Nusdeo Direito Ambiental e Economia PP 91 A 137

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A presente obra foi aprovada pelo Conselho Eililorial Cientfico da Jurud Edtora, jagdo inominada a autonomia do es de avaiagéo, 1088 sociedad, SJURUA EPTORA uropa Rus CDD 342 22.€d) CDU 342.951 Ana Maria de Oliveira Nusdeo DIREITO AMBIENTAL & ECONOMIA Curitiba Jurua Editora 2018 sentido que tomar efetiva a repa- uma compreensio aprofundada das aspec~ Essa t ia, como € evidente, indenizagdes. Mais do que trecadsr um montante expres teresses Difusos, essa eircuns- | tiincia pode desencadear efeitos positives como 0 aumento do esforgo para reparago ou compensagdo in natura, de modo criterioso no caso do Gano ¢, ainda e preferencialmente, a prevengiio de sua ocorréneia, tos socioculturais a el tende a elevar bastat IGLEDER, Annelise M. Respot ‘dano no direito ambiental brasileiro, to Alegre: Capitulo 3 POLITICAS PUBLICAS AMBIENTAIS E SUA ESTRUTURACAO JURIDICA 3.4 POLITICAS PUBLICAS E SUA IMPLEMENTACAO JURIDICA Na ultima década, o interesse dos juristas pelo tema das eas piiblicas teve um crescimento expressivo. I dificil apresentar um diag- obre as raztes que desencadearam esse interesse, mas & identificar alguns fatores!”. ios. Em consequéncia e reagdo a essa judi émico na rea juridica volta-se a sua compreensio, Em um ambito mais abstrato, por sua vez, a compreensio das politicas piblicas se impde para a ampliagao e efetivagio de direitos cons- almente estabelecidos, pois parte substancial desses € implemen- trabalho aca- ‘Ana Maria de Oliveira Nuséeo 3s deles, a exemplo da satide e da edueagio, so de servigos pitblicos pelos entes cas para sua implementaedo. Dai a necessidade de compreender a sua efetivagao. Nesse processo, parte das agées que com. Maria Paula Dallari Bucci O programa de acdo govern secugio de objetivos pol coordenagao envolver tanto os m atividades privadas ¢, finalmente, os aspectos operaci definigdo de objetivos, prioridades, meios, instrumentos ¢ cronograma, jor 8, Participagio e iucionais no Brasil contemporaneo. Sio ula, O conceito de politica pilblica em ¢i 19% Tice, p. 40, Ditcito Ambiental & Economia 93 a \s pelos juristas pode lica de que essas sc revelam. Na medida em que se origi- nam de diferentes processos, podem ser criades a partir de uma am ide politicas de portarias'”, Muito frequenteme: jentos da politica se espalham em diversos suportes juridicos, com a definigio de objetivos e instrumentos em leis © de emanadas pela Admin A referéni nte, na medida em que a resposta a essas questdes idade dos operadores do di sstudo da relaggo as puiblicas e o direito deve enfocar também aspect clos a0 seu papel na formulagao e construciio de de fmcio~ le veiculo para previstos no EERE Eee eee oy Ania Maris de Oliveira Nusdco Direito Ambiental & Foonomia 9s contetio & esrutura mate. Discordo da mengao a “agdes pont fo sistema norma ‘ opeao da Constituigio brasil s¢, em alguns casos ja itucional para sua execugdo, como ¢ 0 ca menor implementagdo ionais e os meios para tanto, agendas governamentais ¢ a di suportes e formas sentido, 0 seu contetido seria definido por programas de governo, Esses arranjos consistem na maneira coi © as agdes a darem exerce 0 poder mente, sem prejuizo da prerrogal menos relevante a dist ra técnica € 0 govern, ¢1 ‘tender 0 “fendmeno governamental por dentro do dir mari, nos diferentes ordenamentos a de programas apt 2 Finalmente, a construgdo desse arranjo pressupée a construgio de suportes juridicos por meio de leis para a definigao de direitos, deve- na area ambiental, bem como de aspectos por meios infralegais. Como a politica publica tem um cariter dinamico, 0 papel do Poder Executive ¢ fundamental pata impulsionar as agdes aptas & consecugao dos objetivos definidos distingtio snhas gerai definidos em cardter perene, normalmente na Con’ aghes sobre cuja defin .. Com frequéncia, as politicas de 32 AS POLITICAS PUBLICAS AMBIENTAIS do, Fernando Ao apresentar o tema das politicas ambientais nos diferentes pai- voltadas & con: 0 ses, Maria Cecilia Lustosa, Eugénio Canepa e Carlos Eduardo Young as Estado Democritico € 4 promogdo dos di sistematizam em trés fases, que variam conforme o pais, a época e a far- por sua vez, relacionam-se a agdes, ‘ma como se superpdemt hhumanos espeeificos na nossa Car CANEPA, Eugenio 3. In: MAY, Peter H, ‘Ambiente: Teoria e Pr Elsevier, 2003. p. 136. e it 96 ‘Ana Maria de Oliveira Nuséeo 10 € a nova era ambi Direito Ambiental & Reonomia 7 A era pré-ambiental c | manga para discussio de questdes ar flitos interindividuais. 7 Numa segunda etapa, a partir dos anos 1950, 0 Poder Piblico houve grande crescimento de normas e a formulagao de pri ais para ressarcimento de danos relacionados a ques- no chegou a integrar um pensamento ecoldgico ao direito” es ambientais cor , tratando-se de sobreposigao dessas Wva era ambiental, por sua vez, foi desencadeada pelo ten fases, que passam a tazido a baila em documentos como 0 A atual fase da ps ninada pelos autores de “politica ago do Rio de Janeiro de 1992 que colo- mista de comando (os so parte de ‘cam um novo problema central (core ) 20 direito ambiental. Ele | ‘uma politica voltada 4 qualidade dos recursos naturais, na qual se estabe- faz pesadas criticas ao direito ambiental atual. Porque no aleanga 0 abje- lecem padries de qualidade da qual sio exemplos normas norte-a 19 de promover o desenvolvimento sustentavel, ao nao busear a susten- nas da década de 1970. Na tae de abordar sustentabilidade, evolugdo do objeti- quanto ga- levar & migago da poluicd as geragées atuais ¢ futuras possam satisfazer suas necessidades, em boa qualidade ambiental, bem como seus desafios para uma gestio inte- de entender a evolugio das politicas ambien- grada dos recursos naturais, com vistas a sustentabilidade. Outros ramos tis no tempo, seu estudo exige ta do direito, especialmente o constitucional e o econdmico ganham impor= tancia nessa construgao, Dada a relago entre as politicas no tempo © espago, ientos ¢ nos diferentes paises ¢ até em rds oF: through product ecodest Dissertation. Faculdade de 2017. p. 33, regulation da Uni ‘Ana Masia de Oliveira Nusdeo trumentos econdmicos, como as taxas iondveis, A tendéncia at 1g entre esses numa A eles se contraporiam o jos e permissdes trans: Instrumentos de Comando e Controle je estabelecem normas, re- cedimentos € padres, de assegurar 0 cum em questo, por exemplo, reduzit a poluigdo do ar ou da égua e promover & conservagio de freas de vegetagao’"*, Tratando-se de comportamen- figs, seu