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@ ESTAFETA DISTRIBUICAO GRATUITA ‘ORGAO DA FUNDAGAO CHRISTIANO ROSA PIQUETE, JULHO/2022 - ANO XXIII - N°269 ‘Apis miss elebrada ma Matiz de Sto Miguel em Piguet SP, um registro fetogriico que mostra comndante mite Ledncio Net adsado polo padre Estas Leme € Poo pet Antonio Peliscio, de brago com a fia Zenid,e Zel Feria. A equcrds do padre, o tenets corel Feliabero AntOnio Femandes Leal, distor da EPs fate agosto e etombro de 1982. Moradaes da cidade recoabeeidos: Joaquim Sacto; D. Rita, espa do st Juea Pino, com ala, Mocha, que carga ua erianga 20 Solo ose Vila Soares, iano «Joss Aes Herald. A Revolugao Constitucionalista de 1932 Nove de julho de 1932. Ouviu-se o primeiro tro. Eclodia a Revolusie Consti- tucionalista no estado de Sto Paulo. Durante de 3: tropas enviadas pelo govemo federal, que contavam com wm contingente de cerea de 100 mil soldados. Nas palavras de Pedeo de Toledo, enti governando o Estado, Stio Paulo deveria “prosseguir na luta para satisfazer a mais alta aspiragio nacional, que & restituir ao povo brasileiro o direito de dispor de seus destinos e de se organizar consttucionalmente...”. Nao tendo havido adesbes de outros estados, os revolucion rios paulista viram-se obrigados i rendilo, 6 que ocorreu em outubro deo mesmo ano. Apesar dessa derrota paulista em sua Tuta por uma Consttuigio, dois anos depois — em 1934 ~ seria promulgada a nova Carta Magna, Para que nio nos esquegamos desse capitulo da historia paulista em que Piquete teve participagio ativa, & que procuramos todos os anos, desde 1997, ilustrar esse informative com textos ¢ imagens alusivas ARevolug vinte e cinco anos registros de depoimentos de moradores que testemunharam esse con flito armado ¢ também quantidade signifi- de livros, documentos, fotos, jornais e revistas que hoje compsem 0 acervo da Fundagio Christiano Rosa. as forgas paulistas, compostas ‘mil combatentes, lutaram contra ‘Colecionamos a0 longo de: Por meio desse acervo, evidencia-se que muitos piquetenses que se encontravam na cidade naqueles dias e que, direta ou indi- retamente, participaram da Revolu ‘orgulhavam de eontar suas historias Em Piquete, soldados constitucionalistas ‘comegaram a chegar, pelo ramal férreo, na ‘mana de 11 dejulho. Vieram para guamecer 4 regido de fronteira na Mantiqueira, impe- dindo o avango das trop de Minas. A diregio da Fébrica de Pélvora sem Fumaga, e sua oficialidade, porém, ‘mantiveram-se fiis a0 governo federal No inicio de agosto, a Fabrica passou a set dirigida pelo tenente coronel Felisberto Anténio Femandes Leal, comandante das ‘wopas constitucionalistas, A participago do muniefpio de Piquete foi importante estrategicamente para a causa paulista, nlo s6 devido & sua localizagao ‘geogrifica mas, também, pela Fabrica, ocu- pada pelos constitucionalistas para produzir polvora, Apesar da adesio da populagio © do operariado da Fabrica ao movimento, fo poucas as fotografia que chegaram até nos- sos dias. Nio havia fotdgrafos na cidade, As federais vindas -ns que chegaram até nds foram feitas por soldados que vieram de fora ou por fo- tografos dos jornais A Gazeta e 0 Estado de ‘So Paulo. Alguns poucos livros publicados aps 0 conflito estamparam imagens, mas ‘com pouca definigdo. Apesar disso, constata- ‘mos que antigos moradores, quando de posse de um jomal ou de uma fotografia daquela Epoca, espontancamente se recordavam da Revolugdo contando diversos episédios até centZo calados em suas memérias, acorda- das que foram pela fotografia, Para eles, testemunhas vivas da historia, a recriaga0 do passado emergia de maneira simples © pitoresca, surpreendendo-nos pelos detalhes imuitas vezes diferentes da versio oficial que se Ié nos livros. Contam fatos por eles vividos de um momento épico da histéria paulista, considerado © maior eonflito ar- ‘mado ocorride no pais. Suas lembrangas se prendem & pacata Piquete tomada por tropas: a ocupagao do Cine Gléria, do Grupo Esco- Tar, do Hotel das Palmeiras, a profanagao de ceasas e quintais, o “vermelhinho” — avitio ditatorial -sobrevoando a cidade... Relatam, ainda, © éxodo da populagio para a zona rural, o matraquear das metralhadoras na serra, canhdes € prisioneiros em frente a0 hotel transformado em QG, o avango das ‘ropas federais,o recuo paulista,o desmonte dda Fabrica ea fuga de grande parte do ope- rariado com suas familias para $20 Paulo ‘numa viagem tragicdmica, ea derrubada da ponte metiliea sobre o Paraiba para atrasar 0 avango ditatorial. Depois do armisticio, re- torno e a demissio