Download as pdf
Download as pdf
You are on page 1of 34
OSCAR VILHENA VIEIRA A CONSTITUICAO E SUA RESERVA DE JUSTICA UMA TEORIA SOBRE OS LIMITES MATERIAIS AO PODER DE copyright © 2023 Editra WME Martins Fontes Lda, ‘Sto Pal pra presente eta Todo dis rads Et Br a poe epic. no odo em at escenario Nm ranomitd por esha pg ou ml eli scious Sm e prvi autoriasioporeartodocarn digo 1909 (oattn0s eo1TORES) 2g 2005 (WME MARTINS FONTS) Acompanbament tor MirciaLeme Praag de tert Mica Leme Revises Ana Chitina Garcia ana Aves Cota Produ iia Gels Abs Pagina Renato Carbone (Cp Kati Hout Tera ‘Dados Interacionis de Catalogo na Publicado (CIP) (Clara Bras do Live, ras) Vie, Ora Vien A consi esu reserva de sta: uma tora sobre os limites mates 0 pode de reforma / Oscar Vlhea Vieira ~2ed.~Sio Paulo Editors WME Martins Fonts, 202. (Biotec juriiea WME) igri, SBN TASto-ou03 1. Dito constitucion!~lterpetasdo econstrugo 2. Dict constiuconal ~ Inerpretato eons - Bra Tita Sere, aaagoth cou sex) Indice par ctogo sistema "Bra: Diss consaconal 34x61) (Cll Maria Dis -Bioncra -CRB.89427 Tid os dios deta ei reservados "tor WF Martine Fontes Lids, ut Pt Lacie Ramos de Carvalho 13 0132503 Sto Paulo SP Brasil T0239 8150 ema:nfoowminartasontercombe Para Beatriz (68. & CONSTITUIGAO E SUA RESERVA DE jusrigy «40,0 que toraria 08 nos0s podere ii, segura estén extend una Contin fy ig te fxgmos dls um paps em banca mediante he a eT mene oe A difculdade de emendar a Constituig yoy tea levou a Suprema Corte, nas décadas seguintes, « 4 © cada ver mais critico na atualizasao do contetidg choy . =~ dJeuma interpretucho const ot \s- por intermédio de uma interpretagao construtiva do = con Ida Constituigio, o que tem gerado enorm es Halda Constituis0.0 €S Poblemssgt (°° cosepoltins, pois como justificar que um grup ge \c__dleitos seja responsivel por grande parte da atualizacsg dean tituigao?® bah ey 27 " Jeleson, The Works of Thomas Jefferson, v.10 p. 10-14 apd VE ig FO argumenode Jefferson parece ser absolutamente compativel OM? yo8 < Lutz (1995: 266) expressa em sua proposigio 6: “Na ausénci 460°. aot ‘de reforma constitucional, quanto menor for a taxa de emendas if : ossivel que o processo de revisio seja dominado pelo corpo) a wl qariroLe 3 0 gas 0s riscos da extrema rigidez constitucional serdo explorados a partir da historia dos Estados Unidos da América. Como visto no capitulo anterior, a propria Constituicdo da Filadélfia decorre de uma ruptura da ordem juridica estabelecida, que s6 poderia ser reformada se obtivesse a aprovacao da unanimidade dos Estados. Neste capitulo serdo analisados trés momentos da historia cons- titucional norte-americana em que a rigidez do texto de 1787 colocou dificuldades para a concretizacio do processo de demo- ctatizagio racial, politica e social da sociedade americana. 3.1. A protecao constitucional da escravidio A questo da escravidio constitufa o principal motivo de tensio entre Sul e Norte. A instituigio da escravidig fi asegu ‘ada por intermédio de trés clausulas constitucTonais” Isso impe- dia que 0 Congresso, por meio de sua maioria, pusesse em xeque osinteresses sulistas, principalmente o trabalho escravo. A defesa Catt 1 segdo 9, proibia a0 Congresso declara legal o comérciod r : 9s roibia ao Congreso declararilegal ocomércio de escravos até 8 inclsive por intermédio de emends ar ep 2, obrigavaa dst Ei Seteptesentantes pelos distritos, conforme o nllmero de “pessoas livres {Bus-stado “tts quintos de toss a outas pessoas o art, 1V,segio 2, clausu- 2 Sbigava que os Estados "devolvessem os escravos fugtivos, prosbindo a 4s cdeaefer aualites 70-A CONSTIFUIGAO B SUA RESERVA DE JUsti¢y constitucional mais conhecida da institu 0 80s yl -seeom 0 caso F ead Scott vs. Sandford. Dreag Saris ; em 1834, com seu “proprietério", de Missouri pare ih dae t—_terigmente para Minessta, ento parte do tery ey yo sianddTanto a Constituigio de Mlinois quanto ums r log “pelo Gangresso Nacional em 1820" proibiam aescrayjg. 