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~*~ Qype DRA. MARGARET L. TYLER CURSO HOMEOPATIA EDITORIAL HOMEOPATICA BRASILEIRA -1965- EDITORIAL HOMEOPATICA BRASILEIRA ‘Volumes jé editados 1 — PROBLEMAS DO ENSINO E DESENVOLVIMENTO DA HO- MEOPATIA (Anaie do 2° Simpésio Latine-Americano de Homeopatia, realizado em Pérto Alegre, fio Grande do Sul em 1961). 2 — ORGANON DA ARTE DE CURAR ou FXPOSIGAO DA DOU- TRINA HOMEOPATICA — Samuel Hahnemann (Trouzido diretemente da 6° edigéo lemd). 3 — HOMEOPATIA, MEDICINA POSITIVA — Prot. Sylvie Braga f Costa, Catodrdtico da Escola da Medicina e Civurcia do Rio de Janeire, pL HOMEOPATIA DRA, MARGARET L. TYLER Com corregses © sugestées de SIR JOHN WEIR x DR. D. M. BORLAND EDITORIAL HOMEOPATICA BRASILEIRA tale A ‘Titulo da obra original em inglés: "POST-GRADUATE CORRESPONDENCE COURSE IN HOMCEOPATHY” Apresentacéo A EDITORIAL HOMEOPATICA BRASILEIRA tem a sa- fislagéo de entreger mais uma obra sébre « Homeopatia, (em cumprimento ao programa que se tracou. E « traducéo de 12 magnificas ligSes organizadas para Curso de Homeo- patia para Médicos, por correspondéncia, pela DRA. MAR- GARET TYLER, destacada médica homeopata da Gri-Bre- tamha. Apesar de jé transcorridos mais de 30 anos da realiza- ‘glo do curso (1933), os ensinamentos contidos nas licSes continuam perfeitamente atualizados, A dra. Tyler perten- ce ae grupe doo ortedexes hohnemanniames ©, assim sen- do, explicada fica « citag&o quase exclusiva de trechos tan- to do “Organon”, como das “Doencas Crénicas”, comenta- dos com muita propriedade. Nota-se que a autora repete alguns assuntos vérias vé- zes, mas num curso mensal por correspondéncia, justifica- -se a repetictio: "REPETITIO EST MATER STUDIORUM". ‘A ASOCIACION MEDICA HOMEOPATICA ARGENTINA, de Buenos Aires, om 1946, publicou « primeira tradugiio do curso om lingua espanhola, e a edicéio, hé muito tempo es- gotada, demonstra 0 interésse que o livro despertou. No refticio daquela traducéo do “POST GRADUATE COBRES- PONDENCE COURSE IN HOMCEOPATHY” foi dito: “Dentro das caracteristicas formais impostas por sua condigiio de curso por correspondéncia, a obra da dra. Tyler destaca-se por sua qualidade pedagégica, na qual & simpli- cidade © & amenidede da exposicio junta-se a profundida- de conceptual ¢ fidelidade teérica que tomaram a autora uma das figuras hahnemannianas de mais renome na Gré- -Bretenha.” Na edic&o argentina consta come apéndice um seu tra- balho intitulado “O REPERTORIO DE KENT", o qual faz par- te da prosente obra, acroscido de um outro: “DIFERENTES, MEIOS DE ACHAR O REMEDIO’ As ligéen do curso foram revisadas e anotadas por ou- tron dois grandes mestres da Homeopatia: Sir John Weir. médico da famflia real inglésa, ¢ 0 dr. Douglas M. Borland, médico do Hospital Homoopatico de Londres, Morece especial registro o fato de ter « dra, Tyler apre- sentado varios casos clinicos de pneumonia com o res- pectivo tratamento homoopéitice. Naquela época ainda néo havia sido descobertos os sulfamfdicos © 26 muitos anos de- pois 6 que surgiram os antibiéticos. O que se deseja salien- tar é que o tratamento de pnouménicos pela Homeopatia continua eficaz com os mosmos medicamentos usados des- do 0 inicio do método hahnemanniano, hé mais de 150 anos, Porque obedionte a uma lei terapéutica. A.autora admite, som demérito para sua excelente obra, como verdadeiras algumas concep¢ées de Hahnemann, no essenciais & Homeopatia e rejeitadas, hoje om dia, pela maioria dos adeptos da doutrina: @) A teoria de divisibilidade indafinide de matéria. b) A teoria de que a acde do medicamento 6 incon- dicionada e mais forte do que a da moléstia. ©) A explicagtio da cura homeopética pela tooria da substituicdo, & qual o préprio Hahnemann ava importémcia secundaria (“Organon § 28). d) A concepeéio de que a acée do medicamento se faz pela mediacdo exclusiva do sistema nervoso. Chama-se a atengio do leitor para a tradugéo portu- guésa da obra de Hahnemann: “ORGANON DA ARTE DE CURAR OU EXPOSIGAO DA DOUTRINA HOMEOPATICA" traduzida diretamente da 6. edictio alema, publicada pela EDITORIAL. que complomentaré as ligSes do curso. Cumpre, finalmente, agradecer ao LABORATORIO HO- MEOTERAPICO S. A., de Sao Paulo, a doagdo que nos féz da traducéio do trabalho da dra. Tyler. EDITORIAL HOMEOPATICA BRASILEIRA. SINTESE DOUTRINARIA As doutrinas de Hahnemann em breve sumério © REMEDIO SEMELHANTE: — ou, ESTIMULACKO VITAL CONTRA A DOENGA“pela reagdo vital (curativa) a um medicamento capaz de produsir na pessoa s@ uma doenca (artificial) “seme thante”. 0 EXPERIMENTO DAS SUBSTANCIAS MEDICA- MENTOSAS para determinar seus exatos podéres sub- versivos em relacio 4 satide humana, © EXPERIMENTO DE MEDICAMENTOS SOMEN- TE EM INDIVIDUOS S408. 0 REGISTRO CUIDADOSO DAS DOENGAS AR- TIFICIAIS (MEDICAMENTOSAS) para comparacao com casos de doenca natural. RETRATAGAO DO CASO, nao smente com o pro- Pésito de diagnéstico, mas para obter os sintomas pré= Prios do paciente ¢ suas reagdes anormais. A SELECAO DO REMEDIO por cuidadosa compa- ¢do do complexo sintomdtico caracteristico do pacien- te com o dos medicamentos, até que se descubra 0 m dicamento de sinlomas mais semethantes. UM MEDICAMENTO DE CADA VEZ:homeopdti- co, nao necessdriamente a esta doenca, mas a éste pa- ciente com esta doenga. (N. B. remédio tinico, sem- pre, nos experimentos € no tratamento, a fim de que 0 reconhecimento da acao medicamentosa subversiva e curativa possa ser igualmente definida. A DOSE ONICA: repetida sémente quando neces- sdrio, isto é, na recorréncia dos mesmos sintomas, mo- dificados, apés um intervalo varidvel de acérdo com a agudeza ow cronicidade do caso: — tendo 0 paciente revelado entrementes notdvel methora. Portanto: DOSES INFREQUENTES. A HIPERSENSIBILIDADE DAS PARTES DOEN- TES, especialmente a um estimutlo “semelthante”, que necessita A PEQUENA DOSE. Mas esta é necessitada tam- bém pelo cardter do estimulo que, em grandes doses de cerlas drogas, resultaria letal; em doses médias inibi- ria e em muito pequenas doses seria estimulador ao paciente sofredor e seus Srgaos. O RETORNO DE SINTOMAS ANTIGOS e seu signi- ficado. NAO INTERFERENCIA COM A REAGAO VITAL: (a) com a agravagao homeopdtica inicial, a me- nos que seja suficientemente severa para exigi-la. (>) com a reacdo de methoras progressivas. en- quanto dura a reagéo vital. POTENCIALIZACAO: — a reducdo sistemdtica da massa, com liberacao de energia. LICAO PRIMEIRA SIMILIA SIMILIBUS CURENTUR TRATEMSE OS SEMELHANTES PELOS SEMELANTES © campo da Homeopatia é a Matéria Médica A Homeopatia é 0 ramo da medicina que se ocupa (jinica- mente) de: A descoberta de medicamentos A experimentacio (ou a patogenesia) de medicamentos A preparaciio de medicamentos racio — ineluindo dose e repeticao. Pressupée, como coisa assente e indiscutivel, o conhecimento completo de tédas as matérias que constituem a’ “Medicina”, ho- je em dia, isto é, Anatomia descritiva, Anatomia patolégica, Fi siologia e Patologia, Bacteriologia, Quimica etc., e Diagnéstico. A homeopatia se especializa apenas em drogas, na sua descober~ ta, na investigacdo dos seus podéres morbigenos e, portanto, cura- tivos, e na sua aplica ‘A sua admii Em suma, 0 dominio da Homeopatia é a Matéria Médica e a sua exata aplicagio (com conhecimento prévio, como quer Hahne- mann, baseado na lei e deduzido de experimentacao prolongada ¢ exaustiva e de experiéncia) & doenca e ao sofrimento. Almeja sempre a cura, sendo possivel; mas mesmo em casos incuraveis, exato remédio homeopatico prova ser o melhor paliativo, até pai proporcionar uma espécie de eutaniisia. Cura Hahnemann define a “cura” como “um restabelecimento nio perturbado por sofrimentos posteriores”, A medicina dos “semelhantes” A Homeopatia é a medicina dos “Semelhantes” — como o seu nome o indica (Homoios = semelhante, pathos = sofrimento). Ela sustenta que nao hi nada na natureza que, podendo prejudi car, no possa ser usado para curar, mas curar aquilo, ¢ 5 aqui- Jo, que possa causar. Ji se disse: “As drogas provocam e curam doencas ¢ as doen- as siio as mesmas”. Por exemplo A Beladona cura a febre escarlatina, porque o envenenamen- to de beladona é (até onde vao os sintomas) indistinguivel da fe- bre escarlatina, Ambos apresentam a pele ardente, os olhos bri Ihantes com as pupilas dilatadas, a garganta séca ¢ dolorida, ex- citacdo, até ao ponto de delirio. 