de centenas de operitios que aderiram i causa, A revolueo durou de 9/de julho a 28 de setembro. Foram 85 dias de combates que marcaram uma geragio, ‘orgulhosa de seu passado historic, Memérias da Revolugao Constitucionalista de 1932 A importincia da Revolugio Constitucionalista de 1932 para a historia contemporinea do Brasil e a existéncia de farta documen- tagdo fotogrifica e propagandistica sobre o tema tém levado muitos pesquisadores a se voltarem para a relevancia da prospecsio dessas fontes, Essas buscas tém resultado na publicagdo de livros em que 4 imagens dos aconteeimentos nas diversas frentes de lua ilustram e complementam a reconstituigdo do conflito em Sao Paulo. Durante a Revoluglo, as noticias chegavam por meio, prineipal- ‘mente, dos jomais A Gazeta ¢ O Estado de Sao Paulo, que estam- pavam imagens do ‘front’. Eram, no entanto, poueas e de qualidade discutivelessas imagens. Apesar de j existirem, & época, processos grificos de alta defi- nigZo em rotogravura, empregadas,principalmente, pelasoficinas de © Estado de Sao Paulo e A Gazeta, a maioria das imagens impressas em jomais, livos, cartazes e revistastraziam as mesma dificuldades, particularmente a baixa qualidade do papel uilizado. As fotografias durante a Revolugio Constitucionalista foram tilizadas como instrumento de propaganda politica, A maioria mos- {ra © alistamento de voluntirios, a mobilizagio de contingentes, as ccampanhas de donativos, desfiles civices, soldados nas trincheiras tc. Buscavam sensibilizar para a “causa paulista”, que teve resultado positive. Todo o estado de Sao Paulo se engajou na luta. Em Pique, as poucas imagens da Revoluedo foram feitas pelo fot6grafo Miguel Fallet, do jomal A Gazeta, que havia modemnizado recentemente seu parque grifico, O jomal enviou para registrar o conflito o jornalista, ‘Armando Brussolo, apelidado “Stopinsky”, que percorreu todo 0 Setor Norte, como era conhecide © Vale Paraiba paulista & época, Brussolo publicou ainda em 1932 0 livro “Tudo pelo Brasil: dirio de um reporter constitucionalista”, (O movimento revolucionario, que eclodiu em 9 de Julho de 1932 1a capital paulista e foi liderado pelo general Isidoro Dias Lopes, contou com a participago de renomados militares, como os gene- is Bertold Kringer ¢ Euclydes Figueiredo, com Forga Piiblica de ‘Sto Paulo e diversos segmentos da sociedade paulista, Deflagrado ‘© movimento, a adesio popular foi imediata: houve mobilizagio de todo 0 estado de Sto Paulo. Nos meses de conflito, So Paulo viveu ‘um verdadeiro esforgo de guerra, Nio apenas as indistrias se mobi- O ESTAFETA uete,julho de 2022 lizaram para atender is necessidades de armamento, mas também a populacdo, que se manteve unida. Concorreu para isso a intensa pro- paganda dos ideais constitucionalistas, Pelas cidades espalhavam-se xtazes convocatorios, cartBes postais, emblemas, hinos patridticos © is sobre a Revolugio... Multiplicavam-se as fotogra nas das cidades e dos eombates, que eram difundidos nos jomaise revistas. Os registros de fot6grafos profissionais e amadores foreciam o testemunho ansiosamente aguardado pela populagio. (Os batalhaes de voluntérios Tutaram lado a lado com as tropas regulares, ocupando posigdes estratégicas ao longo das fronteiras ddo Estado. O Vale do Paraiba teve sua importineia historica por ter sido paleo dos principais conflitos e da assinatura do armisticio, no dia 2 de outubro de 1932, em Cruzeiro, Piquete, por sua localizagio ‘2eogrifiea e devido i presenga da fabrica de pélvora ~essencial para 2 causa revolucionaria -, foi, logo apés a deflagracio do confit, ‘ocupada militarmente por milhares de soldados. Muitos moradores {que viveneiaram esses dias relatam momentos de tensio, angiistia « medo. Dificuldades econdmicas e apreenslo, principalmente nos lltimos dias de setembro, quando as tropas consttucionalistas foram recuande de suas trincheiras devido ao avango militarmente superior das tropas federais. Temia-se pela chegada das tropas governistas, A cidade foi evacuada, Muitos embarcaram no chamado “trem dos retirantes”, com destino a Sio Paulo. Os que foram deixaram registrada a epopeia tragicémica dos tés dias de viagem. Outros se refugiaram em sitios e fazendas. Com o fim do conflito, 0 regresso ‘cidade eo desemprego de centenas de chefes de familia, operirios dda Fabrica, anistiados pelo governo federal em dezembro de 1932. ‘Aos poucos, a volta & normalidade. Apesar dos pesares, observa-se ‘em todos os depoimentos o orgulho pela causa paulista ea conquista dda constitucionalizagio do pais em 1934. Legendas: 01 - Grupo desoldads opto da Esagao Ferrviria Rodrigues Aves, em Piqute. 