4, respectivos territdrios. io, a Em 1838, retornando para Missouri, Dread Scot ‘como escravo para John Sandford, cidadao ova-orguin posteriormente interposto agd0 na Justica Federal conn novo “proprietario”, por invasdo de Propriedade alli, bey Ory com Scott, apds a sua passagem por Illinois ¢ Minessota gt uansformara num cidado live, no podendo sercomensie A Suprema Corte analisou a questao em duas etapes Eye” miro lugar apreioua questo da cidadania, Para promonen, aio na justca Federal era necessério que as partes fossem i, dis de dstntos Estados. Nao satisfeita em afirmar que Scot ay eracidadio de Missouri ~ 0 que jé 0 impediria de recorrer ins Corte Federal -, a Suprema Corte passou a analisar a questiod Fetiaram sua ratificasio, 0 que mio fo acc a oteng cit go) Muitos eram os objetivos dessa emendy: Pe? Ogre, : 40) asta dscOrdia jurisprudencial. De forma genes, "hoy, get at quea finalidade primeira era asegurar gon PSE, ("a cidadania norte-americana, assim como aidan MO a Cidadanig revertendo a deciséo prolatada pela Suprema Conn eR nn ENO caso, bo Sal hembem ficou assegurado pela secio 1 da yay Seed o que 0s Estados ndo deveriam estabelecer nenhume kg you wings os privilégios eas imunidades dos cdadios dg \\ vida, propriedade ou liberdade sem 0 devida proceso ent « 0 2 i 7 7 \y segdo 2 da mesma emenda estipulava uma cléusula Punitiva para 65 Estados que nao dessem direito de participacio politic ax novos cidadaos ~ que seria a restrigao de sua representagio no Congresso, Entre outras medidas, ao Congresso era entregueo poder de aplicar, pela legislacdo apropriada, as provisbes da emen da. Essas medidas, no entanto, nao tranquilizaram totalmente os republicanos, pois, embora a XIV Emenda trouxesse remésis pu aplicados)0s Estados do Sul nao interpretavam a concessio cidadania como uma automatica autorizagao para 0s negres ticiparem ativamente das cleigbes, dao tates " Deacordo com Bernstein ¢ Angel, “no fim, a ratificagdo foi congue de uma campanha piblica, fundamentada em principio, assim «io do poder politico” (1993: 105). mend x10 "Como a redusdo da representagdo proposta pela secdo 2 da ETS ‘queles Estados que negassem o direto a voto a qualquer indivi ivos pelo seu descumprimento” (que nunca chegaramast Wegg Avery » > Feunnn DA EXTREMA RIGIDEZ CONSTITUCIONAL - 77 ntagao pel dos da fa 4 falta de implementagao pelos _ ay ampliando! post Como Fes Fropés ‘o Congresso uma XV Emenda, teo direito de voto a todos 0s, ‘cidadaos americanos, aero de sua cor ou prévia condigio de servidio™. “Fe franquia eeitoral, embora fundamentada pelos. republicanos radicais em argumentos de prin~ cbjeto de nenhum consenso, mesmo no Norte, sse }(! av Emenda Pt clit ceram no dominio do poder dos Estados”. A Corte nio ee argumento do governo de que o salirio pago 208 emp" assim como o hordrio de trabalho regulamentado, tinham | ioe x0 sobre os pregos e, consequentemente, sobre o ea ul Os HataddNssa decisio teve uma importdncia SIT Brande, pois demonstrava a propensio da Suprem™? sun mucin”. cONSTITUCIONAL 85 vel para assegurar a liberdade contratual sob 0 do 0 oss oe stados- ; dominio dos Fatt, a Suprema Corte reiterou essa decisio 20 No 3 onal 0 Bituminous Coal Conservation Act dart ne aga do Carvio Betuminoso”) de 1935, 0 C380 (node “iio tinha o objetivo de regular ys, Carter Coal Co’ oe estabelecer relagdes comerciais mais racionais eee Tree ‘teficiéncia do setor. No seu Preambulo, 0 ‘Ato ca para a existéncia de priticas ineficientes que “afeta- rom dirtamente” o comércio de carvo entre OS Estados. As in- “Jntras ficariam obrigadas a acatar as decisOes de determinado vvimero de negociagdes coletivas entre trabalhadores © emprega- dores em suas regides. Um acionista da Carter Coal Co. provo- «ou o Poder Judicisrio, objetivando a anulagao do referido Ato. De acordo com a decisio da Corte, prolatada pelo Justice Sutherland, as justficativas do governo federal, inscritas no Preambulo do Ato, embora reclamassem a existéncia de uma re- lagdo direta entre as praticas reguladas ¢ 0 comércio entre os Es- tados, na realidade provavam que a inten¢do do governo federal a legislar em favor do “interesse publico, a satide ¢ 0 conforto das pessoas”, e nao regular o comércio entre os Estados. Assim, ‘0 governo estava se utilizando de um falso “pretexto” para legis- lar sobre matéria distinta das autorizadas pela Constituigao. E, hnlo havendo autorizagdo expressa da Constituigao para que 0 Congresso legislasse nesses setores, 0 Ato deveria ser considera- do inconstitucional, Para a maioria da Corte o Ato regulava rela- just shes de producdo, que, por antecederem 0 momento da trota mercantl, nda encOnTTaVA OTe = air {dena asin sera Canter ‘ er Vs Carter Coal Co,,298 US 238 (936) fear e yy Vet 8 (\ da 86-4 constiTUIgao & SUA nEsenva pp Wsr Quanto 20s efeitos da situagdo re entre os Estados, entendeu a Spr, n Ke lacao meramente indiretae, send assim, aa Tatar ce gy cedente estabelecido em