descumprimento acarreta a imposigao de sangées vas e penais. ‘As normas que estabelecem. trole descrevem um comportamé previsio de sangdes pelo comps instrumentos de comando e con- Direiw Ambiental & Eeonomia 9 ias por fonte emissora, Assim, criam deveres para as pessoas fisicas ou juridicas vinculadas a essas fon- tes. Fsses padrdes de emissio sto conjugados com os padrdes de dui de, que estabelecem niveis tota hidrico, levai uso a que se destina a agi capacidade de suporte e os de protecdo da saiide eda qualidade ambiental, Servem para atividade de controle da poluigéo pelos érgiios responsaveis, bem licenciamento e areas mais ou menos poluidas. a0 mesmo tempo, factiveis para as fontes poluidoras. No Bras é utilizado para 0 licenciamento de empreendimentos novos ¢ ampliagiio :mosféricos para foates fixas, ma 5/1989, que criow a Programa de (PRONAR). A Resolugao 3357/2005", ficaedo dos corpos de Agua e diretrizes ambientais para 0 seu enqu: 0 ¢ estabelece as condigdes e padroes de langamento de efluentes em dguas superficiais doces, salobras sali- 2 Ast 42, § 4° do Dosreto 8468/1976, jf 6 48.523/2004 fem: . Acesso em: 19 1 Disp -hitp/4vww.snma gov bu/porticonamartegiabe cfm eodlegieS9>. Aces- soem: 19 out 2016 100 Ana Maria de Oliveira Nusdeo nas, No Estado de Sio Paulo, a definigio das regides e corpos de agua, suas classificagdes, classes ¢ padrdes de qualidade ¢ de emissio so obje- to do Decreto 8.468, de 08.09.1976" e respectivas alteragoes. Outros instrumentos de comando e controle de destaque, 20 lado dos padrdes, sdo a exigéncia de que os empreendedores se submetam a procedimentos como o licenciamento ambiental ¢ que os pr imveis conservem areas de preservagio permanente ¢ da reserva legal esta iiltima se em érea rural. A propria criagio de unidades de conserva Jo implica na is 3 ios de frea no seu ese caracteri s de comando & mesmo para a Gunningham ¢ especificagaes"™ mate a cert q controle, eles apresentam. certa consecugao dos mesmos objetivos. Nesse sentido, Darren Sinclair distinguem entre “padrées de design dimentais”™ dizem respeito a parimetros e procedimentos para lidar com certos tipos de poluentes, ‘A compreensiio dos instrumentos de comando e controle dentro sve levar en ‘medidas que evitem a ocorréncia do dano ambiental. O primeiro, assim, expressa a preferéncia a ser dada pelo ordenamento juridico a medidas lo da De- nomicamente vidveis para a prevencao da d houver ameaga de danos graves ou irreversivei INNINGHAM, Nei fie environmental prot 2° Perfor dards. Process standards Prinefpia 18. Disponivel em: . Acesso em jon. Law and Policy, itifindex php idoconteudo, 9 ago. 2010, Direito Ambiental & Beono ia H a degradago, As sang6es imputadas ao seu descum; correspondem & nistrativa ou penal pagador, de acordo com 0 qual a reparagdo do dane deve recair aguele que the dew causa, _ Note-se que o principio do poluidor-pagador tem também uma dimensto preventiva, De acordo com essa, deve-se imputar ao gerador de impacto ambiental o custo das medidas impacto. Nessa linha, aproxima-se do pri dele a0 destacar a alocagao do c figadoras. para reduzir esse jo da prevengio, mas se entos de comando e controle vem sendo objeto de criticas desde 105 anos 1980 do século XX. primeira geragiio de critieas surgiu com mais intensidade de questo do controle da poluigdo, Podem ser sintetizadas em trés elementos primeiro deles € a necessidade de fise: 0. Em segundo lugar, o governo depends de informag6es do setor ‘empresarial relativamente aos niveis de emissio e s possibilidades de sua redugdo a fim de fixar os padrdes, gerando a poss FREEMAN, ody. Cases and Ms thing. 2003p. 338-340. 102 ‘Ana Maria de Oliveira Nusdeo fe plantas industriais cujas ta o estabelecimento dos pelos emissores mais ef mudangas de proces cas servem de fundamento adogio dos instrumentos destacam 2 sua importincia™. comando e controle que realmente « objetivados, cos € impedi-los assim, de adotar comportamentos diferentes dos almejados pela politica, tais como a reduglo de emissées, 0 esforgo ‘para 0 cumprimento de padres e a realizago de investimentos para iss Exomplos so trazidos por sluuns apresenta de padrdes de qualidade e emissdo para a redugio de SO2 Europeia e que levaram a uma redugao de 70% em 12 anos James Swaney, por sua vez, defende a necessidade de um co- mando claro aos agentes ec we adotem aquela conduta ies de vetculos (Cor- porate Average ~ CAFE). Segundo 0 autor, os fabricantes tendiam a preferir as primeiras, mas ela no levaria necessariamente aos investimentos necessérios pars aumentar a eficiéncia energética dos car- 1 de vas de transporte a fabricagdo de carros com motores me T.; MATSUO, Alexandra M. H. Direto: Teoria e Experiéncia. Estudos em Homena- gem a Eros Roberto Grau, Sio Paulo: Malheiros, 9013. v.2,p, 1173-1192, 226 dem, 9.15 Dircito Ambiental & Feonomia 103 zidos a poten queremos porque eles e ‘dos consumidores ‘aos instrumentos de comando & controle ja nao se limita a compard-los aos econémicos para destacar sua maior eficiéncia. Enfoca a unilateralidade da estratégia por trés deles. Nessa propugna mudangas mais expressivas na economia mas recoloque os instramentos de ci Assim, a prépria proposta da econo direcionar as atividades econémicas a um menor uso de recursos ear uma tansigdo para fontes eneruéicas sutentivels © va- nese caso, perdem a centtalidade na (oda uma reestruturagdo da economia em ou- se como um ingrediente hisico delas, aos quais ‘0s econdmicos ou de informagao podem ser combinados. parte de uma de instrumentos. ‘a que requer, porém, a adogao de outros tipos 33.2 Instrumentos Keondmicos A paxtit das criticas aos instrumentos de comando ¢ controle surgiram propostas de criago de normas que alterassem a estratégia SWANEY, James A. Market versus 0 Journal of Economie Issues, jun. 1992, p As propostas da economia verde so dis ssa seri apresentada no item 3.3.2.2, ab 104 lidade de uma tives para a consecupd dos s econdmicos para 0 cumprimento desse papel surge criticas aos instrumentos de comando e controle, nos anos 1980". Assim, os instrumentos econémicos podem ser definides como Jes qui agentes da politica Os exemplos sto 0s tributos em geral ¢ 08 pregos pul que podem ser criados, majorados ou reduzidos. Essa afirmacdo, porém, deve ser ponderada pelo fato de os instrumentos de comando e controle também impactarem os custos de produgdo ¢ consumo dos agentes. A observiincia a padres de emisstio; padres teenolégicos e a adogio de solugées para mitigagio de impactos exigidas em provessos de ls © representam custos significativos para atividades ou projetos. Dentro de uma anélise juridica, os instrumentos econémicos remetem @ visio de que o ordenamento tem um aspecto funcional (de controle de comportamentos em determinados sentidos) e ndo apenas estrutural, como proposto pela teoria de Kelsen. 