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LAR DE INPROVISO AA COMO [ALAR DE INPROVISO E OUTRAS TECNICAS DE APRESENTACAO O que vocé faria se precisasse falar de impro- viso diante de uma platéia e nfo soubesse bem como agir e organizar suas idéias? Esta obra do Prof, Reinaldo Polito ensina, de forme ples e didatica, como vocé poderd mon- tar rapidamente suas apresentagdes e desenvolver temas de improviso, em qualquer situagdo, fa- lando sempre com seguranga e desembaraco, Vocé aprendera_a falar de improviso inespe- rado, fazer uso de roteiro escrito, cartées de no- tas, esquema mental, além de todas as técnicas para ler bem em pitiblico. ISBN 85-02-01561-3 9 || 015616 Imagine que vocé tenha pou- co tempo para organizar as idéias € expor um assunto importante diante de uma platéia. Qual seria a técnica de apre- sentagao mais apropriada? Deve- ria falar de improviso, sem ano- tages? Usar um roteiro escrito ou um cartéo de notas? Ler toda a mensagem do principio até o final? Ou ainda decorar palavra por palavra? Nem sempre atécnica de apre- ao mais apropriada para gumas pessoas, em certas oca- sides, podera ser a mais indicada para outras, em circunstancias di- ferentes. Com este livro vocé, além de dominar todas as técnicas, sabera como escolher, de acordo com 0 seu estilo, a mais adequada para cada situagao. Ler um discurso, falar de im- proviso inesperado ou usar um roteiro escrito como apoio defini- tivamente pode deixar de ser um problema nas suas apresentagdes. Um verdadeiro curso para aprender a falar de improviso e usar de maneira eficiente todas as técnicas de apresentagao, com orientagao para exercicios e ques- tiondrios de auto-avaliacao. 7 REINALDO POLITO, um dos mais destacados especiali tas no ensino de Expressio Ver- bal, j4 preparou, desde 1975, mais de 10,000 alunos entre empresarios, executivos, polfti- cos e profissionais liberais de alto nivel, Publicou nove obras sobre o nto, entre elas Como falar corretamente e sem inibicdes @ Gestos e postura para falar me- thor, que, somadas, ja atingiram mais de 60 edigdes, Ministra treinamento para executivos de organizagdes co- mo; Alcan, Arthur Andersen, Bast, Caterpillar, Citibank, Dow Quimica, Du Pont, Ericsson, Esso, Ford, Gessy Lever, Goodyear, Hewlett Packard, Hoechst, Honda, IBM, Johnson & Johnson, Mercedes Benz, Monsanto, Nestlé, Philips, Pirelli, Price Water house, Rhodia, Saab Scania, Sanbra Sharp, Siemens, Union Carbide, Volkw wagen, entre centenay de outras om presas importantes, Reinaldo Polite COMO E OUTRAS TECNICAS DE APRESENTACNO 2? edicdo - 1995 LJMsanaiva SUMARIO Lntroducdio — Como apresentar um discurso, 9 Iwitura, 11 Como se preparar para ler um discurso, 12 A comunicacdo visual, 12 A postura para ler, 15 Como segurar o papel para falar em pé, 15 Como segurar © papel para falar sentado, 16 Como segurar o papel para falar na tribuna, 16 Como ler diante do microfone, 17 Como ler com um microfone sem pedestal, 19 A gesticulacao na leitura, 19 Como inverpretar bem um texto lide, 20 Escreva como se estivesse falando, 20 Coloque as informacdes importantes no inicio da frase, 21 Escolha seu proprio método de marcacdes, 22 ‘A pausa expressiva, 23 Meia pausa expressiva, 23 Acentos expressivos, 24 A unificacdo de pulavras, 24 Como escrever o discurso para ser lido, 25 A escolha do papel, 26 A disposicao do texto no papel, 28 Mais dois cuidados importantes, 28 Como praticar a técnica de leitura, 28 Dez orientagdes para treinar a leitura, 29 Exercicio de leitura, 32 Quando ler em publics, 35 Leitura com auxilio da teleprompter, 37 Alguinas sugestées pra usar bem 0 leleprompter, 42 (mproviso pianejado com auxilio de roteiro escrito, 45 Cuidados no uso do roteiro escrito, 47 Exemplo de roteivo escrito, 48 Improviso plinejado com auxilio de cartao de notas, $5 Como devem ser os cartées, 57 Como usar os cartes de notas, 58 Principais vantagens do uso de cartio de notas, 59 Improviso planejado com auxilio de um esquema mental, 61 Critérios de preparagao para © improviso planejado com auxilio de> esquema mental, 62 Decore a introdueao e a conclusdo da fala, 62 Conte qual é © assunto, 64 Faca um histérico ou Jevante um problema, 64 Faca uma divisdo do assunto, 65 Desenvolva © assunto central, 65 Faca a refutagao, 67 ‘aga a conclusio, 67 Improviso inesperado, 69 Como se comportar numa apresentag! Habitue-se a planejar, 71 Alguns tipos de introdugdo para serem planejados rapidamente, 71 A grande arma da fala improvisada: a técnica do assunto paralelo, 73 Como escolher bem o assunto paralelo, 76 Cuidados na wuilizacae do assunto paralelo, 77 Exemplo de assunto paralelo, 80 Orientagao pritica para a preparagio do assunto no improviso » de improviso inesperado, 70 inesperado, 82 Ordene o assunto principal, 82 Faca a refutacao, 84 Faca a conclusao, 85 Recomendacées importantes para uma boa apresentagio de impro- viso inesperado, 85 Nao pega desculpas. 86 Nao tenha pressa para comecar, 86 Fale mais baixo no inicio, 87 Seja breve, 87 Faga anotacées, 87 Nao recuse convites, 88 Fala memorizada, 89 Memorizagio de um discurso, 91 Vantagens da fala memorizada, 91 Seguranga do orador, 92 Ordenagao da fala, 92 Coregio gramati Tempo de apresenta Expressic corporal, 93 Desvantagens da fala memorizada, 94 Esquecimento, 94 Falta de naturalidade, 95 Rigidez de conduta, 95 Comodisme, 96 O perigo do “pijoto automatico”, 97 Conclusio, 97 Resumo, 99 Exercicios de fixagdo, 106 Respostas dos cxercicios de fixagio, 109 Questicnario de auto-avaliacao, 112 Bibliografia, 114 le de estilo, 92 Depoimentos sobre 0 trabalho do Prof. Reinaldo Polite, 124 Sobre 0 autor, 127 INTRODUCAO COMO APRESENTAR UM DISCURSO Pua apresentar um discurso, temos varias formas dispo- niveis, que vito desde a leitura até o improviso total. Necessitamos ter o dominio de todas elas, pois, embora «cscolha de uma ou outra dependa do estilo e da habilidade de cid tn dependerd também — e acima de tudo — das CHCHHALUICEIS que cercam a apresentacdo. Ustuckiremos cada uma das formas de apresentar um tise c quais circunstincias devem ser consideradas ao se pu por ia delas. Sao elas: leituiras letura com auxilio de teleprompter, improviso plingjado com auxilio de roteiro escrito; improvise pkingjado com auxilio de cartio de notas; mywoviso pkinejado com auxilio de um esquema mental, Improving: iesperados fala miesorizacts LEITURA Aleitura é 0 tipo de apresentag’o de discurso mais dificil « complexo que temos disponivel. Raras vezes encontramos tma pessoa que saiba ler bem em ptblico. B tao comum observarmos oradores lendo mal, que os ouvintes, em vittude de experiéncias negativas, tendem a se desinteressar pela apresentagdo antes mesmo da leitura do «liscurso, tornando-se resistentes quando notam as folhas de papel nas maos daqueles que lhes dirigiré a palavra. O jornalista Herédoto Barbeiro conta que, certa vez, quando 0 ex-governador de Sao Paulo Adhemar de Barros visitava uma pequena cidade do interior do Estado, ao sentir que 0 prefeito local preparava-se para ler uma saudagdo, nao se conteve ¢, retirando rapidamente as folhas das maos do assustado orador, disse-lhe que nao precisava se dar ao trabalho, porque ele gostaria de ler o discurso com calma, no aconchego do seu lar. Uma boa leitura exige muita técnica e, como conse- qdéncia, muito teinamento, Fica mais simples entender a dificuldade para dominar a técnica da leitura, quando obser- vamos que o tempo clestinado ao preparo da apresentagao de um discurso lido é praticamente © mesmo que seria gasto com um improviso planejado. No estudo sobre a leitura, veremos a segui — como se preparar para ler um discurso; — como interpretar bem um texto lido; — como escrever o discurso para ser lido; — como praticar a técnica de leitura; — quando ler em ptblico Como se preparar para ler um discurso Para a real derar: zacao de uma boa leitura devemos consi — comunicagao visual; —— postura para ler. A comunicacao visual Muitos oradores nao olham ou olham pouco para a platéia durante a leitura. Alguns nao tiram os olhos do discurso, dando a impressdo de que conversam com o papel, e ndo com o auditério; outros olham tao rapidamente que parecem apenas querer certificar-se de que as pessoas ainda Vocé nao precisa nem deve olhar para os ouvintes a cada palavra, mas deve ter comunica¢ao visual com eles durante as pausas mais prolongadas e no final das frases. Procure olhar para o auditério ao dizer as duas ou trés Ultimas palavras de cada frase ou as que precedem as pausas mais expressivas. Coma pratica, vocé se acostumara a fazerem sil¢ncio uma