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____ Anritsu eS... Yur Globel Partner for the 2st Century INTRODUCAO A tecnologia em fibras épticas tem crescido rapidamente nos tiltimos anos, conseguindo-se avangos significativos no desenvolvimento de fibras com baixa atenuagio com aplicagio nos mais diversos setores, notadamente o de telecomunicagdes e informatica. As fibras dpticas estdo substituindo de forma definitiva os cabos coaxiais (de cobre) dos meios convencionais das redes de troncos de telefonia e as linhas de assinantes locais, Para a manutengio dessas redes, varios instrumentos de teste tém sido desenvolvidos com diferentes capacidades. O Reflectémetro Optico no Dominio do Tempo (OTDR-Optical Time Domain Reflectometer) € 0 instrumento mais usado atualmente para testes em fibras dpticas. O OTDR pode medir: atenuagio na emenda, atenuagio total ¢ em distancias especificas, reflectincia, distancia 4 falha ou a emenda e 0 comprimento da fibra em teste. Este guia foi idealizado com o objetivo de esclarecer 0 leitor sobre as técnicas mais comuns de avaliago de fibras dpticas com o uso de um OTDR, sua operacio ¢ as formulas matemiticas bésicas que sao usadas para 0 célculo dos valores encontrados. PRINCIPIOS DE TRANSMISSAO NA FIBRA ‘Uma técnica comum usada para localizagio de falhas em cabos coaxiais ¢ a de injetar um pulso elétrico em uma ponta do cabo coaxial e medir 0 pulso refletido (causado pela diferenga de impedincia no ponto de descontinuidade) nesta mesma ponta. A distancia ao ponto de descontinuidade pode ser calculada usando-se a diferenga dos tempos do pulso transmitido ¢ do pulso recebido. Uma técnica semelhante é usada para detetar “incidentes” a0 longo da fibra éptica com 0 uso do OTDR (fig. 1). leas +} osama eee pms Tee dai a wa st ea Caracteristicas Construtivas da Fibra A fibra éptica (fig. 2) ¢ composta por dois diferentes materiais pticos transparemes. A regio central, couhecida como micleo (“core”), é a regio de condugao da luz ¢ a regido que envolve 0 niicleo € conhecida como casca (“cladding”). O material da casca possui um indice de refracio menor que 0 do micleo. Isto assegura que a luz “viaje” preferencialmente pelo niicleo da fibra. A camada mais externa ou “buffer” ¢ normalmente feita de material plistico a fim de proteger a fibra de fatores ambientaise meciinicos. indice de refragio (OR) O indice de refragio ¢ definido coma a razio entre a velocidade da luz no vicuo (constante) ¢ a velocidade da luz num meio diferente (por exemplo: uma fibra éptica). ‘A luz viaja mais rapidamente por um meio que apresenta um IOR menor ¢ mais lentamente por um meio que apresenta um IOR maior. ‘A seguinte formula pode ser usada para calcular o indice de refragao: ms" O valor de 1,5 ¢ uma aproximagdo bastante simples do JOR numa fibra. Teoria da Transmissio ‘Aluz é “injetada” no micleo da fibra e viaja por todo 0 seu comprimento por um processo conhecido como REFLEXAO INTERNA TOTAL (fig. 3). Quando o feixe de luz aleanga o limite do niicleo/casca duas situages podem acontecer. Para um certo angulo a luz iti softer uma reftagio parcial na casca e uma reflexio parcial no miéicleo. Esse angulo é conhecido como ANGULO CRITICO (Ex) € pode ser caleulado pela lei de Snell, como segue: Deore # Sit Ogore = end * Sit Oars Entio: {INCORPORAR Equation.2 } onde’ Figura 3 Por esta formula fica claro que para ocorrer uma reflexo total interna é necessirio que 0 Nowe Seja maior que 0 Net, isto é Neore > Netad Na outra situago os feixes de luz que excedem o angulo critico sofrem refragao na casca e sio atenuados. Os feixes de luz que possuem um Angulo de incidéncia menor que o angulo eritico sio refletidos de volta para o niicleo e continuam viajando a0 longo da fibra, sofrendo apenas atenuagao por absorgio. A diferenca no indice de refragao (n) do micleo e da casca também determina 0 angulo de incidéncia dos feixes de luz que sero capturados pela fibra. ‘A Abertura Numérica (NA - Numerical Aperture) de uma fibra dptica é definida como o miximo angulo de incidéncia de um feixe de luz que é totalmente refletido na interface niicleo/casca e expressa como: {INCORPORAR Egquation.2 } NA = abertura numérica (OR do niicleo = TOR da casca N2 Entio, podemos concluir que abertura