0 aspecto da fumedio adé- qua-se & assunedo de objetivos de politica econdmica e de outros obj vos sociais por parte do Estado, que passa a adotar, ento uma abordagem a0 lado da repres ‘Nessa abordagem tos comportamentos, © que represer sfo e desincentivos is condu nal, as normas buscam induzir cer- uma inovacdo a0 descrigto do comportamento segue-se a de norma indutora, n beneficio ou prémio se adotada a conduta’ ‘uma sango q\ Pe ea a Discito Ambiental & Economia 10s Essa sangdo premial presta-se tanto a e simplesmente, iambém as sangdes posi- vos, expressivos de uma © sangdes p tivas comportam a distingaio reapao favordy pensatérias dos pelas despes ede criagao de mereado™ fe anotar que enquanto mecanismos indutores de nda, instrumentos que busquem assegurar s das normas para do patriménio genético. 3.3.2.1 Instrumentos econdmicos precificados Dentro do objetivo instrumentos econdmicos precificados tém por ca custos de certos bens, servigos e processos de produgéo, aumentando-os ou reduzindo-os conforme 0 obj desestimular, os instrumentos majoram o custo 0) € silo referidos ct a exemplo dos tributos e preeos p ral, Para o est itério”, que subsidia a aireito. Sio ambiental. Revista de direito ia O use de i tre as medidas de Finangas bora no huja plena coineidéncia entre 08 insumes, ou estimula condut rem 0 aumento da carga fiscal Esces in corrigir uma external ccobrir custos e induzir um comportames A primeira fimo € a intemalizacao pela producio de bens e servigos no seu prego, a exemplo da cobranga pelo uso da 4a lado brasileira” e implantada em al- bacies agio do recurso nfo causo danos ao meio ambien tual redugfo do estogue naturel, cada ‘vez mais escasso e, portanto, um caso, da aplicago do prinefpio do uswario-pagador, para indicar a exigén- cia de contrapartida pelo uso, ainda que no poluente, do recurso n: ericamente, para trés fung determinadas receitas ¢ usto ambiental gerado reduzam emissdes de carbon. {A segunda fag tem por objetivo gerar receitas para o financia- ‘mento de custos através da cobranga de taxas por servigos determinados ou pelo exercicio do poder de policia. Tem-se como exemplo a taxa de contro- lee fiscalizago ambiental (TCFA), instituida pela Lei 6.938/1981, com a redago dada pela Lei 10.165/2000*”, cujo fato gerador € o exercicio do poder de policia do [bama para controle ¢ fiscalizagdo das atividades poten- cialmente poluidoras ow utilizadoras de recursos naturais. A obtengao de receitas para financiamento da estrutura de érgos ou programas ambientais |justifica-se em razio das restrigdes orgamentirias que, frequentemente, impedem a efetividade das normas e programas por falta de estrutura de fiscalizacdo ou monitoramento. A imposigao de tributos sobre a utilizacio de bens poluentes ou de recursos naturais no renoviiveis ou escassos permite que o financiamento recaia, aio sobre a sociedade, mas sobre os grupos que causam maior pressdo sobre o meio ambiente. Finalmente, a terceira funga0 obj go de certos comportament al, 2, 20, p, 894 as depos ambiental Revit da "Faculdade de Direita da Direito Ambiental & Beonomia icados propdem a necessidade de conjugagio entre os objetives | citados. Chama-se a atengdo também para o predominio da importincia | do terceiro objetivo, que é a indugdo dos comportamentos aptos & conse~ | uso dos fins da politica | | | aera pees 1 reconhecer agua como bem e diag de seu eat valor 1 inconivararaconaizago do wo da gua; € | mento dos programas e jes contemplados nos planos de recursos rs. a Porém, a finalidade de internalizagio das externalidades e indu- pblicos e r aplicados em relagdes privadas. Desde que haja uma base legal para tanto. Essa situagdo vem ocorrendo em alguns municipios, com a cobranga, pelos ados ¢ estabelecimentos comerciais, pela distribuigao de sacolas 8 € também no caso do pagamento por servigos ies, 0s instrumentos econémicos precificados podem ser BOX ~ SACOLAS PLASTICAS NO MUNICIPIO DE SAO PAULO. jo de So Paulo 15.374/2011 proibe a distibuigao on venda de eas a consumudores para acondicionamento de mercaoris 0s esa «de Limpeza Urbana — AMLURB. Ses da Resolugdo 5/2015 da AMLURB definiram as sacolas icas em duas cores: a verdes para coleta seletiva de residuos solid Ana Maria de Oliveira Nusdeo wes _secos € a cinza 3, Essas sacolas biopl adas com composigo mini 5 sustentiveis, tais como bioy A Lei 15.3742011 encontrou enorme resisténcia dos setores afetados © de joras dos consumidores, que resultaram em varios provedimen- a suspendé-la Assim, 0 Sindicato da Tne INPLAST, ajuizou ado dirta de inconsitucionadade para eiscutie sua wicato cra o de que apenas @ Unigo ¢ os 10 competentes para legislar em matéria de protegdo a0 meio ambien- elo at. 24, VI) ¢ que aos munic Je interesse local. Sendo o tera da xa suspensio da lei a qual s6 foi ramente final do mérito da ago, Detasa do Consumidar impugnar: Consetho Superior do Ministero Publ Em 2014, o Tribunal de Justiga do Bs rocecente. Assim, reconheceu-se a val péde, enfim ser regulamentada e devidamente aplicada Inento central da deciséo foi o de que a lei municipal nto estabelecia propria- mente norma juridiea sobr i ‘vos de leis federal e estadual em am determina ao Poder Piblico ~ portanto nas trés proceed a0 meio ambiente (art. 225 caput) e, para rego de téenicas, met ‘qualidade de vida e io, respectivamente, a Let 2006. A primeira Diseito Ambiental & Beonomia 109 Residuos Sélidos e também atribui aos Muniei das que promovan a preveno da pol 1 seu art, 2°, a adogio de yor meio da redupdo da gera interpretapio da competénca legisltiva do Municipio na ria, Conforme apontado nas discussbes da acdo referida, o Muni legislar sobre & protecdo do meio ambiente. Porém, pode legislar sobre assuntos de inieresse local e suplementar a legislacio federal e estadual no que eouber. Em suma, o Mu legislar sobre um assunto smbiental, desde que considerado ou sous efeitos de dimensto local ou, ainda pode suplementa legislagdo ambiental federal eestadual 33.22 1 (aco e meio ambiente A discussio sobre instrumentos econdmicos leva ac debate so- bre a relagao entre tributagio € meio ambiente. Isso por: criados pelo Poder Pablico, ainda, os pre- A tributagio é um elemento primordial nos custos das atividades nas decisbes