rapida leivura delas, a guardé-las na memoria e a pronuncid-las quando ja estiver olhando para 0 publico, com a cabeca levantada. onto papel na altura da parte superior do pello, saré mais cil othar para os ouvintes. Se vocé posicionar 0 papel na parte superior do peito, sera mais facil manter contato visual com os ouvintes, pois bastara que levante os olhos, e o publico estara 4 sua frente. Seo papel for colocado mais embaixo, o tempo e@ o esforca para olhar serao maiores. No caso de ter que afastar 0 papel para conseguir ver melhor o texto, prefira leva-lo para a frente do corpo, € nao para baixo, permitindo que a distAncia entre os olhos € 0 ptiblico continue reduzida. Ao escrever o discurso, use apenas os dois tergos superiores da padgina, pois esse cuidado facilitara o processo da comunicagao visual. Se utilizar © tergo inferior, ou sera obrigado a baixar muito a cabega para ler, ou precisara subir cm demasia a folha, com 0 risco de seu rosto ndo ser visto pelos ouvintes. Depois de olhar, volte ao texto com calma, sem preci- pitagdo. Agindo assim, de maneira tranqiiila, podera dar mais expressividade 4 mensagem. Para nio se perder enquanto olha para a platéia, habitue-sc a marcar a linha de leitura, usando o dedo polegar. Dessa forma, quando retornar ao texto para a seqliéncia da leitura, saber4 exatamente onde a interrompeu. Use 0 dedo polegar para marcar a linha de leitura. Para mudar a posigéo do dedo polegar de uma linha para a outra, segure 0 papel com as duas maos. Quanto mais os olhos se desprenderem do texto € se dirigirem ao putblico, mais eficiente sera a comunicagao. A experiéncia demonstra que a leitura de um texto com duragao aproximada de quinze minutos s6 permitira um bom contato visual com os ouvintes se, antes, 0 discurso for lido em voz alta, no minimo trinta vezes. Um treinamento feito assim permite que o orador saiba quais palavras dever4 pronunciar, apenas com uma rapida passada de olhgs sobre o texto. Entretanto, se essa pratica 0 fizer decorar todo 0 discurso ou parte dele, diante do ptiblico, olhe, de vez em quando, para o papel, para dar a impressao de que esta lendo. Se mantiver contato visual o tempo todo com a platéia, sem olhar para as folhas com o discurso, demonstrara que a taki esta decorada, € esse comportamento pareceré artificial, pocdendo comprometer a sua comunicacao e a sua imagem. Ao final dos nossos Cursos de Expresso Verbal, faze- tos um concurso de oratéria para escolher o melhor aluno e © orador da turma. Os alunos que concorrem ao destaque de oridor da turma se apresentam diante dos colegas lendo um texto que prepararam, e alguns deles, mesmo alertados sobre o fato, treinam tanto a leitura que acabam decorando e incoreendo neste erro: falam com o publico sem voltar os olhos jxtra oO papel que seguram nas maos, Por melhor que seja a upresentagao, devido a esse comportamento, nunca so esco- thictos. A postura para ler Quanto 4 postura para se ler bem em puiblico, devemos vonsiderar: — como segurar 0 papel para falar em pé, — como segurar o papel para falar sentado; —~ como segurar o papel para falar na tribuna; — como ler diante do microfone; — como ler com microfone sem pedestal; — a gesticulacao na leitura. Lomo segurar 0 papel para falar em pé Segure o papel de forma correta, posicionando o discurso na parte superior do peito. Se puser o papel muito abaixo, estara dificultando a feitura e podera prejudicar a comunicagao visual com o ptiblico. Se colocar muito alto, podera esconder © rosto e a comunicagao do semblante. A melhor altura para 0 papel € mesmo a parte superior do peito; além de ser mais elegante, facilita, conforme j4 vimos, © contato visual, pois basta levantar os olhos para que se veja © ptiblico. Como segurar o papel para falar sentado Se vocé estiver lendo sentado atras de uma mesa, levante um pouco a parte superior do papel para facilitar a leitura, pois as folhas, colocadas inteiramente sobre ela, podem impedir a perfeita visto do texto. Ao ler sentad, levante um pauco 0 pape! para facilltar a ieitura. Dificilmente vocé tera a oportunidade para ler sentado, sem uma mesa a frente, mas, se isso ocorrer, segure 0 papel da mesma farma como se estivesse em pé. Como segurar o papel para falar na tribuna Quando ler utilizando uma tribuna, no coloque as fo- thas ja lidas embaixo das outras; deslize-as suavemente para o lado, de forma que o auditério nem perceba tal procedimento. Como ler diante do microfone Para ler diante de um microfone posto num pedestal, posivione a folha na parte superior do peito, conforme ja foi orientido; deixe o microfone um pouco abaixo do queixo (um. « clois centimetros); com uma das maos, segure a folha proximo da extremidade superior e, com a outra, proximo da hse do papel. Observe que é “proximo” das extremidades, ¢ Wao exatamente nelas. Fago esse comentario, pois, quando oriento os alunos sobre a forma de segurar o papel para a lcitura, alguns seguram rigorosamente na pontinha, com postura forcada e artificial. A mio que segura © papel perto da extremidade inferior dive ficar junto a haste do pedestal. Precisando gesticular, ela sc movimentard de um lado da haste, enquanto o papel ficara «lo outro, Ao voltar coma mao que gesticula, o discurso estara yroximo a haste, permitindo que vocé © encontre sem dificuldade para segura-lo de novo. Jinfun i pida ier dante de microione em pedestal. dio abrace o pedestal para segurar o discurso, porque, alem de ser uma atitude deselegante, poder prejudicar sua leitura. As mesmas precaug6es deverao ser observadas se voc? falar sentado diante de um microfone posto em um pedestal de mesa. Segure o papel um pouco ao lado da haste e gesticule coma outra mao. Se mantiver o discurso entre vocé e 0 micro- fone, este podera ficar muito distante e ndo captar bem a voz. Como ler com um microfone sem pedestal Evite segurar © microfone quando tiver de ler. E des- confortavel e dificultara a leitura, principalmente quando for preciso mudar a folha. Se o microfone nao possuir pedestal, prefira que al- guém, com alguma experiéncia de falar em publico, o segure enquanto vocé faz a leitura. E importante que essa pessoa tenha nocdo da distancia que deve manté-lo da boca, e de onde precisa ficar para que nao atrapalhe seu contato com o puiblico. A gesticulacao na leitura Nas apresentacdes com discurso lido, os gestos devem ser moderados e feitos, principalmente, para indicar as men- sagens mais significativas. Gestos completos, apontando o estémago para se referir & fome, a cabeca para dizer a respeito de idéias, ou 0 peito para falar de sentimentos, em geral sto desaconselhaveis, devendo ser reservados somente para momentos de grande emocao. Um erro,muito comum na maioria dos oradores 6 0 de fazer o gesto durante a Ieitura € voltar com a mao, de maneira precipitada, para a posicio de apoio junto ao corpo, ou em busca da folha de papel. Principalmente na leitura, o gesto precisa aguardar com “puciéncia”, até que a idéia seja comple- tada — s6 entao haverda a volta a posicio inicial. Assim, com calma, sem precipitagao, o orador podera gesticular o tempo todo, evitando excesso de movimentos. Quando a mao nao for usada na gesticulacao, prefira ileixa kt segurando 0 papel, em vez de manté-la parada pré- Sint wo corpo, sem atividade. Outro defeito bastante comum e que poderd ser evitado, embora no chegue a comprometer, é 0 de ficar movimentan- ioc brago para cima e para baixo, de acordo com 0 ritmo da letra ¢ a inflexdo da voz. Se esse gesto de marcacao for ttlizado uma vez ou outra, sera até uma atitude recomenda- vel, mus, em excesso, desde o principio até o final, podera somprometer a qualidade da comunicacio. Procure nao gesticular nas primeiras palavras, pois os sovimentos dos bragos, logo no inicio da leitura, em geral so aililiciais ¢ desnecessarios. No comego, segure o discurso com uy duis maos e sé inicie os gestos depois da primeira ou segunda frase. Evite mudar a mao que segura o papel; se 2 troca ocorrer ‘nit vez ou duas, nao havera problemas, mas realizita com lreciGncia podera distrair o publico ¢ atrapalhar sua concen- {Latg:0. cont de 2 citima frase sem olhar para o texto. Uma estratégia que da muito bom resultado é reter na memoria a mensagem do encerramento, a Ultima ou as duas Uiltimas frases do discurso, e, no momento de concluir, haixar © papel com © braco estendido ao lado do corpo e transmiti- la ao puiblico como se estivesse fazendo de improviso. Quando esse recurso é utilizado com.bom treinamento, parecerd espontaneo, podendo causar uma impressao bastante positiva