numérica (NA) é uma medida de capacidade de absorgio de {uz da fibra, isto é, quanto maior for NA, maior sera a capacidade de transmissio de luz ao longo da fibra, Modos de Propagagiio Um “modo” (mode) ¢ um caminho que um feixe de luz segue quando ele viaja pelo niicleo da fibra éptica. Trés diferentes condigdes influenciam no modo de propagavio: -NA - diimetro do micleo = comprimento de onda MULTIMODO (MM - MULTIMODE) - Miltiplos caminhos para todos os comprimentos de onda MONOMODO (SM - SINGLE MODE) - Um iinico caminho para todos os comprimentos de onda As fibras do tipo multimodo possuem modos de baixa ordem (“low order modes”) ¢ modos de alta ordem (“high order modés”). Os modos de baixa ordem sio aqueles feixes langados em pequenos Angulos dentro do Angulo de aceitagao, enquanto que os modos de alta ordem ocorrem quando os feixes so langados com angulos maiores que 0 angulo de aceitagHo (fig.5). Nas fibras do tipo monomodo a area do nucleo e a abertura numérica (NA) so tio pequenos que somente um tinico modo pode se propagar. me Ce TIPOS DE FIBRA Fibra multimodo: Step-Index (indice por Passos) ‘A fibra Step-Index é assim chamada porque o seu JOR muda a partir de uma fungio de passos (fig. 6). Este € 0 tipo mais simples de fibra e possui uma atenuacio tipicamente maior que 104B/km , com uma limitagio de largura de banda de cerca de 10-20 MHz/km. Normalmente a fibra éptica do tipo monomodo Step-Index possui uma abertura numérica (NA) grande e pode suportar diferentes modos de propagagao. Uma condicao conbecida neste tipo de fibra ¢ 0 espalhamento de pulsos, devido aos diferentes modos de propagago que viajam pela fibra e que chegam ao final da fibra em tempos diferentes. Esta condigGo conhecida como Dispersio Intermodal (“Intermodal Dispersion”) ou Dispersio Modal (“Modal Dispersion”) Um exemplo de Dispersio Intermodal é quando 0s feixes de luz entram no nicleo simultaneamente alguas desses feixes viajam pelo centro do nacleo enquanto outros feixes sio refletidos pelas bordas do micleo. Os feixes de luz que viajam pelo centro do nucleo percorrem uma distancia menor € alcangam o fim da fibra antes dos outros feixes. © espathamento de pulsos é causado quando os feixes que percorrem a fibra alcangam o fim da mesma em tempos diferentes, ocasionando um pulso mais largo. Esse espalkamento de pulso é 0 que limita a largura de banda de uma fibra éptica. Fibra Multimodo: Graded-Index (indice Gradual) A fibra Graded-Index (Gl) foi desenvolvida para corrigir o espalhamento de pulsos e a limitagio de largura de banda da fibra Step-Index. As fibras do tipo multimodo GI possuem caracteristicas de atenuagio da ordem de 0,5 a 54B/km (dependendo do comprimento de onda) e suportam menos modos de propagagao que uma fibra Step-Index. O IOR varia gradualmente do centro do micleo para as bordas (fig. 7). Figura 7 ssi ieee Como a luz.se propaga numa fibra GIz Na figura 7, Pode-se notar que 0 JOR élevemente maior no centro do miicleo que nas bordas, Como foi descrito na segao de IOR, quando os feixes de luz se aproximam da casca (IOR tipico = 1,46) eles aumentam @ sua velocidade e vigjam um pouco mais répido que os feixes que viajam pelo centro do niicleo (IOR tipico = 1,48). Quando um feixe de luz move-se em diregdo 4 casca, ele aumenta a velocidade ¢ soffe refrago de volta para o centro do micleo, causando entao o fluxo de diferentes feixes de luz que convergem para o centro e que alcangam o final da fibra 40 mesmo tempo (fig. 8). Une Rays Tana at ian, Figura 8 0 resultado um pulso que nao se espalha tanto como numa fibra Step-Index ¢ que se aproxima muito mais do pulso original transmitido, Fibra Monomodo: Step-Index A fibra monomodo Step-index tem baixas caracteristicas de atenuagio, cerca de 0,25 a 0,35 dB/km, ¢ permite apenas um tinico modo de propagagao. Esta fibra possui étimas caracteristicas de largura de banda e 6 comumente utilizada em aplicagdes de telecomunicagdes. Neste tipo de fibra 0 TOR do niicleo é um pouco maior que 0 IOR da casca ¢ no existe variagio de IOR no niicleo. Reflexio Interna ‘As fibras dpticas propagam a luz usando 0 processo ja descrito como Reflexio Intema Total, A reflexdo intema segue o principio de que reflexdes similares ocorem no fim da fibra (interface vidrofar) ou