econdmicas. F por essa razio que a pro- ‘omnia verde tem a tr como fator necessério para ages que pretendem trazer a questo ambiental a uma posigd0 central nos sistemas econd faeo da questo am- raduzido & questo: ¢ Fide o item 2.3.2, no capitulo 2 0 ‘Ana Maria de Oliveira Nusdeo possivel incentivar as pessoas (fisicas e juridicas) a condutas benéficas — ‘ou menos impactantes — 20 meio ambiente por meio da tributagio? Ao responder positivamente, os juristas apontam 0 fato de og tributos possuirem duas fungdes: a fungio fiscal e a extrafiscal™. A primeira diz respeito a fungdo precipua dos tributos, que & a arrecadatéria e permite ao Poder Publico fazer frente aos seus deveres de custeio da maquina pablica e, também, de implementagaio de direitos. ‘Alm dessa, a extrafiscal, volta-se & indugo ou coibiglo de cer. tas condutas. Tradicionalmente, aplica-se para desestimular o consumo de produtos lesivos & satide, como cigarro € bebidas alcodlicas, no caso do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e para regular o fluxo de ‘comércio internacional, por meio do Imposto de Importagio (ID), No tocante & questo ambiental, 0 que se coloca & 0 uso dos tri butos numa fungao extrafiseal, a fim de que os agentes econdmicos ado- tem condutas menos impactanies ao meio ambiente. O tratamento dado a0 tema ambiental pela Constituigio brasileira — em especial ao elencar a defesa do meio ambiente conforme o impacto ambiental de produtos e servigos e de seus processos de elaboragao e prestagdo como um dos prineipios da Ordem Econdmica, no art. 170, VI serve de fundamento ao entendimento de que os tributos podem sim voltar-se indugio de condutas consideradas adequadas no Ambito de politicas ambientais, desde que no se violem principios pré- prios ao Direito Tribut Quanto a esses pr s, aquele que se aplica mais direta- mente & questio € o da isonomia, que se relaciona ao da igualdade. Seu conteado requer tratamento igual a situagdes equivalentes, ao mesmo tempo em que se distingam situagdes diversas, a serem objeto de trata- mento diverso, na medida da diferenga. Torna-se importante, @ partir igfio de pardmetsos para a diferenciagao. Luis Eduardo choueri aponta que, embora os artigos constitucionais sobre a Ordem ributaria ja estabelecam alguns desses pardmetros para tratamento dife- titucionais podem servi renciado, outros valores he de base, a exemplo da protego do meio ambiente’ sobre a introduio da variivel ambiental 2014, p. 176-182; AMARAL, Paulo H. Direito Tri Revista dos Tribunais, 2007, p. 164 tributirias indutoras em matéria ambiental. Ji: TORRES, Heleno. Direito Direito Ambiental & Beo ia L Por outro lado, a tributagio deve manter-se na esfera da indugio ‘ou desincentivo de comportamentos, ¢ nfo ser concebida como alternativa de sangdo. 1ss0 porque a tributagao de fatos ilicitos € vedada, tendo em vista a propria definigdo de tributos trazida pelo art. 3° do Cédigo Tributd- rio Nacional como exagdo sobre fatos licitos A literatura sobte a tributagdo ambiental apresenta dois contex- tos para a sua implantagao. Por um lado, pode-se “esverdear” os tributos existentes, vale dizer, criar aliquotas diferenciadas que permitam onerar mais aqueles que poluem mais ou reduzir o énus de quem adota certas condutas ou adquite certos produtos ou estabelecer isengdes totais ou parciais. Nesse sentido, os tribu istica predominan- femente arrecadatéria, mas tém elementos que produzem efeitos extrafiscais de carater ambiental”®, De outro, discute-se a criaglio de um novo tributo destinado a proteeo ambiental, cujo fato gerador seja relacionado a produgda de certos impactos ambientais, No direito brasileiro existe uma taxa de controle e fiscalizagio ambiental, que sera discutida abaixo. E hi a possibilidade, em tese, de criagio de um novo imposto federal de cardter ambiental. [sso porqute @ Constituigéo autoriza, no seu art. 154, a Unio a instituir impostos ndo previsios no artigo anterior, desde que sejam néo cumulativos e néo te- ‘ham por fato gerador ou base de ediculo préprios dos (outros impostos) diseriminados na Constituicao. A criagdo de um imposto novo apresenta algumas dificuldades. Em primeito lugar, o desafio de definigdo de um fato gerador cue seja ao mesmo tempo especitico para garantir a clareza necessaria aos contribuin- tes e, portanto a seguranga juridica necesséria 2 sua legalidade e, por outro lado abrangente das diferentes causas dos problemas ambientais. Fatos ‘geradores genéricos como “causar impacto ambiental” nao seriam juridi- ‘camente viaveis, Poder-se-ia definir fatos mais especificos como 0 uso de certos tipos de energia ou a pr tanto, a figura tributdria da contribuigao de némico mostra-se mais interessante, como ser ‘Ouita limitagdo dos impostos é a proibigo da vinculago de sua receita, estabelecida pelo art. 167 da Constituiedo, Assim, um eventual imposto de cardter ambiental pode ser eriado com a finalidade tinica de indugdo de comportamentos, mas no para a constituigae de fundos orga- analisado abaixe. * PERALTA MONTERO, Carlos Eduardo. Tributago ambiental, Refleyies sobre a introducio da varivel ambiental no sistema tributiria, Sto Paulo: Straiva, 2014, 1. 186-187 Ana Masia de Oliveira Nusdoo car ages relativas a qualquer aspecto das p ‘940 de aspectos am. arias ja existentes , rvengio no do eventualmente, a criagio de contribuigdes de mico especificas. Os autores voltados ao estudo do tema de um “‘tributo ambiental” a um tributo especifico eriado para de, entendendo que tri por esse termo desde nocivas a0 i lar condutas henéficas’ Retomando 0 foi discutido acerca da economia verde, essa se baseia em! igo para o uso de Fontes de ener; ‘menor impacto; no aproveitamento econémico dos servigos fornecides biodiversidade e na produgdo de produtos e servigos com menor disp de materiais e energia. Essa transigdo req zagiio de precos que depende, em grande medida de aspectos tributarios. Assim, nao sc trata de se criar um tributo especifico, que pode acabar intemalizado aos custos do contribuinte, sem acarretar outros efeitos, mas direcionar a estrutura tribut- ria as condutas necessérias & consecucdo dos objetives desses elementos. Para tanto, passa-se a discutir, de forma sintética e sem pretensio de adentrar fiscuss6es proprias do direito tributario, as possibilida- biental das espécies trl iis do que dis ambiental ¢ suas caracteristicas, prefere-se a discussio sobre uma tributacdo ambiental, na qual as fungGes arrecadatéria e extrafiseal se aproximem. 