Schechter. Em ag Cardozo (acompanhado por Brandeis sn da legislacto sobre o comércio entre Estaten = sho de que os efeitos dos Atos regulados so eam tig como pensava a maioria da Corte, devendo, Portanty <™ sao ser considerada constitucional, No alg, 8 Supe Apés essas duas derrotas, los a regula limitar a liberdade contratual, Boo care eg ei alldos que as principais medida proposts pda new ea tiam aplacadas pela Suprema Corte. Em 1936 ooseehenae, pela maior margem de votos jamais existente na historia dos tados Unidos, obtendo 27.480.000 votos contra 16675000 de, adversri, Alfred London. Por forga do sistema dsr sae rou-se para Roosevelt uma esmagadora maioria de 58 dkain contra miseros oito de London, no colégio eleitoral encarregés de eleger o Presidente”. Roosevelt propés alteracdes na estrutura da Suprema Cort, com o objetivo de neutralizar sua reagao ao New Delite do a morosidade da Corte, Roosevelt utilizou-se do fato dea seis dos nove Justices tinham mais de 70 anos para proper aumento no nimero de magistrados. Para cada Justice oe de 70 anos deveria ser nomeado um novo membro paras limitando em quinze o nimero maximo de Justices es a sagem 20 Congresso propondo o cqurt packing = come nhecido esse plano - foi recebida com suspeiga? alsa somadas a resisténcig Nevins e Commanger, i992: 421. Qenall Fife o camtnle . tea TREMA RIGIDEZ CONSTITUCIONAL » 87 jciério”. Os objetivos de Roosevelt eram muito adicidrio” siraalde sma maioria de Justices simpaticos ao New Deal, ade a governo federal para interferr ¢regu- ata 00} jays: cane ssegurando liber inca econo roposta era debatida no Congresso, a Suprema ena as circunstinciase & pressio resultante das ur- seinterpretar de forma mais flexivel a Consttuiclo, Contes assou a interpre! = oo as medidas de carter interventivo, primeiro dos Es- rose depois da Unio. Em West Coast Hotel Co. vs. Parrish, em tales West Coast Hotel Co. vs, Parri ‘io apertada, uma maioria de cinco Justices decidiu que o bdecinesto de salirio minimo pelos Legislativos estaduais tio era violagio do direito de propriedade ou da liberdade con- tratual, Essa decisio punha fim a chamada “era Lochner’, em cde 3b fend te kn ke én co drto de propriedade, entendido como natural ndo podiay ser suspenso por medida legislativa, Er 7 ional, a qual os governos nao tinham acesso. ¢ Redigindo para a maioria da Corte, 0 Chief Justice Hughes formulou a seguinte proposicao: Pam lidice Aviolagio alegada por aqueles que atacam a regulamentagio do ‘slério minimo para mulheres é de que esta viola a liberdade dem servir de defesa de privilégios absolutament iegtins = uma minoria, como fica claro no caso da escravidio. ‘A resistencia oferecida pelo constitucionalismo amet” nos periodos da Guerra Civil e do New Deal as mudangasimpo* quot ends. ACE ns Fibuen agumentou que o que ele havia produzido acima dt estinado para comércio, mas sim consumido em sua propria no tanto entendeu que ofato de ele garantro repro conse taeda acim da quota poder aetaro oméri m* ibanez de comprar gros de outros establesimens ent Sates. Darby 32 US 100 (194) ce Stone in Darby vs. United Staley, ctando Bank vs Fen awa Ma RIGIDEZ CONSTITUCIONAL - 92 sco de um constitucionalismo dda tendéncia igualizante da de- 0 constitucional ame- titucionalismo, entre demonstra 0 Ti ilégios. em face marcante no pensament facia e const veao entre democrac : + limitac6es impostas pela Suprema Corte, rento juridico cada vez mais distante ten je da maioria mr pase em urn docu ot ido presente ‘Como vist©s cessidade de busca ara realizar a8 Ne extrema rider constitucional pode gerar a ne- * alternativas ao processo formal de emenda, ‘cessirias alteragbes no sistema con: 23 ericano, tanto no estabelecimento.da Unido € ne Lae confederacdo como na imposigio das emendas de | Ms4erj aang que puseram fim 20 trabalho eSrav0s FRMPEW SG of anismos formais de mudanga, No primeiro caso, vJicita-a Constituicao foi ratificada por um procedi-\ « vento distinto daquele previsto pelos Artigos da Confederagi0. 