Download as pdf
Download as pdf
You are on page 1of 19
Mas, e «como nfo hé bela sem sendo»,o VAL também revela duas importan- les limitagdes: a avaliagdo de projectos mutuamente exclusivos ¢ com diferentes anu vidas tteis ¢ a avaliacio da decisio genérica de substituigao de equipamentos. ciel ‘Vejamos resumidamente, ¢ através de pequenos exemplos, as duas ques- Est WWes suscitadas. Suponha que se the deparam duas alternativas mutuamente exclusivas obt ppara a aquisigo de uma méquina e que os cash flows dos custos so os seguin- tes (valores em contos): ‘CASH FLOWS vipa Orit e 6 6 o - a Maquina A 1000 240 240 - 2 anos, i Méquina B 1200 200 200 200, 3 anos ou Caleulemos os valores actuais, considerando uma taxa de desconto de 10%: 240. 240 VA (A) = 1000 + + ———— = 1416 contos 110.10? 200200 200 VA (B) = 1200 + + = 1697 contos s 110 (1.10)? (1.10 © y ‘A maquina A é preferivel & méquina B, pois apresenta um valor actual a dos custos inferior; contudo, nao € legitima a comparagao dos dois valores i actuais, uma vez que as duas maquinas ndo tém a mesma vida util (no termo do perfodo 2 a maquina A teré que ser substituida). Ha diversas maneiras de ultrapassar aquele problema, de entre os quais se salientam 0 método dos ciclos (identificagdo do mimero total de ciclos que proporciona uma vida Gtil idéntica para ambos os investimentos) eo método do custo anual equivalente, Detenhamo-nos sobre este ultimo método, por ser © mais divulgado, Relacionemos o valor actual da maquina A [VA(A)] com uma anuidade a dois anos, mantendo a taxa de desconto de 10%, e em que A% yo = 1.7355 ~ vide as Tabelas Financeiras em anexo: 1416 = C x 1.7355 1416 1.7355 816 contos vortan- srentes rentos. sques- tusivas seguin- oa Um sntos Jor actual ‘is valores (no termo € os quais ciclos que ‘método ‘do, por ser a anuidade i= 1.7355 Uma corrente de pagamentos de (1000, 240, 240) € equivalente a uma anuidade de 816 contos, ou seja, a utilizagao da maquina A durante diversos ciclos € equivalente a pagamentos anuais de 816 contos, indefinidamente. Este € 0 custo anual equivalente. "Adoptando idéntico procedimento para a méquina B, eem que A} 19 = 2.4869, obtemos: 1697 2.4869 = 682 contos ‘A méquina B € entao preferivel & méquina A, pois o seu custo anual equi- valente € menor. Finalmente, a avaliagSo da decisio genérica de substituigéo de equipamen- tos, ie. a avaliago da oportunidade de substituigo de um equipamento por jutro, pode ser facilmente efectuada com a adopeHo da seguinte metodologia: 1 — Calculo do custo anual equivalente do novo equipamento. : 2— Céleulo do custo anual do equipamento existente que, em principio, & crescente. 3A substituigio deverd ocorrer antes do custo do equipamento exis tente exceder 0 custo anual equivalente do novo equipamento, Vejamos o seguinte exemplo. Suponha que a sua empresa esté isenta de impostos e esté a ponderar a substituigio de uma méquina por outra tecnologicamente mais evolufda, que ‘usta 18000 contos, tem custos anuais de manutengao de 2000 contos, uma Vida Wil de 8 anos e um valor residual de 4000 contos. Considere ainda que 3 méquina actualmente existente tem as seguintes perspectivas € uma vida itil esperada de 4 anos: Pee eee VALORES EM CONTOS anos CcusTOs DE MANUTENCAO VALOR RESIDUAL ° o 8000 f 2000 5000 2 4000 3000 3 6000 2000 4 8000 ° ee : Considerando uma taxa de actualizagao de 10%, apliquemos a metodo- logia referida. 305 1° Passo — O custo anual equivalente (CAE) do novo equipamento é a e es e VA = 18 000 + 2000 Af) ~ 190° 36 g04 contos t (1098 c 2 804 4 CAB = 26804 26.804 contr Abo 5.3349 2. Passo ~ O custo resultante da posse da maquina durante mais um ano é: 0 8000 +2000 5000 _ sony contos 1.10 1.10 E 0 custo anual equivalente resultante da permanéncia em fungoes da méquina durante mais um ano, é de: 5.273.