3.3.2.2,1 Espécles tributarias e meio ambiente espécies tributéri préstimo compulsério, as contribuigdes sociais; as de mico e as de interesse de categorias profissionais ou ec micas. Assim, Ricardo Lobo Torres, propde uma divisio quadr Reflexes sobre a ‘Seraive, 2014 p 3 PERALTA MONTERO, Carlos “Tributasio ambient introdugie da variivel ambiental no sistema tributirio. Sio 190, 2 Lei 5.172196 Dieito Ambiental & Beonomia contribuigao ¢ empréstimo compulsério. Os wigao devem as contribuigdes, igdo e legislaglo sdo doze, distribuidos dexize os de competéncia da Uniao, dos Estados e dos Muni- pios. A maior parte deles pode ser objeto de isengdes ou op as diferenciadas. S |gumas possibilidades, a) Impostos O Imposto de Renda (IR) tem co: 9 fato gerador o recebimen- to de renda ¢ proventos de qualquer natureza. Embora nao se pr uma diferenciagso de aliquotas relacionada ao impacto ambi ddades, € possivel estabelecerem-se incentivos diversos ges para certos 19 pata projetos a décadas de 1960-1090" Nesse lidade de dedugdo de investimentos para agio de fonte energética ou medidas de regionals, desenvolvidos e do, pode-se pensar na po: redugio da pol economia, entre outros, 0 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPD, por sua vez, tém iquotas diferenciadas conforme 0 tipo de produto produzido ou importa- io. A definigdo de suas al letividade em razio da uma interpretagio especifica do termo sel no art. 153, § 3° da Constituicdo em didlogo que dispoe sobre o tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental de produtos e servigos e de seus processos de elaboragio e prestactio. xB, 2016, ‘Ana Maria de Oliveira Nusdeo ias © Servigos (ICMS), fo, em fungio da mento igual aqueles em situago semelhante ¢ diferenciado aqueles em situagdes desiguais. Como a Constituiggo fala em tratamento diferenciadg de acondo com a prod de Catlos Ayres Bri a igo considera 0 meio ambiente equilibrado f sadia qualidade de vida, abrindo espago para a inseredo de beneficias (ou redugo de maleficios) dentro dos limites do sentido do termo essencialidade utilizado pelo art. 153, § 3°, ao desere- apontado no item acima, no sentido da Jecimento de parimetros de diferenciagao a partir de ta dos arts. 153, § 3° 170, por exemplo) para a satisfac de necessidades com menor impacto. José Marcos Domingues relata iniciativas de isen¢ao de IPI na pra de rejeitos plasticos para reciclagem e de [CMS para venda de cequipamento para energia edlica e sol Quanto ao Imposto sobre a Propriedade de Veiculos res (IPVA), pode ter alicotas diferenciadas quanto ao tipo ¢ uso. A dife- tem sido fei retudo, a partir do prego do veiculo, No en- espago para adogio de um critério baseado em especificagtes reas de preservagao permanente ¢ reservas le is, O Imposto sobre a Propriedade Ter- Jebana (IPTU ges relacionadas & conservacio de vegetagio em parte do imév ago de cobertura verde ou outros investiment reduza de Agua ou energia, 2 Dhidem, p. 287, Direito Ambien & Economia 5 Wo se trata apenas de estabel sengdes, que e, por isso, enfrentarem resisténcia governamental. E importante a diferenciagio a fungio arrecadatéria com a indutora para fins de transigGes nos paradigmas de produgdo e uso de energia ») Taxas As taxas, de a tos vinculados a uma atuago estatal esp. io do poder de policia ou a prestagde de servi- , utilizado ou posto a disposigio pelo pécies bui © concessio de autorizagdes & ut protegao do meio ambiente, de competéncia da 2 idades, as taxas se prestam a orienta- jental, ja que podem ser instituidas para fiscalizagao da emissfio de poluentes por veiculos © indistrias: p flora etc.“*!, Ou mesmo no ambito do licenciamento ara supressiio de vegetacii para a concessio de fiscalizagao™, 0 autorizags E importante que os entes feder ra @ imposigdo de taxas. itagdes sua imposigtio é a observ izagdo ou dos servigos prestados ago de FERRAZ, Robero,Tibujo ambontalmente orienta ew epéccn Brasil. In; TORRES, me 4 2005.9. 38, _g_ LAW and Business Review of the Ame ®) FERRAZ, Roherto. Op. cit, p. M8 Ana Maria de Oliveira Nusdeo TAXA DE CONTROLE £ FISCALIZAGAO AMBIENTAL Nacional do Meio Ambi © fiato gerador da TCFA é confer. do ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente ¢ dos Recursos Natutais Re- noviveis (IBAMA), para o controle das atividades potencialmente poluido- ras ¢ utilizadoras dos recursos naturais. Os sujeitos passives so aqueles que exercem as atividades consideradas potencialm: oras defini- xa é calculado em fungio da sm base em diferentes cri. que varia con- 10 Recurso Extraordinario entendeu que a taxa é dade discut (RE) 416.60 constitucional. va de eriagio da taxa, inconstitucional. Nessa v tabelecia como fato gerador da TCFA 0 tividades Pot is. O valor da taxa era RS 3.000,00 (tres, com a previstlo de descontos para em- presas de pequeno porte, microcmpresas ¢ pessoas fisicas. lbmetida @ analise do STF em exame preliminar, vale dizer, para decisio. iordiniio 416.601 ~ DF. Disponivel em: , Acesso em: 27 jan. 2017 ° Contribuigdes Conforme jé mencionado, 0 ce diversas contribuigdes. Dessas, duas c orientagdo ambiental: a Contribuigdo de Melhoria ¢ a Contr Intervengo no Dominio Econémico ~ CIDE. A Contribuigao de Methoria Decorrente de Obra Piiblica podle ser instituida pela Unido, Estados, DF e Municipios para fazer fre obras pliblicas de que decorra a valorizagio Dessa forma, poderia ser usada pata a eriagdio de parques, freas verdes ou, ainda, em caso de obra de expansio de rede piblica de trans- porte sobre trilhos, entre outros exemplos. Esses mostram que alg as ao mesmo tempo em que promovem valorizagao imol trazem bene! valorizacio ocorre em bairros onde os residentes tém mai contributiva, 0 Poder Piblico tenderia F esse tipo de obra em bairros onde a ca da, contemplando importantes aspec- para uma igtio de pacidade contributiva ¢ mais re tos de equidade na fruigdo da qualidade ambiental Apesar de mostrar-se obras piblicas, vocacionado a orientagiio aml no pais. A CIDE € competénoia da Unifio ¢ considerado u idade especifica, de fungdo regulatéria, Nesse sentido, apresenta sig- extrafiscal, F sobre grupos de contribuintes que atuam em certos setores especificos da economia, Além disso, é uma as modalidades tributérias que permite a afetacdo de receitas. Por essas duas caracteristicas a do poluidor-pagador**’, compensagao ou Teparago de danos ambicntais) aqueles que exercem atividade de maior potencial poluidor. butirio Ambiental, Sto Paulo: Malteitos, 2005, p. 105 peirdleo e seus derivados, gas natural requisitos destacam-se a previsio de al go da arrecadagaio para trés ciamento de