em outras interfaces vidro/ar como por exemplo em falhas e conectoses. Se a interface é ideal, isto é, uma “Yace de espelho” (“ mirror face”), “clivada” perpendicularmente ao eixo do niicleo, entdo 0 coeficiente da luz refletida nie excederé 4% (-13,984B), Cada pulso refletido é conhecido como uma REFLEXAO DE FRESNEL e, detetando-se 0 comego dessa reflexao, pode-se calcular a sua posi¢ao. Como mostra a figura 9, se a face clivada possui um angulo de inclinagio (0) maior que 3,5°, entdo no ocorrera reflexio de Fresnel, Esta é a maior vantagem dos conectores APC (Angled Polish Connectors - Conectores Angulares Polidos). A maioria das falhas em fibras sio resultado da fibra estar estalada (quebrada) ou esmagada. | Uproee (0 material usado na fabricagio da fibra éptica possui suas propriedades particulares de espalhamento da luz, como esté mostrado ua figura 10. Os feixes de luz. que Viajam pelo micleo da fibra sofrem um fenémeno chamado Espalhamento de Rayleigh (“ Rayleigh Scattering”), Ele é causado principalmente pela presenga de impurezas no material do nicleo © por variagdes nos niveis de dopantes distribuidos por todo o micleo da fibra. pat ‘soeng ie Figura 10 Como existe o espalhamento do pulso enquanto a luz viaja pelo niicleo, ume quaiitidade dessa luz espalhada sera refletida de volta a fonte éptica. Essa Juz refletida € conhecida como Retroespalhamento (“Backscatter”), Em fibras épticas de alta qualidade 0 espalhamento de luz é uniformemente distribuido por toda a fibra. O nivel de retroespalhamento ira atenuar de acordo com ‘uma relagdo exponencial com o tempo de propagacao. E exatamente esta luz retroespalhada que detetada Viajando pela fibra e expressa como uma fungdo do JOR para os materiais usados: vee a onde: ¢ = velocidade da luz no vacuo = 3 x 10°ms* v= velocidade da luz na fibsa n= JOR da fibra Para calcular a localizagio da falha ou do “evento” ao longo da fibra: L=vi/2 ou L=cT/2n onde T= tempo total de atraso (2 sentidos) para o pulso refletido O Coeficiente de Retroespalhamento é dado por: {SNCORPORAR Equation.2 } para fibras multimodo {INCORPORAR Equation.2 } para fibras monomodo NA Wo bertura numérica da fibra rea do feixe de luz no langamento v quéncia normalizada da forma de onda de luz a = diametro do niicleo da fibra Mena = JOR da casca Ako = IOR do nicleo Exemplo: Para uma fibra multimodo de 50/125 jum (mticleo/casca) é esperado um nivel de retroespalhamento de -464B para um pulso de 100 ns. Para uma fibra monomodo de 10/125 jm (niicleo/casca) é esperado um nivel tipico de -60dB para um pulso de 100 ns, O restante deste guia é dedicado ao aumento de nosso conhecimento de como funcionam os OTDRs. REFLECTOMETROS OPTICOS NO DOMINIO DO TEMPO (OTDR) Um OTDR pode testar diversos aspectos de uma ou misis fibras épticas.. A figura 11 mostra um diagrama em blocos simplificado de um OTDR. crt, arog omy Sa, eSea' ease ons wo Fd ea — i pe mer OT reo | e-taente sete 1 veo |_low Figura 11 O diodo Laser ¢ um conversor elétrico-optico (E/O) acionado por um gerador de pulsos. O pulso de luz é injetado numa fibsa em teste via um acoplador direcional dptico. As reflexdes geradas pelo retroespalhamento ¢ pela reflexdo de Fresnel retomam ao acoplador direcional so encaminhadas para 0 fotodiodo do tipo avalanche (“avalanche photodiode”) que converter o sinal éptico em um sinal elétrico (O/E). Os fatores conhecidos pelo OTDR sao: largura de pulso (‘pulse width”), o tempo em que o pulso enviado e a velocidade com que o pulso de luz. viaja pela fibra éptica. O tempo que o pulso de luz viaja pela fibra e se reflete de volta para o detetor do OTDR pode ser medido precisamente e este tempo pode ser convertido em distancia (m ou km). Um microprocessador calcula 0 atraso de propagagdo e a atenuacio percebida pelo APD (“avalanche photodiode”). © OTDR apresenta os resultados num formato grifico de facil caracterizagao do estado da fibra. Informagées tipicas de um OTDR: - atenuago total na fibra em teste (4B) - atenuacao por distincia (4B/km) - atenuago de insergaio num conector éptico (4B) - atenuagao de retomo num conector éptico (4B) - atenuago em uma emenda (dB) = comprimento absoluto de uma fibra (m ou km) ~ nclinago (bending) macro/micro - defeitos na fibra Diversas definigdes