02 - Flas de Benedio Ease solddos do stor de sade, cxo posta fot testalado mo Cine Giri, ao lad da residécia da fi. 08 - Major Late B Figueira Neiva,comandant do destacamenta do seor Piguet ofcaidade em frente a0 2G. instlado no Hotel das Paimetres. em agosto de 1932, 04-0 Padre stanislau Leme e a familias de Francisco Marino Ferera, mest da Fabrica, demitde, bem como seu fics, por trem potadoo movimento revalaciondrt, Piquete, jutho de 2022 © ESTAFETA Pagina 3 Moradores de Piquete apoiam o movimento revolucionario de 1932 “Toda cidade er spies cana revelucionria: pasar sonslonar ox sodados efensores da Lei, Houve uma verdad febre de pits” Naf, pried ‘seria, Nia Cons, Joe Li, Yolande (hs), Docs Palma ‘esincia loeaizada aol ds ntga ciel, eno ocapads por olds da Frys Piblic durante a Revolugéo de 1932, ita Comba, Jo Cardone Filo, {A oto acim tz no Seu verso inserigo:“Lembranga da Revolugto. Puss, 19 ‘& jlo de 1932 Joo Joguim Diss. Sou de Sao Lae Jo Piguet pelo meu quero Bri Meals incerpori no Batali Captio Machado. sou a fotografia stnalado por um X. Tudo por So Paulo”. A partir da equerds: "2 Encirmjo, 080 Joaquim Diss «Joo de Olver stings. Lo gsi no ‘Uma das mais importantes paginas da historia do Brasil foi a Revolugao Consti- tucionalista, que irrompeu em So Paulo a 9 de julho de 1932. Foram trés meses de combates que colocaram frente a frente, ‘nos campos de batalha, forgas rebeldes e legalistas. Esse conflito armade estendeu-se por toda o estado de Sio Paulo, © Vale do Paraiba, por sua localizagio estratéyica e ge0po A noticia da eclosio desse conflito che- 2a, fo paleo de sangrentas batalhas ‘g0u a Piquete por volta das 10h da manhit do dia seguinte. O primeiro arecebé-la foi 0 cel. Pompeu Cavaleanti,diretor da Fabrica «de Polvora Sem Fumaga, Nesse mesmo dia, ‘guamigdes de Lorena e Cagapava também se levantaram aderindo ao movimento, cenguanto tropas revolucionérias ocupavam posit do Vale. No dia 11, um trem conduzindo os estratégicas em diferentes regides soldados chegou a Estagio Rodrigues Alves, «em Piquete.O diretor da Fabrica, bem como sua oficialidade decidiram por se manter figis ao governo federal, ¢ um acordo foi sclado com o comandante constitucionaista, ccoronel Andrade,que se encontrava sediado ‘em Lorena, para que a Fabrica nfo recebesse ‘opas e que estas ficariam acantonadas em Piquete. Essas tropas vieram para o muniet= pio ndo s6 devido a presenga dessa indistria Délica, mas também para guamecer a estrada de acesso a Minas, impedindo qualquer movimento ofensivo de tropas federais so- bre o timel, em Cruzeiro, além de Lorena ¢ Cachoeira Paulista, coronel Pompeu sua oficialidade comprometeram-se a nao dar informagaes sobre o movimento das Forgas revolucioniias as autoridades do governo Vargas. Telegrafou para o Servigo de Mate- rial Bélico, no Rio de Janeiro nos seguintes termos: “Fabrica ndo ocupada mas isolada.” A produgio fabri foi paralisada, mantendo em funcionamento apenas os servigos de ceonservagdo e limpeza. Os operirios, bem como a populaglo da cidade aderiram & Revolugdo. Aos poucos, os moradores que hhaviam se afastado da cidade retoraram, passando a receber os soldados constitu- cionalistas. Toda a cidade era simpitiea & ‘causa revolucionéria: passaram a ovacionar 0s soldados defensores da Lei, colocando a disposigio das tropas tudo 0 que possuiam. Houve uma verdadei recebiam as tropas no desembarque na Es- tagio com carinho e grandes manifestagies de vivas a So Paulo ¢ ao Brasil. Algumas febre de patriotismo: edificages foram requisitadas para a causa paulista, A populagdo harmonizou-se com os soldados, fazendo com que as tensbes dos confltos fossem amenizadas. Assim, muitos ‘moradores serviram de guia nos tortuosos ccaminhos da Mantiqueirs, outros pegaram em armas, muitas mulheres passaram a co- zinhar e costurar para as tropas miisicos dda Euterpe tocavam no “Café do Soldado”, No dia 15 de julho ocorren, para a surpresa de todos, forte tiroteio entre as ‘ropas paulistas e a infantaria adversitia, A partir desse entrevero, a populagio, sobressaltada, foi-se acostumando com © matraquear das metralhadoras na serra eos estrondos da_artilharia pesada, Em diferentes pontos do muniefpio trincheiras foram abertas e canhies paulistas, estra- tegicamente posicionados, atiravam em diregao da Mantiqueira. Em II de agosto assumiu a dirego da Fabrica o Ten, Cel. Felisberto Antonio Fer- nandes Leal, em nome do General Bertold Klinger, comandante das wopas