0 Arsénico cura rapidamente o envenenamento por ptomaina, Porque os seus sintomas sio priticamente idénticos — néuseas terriveis, vomitos e diarréia, frialdade e colapso, ansiedade com agitacio e angistia, 0 Sublimado corrossivo (“Mercurius corrosivus") cura a di senteria, quando hé tenesmo interminavel com evacuacées. san- giinolentas. Mla um venenw de uranha — Latrodectus mactans que, onde penetra, produz os sintomas tipicos da angina de peito e é um dos melhores remédios para essa enfermidade. Dose minima ‘ Mas, ao usar tais remédios, deve empregar-se, por razées Sbvias, ndo a dose fisiolégica, mas a minima. A homeopatia preo- cupa-se 86 com o estimulo vital. Hahnemann comecou seus experimentos com doses fisiolé- gicas e, como resultado da experiéncia, reduziu-as cada vez mais, Alé que chegamos nossa pritica atual de empregar doses mi nimas, A lei “Arndt-Schultz” E aqui, a generalizacéo de Arndt-Schullz é mais ou menos explicativa: Venenos que, em grandes doses, sao letais, em doses menores, tendem a inibir e, em doses ainda mais pequenas, esti mulam as mesmas células. Hahnemann viveu muito antes de Schultz, mas ambos che- garam priticamente & mesma concluséo: somente, Hahnemann ian ob converteu em pritica a sta doutrina, ensinando e legando-nos o poder de tratar as doencas pela reacdo estimulante a tais drogas, como as que sio produzidas nos individuos sios em condigées andlogas, estimulando curativamente, por ésse meio, as células, tecidos ou drgios idénticos afetados. A Homeopatia nfo trata a doenca, mas a pessoa doente A Homeopatia, como se depreendera, nao trata a doenca per se, mas as pessoas doentes. A doenca’nao constitui fator tio importante na prescricio homeopatica como o individu com a doenca. Tomemos a pneumonia, por exemplo. Conhecem-se_muitas drogas que causam “pneumonia” — Phosphorus, Bryonia, Che- lidonium, Acido Nitrico e outras. Mas, nfo s6 08 organismos asso- ciados 4 doenca diferem, como também nao ha duas pessoas que exibam precisamente 0 mesmo quadro de sintomas, ao sofrerem de pneumonia, Além disso, drogas que nunca se souberam que congestionassem, inflamassem ou provocassem macicez dos pul- modes podem ser requeridas pelo quadro de sintomas de qualquer doente especial e, por conseqiiéncia, curar. Sao os sintomas, espe- cialmente os sintomas estranhos ¢ imprevistos, no comuns a doenca, mas ao paciente com a doenca, que reclamarao fortemen- te uma’ droga que tenha provocado precisamente ésses sintomas nas pessoas de saiide. Um enférmo de pneumonia esti enrubescido e quente, con- torce-se a dormir, ndo pode deitar-se do lado-afetado, que nao to- lera pressio, mostra tendéncia m esta violenta- mente delirante. © quadro aqui 0 remédio, por- tanto, é Beladona, Um caso receitte de fonia no inicio, em nosso London Hospital, foi o de unt-ctianca de trés anos, com temperatura alta, pele ardente, pulmao direito afetado e delirio ruidoso que, depois de algumas doses de Beladona, ficou sem fe- bre e priticamente bem dentro de vinte e quatro horas, ‘Um quadro de sintomas inteiramente diverso exige Baptisia,) ¢ nenhuma dessas drogas pode substituir a outra. Aqli ver rosto sombrio, congestionado e sonolento, de aparéncityarcotiza- da, O doente parece apatetado, como que entorpecido Pi gas e cai a dormir, ao responder a uma pergunta. Esse caso ocor reu durante a terrivel “gripe pneumdnica” do fim da guerra pa sada, 0 médico que pediu auxilio chamou-Ihe o pior caso que ti- nha tido durante a epidemia, receando que o enférmo morresse, mas a Baptisia alterou completamente as condicées ¢ a paciente, no dia seguinte, estava fora de perigo. peas vaq) 4 b> PaO, | Um terceiro doente de pneumonia tem pontadas na pleura que o obrigam a deitar-se sdbre o Indo afetado, para limitar os movimentos tordcicos e conseguir pressio (exal rio da Beladona). Ble nao se atreve a mover;Se e respi terror. A lingua esti branca. Tem grande sé(le de bebidas \fri Irrita-se, se 0 perturbam. Pisses so os sintomdy da Bryonia grande nitmero de casos de pneumonia exige Bryonia e ct to prontamente a ela. Mas nao devemos omifir 0 Acénito ro remédio em que pensar\na j i tomas é a subitaneidade do\at Go a0 vento frio, cortante. Rulso forte, saltitante. Dores no pei fo que nao deixam o doente deitar-se sobre nenhum dos lados. ‘Tose expelindo sangue vermelho-vivo. Mas com isso tudo, nao seria Acénito, sem intranqililidade, agitacdo, angustia, ansiedade, médo da morte, que parece inevitivel. E Acdnilo 6 sempre pior de noite. Ou os estados do Acénito podem sobrevir repentinamen- te de noite, durante uma pneumonia em que a selecio de remé- dios nao foi bem feita. E aqui Acénito, com os seus sintomas men- tais, dard alivio e quase siibita paz ao enférmo. Nos casos de Phosphorus, a localizacao é geralmente na ba- se direita. E como em Bryonia, o doente tem séde para grande quantidade de agua fria; mas aqui as dores sia constritivas e o peito sente-se opresso. Se o paciente é uma crianca, esti cons. tantemente a pedir uma coisa e outra, sé para ter sempre alguém perto. Nao pode estar sdzinho, (*) Ou, tratemos de casos de digrréia; ésses, se sfio agudos e sim- ples, cedem muito pro apidamente ao tratamento homeopi- tico ‘dos “semelhantes”. Uma diarréia\de Golocynthis }az com que o paciente se dobre com grandes do ert Uma diarréia manha bem cedo; é muitas vézes, 0 primei Aqui, 0 quadro de sin- ‘ralmente depois de exposi. riga a vitima a sair da cama, de fhdo se passeia, se esti de pé, ou de- pois das refeicées. O\doente tem miceao € flatos involuntarios. Borborigno obdominal, Se_hé mamilos hemorroidérios externos, melhora com aplicagges fri Uma diarréia agutda de Arsénic) sugere intoxicacéo alimentar, com a sua violéncia devomites-€ evacuagdes, muitas vézes, si multaneamente, com terriveis niuseas e prostracio, com ansieda- de, intrangiiilidade e angustia. & facil discernir o remédio — que é muito rapido na sua acao curativa — se os sintomas concorda- rem. ) Vide no final do capitulo os gréficas que mostram 0 efeito de diferentes remk- jog dminstrados, de actrdo com ee sintomas, em easbe simples de pneumonia, aE Uma diarréia di Mei manifesta-se com mau cheiro das dejegies, com a lingha suje-fau gosto, suores e tenesmo que nio alivia. Todo 0 médico que agir nessas condigdes, dando 0 medica- mento individual para o caso individual, nfo deixara de ter re- sultados convincentes, Sintomas individuais Certos sintomas comuns a todos os casos de congestiio dos pulmées, diarréia, disenteria, servem para identificar e classificar a moléstia, mas nao so sintomas em que se possa basear uma prescricdo de cura, Sao os sintomas estranhos ¢ individuais, pe- culiares a um certo doente com pneumonia ou outra qualquer en- fermidade, que devem ser enquadrados com um remédio que pos- sa produzir sintomas iguais nas pessoas sis. Bsse somente pode provocar o estimulo vital e, portanto, curar ripidamente. Esta ra- pidez é inacreditivel, enquanto se nao vé. E, mesmo entio, é as- sunto, de maravilha, sempre renovada, Alguns dos primeiros parigrafos do Organon da Arte de Curar de Hahnemann, simplificadas ¢ condensados A iinica e a mais alta missio do médico é restituir a saiide ao doente, que ¢ 0 que se chama curar. © designio mais elevado da cura é 0 alivio e exterminio da doenga em téda a sua extensio, da maneira mais breve, mais suave e mais segura, de acérdo com razdes claramente compreensiveis 0 médico deve perceber o que ¢ curdvel nas doencas em geral_e em cada individuo em particular, Deve compreender claramente 0 que é curativo nas dro- gas em geral e em cada droga, em especial, isto é, deve ter perfeito conhecimento dos podéres medicinais. Precisa adaptar o que & curative nos remédios aquilo que é indubitavelmente mérbido num doente. Gada caso de doenga precisa ser enfrentado por um remédio adequado ‘quanto ao seu modo de agir, 4 sua necessiria preparacio ¢ ‘quantidade e ao tempo proprio para a sua repeticao. Deve conhecer os obsticulos no caminho do restabeleci- mento. ‘Tem de colhér auxilio de fatos concernentes & causa mais provdvel da moléstia aguda; e de sinais importantes, ocorri- meat dos durante t6da a histéria dum caso de doenca cronica, pe- as quais éle descubra a causa primaria dessa, que depende, geralmente, dum “miasma” erénico (infeccao crénica a pa. rasitar 0 organismo). Nas doencas crénicas, especialmente, a constituicio do « paciente, as caracteristicas da mentalidade e do tempera- mento, as suas ocupacdes, 0 sen modo de vida e os seus hi- itos ete., devem ser levados em consideracio. Devem notar-se as alteracdes na saiide do corpo e da al- ma, sintomas mérbidos, desvios do estado de satide anterior experimentados pelo doente e observados pelo médico ou pelos familiares. A soma dessas observagdes representa a doenca em t6da a sua plenitude: a verdadeira e a tinica forma concebivel da doenca, Depois da remocio de todos os sintomas, a série inteira dos fendmenos perceptiveis, ¢ impossivel que permaneca qualquer coisa que néo seja'a saiide ou que quaisquer pro- cessos internos continuem alivos. Em suma, téda a hipétese, por mais habilmente urdida ¢ expressa em palavras, conduzira as mais palpaveis incon- sisténcias, se no é fundada na verdade. Pela observacio, pelo raciocinio e pela experiéneia, che- guei conclusio de que, contrariamente a yelha alopatia, a melhor forma de curar encontra-se seguindo esta propo: A fim de curar suave, répida, segura e permanentemen- te, escolher para cada caso de doenca um remédio que, por si préprio, seja capaz de provocar uma afeccao semethante aquela que é destinado a curar. Curas genuinas e suaves s6 se conseguem pelo principio da Homeopatia... Bste principio. .. fornece-nos o iinico méto- do que