(1.10) = 5800 contos 3." Passo ~ Comparagio dos cash flows: YALORES EM CONTOS SUBSTITUICRO DAQUIA 1 ANO, SUBSTITUIGAO MMEDIATA Ano! Ano 2 Ano 3 Ano Ano 2 Ano 3 : soz $024 seas 5800 5024 so24 —— A ilagdo a tirar é simples: 6 observe-se, que é sempre conv anos futuro: influéncia preferivel a substituigdo imediata da méquina; ‘eniente analisar 0 custo dos equipamentos nos + pois © comportamento das despesas de conservagdo exerce uma iportante na decisto a assumir, 4 ~ Os métodos de avaliago da deciso de financiamento dos investimentos 4.1 ~ Introdugéo Os métodos cientificos para a avaliagio da de timento baseiam-se, como vimos, ais, no pressuposto de que o sei rado por capitais préprios. s projectos de investimento so, dos numa perspectiva predominanteme! lo econsmica de inves- na actualizacao da série dos cash flows anu- u financiamento sera integralmente assegu- Portanto e numa primeira fase, avalia- nte econémica e no pressuposto de que 306 Se eno é: um ano é: ingoes da FEN CONTOS No. maquina: rentos nos xerce uma ade inves: flows anu- te assegu- ase, avalia- asto de que ndo existem quaisquer limitagdes de natureza financeira; contudo, nao s6 existe uma efectiva interdependéncia entre as decisées econdmica ¢ finan- ceira de investimento, como também o funcionamento dos mercados de capi- tais nem sempre € competitivo e os intermediérios financeiros muitas vezes colocam condicionalismos de varia ordem para a sua intervengao. ‘Vamos seguidamente estudar os principais métodos para a avaliagio da decisio de financiamento dos investimentos: +O custo do capital. + 0 custo marginal do capital. +O custo actual das fontes de financiamento. +B, finalmente, 0 valor actual liquido da decisio de financiamento. 4.2~ A teoria do custo do capital Segundo a teoria do custo do capital, a decisio de financiamento deve fundamentar-se no custo total médio ponderado e corrigido dos capitais uti- lizados pela empresa (ou apenas custo do capital), da seguinte forma: + A taxa de actualizagio para a aplicagao do método do valor actual liquido (VAL) deve ser igual ao custo do capital. + A taxa interna de rendibilidade (TIR) dos novos investimentos deve, no minimo, set igual 20 custo do capital. ‘Vejamos, entdo, como se determina o custo corrigido dos capitais utili- zados pela empresa. 4.2.1 ~ O custo dos capitais alheios © custo dos capitais alheios que importa considerar é 0 custo nominal total corrigido dos efeitos fiseais (KNTC) — vide ponto 5.1 do Capitulo I: +O custo nominal (KN) deverd ser acrescido de todos os custos explfci- tos (KX) - «spreads», comissdes de garantia, comissdes de intervencao, custos resultantes do pagamento antecipado dos juros e outras despesas ~ e de todos 0s custos implicitos (KI) ~ v.g., perda de descontos finan- ceiros ou outros custos de oportunidade; +O custo nominal total(KNT = KN + KX + KI) deverd ser corrigido dos efeitos fiscais, através da aplicagao da j4 nossa conhecida expresso (onde t representa a taxa anual de impostos sobre 0s ucros): KNTC = KNT. (1 - 4) ace ee A EMPRESA B propée-se realizar um ciamento serd garantido por erédito dos seguintes condigSes: * Taxa de juro nominal (KN): 15.0%. + Aval bancério (garantia) 1.5%. + Outras despesas 0.75%. Supondo que a taxa de IR daquela fonte de financiamento serd de: KNTC = 17.25 x 0.60 = 10.35% © exemplo apresentado mostra-nos claramente a nece: deragio dos efeitos fiscais, para efeitos da determinagio do tais alheios globalmente utilizados pela empresa ou, mento de determinados projectos; lade da con usto dos capi- apenas, para o financia- saliente-se que, sendo este aspecto muito relevante, também constitui uma forma de corrigit 0 pressuposto metodol6. gico relativamente ao financiamento dos projectos, assumido na primeira fase da sua avaliagéo (decisdo econémica). Finalmente e como teremos a oportunidade de estudar nos pontos 2.5 e 3 do Capitulo V, im porta acrescentar que 