constitucio- nalistas. O propésito era fazer funcionar a Fabrica. © diretor e seus comandados fica sam presos, sob palavra, em suas residncias ‘Como avango das tropas federais eo recuo estratégico das tropas constitucionalistas, hhouve, em 14 de setembro, 0 abandono da Fabrica. Algumas sees foram inutilizadas «© méquinas essenciais para a produgio de pélvora transferidas para Sio Paulo em um trem especial, que transportou também ‘operiios familiares. A cidade, temendo as tropas getulistas que se aproximavam pela serra, se esvaziou, de modo que, quando (0 soldados federais chegaram a Piquete, cencontraram-na semi-deserta, Em2 de outubro, apbs 82 dias de eonfli- 10s foi assinado um armisticio. Aos poucos, cidade foi retorando 0 seu ritmo. Os ‘peririos que acompanharam as tropas para ‘Sto Paulo foram sumariamente demitidos. Retomaram com o orgulho ferido, mas cientes do dever eumprido, Em dezembro foram anistiados pelo governo federal. Essa historia de civismo dos paulistas, buscando a constitucionalizagao do pais, precisa ser ‘sempre rememorada, (O ESTAFETA Fundado em feverero/ 1997 Diretor Gora {Antnio Carlos Monta Chaves ‘Jornalista Responsév Rosi Masiero - Mts-20: Redagao: Fs Professor Lulz de Casto Pinto, 22 Tals: (12) 3156-1207 Correspondéncia: (Cabea Postal r? 10 -Piquote SP Eelitoraglo: Laurentino Goncalves Dis Jt. [A Rear os eons ples arises 86 Pligina 4 OESTAFETA Piquete, jutho de 2022 A Revolugio Constitucionalista que neste més de julho completa 90 anos foi um. dos mais importantes ¢ dramaticos aconte- «imentos da historia republicana brasileira Esse conflito mobilizou todo o estado de Sio Paulo, que se uniu em defesa da Lei e pela reconstitucionalizago do pais. Piquete, a exemplo de outras cidades valeparaibanas, foi paleo desse movimento revolucionirio que transformou o cotidiano dessa pacata cidade operiia, que contava, por essa época, com pouco mais de dois mil habitantes. Militarmente analisando, a importancia de Piquete nesse coniito se deve, em pri- ‘meio plano, instalagdo, no municipio, da Fabrica de Polvora sem Fumaga, considera- dade grande valor para ambos 03 comandos beligerantes. Para So Paulo, bloqueado por terra e mar por tropas federais, a Fabrica era ‘garantia do suprimento de plvora para mu- nigdo; para a ditadura Vargas, representava ‘economia na importagao e, acima de tudo, privagfo de Sao Paulo de scus recursos. Em segundo plano, estava a localizagao do municipio que mantém ampla fronteira ‘com Minas Gerais e que, do inicio da guer- raaté 12 de outubro, constituiu o extremo cesquerdo da linha de defesa da 2" Divisio de Infantaria em Operagio do Exéreito Constitucionalista, protegendo a Fabrica € impedindo o avango de tropas minciras para regio do Tiinel, na Estrada de Ferro Cruzeito ~ Passa Quatro. Nessa condigao de protesio do flanco esquerdo da 2*D.LO., a Tuta em Piquete foi travada no topo da Serra, fem dirego a Minas Gerais A Revolugdo Constitucionalista eclodiu ‘em Si0 Paulo na noite de um sibado, 9 de julho. No dia seguinte, 0 corone! José Pompeu de Albuquerque Cavalcanti, dire- tor da Fabrica, recebeu ordem do Ministro dda Guerra para averiguar a situagio do conflito em Piquete. Em contato com @ ccoronel José Joaquim Andrade, do 6° R.L, que se enconirava em Lorena comandando as forgas que se concentravam no Vale do Paraiba, fica sabendo da Revolugio e de seus desdobramentos. Pompeu Cavaleante decide, juntamente om sua oficalidade, nio ‘aderir a0 movimento paulista. A produgio da Fabrica &interrompida, mantendo-se apenas as atividades de manutengio, e o operaria- do é dispensado. Como no tinha come cesconder a quantidade de plvora estocada nos paidis, vé-se obrigado a atender, sob protesto e por meio de cautela, aos pedis, tanto de polvora quanto de armas einsumos, dos revoltosos. Foi preso, entlo, em sua residéncia, na Vila da Estela, bem como os demas oficiais. Coma evolusao do conflito, © primeito-tenente Bibiano Dale Coutinho adere & Revolugdo, seguido por grande parte do operariado © mestres. Mais tarde outros ‘nés oficiais também iriam aden. Do lado do Exército Federal, 0 coronel Eurico Gaspar Dutra, comandante do 4° R.CD. de Trés Coragdes, recebe, no dia 12 de julho, um telegrama do Estado Maior, ‘em Juiz Fora, em que pede que se faga re: conhecimento da Fabriea de Piquete ¢ que, caso esta estivesse desocupada, ocupicla ¢ ‘organizar sua defesa. Se ocupada, vigié-la e informar com urgéneia dar conhecimento a coronel Eugénio Trompowski, em Pouso Alegre. De imediato, Dutra enviow para a serra, em Piquete, tropas do 10° RL