habilita a pericia humana a curar enfermidades com esate grande certeza, rapidez e duracao porque ésse método cura- tivo baseia-se em eterna e imutivel lei da Natureza” (Orga- non), Uma droga “sé pode curar em virtude de os seus sin tomas serem semelhantes aos do caso de doenca, ¢ de ndo poder deixar de curar de conformidade com a eterna lei ho- meopatica da natureza”, (Hahnemann, Matéria Médica Pura). Doengas semelhantes destroem-se mituamente © uma doensa similar medicamentosa destréi uma doenca natural Hahnemann mostra que o principio de Similia estende-se tam- hém ao reino das doencas, que as doencas de sintomas semelhan tes aniquilam-se ou, como o deveriamos exprimir, servem de an- tidoto umas as outras, e éle exemplifica, inter alia, com a vacina ea variola. £-de modo semelhante, afirma éle, que uma doenca artificial ou uma doenga medicamentosa serve de antidoto a uma doenea natural de sintomas semelhantes. Sdmente que, como éle insiste, a doenga artificial ou doenca medicamentosa 6’ muitissimo superiar, como agente curative, a qualquer doenea natural, visto que as doencas naturais sio incer- tas na sua agdo e deixam muitas pessoas nio afetadas, ao passo que os agentes medicinais (Arsénico, por exemplo) “atuam, em todos os tempos e sob tédas as circunstancias, sobre todos os sé- res vivos, e possuem esta ventagem de que podem ser diluidos, divididos, potencializados até quase ao infinito pelo médico, at? que se yeja 0 efeito do tratamento com uma transi¢io suave, im- perceptivel, mas rapida, do sofrimento para a sade”. Ble diz: A forca superior das doencas artificiais nao & a tnica condigdo do seu poder de curar as doencas naturais. As drogas devem ser capazes de produzir no corpo humano uma doenca ar- lificial tao semethante quarto possivel dquela que tem de ser curada. Porque é pela sua semelhanca, combinada com o seu maior poder, que a doenca medicamentosa extingue e aniquila 0 desar- ranjo causado pela doenca natural. Isto é tio verdadeiro que a propria natureza nao consegue curar doenca mais antiga pela superveniéncia de nova doenca dissimilar, por mais forte que seja; nem o médico pode curar com drogas incapazes de produzir estado mérbido similar no corpo com satide, a Extratos de conferéncias ¢ optisculos “Nos homeopatas somos “um grupo a parte”, apenas no que diz respeito ao estudo e & administracao de drogas. Tudo 0 mais nés partilhamos com os nossos irmios profissionais. Apenas, nés nos especializamos em drogas.” Como um dos nossos mais antigos escritores escreven ha anos, “a Homeopatia é uma parte da ciéneia médica. Nio é medicina, mas uma grande reforma num dos seus departamentos. Nao tem nova anatomia, fisiologia, patologia ou quimica... Mas utiliza as jéneias da toxicologia e da patologia de maneira que era im- possivel, antes da descoberta da Lei dos Semelhantes.” “A droga que pode ser usada para adversamente afetar cer- tos processos vitais pode usar-se para estimular os mesmnissimos processos vitais, de modo curativo. Isto é Homeopatia.” Como Hahnemann diz: “Nao ha agente, néo ha poder na na- tureza capaz de afetar mérbidamente o individuo saudavel, que nao posstia, ao mesmo tempo, a facilidade de curar certos esta- dos mérbidos.” “Um dos nossos maiores clentistas de hoje diz que o mero principio de escolher remédios similares parece-me senso comum biolégico”. A Homeopatia: elo que faltava * Em que difere a Homeopatia da Alopatia? A Alopatia estuda as doencas e descreve-as com grande eui- dado ¢ miniicia. Firma-se principalmente no diagnéstico © no prognéstie! A Alopatia também estuda drogas, faz experiéncias quanto i sua aco, nota cuidadosamente os seus efeitos sobre os diferentes érgiios e tecidos — especialmente de animais (Nota: As experiéneias de Hahnemann séo muito mais conclusivas, vis- to que foram todas feitas sobre seres humanos sadios.) “0 conhecimento preciso dos efeitos puros, peculiares e mor- bificos de certas drogas sObre 0 individno humano sadio ¢ 0 ini- co que pode ensinar-nos, de maneira infalivel, em que estados mérbidos, mesmo que ésses nunca houvessem sido anteriormente observados, um remédio, cuidadosamente escolhido de acdrdo com a similaridade dos sintomas, se pode empregar como agente eae de cura infalivel que os venca ¢ os extinga permanentemente.” (Hahnemann, Matéria Médiea Pura). Sir William Milligan, doutor em medicina, escreveu recente- mente: “As primeiras fases da doenca sio muitas vézes insidio- sas, 08 sintomas sio principalmente subjetivos e o diagnéstico torna-se difieil pela auséneia de grosseiras alteracées patologicas. Essas alteragses iniciais sao, contudo, precisamente as fases em que 0 médico tem a melhor oportunidade de curar o enférmo e de cortar a doenca pela raiz.” # nisto que a Homeopatia vence. 0 médico da velha escola acha-se desarmado enquanto nfo aparecem as alteracées patolé- gicas; esti absolutamente as escuras. Nem mesmo pode diagnos- ticar. ‘Mas um doente, antes de Ihe aparecerem profundas alteragées patolégicas, tem sintomas. Sente-se mal. Pode dizer os desvios da sua normalidade. E 0 homecpata, tratando dos sintomas que exis- tem de fato, salva 0 seu paciente, mais vézes do que éle sabe, de enfermidade grave, podendo, como afirma Hahnemann, “tratar eficientemente de doencas, mesmo que elas nunca anteriormente tivessem sido observadas™. (Opiisculo). 0 falecido Sir James Mackenzie também se firmava no fato de que o nosso problema € 0 préprio doente. Ble é um verdad cosmos em si mesmo, diferente de qualquer outro ser humano vi- vo. As suas reacées e’resposias aos estimulos, quer da droga, da doenca, séo de interésse e importincia especial. O diagnéstico deve ir mais fundo do que A mera causa préxima, mais fundo do que aquelas condicées prévias que permitiram a doenca, deve mergulhar até as ocultas atividades da vida, com as quais a res- posta curativa esté intimamente ligada. Muito da obra de Mackenzie podia ter sido escrita por Hahn Je, como Hahnemann, diz: ““O que ¢ importante para né € 0 néo usual, o inesperado na reacdo do paciente aos estimulos, externos ou internos, mentais ou fisicos, que nos déem quaisquer indicios das mais intimas e mais profundas operacées vitais.” Hahnemann diz: “Devem ser anotadas, muito prineipalmen- te e quase exclusivamente, as caracteristicas mais proeminentes, incomuns e peculiares do caso de doenca, para que essas tenham 4 mais estreita semelhanca com os sintomas do remédio requerido, se se pretende curar.” (Optisculo). ae joguintes, tratados no Hospital Homeopatico de Londres, mos- ‘h pronta nglo dos Temédios homeopéticos na pneumonia. Devemos ob- Mervur que os primeiros foram daqueles com que tivemos de lidar no fim da Tuer Mundial, quando & pneumonia era particularmente mortal. Pneumonia — Mercurius, Outra pneumonia da base direita, Apresenta quadro sintomitico di- ferente © requer droga diferente. ‘Mulher de 30 anos. Influenza no dia 26 de novembro, com tosse ¢ expectoracéo sanguinolenta. Admi- ida no dia 3 de dezembro de 1918. Pneumonia — Bryoni Crianga de 14 meses, em coma desde 3 de abril. Vémitos, no di 4 de abril. Admissio recusada em dois hospitais: 0 primeiro diagnos- tieou algo no pulmo direito eo segundo forneceu uma nota que di- zia “Nao hi vags. Meningite?”. da por todo 0 corpo. Sépro tubirio audivel posteriormente na parte média do hemitérax direlto, ester- tores erepitantes mais abaixo. Do lado esquerdo, murmiirio vesicular fispero, rude, sem area definida de Na admissio, em 8 de abril de 1918, encontrou-se nitida infecco pneumdniea no pulmio direito. C ‘mo a crianga estava jrritada e no permitia que tocassem nela, foram- macicez. Mere. 30, de 3 em 3 horas “Ihe administradas algumas doses No dia 4 a doente ja se encontra de Bryonia, que resolveram 0 caso. Pleuro-Pneumonia — Kali cars, -™elhor. ‘Sente-se “muito bem". ‘Nao ha suor nem mau cheiro, Lin- gua bem mais limpa. O sBpro tu- Re eeESE + 4 Pleuro-pneumonia da base ditei- ta. Homem de 65 anos, admitide a Se dexembro de 191, Expector- tartare crepitantes. Medicamen: so chr de ticle, Dores iancinan. sche rer inns a tes especialmente no hemitorax i- és No dia 7 — térax livre de ruides relto, provocando gritos com a res- NO dis 7 — t6rax lvre de ruldo piragio e independentes dela. Tem- peratura: 40°, Excursées respiraid- aa ins: 40. As dores comecaram com forte calefrio no dia 6. Desde «n- to nio tem dormido — grita na hhora das dores. Muito inquieto, Dei- tase do lado esquerde. “Quer es- tar bem agasalhado”. Kali carb. 20, de duas em duas horas. ‘As dores cessaram duas horas ée- pois da primeira dose de Kali car bon, ¢ o doente teve a sua primei- ra noite boa. A mais alta tempera- tra foi no dia 9, 388; depois ba xou ripidamente. Restabelecimento ripido. Os sintomas grifados sfo os de Kali carbon.. Levaram & escolha do —o oa spo.s0o1.90 ete, referemse a elferentes graus de atenuacto Peseentiis caren ends ony Rieaigrazas, "9.20. 000" ete, refer = ua @ temperatura se normalizou. Bee Pleuro-Pneumonia — Bryonia. 