0 custo dos capitais alheios, como alias ¢ também dos capitais proprios, & uma funcdo crescente do risco finan. ceiro da empresa, 4.2.2 — O custo dos capitais proprios Os capitais proprios apresentam sempre custos explicitos ou implicitos Os Custos explicitos identificam-se, normalmente, com os dividendos distri, buidos aos sécios € no so, na generalidade dos paises, fiscalmente acei. tes? 08 custos implicites podem traduzir-se em dificuldades futuras de ele, vagio do capital social das préprias empresas. Os custos dos capitais préprios sto, em principio, mais elevades do que os Custos dos capitais alheios; na verdade, o problema é, em condigées normais de rendibitidade global da empresa ¢ de actuacao da fiscalidade, moito simples: * Se os titulares do capital investirem menos nas proprias empresas com © objectivo de beneficiarem de outras oportunidades de investimento, teremos: maiores custos financeiros, menores impostos sobre o rendi, mento e maiores riscos financeiros globais, snk vio $e tm tentado em diversos puses — ¢ Portugal nlo €excepeto... ~ que os cus {5 explicitos dos capitais proprios sejam fiscalmente aceites dentro de determinatos hice © condicionalismos.. 308 Projecto de investimento cujo finan- fornecedores das imobilizagdes, nas C € de 40%, 0 custo nominal total corrigido sient jo finan- ‘es, nas corrigido Ja consi: dos capi- financia- sto muito aetodol6- aeira fase Mos 2.5 ¢ ‘0s, como, co finan mplicitos: Jos distri ante acei- as de ele- do que os rormais de simples: resas com estimento, © o rendi- que os eus- 1ados limites * Se os detentores do capital social investirem mais nas proprias empre~ sas e sacrificarem outras oportunidades de investimento, teremos: meno- res custos financeiros, maiores impostos sobre o rendimento, menores riscos financeiros globais e preservagio da reserva financeira estratégica. © desejivel equilibrio entre aquelas duas situagdes alternativas ¢ extre- mas constitui uma importante questio relacionada com a estruturagdo dos capitais permanentes adequados e o planeamento financeiro da empresa a Tongo prazo, a que dedicaremos o tiltimo capitulo deste livro. "A remuneracao esperada pelos titulares do capital social da empresa (expec- tativa de remuneragio) é naturalmente subjectiva, pois varia com as oportu- rnidades alternativas de investimento, 0 tisco ¢ a conjuntura econdmica e finan- ceira global; assim, a remuneracao esperada para os capitais proprios (K-) identifica-se com 0 somatGrio da sua remuneracao isenta de risco (Ke,) ¢ do prémio de risco (P). Ke = Kor + Pr Salientamos que a expresso anterior assume que a inflagio est contida ‘na remuneragdo sem risco, pois, ¢ se esta hipétese nfo ocorrer, dever-se-é ter em considerago a taxa anual da inflagdo. ‘Observamos que a remuneragio esperada para os capitais préprios (K.) se identifica com 0 simbolo r do modelo de equilibrio dos activos finance r0s (capital asset pricing model), Kc',, com t; (taxa de remuneracao dos bilhe- tes do Tesouro acrescido do risco de maturidade ou, simplesmente, a taxa de remuneragio das obrigagdes do Tesouro) e 0 prémio de risco, P,, com 0 risco de mercado da empresa, (rm ~ r7), ponderado que seja o risco especifico do projecto ~ vide ponto 3.6.3.1 deste capitulo. Embora com um interesse marcadamente teérico, sobretudo para os pat- ses com mercados de capitais pouco activos e com elevado niimero de socie- dades por quotas, passamos a fazer algumas breves referéncias ao custo das acgées ordindrias, das acgdes preferenciais ¢ da novas subscrigdes de capi- tal, com base no Modelo de Gordon™ Salientamos, a seguir, alguns dos mais importantes pressupostos em que assenta 0 Modelo de Gordon: 1-0 principio da continuidade da empresa. 