de Juiz de Fora sob o comando do major Pedro Penodo Pedira que instala seu Posto de Co- ‘mando no alto da serra, na Barreira © passa a obsorvar a Fabrica. ‘No dia 16 de julho, patrulhas minciras descem a serra chegando bem préximo a Fabrica, de onde so rechagados a tiros por soldados do 6* R.L. No dia seguinte, € organizado em Piquete 0 destacamento Os combates travados na Serra de Piquete du coronel Abilio P. Rezende, com o II e IIL batalhdes do 6 RL, 4 RCD. e BCP. da Reserva. No dia 20, ocoronel Abilio tem «em Piquete cerca de 1400 soldados com ba- talhGes comandados pelos eapities Agnelo Caio de Castro e Marco Antonio. As linhas avangadas do Exército Constitucionalista se posicionaram entre os picos do Focinho do Cio, Cabrito, Ataque eno Pico dos Marins, A direita para o lado do tinel, em Cruzeiro, local onde seria travados grandes embates, Na serra do Piquete, os encontros entre as patrulhas tornam-se frequentes. A popu- lagdo da cidade, assustada com os sobrevoos dos avides ditatoriais e os constantes sons de bombas, tiros, explosdes e metralha- doras, foge para @ zona rural em busea de seguranga. Piquete, esvaziada, tem suas ras peroorridas por tropas, que se dirigem & Mantiqueira. Trincheiras sio abertas ¢ canhies posicionados. Prédios piblicos ¢ residéncias particulares sao tomados ¢ transformados em postos de comando, Café do Soldado, pastas de saide, correios etc Da Barreira, local em que se encontrava instalado o comando federal, partem solda- dos que se posicionavam em lugares privi- legiados, a partir de onde observavam toda a movimentagio em Piquete e na Fabrica, ‘Apesar de bem instalados e seguros, no dia 20 de julho ocorreu o maior confit na re- ‘fo, muito noticiado pelos jomais paulistas, que sera sempre lembrado como um grande feito dos soldados constitucionalistas. Na regio do Pico do Cabrito, proxima a0 Sa- natério Militar, as tropas constitucionalistas foram fortemente atacadas pelo 10° R.L de Juiz de Fora, A ofensiva ditatorial foi -volenta, Sob fogo cerrado, os soldados pau- lista, ap6s habil manobra de envolvimento, ‘obrigou o comandante das forgas adversiias a pedir trégua, a fim de um entendimento, ‘Terminado 0 prazo, os adversirios reinicia- Piquete, jutho de 2022 Pagina § ram, inesperadamente,intenso tiroteio com pegas de artilharia e metralhadoras. Apesar da surpresa, o soldado paulista respondeu 440 ataque com determinagio © éxito. Os ‘eapities Caiado de Castto'e Marco Ant6- nio e 0 tenente Meireles, comandantes das forgas constitucionalistas, conseguira ‘numa arrancada, numa carga de baioneta Verdadeiramente épica, colocar em fuga desordenada todo 10° RLL.. Foram feitos 35 prisioneiros, dentre os quais um oficial. “Apreendidas duas pecas de 75 mm, doze ‘metralhadoras, 55 mil tios eindimeros fuzis, além de trens de eozinha, padiola e demais aparelhamentos do corpo de said. Também barracas, capotes e talabartes de oficiais (Uma precipitada debandada, Esse episédio foi também narrado em um relatrio pelo coronel Eurico Gaspar Dutra, ccomandante de um destaeamento do 4° D.L cenviado para a frente de Piquete. Havia a necessidade se se conhecer a situagio, ppara.o caso de se enviar seu regimento para aquele setor. Atendia a um pedido do coronel ‘Trompowski, que se encontrava em Itajubs, no qual narra queas tropas federais, na serra do Piquete, estavam sendo fortemente ata- ceadas e pede que Dutra se deslocasse com brevidade em socorro do batalhio Pedra. Dutra, 20 chega a Itajubi Velho (Delfim ‘Morcira, tenta se comunicar com 0 P.C. do ‘major Pedra, na Barrera, mas no consegue contato. Diante disso, drige-se pessoalmen- te a Barreira. Mal havia saido de Itajuba Velho, encontra diversos soldados do 10° & do 11° RL que haviam se rtirado da frente de combate, Em seguida, cinco oficiais ¢ ‘outros soldados so encontrados na mesma situagao. Em vlo, procurou reunir esses elementos, mas, todos, verdadeiramente cextenuados e apavorados, protestavam para no enfrentar novamente os adversirios. Diziam que 0 P.C. do major Pedra havia ee rante a Revolucéo Constitucionalista de 1932 sido violentamente atacado.e que, aps tenaz resisténcia, a forga que ld se encontrava se vu obrigada a se retirar. Nao sabiam infor- ‘mar o paradeiro do major e nem o destino {que tomaram as tropas mais a frente, A vista disso, o coronel Dutra aguarda em Ttajuba Velho a chegada do 4” D.L. Durante toda aquela noite, vio chegando diversas tur- ‘mas de soldados. Todos davam as mesmas razdes para justificar a retirada. No dia 26 de julho, pela manha, Dutra marchou com ‘© fegimento