25-1-1018, L. M, 41 anos. Pleuro- -pneumonia da base direita. Doen- te do Almirantado, enviado no se ‘cundo dia de doenca, as 4 horas da manhi. Na admissio, temperatura : de 3938. Excurstes respiratéria 44, Expectoragio sanguinolenta, Bryon. 200, quatro doses. A tempe- ratura estava subnormal no fim de 86 horas; 16 horas depois sublu pa- ra 376, quando se administrou Bryon. 1,000, que pés fim ao qua- aro, ans cee Bronco-Pneumonia — Aconitum. ‘Caso muito precoce, numa erlan- ga de 17 meses. Estava brincando de manhi e de repente ficou ver- ‘melho, febril ¢ irritado. Admitido 4s 4 horas da tarde, no dia 11 de setembro de 1919. Temperatura: 40° Excurses respiratérias: 58. Focos ‘“disseminados em ambos os pul- mes de sdpro tubirio ou respira- gio rude”, Pulso 140. Com Acont- tum 90 (sels doses de 3 em 3 horas), f@ temperatura teve queda répida fem 24 horas, com normalizagio da respiragio e do pulso. Bronco-Pneumonia — Pulsatilla. Crianga de 5 moses, admitida meia-noite, 27 de junho de 1919. Pequeno foco de bronco-pneumo- nia na base direita. Estivera vomi- tando @ 03 olhos achavam-se lacri- mejanter, avermethades, com secre- .géo purulenta verde s6 pelo élho es- querdo, A temperatura, quatro ho- ras depois, as 4 horas da manhé, ‘era 40°3. A crianca tomou Puls. 200 de 2/2 horas e a temperatura baixou ripidamente, ficou absolu- tamente normal no dia 1° de julho, ae Bronco-Pneumonia — Phosphorus. Meninazinha de 4 anos e méo, admitida as 4 horas da tarde do ia 8 de janeiro de 1922, com bron- co-pneumonia. Temperatura 40, pulko 136, excursdes respiratérias 40. ‘Néo estve bem nos tiltimos dez dias: febril, tosse curta, chiado no peito; grita, inquieta, descobre-ce. (© pulmfo esquerdo mostrava pos- teriormente macicez em extensa fea. Estertores erepitantes, © pal- mio direito apresentava zona de macicez na regio axilar. Fol-Ihe administrado Phospho- ‘rus 10.000, seis doses de 2/2 horas. Em 24 horas a temperatura j es- tava abaixo do normal (36°,6); 0 pulso e as excursdes respiratéras também normalizaram-se. No dia 10 ainda havia simis pneuménicos, mas éles logo se dis- siparam e teve alta curada no dia 12, ‘Um dos casos comuns de Aconitum, Crianga de 14 meses, em denti- io, admitida 4 meia-noite, com temperatura de 39,6, pulso 72 ¢ rrespiragio, 156, muito répida. Bs- tertores crepitantes em ambas as bases, especialmente na direita. A crianga tina estado sonolenta, res- pirando dificilmente em todo 0 dia anterior. Agora estava inquicta e iritada, Foi-the administrado Aconitum 80 de 2/2 horas — a temperatura € fas excursées respiratérias baixa- ram. No dia seguinte, por causa de uma menor ascengfo térmica, foi repetido 0 Acon. 30 de 3/3 horas: isso Tiquidou 0 caso, (Sarampo hé um més atrés). Pneumonia — Bryonia, ‘Mulher de 36 anos, admitida em 29 de outubro de 1984. Tinha-se estriado, com tosse incomoda. gorse tres ltimos das ta dor aguda sob o omoplata direito, que vinha aumentado de intensi- dade. Ber, tins nepiacto prokinda: me- Thor pelo calor ‘Tome cura, dolorosa. A expecto- ragio sal com difieuldade, 6 visco- sae fem aivos de sanguo. Séce pa- ra grandes porgses de agua. Tem- ‘peratura $8%3, Pulso 104. Excursoes Fespiratérias 26, ‘Bo exame: Limitagio de_movi- ‘menos e macicez & ‘percussio.na base esquerda, com sépro tubario pectoriloguia afonica. ‘Uma tipica pneumonia de Bryo- ‘Os sintomas coincidindo per: liamenie no rome © no Aden. Fol-the administrada_ Bryon. 200, 4 doses de meia em mein hora. ‘No dia seguinte, ja melhor, a dor, a tosse e a expectoracdo diminufdas, embora com a temperatura ainda ‘acima do normal, deram-Ihe Bry. L000, #26 doces do 3.em 3 horas, 0 ‘due liquidou o caso, Naturalmente ue teria de fazé-lot Mas, nfo poderia ter sido uma crise natural? A desmentir isso, ob- Servar que ela estava melhor em todos gp sentides no sexundo din © ante: de a. tempers sce ‘que tudo se tinha dissipado, no to- Tax e no resto, a0 quarto dia apés ‘padmiseéo. Pneumonia — Bryonia. Menina de 7 anos, admitida ao meio-dia (80 de margo de 1918), com dor no, hemitérax esquerdo o foco heumbnico nitido na base esquer~ a, Temperatura 40". Pulso 148. Ex- para. $6%,3 ¢ ainda havia algumas Sores, de modo que recebeu Bry. 1.000 de 4/4 horas: em menos de 48 hhoras a temperatura estava abaixo do normal eas dores extintas. N. B. — Grande percentagem de pneumonias requer Bryonla. shrrets tori tors Pneumonia Lobar Direita — ‘Belladona. 4 de novembro de 1985. I. K., me- nina de trés anos, Estava bem até o meio do dia fem que foi admitida. Depols can- sada, com frio e de mau humor. ‘Mais tarde, com febre, pulando du- rante 0 sono, delirante ¢ barulhen- fa Batimento das asas do naria Respiracio apressada. Multa séde. ‘2 entrada, temperatura 40°; ex- ccursées respiratérias 40; pulso 142 atorax sensivl, pula ao ser to: "Pele muito As 10 horas da noite, macicez da base direita até'a esedpula. Dimi uledo do murmirio” vesicular. 1200, 4 doses de 2/2 horas. No dia seguinte, § de novembro. Muito melhor. Mais ealma. Varlas descargas de fezes liquidas e es verdeadas. “Apés 24 horas da entrada, tem. peratura 3792. Nada mais, a 130 ‘ser um pouco de herpes labial. N. B.— Uma pneumonia akor- tari, contanto que se comece cdo ese ministre 0 correto estimulo vital — 0 que apenas se pode des- cobrir com'os métodos de Hahne- Pneumonia — Sulfur. ©.G. C, 6 anos. Deu entrada em 9 de dezembro de 1995 (see mingo. Séde para bebidas frias. Tn duleta e febricitante noite Quando entrou, a erlanca estava ‘Tosse présae dificil. Temperatura 307. Pulso 144. Exeursées respl- ‘ratdrias 40. Encontrou-se uma pneu- monia lobar esquerda. Sulfur. 10,000, seis doses de 2/2 horas. No dia seguinte, dia 10, a tempe- ratura baixou e a erianga gentiu-se melhor. “A. temperatura permanecen a0 redor de 3792 por alguns dias, mas 2 erianca estava bem". aa a ¥ 4 i i i Pleuris — Comégo de Pneumonia — Pulsatile, L, Gy 18 anos. Deu entrada & ‘meia-noite, a 2 de novembro de 1935. ‘Ao despertar de manh@, quelxou- -se de que nao se sentia bem e fi- zeram-na guardar o leito. As 5 da farde quelxou-se de dores no pel- to, Trazida ao Hospital & meia-noi- we ‘Exame: Temperatura 39°, Pulso 100. Excursées respiratérias 28. No pulmgo direito, atrito pleural no Spice e estertores suberepitantes mais abaixo, Pulmio esquerdo lim: ‘vos. Chorona e som séde, Puls. 200, Sedoses de 2/2 horas. Na manhf seguinte sentia-se mui- to melhor e ja nio tinha dores no peito. ‘Exame: Nio hi atrito. Alguns es- tertores timidos no. Apice direito. Ao’ meio-dia temperatura 30°. Pulso 100, Exoursies respiratérias 26, Deu-se Puls. 200, seis doses de 4/4 horas. As 4 da tarde, tempera- tura 376. Pulso 92, Excursoes res piratérias 24. 'No dia seguinte, dia 4, a pacien: te sentitite muito bem “Peito lim- po. A temperatura subiu para... 388 a0 meio-dia, de modo que ze ccebeu Puls. 10.000, 6 doses, de 2/2 horas "Restabelecimento sem acidentes, Bronco-Pneumonia Lactente de 7 meses e meio, en- vido em 21 de fevereiro de 1835 ‘de um hospital vizinho, por falta de leitos, com bronco-pneumonia. An- ftecedentes de “bronquite desde 0 Natal", mas adoeceu3 dias antes da adiniseio. ‘Exame: ‘Todos os sinais de bron- co-pneumonia presentes, principal mente do lado direlto, Respir ofegante, ripida, com excursbes Fespiratérias até’ 76. ‘Temperatura 40755. Pulso 170. Suores profusos. Bry... Cale, Sulf. poueo ou nada fi- zarazy_ Om pouoe melo com Phos mas "rapidamente curado com Ka- suit". Esse caso fo} citado como um dés- ‘ses em que 0 remédio acertado nao fol logo descoberto. Moral do ca quando, em doenea aguda, nto ;pida melhora, € por que 0 Te- gdio nie fol encuntendo “0 cas deve ser reconsiderado, com talvez indicagées mais nitidas por obser- vvagdes. posteriores. sse. caso nao cedeu dramaticamente sob 0 aspect terapéutico, Entretanto os resulta = inais foram o melhor que se lia desejr- Nunca se deixe ven- Guante Gescrienao ne oomares a Pneumonia Dupla — Natrum sulfur. Interessante caso de pneumonia dupla num jovem de 20 anos, em fasma e enfisema, Estéve com calafrios duas noites antes da entrada, as 8 horas da noi te, a 13 de abril de 1918. Havia ex- pectoragao sanguinolenta, cujo exa- me revelou “infeccio | miiltipla: Bryonia 200 pareceumelhorar um, pouco durante 36 horas, muito; depois, Bryonia 1m ‘pare- cou ‘continua a melhora, suave mente. Mas a 16, Natrum sulf. 200 do quatro em quatro horas, produ- ziu ‘melhoras rapidas e continuas ‘A‘temperatura deseeu gradualmen- te em frinta e sels horas ¢ nio tor now a subir. N. B,, no que diz respeito a pro- gnético: © micro-organismo ¢ de {mportincla ‘infinitamente menor que o remédio. Se podeis estimular ‘com éxito o doente, o préprio doen- te-pode atacar a infeccao. ae LIGAO SEGUNDA REACAO VITAL — ESTIMULO VITAL — SENSIBILIDADE Base da Homeopatia A Homeopatia, como se disse, ¢ inteiramente baseada na es- timulagéo vital e na reac curativa vital. Seu alvo difere inteiramente do da “Medicina”, como esta geralmente se compreende; e & por isso que nao sé a dosagem € repeticio homeopaticas ndo se podem aplicar a terapéutica da Velha Escola, como também a dosagem e a repeticio da Ve- tha