4, |¢) No caso das emendas de reconstrugio, embora 0 procedimento ‘etabelecido pelo art. V tena sido formalmente respeitado, as Far) tifiagées necessérias & aprovagao das XIII, XIV ¢ XV Emendas nal foram fruto da imposicio, e nao do consentimento. Portanto, razodvel afirmar que em ambas as ocasides houve uma ruptura. ‘No que se refere as mudangas impostas pelo New Deal, a rup- tura com a Constituigao se deu de forma mais sutil, uma vez que nem chegou a haver nenhuma alteracao formal no texto da Cons- tituigo. Por meio de imenso apoio oferecido a Roosevelt e seu partido em duas eleigdes, o sistema politico elaborou mudan- 28 que, embora largamente refutadas pela Suprema Corte num imsro moment, pois aftavam o dreto de propriedade ¢ a ee de poderes cote sito ¢ Estados originalmente econ Pel Constituicdo®foram estrategicamente aceitas al como constitucionais. Nesse sentido, a ameaga de de forma exp! Tete tt tit ii cw 92-A CONSTITUIGAO E SUA RESERVA DB yp, STIg4 ampliar 0 mimero de juizes da Corte, pay, maioriasimpética a0 New Deal, pode ser cg "de de impeachment ao Presidente Andrew Jackson ¢'** isang blicanos, para que ele apoiasse as emendas qann *Pdon o assassinato de Lincoln, ou, ainda, asa das de onstrag meaca i, Estados Confederados para que ratificassen Rteas ficassem a construcio. emendagst ° objetivo deste capitulo foi demonstrar de que f extrema rigidez da Constituicao pode bloquear mages gue, eno howver um controle sobre o conte ane normas entrincheiradas pela Constituico, pode-s. Peal surdo do sistema constitucional americano de protage, a de uma clusula super-rigida a instituigao da escravidi No capitulo seguinte, o argumento ser construido dem neira oposta, A partir da crise da Republica de Weimar dss sdo “constitucional” de Hitler ao poder e da subversio, tankin “constitucional”, da Constituigo de Weimar, pretende-se demos trar de que forma um constitucionalismo formal, que adnia qualquer transformagao de seu contetido, desde que realzasi acordo com 0 texto da Constituicio, também pode impor se de erosio do sistema democratico. ga. Introdugao © constitucionalismo europet mi antigo regime, em ue sucede a0 ant : cole Git esumidos pelo modelo americano. Apesar de um: ramos : a valuiondria comum, que colocou povo como deten- i i vsscoberania popular ea assembleia constituinte como Orgao que vem estruturar a nova uito vai se diferenciar torda sobe ome capaz elegitimado para estabelecer uma nova Constituigao, as sucessvas crises politicas ¢ a restaura¢do mondrquica, sob © sig- ‘no de ume soberania partilhada, nao permitem que esses novos Aocumentos constitucionais, pelo menos durante o século XIX, assumam uma posigo clara de lei superior, como ocorrido nos )) Estudos Unidos, Nesse sentido, &suficiente lembrar que as Cons- wit ‘iuiseseuropetas do século XIX, em sua grande maioria, ape {ues europeias do século XIX, em sua grande maioria, ape- escritas, eram flexiveis. we a A Piers fatores contribuiram para que as Constituigbe( nia, $ sisissem a posicdo de lei suprema, postada no apice do Wa tema jutidico, i rneng Como s6lidalimitagao ao sistema politico. © pri- \+{! © - ¢ talvez o mais relevante del higudaden les ~ decorre da propria ““biguidade com que a teor) i = vy tie atsoriade poder constituinte passou a ser tpt tic aa, er 94-4 CONSTITUIGAO E SUA RESERV, A De stig, Com a Restauracao, a idei; e 0 640. aideia de que gp, 1, dismopovo foi substituida por uma ey iu em que a soberania dever PIO com en tn) mento’. A excesdo das Assembleias c, 8 € 1870-1875, as d : nt 3848 € 18705875, a8 demais Constituides ea sy XiX foram outorgadas”- 0 fato de haver y wi ta do rei ou imperador, entre aquele que concede Hp 0 chefe de governo ~ € que, portanto, contigs a \yst\ negocios estatais e do Poder Legislativo — explicg .\ qual esas Constituigdes no previam procedin a \V" para sua reforma ~ aliés, nao traziam nenhuma tipo de procedimento. Nesse sentido, Guizot, ao ta francesa de 1830, alertava que, Ma associ * gay, ata rea 105 gy a, Tefeténcia asa, ‘Comentara cy. \ a sese petende que existam ou devam exstirdois pods da sociedade, um deles ordinatio e outro extrardiniig constitucional e outro constituinte, diz-se uma insenstr dei de perigos ¢ fafa). O governo constitucional éa soberaia sl pst onganizada [..] Estejam tranquilos, senhores, ns, os téspae \d tes constitucionais, somos os tinicos érgaos legitimos dasobee nia nacional. Fora de nés mesmos nao hé mais do quewsps ou revolucao’ Nao ha poder popular incondicionado, que determis! an 5 Poder governamental, Esse se autorregula, pois @ sober ans 10 Parlameniot contra-se € permanece em constante exercicio M Por intermédio do rei. "Vega 198543 Disso sio exemplos a Constituigao espanhola de 1812 8 fra iz abelga de 181, italiana ea austriaca de 1848 04, ad (Mateucci, 1988: 240) » Guizot, apud Vega, cess de prs 1985: 43. AGiLIDADE CONSTITUGIONAL DE WEIMAR - 95 snceber a Constituigao