2 Embora esta expresso esteja muito divulgada, certos autores assumen Ke= t+ 3 0 estudo aprofundado deste modelo transcende 0§ nostos propSsitos. pelo que reco- ‘mendamos algumas das obras referidas na Bibliogratis, UsP 309 @ distribuigao de maiores dividendos futuros, 3 ~ A taxa de actualizagio idemtifica-se com o préprio custo de cada acgio. Enquanto o primeiro pressuposto ndo nos merec ¥ios especiais, pois integra o conjunto dos prinefpi. cionalmente aceites, jé 0 segundo ~ e conse, levanta algumas reservas; realmente, quando se afirma que 0 prego de cada Sce20 depende exclusivamente dos dividendos futuros, implicitencae ce considera que o comportamento dos diversos agentes scontmiean com Pletamente racional ¢ que, portanto, do $6 possuem uma boa capacidade de Previsdo, como também dispdem das informagdes neveesanras Para esti- marem com rigor a taxa de crescim das empresas. O Modelo de Gordon, apesar das lim con- indo. a constituir um sti instramento teérico para quantificagao do prego das acces das empresas de capitais puiblicos, ie. Conde has Bolsas de Valores, "€ quaisquer comenté- ios financeiros interna- quentemente 0 terceiro — nos itagdes referidas, continua, 2) Vo = Valor actuatizado dos dividendos esperados itimitadamente ou prego da acgao no termo do momento 0. Do = Dividendos distribuidos no tiltimo ano. Dx = Dividendos anuais esperados (k= I. ny... «), B= Taxa de crescimento dos dividendos anuais em relaga0 a0 presente {ano 0), Ke-= Taxa de remuneragio esperada, ajustada a0 risco espec' empresa, Das expressdes 1) e 2), tira-se: tos divi- o indi- vem para ja accao. omenté interna- ro — nos > de cada mente Se vs € com ipacidade para esti- vs futuros nua, con »do prego Bolsas de » 2» we ou prego ao presente specffico da 3) © custo das acgdes preferenciais®S, em que o montante dos dividendos anuais pode ser previamente fixado em valor absoluto ou em percentagem fem relago ao proprio valor nominal, pode ser assim determinado: onde: K,- = Custo da acgio preferer D. = Dividendos anuais (ilimitados no tempo). VE = Valor liquido de emissdo da acgio, ou seja, 0 valor de emissio dedu- zido das despesas de emissio. Como € natural, as novas emissdes de acgies de empresas existentes ori- ginam, por via de regra, uma redugio do seu prego de mercado; assim. © custo das novas acgdes ordindrias poder ser assim determinado: onde: = Redugo percentual esperada do valor da cotagdo na Bolsa, apés @ nova emissio, Finalmente ¢ segundo a teoria do custo do capital, o custo dos lueros reti- dos identifica-se com o custo de oportunidade para os accionistas ¢ resulta do facto de nio terem recebido os respectivos dividendos; assim, os lucros retidos devem ser comparados a aumentos «forgados» do capital social, pelo {que 0 seu custo deve igualar 0 custo das acgdes ordinsrias. 4.2.3 ~ O custo do capital Estamos, neste momento, em condigdes de proceder ao céleulo do custo total médio ponderado do capital da empresa (ou apenas custo do capital), como 0 exemplo seguinte da EMPRESA C nos ilustra. 35 As aegbes preferenciais podem ter a vantagem de facilitar, em termos relatives, novos ‘aumentos do capital social das «sociedades fechadas» 3 ‘CAPITAIS TOTAIS + Capitais Atheios: ~ De Exploragio 30000 30100 60 1.80 ~ De Financismento 35000 as 5090 3S, + Capitais Proprios (C"P) 35000 3500200 7.00 TOTAL 100.000 100 = onde: KNT _ = Custo nominal total do capital antes da comeccdo dos efeitos fiscais KNTC = Custo nominal total do capital corrigido dos efeitos fiscais. KC = Custo médio ponderado do capital ou custo do capital (% x KNTC). CCAPITAIS PERMANENTES (CP) contos KNTC| Ke * Capitais Alheios (CA) 35.000 20 + Capitais Proprios (C°P) _200 TOTAL © custo do capital pode ser facilmente obtido através da designada «(ér- mula dos manuais», que seguidamente apresentamos: ce D Kee Ke (I-02 + Kg onde: Ky = Custo nominal total da divida. D __ = Divida total (geralmente apenas a divida com custos explicitos). Ke, = Custo dos capitais préprios. V "=O