para a serra do Piquete. Na Barreira, nio encontrou vestigio algum de soldados paulistas. Ao coronel Trompowski, Dutra enviou o seguinte despacho: “As ‘wopas do major Pedra estdo completamente desmoralizadas e disseminadas pela mata Nao posso contar com elas. Estou chegando a Bameira onde vou instalar o 4° RC.D. provisoriamente e langar para a frente um forte reconhecimento. Aguando reforgo para langar ofensiva”, Tanto na Barreira, como ‘em outras posigdes da serra do Piquete, foram encontrados abandonados armamen- 10s, munigdo e até alguns zs, tal 0 pinico instalado nas tropas federais. Ainda naquela manha, 0 major Penedo Pedra se apresentou ao coronel Dutra, que voltou a controlar as posigdes. O governo federal, stendendo ao scu pedido, enviow reforgos e munigio. Patrulhas de reconhecimento sio lancadas. Fram presos earguciros esoldados paulistas do 6° Ri que retomavam a Barrcira para reunir material deixado pelos governistas No dia 28, com a chegada do 11° R.l. e do 28°B.C. para se unirem a0 4°R.C.D., Dutra constitu um agrupamento comandado pelo capitdo Thales Moutinho da Costa, que ti- nha como tarefa ocupar posigoes proximas 4 Piquete, o que foi cumprido. Dutra tinha fem vista executar um ataque a Piquete, mas recebe nova instrugio da DL. ¢ retoma a Itajuba para nova misslo. Fortalecidas, as ‘wopas federais envidam fortes ataques aos paulistas, numericamente em desvantagem com pouca munigio. Em Piquete, no dia 30 de julho o desta- ceamento do coronel Abilio a ‘ra-encostas da sera, pelo Benfica, Tabuleta, Morro do Taleo e Pico dos Marins. Buscam impedir o avanco federal No dia 12 de agosto, ocoronel Felisberto Leal assume a direcdo da Fabrica, que, apés cerca de um més paralisada,é parcialmente reativada. Para isso, Leal contou com os pouces oficiais que aderiam a causa eo tra- ‘alho das operirios, ue foram requisitados. No inicio de setembro, chegam noticias de que em outras frentes vem ocorrendo o recto estratégico do exéreito constituciona- lista, Na verdade,as armas e munigdes eram ceada vez mais escassas ¢ soldados vindos do Nordeste chegavam para fortalecer as ‘wopas federais, No dia 13 de setembro, um grande mo- -vimento agitou Piquete: as tropas paulistas ‘no municipio recebem ordens para evacuar regio, A Fabrica ¢ desocupada ¢ parte do maquinario desmontada ¢ colocada num ‘rem, juntamente com operitios ¢ suas fa- milias, com destino a Sio Paulo. ‘Aponte de ferro sobre o Paraiba, em Lorena, & dinamitada, a fim de atrasar 0 avango das tropas federais, que chegam pelo Quilombo ¢ pela serra. A populagio, des- protegida e em panico, recorre novamente & zona rural. Do alto, o "vermelhinho" acom- pana intimida, Piquete ocupads. Ataques aéreos aconteceram em Cruzeiro, Canas, Lorena, Guaratingueté e Aparecida, As tro- pas constitucionalistas tentam, num tltimo cesforgo, uma ampla linha de defesa entre Lorena 'e Guaratingueté. Nao conseguem frear 0 avango ditatorial. Em 2 de outubro, «em Cruzeiro, um armisticio € assinado. E.@ fim do confit. ACMC Pagina 6 OESTAFETA Piquete, julho de 2022 Emonsequéncia do movimento revolu- cionario que eclodi no dia9 dejulho no es- tado de Sto Paulo, a Fabrica de Pélvora sem Fumaga viu-se envolvida em circunstincias anormais. Este estabelecimento manteve-se ‘obediente a0 govern legalmente constituido (Boletim Intemno 162, de 14/07/1932). A 12 de julho os oficiais em servigo na Fabrica lavraram a seguinte ata: “Aos doze dias do més de julho do ano de mil «© novecentos ¢ trinta e dois, consultados todos 0s oficiais que servem na Fabrica de Pélvora sem Fumaga, reunides no Gabinete do Diretor, os abaixo assinados, em vista do ‘movimento revolucionstio ha dias instalado na capital de So Pauloc cujas foryas acham- se em operagdes nas proximidades desta Fabrica, rsolveram que fosse declarado por escrito e eonstante desta Ata que continuam soliditios com o governo federal. Resolve- am mais que esse ato fosse comunicado ap comandante das forgas revolucionérias cem Lorena ¢ as autoridades legais no Rio de Janeiro, Esta Ata serd feita em trés vias, sendo uma das vias arquivada nesta Fabrica as demais enviadas as autoridades acima referidas. (Assinados José Pompeu de Albu- querque Cavalcanti, coronel dietor;tenente ccoronel Heitor Velasco, primeiro quimico da Fabrica, por coergncia com seu passado mi= liars Maximiliano Fernandes da Silva, major subdiretor; major Octaviano Leto, inspetor de pélvoras; Waldemar Brito de Aquino, capitio; Adhemar da Costa Mattos, eapitio; Dr. Frederico Eisenlohr, capitio médico; Raul Miranda Leal, capitio