como lei suprema deco : adificuldade citagio de uma doutrina da soberania decorte 2551 Sue iabar que, 20 justficar a legitimidade popula ipa americana em exercer 0 poder de controlar a da Suprema ‘idade das leis, Marshall afirmava que, ao declarar erie corte estava apenas apontando a incompati- ntade dos representantes ea do povo, expressa con tuna lei inva pilidade entre avo! naConstituigao. A 7 de! 7 na medida em que cristalize uma expressao de vontade dis- tinta daquela que se manifesta cotidianamente por meio do Par- lamento, Nao havendo dualisme que separe vontade soberana popular de vontade governante limitada, nao existe Constituigao no sentido moderno, mas apenas uma lei orginica do poder, que Constituigao, como lei superior, 6 tem razao por este pode, a qualquer momento, ser alterada, (0 fato de as Constituigdes europeias do século XIX serem em sua grande maioria desprovidas de mecanismos de reforma nio significava, para varios autores, no entanto, que elas deve- riam ser compreendidas como documentos flexiveis. Tocquevil- k de 1814 e de 1830 nao estabelecerem procedimentos de reforma por exemplo, entendia que o fato de as Constituigdes francesas significava, de forma contréria & interpretagao prevalecente & €poca, que eram imodificaveis. Pois, se os reis e 0 Parlamento ‘erivavam seus poderes da Constituigao, nao poderiam alteré-la; sso a alterassem, estariam destruindo a propria base de legiti- ‘masio do poder que exerciam, ees Von Mohl, um dos principais expoentes do libera- = alemao no século XIX, buscava assegurar 4 Constituicio imp it de supetioridade diante das demais leis, o que era ‘sivel em face da reserva monarquica da soberania‘. Apesar > Vera, 08s 46, 7 e sebgienne/ ert is 96-4 CONSTITUIGRO E SUA Rese : "stig, dessas posigdes favoraveis & suy : Premacig ca constitucional estava afi £2.48 Constigy as fina ns ‘ da com 6 pring tsa, af pelo qual as Constituigdes cram, disposigéo dos governantes. Esse parece ser um dos aspectos cr scr cia constitucionalismo europeu desenvolye, sii et-se n 0 ne segundo aspecto JO dacdo da Constituicao como cea inviabilizoy a ot ri on XIX foi 7 a Europa do _ xf XPolaaugfaca deum sistenajudcial de cone 2 ucionalidadelsio questoes conexas, pois o gen seco |e da consttucionalidade somente faz sentido murs i ) ido num s del que aceite plenamente a ideia de soberania populns Pte \ \g.da Constituigdo, Caso isso no ocorra a atrib oo _ of rio de invalidar normas emanadas do us 2 = x — eilegitima intervencio na esfera legisati, yd :mbora a pritica da soberania Popular nao se tena consol . dado Europe, aforga da ideiarousseaunian de sober pular4ransferida a uma Assembleia, exerceu grande infutca no sentido de impedir a adocio de um sistema de controle js cial da constitucionalidade. Sendo o centro do exercci dst nao fazia sentido autorizar a limitacdo desse ‘poder em face dt uma decisao anterior tomada pelo mesmo corpt Na hipdtese de presente, deve sm cou sefas Ki que 0 americano, conflito entre a vontade soberana passada € pre prevalecer aquela que se manifeste por tltimo, posterior revoga lei anterior. 0 fato de 0 constitucionalismo ter encom eae culdades para se consolidar na Europa do sécule xixaioe senta a inexisténcia de mecanismos de controle do ae [Apenas significa que essa limitagdo nao se da¥8 wt de uma lei superior. Basta ter em mente que oe trado enormesdit pape CONETITUGIONAE DE WBIMAS 97 surava 0 modelo liberal de hae na Itdlia, por exemplo, tracao se realizaré fundamental- de Direito’. A Constituigdo da corporagao estatal, uma tucionais™ asses! s consti a Aleman i “m0nat fo. Na Frangan D8! ea 1a adminis! 10s do Estado estatuto, camrcenie ae ree no entanto, regulamenta a organic, pdt sain do Estado. <7 apolednica. Na Inglaterra, sob doutri cn ott a ee mentar, também néo pode haver rigidez«e\”" mda a neta de asseQ rat a liberdade é depositada {, sae do udiciieresponsdvel pela manutengio do rule of qi a pra ora dae como ordem geal eabstata,Alei veto mecanis por excelncia para garantirosprinet= ss lbeais. Nao havendo ainda democracia — €, portanto, de Gite cera por uma maior intervencio do poder publico na esfera ‘ondmica -, o Estado limita-se Aquelas fungdes minimas de ‘tmanutengio da ordem e det ropriedade. 