Escola nao se podem aplicar & Medicina da Estimulacio Vi- tal. (*) Seu objetivo A homeopatia pretende que o doente se cure a si préprio apenas procura estimulé-lo para ésse fim. Ago e reacdo Mas, se uma pessoa deseja “fazer alguma coisa” — subver- siva, sem divida — a um doente, a fim de produzir acdo purga- tiva, deve usar dose suficiente, mas contudo nao téxica, de qual- quer purgativo, para conseguir, sem todavia ultrapassar, o seu objetivo; ou se se deseja fazer dormir um paciente, deve-se usar dose suficiente, mas nao letal, dum hipnético; e assim por diante. Mas nenhum désses métodos pode provocar reacio curativa — 1 Visto que para cada cgdo hé uma reacéo igual ¢ contraria, a insonia e a prisio de ventre apenas se tornam mais inveteradas, tanto quanto persistir essa terapia; e as drogas terao de ser repe- tidas, de ser aumentadas, ¢ depois substituidas por outras dro- gas semelhante, até que ‘essas também falhem. Tais providén- cias podem servir para paliar uma crise, mas nio sio, de modo nenhum, curativas. (G), Besvio na mais modama vicinotorapia, uma homeopatia grossa que force same ety de nstainee de Haoran, Gunate dole reptile, Sita (er mais’ aguante)? PS SS oa SS Drogas constipantes para curar a constipacio A Homeopatia, pelo contrario, enfrenta a prisio de ventre com a droga que mais prende o ventre, na dose pequena que ape- nas estimula a reacio. Por exemplo Opium, para prisdes quase inveneiveis de paresia intestinal: quando 0s intestinos nao funcionam e 0 reto se enche de massas redondas, duras e negras. Auséneia de atividade; incapacidade para fazer esforeos de defecacio. Plumbum, também quando ha paresia intestinal, Aqui o pa~ ciente pode acionar os miisculos abdominais, mas o reto esti pa- ralisado e nao é possivel expelir as fezes. (Alum.) Nur vomica, quando ha peristaltismo irregular e mesmo re- yerso que causa’ desejo sempre renovado ¢ atormentador de de- fecar com escassos resultados. Isso esti muitas vézes ligado a “espasmos”, dores beliscantes numa parte e noutra do abdome, ficando 0 doente irritado e colérico. Bryonia, quando as fezes sto duras, negras, sécas pequenas; ésse doente também ¢ irritado, Sulfur, quando as fezes sio muito volumosas para passa rem sem grande dor, gritando a crianea antes de ir a0 vaso, por saber o que isso significa. Caso impressionante, sucedido ha anos, exemplifica isso: uma menina fol levada nos bracos da mie a0 consultério para ver o que se podia fazer a sua inveterada pri- so de ventre — e a crianca nao tinha mais de 2 anos. Estava tao mal que 0 médico teve de ser chamado de tempos em tempos para The extrair as fezes do reto. Essa dolorosa operacao havia tido lugar no dia anterior e a erianca continnava assustada, chorosa e sentia-se infeliz. Os seus sintomas além da prisdo de ventre eram tipicamente os de Sulfur, e sendo-Ihe dada uma tnica dose de Sulfur no estado mais alto de subdivisio, o resultado foi que teve dejecdo natural no dia seguinte e nos dias subseqiientes; e a prisio de ventre ficou curada. (Prescreva 0 remédio adequado e vera como é possivel realizar belas curas!). E assim por diante: cada droga que prende cura a espécie exata de prisio que causa, em dose que niio seja suficiente para agravar 0 estado, provocando a sua reacdo @ normatidade. Para curar a insénia Da mesma maneira, a Homeopatia pode muitas vézes curar a Insénia com o remédio mais apropriado 4 exata condicao dos in- sones. Assim, a insénia devida absoluta falta de sono e a excesso de pensamentos ¢ combatida por doses infinitesimais de Coffea, isto é, para a insOnia como a que causa o café, nas pessoas sensi- veis a éle, es A insonia devida a inquietude ¢ ansiedade, depois de esforco demasiado, de susto ou duma operacko cirirgica, é tratada com Acénito, que causa nos experimentadores inquietude com ans dade desesperada e médo da morte — especialmente a noite. ‘A insOnia devida a esforcos exagerados, com cansaco, sensa~ cdo de contusio e sensibilidade dolorosa da parte do corpo sobre que se esta deitado, trata-se com Arnica. Esses e remédios como tais, cada um por via das suas condi- ces especiais, nfo dardo smente deseanso ¢ sono; mas, visto que a sua aco é idéntica ao sofrimento, a sua reacio tende ao re- pouso e & paz. E, tendo provocado apenas o estimulo vital e nada mais, raras vézes requerem qualquer repetigio. Drogas muitas vézes as mesmas; a aplicacio é que 6 ao contrério A Homeopatia é a medicina da reacdo vital e da estimulacdo vital. As drogas empregadas na Alopatia e na Homeopatia sio frequentemente as mesmas, mas aplicadas com intencdo exata- mente opostas. Ambos os métodos esto corroborados por gran- de e paciente experiéncia e podem ser aplicados com éxito — pe- lo que respeita aos seus diferentes objetivos. Nio deve haver questo entre as escolas, cabendo fazer-se apenas uma pergunta “0 que dd melhores resittados?” E aqui cada um apenas precisa investigar 0 assunto. Seré verdade’ Eis a impressdio dum jovem médico saido hé pouco do curso, ao ler 0 Organon de Hahnemann, “# maravilhoso, estonteante, muito razoavel, mas serd verdade. Felizmente o €. A Homeopatia, servindo-se, como se disse, da reacio vital, usa sempre a droga que é capaz de provocar o estado semelhante ao que se quer combater, a fim de conseguir aquela reacdo e curar. Nos estados agudos o seu efeito é notabilissimo e, freqiientemen- te, quase repentino. Exemplo demonstrative Uma senhora estava muito apoquentada certa noite, nio po- dendo respirar sem pontadgs. Finalmente, deram-lhe uma dose de Arnica (um dos grandes remédios da pleurodinia).* Apenas a tinha ingerido, soltou um suspiro profundo e disse: “i o primeiro folégo que consigo em toda a noite!”, Poucos minutos depois, dor- mia profundamente, ~),Aimica_produsiu nos experinentadores ansiedade «dor no térax, ¢ pontadas ioltntad 20 Tebira fundo. inp Alguns parigrafos do Organon da arte de curar de Hahne- mann — simplificados e resumidos, Na saiide, 0 principio vital (o dinamismo que anima 0 corpo material) domina com poder ilimitado e conserva {6- das as partes do organismo em atividade vital admiravel e harmoniosa; por forma que a mente possa empregar ésse instrumento vivo e saudivel para os fins mais altos do nos- so ser. Sem o principio vital, o organismo material é incapaz de sentir, de funcionar e de se preservar a si proprio, As sensa- des € o preenchimento das funcdes da vida sio absoluta- mente dependentes désse principio vital e material, que ani- ma 0 corpo fisico na satide e na doenca. Na doenga, é 0 principio vital que é primeiramente transtornado por qualquer influéncia dindmica — qualquer agente mérbido inimigo da vida, # sdmente esse principio vital, anormalmente modifi do, que pode provocar sensacdes mérbidas e que determina a atividade funcional anormal a que nds chamamos doenca. As doencas sio produzidas apenas pelo principio vital anormalmente perturbado. Néo ha desordem curavel, nem mudanca mérbida, in- visivel e curdvel dentro do corpo que nao se faca evidente (para 0 observador cuidadoso) por sinais e sintomas. © principio vital transtornado, conjuntamente com os sintomas perceptiveis que produz, constitui o todo, uma uni- dade. i 0 instrumento material da vida (0 corpo) é inconcebi- vel sem essa energia vital que éle instintivamente percebe ¢ regula. Do mesmo modo, a energia vital é inconcebivel sem © organismo material. Ambos constituem uma unidade, ape- sar de, em pensamento, nés os separarmos em duas con- cepeses. principio vital ¢ afetado somente dum modo por assin dizer imaterial, pelas forcas inimigas que perturbam as har- monias da vida, E a forea vital s6 se pode libertar da doenga com remé- dios apropriados que atuam sobre ela por meio da sensibi- lidade nervosa, presente em t6da a parte do organismo. Os remédios curativos restituem a side apenas pela sua aco sobre o principio vital, quando os sintomas tém re- velado, tio completamente quanto possivel, a doenca. As alteracdes do principio vital (que constituem a base da doenca) so canceladas pela remocao do complexo in- an teiro de sinais e distirbios perceptiveis, donde se conclui que ‘© médico tem apenas de remover 0 complexo total de sinto- ‘mas, a fim de, ao mesmo tempo, cancelar e aniquilar a alte- racdo interna, isto é, o transtérno mérbido do principio vital € consequentemente a totalidade da doenca — a propria doenga. ‘Mas a doenca removida quer dizer satide restabelecida, E visto que, a nfo ser pela totalidade dos sintomas, nio existe outra maneira pela qual as doencas possam exprimir a sua necessidade de alivio, segue-se que s6 a totalidade dos sintomas em cada caso individual de doenca pode ser 0 nos- so guia iinico na selegio do remédio. Hahnemann também fala de remédios “administrados em forma simples e interyalos longos, em doses tio pequenas que se- jam precisamente suficientes, sem causarem dor nem debilidade, para aniquilar a doenca natural, por meio da reacao da energia vital.” Diz também que “os efeitos curativos sio rpidos ¢ certos em proporgio & energia do principio vital