O Controlo de Gestão na Hotelaria

Portuguesa

Dissertação de Mestrado de Catarina Rosa Nunes

Setembro, 2009
Tomás Foster
(a21902667)
Identificação do Problema
• O problema que o estudo apresentado nesta
dissertação pretendeu resolver foi o de compreender
como é que o controlo de gestão é aplicado na
hotelaria portuguesa, saber quais os principais
modelos e técnicas utilizadas, quais as verdadeiras
práticas adotadas na hotelaria e se tem havido
mudanças na sua aplicação nos últimos anos.
Proposta da autora

• A proposta da autora com a elaboração desta Dissertação de Mestrado foi a de

investigar qual é o comportamento do setor hoteleiro português face às mudanças
no controlo de gestão.
• A investigação foi direcionada para três grandes áreas: a mudança, o controlo de
gestão e o setor hoteleiro.
• A autora após uma abordagem da literatura existente decidiu que seria uma mais
valia para o seu estudo, proceder à realização de um questionário que abordasse
as três áreas já referidas anteriormente. É importante referir que foi utilizado uma
réplica de um questionário já aplicado, com o intuito de se poder garantir a
qualidade das perguntas realizadas.
 Na revisão da literatura é aprofundado
o conceito de controlo de gestão,
fundamentalmente através de duas
perspetivas. Numa primeira perspetiva,
é apresentado o controlo de gestão
Revisão da juntamente com o conceito de
mudança, “são evidenciados entre

Literatura outros pontos os factores que

contribuíram para a mudança no
controlo de gestão.”(Nunes, 2009, p.2).
Numa segunda perspetiva é abordado a
relação entre o setor hoteleiro e o
controlo de gestão e o desenvolvimento
do controlo de gestão na hotelaria.
Mudança e controlo de
gestão
• Atualmente, as mudanças e os acontecimentos ocorrem
a um ritmo extremamente elevado e “sem dúvida muito
mais intenso do que aquele que se verificou nos finais
do século XX, e de quase impossível comparação com o
ritmo que se verificava no início do mesmo século.”
(Nunes, 2009, p.4).

• Alguns dos principais fatores que criaram este ambiente

de constante mudança, de acordo com Scapens et al.
(2002), são a globalização, o desenvolvimento
tecnológico e a mudança nas estruturas das
organizações.
Mudança e controlo
de gestão
• A globalização tem vindo a eliminar fronteiras
entre as diversas economias, estando estas cada
vez mais dependentes e fortemente ligadas entre
si, tanto a nível económico como financeiro.
Qualquer alteração numa economia irá ter
consequências nas restantes.

• O desenvolvimento tecnológico tem um forte

impacto sobre todas as organizações. É um fator
que gera alterações no modo como as empresas
operam no seu dia-a-dia. E traz para a maioria
das empresas uma otimização do trabalho, o
aumento da produtividade e consequentemente, o
crescimento dos lucros.
Mudança e controlo de
gestão
• Nos últimos anos, as organizações têm procurado fazer o
outsourcing de todas as atividades secundárias ao negócio.
Permitindo-lhes focar no seu core business, tornando a
gestão mais simples e eficaz, contribuindo também para um
aumento da participação dos colaboradores nas decisões da
gestão. Esta tem sido a principal mudança nas estruturas
das organizações.

• Estes e outros fatores levaram as empresas a dar uma maior

importância ao controlo de gestão.
Setor Hoteleiro e o
controlo de gestão
• O conceito de controlo de gestão começou a ser
estudado por volta do início da década de 80
Chenhall (2003).
• O controlo de gestão era um sistema que tinha
como principal objetivo proporcionar informação
útil e ajustada às novas necessidades oriundas
dos problemas que os gestores empresariais
começavam a ter na época.
• É um conceito lato, que abrange e é aplicado nas
várias áreas de uma organização, na área dos
recursos humanos, na área financeira,
operacional, comercial e até mesmo no controlo
de qualidade.
Desenvolvimento do controlo
de gestão na hotelaria
• Ao longo dos anos, o controlo de gestão tem
vindo a evoluir significativamente, principalmente
devido ao desenvolvimento das necessidades dos
gestores. Atualmente, inclui também medidas
não financeiras e preocupações ambientais Ittner
e Larcker (1998).

• Na hotelaria, as medidas não financeiras são de

extrema importância, visto que, a prestação do
serviço está diretamente relacionada com o bom
desempenho do capital intelectual, “por este
motivo, as medidas não financeiras, como por
exemplo, as taxas de ocupação, entre outras, são
medidas de extrema importância para a gestão.”
(Nunes, 2009, p.13).
Desenvolvimento do controlo de gestão
na hotelaria

• No setor hoteleiro, um dos fatores que

levou ao desenvolvimento do controlo de
gestão segundo Ezzamel (1990) foi o
aumento da competitividade dos
mercados, o que levou ao aumento do
risco e da incerteza, o que por si implicou
uma maior colaboração entre os
superiores hierárquicos e os operacionais,
e ao desenvolvimento e aplicação de
novos sistemas de controlo de gestão,
que abrangessem medidas financeiras e
não financeiras, e que reduzissem a
incerteza e o risco dos mercados.
Metodologia

A metodologia utilizada para atingir o principal objetivo do estudo apresentado nesta

dissertação, que era o de “compreender como é aplicado o controlo de gestão na
hotelaria portuguesa” (Nunes, 2009, p.30) foi o seguinte: numa primeira fase foi
efetuada uma abordagem da literatura existente e seguidamente foi aplicado um
questionário em 45 hotéis de 5 estrelas em Portugal.

A decisão de utilizar um questionário foi oriunda da dispersão geográfica da população

sobre a qual se pretendia recolher a informação e adicionalmente pois era pretendido
um conhecimento atual e verdadeiro de como o controlo de gestão era aplicado na
hotelaria portuguesa.
Conclusões

Os resultados obtidos através da realização do questionário permitiram concluir que

as técnicas de controlo de gestão utilizadas na hotelaria portuguesa podem ser
agrupadas em três grupos:
1. As técnicas utilizadas por todos os hotéis inquiridos, como por exemplo, a
contabilidade de gestão estratégica e as medidas de qualidade;
2. As técnicas que não são utilizadas por todos os hotéis inquiridos, como por
exemplo, o custeio marginal ou o just-in-time;
3. Um terceiro grupo em que o número de respostas não foi homogéneo, o Balanced
Scorecard obteve 85% de respostas afirmativas, o custeio baseado nas atividades e
as medidas de performance não financeiras obtiveram 47% de respostas afirmativas.
Conclusões

• Relativamente às mudanças na aplicação do controlo de gestão na hotelaria

portuguesa, foi permitido concluir, através da análise dos resultados obtidos, “que
a maioria dos hotéis inquiridos realizou uma mudança nos sistemas de controlo de
gestão na última década, cerca de 76% dos inquiridos.” (Nunes, 2009, p.57).

• Os fatores que tiveram maior influência sobre esta mudança no controlo de gestão
foram: “a percepção da necessidade de mudança pelos gestores com 71% das
escolhas dos inquiridos e a necessidade de melhorar a eficiência/produtividade
com 68% das escolhas dos inquiridos. “ (Nunes, 2009, p.58).
Bibliografia
• Nunes, C. R. (2009). O Controlo de Gestão na Hotelaria
Portuguesa. Dissertação submetida ao Departamento de
Contabilidade do ISCTE como requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre em Contabilidade, orientada por Doutora Maria
João Machado, Lisboa.
• Consultado em
https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/2014/1/Disserta
%c3%a7%c3%a3o%20Catarina%20Nunes.pdf