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© 1968 Copa Faber nd Fate = ‘io SUMARIO eee eee Introdugio: Eliot ensalsta, 9 “Tradigi e talento individual, 37 Dada de Cana a ‘A fungto da rica, 49 ee Peo aero aa (0s poetas metaiscns, 113 ‘Andrew Marvell, 127 John Dryden, 148 a 1. na, William Blake, 161 nay "TS Et us. nats eed an San | ‘Swinburne como poeta, 168 oe isa Ba, | ee 1 Bos ioe than THe | As Ponsees de Pascal, 189 Baudelaire, 207 | Ammo Pater, 222 fees Notas, 238 jee poet Indice, 250 INTRODUCKO. (192), rhe clas ad th man of ters 94), Reunion 83 detracton (345), Whar casey Ono) (9 Mtn (194), Notes tors tc agnaon ety tue it), Pory and ana 98D, Te enter tam (830, Ess on pes and poets (ith, Coe {erent Erowegeond cee ote OFM. Bratey (O08 To ease eo toe Rio, agosto de 1989, TRADICAO E TALENTO INDIVIDUAL 1 “ta céncia da arqueologia. ‘Com toda certeza, 2 palavra nao costuma aparece em nowsasapreciagdes de escrtores vivs ou mortor. Cada na- ‘fo, cada raga, tem ndo apenas sue tendénciacriadora, mas também sua tendénca critica de pensar; est tambéen mais alias fabs imitacdes de seus bites crticos do que 4s de seu gtnio criador. Conheceros, ou supomos conhe- cer, parr da volumosa massa de textos critcos que sut- ‘cam em lingua francesa, 0 método ou hibito critic dos franceses; conluimos apenas (somos, portano, pessoas in- conseientes) que 0s franceses sto “mas eriticos™” do que ds; ds vezes até nos envaidecemos deste fato, como se ” TRADIGxO & 0s francesesfossem menos espontneos. Teleco seams mas abe lembrar que a critica € to inevitével quanto © ato de espirar, e que ndo estariamos em piores condigées pelo fa to de articularmos o que se engendra em nostas mentes quan 4o lemos um livre ele nos emociona, por entcarmos as ossas proprias mentes em sua taefa de crtcar. Um dos fatoscapazes de vr uz nese process é nossa tendéncia em insistir, quando eloglamos um poeta sobre os aspectot 4e sua obra nos quais ele menos se assemea a qualquer futro, Em tas aspectos ou techos de'sua obra pretende- ‘mos encontrar 0 que € individual, o que éaessncia pecu- liar do homem. Salientamos com stisfagdo a dferenca que 0 separa poeticamente de seus anteessores, em especial of ‘mais préximos; empenhamo-nos em descobrir algo que pos- sa ser isolado para assim nos deletar. Ao contriro, se nos aproximarmos de um poeta sem esse preconceto, podere- mos amiide descobrir que nto apenas o melhor mas tam- bbém as passagens mais individuals de sun obra podem ser aquelas em que os postas mortos, seus ancestrals,revelam Imai vigorosament sua imorcalidade. Eno me refio & &po- ‘a influencavel da adolesctncia, mas ao periodo de plena maturidade, ‘Todava, se nica forma de tradiclo, de egado & ge ‘ago segunte,consiste em seguir os eaminhos da geragto Jmediatamente anterior nossa gragas a uma timida e coga aderdaciaa ses éxitos, a “tradipio™ deve ser postivamente ‘dsextimolada, 14 vimos mnitascorrentessemelhantes se per deem nas areas; e @ novidade é melhor do que a repet fo. A tradicdo implica um significado muito mais amo. Ela mio pode ser herdada, ¢ se alguém a desea, deve ‘conquistiela através de um grande esforgo. Ela envolv, em primero lugar, o sentido hstérico, que podemos conide- ‘ar quaseindispensével »alguem que pretenda continuat 38 TALENTO INDIVIDUAL poeta depois dos vintee cinco anos: €o sentido histérico implica a pereepslo, ndo apenas da eaducidade do passa- dd, mas de sua presenca; 0 sentido histrico leva um ho- mem a escever nfo somente com a pr6pria geragto a que pertence em seus 0880s, mas com um sentimento de que to- da a literatura europtia desde Homero e,nela ineluida, to da a Tteratura de seu proprio pais tém uma existénca si ‘multénea econstituem uma ordem simultines, Esse sent do historico, que ¢o sentido tanto do stemporal quanto do temporal edo atemporal eo temporal reunidos, 6 quetorma lum esritor tradicional. E €ss0 que, a0 mesmo tempo, faz ‘com que um escrtor se torne mais agudamente consciente 4deseu lugar no tempo, de sua propria contemporancidade. ‘Nenhum poeta, nenhum artista, tem sua signifieso completa sozinho. Seu significado ea apreciasdo que dele fazzmos consituem a apreiasdo de sua relagdo com os poe- tas os artistas mortos. Nao se pode estimaloem si €pre- ‘so situ, para contraste e compararto, entre os mor- {0s, Entenda isso como um principio de esttica, ndo ape ‘as histoica, mas no sentido eriia, E necessrio que ele fejaharménico, oes, endo unilateral que ovorre quando ‘uma nova obra de arte aparece é 4s veres, o que ocorre Smultaneamente com rlapdo a todas as obras de arte que a precedem. Os monumentos exstentesformam uma order ‘deal ete si, e eta 9 te modifica pelo aparecimento de uma nova (realmente nove) obra entre cles. A ordem exis- teate€ complete antes que a nova obra aperera; para que a ‘ordem persstaapos a introdugdo da novidade, a fotaida- de da ordem existente deve se, se jamais 0 foi seque eve niente, alterada: e dese modo at relapdes, proporgoe, v2 lores de cada obra de arte rumo 20 todo sto teajusados; ‘a reside a harmonia etre 0 antigo eo novo. Quem quer ‘auc haja aceto esta ideia de ordem, da forma da literatura » TRADICAO #

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