do paciente.” Hahnemann também escreve na sua Matéria Médica Pura: suficieute a quantidade menor possivel de remédio em forma potencializada’. “Doses muito pequenas de medicamento tém muito menos probabilidades de deixar de exercer sua acdo peculiar, porquanto sua propria exigitidade nao pode excitar o organismo a evacua- ‘ges revolucionarias, ao passo que uma dose grande, pelo anta- gonismo que provoca no sistema, é, as mais das vézes, expelida rapidamente, e corporalmente expulsa e extravassada em vmi- tos, diarréia, diurese, transpiracdo etc. As partes doentes sio muito suscetiveis aos “Remédios semelhantes” E também, a respeito da maior sensi tes, diz Hahnemann: “A dose minima possivel do medicamento homeopatico, com ‘a precisa e bastante forca para criar a mais leve agravacio ho- meopatica, operaré principalmente sdbre as partes doentes do corpo, que se tém tornado extremamente suscetiveis a um esti- mulo tio semelhante & sua propria doenca”. Hahnemann, quando aplicava aos tecidos hipersensiveis doen- tes, 0 tinico estimulo a que éles eram mais sensiveis, isto é, a droga de sintomas semelhantes — quer dizer, a droga que se ti- idade das partes doen- ee ovado excitar ésses tecidos especiais — foi forcado, cada » a veduzir suas doses. experimentagées que descobrimos, em cada caso, exa- ais dreds ou tecidos so afetados por diferentes ve~ henos: ¢ quando aplicamos ésses, como estimulantes, a partes nao 6 especialmente sensitivas a essas mesmas drogas, mas também tornadas hipersensitivas pela doenca, é manifesta a necessidade de reduzir a dose. Ble diz: “Ninguém, senio 0 observador cuidadoso, pode fa- zer qualquer idéia do grau a que a sensibilidade do corpo é le- vada, num estado de doenca. Excede tudo 0 que se possa erer, quando a doenca atingiu grande intensidade. Um paciente em es tado tifico comatoso, insensivel, prostrado, que nao desperta a qualquer abalo, surdo a todos os chamados, seri rapidamente res tituido ao estado de consciéncia pela dose mais infima de Opium, mesmo que seja um milhio de vézes menor do que alguém jamais tenha prescrito.” # interessante notar que o Professor Bier, o grande cirurgiao, que ha alguns anos encheu de pasmo a Alemanha por retornar, elo menos até certo ponto, & Homeopatia, escreveu no seu Qual deve ser nossa atitude para com a Homeopatia?: “Hahnemann mostrou muito claramente que sio precisas doses muito menores duma droga para produzir reagao nlm cor. po doente do que num sao, e que, além disso, no corpo doen- te — especialmente nos casos erénicos — a parte afetada reage muito mais intensamente do que as partes nio afetadas. Desde que eu repetidamente pus em relévo ésse fato, tem sido éle universalmente aceito no tratamento por irritantes’Da mesma forma, mostrou o meu assistente, A Zimmer, que preciso 250.000 vézes mais acido férmico para produzir sintomas nos saudiveis do que nos gotosos. A esta intensificada irrilabilidade do limiar da doenca, chamamos reacéo limiar.” E Bier cita Hufeland: “Ha um reagente que é¢ mais delicado que o mais delicado reagente quimico: é o reagente que esti den- tro do organismo vivo.” Foi acentuado por Hahnemann, recentemente pelo Profes- sor Bier, que os tecidos doentes so infinitamente mais sensiveis aco da droga. Dai, a necessidade do emprégo de doses minimas do remédio homeopatico. “Esta hipersensibilidade em caso de doenca — quer da men- te quer do corpo — quase no precisa de demonstracao. “A observacio mais trivial que, num estado de dnimo, nos Passaria despercebida, noutro, pode ‘afetar-nos profundamente. Os antipiréticos abaixam a temperatura — mas s6 na febre. Ples néo afetam uma temperatura normal. “f preciso menos morfina para dominar a dor do que para causar analgesia numa pessoa saudivel “E por isso, como se disse, as doses pequenas sio eficientes na doenca, por causa da hipersensibilidade devida & doenca”. (Optisculos) Mais alguns paragrafos do ORGANON, simplificados e con densados ; “Incontrovertivelmente, e 0 axioma funda-se na experiéneia as doses de todos os medicaments homeoptticos, sem exc edo, devem ser reduzidas a tal ponto que, depois da sna ingestio, Provoquem agravacdo homeopdtica quase imperceptivel. fste & 0 seu padrio de medida; ¢ por mais que a diminuicko prossiga a ponto de parecer incrivel 4s idéias materialistas da maior pai te dos médicos (*), as sas ociosas declamacdes tém de cessar ante 0 veredito da infalivel experiencia, “Todo paciente, especialmente na parte do seu corpo que es- ta doente, pode ser afetado alé um grau incrivel por medicamen- tos que correspondam em semelhanca de acio. Nio ha ninguém por mais robusto que seja, que estando afetado por qualquer doenga, a que chamam doenea local, ndo pereeba rapidamente a desejada alteracdo na parte contaminada, contanto que tome 0 remédio salutar, homeopatico, na dose mais concebivelmente pe- quena; © que, indiscutivelmente, nfo seja muito mais afetado por ela do que uma crianea saudavel de um dia de idade. Como © mero ceplicismo fedrico é insignificante ¢ ridiculo, quando com- parado com a infalivel prova experimental!” EGE Sh bh ms cde na yen esa ae BREAN A etme patets Stun ania aaa Se snp bl aint, Ml See, sete a oe tet See Sie oe er aes cae Pee ee a SAS Uhd gop pater uate Sutin tie uh sag & nt fee to dey, batts pe tin an i Seareeta teat tee eee a ee SoreP ee 5 Satie, Sienna aa Beer der ears a te i er oe ta tas eee eet eS fi Sea Se se ein cette Seo a Gita seep ta atta i tne, ae te ree ee ee ee as at A Hahnemann escreve mais na Matéria Médica Pura (resumi- do): “A susceptibilidade do organismo vivo as doencas naturais é incompardvelmente menor do que aos remédios. nsibilidade do corpo & doenga e as drogas «++ Se os agentes inimigos, em parte fisicos e em parte psi- quicos, que se designam por doenca, possuissem um poder in- condicional de transtornar a saiide, éles, porque esto universal- mente distribuidos, nao deixariam ninguém de boa satide: toda a gente ficaria doente. “Mas como, tomadas em conjunto, as doencas sio apenas es- tados excepcionais da saiide humana, e como é necessirio que se retinam certo mimero de circunstancias e condicées, tanto quan- to no que diz respeito aos agentes mérbidos como ao individuo, Para que uma doenca seja produzida pelas suas causas excitan- tes, segue-se que o individuo é tao potico propenso a ser afetado Wor noxas que éles nunca podem incondicionalmente tornd-lo' doente, ¢ que 0 organismo humano é capaz de ser transtornado por éles apenas quando estd especialmente predisposto. ‘Mas sucede inteiramente o contririo com os agentes dindmi- cos artificiais, que denominamos medicamentos. Porque todo o verdadeiro medicamento atua em todos os tempos, sob todas as cireunstincias, em cada ser vivo humano, e excita-o com os seus préprios sintomas peculiares; de modo que evidentemente todo organismo humano vivo deve sempre e inevitivelmente ser afe~ tado pela doenga medicamentosa e, por assim dizer, infectado: 0 que nao se dé com as doencas naturais. ‘ “... Os agentes medicinais possuem um poder absoluto de transtornar a saiide humana, ao passo que os agentes mérbidos Possuem apenas um poder muito condicionado”, ‘Nao ha doenga sem um individuo susceptivel “Antes de ter surgido a bacteriologia, nos séculos XVII e XVIII, prestava-se muita atencao & constituiedo como importante causa Predisponente de doenca; mas esta concepeao desapareceu ante ‘a demonstragdo dos micro-organismos — as atuais causas ex tantes da doenea. Isso reconhece-se agora ter sido uma glorifica- Go indevida da “semente”, & custa do “solo” ou hospedeiro da doenea, porque ¢ dbvio que, apesar de uma doenca infecciosa nio se poder desenvolver na auséncia dum germe especifico, nao pode haver moléstia sem um individuo suscetivel. A impor- ee tancia do fator constitucional. .. esta de névo recebendo atencao.” (Sir Humphry Rolleston, “Med. Press and Gire.”, 4 Janeiro, 1933.) E Kent diz: “A suscetibilidade antecede todo 0 contigio. Se um individuo no é sucetivel & variola, nfo pode ser atacado por ela, e nao a contrai, nem que se aproxime dos piores casos ou in- gira uma crosta variolosa”, © estimulo vital direto aplicado as partes doentes 0 trabalho biolégico do professor alemao Hugo Schultz é in- teressante, porque explica mais ou menos a Homeopatia. Levou-o também a um sistema de medicamento “‘semelhante”, de peque- nas doses, com a experimentacao das drogas nos individuos sios, a fim de as aplicar com conhecimento prévio no tratamento dos enfermos. Em suma, é isto: “0 corpo, quer seja atacado por droga, quer por doenga, tem 8 seus prdprios e inerentes metodos de resistencia. Os sintomas siio 0 resultado désse ataque combinado com a defesa, ‘Mas nem a droga, nem a doenca, ataca originiriamente todo © corpo. Toda a droga e toda a doenga tém o seu préprio e defini. do ponto de ataque, que difere de todos os outros. “Quando a droga e a doenca afetam, da mesma maneira, te- cides on eélulas idénticas, produzem se sintomas idénticos, “A vida da célula é suscetivel aos estimulos: e a biologia en- sina