engenharia; ‘Margal Carlos da Silva, capt farmacéuti- oe 2" Quimico; Luiz Gonzaga de Fentoura Rodrigues, primeiro tenente; Duilio Renato Storino, primero tenente; Gamaliel Bonori- ‘no, primeiro tenente Farmacéutico; Waldyt ‘Manoel de Albuquerque, primeiro tenente; Bibiano Sérgio Dale Coutinho, primeiro tenente, com as restriges que Iealmente cexpus ao senhor coronel diretor; primeiro tenente Moacyr de Faria ¢ José Fedulo, primeiro tenente intendente”. ‘A 18 de julho todas as oficinas deste eslabelecimento paralisaram os seus servi- ‘908, continuanndo apenas os de conservagiio « limpeza. © boletim interno de onze de agosto publicou que, em virtude da apresentagio do tenente coronel Felisberto Anténio Femandes Leal que, em nome do general Bertholdo Klinger, chefe das fogasrebeladas contra o Governo Provisério, veio assumira dires20 da Fabrica, conforme consta da Ata {que a seguir se publica. O coronel Pompeu Cavalcanti suspendeu naquela data sua atu- cio como Diretor da Fibrica de Pélvora ‘sem Fumaga e deferminou que se encerrasse toda a eserituragao atinente i sua gestio na Fabrica. ~*Ministério da Guerra, Fabrica de élvora som Fumaga. Piquete. Estado de S80 Paulo, Ata especial relativa passagem de diresdo da Fabrica de Pélvora sem Fumaga, de Piquete, por ocasifo dos acontecimentos revolucionirios que tiveram inicio a 9 de julho de 1932, no estado de So Paulo, ‘Ags onze dias do més de agosto de mil novecentos ¢ trinta e dois apresentou-se & Fabrica de Pélvora sem Fumaga de Piquete, 6 tenente coronel de artilharia Felisherto Anténio Fernandes Leal, que se fazendo comunicar ao respectivo diretor, coronel José Pompeu de Albuquerque Cavaleanti, {oi pelo mesmo recebido em sua residéncia, 0 tenente coronel Felisberto Leal exi= biu, nessa ocasitio,o oficio n® $37, de 9 do citado més, assinado pelo general Klinger, ‘comandante das Forgas Constitucionalistas, no qual declarava que, no propsisito de fazer funcionar a Fabrica e vista da situago em aque se encontravam os seus oficiais, havia designado o referido oficial para Diretor da ‘mesma; que os oficiais deste Estabeleci- ‘mento fieariam presos sob palavra em suas residncias; e que consideraria requisitados 6 funcionérios, operirios © empregados civis;¢,finalmente, que para execugio das deliberages tomadas reclamava que ne- snhum entrave fasse eriado nem ao servigo Fatos ocorridos Revolugao de 1932 - A tomada da Fab Fete Argue Mensa Piquete, jutho de 2022 ESTAFETA Pagina 7 dos camaradas que fossem substitutes dos oficiais presos, nem ao servigo do pessoal civil requisitado. Pelo coronel José Pompeu de Albuquer- ‘que Cavalcanti foi declarado que a revoluglo chefiada pelo general Bertholdo Klinger, & qual ndo havia aderido, encontrara-o& testa do estabelecimento em situaglo de, pela auséncia de forgas, no poder defender 0 ‘mesmo da posse dos revolucionérios. Que desde 0 primeiro contato com os chefes desse movimento ou de representantes seus, cconsiderava-se preso com 08 seus oficiais © fizera cessar as atividades da Fabrica. Nao cfetivada, porém, a posse doestabelecimen- to, permanecera na di isso que continuava a té-lo sob sua respon sabilidade. Que assim pretendia se manter até que uma passagem regular da diregio do mesmo, por ‘ou um ato de forga o obrigasse a deixé-lo, Que « designagio do tenente coronel Felisberto Leal, embora sob moldes de alta corregio pessoal, é um ato de forga que 0 obriga a deixar cargo ¢ formular 0 seu protesto, perante © mesmo © presentes os senhores oficiais. Que acatara a ordem de prisio e est certo de que os demais oficiais também assim procederio, Em relagio aos funcionérios e emprega- dos civis deixari a cada um a liberdade de ago e espera que os chefes revolucionstios ‘do obriguem ao trabalho aqueles que no 0 desejarem, nfo s6 em atengio & sua consei- ncia, como pela situagdo em que ficariam ‘como funcionirios do Governo Federal se cesse pedir contas de sua conduta, finda a revolgao, Finalmente, © coronel José Pompeu de Albuquerque Cavalcanti declarou que ia cencerrar a sua escrituragdo na data presente rica de Pélvora sem Fumaga pelos Constitucionalistas ‘© que manteria em seu poder toda a docu- _mentag3o relativa& sua gestdo na Fabrica, a fim de que, finda a anormalidade existente, pudesse prestar contas de seus atos aos ér- ‘los competentes. ‘Antes de concluir, o coronel José Pom- peu de Albuquerque Cavalcanti fez saber a0 tenente coronel Felisberto Leal que, solidé- trios com os oficiais da Fabrica no pensar ena atitude assumida, encontravam-se 0s oiciais da Comissdo Construtora da Fabrica