de faixa ou range dindmico (DR-dynamic range) tém sido usadas, as quais caracterizam a performance dos OTDRs. Cada definigio refere-se ao nivel inicial de retroespalhamento (“near-end”) ¢ 20 nivel de ruido do instrumento (fig. 12). one) oo ongen) Figura 12 Definigdes mais comuns de faixa ou range dindmico DR (SNR=1): é a diferenga de nivel entre o nivel de retroespalhamento no inicio da fibra e o nivel de ruido que apresenta uma relagdo sinal/ruido (SNR) = 1. DR (0,34B): é a diferenga de nivel entre o nivel de retroespalhamento no inicio da fibra e o nivel 0,34B acima do pico de ruido. DR (98 %): & a diferenga de nivel entre o nivel de retroespalhamento no inicio da fibra e 2,1 vezes o $ da distribuigdo regular. DR (MR-Measurement Range): é a diferenga de nivel entre o nivel de retroespalhamento no inicio da fibra e o nivel em que uma emenda com atenuagio de 0,5dB pode ser detetada com uma acuracia de 0,1 dB em até 180 (cento ¢ oitenta) segundos (tempo de varredura para célculo de médias no OTDR). ( Definigdo Bellcore TR-NWT-001138), Nota: O range dindmico & normalmente especificado em fungao da largura de pulso utilizada, quanto maior for a largura de pulso maior ser o range dinamico. Por isso, é necessirio tomar cautela ao se calcular ou comparar outros parametros de um OTDR, como por exemplo resolugao ¢ zona morta. Faixa de Distancia Para detetar e medir a atenuago em uma emenda ou em um conector em uma fibra, a faixa de distincia é determinada pela atenuacio da fibra, o range dinamico do OTDR, o comprimento de onda e a largura de pulso utilizados. Valores tipicos de atenuagdo em fibras: 1310 nm Monomodo (10/125 pm) = 0,35 dB/am 1550 nm Monomodo (10/125 pm) = 0,25 4B/km 850 nm Multimodo (50/125 pm) = 2,7 dB/km 1310nm Multimodo (50/125 pm) = 1,0 dB/am 850 nm Mulimodo (62,5/125 um) =2,7 dB/km 1310 nm Multimodo (62,5/125 ym) = 1,0 dB/kam Resolugo A resolugo em distincia pode ser definida de duas maneiras: A resolugo de um ponto na fibra ¢ aquela em que essa falha na fibra pode ser medida e freqiientemente est relacionada com a resolugao de amostragem. Isso nao deve ser confundido com a resolugio de leitura do OTDR, que esta diretamente relacionada resolugo do display do instrumento. A resolugio espacial é a capacidade do OTDR distinguir dois “eventos” muito préximos um do outro, Essa fungdo depende da largura de pulso usada no OTDR e da largura de banda do receptor. Ela é dada por: 2PR = 5c s Vow ar nt 2PR => + PW Zn onde: PW=largura de pulso BW = largura de banda do detetor c= velocidade da luz.no vacuo ‘Acurdcia (Accuracy) A definigao da resolugdo de distancia para os OTDRs é direta, embora a definigo de acuricia nao seja tio facil, A acuricia absoluta para distancia depende uma série de fatores. As primeiras fontes de erro so o valor de IOR usado na fibra sob teste e a linearidade horizontal do display. E importante que 0 operador do OTDR conhega o valor correto do IOR da fibra sob teste. O IOR da fibra sempre € especificado pelo fabricante. A linearidade horizontal depende da acuricia ¢ estabilidade da base de tempo do OTDR, a linearidade vertical ou em amplitude depende do amplificador logaritmico do detetor. Os efeitos da tolerancia do comprimento de onda da fonte Laser também contribuem para a acuracia em amplitude. Como exemplo, a seguinte formula pode ser usada para especificar a acurdcia em distancia no Mini- OTDR MW9070A/B ou outro OTDR fabricado pela Anritsu Corporation (Japao): Acuracia em distancia = +2m + (10* x distancia) + resolugao da marca Zona Morta (Near End or Far End Dead Zone) ‘A zona morta é causada quando ocorrem reflexes de Fresnel em interface de vidro/ar criadas por: 1)Oconector éptico de entrada do OTDR e 2) outras conexdes mecanicas usadas para acoplar as fibras temporariamente “saturam” o detetor do OTDR. O fotodetetor leva em geral alguns microsegundos para recuperar o sinal. Dentro dessa regido nenhum OTDR consegue localizar uma falha, Dois eritérios de zona morta sio usados para determinar as aplicagdes do OTDR numa fibra sob teste (fig. 13), 2) Retectve Foro Nonsatecsie ase See Figura 13 1.) Zona morta de Fresnel (Reflexiva) ou a distancia minima em que uma reflexio de Fresnel de 4% (quatro por cento) gerada por um evento no inicio da fibra