junto aos ouvintes. O orador nao precisa temer o risco de es- quecer essa mensagem, pois, se a memoria falhar no momento de comunica-la, ela estara no papel para ser lida sem maiores problemas. Como interpretar bem um texto lido Qualquer texto, seja ele redigido pelo préprio orador ou por uma outra pessoa, podera ser bem interpretado se forem seguidas algumas das seguintes recomendagoes: — escreva como se estivesse falando; — coloque as informagdes importantes no inicio da frase; — escolha seu préprio método de marcagées. Escreva como se estivesse falando Para que um texto seja bem interpretado na leitura, ele precisa ser produzido numa linguagem que se aproxime © maximo possivel do estilo coloquial, isto é, devemos escrevé- Jo da mesma.mancira que conversamos. Existe muita diferenca entre escrever um texto para ser lido em siléncio e outro para ser lido em voz alta. Quando Jemos em siléncio, se alguma frase nao fica muito clara, ou temos dificuldade para compreender determinada palavra, podemos voltar quantas vezes forem ni ras para enten- dermos a informagao. Na leitura em voz alta, se algum tipo de obstaculo impedir que o ptiblico perceba de forma correta a mensagem, ele nado conseguird esclarecer a divida, podendo, entaéo, desinteressar-se do restante da fala. Ao redigir o discurso, procure produzi-lo numa lingua- gem que toque rapido os ouvintes. Construa frases na voz ativa, provavelmente como faria se estivesse conversando com alguém. Assim, em vez de escrever “A comunicacio visual deve ser considerada como um importante recurso para conquistar o publico durante a leitura”, dé preferéncia a “Considere a comunicagio visual como um importante recurso para conquistar o ptiblico durante a leitura”, Os ouvintes sentirao que o discurso esta sendo dirigido para eles, envol- vendo-se mais facilmente com a mensagem. Produza frases simples e utilize um vocabulério com termos que nao apresentem dificuldade para leitura, podendo ser compreendidos com rapidez pela platéia. Quando o discurso estiver pronto, faca uma revisdo geral, excluindo palavras ¢ expressdes desnecessarias. Coloque as informacées importantes no inicio da frase Analise cada frase atentamente e tenha o cuidado de verificar se as informagdes importantes, consideradas chaves na transmissao da mensagem, foram incluidas logo no inicio. Se elas forem colocadas no final, a platéia tera de guardar mentalmente toda a seqiiéncia introdutéria para compreen- der a mensagem na conclusdo do raciocinio. Se esse esforgo é possivel para quem Jé um texto em siléncio, o mesmo nado ocorre com 0 ouvinte. Observe como seria dificil, para quem ouve, acompa nhar € compreender a seqiiéncia das informagdes nesta primeira frase, e como seria mais simples na segunda: “Tendo ocorrido uma retragdo na procura dos nossos produtos, em virtude do momento SSIVO (Ue VONL pres- sionando o mercado consumider nos ultimos seis: meses, resolvemos, em carater provisGrio. reduzir os NOsSOs Pregos em 50% sobre a tabela vigente no més patasido” Agora, a mesma fre se, com ctideit imporkinte no inicio: “Resolvyemos, em carater provisorio, reduzil OS NOSsos: pregos em 50% sobre a tabela vigento no més passido, por ter ocorrido uma retragao na procura dos Hossos produtos, em virtude do momento recessivo que vem pressionando © mercado consumidor nos Uiltimos seis niescs” Esse ajuste da comunicacio cserita para a bikie devera ser feito mesmo que vocé use os scrvigas de un escritor profissional de discursos. Embora cle let muita pritica nessa atividade, talvez nao saiba bem quale o sence: vocé se sente melhor falando. lace como Escolha seu proprio método de marcagséc: Desenvolva um método proprio pur Liver miueagoes no seu discurso, como, por exemplo, Iiivos vetticdis para indicar as pausas mais expressivas ¢ Unigos Lorizontais enibai- xo das palayras que necessitam de major cntise na prontincia, Ponha acentos nas sflabas mais fonles, pana alertar que clas deverdo ser enfatizadas, independente thay te tuagao. inde acen- As vezes duas ou trés palayras protisam ser lids na seqiiéncia, como se fossem unit so, past ating! bod expres- sividade. Essa unido das palavras px crea Lidhas de timat 86 vez poderia ser indicada com um mics eneule ( )) lyginde a ultima sflaba da tiltima palavra com at primeia dh pakivea seguinte. Algumas sugestdes de marcacdo em texto para leitura em voz alta: : A pausa expressiva A pausa expressiva, cujo sinal 6 uma barra (/), serve pate valorizar a informagao transmitida ou a que vem a seguir, Jacilila a respiragaio e proporciona ritmo e melodia a leitura. Nuc seri necessario dizer que, nos pontos finais, as pausas devon) scr feitas naturalmente. Vejamos como 0 texto acima pocleria ser marcado com st pausit expressiva para leitura em voz alta: A pausa expressiva/serve para valorizar a infor- © transmitidafou a que vem a seguir/facilita a res- Jiofe proporciona ritmo e melodia A leitura. pira Meia pausa expressiva A meia pausa expressiva, que pode ser representada pe- lo sinal (4), tem a mesma finalidade basica da pausa expre: vival, apenas com a diferenga, conforme o préprio nome esta thvendo, de ter menor forca que a primeira. Serve, principal- inenic, para separar e por em destaque algumas palavras mais tnpertantes dentro da frase. Vejamos como o texto acima poderia ser marcado com “miei! pausa expressiva para leitura em voz alta. Vamos in- cloir, timbém, a pausa expressiva para facilitar a interpretagao do texto @ esclarecer melhor a diferenca entre uma pausa e& outsat: A meia pausa expressivafem a mesma finalidade hdsicavda pausa expressiva,Aipenas,&onforme o proprio nome est4 dizendofcom menos forga que a primeir. Serve, principalmente, para separar fe pr em des Algumas palayras dmais importantes dentro da frase Acentos expressivos Os acentos expressivos sao sinais (A) (/) que indicam qual a silaba mais forte da palavra mais importante dentro de um conjunto ou grupos de palavras que compdem uma informacao. Vejamos como o texto acima poderia ser marcado com Os acentos expressivos para leitura em voz alta. Vamos incluir também as pausas expressivas e as meias pausas expressivas para facilitar a interpretagao do texto e expor de forma mais abrangente 0 conjunto dos sinais utilizados para marcagéo: Os acentos express{vos/sio sinais que indfcam ual a sflaba mais fSrte4da palavra mdis importanteklen- tro de um conjuinto Jou gripos de palavrasdque com- podem uma informacao. A unificagao de palavras O sinal de unificagao, marcado por uma meia-lua aberta (), indica a prontincia unificada de duas ou mais palavras que devem ser transmitidas como se fossem uma s6. Vejamos como 0 texto anterior poderia ser marcado com © sinal de unificacao de palavras para leitura em voz alta. Incluiremos todos os outros sinais j4 sugeridos, para facilitar a interpretacao do texto € permitir o entendimento das marca- Ges utilizadas: Q sinal dg pinificagaolindfeada prom{ncia_unifi- cddadde diag ow mais paldvras/que devem ser trans- mitidas ome se Fossem uma s0. Além dessas marcagdes sugeridas, podemos usar tragos horizontais embaixo de uma palavra muito importante para o entendimento da mensagem, ou uma linha tracejada quando tivermos a inteng te) todas as silabas. Nao existe regra Unica para marcar um texto € cada um devera escolher o tipo de sinal com o qual mais se adapte € que facilite a interpretag4o da sua leitura. Alguns usam canetas coloridas, outros marcam todo o texto com detalhes, e outros, ainda, assinalam apenas as partes que consideram mais im- portantes. Desde que a marcagdo permita treinar as pausas e as énfases de modo correto, ela sera boa. O que precisa ser evitado é que o orador, por nao ter marcado o texto, faga, a cada treinamento, uma pausa num lugar distinto e ponha énfase também em palavras diferentes. Assim, no momento da apresentagao, ainda poderd se sentir inseguro por nao saber se daré ou nao énfase a palavra correta ou se promovera a pausa expressiva no local mais conveniente. Ao ler, procure dar vida ao texto. Alterne a velocidade da fala e o volume da voz. Pronuncie as palavras usando a inflexio da voz de acordo com o sentido da mensagem. Cuidado para nao incorrer no erro comum de sempre diminuir ou aumentar o volume de voz no final das frases: alterne de acordo com a natureza do que esta sendo transmitido e com a expressividade que pretende empregar. Em tempo: nunca leia um texto falando como se recitasse. E um estilo de comunicagao incorreto e tedioso. Como escrever o discurso para ser lido Ja vimos como o discurso deve ser elaborado para