Economia Aplicada

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Antonio Carlos Porto Goncalves » Robson Ribeiro Goncalves eMC Saar J aN ee gerd NTO OME cnter) Economia Conceitos econémicos “Microeconomia e macroeconomia A teoria econémica pode ser dividida em duas partes: _ microeconomia e macroeconomia. A primeira estuda 0 com- _ portamento dos consumidores e das empresas em seus merca- _ dos, as raz6es que levam os consumidores a comprar mais, ou _ menos, de um determinado produto e a pagar mais, ou menos, - por ele. Estuda também os motivos que levam uma empresa a : -produzir maior ou menor quantidade de uma mercadoria ¢ de que forma seus precos sao determinados. Finalmente, conside- _ Ya os tipos de mercado nos quais empresas e consumidores atuam. Ja a macroeconomia analisa as conseqiténcias globais - dessas acdes. Preocupa-se com o conjunto das decisées de to- -dos os agentes econémicos, que se refletirao em maior ou me- nor producao ¢ nivel de emprego. Inflacao, taxa de juros, taxa de cambio, nivel de emprego global, crescimento econdmico " sfo objetos da andlise macroecondmica. A macroeconomia ¢s- também as decisoes tomadas pelo formulador de politica ~ econdmica do pais. camscanner Objeto de estudo da microeconomia Ao considerar 0 comportamento dos agentes econdmicos,, a microeconomia adota a perspectiva de otimizacao de objetivos sujeita a restrigoes orcamentarias e tecnolégicas. Supoe que os consumidores, limitados pela renda disponive!, procuram ‘maximizar sua satisfagto ao optar por consumir um determina- do conjurito de bens e servicos, enquanto as empresas buscam maximizar seus luctos, limitadas pela tecnologia de producao, pelos desejos dos consumidores¢ pelo ambiente do mercado (pela concorréncia). Ao criar uma teoria de decisio da empresa em varios ambientes de mercado (concorréncia perfeita, monopélio « oligopolio), a microeconomia busca explicar como os pregos sto fixados, qual o nivel de produgao, que produto sera vendido, o nivel de gastos com propaganda, pesquisa ¢ desenvolvimento, ‘6 montante de investimentos e assim por diant. essa maneira, o estudo da microeconomia enfoca princt- palmente: 0 comportamento do consumidor, © © comportamento da empresa; a tecnologia de producdo da empresa; @ o ambiente no mercado de atuacao da empresa, ou seja, a andlise da concorrencia. Essas so as grandes questoes microecondmicas que sero abordadas neste capitulo, Lei da demanda A teoria da demanda visa identificar 05 varios fatores que afetam a decisio de compra do consumidor. Essa tarefa € fun- damental para a expectativa empresarial, pois 0 empresirio busca o maior Iucro possivel, 0 que depende tanto da receita obtida na venda dos produtos quanto dos custos incorridos na sua produglo (lucto = receita ~ custos). A receita depende, por sua vez, de quanto a empresa conseguir vender e a que preco (receita = prego x quantidade). Finalmente, a relacao entre pre- 0 ¢ quantidade vendida no mercado depende, fundamental- mente, da decisio de compra do consumidor, ou seja, depende da demanda. © aspecto central da teoria da demanda é estabelecer a cchamada lei da demanda, que propée uma relagao inversa en- tte pregos e quantidades, ou seja, se os precos subirem no mer- cado, a quantidade demandada cairi, se os precos cairem, a quantidade demandada aumentara. A demanda depende de muitos fatores, tais como: as preferéncias do consumidor; © prego do*produto em questao; © preco de outros produtos; a renda do consumidor; a distribuigao de renda; © total da populacao; a disponibilidade de crédito; as politicas governamentais direcionadas para 0 consumo, como impostos e subsidios; ‘05 niveis passados de renda, entre outros. poooocoo o No entanto, a teoria da demanda concentra-se, normal- mente, em quatro desses determinantes, quais sejam: 0 preco da mercadoria, o prego de outras mercadorias, a renda dos con- sumidores e suas preferéncias Assim, a fungao demanda pode ser descrita