pode ser detetada, 2.) Zona morta por retroespalhamento (Nao reflexiva) ou a distancia minima em que o nivel de retroespalhamento de luz no inicio da fibra aproxima-se de 0,54B do seu valor final ‘A definigio da Bellcore aplicada aos Mini-OTDRs é a resolugio no inicio (“near-end”) da fibra ou 0 quio préximo de um OTDR um evento nio reflexivo de 0,54B pode ser detetado. A zona morta é normalmente especificada para a menor largura de pulso e aumenta em distincia na mesma proporgao que aumenta a largura de pulso, Um OTDR pode possuir uma zona morta variando de 2 (dois) a 1.000 (mil) metros ou mais, dependendo se um Laser de alta definigao ou de alto range dinamico € usado. Normalmente, a zona morta reflexiva para 0s Mini-OTDRs é de 10 (dez) metros ¢ zona morta nao-reflexiva é de 50 (cinqienta) metros. A zona morta serve como um bom indicador para verificar se duas emendas préximas numa fibra podem ainda ser medidas (detetadas) por um OTDR (outros termos usados so: resolugio espacial ou resolugao de rede). E importante ter em mente que os efeitos de zona morta ocorrrem a cada interface vidro/ar da fibra. Técnicas de Redusio dos Efeitos de Zona Morta Como os OTDRs usam uma largura de pulso finita, ¢ impossivel remover completamente as zonas mortas criadas. O uso do Efeito Mascara é uma técnica usada para aumentar a capacidade de identificago da fibra pela redugdo da saturagdo do fotodetetor. 0 OFDR MW9060A. da Anritsu Corporation usa uma miscara éptica variavel para chavear a energia da luz refletida em um tempo apropriado (fig. 14). Consulte a segdo “Masking” para uma descrigao adicional. Outra técnica de redugao da saturagao é a de controle da poténcia de saida do Laser. A quantidade de saturagio do detetor e o tempo de recuperagio podem ser minimizados pela redugdo da poténcia de saida do Laser que reduz diretamente a quantidade de luz refletida, A reducio da poténcia de saida é também utilizada para medidas de perda de retomo em conectores. No entanto, observar que a redugdo de poténcia de saida também se reduz o range dinimico/ faixa de distancia medidos. Figura 14 APLICACOES DO OTDR Os OTDR sio utilizados no desenvolvimento, fabricagHo, instalagdo ¢ manutengio de fibras épticas. As aplicagdes so tio variadas que existem diversas diferengas nas especificagdes técnicas, nos objetivos ¢ no custo dos OTDRs, tomando-os mais atraentes para algumas aplicagdes do que outros. Instalagao e Manutengio Cabos de fibra optica so usualmente instalados em lances sucessivos de aproximadamente 2,4 km diretamente enterrados ou através de dutos instalados no subsolo, por iustalago aérea utilizando a rede elétrica (OPGW) etc. Os lances de fibra sio acoplados por emendas mecinicas ou por fusio para formar um enalace completo, Os OTDRs sio usados para checar as bobinas de fibra n0 Tangamento antes do etapa de emendas para assegurar que a fibra no foi danificada durame a instalagdo. Qualquer falha existente pode ser localizada rapidamente e reparada antes do processo de emenda. Durante 0 processo de emendas em campo, o OTDR pode ser usado para checar a qualidade do acoplamento antes que a(s) emenda(s) esteja(m) totalmente pronta(s). Uma vez que 0 enlace esti completo ¢ instalado, medidas feitas com OTDRs podem dar um cettificago da qualidade da fibra e também podem ser usadas futuramente como uma referéncia de manutencio, Fregiientemente ao se instalar um cabo éptico, o final do mesmo nao esta terminado ¢ possui fibras nuas, Nesses casos, um cordio éptico do tipo “pig tail” (com conector em uma extremidade e fibra nua na autra) deve ser conectado ao OTDR. Adaptadores de fibra nua ou alinhadores temporério € do tipo “v-groove” so usados para conectar a fibra sob teste ao OTDR (fig. 15). *gatin st cpa ter cates wh an pal rwinteecbrel “ opts pai Fier tobe Messed Figura 15 TECNICAS DE MEDIDAS Medidas em dois pontos: Qualquer atenuagao na fibra ou distincia entre dois pontos pode ser medida, Medidas em atenuagao Sio calculadas posicionando-se 02 (dois) marcadores na forma de onéa e medindo-se o nivel de espalhamento em cada marcador (“marker”). A diferenga em nivel é dividida pela distancia entre os dois marcadores resultando numa medida em dB/km. Esse método de dois pontos pode ser afetado pelo ruido no