valor da empresa (D + C'P) a precos de mercado, Aplicando aquela formula ao nosso iltimo exemplo: 35000 19 35000 K. = 0.15 (1 ~ 040) — 0000 70000 "6 Considerou-se uma taxa anual para imposto sobre o rendimento de 40 a Ke 1.80 315 pal} TL9s} 10s fiscais. ‘iscais. x KNTC). Ke 4s 10.0 nada «fér- explicitos). (© exemplo apresentado merece-nos as seguintes observacdes: +0 célculo do custo dos capitais alheios antes da correcgtio dos efeitos fiscais deve basear-se no custo especifico total de todas as fontes exter- nas de financiamento utilizadas pela empresa: fornecedores, Estado, ‘empréstimos dos sécios, empréstimos bancérios, ete. +0 custo dos recursos financeiros de exploragio (curto prazo)’é geral mente inferior a0 custo dos recursos financeiros extra-exploracao exi- giveis a médio ¢ longo prazos; realmente, a generalidade das empresas no s6 beneficia de determinados volumes de débitos de funcionamento gratuitos (sem custos explicitos), como também o custo das operacdes bancérias activas de curto prazo é geralmente menor do que 0 das mes- mas operagées a médio ¢ longo prazos””. +0 custo dos capitais proprios foi arbitrariamente fixado em 20%, con- siderando a remuneracdo real esperada pelos titulares do capital social da empresa, 0 prémio global de risco ¢ a inflagao. ‘+ Devido as razdes anteriormente apontadas, 0 custo dos capitais perma- nentes é normalmente superior ao custo do capital da empresa. Determinado o custo do capital, € licito questionarmo-nos sobre a forma {da sua utilizagto na decisto de investimento dos projectos. ‘A resposta a questio anterior €, de acordo com a teoria do custo do ca tal e conforme ja afirmémos, muito facil: a empresa s6 deverd promover pro- jectos de investimento em activos fixos desde que a taxa interna de rendibili- dade (TIR) seja igual ou superior a0 custo médio ponderado dos capitais, permanentes, apenas deverd realizar investimentos em activos circulantes ‘quando a TIR for igual ou superior ao custo médio ponderado total do capi- tal; naturalmente, as ilagdes anteriores so equivalentes a afirmagdo de que a escolha da taxa de actualizagdo para a determinagio do valor actual liquido (VAL) dos projectos de investimento deverd ser igual ao custo médio ponde- rado dos capitais permanentes ou ao custo do capital, quando estiverem em ‘causa, respectivamente, investimentos em activos fixos ou activos circulantes Tendo em atengio as afirmagdes anteriores ¢ retomando 0 nosso exem- plo, somos conduzidos as seguintes conclusbes: a taxa interna de rendibili- dade (TIR) dos novos projectos de investimento em actives fixos a promo- ver pela EMPRESA C, deverd ser igual ou superior a 14.5%, e a mesma taxa para os investimentos em activos circulantes nao deverd ser inferior a 11.95%: de outra forma, a taxa de actualizacao para 0 calculo do valor actual liquido (VAL) devers ser de 14.5% ou de 11.95%, respectivamente, para os novos investimentos em capital fixo e capital circulante, ¥ Recordamos que © pagamento antecipado dos juros dos empréstimos bancétios indi rectos exigiveis a curto prazo, origina uma elevagao do respective custo ~ vide ponto 7:5 do Capitulo 3: por outro lado, quando as expectativas deflacionistas so fortes. pode acontecer que a taxa de juro de curto prazo seja superior & taxa de médio prazo. 