pos- sibilitar a interpretagao da mensagem. Estudaremos agora os cuidados que devemos ter para colocd-lo no papel, de modo a facilitar a leitura diante do ptiblico. E, para isso, devemos levar em conta: — a escolha do papel; — a disposicao do texto no papel; — mais dois cuidados importantes. Aescolha do papel A escolha do papel ideal em que o discurso devera ser datilografado € 0 primeiro passo para aumentar as chances de sucesso do orador. Papéis muito brancos que provocam o reflexo excessivo da luz podem prejudicar a visio do orador no momento de ler Escolha papéis opacos, nas cores hege ou acinzentado, que evitam o reflexo da luz e melhoram as condigées de leitura Folhas muito finas sao mais dificeis de controlar nas mios, durante a leitura; por isso, prefira as de gramatura mais en- corpada. Muilos ficam com as maos wémulas para jer. Muitos se queixam das maos wémulas quando precisam ler em ptblico. Esse nervosismo ocorré nado apenas com os oradores que se iniciam, mas também com outros j4 bastante experimentados. Sabemos que um dos motivos do apareci- mento do medo é o medo de sentir medo. Em geral é essa a origem dos tremores nas maos daqueles que léem em publico. Temos consciéncia de que, se surgir algum tipo de nervosismo durante a leitura, nossas maos ficario trémulas ¢ o auditério perceberé as folhas balancando. Quando nos ocorre a possi- bilidade de que esse fato possa acontecer, para nés € como se ele j4 estivesse consumado. Julgamos que ficaremos nervosos ao nos apresentarmos para ler diante do auditério; avaliamos que a nossa imagem ficaria enfraquecida e poderia ser prejudicada. Com receio de que isso possa acontecer, entra em funcionamento 0 mecanismo do medo e nos tornamos nervo- sos com a descarga de adrenalina. Assim, comecamos a ter medo de sentir medo e, nesse circulo vicioso, ele passa a ser causa e conseqiiéncia ao mesmo tempo. Ora, se essa é uma da maiores razGes para oO aparecimen- to do nervosismo quando lemos em pitblico, € possivel atenuar o medo com a utilizagao de um papel mais grosso € mais encorpado para a leitura. Com ele, mesmo que vocé fique nervoso € suas mAos tremam um pouco, os ouvintes n4o perceberao e sé 0 fato de saber que o ptiblico nao notard esse pequeno tremor talyez seja suficiente para que encontre mais tranqiiilidade e nao trema. Na falta de um papel mais grosso para escrever oO discurso, podera, de maneira discreta, colar uma folha de cartolina nas mesmas dimensées do papel onde o discurso foi datilografado Alguns oradores preferem valer-se de uma pasta de papelao como apoio. Esse € um bor recurso, que atinge o mesmo objetivo de disfarcar o tremor das maos. Se optar por esse expediente, tenha 0 cuidado de pdr as fothas ja lidas embaixo das outras, ¢ nao embaixo da pasta, porque, soltas, seria mais dificil controla-las. A disposicao do texto no papel Datilografe o seu discurso em espacos duplos ou triplos e dobre essa distancia entre um paragrafo € outro. Use somente os dois tercos superiores da pagina, para facilitar a comunica- cao visual; deixe margens mais largas para eventuais anotacOes e datilografe o texto em apenas uma das faces da folha. Nao deixe frases incompletas no final da pAgina, termine sempre com ponto final, para nao ter que virar o papel apressadamente em busca da conclusio na folha seguinte. Para que vocé possa ver melhor, 20 datilografar o discurso, escolha tipos grandes e bem legiveis, optando por uma pressao forte da maquina para que as letras fiquem bem impressas. Observe as mesmas recomendagoées se usar um proces- sador de textos. ais dois cuidados importantes /Misture ntimeros com palavras para facilitar a identi- ficagao de cifras. Por exemplo, prefira escrever 85 milhdes em vez de 35.000.000 ou oitenta € cinco milhdes. VLembre-se de numerar todas as. folhas, para ndo ter problemas na localizagdo das paginas, € nunca use grampos ou clipes, deixe-as solias, para permitir um manuseio mais facil Como praticar a técnica de leitura Siga todos os passos das orientagbes de treinamento pa- ra desenvolver a técnica da leitura em voz alta. Nao se preo- cupe se encontrar alguma dificuldade no inicio dos exercicios; soni o tempo ela sera superada. Em seguida, apresentaremos: dez, orientagdes para treinar a leitura; um exercicio de leitura. Dez orientacdes para treinar a leitura |. Selecione um texto curto para o treinamento de leltara, no maximo de cinco minutos. solha o discurso de um politico ou empresario, que tenha side publicado recentemente. Sendo recente, € provavel ‘que st stat linguagem seja atual, propria para os ouvintes dos stlas de hoje. 2 Datilografe o discurso com tipos grandes, em es- {uivas duplos ou triplos, e use apenas os dois tergos superiores ‘Lt pagina. Tente encontrar um papel grosso e aproveite ape- 10s unit cas faces da folha. Lembre-se de numerar as paginas Ha parte superior direita, para ir se acostumando com esse wocedimento. Nao use grampos ou clipes para prendé-las. 3— Faca duas leituras do texto em voz alta, para sentir hensamensagem e se familiarizar com o contetido ¢ os termos enipregados, Nessa etapa, nao se preocupe em falar em pé ou olluir para a frente, tentando ver um hipotético auditério. Concentre-se apenas no texto e prefira fazer essas leituras switilo, Se encontrar palavras de prontincia dificil, substitua- sts por termos mais simple: i — Marque o texto, para facilitar sua interpretagao. No inwio, inclua as pausas expressivas e as MCias pausas expres- ‘avn; em seguida, coloque os acentos expressivos e, por fim, os sinais de unificagéo de palavras. Para fazer as marca¢ sesto cin voz alta. es, leia cada uma das frases do Realize uma primeira leitura da frase toda, para sentir onde devera fazer as marcagdes. Repita a leitura, sinalizando os pontos identificados para as pausas expressivas e meias pausas expressivas. Agora leia pela terceira vez, para confirmar s¢ as pausas correspondem as suas expectativas ea expressi- vidade desejada. Se ficar em dtvida, repita a leitura mais uma ou duas vezes. Repita toda a operacao, para colocar os acentos expres- sivos, Repita outra vez, para pér os sinais de unificacdo de palavras. Observe que, até aqui, apenas na fase de preparacao do texto, vocé ja deverd ter realizado aproximadamente quinze leitui 5 — Apés ter marcado todo 0 texto, ainda sentado, faga mais trés leituras € procure interpreta-lo da maneira mais cor- reta possivel. Observe se esta conseguindo alternar a veloci- dade da fala e 0 volume da voz, e se esta pronunciando bem as palavras, sem artificialismo. 6 — Va até a frente do maior espelho que puder encon- trar e certifique-se de que ninguém atrapalhard o seu treina- mento. Segure o discurso na parte superior do peito, com o papel um pouco abaixo do queixo, para nado esconder o semblante. Com uma dag mdos, segure a folha proximg’ da extremicade superior ¢, com a outra, proxi- mo da base. Se a postura estiver rigida, relaxe um pouco, para ficar mais natural. * morta Faga 0 teinamento na frente de um espetho, 7 — Inicie a leitura usando o dedo polegar para seguir w linha a ser lida, Leia o texto em siléncio € s6 pronuncie as palavras t\uiindo puder ver a propria imagem refletida no espelho. Esse treinumento é bem exagerado, para desenvolver 0 sincronis- mo centre a leitura do texto e a comunicag4o visual com o puiblico. Exagere também nos gestos, ndo com excesso de Novimentos, mas deixando que o braco explique a mensagem wu lempo todo, sem pressa de voltar 4 posigao de apoio. Segure 4» papel com as duas maos apenas para fazer a mudanga da Noha de leitura com o polegar da outra mao. A execugio das pausas e das énfases também devera ser Ivita com exagero, Fale bem mais alto do que falaria normal- mente, Faca essa leitura exagerada quatro vezes na frente do espelho. 8 — Neste momen- 10, vocé ja estard bem fa- tniliarizado com o texto & em condicées de fazer a Ivitura de maneira correta cexpressiva, Leia com na- turalidade, pelo menos duas vezes, interpretando hem © texto, Use uma céinor de video pas teinat. Use uma camera de video para gravar sua Gltima leitura. Se nao possuir uma, utilize um gravador. 9 — Assista ao video ou ouga a gravagao. Verifique se cometeu algum erro ou se precisa reformular determinada parte da leitura. 