Professional Documents
Culture Documents
Nota Conjunta
Nota Conjunta
Caso prevaleça a isenção aos sites estrangeiros, concedida em agosto do ano passado
pelo governo, serão agravados os danos da concorrência desleal provocada pela desigualdade
tributária, que já eliminou dezenas de milhares de empregos apenas na indústria e no varejo
têxteis e de confecção, a imensa maioria, em micro, pequenas e médias empresas. As
plataformas internacionais estão recolhendo apenas 17% de ICMS, ante um pacote de impostos
de até 90% pagos pelas empresas brasileiras. A taxação de 20% seria apenas o primeiro passo
rumo à igualdade, mas ainda não solucionaria a grande diferença. Sem essa alíquota, conforme
consta no texto proposto pelo senador Rodrigo Cunha, a competição torna-se impraticável.
2) Também é falsa a alegação do senador de que dar fim a essa injustiça tributária
prejudicaria a população mais pobre. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
divulgada no último dia 23 de maio, mostrou que apenas 18% da população com renda de até
dois salários-mínimos fez compras internacionais on-line de produtos com isenção de até US$
50. Entre quem ganha mais de cinco salários-mínimos, esse percentual sobe para 41%.
favoráveis ou não a “taxar” essas compras.
A iniciativa do senador de manter o privilégio para os estrangeiros também parece movida pela
intenção superficial de agradar as redes sociais. Tanto assim que, em uma inexplicável entrevista
coletiva prévia à apresentação do relatório, antes da apresentação de seu relatório, ele “abriu uma
enquete” nas plataformas pedindo a opinião dos seguidores sobre se eram favoráveis ou não a “taxar”
essas compras.
6) Por sinal, no último feriado, Rodrigo Cunha usou suas redes sociais para ressaltar o
apoio a projeto com costureiras no interior de seu Estado. Com a legalização da concorrência
predatória como defendeu o senador, que gera riscos na esfera nacional e local, como essas
profissionais conseguirão prosseguir no futuro com as atividades que garantem seu
ganha-pão?
Seguimos confiantes de que o Senado fará o que é certo e justo, que os senadores
defendam os interesses do Brasil e não tenham como norte de sua atuação a defesa de práticas
empresariais que descumprem as normas produtivas nacionais, colocam o consumidor em risco,
praticam ilegalidade livremente e, além de tudo, asseguram a manutenção de empregos do outro
lado do mundo.