertars 10 cenerior”, mesmo se énecessirio proceder 8 ditingo entre “‘manusi" “aisseragtes,sendo os primelros mals “parogulss” eas segundss ver ddadeitamente "cosmopolitas” (0 que toma possvel afirmar que a dou ‘rina portuguesa ‘tem mundo") Em nostos dis, doutrina encontrar, tants vezes, aut stua- slo de transitoriedade, Se jd se prostaatengSo is quests compara~ {tins alnda nto se tomou wrerdadcirameate conscféncia de que, et consequéncia da globalizago, os nossor Diteltos ~ os nossos Direitos ‘Administratives, como o resto do ordenamento jardin ~ ensontram- -se submetids a fenémenos de lu-de-bragos ("hrssage”),envolidos ‘em flaxoscomplexos de infvéncareciprocs Ito é pariclarmentever= dade na esera europe, em que os Deltas Administratvos se influen- ‘iam recprocamente, entam em concorréncia pa in lenciaro Direito Europeu, so inluenciados por este, et» (Jeax-Baxxann Atty)” [Na verdade, se se tiver em conta os dominios de mais intensa globa- lizago jridica (ja no dominio do Direito Comercial Global, no qua (Sanivio Cassese), Em consequéncia, onto hs uma ordem pre- valecente, como a do Estado, que se afmou sobre todos os ou ‘10s poderes nos ordenamentos esas interos. Agu, existe stutoridades sectoriase, muitas vezes, apenas redes sectors de autoridades naconals. Poe ese motivo, cada a probleme, tf pica Jo Estado, das relages entre Bstadoe peril lose aplica 0 Direito Administra Global» (S4RIN0 CASSUSE)"-E por 0, «que € prferve falar em governance verde gover (“gver iment), no sentido de que existe a atvidade ow o feito de gover ‘ar, mas no a insttuigio, oxo esatuto Juridico ('o di regia”), pretendendo com este terme sgnifiar que ab ordens interna: * sano Cae, Camber Te. Sete p.ssew, Sam Cases, Gander SG. per A Nn nSanno Cases Oe peers G.pertD.A Ns inSaane Cass Ove

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