projetos an mrados com a. indi leo e do gas”. Outta finalidade & o financiamento de progral estrutura de transportes, que poderia ser ida, efetivamente, ps Apesar desse quad ressante, que se presta tanto a corregio das externalidades, a possivel fungdo indutora no easo da apli- cago de aliquotas diferenciadas e ao financiamento de questio ambiental, nfo hi um debate corres bre os resultados da imposigo da CIDE com! 3.3.2.3. Instrumentos de mereado Os instrumentos de criag%o de mercado aves entre 08 agentes ou a "20 lores. Esses direitos podem se referir 4 emissio Conforme ja apontado, o debate acerca dos mercados de emis- jo com a andlise de altermativas para o combate & poluigio 108 Estados Unidos, nos anos 1980, . a0 controle de poluigao por padrdes tecnolégicos. Segundo os autores, deveria ser permitido aos poluidores comprar © vender cotas de emissao de poluentes entre ‘um incentive econdmico poderoso para que aqucles que pudessem reduzir seu nivel de poluigéo com meno- res investimentos vendessem suas cotas para aqueles cujo custo de redu- jcaria uma subs- Por meio da Emenda Consttucional 33/2001 1a Maria. Pagamento por servigos ambientais. Sustentabilidade sa. Si Paulo: Atlas, 2012, p. 103, Diseito Ambie Beonomia Lio tanci ; ia de custos de fiscalizacao € obtengdo de informagdes pela les ambientais As experiéncias q ao sistema de teto € comérci da regulagao, Essa compreende al de ambiental estabelece um do(S) poluente(s), para wm conjt ram esse receituario deram origem exemplo de mercado criado por forga emissdes de cada agente ou leildes. As cotas podem ser nezociadas entre 2s O quarto componente refere-se ao estabelecimento de um sistema de ago das suas emissdes pelas empresas para gerar infermagties a 2 autoridade compa- serem reportadas a autoridade reguladora, Finalment ra as emissées das empresas com as suas cotas (origi ou adquiridas) e impde penalidades se aquelas ultrapassarem cssas“”. total ~ teto — e a po o amp vre-iniciativa e escolha pelos agentes econdmicos, dependem aparato regu ctf Embora essa dk ples, hd uma série de dificul- dades relacionadas a implementago do mercado, A primeira ¢ a definigao do teto. A principio, esse asgect resultar de um processo decisério que equacione dados cient ACKERMAN, Bruce; STEWARD, Richard. Reforming y BERGALHO, Paola. Derecho y propriedad, 308. p. 275 ** O termo, na lingua inglesa &“overalox 120 ‘Ana Maria de Oliveira Nusdeo ma por base dados relativos a como o detalhamento da definigio em dois dos casos, definiu-se a base para o calct emissdes, em um deles alegando-se que os anos foram de recessao ¢ ha- veria a tendéncia de aumento. sou-se a média do perio- idades de obter mais cotas sso, Finalmente, num peia, os paises € que prop casos analisados, foi um excedente de eotas, vale dizer, as for ram menos do que podiam. {As razées para tanto podem variar, desde a pura presstio p dos setores emissores até a preocupacao do smente, wm pro- nao tem razio de ser. al perdurou ou piorou, lade do programa, tratando-se de se na racionalidade dos agentes. Dessa forma, i escassas as cotas, maior ser seu prego, E maior a indugto a como Tanto que uma consequéncia da s programas analisados foi exatamente a queda do seu prego a elevada taxa de um ‘estoque de cotas, quando 0 programa permitia que a quantidade nao utiliza- da num ano ficasse creditada ao titular para uso no(s) anos) seguint Embora o problema da superaloeagao tenha sido cotrigide pos: teriormente, 0 estudo da do de programas de comér formagio de que So mais eficientes do que os instrumentos de comando e controle, come padrées tecnolégicos ¢ limites absolutos de emissio por fonte. Superada a definigflo do teto, a sua distribuigao entre as fontes ¢ a possibilidade ow nao de seu estoque para uso em anos posteriores, hd € garantir 0 método mais confidvel para tanto, Caso isso no seja possi Diteito Ambiental & Economia a1 o riseo & haver ma finalidades ambientais do programa e, go das coias"*. A medigio bascia-se em do ‘lo direta e a estimada™” A medic&o direta baseia-se em tecnologi Lada nas Fontes que reportam diretamente suas emissOes. Porém, € considerada uma alternativa cara € no sus um dos programas norte-americanos, © c reputado bem-sucedido, mas 0 ie © reportado, comprometendo as a é um método de estimativa, que usa férmulas di- versas baseadas | de atividade da empresa e fatores de emissio determi 8. O desafio € o acerto da met dologia para a finalidade de estimar as emissdes com acuidade. Finalmente, as fontes, num programa de comercio de emissées devem reportar suas emissdes 2 autoridade ambiental para que se possa abaixo de suas cotas, Para em efetividade colocadas em politicas baseadas em instram: quando voltadas 4 de gto. Em alguns fontes inseridas no programa de comércio de icenga na qual consta suas obrigagdes especificas de automonitoramento de emissdes e informagao ao érgio regulade: No caso do programa para controle da chuva éeida, a adogto d ida de um esqueria de informagoes aE ado central para o sucesso do programa. tanto por parte das fontes, quanto por parte da propria agéncia, em equipamentos ¢ em recursos humanos habili- tados a trabalhar com o sistema de recepgo e anilise dos dados", 3 MCALLISTER, in ai 269, 2007, Beyond playing “banker") The American Bar Association Adi | | | 12 ‘Ana Maria de Oliveira Nusieo le emissies do tipo teto e comér. rio muito complexo e consid 0, mas sem sucumbir as pressdes que Jevam & superalocagao de cotas ou & fragilidade do monitoramento. ‘Ao contririo do que propugnavam Bruce Ackerman ¢ Richard Steward nos anos 1980, esse tipo de programa tei ier muita fiscalizaglo e, :s fis izadores. Sua ado- deve sor objeto de mui- 3.3.2.3.1 Algumas experiéneias de mereado de emissdes de gases Este item pretende realizar uma ripida apresentagdio dos pro- gramas de teto e comércio™ a) Iniciativa regional para o ar limpo—- RECLAIM. fica, a Regional Clean Air Iniciative & Como op ti implementado em parcela do Estado da California, um programa regiot ros Estados Unidos, q rno ano de 1994, sendo administrado pela Souih Co _gement District. Seu objetivo era 0 cumprimento dos emissio de ozénio e material particulado, estabelecend para éxido de meira experiéncia de teto e comércio, que ja era teorizado ha uma década, amente heterogeneas, de NOx ¢ SO2. Inicialmente, o programa inclu‘a 394 font em razio da exclusio ou fechamento de algumas, 311. Em razio dessa diversidade, algumas fontes utilizam mecanismo ele- trénico de monitoramento ¢ outras 0 fazem por estimativa. por base, ISTER, Lesley, Beyond the regulatory agency in Diseito Ambiental & Beonomia 123 A alocagtio inicial de cotas baseou-se no ano de pico de emis- sdes dentro dos quatro anos es & implantagao e, a partir dai apli- cou-se uma reducio de emissdes de 8,3% de NOx e 6,8% dle $02, O es- ‘toque para uso posterior de cotas ndo é permitido. Até 1999, as emissdes foram inferiores ao teto, indicand blema da superalocagao referido no item acima. 