trago pelo efeito “ripple”, de modo que essa técnica é muito sensivel posigo do marcador. Um método usado para contornar esse problema é 0 Método de Aproximacio dos Minimos Quadrados (LSA-Least Square Approximation). Com essa técnica, 0 OTDR calcula a methor linha direta entre os dois marcadores ¢ a inclinago desta linha é representada como uma fungio de atenuagao por distincia (dB/km). O uso da técnica de dois marcadores alcanga resultados comparveis queles obtidos com o uso de uma fonte de luz e um medidor de poténcia éptica No modo de 02 (dois) pontos, a distincia é mostrada quando os cursores estio posicionados, Medidas de atenuago em emendas e perda em conectores também podem usar a técnica de 02 (dois) pontos mas 0 posicionamento dos marcadores pode gerar erros. Por isso uma técnica utilizando 05 (cinco) marcadores é preferida (fig. 16a e 16b). De acordo com a figura 16b, 0 marcador central esté posicionado no “joelho” da emenda, 02 (dois) marcadores posicionados antes € 02 (dois) marcadores apés 0 evento. O cilculo da atenuagio € obtido pela diferenga das duas inclinagdes no marcador central. Usando-se essa técnica, uma boa repetigao de valores é conseguida mesmo para valores de baixa atenuagio. Figura 16 Exemplos (figs.17 - 19): Alguns exemplos de medidas realizadas pelo OTDR MW9060A: (1) Zona morta no inicio de fibra: 40, (2) Atenuagio de insergao no conect. (3) Distancia ao conector: 32,19647 (4) Atenuagio na emenda: 0,197 dB (5) Distancia a emenda: 3 mo Ih esse a “ Figura 18 ,16 m com 100ns (PW) (fig. 17) ‘or: 0,651 dB (fig, 18) km (fig. 18) (fig. 19) 7,14107 km (fig. 19) mipbew "be Figura 17 fee. Le itty Figura 19 UE NU ero UunyaY cul) Para se conseguir uma distancia precisa e medidas de atenuagio com o uso de marcadores, é vital que os marcadores estejam posicionados nos pontos exatos do trago. Como o trago & composto de um nimero finito de pontos de medida, uma posigao irregular do marcador ira contribuir para o aparecimento de erros. Para reduzir esse tipo de ero, os OTDRs fabricados pela Anritsu Corporation yossuem a fungio ZOOM. O matcador é posicionado no ponto de interesse € 0 trago & ampliado na area proxima ao mesmo (figs. 20 ¢ 21). a — =a a Ce B=] ae ae : ee ie «Sil ps one ‘an bs (esis) Sete ‘ee fen te ost = a aloe fs a ra tees esccsonsty sea. Figura 20 Figura 21 Fungio Mascara (Masking) Para longas seges de fibra contendo varios conectores toma-se dificil a medigéo de perda gerada pelas conectorizagdes devido distorgao da forma de onda. As distorgées sio causadas pelo tempo de recuperagio do detetor quando refiex®es de Fresnel so encontradas (fig. 22). O objetivo de uma miscara ptica é a de reduzir esse efeito, escondende temporariamente 0 receptor do evento que est causando a turagio (figs. 23 e 24), maton f Wee mae = Resiecton! ae P Recovery? Bitance Figura 23 Me Ba wy Figura 24 Media (averagung) ‘A principal fungio da média é a de mostrar e separar os baixos niveis de retroespalhamento do ruido, Usando a fungio de médias toma-se possivel aumentar a faixa de distancia efetiva em fungio do tempo gasto para realizar as médias. Vérios tipos de médias podem ser usadas, desde uma simples média por adigao anal6gica até uma média exponencial digital de alta velocidade, Usando-se médias aditivas, cada ponto no traco é a média de todas as amostragens. Quando aplicado ao OTDR, este método é lento e o aparence incremento de ruido é reduzido rapidamente. Com o método exponencial executa-se a média dos pontos do trago mais rapidamente no inicio ¢ mais lentamente apés 0 inicio. Este método propicia um trago relativamente limpo em pouco tempo e melhora a forma de onda continuamente enquanto 0 OTDR continua executando 0 processo de médias (figs. 25 26). ‘lee sist ane te) Ee ert sue eae Alisamento (Smoothing) alisamento adaptativo digital é uma fimgio avangada e pioneira que foi desenvolvida pela Anritsu Corporation . Esta fungio jé esta incorporada na atual geragio de OTDRs da empresa (MW9060A, MW9070B). Esta técnica amostra os dados em amplitude sobrepondo-os, formando blocos horizontais, e mostra um trago limpo rapidamente, Uma compensagio automitica é incluida, pois quando existe uma emenda, 0 tamanho do bloco amostrado é reduzido e é mantida a integridade da informagio