Neurodesenvolvimento adolescente e influência dos smartphones no
desempenho educacional: scoping review
Liga Acadêmica de Neurologia e Neurocirurgia
Eixo IV: Projetos e práticas escolares no ensino médio.
INTRODUÇÃO
A adolescência é uma fase de transição marcada por mudanças
biológicas críticas, refletindo em aspectos neurológicos, psicológicos
e sociais do indivíduo. Da infância à adolescência, ocorre o processo
de especialização de redes neurais pela mielinização e degeneração
de fibras nervosas do encéfalo no sentido póstero-anterior, logo, o
córtex pré-frontal, responsável pela tomada de decisões e inibição
de estímulos instintivos é uma área que ainda não está
completamente madura na adolescência. Por consequência, nessa
fase ocorre o início da manifestação de diversas doenças mentais,
transtornos de humor e personalidade, maior propensão ao uso
abusivo de drogas e comportamentos impulsivos. Com a
popularização dos smartphones nos últimos anos surge a
preocupação do impacto das tecnologias no neurodesenvolvimento
de adolescentes, com crescente estudo do risco de complicações
cognitivas, neuromotoras, emocionais e sociais no indivíduo.
Dynamic mapping of human cortical development during childhood through early adulthood. Gogtay, et al. 2004
OBJETIVOS
• Correlacionar dados do uso problemático de smartphones com o
perfil epidemiológico de saúde mental de adolescentes.
• Propor práticas voltadas para
neurodesenvolvimento de adolescentes
desempenho do ensino médio.
MÉTODO
Trata-se de uma revisão de escopo realizada pela coleta de dados
em artigos de revisão sistemática e meta-análises publicadas entre
2019 e 2022, obtidas das ferramentas de pesquisa acadêmica US
National Library of Medicine (PubMed) e Cochrane Library. Como
critério de inclusão, foram identificados e selecionados 3 artigos que
obedeciam aos objetivos, sendo usados os descritores de busca:
saúde mental, adolescentes, smartphones, doenças mentais,
doenças neurológicas e seus equivalentes em inglês.
Antonio Carlos Ferreira Gomes Junior
antonio.junior3@sou.ufmt.br
Marcia Regina Silva de Abreu
marciaabreu1414@gmail.com
RESULTADOS
Estudos feitos através de questionários e escalas demonstram que
em média, 25% dos adolescentes usam smartphones de forma
problemática e que existem relações significativas entre os índices de
uso problemático de smartphones por adolescentes e de doenças
mentais, como depressão (OR=3.17) e ansiedade (OR=3.05), que
implicam diretamente em um baixo rendimento escolar.
Sohn, et al. 2019
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso problemático de smartphones é uma situação de saúde pública
em evolução que requer mais estudos para determinar o limite entre
o uso de tecnologia útil e prejudicial. A orientação política é
necessária para projetar estratégias de redução de danos. As
evidências atuais de enfrentamento da “pandemia digital” sugerem
intervenções de educação em saúde mental multinível, incluindo pais
e escolas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Augner C, Vlasak T, Aichhorn W, Barth A. Tackling the 'digital pandemic': The
effectiveness of psychological intervention strategies in problematic Internet
and smartphone use-A meta-analysis. Aust N Z J Psychiatry. 2022;53(3):219-
saúde mental, 229.
e melhora no Chang CH, Chang YC, Yang L, Tzang RF. The Comparative Efficacy of
Treatments for Children and Young Adults with Internet Addiction/Internet
Gaming Disorder: An Updated Meta-Analysis. Int J Environ Res Public Health.
2022;19(5):2612.
Sohn SY, Rees P, Wildridge B, Kalk NJ, Carter B. Prevalence of problematic
smartphone usage and associated mental health outcomes amongst children
and young people: a systematic review, meta-analysis and GRADE of the
evidence. BMC Psychiatry. 2019;19(1):356.
Liga Acadêmica de
Neurologia e Neurocirurgia