que as energias vitais respondem a estimulos de acdrdo com regras definidas. “As drogas podem usarse para estimular a vida da célula, ¢ a chamada “Lei Arndt-Schultz” diz-nos de que maneira, a saber que, as pequenas excitacées estimulam a atividade vital; as exci- tacdes médias aumentam-na; as excitacées fortes deprimem-na: as excilacdes exageradas jugulam-na. “Sentimos, muitas vézes, que poderiamos ajudar enormemen- te um paciente se Ihe pudessemos ministrar um estimulante vital que fosse direto as suas partes afetadas. E isso pode realizar-se, mas somente administrando-Ihe a droga que seria venenosa para essas partes da mesma maneira, isto é, uma droga capaz de provo- car os mesmos sintomas. Mas, sem diivida, essa droga nio deve ser dada numa dose que embaracaria fatalmente, ou até paralisa- ria as suas atividades, mas naquela dose minima que estimula a reacio vital. “Hahnemann insiste em que os remédios devem ser adminis- trados em doses téo minimas que sejam suficientes (sem causar outro sofrimento) para aniquilar a doenca por meio da reagdo da energia vital.” (Opisculo). agate A Homeopatia prescreve para individuos sensiveis. Ninguém que nao seja sensivel a um remédio o pode “experimentar”. F-ne- nhum remédio ao qual o doente nao seja sensivel o pode curar. E nés conhecemos a sensibilidade de qualquer doente a qualquer droga, pela identidade dos seus sintomas peculiares. Kent diz: “A suscetibilidade é apenas um nome para um es- tado subjacente a téda doenca possivel a toda cura possivel. A suscetibilidade aos medicamentos “Os medicamentos em forma liquida penetram em todas partes do organismo e se espalham por elas com tio ineoncel vel rapidez, por via do contacto com os nervos sensitivos que inervam os tecidos, que seu efeito pode, com propriedade, defi- nir-se como material. ‘Todas as partes do corpo, dotadas de nervos sensitivos, sao capazes de receber a influéncia medicamentosa e de transmitir 0 seu poder a tédas as outras partes. Além do estomago, a lingua e a béca so as partes mais sus- cetiveis as impresses medicamentosas; mas a mucosa que reves- te o nariz possui esta suscetibilidade em alto grau. Também o eto. as partes genitais € todos os driios sensitivos do nosso cor- po sio quase igualmente suscetiveis aos efeitos dos remédios. Por essa raziio, partes despidas de epiderme, superficies feridas ou ulceradas, permitirao que os medicamentos penetrem tio pronta- mente, como se tivessem sido administrados pela boca, ¢ porisso a olfacio ou inalagio devem ser ainda mais efieazes.” Hahne- mann, . Efeitos contrérios de grandes e pequenas doses “No que diz respeito & dose homeopiitiea, suponho que a maioria das pessoas emprega essa expressio em sentido erra- do. A Homeopatia, per se, nada tem absolutamente que ver com lade da dose. & a maneira de escolher 0 remédio, no 0 tamanho da dose, que 0 torna homeopitico, 0 remédio é homeo- Patico, somente ém razio da sua semelhanea 4 doenca. Apenas, quando se di um medicamento “semelhante” se deve sempre ter em conta que doses grandes e pequenas tém efeitos opostos, e que se tem de dar a dose que apenas estimule, sem paralisar ow en- venenar. A dose pequena é apenas um corolirio do principio — ou, antes da lei — que é perfeitamente expressa pela palavra Homeopatia”. “Que as doses grandes e pequenas atuam de modos exatamen- te opostos, mostra-se com numerosos exemplos. Na Exposicao de a Flores de Chelsea, ha poucos anos, exibiu-se uma bonita planta e, ao lado dela, uma ainda mais bonita, com uma placa a dizer que esta tinha sido tratada com uma preparacio de Boro, uma parte para cinco milhdes, e que uma dose mais forte Ihe teria retardado © crescimento, Recente relatério sobre radio, do Conselho de Investigacio Médica, refere-se ao principio geral que foi verificado com tantas drogas: que as grandes doses ¢ as muito pequenas attam de mo- do contrario. Provou-se que o Ergosterol irradiado, em doses médias ¢ pequenas, favorece 0 depésito de cileio do sangue nos ossos, mas grandes doses produzem o efeito inverso ¢ fazem com que o calcio se liberte dos ossos ¢ passe corrente sangiiinea, Tem-se provado que doses muito pequenas de cloreto de merciirio produzem aumento da proliferacdo de certas colénias de bactérias, ao passo que as grandes doses matam-nas.” (Opuscu- lo), Acio das drogas “A medicina tem-se 0 das drogas. Mas, a nao ser por Hahne no tem sido de grande auxilio na revelacio das suas proprieda- des curativas. Pode guiar-nos, quando desejamos fazer alguma cousa pelo nosso doente; ¢ aqui, sem dtivida, devemos dar doses apreciaveis para obter o efeito que almejamos, quando o purga- ‘mos, 0 fizemos suar ou. yomitar, 0 tornamos insensivel & dor, 0 mergulhamos num sono artificial, ou na inconsciéncia total, € as im por diante, Mas essas acdes so todas subversivas. Sao da- quela natureza que violenta 0 organismo e para nenhum désses ins servem as doses infinitesimais da Homeopatia. A dose aqui deve ser material para atingir um fim material. E — estas coisas nao sao curativas — nao tém relagio curativa com a doenca”, pado muito em descobrir a acio exa- Estimulo vital “Mas a Homeopatia nio confia nas coisas materiais, nem nas subversivas. O seu designio total, s6 ¢ tinico — é 0 estimu- lo vital, uma proposicio muito diferente! Se se quer obter, nfo ‘0 subversio, nao mera paliacio, mas a Cura, deve-se fazer com que o doente se eure a si préprio. O estimulo vital que a sua condicao exige deve ser-the dado, em atuacdo delicada em tecidos que se lornaram particularmente sensiveis pela doenca, « fim de iniciar a desejada reacdo contra 0 mal”. ies A poténcia da dose minima Sir Langdon Brown, que foi professor de fisica na Universi- dade de Cambridge, disse a respeito de “Como atuam as drogas?": “fsses efeitos terapéuticos das vitaminas e dos horménios exem- plificam outro ponto —a poténcia da dose minima (+). Quando alguém me perguntou se eu imaginava poder produzir qualquer influéncia no corpo dando 5 grs. duma droga, eu respondi-lhe que © proprio corpo trabalhava com fracdes de miligrama. A potén- cia dum horménio é enorme. 0 extrato do lébulo posterior da pituitaria (Abel) pode produzir contracio do titero, quando uma parte é dissolvida em 15.000 milhdes de partes de agua — um grio ‘em 1,000 toneladas de liquido”, E continuou: “Isso pode servir de argumento em favor da Homeopatia. Nao ha dtivida que Hahnemann possuia algumas idéias valiosas, mesmo se conside- rarmos que algumas das suas premissas eram defeituosas: 0 sin- toma, como expresso de qualquer coisa que precisa de ser au- xiliado, mais do que reprimido; o valor do tratamento de expecta- tiva; a eficiéncia de pequenas doses — tudo isso foram conceitos progressistas”. E éle continuou a dizer: “Todo o sistema de imunizacio ativa por vacinas é baseado em que se deve ajudar a expresso sinto- matica da tentativa do corpo para expelir a doenca”. Pouco a pouco, & medida que se vio alargando os conceitos da Velha Escola, éles aproximam-se, embora cruamente, da Ho- meopatia, Mais especialmente isso se di com a moderna vacin rapia, por meio da qual a Medicina entra finalmente no dominio puramente Hahnemanniano da Medicina da Reacdo Vital Cura. tiva. Aqui, forgosamente, se intrometem as Leis Subsidiarias de Hahnemann ou “Doutrinas”, e no sbmente a medicina dos se- melhantes, mas 0 remédio tinico, a dose pequena, a agravacao ini cial (muitas vézes), 0 periodo de melhora — que nao deve ser interrompido, mesmo até a descoberta, que ja anda “no ar”, de que as vacinas podem ser dadas, com’ maior éxito e menos ‘ris- cos, pela béca. ‘Nosédios Hahnemann, hi mais de cem anos, comecou a empregar ma- terial de doenca para curar as doencas. Mas as suas experiéncias dn dds OFRTEA que, ele us, 28 prépras expresifes de Hatnemann: — “A, potincia dn doe nina”. ACen ata Se BEpPESoGS GSES hos peti Wan de Hinge nao foram feitas nos doentes, mas néle priprio e nos seus experi- mentadores saudaveis e voluntarios. E devido a perfeicio do seu Preparo e administracdo, nunca houve nada de trigico nas suas demonstracé Homeopéticos ou Isopéticos? j4 se pergunto: Sao tais remédios realmente homeopiticos ou isopiiticos? — “semelhantes” ou “idénticos”? Hahnemann féz a_mesma pergunta, discutiu-a, e decidiu contra a Isopatia. Psses materiais estio tio modificados, sustentou éle, pela preparacdo que sofrem, que ja nfo sio “idem” mas “simillimum”. E, sem divida 4 nio so a doenca; sao incapazes de transmitir a doenca, apesar de poderem evocar sintomas similares. E, certamente, sto a coisa mais parecida com a doenca que se pode imaginar e portanto po- derosos para estimular a resco vital. Psorinum “PSORINUM”, um preparado extraido da vesicula da sarna, foi o primeiro désses materiais de doenca a ser usado medicamen- te, Mas foi a8 depois de o experimentar cuidudosamente nos sati- daveis, a fim de demonstrar a exata “doenca artificial” que éle era capaz de provocar (e, por conseqiiéncia, de curar) que Hahnemann, em 1893, publieou sens experimenios no Stapf's Ar- chiv. (*). Mas desde ésse