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Edigao original: 1995 © Cosac Naify, 2004 Helouise Costa, 2004 © Renato Rodrigues da Silva, 2004 créprros DA IMAGEM DA capa Thomaz Farkas, Barragem na using, 1951 REPRODUCKO DAS IMAGENS Helouise Costa e Angela di Sessa pRoyeto GRAFICO Luciana Facchini {baseado em projeto gréfico de Raul Loureiro] prepanaio Eugénio Vinci de Moraes ( Dados Internacionais de Catalogagio na Publicacio (c1r) | {Cimara Brasileira do Lio, s, Brasil Siva, Renato Rodrigues da. u.Titulo. | 04-5225 co0-770.981 Indices para catlogo sstemitic: 1. Brasil Ue Séeulo 20: Histiria 770.981 apoio BANOERANTE COSAC NAIFY Rua General Jardim, 770, 2° andar 01223-010 Sao Paulo se sven [55 11) 3218-1444 ax [55 11] 3257-8164. www.cosacnaify.com.br atendimento ao professor: [55 11] 3218-1466 pés-guerra da década de 40 apresentou uma situagio favordvel aos in- vestimentos de capital estrangeiro no Brasil. Iniciava-se a ago empresa- rial do Estado na economia e fundavam-se as bases para uma rapida in- dustrializagio. Na década seguinte, o desenvolvimento industrial que até entao se esbogara ganhou novos rumos, impulsionado pelo processo de substituiggo de importagées na industria de bens de capital, promovido pelo governo Juscelino Kubitschek, Cresceu o mercado interno ¢ com ele © complexo urbano que teve Rio de Janeiro/Sao Paulo como eixo princi- pal. Essas cidades expandiram-se rapidamente, criando uma oferta de ser- vigos compativel com as novas necessidades da moderna vida cosmopolita. A formagio de um mercado interno, devido ao afluxo de capitais estran- geiros, pode facilmente ser verificada pela maior definigao e estratificagzo das classes sociais. Ao lado de um empresariado nacional e de um prole- tariado urbano, estabeleceu-se definitivamente a classe média no horizon- te socioeconémico e cultural do pais. O crescimento industrial e urbano que o Brasil experimentou a par- tir do pés-guerra deu um novo impulso ao fotoclubismo que apés as rea- lizagdes da década de 20 tinha sofrido um refluxo em suas atividades. Se no inicio 0 movimento fotoclubista centrou-se no Rio de Janeiro, agora & So Paulo que assume a lideranga. Essas condigoes possibilitaram que 0 fotoclubismo chegasse ao seu momento de maior desenvolvimento, colo- cando-se como um fendmeno de grande disseminagio social A produgio fotoclubista do periodo, no geral, apresentava uma ex- trema afetagao. Apesar da influéncia difusa do pictorialismo, os fotogra- fos jé tinham se afastado do seu dogmatismo original. Daquele movimen- to mantinham ainda as concep¢Ges classicizantes da arte. Se nos anos 20 ¢ 30a base da fotografia artistica residia na técnica pictérica, a partir da década de 40 predominou a preocupagao com os sistemas composicio- nais através da valorizagio do retangulo Sureo ¢ das regras classicas da boa composigio. O artista embora parega livre, na realidade esta preso as regras de com- posigao [...]. As regras de composi¢io nasceram pela obser vagao repe- 33 tida de que um determinado arranjo de elementos do quadro produz melhor efeito do que 0 arranjo desordenado, sem ldgica, sem equili- brio, etc., etc. Nao quer dizer que antes de executar um quadro, o ar- tista deve esquematizar a qual tipo de composigio deve obedecer, mes- mo porque a composigio ¢ determinada pelo préprio assunto, Mas acontece que, conhecendo as regras de composicao, tem o artista faci- litada a sua tarefa e depois, pelo habito, emprega-as, por assim dizer, inconscientemente.*° Contrariamente ao pictorialismo, no qual se identificava claramente um idedrio estético que norteava a produgio fotogréfica, verifica-se agora uma fotografia amorfa que repete as regras mas j4 nao sabe exatamente por qué. Predominam as luzes e sombras suaves em nus académicos, marinhas ro- minticas, criancas graciosas ¢ mulheres fatais, cujo valor reside na beleza natural do assunto fotografado e na harmonia da composigéo. Estava con- solidada uma forte tradigdo classicizante que somente condigdes especi cas e locais iriam abalar. No ano de 1939 surgiu um clube que logo se tornaria o centro do movimento fotoclubista em Sao Paulo e mais tarde alcangaria destaque nacional como pélo agenciador da produgao fotografica moderna brasi- leira. Tratava-se do Foto Clube Bandeirante, 0 mais bem sucedido clube fotografico da capital. A iniciativa de criagio do Bandeirante partiu de um grupo de aficionados que costumava se reunir em uma loja de mate- rial fotogréfico no centro de Sao Paulo, onde trocavam experiéncias, di cutiam fotografia ¢ inteiravam-se dos novos langamentos da industria es- pecializada. O Foto Clube Bandeirante formou ao longo da década de 40 uma sélida estrutura material e atingiu um alto nivel de organizacao interna, O niimero de sécios crescia a cada més e jd em 1942 0 clube pro- moveu 0 1 Salo de Arte Fotogrifica de Sao Paulo, que contou com 0 apoio da prefeitura. Em 1945 foi criado o Departamento de Cinema, 0 que al- terou o nome do clube para Foto Cine Clube Bandeirante [recs]. No ano seguinte o boletim informativo, impresso que divulgava o resultado dos concursos internos do clube, transformou-se na revista Boletim Foto Cine.

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