como X1 = (pl, p2, R), que se le: considerando as preferéncias do consumidor, a demanda pela mercadoria X1 € uma fungao do seu proprio preco Pl, dos precos de outros bens da economia (representados por p2) € da renda R dos consumidores, Quando mudam as prefe- réncias dos consumidores, muda a fungto demanda. I senses CamSeanner fe cesarean Graficamente, a demanda dos consumidores pode ser re- presentada por curvas negativamente inclinadas em relago a0 preco do produto, como as apresentadas na figura 1 Figura 1 'A.CURVA DE DEMANDA E SEUS DESLOCAMENTOS ‘Qusnbdade do Prod Essa relagdo negativa simplesmente ilustra o fato de que quanto maior o prego, menor sera a quantidade que os consu- midores comprariam do bem em questao. Assim, ¢ quantidade ‘demandada depende do preco do proprio bem em questio (des- locamento ao longo da curva de demanda). Além disso, se a renda do consumidor aumentar, haveré um deslocamento da curva de demanda para a direita (bem normal) ou para a esquer- da (bem inferior), o que significa que ele estar disposto a con- sumir mais, ou menos, do bem, ao mesmo preco (efeito renda) Se os precos dos demais bens da economia (ou de alguns deles) se reduzirem, isso tera um efeito semelhante a uma variacdo da renda, fazendo igualmente a curva de demanda deslocar-se. Mudangas nas preferéncias dos consumidores também deslocam a curva de demanda, Por exemplo, uma campanha ; } contra o fumo deslocara a curva de demanda de cigarros para baixo. Dessa maneira, ao mesmo preco vigente, menor quanti- dade de cigarros ser demandada, ‘Dos bens s30.considerados substiutos quando o aumento no preco de um deles aumenta e demand pelo cus (pur exemplo, mara e pera). Dois bens sd0 considerados complementares quando o aumento no preco cde um deles reduz @ demanda pelo outro (por exemplo, passagem aérea para Manaus e hotel em Manaus), Elasticidade da demanda © conceito de elasticidade tem um papel importante na anilise da demanda do consumidor das decisdes empresa- riais. Refere-se a sensibilidade da quantidade demandada de ‘um produto em relagao a uma variagao em alguns dos fatores que deierminam sua demanda, Mais especificamente, a clasti- cidade da demanda ¢ a razio entre a variacao da quantidade demandada de um produto ¢ a variagao percentual em alguma das variiveis que influenciam a demanda. Elasticidade da demanda = (varioga0 % na quantidade demandada)/ (ariaga0 90 em algum dos determinantes da demands pelo bem) A clasticidade é sempre uma razio entre percentuais de variacdo, Uma variagto de 5% tem sempre o mesmo significa- do, independentemente de o produto ser medido em tonela- das, duizias, caixas, garralas, délares ou ienes. Elastcidade prego da demanda A clasticidade-prego da demanda ¢ definida como a razao entre a variacao percentual na quantidade demandada e a va- a4 es Camscanner 2 [sine ceo eneresan, riagao percentual no prego: e, = (Aq/q) / (Ap/p). Esta elasticida- de é de grande interesse para as empresas, pois serve de base para sua politica de pregos, estratégia de vendas e aiendimento dos objetivos de lucro € participacao no mercado. ‘O coeficiente da elasticidade-preco da demanda € negati- vo (quase sempre negativo, pois hii excegdes raras), uma vez que preco’e quantidade demandada sto inversamente relacio- nados: quando o preco.se reduz, a quantidade demandada au- ‘menta, e quando o preco aumenta, a quantidade demandada cai. Como 0 sinal do coeficiente da elasticidade-prego € sem- ppre negativo, o tamanho do coeficiente ¢ a informagao rele- vante. Por isso, a elasticidade-preco da demanda é expressa, em geral, em valor absoluto. Quando a elasticidade-preco da demanda é maior do que 1 (em valor absoluto), diz-se que a demanda é elistica, Nesse caso, um aumento de precos (de 10%, por exemplo) provocaria uma queda na quantidade de- mandada num percentual maior (15%, por exemplo), o que reduziria a receita da empresa (receita = preco x quantidade). Trata-se de um produto