da emenda, O alisamento adaptativo permite aos OTDRs de alta resolugdo a possibilidade de mostrar uma forma de onda limpa num tempo menor que © convencional método de médias exponenciais (figs. 27 e 28). reason Wael sie %. Loss ose 2 0.88 ot esl oe A rpsset joe yowao 2h na arson 150-27 apem T= 0010 do 1sr2h7 een Ae 00 aw I (00) Figura27 Figura 28 PRECAUCOES Em todas as medidas de alta acurécia existem determinadas circunstincias que necessitam de um cuidado extremo a fim de se evitar erros que possam afetar os resultados. Os seguintes exemplos maostram algumas das fontes de erro mais comuns € como elas podem ser superadas ou reduzidas ao maximo: 1.) Um baixo nivel de retroespalhamento de luz ird produzir um display da forma de onda que esta limitado pelo range dindmico. As causas mais comuns sio: a.) Fibra com alta atenuagio: use um OTDR com um range dinfmico suficiente para superar a atenuagio. b.) Alta atenuagdo no langamento do sinal éptico: Isso pode ser devido a contaminagio do conector éptico de entrada ou 4 sujeira no conector da fibra. Uma limpeza completa cuidadosa, normalmente devera solucionar o problema, Nas fibras do tipo multimodo apenas ‘uma pequena quantidade de sujeira é necesséria para ocultar o niicleo da fibra. E importante que © didmetro da fibra ¢ a entrada do OTDR sejam idénticos. ¢.) Fibra quebrada ou torcida: As falhas/quebras ou as macrocurvaturas (“macrobends”) que ocorrem na zona morta do OTDR sio dificeis de serem identificadas. Usando-se a menor largura de pulso disponivel no OYDR ¢ possivel visualizar a reflexdo de Fresnel causada por ‘uma falha na fibra que esta frequentemente escondida na zona morta dos instrumentos. Testando a fibra a partir do seu lado oposto, ou seja do fim da fibra para o inicio, 0 OTDR ird apresentar também falhas e curvaturas nos 10 (dez) metros finais da fibra. Quando niio se possui facil acesso ao final da fibra e a zona morta é muito longa mesmo para a menor largura de pulso, a alternativa é adicionar um comprimento de fibra equivalente 4 menor zona morta do OTDR e testar novamente a fibra. As figuras 29 e 30 mostram os tragos tipicos para uma fibra quebrada e para uma fibra clivada ou com conector. aeenh bate 0 ein Te Sra th Sth dig on Rita a a) See santitugne ——_touznn 2.) Uma zona morta excessiva ou um alto nivel de retroespalhamento de luz indica que 0 detetor/amplificador esta saturado e que nio poder se recuperar rapido o bastante para determinar 0 pardmetro correto de retroespalhamento (fig. 31). Os OTDRs da Anritsu possuem um atenuador interno manual ox automético para oti do trago e para proteger 0 trago da saturagio. izar 0 padrio Oe Ba RS a a ae Figura 31 Figura32 Existem outros fenémenos em sistemas por fibra éptica que os usuarios de OTDRs devem tomar cuidado. Por exemplo: se fibras com diferentes diametros de micleo ou diferentes indices de refragi0 etc. so emendadas, o traco resultante pode mostrar um ganho aparente ao invés de uma atenuagao (Gig. 32). Nos casos de ganho, a fibra deve ser testada pela outra ponta (fim de fibra) e deve-se utilizar 0 método de médias. O ganho conseguido numa diregio nao é visivel quando a fibra é testada no sentido contrério, O “ganho” é devido a um aumento no nivel de retroespalhamento causado por diferentes dimensdes do micleo ou caracterssticas de refragio ¢ no por algum equipamento de amplificagao escondido. Fantasmas (Ghosting) Reflexdes de Fresnel falsas, ou “ghosts”, podem aparecer no trago € em lugares que nao existem conectores. Este fendmeno € causado quando uma grande reflexio de Fresvel causa um efeito de “singing”. A fig.33 mostra uma grande reflexio de Fresnel localizada num ponto 2 2 (dois) km e uma falsa reflexdo de Fresnel ha exatamente duas vezes a distancia do conector de “Iangamento” da luz As reflexes que ocorrem ha duas vezes a distincia do conector de “langamento” devem ser investigadas. O uso do gel de casamento no ponto de conexio conhecido ¢ a solugao comum. O gel de casamento reduz a reflexo associada a um conector de mi qualidade, diferengas de micieo ¢ a faces de conectores danificados. E importante saber que este fendmeno nio apresenta atenuacio, Micro/Macrocurvaturas (Micro/Macro Bendings) Quando fibras individuais sio acopladas lado a lado