313 . no podemos deixar de salentar que o célculo do custo do capi- tal tem de ter em considerago a importante actuagio dos efeitos fiscals solve 2 custo dos capita alheios, sob pena de ndo se aproximar & realidade o pres. Suposto assumido na primeira fase da avaliagio dos projectos de investimento, Quanto ao seu financiamento ser exclusivamente garantido por capitas préprios, 4.24 — Criticas & teoria do custo do capital aniciamento dos investimentos sdo referidas a seguir. A determinagio do custo do capital baseia-se geralmente em elementos con, Lubilisticos histéricos (vg, 0 ultimo balango da empresa) e, por isso, erm oma Caracteristica essencialmente estética, que se nfo enquadra no dinamisino real da wide da empresa; observe-se que este ponto negativo da teoria do custo do capital pode nao ser integralmenteultrapassado —como certos autores pretendem - sttvvce ilidade, a ' “ojectos conrTos ' vineipio nos { 1 > : 4 5 i + Custos Finanestos ' = 1 Empeéstimo (7.5%) 9375-7500 56253750185, i i = 2" Empréstimo (73%) 700 56042) 280 0 ox deter- : + Reembolss: | to pro- = 1 Empréstimo 25000 © 25000 25000-25000 25.000 ee = 29 Empréstimo 187518751875 8TS 18S emento: $ i + Capiais proprio: 4 = Remuneragio (inflacionada 9 8%) 1953011370 12280 13265 14.328 ~ Recuperasdo (idem) _ __110 200 + TOTAL 47480 46305 45200 4a 170 _153.415 0), a.uti- : rentagbes Antes de procedermos a0 célculo do custo actual das fontes de financia- jisdtxa mento do PROJECTO E, chamamos a sua atengio para os seguintes porme- : nores: avtlizar oh : : : de finan | + 0s custos financeiros de financiamento relativos ao periodo de gesta- eee ¢40 do projecto (9375 contos) influenciaram o montante total dos recur- Stambém 508 financeiros necessérios (200 000 contos); contudo, e por uma ques- 5 Uo de simplificagZo, nio considerdmos os proveitos fiscais resultantes wuneragso da amortizagio desses mesmos custos. preende + Enquanto a taxa de juro (15%), que deu origem aos custos financei- ros de financiamento anteriormente referidos, ndo foi objecto de qual- % quer correcgao, tal nao se verificou com a taxa de juro corrigida q (7.5%) e que constituiu a base para 0 cAlculo dos custos financeiros, referimos, durante a vida til do projecto; efectiva e logicamente, estes iltimos fa recupe. : custos devem ser sempre 0s Custos nominais totais corrigidos dos 4 efeitos fiscais. : a + Finalmente, 6 ébvio que a série anual dos fluxos financeiros negativos 2. fase) é ae da decisio de financiamento se deve adaptar aos cash flows do projecto dos fluxes a (12 fase do mapa dos fluxos financeiros). s 39 i © custo actual das fontes de financiamento (KA) segue a logica da deter- minagdo da taxa interna de rendibilidade (TIR), sendo obtido através da actualizagio dos fluxos financeiros resultantes da decisio de financiamento, ou seja: 47 480 46 305, 45 200 209 375 = + — + (+KA) (1+KA? (1+ KA)? 44170 153 415 (ia%) nibticdast (L+KAy (14+ KA) A avaliagao da decisiio de financiamento exigiré, portanto, que a taxa i intema de rendibilidade (TIR) dos projectos seja igual ou superior ao custo He actual das fontes de financiamento, ou, que o seu valor actual ifquido (VAL), com base numa mesma taxa de actualizagio, scja igual ou superior a zero, O método do custo actual das fontes de financiamento, embora ainda se encontre numa fase de exploracdo te6rico-pratica, pode conduzir a resultados interessantes, especialmente no caso de os projecios de investimento se iden. tificarem com a criagao de novas empresas, ou na hipdtese de as alternativas de financiamento serem relativamente exiguas ~ v.g., existéncia de limitacdes F financeiras muito claras por parte dos promotores dos projectos, i A actualizagio dos fluxos financeiros da decisdo de financiamento dos pro- Jectos constitui um aspecto muito positivo do método do custo actual e, para- lelamente & possibilidade da inflacionagdo casuistica dos capitais préprios, pode contribuir para a obtengao de resultados mais exigentes em rela¢ao a Outros métodos, como, p. e., 0 custo marginal do capital; assim, retomemos o exemplo apresentado determinemos 0 custo marginal do capital (KMC): contos, * Kee Kcr + Capitas alheios 134.375 4 750 48 is roprios 75000 36, 2.0% 19 209 375 100 27 | is — Como podemos verificar, o custo actual das fontes de financiamento (13%) € ligeiramente superior ao respectivo custo marginal (12.7%). ‘A determinagao do custo actual das fontes de