4 i Nesse contexto de ConstituigSes flexiveis e de um Estado com pretensoes de neutralidade, que atravessa todo 0 século XIX,yni tei decldusulasconstitucionas itangiveis € quase inconce- Jey bivet. Mesmo as Consttuigdes rigidas do infcio do século oe (ve we ja era né *Acapeso aparece entre apa “Agra ne aa oi nts oem Conte, no seni rao, que fossem constitcionalistas na acepo moder. ‘yes cord om A. VD Pes ice, em seu clssco The Law of the Constitution: se a Tw ft Comatose, Sob a Constituicao inglesa, o direito ceaaerar selmi, ace nls ite eae ou deta de ae Lee tenes tdo odio de suprimit ou oloca dead kargee in oa eladoalegislagtodo Par. y Sept nares de 4 — gu, 8 “contrac cepa tcemo de seu ar. a, SEP , ipios que integram a presente fork cent & Ae lie™ 98-4 CONSTITUIGAO B SUA RESERVA op yy, STIG, que nao foram outorgadas por uy, ™ mona, i ac Weimar, de r ac a, do de Weimar, de 1919, nao estabelecem "ac, poder de reforma exercido extraordinarie ts may ——o amen erg {9 As Constitigbes de diversos paises See familiarizar com 0 conceito de cléusulag dye eng xan . superiors demais normas da Constituicay net ra, como reflexo do nazismo e do fascismy * Binds 0. A tomada do poder por Mussolini ea a, 7 raga Albertino de 1848°, levadas a cabo para | do &, = li: ay ‘a, do ponto de vista constitucional nao eta Bini ofetecem muitos 4 Consttuicio ge ei Oberania desea mas, visto tratar-se esse Estatuto de um; flexivel. Assim, a alteracao da base da s da sem que houvesse nenhuma ruptura com a Consing mal. Nesse sentido serdo as alterages do sistema, tai de Weimar, realizadas dentro dos limites estabelecidos igo pria Constitui¢ao, logo nos primeiros meses de govern ei tler, que alertarao para a necessidade de construcdo de baring mais seguras contra a erosao constitucional. 4.2. Formalismo juridico ¢ a Constituigdo de Weinar A compreensio dos debates constitucionais travads Weimar é particularmente importante para a discussio dst mites da reforma constitucional, pela forma com quea dence se a cia liberal foi sendo transformada, constitucionalment,« i fragilidades de regime militarista e totalitario. Assim, as fragi ae tradas pela Constituigdo de Weimar € 0s ¢fr0s Pr formas de 1 Constiuigha?~ ea Constituigd francesa de 173. com as aE ‘stabeleceu em seu art 2 que a “forma republicana de 6% ind jeto de uma proposta de revisio” ~ as demais Consttuit™ ‘ham sobre os limites materias & reforma constituciond * Como ficou conhecida a.Constituigio italiana, outors' tom 8 de fevereiro de 1848 (Biscaretti di Ruf o SSTITUCIONAL DE WEIMAR + 99 tiruem um substrato privilegiado para 08 Cores coi problema das defesas da democracia am sobre » Fs Também os debates em torno da aioria. ese 7 mnal travados entre os principais consti on Lnvat ‘Weimar ~ como Carl Schmitt, Ernst Forsthoff e ee! ira incipais referencias ruconalistas * consttuirdo una. das principais referénci Frant Nour nalismo europeu do pés-guerfa,principalmen- stitue uropeud : a efere ao fundamento sjtimo da Constituigao” perso “Sn -scional alemao tem como pano de fundo a 40 do positivismo como dou- se ue Ba vontade da: constitucior 10 debate constit Jigmo e a ascensio sie dojusnaturalismo € a ascens : geen ‘sna Alemanha, assim como (1! ‘rina juridica dominante, nao apena n quate toda a Europa". O positivismo é, paradoxalmente, em ‘uma decorréncia do jusnaturalismo racionalista. Hobbes, como 7 hi propse Celso Lafer®, pode, nesse sentido, ser considerado um)*!" dos precursores do positivismo, nao s6 por conceber 0 soberano |) como fonte exclusiva do Direito, em contraste com o pluralismo do direito medieval, mas principalmente por estabelecer umaci- © sig entre Direito e Moral - auctoritas non veritas facit legem -,%)€"\" que futuramente consistiré no cerne das teorias positivistas de- J. ‘ewvolvids pelos neokantianos, como Kelsen, Q positivismo, a0 1), |. ‘sparat Direito ¢ Moral, permite que o Direito se transforme em \ jee jistrumento de organizagio social mais flexivel que o direito. liberal, fundado no jusnaturalismo, adaptando-se a democracia , intervém e regula a esfera Privada. ft ie ‘Max Weber uma das principais caracteristicas do mundo ¢°"¢ 80 €0 surgimento de uma nova racio eae nova racior lidade instrumen- J» ‘os embates tedricos constitucionais em Weimar, v, cio(\ feo ie 100- A CONSTITUIGAO E SUA RES; BVA DE Tusy cy tal®. O surgimento da empresa capital de atitudes calculadas, gerando um dese Pay do, Nesse mundo moderno a dominga @amengs NACHO nd mais Hy valores transcendentes ou tradiciona is, ito racional it i reito racional que legitima 0 exercicio do poder eaten circularmente, a legitimidade do Diveitg se etea. ies Feito passa a fa t sua propria legalidade. O Poder no Estado moder atribuigdo de competénciasdeterminadas pag en? esse, produzido conforme os procedimentos dan Di a sua produgao, ou seja, por regras juridicas. 