10 — Grave mais uma vez com as corregdes feitas. Se saiu tudo bem, esta na hora de trocar de texto por outro e fazer um novo treinamento. Vocé nao precisaré de mais do que meia diizia de exercicios completos como esse para dominar totalmente a técnica de Jeitura. Também nao sera necessario realizar todos de uma vez. Se o perfodo entre um treinamento e€ outro nao ultrapassar vinte dias, com certeza vocé desenvolvera excelen- te habilidade para ler. Esses exercicios o ajudarao a desenvolver uma postura correta, gestos harmoniosos, comunicagao visual eficiente, boa cadéncia, ritmo agradavel, prontincia compreensivel das palavras e, acima de tudo, apurada técnica de leitura. Se vocé teve poucas oportunidades para ler em voz alta e, por isso, possui deficiéncias nessa atividade, devera dedicar- se a um treinamento intenso de leitura, sem se preocupar com comunicagao visual, postura, gesticulacao e marcacSes. Pelo menos durante trinta dias, pratique diariamente, de quinze a vinte minutos, a leitura em voz alta, usando textos de jornais ou revistas. Como as pessoas, em geral, nao léem bem em ptiblico, depois desse treinamento, ao fazer a Ieitura de um disc platéia tera prazer em ouvi-lo, somente por sua técnica, independentemente até do contetido. Nao é facil, dd muito trabalho, mas vale a pena. Exercicio de leitura Use este trecho do discurso de Henry Kissinger pe fazer © seu primeiro exercicio. Siga fielmente todos os passos recomendados nas orientagdes de treinamento para desenvol- ver a técnica de Ieitura em voz alta. “Em uma desolada colina de Giza, a umas {ros milhas do centro do Cairo, existe uma casa simples de fim de semana, que o presidente Sadat Ocupa as vezes. Sua caracteristica principal é um umplo baledo com vista para as piramides. A luz citsombra mudam constantemente a forma desses imponentes triangulos que parecem recostar-se \ns sobre os outros. Sdo estruturas ao mesmo lempo simples € monumentais, que tém resistido aos embates da natureza e aos estragos do homem durante toda uma eternidade. Em nenhuma outra parte do mundo se sente o homem tao diminuido diante das suas prdprias conquistas. Nesse mar de arcia dividido pelo grande Vale do Nilo, que se estende em linha reta por centenas de quilome- (ros, nado existe monumento natural que diminua tanto o homem. As caracteristicas mais assombro- s S40 todas obras do homem; desafiam o tempo © a falibilidade humana. Os egipcios ergueram cnormes edificios que os fazem lembrar tanto das limitagSes do homem como do alcance das suas aspiragGes ao longo da histdria. Poder-se-ia perguntar se Anuar el Sadat es- tava nesse balcio quando concebeu pela primeira vez sua viagem a Jerusalém, um passo simples e impressionante, como as proprias pirdmides. Sa- bemos, assim, que nao muito longe dessa casa de fim de semana ha delegados israelenses e egipcios que consomem semanas reunindo-se em um velho hotel. Esta de acordo com o espirito de uma regiao onde a miragem ¢ a realidade se misturam, que as negociacdes se efetuem a um nivel buro- cratico, © que garante que nao poderia produzir- se nenhum progresso significativo até o encontro do presidente Sadat e o primeiro-ministro Begin na Ismailia. Sem dtivida, a simpies presenca de diplomatas israelenses no Cairo serve para essas manifestagées simbdlicas de carater popular que sio téo queridas ao coracao dos arabes. Essas grandes manifestagGes sio importantes, sejam espontaneas ou organizadas pelo governo. Dois grandes povos voltam a reunir-se como iguais. Durante milénios, ambos sofreram e suportaram o sofrimento; ambos demonstraram estar obceca- dos com a permanéncia, os egipcios mediante a arquitetura, os judeus com a lei moral. Agora, ambos empreenderam a busca da permanéncia mais dificil de conquistar: uma paz duradoura.” (Henry Kissinger, Afrmaciones publicas, EMERCE Editores, Argentina, 1981, p. 101} Se vocé estiver encontrando dificuldade para fazer a marcag4o do texto, observe, a seguir, o que sugerimos para as ptimeiras frases. Lembre-se de que se trata apenas de uma sugestao e, se estiver diferente da sua, nao significa que esteja incorreta. Tudo dependera do seu estilo para falar. Em uma desolada colina de Giza,fa umas trés milhas Alo céntro do Cairo,/existe uma ca- se_simples de fim de semana. dque 0 presidente Sadatvocupa 3 As yezes. Sua caracterfatica principal /é um amplo jo balciio com vista para ; as piramides. Aluze a sémbra mudam c6nstantementeva forma desses imponentes triéngulos/que Parecem recos- tdr-sedins sobre os outros. S40 estruttrasfo mes- mo tempo/simples ¢ g monumentais,/que tém resis- tido aos embates d da la naturéza/e aos estragos do homem durante tSda_uma eternidade Quando ler em ptblico A maioria dos discursos lidos poderia ser proferida de improviso com muito mais eficiéncia e com melhores resulta~ dos. Por mais aprimorada que seja a técnica do orador para ler em publico, sera desvantajosa quando comparada com a fala. de improviso. Seria impossivel relacionar todas as situagGes que exi- gem a leitura do discurso. Como orientagado geral, decica-se por ela nas circunstancias mais formais, quando for esperado © seu pronunciamento e as informacdes exigirem cuidados mais rigorosos Vamos analisar alguns casos em que o discurso lido seria recomendavel: “Quando o publico o espera para proferir um discur- so de apresentagao ou sauda¢ao a uma importante personali- dade, ou para agradecer um prémio, uma homenagem, principalmente se tiver divulgagao pela imprensa. Nas home- nagens e agradecimentos mais solenes ¢ revestidos de maior importancia, a leitura é recomendada, porque é comum o orador introduzir informagées mais elaboradas, que sustentam causas politicas ou ideoldgicas, representam os pensamentos de entidades ou grupos de pessoas e, por isso, requerem maior cuidado na sua transmissao. /Nos prominciamen- tos cujos dados se baseiam na lei, como as decisées judi- ciais, e precisam estar isentos de dtividas, falhas ou erros. YNos pronunciamen- tos de autoridades do gover- no, para divulgacao de pla- nos Oficiais ou dec i Algitura também é indicada nos pronuricia- portantes. mentos ofciais, “Nos informes de pareceres técnicos, de estudos cien- tificos e de qualquer dado que dependa fundamentalmente da o de cifras, férmulas e datas. precisa “Nas solenidades de posse de presidentes ou diretores de entidades em cujos discursos, em geral, sao estabelecidas as bases e © programa de sua gestao. “Nas ceriménias de transmissao de cargo de presidente e diretores de entidades, quando fazem um balango das suas realizagoes. . / Nas formaturas, quando o discurso do orador da turma deve representar a esséncia do pensamento do grupo como um todo, e que, por isso, ndo pode ser improvisado. “Nos eventos em que o rigor da programacao exige tempo de fala cronometrado, Além das circunstancias analisadas, talvez possamos encontrar mais um ou outro caso que exija a leitura em pu- blico, Cabera a cada um decidir sobre a forma de expor a sua mensagem, mais adequada as exigéncias de cada momento, lembranclo sempre que 0 discurso lido, como técnica de apre- sentagao, deverd ser uma das tltimas opcdes. LEITURA COM AUXILIO DO TELEPROMPTER O teleprompter 6 um equipamento muito simples e bastante eficiente, idealizado para permitir a leitura de textos de maneira que os ouvintes mal percebam que o orador esta lendo, O texto é produzido por um programa prdéprio de computador e projetado sobre placas de cristal que ficam a frente do orador, por meio de monitores, Devido & angulacao das placas e da sua superficie espelhada, o oracor consegue ler o texto refletido como se estivesse mantendo contato visual com a platéia, falando de improviso, de forma que os ouvintes praticamente nao perce- bam a leitura. As placas de cristal transparentes permitem que o ptiblico veja o rosto do orador, sem perceber 0 texto projetado pelo monitor, por causa de um tratamento proprio em sua superficie. No principio, o teleprompter foi utilizado nos estidios de televisao, principalmente para apresentagGes de programas de jomalismo. Nesse caso, dentro dys estiidios, a placa de cristal éacoplada com angulagao préptia, em frente a camera. Pode ser também presa em uma haste. O orador J€ 0 texto projetado na placa espelhada e, como olha na direcdo da lente da camera, os telespectadores recebem a mensagem como se ele estivesse falando de improviso. Mais tarde, os politicos, depois de conhecerem as vantagens desse recurso nos seus pronunciamentos pela televisao, passaram a utiliz4-lo em outros ambientes e, hoje, profissionais de todas as dreas, em especial empresdrios € executivos, se valem do teleprompter nas suas apresentagées. A instalagiio de duas placas de cristal colocadas lateral- mente, refletindo o mesmo texto, permite que o orador gire a cabega € © tronco como se estivesse olhando para todo o auditério. Pederao ser colocadas placas de