num cabo é vital que nenbuma fibra passe por cima de outra (“cross over”) durante o processo de “empacotamento” (fig. 34). eo Data pay —e Figura 34 Figura35 Os pontos de contato, onde ocorrem 0 cruzamento de fibras, podem ser localizados, pois a fibra apresentara problemas de “enfraquecimento”. Usando-se 0 OTDR nos comprimentos de onda de 1310 ¢ 1550nm para checar cada fibra, serd possivel identificar microcurvaturas (fig. 35). Como um guia, onde existem microcurvaturas, uma atenuagdo de 0,1dB em 1310 nm pode-se tomar ‘uma atenuagdo de 1 dB ou mais em 1550 nm, e normalmente um exame visual do cabo neste ponto ira confirmar o problema ‘As microcurvaturas possuem reas similares em tamanho ao diimetro da fibra ¢ so freqientemente causadas pelo estresse da fibra no cabo ou na caixa de jungdo, As macrocurvaturas possuem uma Area maior e sio fieqientemente mais faceis de serem identificadas a olho nu. Diferengas similares de atenuagdo entre as medidas realizadas em 1310 1550 nm sao comuns. Mesmo que o sistema tenha sido projetado para operar, por exemplo, no comprimento de onda de 1310 nm, testando-o nos dois comprimentos de onda pode revelar microcurvaturas que irio identificar pontos fracos e areas de problemas em potencial no enlace dptico. Cortigindo esses problemas antes do estigio de langamento do cabo pode-se prevenir os altos custos na localizagao e reparo de problemas. PERDA DE RETORNO (Return Loss) A caracteristica de perda de retomo é representada pela razdo da poténcia dptica refletida pela poténcia dptica incidente. Os sistemas baseados em Lasers modemos, em especial os Lasers DFB, podem soffer atenuagdes severas devido aos altos valores de perda de retomo nos pontos de conexio (conectores sujos ou de mé qualidade). A principal vantagem do uso de um OTDR é que ele pode avaliar 0 estado de uma rede éptica com diversas conexdes e medir a atenuago de retorno de cada conexdo sem ter que se abrir a rede dptica em cada ponto. A figura 36 mostra a tela do MINI-OTDR MW9070A/B com os resultados do teste. A tabela de eventos mostra cada “evento” ou falha, emenda ou ponto de conexdo na fibra, A quarta coluna, identificada como “R. Loss”, mostra o valor de perda de retomo em cada evento encontrado rece stoshomr 72 flume tor 18 M658) ile Tested eet) estan (38) Distance ragesin Gute Pulse stath toes (hts) malas Figura 36 CONCLUSAO . E realmente importante rever e entender todas as especificagdes quando se seleciona os parimetros de teste para a atual tecnologia dptica. Esperamos que este guia esclarega suas diividas € que se tome um material de consulta freqiiente e indispensdvel quando medidas com um OTDR se fizerem necessérias. Para futuras aplicagdes em sistemas épticos vocé necessitard de um instrumento de teste que também possa ser expansivel e crescer junto com a tecnologia. Para suporte ¢ informagées técnicas sobre os tiltimos avangos no setor de telecomunicagdes em tecnologia, contacte a Anritsu Wiltron a qualquer tempo. As informagdes prestadas neste guia tém a intengdo de mostrar de maneira geral os diversos tipos de medida possiveis com instrumentos do tipo OTDR. Interpretagdes, expressas ou implicitas, sio de inteira responsabilidade do leitor. APENDICE A Ircitert Fusion Connector ght Pulse ‘Splice ‘Splice Lal KR 4 1 ' tt basctey aa Fusion LIL) socetss A comer Te” eee —Feamtraten c soos a A) Dated tine can A ea there eo Fresnel Reaction Distance tk) — Emenda Mecinica typ 1548 0260 yp 2280} yp Emenda por Fusio oie p08 Acoplamento com conector PC er os gave Acoplamento com conector Super PC EST Na cee or oso ‘Acoplamento com conector com gap de ar 2008 aecayp snacao pol ap) sitaton Terminagao polida 20 . 2009p APENDICE B exemplo seguinte ilustra um exemplo que permite uma margem de erro em distincia causada pela variagio do valor de JOR. oT 108m I0RR “2 1ORm*|ORR onde; Ad= _variago em distancia (m) velocidade da luz (3.10° ms") fr tempo do pulso nos 2 caminhos IORu= valor medido IORg = valor de referéncia se: TORg = 1,467 e T= 391,2 ps para uma faixa de 40 km entio 0 valor de Ad ¢ 0 descrito ua tabela abaixo: pistance |———____1oR__ 1477 1.468 mh 5% 2k 13m 1am s6m | 97m zoxmn 330m tam germ | 950m aoKm ari am vrsm | 1.8964

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