de Tro- tyl, presentemente em niimero de quatro, a saber: majores Nestor Rodrigues da Silva e Leunan de Andrade Moniz Ribeiro, eapitio Joo Tavares de Melo e primeira tenente Floriano Peixoto de Souza Franca Pelo tenente coronel Felisberto Antinio Fernandes Leal foi declarado que, assu- ‘mindo a diregdo da Fabrica, de acordo com © teor do oficio acima citado do general Bertholdo Klinger, comandante das forgas constitucionalistas, nilo forgard os fun- cionarios e operirios da mesma Fabrica a prestago de servigos, mas, sim, requisitara fs seus servigos conforme ordens recebi- das, requisigio que nio poderia deixar de ser atendida; ¢ que os isentaria de qualquer responsabilidade; declarou, ainda, esperar {que 08 oficinis da Fabric ora presos por éncias, se mantenham palavra em sus resi ficis a esse compromisso o que, ais, & de se esperar a fim de nao constrangé-Io, em- bora contra vontade, a tomar, em cada caso, resolugBes que alterem a atual situago em que se acham, Que, embora 0 oficio acima menciona- do fale de um modo geral na situago dos oficiais da F.Ps.F. 0s oficiais da C.C.ET. ficardo em situagao idént Fabrica de Pélvora, E para constar lavrou-se a presente Ata aos da referida feita por mim, 1° tenente Moacyr de Faria, seeretirio da Fabrica, ¢ assinada pelos che- fes acima referidos e pelos oficiais que a aquiserem assinar (AA) — José Pompeu de Albuquerque Caval nio Femandes Leal, tenente coronel; Heitor anti, coroneldiretor;Felisberto Ant Velasco, tenente coronel; Maximiliano Femandes da Silva, major subdiretor; Nestor Rodrigues da Silva, major; Octaviano Leto, ‘major; Leunan de Andrade Moniz Ribeiro, ‘major; Waldemar Brito de Aquino, capitio; Adhemar da Costa Mattos, capitio; Joao ‘Tavares de Mello, capitio; Raul Miranda Leal, capitio; Frederico Eisenloh, capitio médico; Margal Carlos da Silva, eapitao farmactutico; Gamaliel Bonorino, primeiro tenente; Luiz Gonzaga de Fontoura Rodri- ‘gues, primeiro tenente; José Fedulo, primei- +0 tenente; Duilio Renato Storino, primeiro tenente; Waldyr Manoel de Albuquerque, primeiro tenente; Moacyr de Faria, primeito tenente; Floriano Peixoto de Souza Franga, primeiro tenente ‘A12 de agosto, de ordem do general comandante do exéreito constitucionalista, assumiu a diregdo da Fabrica 0 tenente ccoronel Felisherto Antonio Femandes Leal. Na mesma data, pela mesma autoridade, foi mandado servir como auxiliar do diretor dda Fabrica, o primeiro tenente Bibiano Sér- tio Dale Coutinho, ‘Como primeiro ato do tenente eoronel Fernandes Leal, a 12 de agosto foram re- uisitados todos 0s funcionarios, operitios ‘c empregados a prestarem seus servigos na Fabrica, ficando isentos de toda ¢ qualquer responsabilidade futura A21 de agosto, foram mandados apre- sentar ao comando da 2* RM. © major ctaviano Leo ¢ o primeito tenente Luiz Gonzaga de Fontoura Rodrigues: a4 de se tembro foram encaminhados ao mesmo des- tino o coronel José Pompeu de Albuquerque Cavalcanti, majores Nestor Rodrigues da Silvas e Leunan de Andrade Moniz Ribeiro © 0 capitio Raul de Miranda Leal Apresentaram-se no dia 5 de setembro a fim de prestar servigo a “Causa Constitucio~ nalista” 0s primeiro tenentes Duilio Renato Estorino e Gamaliel Bonorino, este ditimo Farmacéutico. ACMC Na foto acima: “A caminho da Fébrica de Pét- vora sem Fumaca, de Piquete” joraaistavia- jitna 1058 da Central, Foto de Miguel Pallet Pagina 8 OESTAFETA Piquete, julho de 2022 Fatos ocorridos Revolugao de 1932 - A retomada da Fabrica Em 13 de setembro, apis um més sob comando constitucionalista, as forgas re- volucionarias desocuparam a Fibrica © a cidade de Piquete. Algumas segdes foram ‘ransferidas para Sao Paulo juntamente com parcela significativa de funcionsrios, neces- sitios para colocé-las em funcionamento, 0s oficiais que no aderiram ao mo- vimento foram levados presos. Ficaram para resguardar esse patriménio nacional ‘© major Maximiliano Femandes da Silva, © capitio médico Dr. Frederico Einsenlohr © 05 primeiros tenentes Waldyr Manoel de Albuquerque e Moacyr de Faria Entrega da Directo da Fabrica Transcricio da Ata “Exéreito Constitucionalista ~ Fabrica de Pélvora sem Fumaga. Aos treze dias do és de setembro de 1932, 0 tenente co- ronel Felisberto AntGnio Fernandes Leal, diretor da FPs.F. por nomeagio do general ‘comandante das Forgas Constitueionalistas de Sio Paulo e seus oficiais, todos abaixo assinados, ao ter de retirar-se, resolve entre- ‘garareferida Fabrica ao major Maximitiano Fernandes da Silva, capitio médico Dr. Fre-

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