cujo consumo cai substancialmente no caso de elevagao de pregos, sendo normalmente substitut- do por um similar. ‘Ja quando a elasticidade-preco da demanda € menor do que 1, diz-se que a demanda ¢ inelistica. Caso 0 prego seja aumentado (em 10%, por exemplo), a reducao percentual na quantidade € menor (5%, por exemplo), 0 que provocaria um ‘aumento na receita da empresa. Trata-se de um produto do qual ‘6 consumidor nao abre mao, mesmo diante de um aumento de >precos — de fato, reduz um pouco 0 consumo, mas menos do que no caso de uma demanda elistica. Gasolina e um medica- mento sem substituto no mercado sao exemplos de produtos ‘com demandas inelasticas em relagio a variagdes nos precos. Certamente, esta € posicao mais confortavel paratuma empre- sa no mercado: defrontar-se com uma elasticidade-prego da demanda reduzida, Finalmente, se um aumento percentual de precos provoca a mesma reducdo percentual na quantidade demandada, diz-se que a demanda tem clasticidade unitaria, Sendo assim, a rece ta da empresa permaneceria constante no caso de um aumento de precos. Algumas caracteristicas do mercado tornam a demanda ais inelistica. Isso ocorre quando 0 produto nao conta com substitutos proximos no mercado; quando 0 consumidor se importa com o desempenho do produto; quando deseja um: produto diferenciado ou feito sob medida; quando é fiel a mar- ca; ou, ainda, quando o custo do item é pequeno em relacio 20, orcamento do comprador. O sal de cozinha é um bom exemplo de produto coin demanda inelistica em relaglo A variagao no preco. Elasticidade-renda da demanda A elasticidade-renda da demanda ¢ utilizada para des- crever como a quantidade demandada reage as variagdes na renda do consumidor. Nesse caso, €, = (Aq/q)/(Ar/r). Assim, © empresdrio pode estimar qual seria a variacao na quanti- dade demandada de seu produto diante de variagdes na ren- da do consumidor. Uma estimativa da elasticidade-renda da demanda ajuda no planejamento estratégico da empresa, {Um bem & chamado noma para um certo grupo de consumidores quando, 50 mithoes d 08 Sens => 15 mercados;n bens <2 (n?- 9/2 fe merados, proximadamente, alizados na produgao do bem 1 nao 1, mas desejam trocé-lo por outros ‘ter um consumo diversificado, Para que J, € necessario que haja os quatro mercados : las na coluna abaixo do bem 1 por 2no mercado de 0s individuos especl querem consumir apenas bens, de modo ssivel jsto seja POS : jadicados pelas letras mintisc im, poderiam trocar : eee Tetra (a); ou 1 por 3 no mercado (b); 1 Poet no mercado (2 ov ainda 1 por 5 no mercado (2. ae piatores de 2 querem troct-lo ou por 1, podendo fazé- Os Prenereado de 1 por 2, indicado pela letra (a); ou por 3, 1 ado (e); ou por 4, no mercado (f); ou ainda por 5, no we reado (q). Prosseguindo com esta argumenta¢do, © estu- ‘he detathado da tabela 7 ¢ das trocas necessirias para se ter especializagao na produgdo, mas diversificagao de consumo sugere que: @ nocaso de cinco bens, serao necessdtios 10 mercados dire- tos para possibilitar todas as trocas possiveis; na tabela 7 cada mercado necessério estd indicado pelo asterisco se- guido de uma letra minuiscula; o ntimero total de asteris- cos na 10; no caso de seis bens, serdo necessarios 15 mercados (dese- nhe uma tabela com seis bens, seis colunas e seis linhas, ¢ faca a contagem); Qa Es Beral, no caso de n bens, a {6rmula do mimero de merca- los ae 3 “ eee € (n*— n)/2, a qual pode ser obtida conside- 7 i 8 ° ave, na hip6tese de n bens, a matriz da tabela 7 possui células; as cé ‘ a i 'ulas; as células da diagonal principal nao s4o necessd- acga Pos RHO se troca o bem 1 pelo bem 1, nemo 2 pelo 2e sin por diante; (n2_ pn). fi n); finalment i a ‘agonal principal Usadas como me: e ha n células na diagonal principal: dai fe, apenas as células localizadas abaixo da | — a metade delas na tabela 7 — serao rcados, ou seja (n*— n)/2; B cams ECONOMIA APLICADA

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