cristal adicionais se a circunstancia exigir ou indicar a conveniéncia de maior deslocamento do orador na frente do ptiblico Em geral, os aparelhos de teleprompter possuem placas de cristal de aproximadamente 30 por 40 cm, podendo ainda ser encontradas em tamanhos menores de 20 por 20 cm, fixadas em hastes reguldveis de acordo com a estatura do orador. Cada placa comporta de quatro a sete linhas de até 20 caracteres por linha, cerca de quatro a cinco palavras. As placas produzidas com e: caracteristicas ficam Ppraticamente imperceptiveis a partir de 6 m de distancia do ptiblico. Em geral, so instaladas de 1 a 1,5 m de distancia do orador, para uma perfeita visibilidade do texto. Existe um outro processo de utilizagdio do teleprompter que, aos poucos, esta sendo substituido pelos sistemas com- putadorizados. A imagem de um texto impresso ou datilogra- fado € captada por uma camera, transmitida para um monitor e, por fim, para a placa de cristal. Nesse sistema, um assistente de operagao aciona uma esteira, que movimenta © texto de acordo com a velocidade da leitura do orador. Obs.: Tanto nos casos de compra como nos de aluguel, © usudrio do teleprompter recchbe da empresa fornecedora assisténcia para que possa entender o funcionamento do apa- relho ¢ treinar suas upresentagoes. Existem programas que sao preparados para que o usudrio receba o texto num disquete no formato a ser projetado na placa de cristal durante a sua apresenta¢io. Assim, ele poder4, em casa ou no escritério, com 0 auxilio de qualquer monitor, fazer um treinamento mais criterioso e se familiarizar melhor com a maneira de ler 0 discurso. Um teleprompter completé podera ser adquirido por pregos que variam de US$ 3 mil & US$ 6 mil, dependendo do tipo e dos Gries que oO acompanham. O aluguel do apare- lho montado no local da apresenta¢do custa entre US$ 200,00 e US$ 500,00. Veja como um dos fabricantes faz a promogao do seu produto, _ AGORA FICOU MAIS FACIL FALAR EM PUBLICO!* SEMINARIOS CONGRESSOS APRESENTAGOES DISCURSOS REUNIOES CONVENGOES EVENTOS TELEPROMPTER EXECUTIVO "STUTZ PROMPTERS” — O METODO MAIS MODERNO E EFICIENTE PARA A COMUNICA- CAO COM GRANDES PLATEIAS. — Vocé fala olhando diretamente para a piatéia, com total seguranga. — O equipamento é quase invisivel para a audiéncia. — Relaxa o palestrante, que nao fica preso aos costumeiros papéis. ~~ Garante o contetido do discurso ¢ o tempo da fala. — Permite que a platéia tenha uma boa visao do palestrante. — Permite liberdade de movimentos ao palestrante, enquanto fala. — Ideal para executivos que nao tém tempo para “decorar" textos. — Ocontrole é feito por computador, onde o discursoé gravadoem disquete e exibido em cristais ao lado da tribuna. — Eométodo mais moderno para se falar em publico, sem embaragos. adecemos a colaboracao da Stutz Prompters pela repredugdo do material publictario. E preciso um certo treino para se habituar a leitura de quatro a cinco palavras por linha, sem ter a visao de toda a frase. Nas primeiras vezes, a fala sai um pouco truncada e o orador se apresenta com artificialismo. Com a pratica, a leitura adquire um ritmo natural ¢ 0 comportamento diante do apa- relho passa a ser espontanco. Algumas sugestdes para usar bem o teleprompter * Faca um bom treinamento antes de usar esse recurso na frente do publico. Pratique, sozinho ou com a ajuda de algum orientador, pelo menos dez leituras de textos diferentes de no minimo cinco minutos cada uma. ¢ Durante o treinamento, desenvolva principalmente o sincronismo entre a leitura das informagGes projetadas na tela e a comunicagéo visual com a platéia. Se fizer seus exercicios num auditério, imagine que os ouvin- tes estejam sentados nas cadeiras vazias e fale olhando para elas, como se os estivesse vendo. Assim vocé nao fixara demais os olhos na placa de cristal. o tenha pre: em chegar ao final do texto; as palavras nado desapareceraio da placa enquanto voce nao lerminar de ler. Alguns programas stio concebidos com varias velocidades e, além disso, vocé ainda poderd contar com a assisténcia de um operador (o que é sempre recomendavel), que regularé a velocida- de do texto de acordo fom © ritmo da sua leitura. Velocidades programadas para movimentar © texto automaticamente ou com o auxilio de controle remoto podem ser usacdas, mas deixam o orador inseguro. Se vocé apressar a leitura, 0 operador o acompanhara, acclerando a velocidade da projecdo; como conse- qiiéncia, vocé aumentara ainda mais a velocidade da leitura para acompanhd-lo. Esse circulo vicioso podera prejudicar a apresentacdo. Portanto, calma e tranqiti- lidade, ¢ lembre-se sempre de que a velocidade do operador seguira a sua velocidade de leitura. Fale de forma cadenciada ¢ com bom ritmo, atenden- do as pausas e enfatizando as informacdes mais impor- tante: Exercite a movimentagao da cabega, olhando de um. lado e do outro da platéia, para desfazer a rigidez da postura ¢ demonstrar mais naturalidade com o giro do tronco, mesmo que vocé esteja usando apenas uma placa de cristal para leinura. Cuidado para nao virar a cabega enquanto estiver lendo © texto. Nesse caso, a cabega se voltaria para um lado da platéia, enquanto os olhos continuariam volta- dos para o outro, acompanhando o texto. Para evitar essa falha, gire a cabeca de um lado para © outro somente no final das frases. Deixe o semblante arejado e descontraido, para evitar que 0s ouvintes percebam a concentragdo no texto e © processo de leitura. Se quiser, leve o texto datilografado ¢ fale com as a8 MOS Ou apoiadas sobre a tribuna, para dar do de que, de vez em quando, vocé consulta © texto como um roteiro. Além disso, como nunca sabe o que pode ocorrer com aparelhos eletrénicos. eventualidade de algum defeito vocé este com © texto nas maos, podendo continuar a leitura naturalmente. Peca para colocarem no texto que sera projetado na placa de cristal uma marca, come um trago ou uma frase em negrito, sinalizando o momento de vocé virar a pagina que tem erm r s. Se precisar mesmo ler o texto no papel, ele estaré na pagina correta ¢ a conti- nuidade da sua apresentag4o ocorrera sem problemas. *J4 que ira pedir as marcagdes, solicite também que sinalizem © momento cm que devera fazer uso dos recursos audiovisuais. *Se voct fizer um improviso com informagdes que estejam fora do discurso projetado, ao voltar a leitura, recomece por uma palavra ou frase que possa ser facilmente percebida pelo operador, para que ele saiba que € 0 momento de movimentar © texto. IMPROVISO PLANEJADO COM AUXILIO DE ROTEIRO ESCRITO Embora a pratica ¢ o treinamento possam tornar a leitura do discurso uma forma de comunicagao eficiente, conforme ja analisamos, o seu uso deverd ser reservado apenas para determinadas circunstancias. Uma boa alternativa para sair da leitura do discurso ¢ continuar tendo confianga em que as informagoes importante: ndo serao suprimidas por esquecimento 6 oO uso do roteiro escrito. Depois de ter preparado e estar dominando o contetide e a seqtiéncia do discurso, voc@ podera escrever algumas informagdcs que orientem o desenvolvimento da apresen- tacdo. O roteiro escrito é uma espécie de resumo do discurso. Apés produzir o discurso completo, 0 orador transcreve no papel os dados mais importantes que compdem o contet- © se constituem nas cifras; os dados além da introducgao ¢ da conclusao que pretende do; as transicgdes que relacionany as idcias passagens de uma parte para outta: as datas; percentuais utilizar, Com © rotviro escrito, o orador se preocupara apenas com a leitura de pequenos trechos da sua fala, como citagdes, definigdes, artigos de cadigos, conclusdes de estudos técnicos ou cientificos, nomes de pessoas ou entidades, enfim, os dados que precisam ser decorados € que, por qualquer motivo, principalmente © nervosismo, pudessem ser esquecidos. O roteiro escrito é, portanto, uma especie de resumo do discurso. Com ele, o orador 1é os trechos que selecionou para orientar sua apresentacdo e explica, comenta, interpreta, critica ou amplia as informagGes lidas em contato direto com o pitblico, falando de improviso. A maneita como o orador segura 0 roteiro escrito indica a platéia que o discurso nao sera lido. Quando a mensagem é lida, conforme j& vimos, 0 papel € posicionado na parte superior do peita; quando é desenvolvida com base no roteiro escrito, em geral o deixamos préximo da linha da cintura. Com essa postura para segurar o papel, o orador transmite ao publico mais ou menos a seguinte informag 10: “Eu estou com este papel nas mos, mas niio. vou ler o discurso; cle servira apenas