0 pro- assim, houve aumento significa prego das cotas e no estouro do teto de emissdes, A partir dai o programa foi refon ido, com a exclusto das a queda sig iva das emissdes, sendo que, em 2005, as geradoras puderam se reintegrar a0 mercado de emissoes. ‘Ap6s a crise de 2000-2001, a agéncia responsivel pela aplicagio ¢ fiscalizagzo do Rec grama, baseado representantes das empresas partici- pantes © outros atores atuar rercado de emissGes para analisar as- ‘dade do programa. Ao final, apresentou como conclusées, significativo plangjar reparagiio e gestio na fase de seu desenvol- vimento ¢ durante a vida do programa; as informagées de mercado so centrais para facilitar a decisiio dos agentes; o regulador deve empenhat indo consisténcia das suas pol energia) podem ter efi mas, devendo ser previ ¢ avaliagdes e revisdes periddicas dos elementos base so cruci tratégias de contingéncia™. assi projetam uma redugio 51% até 2019 iva de emiss6es na porcentagem isponivel em , Acesso em: 28 jl. 20 126 ‘Ana Maria de Oliveira Nusdeo embora alguns pai- por plataformas pro presas estivessem repassando aos consumidores o valor das cotas re- cebidas gratuitamente. ‘Apesar da previsto do leilao, porém, ha regtas de calibrag2o no programa, voltadas 4 objetivos d ‘0 ¢ fomento e, ainda, de prote- Ho & competitividade da inddstria europeia, cexperimentagées de novas tecnologias, como a de captura e estocagem de carbono” e uso em larga escala de energias renovaveis inovadoras. Essas no sfo distribuidas gratuitamente, mas vendidas, por meio do Banco de Investimento Europeu, c seus recursos usados para 0 wento, Desse modo, 88% da renda é redistribuida de acorda Sricos de emissdo dos paises, ‘es as adquirentes das cotas vendidas; 10% so redistribuidas sob o critéria © 2% para os paises cujas emissdes, em 2005, erat menores que seu limite definido no Protocolo de Quioto” disso, hé a possibilidade de distribuigao gratuita, condicio- nada & modemizagio do setor de eletricidade dos diferentes paises, que deve ser feita até 2019, por solicitagao desses. A distribuigao gratuita também é feita rropeu de emissdes, do que pode decorrer o chamado “vazamento de le dizer, a migragao da atividade emissora para outro tertité- rio, submetido a menor ou nenhum conirole. Fssa alternativa foi preferida de cotas e inserga0 no programa dos importadores. Essa exce- Dircito Ambiental & Feonomia 2 gio nfio se aplica & geragdo de energia, que compra suas cotas por leil6es, com a exceeao do progran formes para 0 io europeu. As plantas mais eficientes reccbem cotas pratutas no montante de suas emissées e para as demais hé redugSes preporcionais das cotas dis um valor de 100 eur coereibilidade do programa, s caracteristicas do EU ~ETS mostram a imbricaggie do meca- nismo de mereado com as excegdes destinadas a garantir ol ndmicos e politicos para os quais os mercados so inaptos. mostram ‘0s Estados: Membr oferecendo-lhes, porém, espagos de atuagao mostra a esco- lia do escopo dos leilves. destacado é a previsio de multa, a0 la fora das cotas, a fim de garantir a 4) O Programa de Reduco de Emissdes Atmosféricas (PREA) no Estado de Sito Paulo Em 2004, 0 governo paul por fontes fixas, em éreas com itado esquema de transagao de Em 2006, a revisio dessas medidas levou a criago do Programa de Reduedo de EmissGes Atmosféricas (PR © Decreto 48.524/2004 do Bstado de Si .. Definiu também critérios de para as ificadas como saturai de saturagdo itérios correspondiam & ultrapassa- gem de padrdes num lapso de 3 anos, para areas saturadas e pro dessa ultrapassagem (emissio de 90%) para classificagéio como rea em vias de saturago. A instalago de novos empreendimentos ou a amy flo dos existentes que repercutissem Iadas/ano de poluentes regulamentados em dreas saturadas e © MEADOWS, Damien of al. BU EP across Europe. 34-37. Dispos “explained en paf>, Acesso em’ 28 Ana Maria de Oliveira Nusdeo ae via de saturagio deveriam ser compensados. © Decreto criava ainda a igatoriedade de inv icdo por parte da Cetesb, que orien- taria as medidas e classificagdes das dreas, Em 2006 e 2007, porém, houve revisto das regras criadas pelo Decreto 48.524/2004, que aindz ndo haviam sido efetivas € eram vistas pelos setores econémicos como “barreira ambiental, impedindo a con. aque causarem 0 estado de saturagio nas ropides satorades @ 100% pata re- gides em vias de o da compensagdo é a renovacio da Ticenga e a linha de corte para a necessidade de compensar passa a ser defi- rida por poluente, A comprovagio do abatimento e das compensagies deve iges ou métodos teconhecidos € 0s eréditos 1a de nota, em 2006, s por fontes méveis, mediante redu- "0 Finalmente, os oréditos de abatimento de emisséo teto © comércio. O prazo de validade dos créditos de aba superior ao que estabelece nesses pro} é tema baseado em norma de comando ¢ controle com a insergao de uma tentativa de flexibilizagao por meio de instrumento econémico (as compensagGes transaci Analisando © progt José Pedro Fittipaldi aponta que, até hhavia apenas 3 casos d igo de eréditos na instalagao de novo \dimento, todos envolv le dizer, sem avido propriamente tos! ar 0 insucesso do programa, pois se o obj x sua piora em dreas saturadas, sa pleas: wm estudo de ess sobre a regul 8 por foes estaciond ide Sio Paulo, Dissertagdo de Mestrado. Instituto de Pesquisas Tecnologi- ® Desergdo claborada com base em Ibidem, p. 110-116. 28° Jpidem, p. 117. Dircito Ambiental & Eeonomia 129 3.3.2.3.2 Instrumentos de mereado: criticas ¢ defesa gio e comodificagao do meio lade entre mercados e protegio yblemas de funcionamento, ou de No primeiro grupo, situam-se, po enderecadas & de um mereado como instrumento apto & consecugao de fins pata o desenho do wuladores tenderia dade de estoque de cols; a circulagio da informagao, do que com os limites ecolégicos que ‘embasam 0 teto. A afirmagdo de Gerd Wi No segundo grupo, no qual as eriticas so formuladas a partir de reas, a superalocag e problemas epecfios de compor tamento das empresas p. cas sobre 2 efetividade do sistema teto e comérco. tro foco de insatisfagdo com relao a esses modelos de co- issdes, de aprofundamento, refere-se a efeitos distri- meércio de HE WINTER, Gerd. The climate is no commodity: taking system. Jornal of Favironmental Law, 2. 