financiamento obriga, 8 perspectivar o comportamento futuro de determinados aspectos la empresa, como p.e., a politica de distribuigdo de dividendos aos sécio: no entanto, politica da 8; observe- 2 Assim obtido: (J.13 x 1.08) 1.00 = 0.22; por outro Lado, lembramos que a emprese se identifica com o proprio project, 320 val ne a deter “Se que nem sempre ¢ facil tomar opgdes claras e muito antecipadas relativa- avés da ‘mente ao comportamento futuro de algumas dessas varidveis empresariais. amento, Finalmente, também ndo podemos deixar de referir que, a0 dinamismo do método do custo actual das fontes de financiamento, se pode negativa- ‘mente contrapor uma certa tendéncia para ser ignorado o risco financeiro da empresa, que, como veremos no ponto 5 deste capitulo, constitui um impor- tante aspecto da decisao global de investimento. i ] 4.5 — 0 valor actual liquido da decisio de financiamento i O método do valor actual liquido da deciséo de financiamento (VA) visa 1 a determinagio dos efeitos resultantes do recurso a capitais alheios para 0 } =a taxa financiamento (integral ou parcial) dos projectos de investimento. i 30 custo Retomando 0 exemplo apresentado no ponto anterior, determinemos 0 { 1 (VAL), valor actual liquido dos dois empréstimos bancérios: ! a zero. i ainda se ‘ i sultados : ‘conTos: } se iden- : | smmativas z x Aes Rx he Reted-T) I pie ea 1 ibas7s_ 268752016008 a6 953 i dos pro. 2 107500 2687516 125 8003 aa. 938 i , para: i 3 80625 26 875 12094 6087 32922 [ oréprios, i 4 53750 26 875 8.063 4031 30.906 | slagio ay 526875 26 875 4031 2016 28 891 nemoso | ee 28 MC): i i onde: j kee Ax1 = Montante do capital em divida, no termo do perfodo anterior. F: Ry = Reembolso no periodo K do capital em divida. ia e Jk = Juros do perfodo K sem correceées fiscais. 12 3 Je(1-t) = Juros corrigidos do perfodo K. Es 4 Ry + Jk (+t) = Servigo da divida no perfodo K corrigido dos efeitos fis- cais. to(13%) Be s © valor actual liquido da decisio de financiamento (VA) resultante da >entanto, 24 —_contracgo dos dois empréstimos bancérios & assim calculado: olitica da 4 observe- : 3 VA (15.0%) = A, -Y, Be* HO) 99 143 contos empresa i (+0 » me 32 A taxa de actualizagio (r) deve ser igual a taxa de juro nominal toral das operagdes bancérias activas com idéntica duraco®; assim, 0 recurso ao cré- dito baneério a taxas normais constitui a alternativa-padrao (ou a base de comparacio) das decisdes de financiamento dos projectos de investimento. © aperfeigoamento do funcionamento dos mercados de capitais portugueses © a crescente concorréncia bancéria contribufram para o surgimento de diversas (axas de juro, baseadas, ou nfo, noutros tantos referenciais, como, p.c., a taxa preferencial («prime rate»), a TBA (taxa base anual dos BT's), a APB (taxa de referéncia divulgada pela Associagao Portuguesa de Bancos) a TD3, a LISBOR, etc...; ora, a taxa de desconto a seleccionar deve identificar-se com a taxa de juro de mercado a que uma determinada empresa tem acesso em certo momento. A identidade entre a taxa de juro e a taxa de actualizagéo reduz a expres. sdo 1) A seguinte: Jaot (+k Aplicando a expressio 2) ao nosso exemplo, obtemos: 10078 8063 60470312016 ats) ase sy" Gas” Gas A correc¢io do pressuposto relativamente ao financiamento dos projec- tos, assumido na decisio econémica de investimento (financiamento exclu. sivo por capitais proprios), é implicitamente efectuada com a determinagio do valor actual Ifquido da decisio de financiamento através da expressa0 1), Pois nela se encontram quantificados os proveitos (Jj.t) decorrentes do recurso 4 capitais alheios para o financiamento dos projectos de investimento. ja Odservamos que, em periodos de inflagdo e de indexasio da taxa de juro nominal ‘importa proceder ao reexame periédico do custo actual das principais fontes de frnanciamencs 322

You might also like