como um roteiro para me orientar, pois as idéias serdo cria- das € desenvolvidas aqui, na presenca de voces”. O roteiro escrito serve principalmente para dar seguran- ¢a ao orador, que poderd recorrer a ele sempre que for neces- sario. Muitas vezes, expde o assunto e nem chega a olhar para © papel, pois durante a sua preparagdo conseguiu memorizar toda a seqiiéncia da fala e assimilou por completo 0 contetido da mensagem. Osoteia esorto goraimente é calocado proxime a nha 6 clntura A seguir, apresentaremos os cuidados que devemos ter no uso do roteiro escrito e um exemplo de como poderia ser elaborado, Cuidados no uso do roteiro escrito “Nao escreva demais, Lembre-se de que ele servird apenas como um roteiro na apresentacao, e excesso de infor- macdes, em vez de ajudar, acaba atrapalhando. vw. Teva frases curtas, que permitam rapida leitura. ¥Nio use 0 roteiro como forma de fugir do contato com © ptblico; consulte-o apenas quando precisar das infor- magdes. Nao fique dobrando ou enrolando © papel durante a jam ¢ desviem apresenta¢ o interesse, O, para que os Ouvintes ndo se dist “Nao disfarce a leitura tentando esconder do piiblico que esté lendo. As pessoas irao perceber esse artificio ¢ duvi- darao da sua espontancidade. ¥Se usar mais de uma folha, numere as paginas para nao se confundir no manuseio do roteiro € para evitar problemas mais sérios no caso de as folhas cairem e se espalharem pelo chao, © uso do roteiro escrito apresenta a vantagem de o orador falar praticamente o tempo todo com o auditério, o que aumenta a naturalidade, torna sua expresso corporal mais expressiva e © seu contato com o ptiblico mais envolvente. Se numa reuniao, ou solenidade, vocé for informado ou pressentir que recebera um convite para falar, podera valer-se de um roteiro escrito para fazer sua apresentagao. A medida que os oradores forem se apresentando ¢ os fatos forem ocorrendo, tome notas numa folha de papel, transcrevendo as frases mais marcantes ou os detalhes que meregam registros. Como a sua apresentagdo provavelmente se desenvolvera com base nas circunstancias que cercam © evento, serd simples ¢ oportuno vocé langar mo das anotacces. Alguns oradores utilizam como roteiro o proprio discur- so que escreveram, Destacam os dados mais importantes com canetas e chamam a atencdo para as projecdes de transparén- cias ou outro recurso audiovisual nas margens da folha. Caso vocé se decida pelo uso desse recurso, cuidado para nao acabar lendo o discurso todo e, também, para nao se envolver demais com o texto, esquecendo-se do auditério, Exemplo de roteiro escrito Vejamos coma, 0 roteiro escrito poderia ser elaborado numa apresentacdo sobre o tema “Expressdo Verbal”. Observe que a introdugdo e 0 encerramento foram escritos integralmente para dar mais segueanga ao orador no momento de iniciar ¢ concluir. Note também que todos os momentos de projecdo de transparéncias e de citacées foram destacados. Ao acompanhar esta seqtiéncia, vocé vera que ela su presta apenas como roteiro; jamais discarso para ser lido. ee os” & erviria como um 1 — INTRODUCAO Vamos analisar como a expresso verbal poder’ nos oferecer novas perspectivas profissionais, melhorar nosso rela- cloaamento social e contribuir para a nossa promocao pessoal. 2 — PREPARACAO Os pilares basicos da expresso verbal sao: A— A naturalidade B— A emocao C — A ordenagio da fala D— A estética da comunicagio com: ~ a vou; — 0 vocabuldrio; a expresso corporal. 3 — ASSUNTO CENTRAL A— A NATURALIDADE — Nio adianta apenas falar com naturalidade, Dar énfase ) — € preciso transmitir a mensagem com natu- ralidade ¢ emacao. Pausa prolongada Se o orador nao demonstra interesse ¢ envolvimento pela sua mensagem, nao po- Dar énfase dera pretender o interesse e o envolvimento dos ouvintes. Por isso, precisa apresentar-se falando com emogao. — Palavras que ajudam a explicar Emogdo: interesse, entusiasmo, vibragao, envolvimento. C— A ORDENAGAO DA FALA C.1 — Introdugio Tem a finalidade de conquistar a platéia Definigio de Cicero — E a orago que serve para motivar 0 animo do ouvinte para receber bem o restante da fala. -— Algumas formas para iniciar: — uma frase que provoque impacto; — um fato bem-humorado; — uma pequena histéria; — elogio ao auditério; — recorthecimento de qualidades no concorren- te; # — levantamento de uma reflexio; — aproveitamento de circunstincias de tempo, de lugar ¢ de pessoa; — uma citacdo; refer@ncia 1 Ocasine: — promessa de brevidade; — demonstragao da importancia do assunto. Projecao da transparéncia N° 1 — Algumas formas desaconselhaveis para iniciar: — pedir desculpas; — tomar partido em assunto polémico; — fazer perguntas quando nao desejar a res- posta; — contar piadas. Projegao da transparéncia N° 2 C.2 — Proposicao Resumir numa tinica frase o contetido da mensagem. Nao fazer a proposig20 quando o assunto ferir os interesses do auditério. Falar sobre as medidas tributarias adotadas na ultima semana. 2.9, os C3 — Narracio s oy — fazer um histérico; — Jevantar um problema; — dara solu » a um problema CA — Divisio Dividir o assunto em 3 ou 4 partes. Citar o Padre Vieira, Projecaio da transparéncia N° 3 Importante Comentar que a ordem das partes podera ser alterada de acordo com as circunstincias. Citar o exemplo do aumento de salario. Se 0 ptiblico estiver cansado, para relaxar, fazer 0 comentario sobre as tltimas nego- agées comerciais entre Estados Unidos e Europa, IFicar ateate) C.5 — Assunto Central Na confirmagao, serao desenvolvidos todos os itens preparados na proposicio, narragdo e divisio. — Gitar de modo superficial os métodos de ordena- cdo no tempo € no espago. Ilustragdes Servem para tornar claro o que foi transmiticto. Citar o exemplo do Medeiros e Albuquerque. (Est4 no livro Como falar corretamente e sem inibigées, p. 150.) Argumentos — Estatisticas, testemunhos, exemplos, compxra- ces, definigdes. — Falar do testemunho divino na oratoria sacra Refutacao, A refutagao serve para proteger os argumentos das possiveis objegdes do auditério. ad Ha 0 zisco de se refutarem objecoes que nite entae foram levantadas, C.6 — Conclusao Recapitulagdo —— Falar numa tinica frase quai 0 contetido exposto ao sentimento. Epilogo — Fala clirigida mai Citar, como formas praticas para concluir, ts mesmas da introdugao. D— A ESTETICA DA COMUNICACAO A vor, 0 vocabulério ¢ a expressiio corporal levam a mensagem até os ouvintes. A Voz — Explicar sobre intensidade, velocidade, ritmo e diccado. O Vocabulario — Explicar sobre os riscos do pala- vrao, das girias e dos termos técnic Citar 0 exemplo dos alunos da USP. A Expressao Corporal — Dar explicagdes sobre posturas inadequadas e falta ou excesso de gesticu- lagdo, Citar o exemplo da ex-ministra Zélia. Fazer a comparacao dos dois Gltimos presidentes do Brasil. Projecdo da transparéncia N° 4 4 — CONCLUSAO O aprendizado da comunicagao nao se encerra com uma palestra de duas horas; deverd aprendizado de uma vida inteira. A cada dia e: endendo novos conceitos, que serao incor- s ad nosso estilo. Espero que esta palestra seja Util na vida profis- sional ¢ pessoal de todos, E que a forca da comunicaglo possa estar sempre ao Jado clas nossas conquistas IMPROVISO PLANEJADO COM AUXILIO DE CARTAO DE NOTAS Os cartdes de notas constituem-se num dos melhores recursos para auxiliar © orador no desenvolvimento de sua apresentacao. Use-os sem constrangimento: eles projetam uma imagem segura e profissional. E evidente que, para uma saudagao rapida, como um brinde a um amigo num jantar ou em outras situagGcs semelhantes, nado seria conveniente o orador aparecer com um cartio de notas. Se refletiemos um pouco, nao sera dificil descobrir em que circunstincias o seu uso deveria ser evitado. © orador poderd se valer dos cartoes de notas para ajuda-lo a se comunicar melhor diante de seus ouvintes depois que estabelecer os objetivos que pretende atingir, conhecer as caracteristicus € © interesse do publico que ira ouvilo, sele- cionar e ordenar dle forma correta as informag6es pd apresentacao e treinar até ter dominio compicto do conteide do seu discurso, Deveré escolher palavras ou pequenas frases, elementos de transicdo, ntimero das paginas de livros a serem consultados, cifras, datas e outras informagdes que julgar importantes para ajuda-lo na ordenacdo e no desenvolvimento da sua mensagem. O cartao de notas, embora atenda aos mesmos objetivos, possui caracteristicas totalmente distintas do roteiro escrito. Este contém informagdes completas que poderao ser lidas e comentadas pelo orador. J4 0 cartao de notas apresenta apenas