22, . 15, %8 Ppidem, p. 22 of the emissions trading 130 Ana Maria de Oliveira Nusdeo do debate sobre a J desproporcional dos se situar em reas cuja vizinhanga ¢ mais vulneravel, porque de baixa renda ¢ ou formada por grupos marginalizados, conforme componentes de raga e imigragio. No caso dos Estados Unidos, a realizagao de monitora- do ¢ ozdnio mostrou que as dreas urbanas de )pulago hispanica e negra apresentavam maiores ia um forte indicio desse fato™ , Se esas unidades reduzem suas emissdes, esses gry tondem a ter uma melhora na condigéo ambiental de sua Area resicen 1 de potvigao acima da mé 10 mercado, sua vizinhanga nao se bene! combate A poluigio. As discussdes acerca da equidade dos mercados de poluentes . Com efeito, em 1997, um grupo de entidades de defesa dos direitos humanos ¢ da justiga ambiental apresentou uma teprese administrativa perante a Environmental Pri n Agency, & agéncia ambiental 1a. O objeto da representagao era parte do pro- grama Reclaim, analisado acima, especificamente a possibilidade de compensacdo das emissdes de gases de componente organico volétil dos cecorrentes da retirada de circulagaio de vei 0s. A argumentagéo apor lesses gases quando da sua emissdo, embora apés a dispersio tivessem apenas poten- cial de poluigZo geral da regiao. Assim, a permissdo a essas emissées is de concentragao dos gases nas vizinhangas pobres ediagdes dos terminais, de modo a trocar uma possivel iL , adquirindo co- situadas nas melhora na camada de poluentes da regiaio da bacia drea, com impactos Making the env nited St 8,p. 1.75 jin Pagamento por servigos ambics CHINN, Lily. Can the Marker Be mental Justice Criigne ff Emsions Trading Reology Law Quarterly, 82-83, 199% DRURY, Richa Te Ditito Ambiental & Feonomia 131 Outra critica aos instrumentos de mereado diz respeito a0 menor controle e discussdo piiblica de exo de em sistemas que adotam 0 ‘comércio, porém, sdo tomadas pelas fontes emissoras, sem espaco para a essa esfera de debate™ Quanto a esse segundo aspecto, pode-se apontar que uma das questies de preocupagio do mov! a de quinze anos dep de comércio de gases sio desinteres soras perdura e motivou outras in Estado da C , essa percepedo de que esquemas vizinhos de unidades emis- is, a exemplo do que ocorreu no pro grama denominado AB 32. Esse programa foi objeto de discussio ju em ago proposta pela Associated Irritated Res estadual, California Air Resources Board (CARB) que pedia sua anula- ep crereeeueamerresoneTenioninteer tet especifi- camente a imposigdo uma taxa sobre o carbono. smentagdo substantiva seguiu a linha dos impactos des- ies. Porém, na medida em que o CO2 causa fide, 0 argumento foi no sentido de que as medidas que as unidades emiissoras viessem a tomar para reduzir suas emissdes de gases de efeito estufa resultariam também na redugio de sua poluigao, decortente de outros gases de efeito estufa reduzides ou da ion Trading and environmental injustices: Los angel tal Law & Policy Forum, Spring, p. 256, 1999, Trading and environmental injustices: Los ange- ie os esquemas de mercado tendem a resultar no corte de emissdes de fontes ja mais e E, ainda, a necessida- de de cotejar se trole— nao tra Ess ja trabalham sob melhores tecno! tiveis de menor emisso, enquanto a argumentago aponta que as empresas que emitem menos e tSenicas e tendem 2 usar combus- is poluentes ainda operam tendem a usar combust jor emissdo. Dessa forma, seria mi ss emiseBes de gases de cit etula jes. Nas palavras de Daniel Farber, “as nenta também que na experiéneia do programa de controle da chuva dcida, nos Estados Unidos, as regides com as usinas ‘mais poluentes tiveram a maior porcentagem das redugdes de emis Finalmente, a comparagio de efeitos feita apenas com 0 seados em mais aptos a pr Porém, esses instrumentos ndo precisam necessariamente sul mercados ~ sobretudo os de emissio de earbono ~ podendo para outros poluentes associados””. ‘0s incentivos para que grandes poluidores mantenham suas ‘com base na compra excessiva de crédit Por fim, 0 grande atrativo dos cigneia ou, mais precisamente a sua mite a consecugao das finalidades da politica — considera ‘aguinst-cap-andatrade/> niel A. Pollution markets and social equity: analysing the fsimess of yey Law Quarterly, n. 39, p. 34, 2012 O termo anglo-savio ¢ easteffectiveness titios das normas, Essa mm. que as medidas paca as n submeter agentes de um 3.3.3 Instrumentos de Informacio Em uma abordagem bastante ampla, a informago pode ser vista como uma estratégia de politica ambiental situada entre a inagao do Poder Piiblico diante de um risco impactos mais intensos — certos caso tomaria a conduta de individuos, ou mesmo empresas, mais c de ertos prcitos ou teenologias que impliguem riscos. ainda, permitra 203 agentes escolherem certo nivel de risco que desejam enirentar: Dentro de uma andlise mais especifica e refletida, porém, 08 trumentos de informagio podem ser inseridos nas p modo a aumentar sua efeti Ao falar-se nos ta sua variedade. Podem ser incl como 0 treinamento e a edueagao; pelos empreendedor rios de poluigdo e a cet © a proibigéo da atividade dele causadora”®. Em informagio reduziria o risco de acidentes na medida em, ue de mercado; de autorregulacdo™ e mes Kip. Informational approaches to regulation, J id, Foundations of Environmental Law and Poliey. New York: Ox pret iz SiS. A mineraco responsdvel: nies pte aurea. wor mineral no Brasil, rm one estes ambientais 6 le todos os cidadtos cenfatiza 0 acesso a informagies detidas pelos érgi0s tro do ine. XXXII do art. $° da C informagées relativas a entes privados que, i disposigdo de todos” pelo Poder Piiblico. atéria ambiental, ha diversas informagées legal ¢ até mesmo consti respectivos estudos de impacto ambiental sio o maior exemplo. f Hi ortantes previsdes legais que criam sistemas pitblicos de informagiio envolvendo dados relativos a particulares. Podemos lembrar 0 cadastro de areas contaminadas, criado pela Lei do Estado de Sao Paulo 13,577/2009, que € constituide por informagies detalhadas sobre todos os ipreendimentos ¢ atividades potencialmente poluidores; que abrigaram, no ppassado, atividades passiveis de provocar contaminagio do solo ou que este- jam sob suspeita de estarem contaminadas”. Trata-se de informagdes que, six for environaiental protection, Law and Policy, 21, i Gifs adicionades. Disponivel em

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