0 cen desse tipo de dominacao — conforme Weber - “dex canalegalidade de ordenagdes estatuidas e dos disor dos chamados por essas ordenagées a exercer sorta a ridade legal)”. - Nessa perspectiva de afastar 0 Direito de uma iran ética predeterminada, Kelsen iré formular uma Teoria Pa Direitd*transportando para a Teoria do Direito uma sie & conclusées da Sociologia Juridica de Weber, Para qu acs juridica pudesse se tornar auténoma’s — conforme Kelsn = veria ser depurada de valores éticos e pré-compreensbes polis ou sociolégicas, pois o seu objeto era 0 conjunto de normasest belecidas pelo Estado, que se fundavam em outras norss que, por fim, eram deduzidas de uma norma hipotétcs fue ‘mental® No mundo real, ConstituigSo colocav-se 000054 Tiraistema escalonado de normas, e sua legitimidade n> ria wer aerida sendo pela sia ev » Mas na creme, ate Pasi \s «ria, em ultima instancia, ser vem Witima instanciay Ser 7 a yaisnd | NS Benda 6a 6458 o° Weber 984 72. | caignioe \. "Parse adie da importnciada obra cde Keen 445 cia juridica no século XX, v. Reale, 1985: 19°20. od ee ee vt Ue UctONAL DE WEIMAR + 10% que buscam a fundamenta- abstrato ou transcendente de Kelsen buscou evitar ‘ralismo, com muita naturalistass Direito num critério sas correntes, ta que o jusnatul mar sistemas de poder injustos a0 orde- ak it P Fegan, serve male aque de paradigm SB ‘mento juridico positive ‘ama Logica em fundar O direito natural is argume! para legiti para dar ou negar validade alienta, nesse sentido, que néo hé ito positive em uma ordem | sobre 0 qual nao ha nenhum nen de valores, em um consen80" : eee ara Kelsen, a ConstitwigSo materialmente falando, “signifi- eerie ou pormas pss avs das vais = gulad a produgio das normas ‘uridicas gerais”*. Formalmente, 's ou consuetudindrias; 0 (' om. ser escri css Constituigdes Poy onstituigao é o fato de ser ela a fonte 11 que é, porém, essencial imeira da qual decorrem as demais normas do sistema juridi- |, co, Nao havendo uma norma superior, da qual a Constituigdo oss extrair sua legitimidade, é necessério pressupor uma no: rma hipotética que apenas estabeleca que devamos obedecer a ‘t4) Constituigéo”. Em tiltima instancia, a questio da validade da ¢. Constituigao fica reduzida a sua eficdcia ~ ¢, portanto, a autori- 1 dade, endo a verdade ou justica de seu contetido, como ja propu- ‘ha Hobbes. cn leydmidte 2 efiedere net rekon teem tro, pois io hi nen consens sobre qua ea nat ) rai Scone vn dns pres massa in pss CC Fenn tite pul eon spe Fees nov Kelsen, < . oe chee § sade fp FLEE RHE HES ee EI tg tee cr (Cte 102A CONSTITUIGAO E SUA RESERVA De y Usti¢g © positivismo tem fortes antagonist Sno, mio do inicio do século XX. Car} Heller, embora pa Fe Ru Herman Heller, embora partindo de perspec Se politicas absolutamente distintas, flog aid riticaram Constituigao que paire sobre si prépria + DO esta, fundada por uma ordem anterior de valor an” F "NO caso de ‘Aye politica, nos casos de Sch: (ce politica, no He Schmitt e Heller. Para esses yg de uma pressuposicio material, nao hipotéic, sitivismo formalista numa teoria estéril que, \vi™ capaz de responder a questdesa respeito do fa situigio, Sendo o direto constitucioal um diet objeto a politica, uma teoria constitucional desprovid; a : Pa y ze 4 de amg \g conceituagao do politico, como a positivist, responde, an "mo, as indagagoes do direito administrativo», init Schmitt, pay Pi ¢ ores 2, transforms a realidad op ndamento daca 4.3. A critica de Carl Schmitt A Constituicéo de Weimar, envolvida nessa cultura dees cantada eformalista do Direito nad estabeleca limites ub ae{ 10S A sua reform De acordo com o art. 76, a Const poderia ser reformada por via legislativa ordindria, No entan somente se pode adotar deliberagées do Reichstag (Cimar. Bi xa) sobre reforma da Constituigdo quando estio presents is uu a tergos do niimero legal de seus membros e votam a fav is tergos er ™menos, dois tergos dos presentes”, Os mesmos dos else bs 1 exigidos no Reichsrat (Camara AltdMAssim, re ny)CAmaras, a Constituicao de Weimar poderia sofrer wat nc » Para uma compreensio do decsionismo de Schmit. v-#e00% jy tone Send * Helen ge ne * Verde so, o que eftivamente ocorreu a partir de 19334) (| ( de aterado, 0 jos pontos que tornou possivel a “revolt je|+ 1 ae bo por Hitler