indicacdes dos itens que 0 orador devera desenvolver e, s6.em alguns casos, traz citagdes ou frases completas, como © inicio ¢ o encerramento da fala. O cartio de notas nao deve ser usado para que o orador construa um discurso a partir das suas informagées. O discurso ja estara construido na mente do orador; nele, havera apenas as palavras-chave que nao poderao ser esquecidas, por serem importantes tanto para relacionar as idéias como para melhor ordenar a Mensagem. O cartio de notas atua como um porto seguro: seus lembretes ajudam a reforcar a nossa confianca e nos orientam na seqiiéncia das idéias. Como 0 orador confia que nao se perderé porque as idéias foram anotadas no cartao, ficara livre para aproveitar os acontecimentos que surgirem no momento em que estiver diante do ptiblico. Assim, sera possivel usar os comentarios dos ouvintes ou qualquer outra observagao, mostrando a presenga do orador no ambiente e aproximando-o ainda mais da platéia. “ y Quanto aos cartdes de notas, devemos observar os guintes aspectos: — como devem ser; —- como usi-los; — principais vantagens do seu uso. Como devem ser os cartes Os cartées podem ser encontrados em qualquer pape- laria, em diversos tamanhos. otha aquele que for mais conveniente para as suas notas. Se vocé for se apresentar falando atrés de uma tribuna ou préximo de uma mesa, 0 two poderd ser maior porque existe a possibilidade de acomoda-lo fonge das vistas do piiblico, Se nao existir a tribuna ou a mesa, € conveniente que vocé utilize cartées menores, que sio faceis de segurar sem distrair os ouvintes. cur O cartée paderd Ser maior se 0 oradkr fiver oF 8 Ce Bie Além da facilidade de manuseio, o cartio apresenta outra vantagem sobre o papel: se vocé costuma sentir tremores nas miios, por ser de material mais grosso, provavelmente cle nao acusard 0 seu nervosismo para o puiblico. # comum alguns oradores fazerem anoragdes no mo- mento da reunido ou solenidade enquanto aguardam sua vez de falar, Embora em geral clas sejam feitas numa folha de Papel, © processo e 0 objetivo sao os mesmos do cartio de notas. 56 que, nesse caso, o discurso ainda nao estard estruturado, € 0 orador se utilizara das anotacdcs para se lembrar dos fatos ocorridos no ambiente € para desenvolvé- los em associagao com outras informagGes que possui na meméria. Como usar os cartdes de notas Apresentamos, a seguir, algum sugesides: #“Coloque apenas as palavras-chave ou as frases que nao possam ser esquecidas e que sejam importantes na ligagao das idéias e na seqiiéncia do discurso. v6 coloque frases que necessitem ser transmitidas sem nenhuma mudanga, exceto o inicio e o encerramento da fala, que podem ser incluidos de forma integral por serem muito importantes numa apresenta¢ao, tanto para a mensagem como para a seguranga do orador. v¥ Numere todos os cartdes para facilitar o seu manuseio €, assim, nao se confundir na frente do ptiblico. v Leia as notas de maneira discreta, sem precipitacao e nunca tente disfargar a leitura dos cartdes, pois esse artificio poderia comprometer sua espontancidade perante os ouvin- tes. “Nao se escravize aos cartées, olhando-os por muito tempo. Olhe apenas o suficiente para encontrar a informagio, € continue a conversar com o auditério, “Evite prendé-los com grampos ou clipes; soltos, mais faceis de manusear. Vejamos um exemplo de como 0 cartio de notas poderia ser produzido sobre o mesmo tema usado para o estudo do rotciro escrito “Expressio Verbal”. Assim, sera possivel com- parar melhor os dois recursos. Observe como as informagdes sdo resumidas e servem apenas como lembrete 4 seqiiéncia das idéia Vamos fazer uso de dois cartOes: Introdugao — tmportancia da Expresséo Verbal Preparacio — Naturalidade, emocao, ordenugito da fala, estética Assunto Central — Naturalidade X Emogaio Introdugao — Conquista Projecdes 1 e 2 Proposicao —- Quando suprimir Narragdo — Histérico ~~ Problema Divisio —- Projecao 3 Assunto Central — Confirmagao — Refutacao Conclusio — Recapitulagao — Epilogo Esttica — Voz — Vocabulirio » Corporal Conclusao — Continuacao do aprendizade de Expressao Verbal Votos que seja titi] Principais vantagens do uso de cartao de notas ¥ Ajuda a Jembrar as etapas mais importantes da apre- sentagao. ¥Proporciona confianga ao orador € liberdade para que ele possa aproveitar as circunstancias nascidas no momento da apresentacao. WE discreto, nao distrai a atencao dos ouvintes. /YNao acusa o nervosismo do orador, por ser mais grosso gue a folha de papel. ¥Confere ao orador imagem de seguranga e profissio- nalismo. ¥Permite ao orador se apresentar com naturalidade, conversando espontaneamente com o publico. “Libera a comunicag’o visual praticamente o tempo todo, j4 que © orador nao precisara ler. ¥ Possibilita uma apresentagdo vibrante e envolvente, a partir da liberdade que o orador tem para se comunicar. ¥ Propicia uma expressdo corporal mais livre e comuni- cativa, que contribui para a condugio da mensagem, facilita seu cntendimento e prende o interesse do publico. “Se o orador tiver de repetir o discurso em outra oportunidace, podera se valer da mesma seqiiéncia de idé Como 0 vocabulario € desenvolvido no momento da exposi- ¢do, pareceré uma nova mensagem., IMPROVISO PLANEJADO COM AUXILIO DE UM ESQUEMA MENTAL O improviso planejado com auxilio de um esquema mental é a forma de apresentag4o preferida pelos oradore: mais experimentados. O ptiblico fica fascinado pelo orador que chega a sua frente sem nenhum tipo de apoio escrito e desenvolve o tema falando com légica, coeréncia ¢ desenvoltura. Os ouvintes tm. aimpressao de que os planos, andlise e conclusdes do assunto abordado estiio sendo criados ¢ improvisados ali, naquele momento. A proposta do improviso planejado com auxilio de um. esquema mental é basicamente a mesma do cartio de notas, com a diferenga de que as informacdes importantes, em vez de serem escritas num cart4o, s80 memorizadas. O risco de o orador esquecer a seqiiéncia da apresenta- gao € praticamente nulo, pois é reduzido o numero de informagées que deverd decorar, B 6bvie que nao existe uma quantidade exata de dados que poderia ser sugerida para a memorizacado, pois dependera de cada assunto, de cada pes soa e de cada circunstincia especifica; mas um discurso de até vinte minutos talvez nao tenha mais do que dez ou quinze itens para serem decorados. Como sao dispostos numa ordem ldégica de apresentagao e sobre um tema muito provavelmente dominado por quem ird transmiti-lo, poderao ser guardados na meméria com facilidade. Critérios de preparagao para o improviso planejado com auxilio de um esquema mental Pelo fato de depender apenas da sua meméria, sem nenhum tipo de recurso escrito, o orador devera seguir alguns critérios de preparagao, para ganhar confianca e ter certeza de que tudo sairé de acordo com o que foi planejado. Sao eles: — decore a introdugao € a conclusao da fala; — conte qual é 0 assunto; — faga um histérico ou levante um problema; —— faga uma divisaio do assunto; — desenvolva o assunto central; — faga a refutacio; — faca a conclusao. Decore a introducgao e a conclusao da fala oO duas das A introdugao e a conclusao, como sabemos, partes mais importantes do discurso. Prepare e decore o inicio, para ter certeza de que fara uma. abertura correta e apropriada para a ocasiao. Se, diante do ptblico, sua sensibilidade detectar que uma outra introdu- «wo, a partir das circunstancias do ambiente, seria mais van- lijosa para a conquista dos ouvintes, nao hesite em fazer a lroca. Lembre-se, porém, de que nunca se pode deixar de ter a introdugdo preparada, na esperanca de que surja uma icéia inspiradora indicando a melhor forma de se iniciar. Ao deixe 0 Inicie par conta apenas da inspiragao. A mesma sugestao pode ser feita para o encerramento. Prepare a conclusao que julgar mais oportuna para o tipo de assunto € objetivos que pretende atingir, e de acordo com as caracteristicas da platéia. Se, durante a sua apresentacao, o assunto acabar tomando um rumo diferente do que planejara, ou sentir mudangas no comportamento e nas reagdes dos ouvintes, percebendo que seria melhor concluir a fala de maneira diversa da que foi idealizada, nao tenha duvidas em proceder 4 modificagao ¢ apresentar outro final. Também nesse caso nao deixe de preparar a conclusio, na expectativa de que ela sutja naturalmente no instante do encerramento, pois, se nao aparecer, a diivida e a inseguranga poderao obrigi-lo a concluir com um lamentavel: “Era isso que eu tinha para dizer, muito obrigado”,

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