dia até hoje, a Homeopatia tem estado prepa- rando, experimentando, publicando e prescrevendo os seus Noso- dios. E nisso, entre os primeiros discipulos de Hahnemann, os pio- neiros foram o Dr. Constantino Hering, a quem nossa divida é enorme, e os Drs. Swan e Fincke (0 seu trabalho foi feito na América). Lyssin (Hydrophobinum) data de 1833. Anthracinum, apre- sentado por Hering no Stapf's Archiv. em 1830, foi usado “com exi- to espantoso numa ma epidemia de earbiinculo, curando todos os casos em homens ¢ animais — sendo os seus pormenores publi- cados em 1836; e, desde entio, tém-se publicado resultados em outras epidemias. Bsse Nosédio tem desde entio sido usado na pritica homeopitica, para certos casos de septicemia virulenta, casos com cianose dos tecidos e dores queimantes. (2), Beles seus Gitimos eacritos, ten-se inferido que fle tinhe outros produtos de (oencas em preparasio, iat nd estavem sullcenteninte cxperimentades. Sess ae ta"serem langados ao, inundo, Ate que se fradusati ce ete ies coarse oat fie aberemor quso longs" ‘uibncmsnn Tc aces doatla Ns Se Sechnser meee It, ha ‘sua pelea coca. ie apis is disso, um Nosédio se seguiu a outro — algumas lo até por homeopatas como material asqueroso, ob- judo sempre bons resultados, cada um na’ sua esfera, em indos capazes e esclarecidas. Tais sito: Variolinum (da piistula da variola) muito usado na América pela Homeopatia para combater a variola e para preveni-la; Malandrinum (de prmo) ; Syphilinum (ou Luesinum”) ¢ Gonorrhinum (ou “Medor- rhinum"), éstes dois experimentados e publicados em 1880... ¢ ma porcao de outros, Diphtherinum, Influenzinum, Scarlatinum, Morbillinum, Streptococeinum, Staphylococeinum, Preumococ num e assim por diante, para nao falar das nossas valiosas pre- paragdes de tuberculinas, que os homeopatas vinham usando ha anos (desde 1879) antes de Koch ter demonstrado 0 bacilo ¢ es- pantado o mundo com doses experimentais tio fortes que tivera de ser prontamente abandonadas. Mais adiante, apresentaremos casos que mostram, freqiiente- mente, melhoras admiraveis com o seu emprégo, Usam-se, como todos 0s remédios homeopaticos, para_os sinlomas que possam Provocar, por doenca ou experimentacio, ¢ também para certos casos incurdveis de doencas obscuras, em que o paciente “nunca se sentin bem” desde uma destas (supostamente) doencas “adui- das”; em que éles parecem, muitas vézes, despertar a reacio con- tra as condicdes latentes, ‘eliminaudo-as ussiin, condigoes essas que tém persistido indefinidamente desde o “restabelecimento”. a LIGAO TERCEIRA MATERIA MEDICA HOMEOPATICA E EXPERIMENTAGOES Experimentacées registradas para tornar praticdvel a Homeopatia A Homeopatia, por mais ideal e verdadeira que fosse, se sem diivida, impraticivel, se ndio se pudessem comparar os sin- tomas de qualquer doente com os das experimentacdes, ¢ assim fazer um diagnéstico correio do remédio. Como diz Hahnemann: “# indispensavel que tenhamos 4 de provisio de drogas, corhecidas precisamente quanto aos efeitos sobre a saiide humana, para que possamos achar médio homeopatico, isto é, um andlogo apropriado em forma de provocador de doenea artificial, ¢ portanto agente curativo, para cada doenca do mundo. Uma matéria médica particularissima Fle, portanto, ndo s6 passou o resto da vida, ajudado por uns \qiienta colaboradores valiosos (na sua maioria médicos) a experimentar ou a “provar" remédios, quanto 4s suas. possibili dades subversivas sobre as sensacdes humanas ¢ a saiide, como também registrou meticulosamente as suas investigacdes, na lin- guagem simples dos provadores e de acdrdo com um plano de- finido, 0 que as torna prontamente acessiveis, Publicot-as, © 08 seus primeiros resultados encontram-se na Matéria Médica Pu- ra (*), dois grandes volumes, traduzidos para o inglés pelo Dr. Robert Dudgeon, famoso em esfigmografia. Aqui, as drogas apa- recem por ordem alfabétiea, consistindo o grosso'da matéria nos sinfomas que despertam, mas sendo, muitas vézes, antecedida por Pequenas informacdes de inaprecidvel valor, nao s6 acérea da droga, da sua Istria e preparacao, mas que dio inestimayeis su- (Gide gina tacsimiteda apensa. A obra fol agora republicada pela primeira ver depois de” eingients ane). aa gestdes quanto aos seus usos. As iiltimas experimentacdes sairam no volume Doengas Crénicas, ao passo que outras experimentacdes isoladas apareceram nos niimeros do Stapf's Archiv. Essas expe imentacées de drogas realizadas por Hahnemann e os seus at liares formam 0 micleo da Matéria Médica Homeopitica. Isso difere inteiramente de tudo o que a medicina das esco- Jas féz antes ou depois da sua époea. # coisa tnica no seu género, no seu plano, nos seus resultados. # tio nova como cientifica, tao moderna hoje como no dia em que foi compilada e publicada. Por que raziio? Porque, no plano de Hahnemann, nao havia lugar sendo para a experimentacdo pura e para a mais rigorosa exatidao, ¢ tam- bém porque as suas descobertas eram registradas na linguagem simples e direta da natureza, Diz éle: “Depois de ntimero considerdvel de drogas ter sido provado dessa maneira em pessoas saudaveis, e depois de cada elemento ou sintoma de doenca, que as drogas sio capazes de produzir, ter sido cuidadosamente notado e fielmente registrado, Possuiremos entio uma verdadeira Matéria Médica”, Sdmente fatos “Consistird numa colegio de efeitos genuinos, purus uu en- ganosos de simples drogas: sera um cédigo da natureza... Tais Tegistros conteréo e representario, em similitude, os elementos homeopiticos de numerosas doencas naturais, que devem ser curadas, daqui em diante, por ésses meios. Por outras palavras, éstes registros conterdo listas de sintomas de doencas artificiais; € estas fornecem os tinicos e verdadeiros meios especificds para cura certa e permanente de doencas naturais similares.” E ainda mais: “Uma Matéria Médica dessa espécie deve ex- cluir téda a suposicao, téda a mera assercao e ficedo: seu contexto total deve ser a pura linguagem da natureza, proferida em respos- la a investigacdo cuidadosa e fiel.” Outros experimentos Mas a Homeopatia nao se limita e nunca pretendeu confi- nar-se ¢ limitar-se pelo trabalho a t6da uma vida de um homem 6, por mais estupenda que ela tenha sido. Desde que apareceu, tem-se descoberto ou discernido droga apés droga, provada (ex- tensa ou parcialmente) e acrescida a massa do material curativo homeopitico. Mas todo o trabalho subseqiiente tem-se feito abso- lutamente nessas diretrizes. Nunca se tornou necéssirio eliminar ou alterar, Registrada na linguagem simples da natureza, isenta de teorias, livre da terminologia transitéria de geragdes sucessi- aa vas, a obra de Hahnemann perdura em todos os tempos — com- pleta e verdadeira; e tanto assim que a ciéneia, ao descobrir no- vas verdades, nunca péde tecar nas premissas de Hahnemann — a nao ser para as confirmar — visto que elas sio baseadas, como éle o assevera, em Lei. Matéria médica ilimitavel A Matéria Médica Homeopatica, incluindo, como pode incluir, todo 0 agente nocivo sobre a terra, de origem animal, vegetal ¢ mineral, até mesmo produlos métbidos (nosédios), ‘tem efeti- vamente “possibilidade de aumentar em nimero”. Nao deve haver limites para ela: a nio ser, tanto quanto a nossa experién- cia nos ensina, naquilo que os esforcos ¢ o génio do seu descobri- dor e dos seus dise{pulos nos transmitiram até hoje. Mas, como dissemos, todo o trabalho subseqiiente tem sido absolutamente feito sob as diretrizes de Hahnemann e ordenado para consulta répida e facil, de acrdo com o seu esquema, ‘A Enciclopédia de Allen A maior colesio de experimentagGes ¢ a mais cientifica para quem desejar consulté-la, sio os dez grandes volumes da Enci- clopédia de Matéria Médica Pura do Dr. T. P. Allen. Aqui, todo 0 sintoma é mareado por um pequeno mimero referido a lista dos experimentadores que encabeca cada droga. (+) &, portanto, sem- pre possivel descobrir por qual experimentaco ou por qual en venenamento e também. por que “dinamizacio” (preparacaio ho- meopatica) cada um dos sintomas foi produzido. Mas essas ex- perimentagdes e envenenamentos sio muito rigorosamente se- lecionados. Nao trata de sintomas observados nos doentes, ou de sintomas clinicos, exceto quanto aos seus tipos, isto é, pée em iti- lico ou em negrito sintomas que tém sido, ja muitas vézes, confir- mados clinicamente por notiveis efeitos curativos. Tao severa é essa selecdo, que o Dr. Richard Hughes, um dos seus editéres, eli- minou alé mesmo alguns dos sintomas de Hahnemann, porque ocorreram com loucos durante a sua atuacio brilhante num ma nicémio, Mas muitas drogas novas foram acrescentadas i nossa Materia Médica, desde a sua publicacio em 1874-1879, Hi muito tempo que esta esgotada; aparecem, porém, de tempos a tempos, exemplares, muito disputados. Os Sintomas Guias de Hering A seguir, em importincia, vém os Sintomas Guias de Hering —outros dez volumes, Em alguns respeitos, é obra menos exten- (Vide pagina-espécime spensa, ia

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