foi que, “na opinido de uma (4 me jstas, a Constituigdo nao proibia a erosdO jy ¢\ tas, a Const proibia a et naiot aa substincia por meios constitucionais™. cu bso amen procedimental no ehtant0, no era Essa right? i nidade dos juristas alemaeseCarl Schmitt foi 2 ial vores a pregaraexisténcia de limites mate- a nternos & reforma de qualquer Constituicio, 0 que negava ea 4s mudangas constitucionais levadas a cabo pelo Parla vente alemio a partir de 1933. Iss0 ndo deixa de ser um tanto pee paradoxal, uma vez que Carl Schmitt serviu ao regime 5¢hy ies ‘em seus primeiros anos*. Utilizando-se de um argumen- to semelhante ao formulado por Tocqueville, Schmitt entende_ & ste conpetncialeiltva, Hinde que expresse por meio. de ¢ um quorum extraordinio, nio pode suspender as bases da-se | proprio poder: “A faculdade de ‘reformar a Constituigao’, atri- buida por uma normacio legal-constitucional, significa que uma "“* ouvirias disposigoes legais-constitucionais podem ser substitui- (26) das por outras disposicdes legais-constitucionais, mas somente seb o pressuposto de que se mantenham garantidas a identidade continuidade da Constituigao considerada como um todo™ ¢) 2! y O poder de reforma resume-se, assim, a uma competéncia. ), “emo competéncia, deve estar limitada a fazer adigoes, corre. Ses substituicdes ~ mas jamais perverter a identidade da Cons-“(""" ™Baken op fda Baier ag cent | wiplne ae paar ‘uma vez que Carl Schmitt, a soos ime net ges jurista conservador catélico, ade- Partido de Hitler até 1936, quando sinvestigagdo por parte da SS por iografia politica de Carl Schmitt, v. she ue cat a 2 (que 104-4 CONSTITUIGAO E SUA REseay, A DE Ip, STIe4 tituigao. O poder reformador nag Carl Schmitt - com 0 poder con, este limitado. E ilégico que um S€ confunag i de, MEE, estangy OM, Poder inferiog substituir as decisdes fundamentais co poe de dupla revisio”, que consiste na alten aon reforma, reduzindo 0 quorum necessin ria simples, ficando, assim, Promover qualquer alteragio constitucional materia delimitagdes implicitas ao procedine Nio hi em Schmitt uma defesa dos wane Consituigio de Weimar, porém uma dedusiolipen tia politica, na qual se insereo problema do poderomans Uma transformacio consttucional que provogue suis, “soberania popular” pelo “principio democratico” serine, tucional, consistindo numa verdadeira “destruigi da Cons a0", uma vez que estaria havendo mudanga do prépritnir 3 TA¢30 do roe 0 dedoisters 0 legislador ordinigg py do poder constituinte. Sob o sistema de Weimar, em que a soberania pertene» ovo, o sistema de sufrigio democritico, por exemplo,nio poles: hae substituido, seguindo o art. 76, por um sistema de o elementos federas contidos hoje na Constvisto rr, podem ser suprimidos ..] se convertendo de gs unite”. de reforma da Constituigao’ em um Estado un dir com Vos atos de reforma no podem s¢ sont ses atos de soberania, que para Schmitt somen : 4 sabe ana se de dpla revisit * Para compreensio do c Schmitt, i992: 119 » Schmitt, 992: 120. pRAciLIDADE CONSTITUCIONAL DE WEIMAR - 105 ccogio”. Dentro da normalidade ha somente excesao” a competéncias, no sentido emprestado pelo poder Mnistrativo. As decisdes politicas fundamentais s6 oa teeta pelo detentor do po inte — no caso Fora disso estard ma usar et emnente™ que Val 4 Constituigao. conn argumentagio voltase apenas & protesio da decisio fundamental tomada em 1915; enquanto nio houver uma n0¥8 yy.) tmanifestago do poder constituint, essa 6a ordem a ser assegu- faa, Os limites implictos nfo decorrem de uma teria abstrata do direto natural, de uma ordem valorativa transcendente ou, "> mesmo, de uma teoria politica democratica, mas apenas de sua 4° teoria decisionista do Direito, pela qual a ordem que pie fim ao 4"! caos deve ser preservada pelo simples fato de ser ordem. de cfs A legitimidade para Schmitt decorre da capacidade de, no , smomento de exceto,surgir uma forga soberana capaz de impor ¢ ca, anova ordem, ¢ esta deve hobbesianamente ser mantida e pre setvada, Para Schmitt, mesmo essa ordem soberana, que deveria (tv ¢ fo. Schmitt em nenhum momento discute ores devem e quais nao devem compor sera qualquer custo mantida, era precéria. Conforme sua con- : ia ae pablico europeu do fee XX, jamais aleansou hn Paoa s ds 1988: 5 riodo em que vigordis fato de ter sido promulgads a * Brachergpusane Assembleia que meses antes ratificara 0 Tistalo ser meted km some un drrocada em ii, ganda eram ncestie 7

You might also like